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Avaliação da aprendizagem
INTRODUÇÃO
A avaliação é uma constante no nosso dia a dia. Ao nos prepararmos para sair de casa, olhamos pela janela, ouvimos
comentários pelo rádio ou pela televisão a respeito do tempo etc. Após uma rápida análise das informações e da
observação do tempo, decidimos se vamos levar o guarda-chuva, se usaremos um casaco ou se é melhor um sapato
mais fechado.
Se nosso objetivo é car passeando na rua, fazendo compras, a proteção conta a chuva deve ser maior, mais
cuidadosa. Contudo, se saímos de casa, de carro, para ir para o trabalho, em um prédio com garagem, provavelmente o
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guarda-chuva não será necessário, o sapato não precisa ser muito fechado e o casaco pode ser mais leve. Portanto,
para cada caso, usamos critérios diferentes na avaliação. Escolher é fundamental nesse processo.
Para de nir nossas escolhas: pesquisamos, averiguamos, identi camos nossas necessidades, analisamos diferentes
situações, a realidade a nossa volta, o comportamento da sociedade em que vivemos, os recursos que temos a nossa
disposição, nossos projetos. En m, elaboramos um planejamento, mesmo que seja um processo inconsciente. No dia
seguinte, começa tudo de novo. Novos momentos de re exão-ação, de planejamento e de avaliação.
Nesta aula, começaremos a re etir sobre planejamento e avaliação, estudando seus pressupostos, desde a pré-
história, quando não havia a avaliação institucionalizada, mas já era realizada com base em costumes das várias
tribos. Passaremos também pela Idade Média e as formas de ensinar e avaliar dos pensadores.
OBJETIVOS
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Pré-história
Na pré-história, avaliava-se pela força, pelo conhecimento dos rituais tribais, pela capacidade de sobrevivência dos indivíduos.
Tempos bíblicos
Nos tempos bíblicos, usava-se uma palavra de difícil elocução como teste para distinguir as tribos. Quem não conseguisse falar
corretamente determinado fonema era facilmente identi cado, não passando no teste e sendo decapitado.
2205 a.C
Em 2205 a.C, um imperador chinês testava os o ciais de seu exército, a cada três anos, com o objetivo de promovê-los ou demiti-
los.
Idade Média
Na Idade Média, embora não haja registros, veri ca-se a existência de exames nas escolas gregas e romanas.
No período medieval, a educação era desenvolvida em estreita ligação com a Igreja, com a fé cristã e com as instituições
eclesiásticas, que eram as únicas delegadas a educar e a formar. Da Igreja, portanto, partiram os modelos educativos e as
práticas de formação.
As práticas disciplinares (prêmios e castigos) e avaliativas foram originadas dessa época, considerando a organização dos
estudos nas escolas monásticas e nas catedrais e, sobretudo, nas universidades.
Desse período também vieram alguns conteúdos culturais da escola moderna e até mesmo da contemporânea:
O papel do latim;
O ensino gramatical e retórico da língua;
A imagem da loso a, como lógica e metafísica.
A ESCOLA
A escola, como nós conhecemos, também é um produto da Idade Média. A sua estrutura estava ligada à presença de
um professor que ensina a muitos alunos de diversas procedências e que devia responder pela sua atividade à Igreja
ou a outro poder, fosse ele local ou não.
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A UNIVERSIDADE
Originalmente, essas instituições eram chamadas de studium generale, agregando mestres e discípulos dedicados ao
ensino superior de algum ramo do saber (medicina, direito, teologia).
Porém, com a efervescência cultural e urbana da Baixa Idade Média, logo se passou a fazer referência ao estudo
universal do saber, ao conjunto das ciências, sendo o nome studium generale substituído por universitas (a
Universidade). Nestas, as provas orais eram bastante populares como instrumento de avaliação.
TEMPOS ATUAIS
Com o passar do tempo e o aumento da comunicação entre os continentes, avançaram também os estudos sobre a
área educacional, consequentemente sobre a avaliação da aprendizagem.
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Ainda que o Brasil tenha sido descoberto em 1500, sua colonização se deu a partir de 1530, com o uso da mão de obra
indígena e da africana na monocultura da cana de açúcar.
