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FONTES DO DIREITO

ADMINISTRATIVO
Noções Gerais
1. FONTES
CONCEITO DE FONTE
O vocábulo “fonte” tem origem no latim “fontis” que
significa nascente, origem, causa. No Direito, o termo
“fonte” é utilizado metaforicamente para designar os
centros jurígenos (jurígeno = que dá origem ao direito)
de criação das normas
Especialmente para provas escritas e exames orais é
importante mostrar ao examinador conhecimento
sobre a origem linguística de expressão de nosso
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Noções Gerais
São quatro as fontes tradicionais do Direito
Administrativo:

a) LEI
b) DOUTRINA
c) JURISPRUDÊNCIA
d) COSTUMES
Noções Gerais
LEI
- Única fonte primária
- Inclui:
Constituição Federal;
Emendas Constitucionais;
Constituições Estaduais;
Leis Orgânicas;
Leis Ordinárias;
Leis Complementares;
Leis Delegadas;
Decretos Legislativos;
Decretos Regulamentares;
Resoluções;
Medidas Provisórias;
Tratados e Convenções Internacionais
Noções Gerais
DOUTRINA

A palavra “doutrina”, do latim “doctrina”, tem


origem do verbo “doceo” que significa fazer
aprender, instruir, ensinar. Assim,
etimologicamente a doutrina é um
ensinamento, um método, uma formação
teórica. No âmbito do Direito, doutrina é o
conjunto de saberes produzidos pelo trabalho
intelectual dos juristas
Noções Gerais
JURISPRUDÊNCIA

O termo “jurisprudência” tem origem no latim


“iuris” (direito) + “prudentia” (sabedoria),
significando “dizer o direito sabiamente”.

A jurisprudência é o entendimento consagrado


de um tribunal em casos similares. Por isso,
tome muito cuidado: nunca podemos usar o
termo jurisprudência para fazer referência a
uma decisão só
Noções Gerais
No sistema da ”civil law”, a jurisprudência não tem a
mesma força da lei. Diferente é a situação da Súmula
Vinculante do Supremo Tribunal Federal. De acordo
com o art. 103-A da Constituição Federal,
acrescentado pela Emenda n. 45/2004: “O Supremo
Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,
mediante decisão de dois terços dos seus membros,
após reiteradas decisões sobre matéria constitucional,
aprovar súmula que, a partir de sua publicação na
imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual
e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei”.
Noções Gerais
A leitura do art. 103-A da CF/88 deixa claro que a
súmula vinculante não obriga:
a) o Poder Legislativo: pois sempre poderá ser criada
nova lei modificando o tratamento normativo do tema
objeto da súmula, que perde força vinculante para
casos futuros quanto àquilo que contrariar a nova lei;
b) o Supremo Tribunal Federal: na medida em que o
STF pode, a qualquer tempo, promover alterações de
conteúdo ou cancelar suas súmulas vinculantes;
c) o Poder Constituinte originário ou derivado:
igualmente não está vinculado à sumula na hipótese
de ser criada nova constituição ou ao emendar a
constituição vigente.
Noções Gerais
COSTUMES
Os costumes são práticas reiteradas da autoridade
administrativa capazes de estabelecer padrões
obrigatórios de comportamento.
Existem três tipos de costumes:
a) “contra legem” (contrários à lei ou “costumes
ilegais”);
b) “secundum legem” (conformes à lei ou “costumes
lícitos”);
c) “praeter legem” (além da lei ou “costumes sobre
temas não legislados”).
Em razão do princípio da legalidade, os costumes
ilegais (“contra legem”) não são fonte do Direito
Administrativo, ao passo que os costumes lícitos
(“secundum legem”) e os costumes sobre temas não
legislados (“praeter legem”) constituem fonte das
normas administrativas.
Noções Gerais
OUTRAS FONTES: precedentes e súmula vinculante
administrativa

Precedente administrativo é a decisão tomada por


determinado órgão da Administração com efeito
vinculante para casos futuros. Sua função é
uniformizar o julgamento, conferindo maior eficiência
e impessoalidade na decisão das demandas
repetitivas.

