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acionista?
Ser sócio e ser acionista são situações distintas mas cruzam-se frequentemente. Saiba
quais as diferenças, os direitos e deveres de cada um.
É possível ser sócio sem ser acionista, mas há cenários em que ser acionista implica ser
sócio. O Ei apresenta-lhe as distinções e os pontos em que os dois estatutos se podem
cruzar.
As sociedades por quotas devem ser constituídas, no mínimo, por dois sócios, mas
também podem ter um único sócio, pessoa singular ou coletiva, titular de todo o capital
social – são as denominadas sociedades unipessoais.
Sócio e acionista
Um sócio é um indivíduo que faz parte de uma sociedade ou é membro de uma
associação, sendo também um individuo que se associa a outro na formação ou gestão
de uma empresa. Geralmente um sócio também é dono do negócio, enquanto
um acionista é titular de ações de uma sociedade anónima ou de uma sociedade por
ações.
Um sócio pode não ser acionista, nomeadamente se fizer parte de uma sociedade por
quotas ou comandita simples, enquanto um acionista se assume como um sócio
capitalista, detentor de uma parte do capital social da empresa sob a forma de ações.
Direitos e deveres
1. Sócios
O Código das Sociedades Comerciais dita que todo o sócio é obrigado a entrar para a
sociedade com bens suscetíveis de penhora e a compartilhar as perdas (artigo 20º).
Em matéria de direitos, um sócio tem direito a compartilhar os lucros, a participar nas
deliberações de sócios, a obter informações sobre a vida da sociedade e a ser designado
para os órgãos de administração e fiscalização.
“Os sócios participam nos lucros e nas perdas da sociedade segundo a proporção dos
valores das respetivas participações no capital” e, se o contrato apenas determinar a
parte de cada sócio nos lucros, parte-se do pressuposto de que essa será também a sua
parte nas perdas.
O artigo 22º determina que “é nula a cláusula que exclui um sócio da comunhão nos
lucros ou que o isente de participar nas perdas da sociedade, salvo o disposto quanto a
sócios de indústria”.
1. Acionistas
Ao contrário dos sócios, os acionistas não são responsáveis pelas dívidas ou outras
obrigações da empresa e, de igual modo, também não assumem grande relevância no
governo da empresa, que está nas mãos do conselho de administração, o órgão
responsável pela gestão das atividades da sociedade.
Cabe também aos acionistas o direito aos lucros da sociedade, mais precisamente, a
metade do resultado líquido do exercício, na forma de dividendos, “salvo diferente
cláusula contratual ou deliberação tomada (…) em assembleia geral”, conforme dita
oartigo 294º. E se os membros dos órgãos sociais também tiverem direito a parte dos
lucros, esta só poderá ser paga depois da distribuição dos lucros pelos acionistas.
Nota: Os direitos inerentes às ações emitidas pela mesma sociedade podem ser diversos,
nomeadamente quanto à atribuição de dividendos e à partilha do ativo resultante de
eventual liquidação (artigo 302º).