Nessa sociedade, a educação não era tema prioritário, embora a metrópole tenha enviado os religiosos jesuítas para
exercer uma função missionária e pedagógica, tanto sobre os índios quanto sobre os senhores de engenho e suas
famílias.
Os jesuítas responsabilizavam-se pelas “escolas de ler e escrever”, que iniciaram a criação de escolas elementares e
secundárias em nosso país, para os lhos de colonos. Os lhos dos índios recebiam uma educação catequizante,
numa tentativa de convertê-los ao cristianismo.
Ainda no século XVII, o Marquês de Pombal, percebendo o poder social e econômico dos jesuítas, expulsa-os do país.
Somente em 1772, século XVIII, a coroa toma providências em relação à educação, estabelecendo o “ensino público
o cial”, contratando e remunerando professores, com um aprendizado clássico, conservador, voltado para o
bacharelismo, a burocracia e as pro ssões liberais.
A Constituição de 1824
Com a vinda da Coroa Portuguesa para o Brasil, algumas mudanças ocorreram em cidades
como o Rio de Janeiro, com a criação de museus e bibliotecas.
Em 1822, com a Independência do Brasil, passando este a ser um império, foi outorgada a
Constituição de 1824. Esta carta trouxe a ideia “da gratuidade do ensino infantil a todos os
cidadãos”; da competência dada aos colégios secundários e das universidades para o
ensino das ciências, belas letras e artes; e do ensino religioso, o catolicismo, obrigatório nas
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escolas.
A avaliação da aprendizagem continuava com seu caráter classi catório condizendo com a
realidade política da época, uma vez que a população de baixa renda foi deixada sob a
responsabilidade das províncias que não possuíam estrutura e conhecimento para lidar com
tal responsabilidade.
Em 1848, nos Estados Unidos, a avaliação adquire uma natureza formal, como prática de
coleta de dados para uma fundamentação de decisões políticas que afetam a educação.
A Constituição de 1891
A Constituição de 1946
Essa carta foi orientada por princípios democráticos e liberais e, em relação à educação,
também evoluiu, cabendo à União legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional.
A Educação passou a ser considerada, então, um direito de todos.
Nessa época, começaram as discussões sobre a futura Lei nº 4024, de 1961, “a primeira lei
geral da educação que permitiu a descentralização da educação da esfera federal para a
estadual.”
Em relação à avaliação da aprendizagem, este documento legal estipula, em seu art.39, que
a apuração do rendimento escolar cará a cargo dos estabelecimentos de ensino, aos quais
caberá expedir certi cados de conclusão de séries e ciclos e diplomas de conclusão de
cursos.
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Naquela época, a tendência tradicional da educação era a linha mestra do processo de ensino-aprendizagem.
Essa escola surgiu para ensinar os lhos da elite nacional e era centrada na autoridade intelectual do professor que
tinha a tarefa de transmitir os conhecimentos sistematizados de forma lógica e precisa aos alunos. Estes, por sua vez,
eram meros receptores das verdades enunciadas pelo mestre, devendo reproduzi-las nos testes ou provas da época.
A Constituição de 1967
A LDB nº 5692/82 estabelecia que a veri cação do rendimento escolar caria, na forma
regimental, a cargo dos estabelecimentos, compreendendo a avaliação do aproveitamento a
ser expressa em notas ou menções e que preponderariam os aspectos qualitativos sobre os
quantitativos e os resultados obtidos durante o período letivo sobre os da prova nal, caso
esta seja exigida.
Também, estipulava que o aluno de aproveitamento insu ciente poderia obter aprovação
mediante estudos de recuperação proporcionados obrigatoriamente pelo estabelecimento.
Essa lei promoveu a reforma do ensino básico, que trouxe modi cações, transformando o
ensino primário, que aglutinou os ensino infantil e ginasial, em obrigatório dos 7 aos 14
anos. Criou-se, também, o ensino pro ssionalizante, como uma tentativa de unir as escolas
secundárias e técnicas.
A Constituição de 1988
Essa carta política traz os princípios que regem o nosso país em relação à educação, e eles
estão enumerados em seu artigo 206:
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Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
V- valorização dos pro ssionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira
para o magistério público, com piso salarial pro ssional e ingresso exclusivamente por
concurso público de provas e títulos;
Em relação à educação, esse é o texto constitucional que mais se estende sobre o tema.
