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Belmira – apresentou o trabalho – 14 valores no teste

Código restrito e código elaborado

CLASSE TRABALHADORA – FALA CITSWA, GITONGA E CLASSE MEDIA FALA PORTUGUES

PONTO DE PARTIDA - Bernstein estabelecia relações entre a divisão social do


trabalho, a família e a escola e analisava como tais relações influíam nas
diferenças de aprendizagem entre as classes sociais.

Constatacao - a linguagem falada pelos estudantes da classe trabalhadora não era


a mesma linguagem utilizada pela escola.

Código restrito e código elaborado: relações causais entre linguagem, família


e classes sociais

A tese de Bernstein (1986, 1982) é que o fator determinante para o


desenvolvimento dos códigos seria as formas diferentes de socialização que a
criança recebe no ambiente familiar.

Argumentos

1. Bernstein sustenta que os indivíduos de classe média dominam os dois


códigos, enquanto os indivíduos de classe trabalhadora dominam apenas o
código restrito.

A escola reproduz desigualdades sociais em forma de desigualdades


escolares.

Os estudantes mais favorecidos devem ao meio de origem os hábitos, as


atitudes. Os saberes, gostos e um bom gosto.

O sistema educativo perpetua o privilégio. A igualdade de oportunidades não


promove a superação das desvantagens dos alunos das classes
trabalhadoras.

Compreendem que a instituição escolar dissimula por detrás de sua aparente


neutralidade a reprodução das relações sociais e de poder vigentes:
encobertos sob as aparências de critérios puramente escolares, estão os
critérios sociais.

2. Bernstein salienta a importância do tipo de organização das famílias, que,


segundo ele, são basicamente de dois tipos: a família posicional (famílias de
classe trabalhadora) e a família pessoal, (classe media).

Na família posicional, as regras e decisões estão centradas na posição que o


membro ocupa na família (pai, mãe, filho, avó, neto).

As diferenças individuais são fracas e se baseiam na autoridade.


Consequentemente, a comunicação se realiza por meio do código restrito.
Diferentemente, na família pessoal, as decisões e os julgamentos estão
direcionados às qualidades psíquicas da pessoa, independentemente da posição
que ocupa na família. Nessa relação, a comunicação é aberta e predomina o uso do
código elaborado.

Em suma, o que vai influenciar decisivamente para o desenvolvimento de um dos


códigos é o meio social, ou seja, as formas de socialização que a criança recebe no
seio familiar.

CRITICAS AO PENSAMENTO DE BERNSTEIN - Bernstein viu-se reduzido a um


teórico do déficit linguístico (SOARES, 2002).

REACAO DO AUTOR FACE AS CRITICAS - Nenhum dos códigos é inferior (ou


superior) ao outro.

Trata-se efetivamente de formas de uso da linguagem que estão mais ou menos


presos ao contexto.

Contexto escolar

No entanto, do ponto de vista do desempenho na escola, os códigos exercem


papeis diferenciados. Os estudantes que não dominam o código elaborado
estão mais propensos a desempenhos insatisfatórios.

E isso porque:
1. A escola se ocupa necessariamente da transmissão e do desenvolvimento de
ordens de significação universalistas.

2. A escola ocupa-se em tornar explícitos – e em elaborar através da linguagem


– os princípios e operações que se aplicam a objetos [...] e a pessoas [...]. O
primeiro grupo de crianças [da classe média] através de sua socialização, já
é sensível às ordens simbólicas da escola ao passo que o segundo [da
classe trabalhadora] é muito menos sensível às ordens universalistas da
escola. (BERNSTEIN, 1982, p. 26-7)

2ª FICHA

PONTO DE PARTIDA - as relações de poder e os princípios de controlo da


sociedade são traduzidos em princípios de comunicação que posicionam os
sujeitos.
Assim, o dispositivo pedagógico não é ideologicamente neutro e a relativa
estabilidade de suas regras se deve à ligação que mantém com a distribuição do
poder e das formas de manutenção da ordem social.

ANÁLISE DO PROGRAMA DE ENSINO - Considerando o conteúdo de excertos do


programa, Lopes e Morais (2001) analisaram a mensagem ali expressa.
Conclusao - o programa estudado atribui uma ênfase mais acentuada às
competências cognitivas simples do que às competências cognitivas
complexas.
EXPLICACAO

teria relação com a ampliação do acesso à escola (nos termos das autoras, a
“massificação do ensino”) que teria resultado na redução do nível de exigência
no processo ensino-aprendizagem no sentido de garantir que todos
compreendam o que é ensinado.

QUESTAO DE REFLEXAO?
Mas, questionam: “será que se caminha para um mais alto grau de literacia
científica dos cidadãos, dando o programa mais ênfase às competências cognitivas
simples do que às complexas?”

diplomas atribuídos pela escola constituem um critério para atribuir papeis


diferenciados aos indivíduos, para legitimar a diferenciação social e para
constituir um sistema mais ou menos justo de recompensas sociais

O que mantem a sociedade estável não é a partilha de valores comuns, o


consenso, ordem social como sugerem os funcionalistas, mas sim, de acordo
com as teorias de conflito os grupos dominantes tem uma habilidade para
manter os seus dominados sob manipulação e fazer o que eles querem. (Max.)

Para as teorias de conflito a sociedade é um palco de poder e de luta: grupos


sociais detentores de poder tendem a fazer tudo o que podem para reforçar,
legitimar e reproduzir a sua posição de superioridade em toda a estrutura social,
segundo MAX.

As teorias de conflito defendem que não obstante a aparente massificação e


democratização das escolas, estas são incapazes de garantir a mobilidade
social, porque reproduzem a estrutura social existente, ou seja a escola não
muda o estatuto social do individuo. (quem entra pobre sai e continua pobre,
como se nunca tivesse entrado, o rico entra, sai e continua rico).

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