Nos órgãos administrativos que já utilizam o


mecanismo dos precedentes, a fixação dos
precedentes ocorre por meio da edição súmulas
administrativas, já bastante comuns na estrutura
administrativa brasileira.
Noções Gerais
Um importante exemplo consta do artigo 43 da Lei
Complementar 73/93 que disciplina as súmulas
administrativas vinculantes no âmbito da Advocacia
Geral da União:

“a Súmula da Advocacia-Geral da União tem caráter


obrigatório quanto a todos os órgãos jurídicos
enumerados nos arts. 2º e 17 desta lei complementar.
§ 1º O enunciado da Súmula editado pelo Advogado-
Geral da União há de ser publicado no Diário Oficial da
União, por três dias consecutivos.
§ 2º No início de cada ano, os enunciados existentes
devem ser consolidados e publicados no Diário Oficial
da União”.
Noções Gerais
A leitura do art. 103-A da CF/88 deixa claro que a
súmula vinculante não obriga:
a) o Poder Legislativo: pois sempre poderá ser criada
nova lei modificando o tratamento normativo do tema
objeto da súmula, que perde força vinculante para
casos futuros quanto àquilo que contrariar a nova lei;
b) o Supremo Tribunal Federal: na medida em que o
STF pode, a qualquer tempo, promover alterações de
conteúdo ou cancelar suas súmulas vinculantes;
c) o Poder Constituinte originário ou derivado:
igualmente não está vinculado à sumula na hipótese
de ser criada nova constituição ou ao emendar a
constituição vigente.
Noções Gerais
Semelhante disposição está prevista no artigo 85 da
Regimento Interno do Tribunal de Contas da União:

“A Súmula da Jurisprudência constituir-se-á de


princípios ou enunciados, resumindo teses, soluções,
precedentes e entendimentos, adotados
reiteradamente pelo Tribunal, ao deliberar sobre
assuntos ou matérias de sua jurisdição e
competência”.
Noções Gerais
Recentemente foi aprovada a Lei 13.655/18 que
alterou a Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro (Decreto-lei 4657/42). Agora, o artigo 30 da
LINDB contém um comando geral impondo às
autoridades administrativas a necessidade de conferir
maior segurança nas decisões por meio da edição de
súmulas administrativas:

“Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para


aumentar a segurança jurídica na aplicação das
normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas
administrativas e respostas a consultas. Parágrafo
único. Os instrumentos previstos no caput deste
artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou
entidade a que se destinam, até ulterior revisão”
Noções Gerais
De acordo com Floriano Peixoto de Azevedo Marques, titular
de Direito Administrativo da USP, o artigo 30 da LINDB tem
como objetivo aplicar a técnica da “stare decisis” (vinculação
aos precedentes) às decisões administrativas, orientação que
remonta ao precedente London Tramways vs London County
Council, de 1898, no qual se consagrou, pela primeira vez, a
vinculação da “House of Lords”(Legislativo Inglês) às suas
próprias decisões. “De acordo com tal teoria, terá o julgador
de, preliminarmente, definir o holding (precedente), assim
considerado como a norma, a ser extraída do caso concreto,
que deverá vincular as futuras decisões. Sua identificação
passa pela identificação dos fatos (material facts) e dos
fundamentos necessários à constituição do precedente
(racionale), excluindo-se, porém, o obiter dictum, que são as
considerações marginais ao julgado paradigma, que não terão
efeitos vinculantes. Por intermédio dessa sistemática, para
além de se preservar a isonomia no tratamento dos
administrados (treat like cases alike), pretende-conferir
observância às decisões proferidas (backward-looking), bem
como constituir os futuros precedentes (fooward-looking)”.
Noções Gerais
Uma vez firmado o precedente vinculante (holding),
agora a autoridade somente poderá deixar de aplicar a
solução se proferir uma decisão fundamentada, na
qual demonstre que existem diferenças substanciais
entre o precedente e o caso atual, que justifique uma
decisão diversa (distinguishing) ou a necessidade de
aprimoramento/superação do precedente
(overruling), quer por razões jurídicas, quer
econômicas, ou ainda pela cambialidade da situação
de fato.
DICA: É importante atentar para os nomes em inglês
utilizados no contexto da teoria da “stare decisis”
(vinculação ao precedente): “holding” (precedente),
“distinguishing” (diferenciação) e “overruling”
(superação do precedente).
RESUMINDO…

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