Metodologia de Ensino e Didáctica Vocacional

ENSAIO TEÓRICO À LUZ DAS TEORIAS COGNITIVAS: JEROME BRUNER

Nota introdutória

As necessidades Educativas Especiais, são de relevância no processo de ensino-

aprendizagem, porque permitem ao educador escolher devidamente os métodos a usar em sala de
aula, com vista ao enquadramento dos alunos que necessitem de mais atenção e
acompanhamento pedagógico. O presente ensaio, desenvolve-se na cadeira de Necessidades
Educativas Especiais, com o intuito de buscar relacionar a teoria de aprendizagem às
necessidades educativas especiais. Para tal, desenvolve-se um trabalho que vai trazer uma
abordagem mais específica de criança e com base na teoria de Jerome Brunner (cognitiva), tenta
trazer uma visão de se leccionar a essa criança. O objectivo deste trabalho, desencadeia-se em
volta da pretensão de analisar a eficácia e aplicação da teoria às necessidades educativas
especiais.

TEORIAS COGNITIVAS: JEROME BRUNER

Nesta abordagem o autor, não olha para a complexidade da matéria como escolho à
aprendizagem. "É possível ensinar qualquer assunto, de uma maneira honesta, a qualquer criança
em qualquer estágio de desenvolvimento". Levando-se em conta o desenvolvimento intelectual
da criança, a tarefa de ensinar determinada matéria é a de representar a estrutura deste conteúdo
em termos da visualização que a criança tem das coisas.

Tomando como ponto, o pensamento acima referido, pode-se perceber que para o autor,
não importa o grau de complexidade do conteúdo, mas com boas metodologias e estratégias, é
possível ensinar qualquer conteúdo. Ao que toca, as crianças com necessidades educativas
especiais, o pensamento encontra uma base, por que, o professor será obrigado a adequar os
conteúdos ao nível cognitivo da criança, possibilitando dessa forma uma aprendizagem
significativa. Ademais, o ensino a crianças com NEE, deve focar-se em equilibrar os conteúdos
as crianças, seja na abordagem ou na maneira que o professor faz relações com a vida ou
conhecimentos prévios. Para Bruner, o que é relevante em uma matéria de ensino é a sua
estrutura, as suas ideias e as relações fundamentais. Para haver fidelidade à estrutura básica da
matéria tratada, pensadores e cientistas mais capazes em cada disciplina particular devem ser
mobilizados.

Em sua abordagem, Bruner enfatiza a aprendizagem por descoberta, que ajuda o aluno a
resolver problemas e procurar preencher algumas lacunas, o que vai despertar a curiosidade no
aluno, motivando-o dessa forma a querer aprender. E além disso, a aprendizagem por espiral, é
uma estratégia eficaz para os alunos com NEE, por que vai permiti-los abordar o mesmo assunto
em diversos anos de aprendizagem, o que vai fortalecer mais o seu entendimento no assunto. A
aprendizagem por descoberta, é também essencial para a aprendizagem, principalmente de
crianças com NEE, por que desperta a curiosidade, que é a forma de conseguir estimular uma
pessoa num determinado assunto, nas para isso, a actividade do professor, torna-se mais
complexa e cuidadosa, por que ele, precisa trazer conteúdos de forma que interessam aos alunos,
os motive a querer descobrir mais por conta própria.

Descrição da criança

Cristina Narciso, natural de Homoíne, nascida aos 03 de Fevereiro de 2002, é uma

criança que possui NEE, a sua aprendizagem tem sido em todos os anos retrograda. Bastante
motivada em aprender, mais devido aos problemas cognitivos, não consegui assimilar a matéria a
longo prazo. De acordo com a mãe, a menina ainda frequenta o ensino primário, sendo que com
sua idade deveria já ter terminado o ensino secundário. Um dos exemplos de que precisa de uma
intervenção mais específica, por que mesmo explicando diversas vezes, demonstra ter
assimilado, mas depois em avaliação não consegue colocar em prática os conteúdos aprendidos
em sala de aula, ou mesmo em casa, por que a mãe, acrescenta que é necessário explicar e
reexplicar e ter ciência de que pode falhar, com isso, não se deve aplicar qualquer tipo de
punição, mas sim, incentivar e elogiar pra que se sinta ajudando e prestativa.