O SÉCULO XX
No início do século XX, os primeiros testes objetivos são desenvolvidos por Wiliam Rice, nos Estados Unidos, para uso
em pesquisa de alcance escolar.
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1931
Em 1931, a Docimologia, ciência do estudo sistemático dos exames, ganha lugar de destaque nos Estados Unidos. É lá que
começam a aparecer os estudos de Tyler e Smith sobre os objetivos educacionais e sua relação com a avaliação de instituições
escolares:
“A avaliação de uma instituição educacional é fundamentalmente o processo pelo qual nós determinamos até que ponto os
objetivos da instituição estão sendo realizados.” (TYLER In: WORTHEN & SANDERS, 1973, p.44).
Esse estudo causou um grande impacto nos meios educacionais por defender a inclusão de procedimentos avaliativos diversos,
como:
Testes;
Escalas de atitudes;
Inventários;
Questionários;
Fichas de registro de comportamento como forma de coleta de dados, de evidências sobre o alcance de objetivos curriculares.
1960
Até meados dos anos 1960, as discussões se xavam nos termos medir e avaliar.
1970
Nos anos 1970, seguindo os estudos e Tyler, outros autores, como Mager e Bloom, apresentam um relativo consenso quanto à
importância da formulação de objetivos para ns avaliativos, permitindo ao professor determinar o que será avaliado em termos
de comportamentos, conhecimentos, capacidades, interesses e habilidades.
Avaliação dos resultados de ensino – procura veri car se o interesse dos alunos ao nal da disciplina é, pelo menos, o mesmo
que existia no início;
Avaliação do processo de ensino – procura veri car o que se deve fazer para melhorar a ação pedagógica.
Já Bloom defende a avaliação da aprendizagem através de domínios, pois, para o autor, todo indivíduo é capaz de aprender, desde
que se respeite seu próprio ritmo.
Bloom e seus colaboradores criaram uma taxionomia, isto é, uma classi cação de objetivos educacionais para o domínio das
operações cognitivas, afetivas e psicomotoras.
1980
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A partir de 1980, passou-se a discutir a avaliação em uma perspectiva mais abrangente, de natureza eminentemente dialógica,
dialética, voltada para a transformação, ao utilizar, além da descrição quantitativa, interpretações qualitativas nas quais foram
incluídos o julgamento de valor e a apreciação do mérito.
A avaliação passou a ser vista como de caráter contínuo, supondo trocas constante entre aluno, professor e demais agentes
educativos.
Atualmente, a avaliação da aprendizagem tem procurado consolidar-se em uma perspectiva mais crítica, como se observa na
LDBEN nº 9394/96.
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante veri cação do aprendizado;
O uso da avaliação com a nalidade de formar cidadãos capazes de intervir criticamente na realidade para transformá-
la só poderá acontecer se os resultados da avaliação forem utilizados como indicadores para a renovação da prática
avaliativa.
ATIVIDADE
“Avaliação é o processo de delinear, obter e fornecer informações úteis para o julgamento de decisões alternativas”.
(STUFFLEBEAM et al., 1971, p.40)
Analise a concepção de avaliação proposta por Stu ebeam e dê um exemplo de como ela pode ser feita após a
aplicação de uma prática avaliativa (prova, jogo, trabalho em grupo) em uma turma de ensino fundamental ou médio.
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Se o tipo de avaliação usada produziu bons resultados ou terá que ser replanejada.
Resposta Correta
Glossário
RECUPERAÇÃO
Estudos realizados pelo aluno durante o ano letivo (recuperação paralela) e ao nal deste (recuperação nal) com o objetivo de
fornecer aos alunos que não alcançaram um resultado esperado para aprovação, subsídios que os levassem a superar
de ciências de conteúdo, com a orientação dos professores, de preferência com a utilização de técnicas diferenciadas de ensino.
DEPENDÊNCIA
O aluno poderia frequentar as aulas do ano seguinte, com dependência de aprovação em uma ou duas disciplinas, frequentado
aulas e sendo avaliado nas disciplinas em que cou reprovado no ano anterior.
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