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unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”


Faculdade de Ciências e Letras
Campus de Araraquara - SP

CAMILA GARCIA DE OLIVEIRA SILVA

ROTEIRO TEMÁTICO DE ESTUDOS E


ALGUMAS INDAGAÇÕES SOBRE O TEXTO:
“O caminho da escola democratizada: pistas e
perspectivas para o currículo”

ARARAQUARA – S.P.
2022
Em presença dos dados apresentados no texto, uma escola democratizada tem
como princípio básico o direito de pôr em prática a presença e a permanência
de todos os cidadãos durante o período equivalente escolar, ampliando a
visão de cada um dos alunos e criando novas perspectivas de disseminar o
conhecimento. Além disso, é necessário que a base curricular contribua para
que a democratização seja feita, visto que, uma escola democratizada é
formada também como uma forma de inclusão socioeconômica. Como diz o
autor
A escola democratizada, no momento, é algo ainda a se alcançar, apesar
de já se ter muito a defender. Nesse sentido, é preciso que se compreenda
a necessária flexibilidade da organização curricular, de forma que seja
adequada aos desafios que serão postos para essa trajetória na sua
complexidade e circunstancialidade. (LEMES, Sebastião de Souza, 2019,
p.1).

O currículo escolar está ligado à base da prática pedagógica que abrange


conteúdos e atividades que serão estudados e as competências a serem
produzidas, com o objetivo de formação dos alunos. Com base nisso, a escola
democratizada presa pela permanência de todos os cidadãos e para que isso ocorra
o currículo escolar deve ser flexibilizado para que toda formação do grupo estudantil
esteja preparado para determinadas situações, dado que, a liberdade de expressão
e a reflexão crítica deve ser respeitada e posta sempre em prática.
A escola jesuítica levava em consideração uma educação elitista, reducionista e
etnocêntrica, não apenas uma educação como uma mentalidade que se focava
exatamente nisso. Sendo assim, baseava-se nas virtudes, nos valores cristões e
nas letras com ensino das línguas, além disso em uma escola jesuítica a proposta
era de catequizar e converter os nativos. À vista disso, a educação tradicional teve
como intenção universalizar o conhecimento, o professor acaba atuando como
instrutor e automaticamente vai instruir os alunos com os saberes a serem
desenvolvidos.
Para mais além, a educação no império foi intitulada por três períodos sendo estes
primário, secundário e superior. No primeiro era ensino apenas ler e escrever, no
secundário se manteve nas aulas régias e por fim o ensino superior é voltado para a
elite. O Brasil Império, foi marcado por rupturas (no pacto colonial) e continuidades
(na submissão interna e externa). A Independência foi feita por um movimento
elitista e conservador, assim, a intenção educacional foi voltada para a elite,
abandonando a educação popular.
A despreocupação e falta de recursos da elite e do Estado, que nem mesmo tinha
um plano nacional educacional legal nas leis, faz com que a maioria da população
não tenha acesso à educação, pois esta está à mercê do Estado agravado ainda
mais pela crise econômica no Primeiro Reinado.
Com a Proclamação da República de 1889, o cenário mudou para o país, inclusive
no sistema educacional. O Brasil era uma monarquia com o poder centralizado no
imperador e passando para o federalismo, com o poder nas mãos de um presidente.
A reforma automaticamente afetou também na educação, foi quando o ensino
passou a esse este que nós conhecemos agora.
Diante do exposto, a democracia radical prega por igualdade radical nas relações
étnico-raciais, de classe e gênero. Dado isso, a escola deve atender todos os
cidadãos com equidade, dando a cada um o que se necessita para que todos
tenham a mesma oportunidade. Entretanto, o que se vê hoje em dia é um enorme
descaso vindo da educação, uma vez que, a sociedade impõe a desigualdade de
classe, gênero, racial, afirmando sempre o preconceito que está mais que
enraizado.
Em 1960 ocorreram diversas mudanças como o surgimento da primeira lei de
diretrizes e bases da educação brasileira, outros fatos como a ditadura militar, a
reforma no ensino superior e a implantação do tecnicismo como pedagogia oficial
pelo governo federal. Para mais além, foi no ano de 1960 que aconteceram as
movimentações e ações contestadoras do pensamento ortodoxo sobre o
conhecimento produzido com os modelos etnocêntricos, surgiu então o pensamento
de uma nova sociologia na educação, este período acabou se perdurando até o ano
de 1980 mesmo tendo tido muitas desistências.
Tendo em mente que para se obter uma educação de qualidade e algo que pregue
a igualdade, o currículo escolar é significativo, visto que, ele serve para se ter uma
base da prática pedagógica. Outrossim, abordará a criação de conteúdos e
atividades escolares com objetivo a formação dos indivíduos, entretanto, o cotidiano
da vida escolar nos dias atuais é repleto de preconceitos e estigmas sociais onde
infelizmente a classe social mais alta é aquela que tem direito a uma educação
digna, enquanto a classe baixa é rebaixada. Por fim, os dias atuais de nossa
educação são marcados pela desigualdade e mesmo que tenhamos um currículo
escolar de qualidade isso vai permanecer enquanto a sociedade não mudar de
opiniões.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

História da educação na Antigüidade I tradugäo do Prof. Mário Leônidas Casanova


I Säo Paulo, E.P.U Ed.da Universidade de São Paulo, 1973.

Nunes, Rui Afonso da Costa, 1928- História da Educação na Idade Média Ruy
Afonso da Costa Nunes -São Paulo : EPU Ed. da Universidade de São Paulo, 1979.

Nunes, Rui Afonso da Costa, 1928- História da Educação no Renascimento / Ruy


Afonso da Costa Nunes.- São Paulo - EPU - Ed. da Universidade de São Paulo,
1980.

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