Relata-se ainda, pela mãe, que por várias vezes, teve de repetir a mesma classe, no
pensamento de que repetindo varias vezes o mesmo conteúdo, pudesse demonstrar avanço e
compreensão da matéria. O que, por volta de 10 anos, não se mostra com resultados.

Aplicação da teoria à criança

 Como forma de aplicar a teoria a criança, o professor precisa antes delinear, uma a sua
abobadem, primeiramente na forma de dar as aulas, para que consiga delimitar o tipo de
avaliação. Para o caso, em alusão no trabalho, e necessário que a criança se sinta primeiro não
julgada (isso cria receio de participação e dificulta sua interacção com a turma), e posto isso,
estimular a criança para que queira demonstrar avanços.

Mas acima disso, é importante tratar a criança como ela mesma, sem colocar para baixo
reduzindo o seu interesse pela escola. A teoria de Bruner, defende que a matéria nunca é
realmente complexa para a criança, mas os métodos a se usar se não forem justos a essa criança,
não haverá nenhuma aprendizagem. Dar conteúdos de que a criança já tenha tratado, pode ser
uma forma de avaliar seu nível de absorção à matéria. E com o exercício, o professor, pode
avaliar se a criança está percebendo ou não os conteúdos.

Já que, a abordagem de Bruner baseia-se em ensino por descoberta, a estimulação a esses

alunos pela parte do professor é a forma mais viável de se chegar a algum lugar. Como forma de
aplicar a teoria cognitiva, o professor deve levar à sala de aula, material que estimule e crie uma
vontade nos alunos de aprender.

Olhando para a criança descrita no ensaio, a teoria pode ser viável, permitindo uma
assimilação melhora da matéria, mas precisa o professor, entender a forma como a criança pensa,
o que lhe motiva ou causa curiosidade. Acima de tudo, a teoria defende que qualquer assunto
pode ser ensinado a qualquer criança, e isso significa que não depende do aluno especial, mas do
professor e da forma como ele vai abordar os conteúdos.

Considerações finais

Toda a criança seja ela portadora de NEE ou não, precisa de uma abordagem cuidadosa e
consciente de suas particularidades. O trabalho desenvolveu-se sob o prisma de NEE, que se
baseia em lidar especificamente, com crianças especiais, e o ponto desse ensino encontra-se na
sua abordagem metodológica, que vai ser equilibrar os conteúdos ao nível da criança e buscar
estimular à aprendizagem, aplicando métodos que se se adequam as necessidades da criança.
Ensinar uma criança com NEE, deve ser uma tarefa para qualquer educador, lidar com métodos e
consciência de que o tratamento deve ser diferenciado. Esse pensamento, não significa que o
professor deva mimar os alunos com NEE, mostrando diferenças em sala de aula, mas sim, olhar
para todos como um só. Essa postura, vai fortalecer os alunos, e vai mostrá-los que na sala não
existe tratamento preferencial, não criando desordem e possível vingança dos alunos entre si,
prejudicando a aprendizagem.

Grosso modo, percebeu-se com o trabalho que toda a teoria precisa de uma
sustentabilidade no processo de ensino. A inclusão de alunos com NEE, não se limita em
misturar os alunos, mas a interacção em sala de aula é que vai ser determinante para uma
aprendizagem. Partindo da forma que o professor olha para os seus alunos e a forma como
elabora os conteúdos devidamente para o caso. Por que é importante olhar para cada caso
especial, e desenhar estratégias para esse aluno, de modo que consiga realmente se incluir à sala
e a aprendizagem. Sempre deixar o aluno confiante e motivado, pontos que vão agregar no fim e
vão melhorar a interacção do aluno e consequentemente permitir melhorar o seu nível cognitivo.