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AS NOVAS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

Samuel Simão1

Resumo: O objetivo desse artigo é contribuir para a divulgação das novas tendências pedagógicas, práticas educativas
renovadas de ensíno que asseguram, a melhor preparação intecletual e moral dos alunos.
Palavras-Chaves: Pedagogia, Ensino, dever.

Abstract: The purpose of this article is to contribute to the dissemination of new pedagogical trends, renewed educational
teaching practices that ensure the best intellectual and moral preparation of students.
Keywords: Pedagogy, Teaching, duty.

1
Historiador, Graduado pela Universidade Agostinho Neto (UAN). Cientista Social formado pelo Grupo Resplandecer,
em Organização Institucional e Pedagógica. Membro do Grupo de Pesquisa desta Instituição. E-mail:
samuelsimao460@gmail.com.
1
As novas tendências pedagógicas: o que são?

Poderiamos enumerar diversas respostas para justificar a pergunta colocada, mas não é o que se
pretende para saber o que são novas tendências pedagógicas, conjunto de teorias que visam superar a
pedagogia da reprodução, que ao longo dos tempos nega a curiosidade dos alunos produzindo assim,
baixos níveis de reflexão, por uma pedagogia da autoria que valoriza as potencialidades criativas e as
curiosidades dos alunos.

Num entendimento mais abragente, as novas tendências pedagógicas, como conjuntos de teorias,
apontam que o aluno não pode ser unicamente consumidor do conteúdo elaborado pelo professor,
deve contribuir para a construção deste conteúdo. Estas novas tendências pedagógicas, promotoras
da melhoria das práticas didácticas, visam melhorar a qualidade do ensíno aplicado nas escolas, a
prática pedagógica na sala de aula, transformando o educador num bom professor, capaz de se
adaptar às condições existentes e produzir bons resultados, como veremos nos pontos seguintes.

1. O perfil do Professor da escola do passado e da nova escola

O perfil do professor na perspectiva de Pedro Peterson ´´deve contemplar alguns elemenos


essenciais como a idade, as habilitações literárias e a formação pedagógica adquirida. Acrescenta o
autor, o perfil do professor é, por conseguinte, aquilo que o prefssor deve saber, fazer e ser``2, que
no nosso entender deve congregar a competência e seriedade.

Com a evolução das sociedades e os avanços científicos, o perfil do professor tem se transformado,
criando rupturas na sua forma de atuação tradicional, centrada no professor que dirige, vigia, corrige,
todo o processo de ensino das aprendizagens, transferindo assim os conhecimentos/conteúdos aos
alunos como verdades absolutas.

Para descontinuação deste perfil, que aprisiona os alunos aos conteúdos transmitidos pelo professor,
Paulo Freire, chama-nos atenção adoptar um perfil que dá liberdade aos alunos de criarem
possibibilidades para a produção ou construção do conhecimento, como ilustra o quadro abaixo:

Tendências Perfil do Conteúdo Métodos/Técnicas Papel da Escola


Pedagógicas Professor
Tendência Transmissor, Baseia-se nos Exposição e Preparação intelectual e
Tradicional autoritário, conhecimentos demonstração moral dos alunos.
afoga a elaborados verbal da Preparar o indivíduo para
liberdade dos exclusivamente matéria o mercado de trabalho
alunos pelo professor
Tendência Organizador, Baseia-se na Por meio de Preparação intelectual.
Liberal-Crítica auxiliador, busca dos experiências, Formação do aluno-autor.
(Escola Nova) democrático, conhecimentos Pesquisas e
estimulador pelo professor e método de
pelos próprios solução de
alunos. problemas

2
PETERSON, Pedro. O Professor do Ensino Básico. Lisboa, Colecção Horizones Pedagógico, 2003. P.31.
2
2. O professor e os novos métodos/técnicas de actuação na sala de aula

Ao organizar a matéria é fundamental perceber que o conteúdo a disposição do professor é um


conhecimento inacabado, cuja sua conclusão termina com os saberes que os alunos possuem sobre o
tema. Compete ao professor a prepaparação psicológico dos alunos para aula3 do dia, isto é, ´´criar
as condições, que motivem as crianças, cada uma com a sua experiência pessoal, a aprendizagem
activa``4.

Ao entrar numa sala de aula o professor deve estar aberto as curiosidades e as perguntas dos alunos e
não pode, como ensina Paulo Freire, ´´ silenciar esses alunos durante um terço do dia para que
ouçam com atenção a fala do professor, que reproduz, seja com o quadro e o giz, seja com a lousa
digital, o modelo tradicional de ensino, é negar a eles a criatividade, a autonomia e a autoria nos
espaços de aprendizagem […] saber que ensinar não é tranferir conhecimento ``5. O professor deve
dar espaço ao diálogo, manter durante todas as fases da aula, a troca de informação com os alunos,
que com os seus saberes vão participando e contribuir para a construção do conteúdo.

A função do professor não é depositar conteúdo aos alunos, ou melhor, chegar na sala de aula, ditar
ou escrever no quadro e explicar a matéria. A atuação do professor na sala de aula, não pode basear-
se neste método expositivo, nem levar os alunos a memorizar os conteúdos e a reprodizí-los tal como
ele ensina, procedendo deste modo, o professor reduz a criatividade, a prática da escrita dos alunos,
cria raizes que levam os alunos desde da base até ao ensino superior a reproduzir, copiar/transcrever
os conhecimentos.

De acordo com Gonçalves Pedro,

Cada professor tem o seu método próprio de dar aulas. Uns são mais directos e
breves; outros desenvolvem mais as suas ideias. Uns são claros e ordenados;
outros são complexos e dispersos. Uns repetem várias vezes os pontos mais
significativos da matéria; outros preferem organizar e resumir o essencial no
fim de cada aula.6

No nosso entender o professor deve selecionar métodos que estimulam aparticipação, a


curiosidade e à criação, permitindo que todos alunos da turma compreendam e interpretem
devidamente. A interpretação correcta acontece quando o aluno for capaz de dizer por suas
palavras aquilo que se ensina.

O professor deve selecionar um método:

-- Claro e participativo (para que todos entendam claramente o que se pretende dizer e
participem);

3
A aula como forma fundamental de organizar o processo de ensino-aprendizagem foi introduzida no ensino,
pelo pedagogo e teólogo Johann Amos Comenius, no século XVI.
4
Ibid. 78.
5
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire. – São Paulo:
Paz e Terra, 1996. P.
6
PEDRO, Gonçalves. Apontamentos de Língua Portuguesa (Miscelânia I). Luanda, UAN-FCS, 2017.
3
-- Objectivo (breve);

-- Imparcial (fazer compreender toda a turma e não uma minoria);

-- Fundamentado (dar exemplos relacionados à aula).

3. A aula e o Meio Social

É tarefa do professor compreender que aula não se limita ecxclusivamente na sala, através do
programa deve estabelecer uma relação entre os conteúdos e o meio, organizar e distribuir tarefas
indivíduais ou colectivas aos seus alunos. Explorar com a sua turma espaços que ajudam ampliar os
conhecimentos dos estudantes. Por exemplo, numa aula de Estudo do Meio com o subtema: os
compartimentos da escola, o professor pode visitar com os alunos todos os compartimentos da
escola; Numa aula de Química sobre as transformações Físicas e Químicas o propfessor pode fazer a
experimentação/demonstração no pátio da escola. Todos os locais a volta da escola, cuja sua
existência pode ampliar os conhecimentos dos alunos devem ser explorarados pelos alunos na
companhia do professor.

4. Os assuntos da lição (Avaliação contínua)

Todas as lições/aulas ministradas pelo professor devem ser avaliadas, ao longo da aula, no final da
aula, no início da aula. Os professores ignoram a avaliação contínua das aprendizagens e no final do
trimestre inventam o MAC (Médias Avaliações Contínua) para cada aluno.

Os professores que não realizam a avaliação contínua das aprendizagens, não motivam os seus alunos
a assimilarem o que eles ensinam, nem controlam os resultados do que ensinam.

Como pode ser feita esta avaliação, no Ensino Primário, Iº e IIº Ciclo?

ESCALA DE Ensino Primário Ensino Secundário Factor de


AVALIAÇÃO Conversão
CONTÍNUA O–5 0 - 10 2

MAC/Dia =

MAC/Dia =

MAC/Dia = 3 ˣ 2

MAC/Dia: 6. Este é a nota que vai na cardeneta das avaliações diárias do aluno ou no caderno
de apontamento do professor das avaliações diárias.

MAC/Semana=

4
MAC/Semana=

MAC/Semana=

MAC/Semana= 5,2

Meses Setembro Outubro Novembro


Semanas 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
MAC/Semanas 5 6 8 9 3 7 2 - 1 5 8 9

No final do trimetre, o professor poderá somente calcular:

MAC/Trimestral =

MAC/Trimestral =

MAC/Trimestral =

MAC/Trimestral = 5,7

Manuel Afonso, aponta que,

os resultados da avaliação contínua permite ao aluno fazer a auto-avaliação das


suas aprendizagens e ao professor conhecer os pontos fracos e fortes de cada
um dos seus alunos e do seu próprio desempenho.7

Para que os alunos aprendam com maior facilidade, os professores devem evitar excessos de
proibições na sala de aula, confiar mais nas capacidades dos alunos, para que eles ganhem
maturidade, responsabilidade e estejam sempre motivados a aprender.

7
AFONSO, Manuel. Manual de Apoio ao Sistema de Avaliação das Aprendizagens. Luanda, INIDE editor, 2ª Edição,
2011, p.7.
5

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