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A Importância da Gestão Ética do Administrador de Empresas

Oseas Alves Galvão Junior1


Dina Lopes2

RESUMO

O presente artigo trata da importância de uma gestão ética do Administrador de


Empresas, considerando-se que existe uma estreita relação entre a ética
empresarial e a cultura organizacional. De fato, líderes e funcionários, que aderem a
um código de ética criam, também, uma cultura organizacional ética. Os líderes de
uma empresa podem criar uma cultura ética exibindo o tipo de comportamento que
gostariam de ver nos colaboradores. Como metodologia, utilizou-se a revisão de
literatura com buscas em sites especializados no assunto e artigos relacionados ao
tema que responderam plenamente aos objetivos propostos para elaboração desse
artigo. Após uma revisão de literatura, o resultado encontrado foi que o
comportamento ético entre os trabalhadores de uma organização garante que o
ambiente profissional funcione com honestidade e integridade. Conclui-se após a
coleta de dados e revisão literária, que os colaboradores que usam a ética para
orientar seu comportamento aderem às políticas e regras da empresa ao se
esforçarem para atingir os objetivos da organização.

Palavras-chave: Administração. Ética. Organizações.

1. INTRODUÇÃO

No atual mundo globalizado, a negociação faz-se presente no dia a dia de


uma organização por se tratar de um ambiente de constantes conflitos e mudanças.
As inúmeras transformações que ocorrem neste cotidiano fazem com que os jogos
de interesses entrem em choque com as questões éticas envolvidas nas
negociações organizacionais, que contam com inúmeros fatores ocultos em relação
à estas questões, onde são relevantes os interesses econômicos, primeiramente no
lucro e, em seguida, no plano de questões morais.
A falta de ética, no início do século, de acordo com Carneiro (2002), deixou de
ser vista como uma doença crônica para se tornar uma doença aguda do
capitalismo, causando uma grande preocupação em relação à ética das relações

1
Acadêmico(a) do curso de Administração de Empresas da Faculdade Anhanguera.
2
Professora e Orientadora da Faculdade Anhanguera
organizacionais, devido aos frequentes escândalos financeiros e políticos, seguidos
de falências por fraudes e as posturas antiéticas defendidas pelas organizações
visando o lucro imediato. Sendo assim, percebe-se que para o administrador de uma
organização existem motivos suficientes para que haja uma grande preocupação em
relação à ética no desempenho de sua função e seus impactos causados no
desenvolvimento da organização, tema deste trabalho.
O presente trabalho tem como tema “A Importância da Gestão Ética do
Administrador de Empresas” onde se faz uma análise através de revisão
bibliográfica em autores estudiosos sobre o assunto, apontando os impactos
positivos e negativos para as empresas enquanto a conduta ética do administrador,
assim como a influência que o comportamento ético tem nas tomadas de decisões
que poderão acarretar ou não riscos no sucesso e na permanência da organização
no mercado.
Para fins de pesquisa, utiliza-se como questão norteadora a seguinte
pergunta: Quais os impactos que envolvem a ética do Administrador que influenciam
no sucesso ou no fracasso da organização como um todo?
O presente artigo tem como objetivo demonstrar o conflito atual nas
organizações em que muitos administradores sofrem pressão para obter lucros a
qualquer custo em suas negociações, surgindo a necessidade da prevalência da
ética nas negociações empresariais, através de uma conduta ética estabelecidas
para padronizar e formalizar o entendimento da organização em seus diversos
relacionamentos e negociações.
Como objetivos específicos para o alcance dos resultados, utiliza-se os
seguintes itens: Conceituar a conduta ética na organização e os motivos que levam
à conduta antiética nos processos de negociação; Definir o papel ético da empresa e
suas responsabilidades para com a sociedade, seja no país onde atua, ou, até
mesmo na internacionalização face a globalização; Abordar as verdades comuns
que integram e dão coerência às ações globais.
A escolha do tema se dá por se entender que a ética como alicerce das
negociações nas organizações abrange não somente a legalidade de suas
atividades, como ainda reflete nos princípios que possibilitam um retorno positivo da
imagem da empresa e de seus integrantes, o que motivou a elaboração deste
trabalho.
Por se tratar de um assunto relevante para o desempenho e a assertividade
nas tomadas de decisões por parte dos administradores, justifica-se a escolha do
tema pela motivação de se fazer valer cada vez mais a ética por parte desses
profissionais como uma constante, obtendo-se, desta forma, não somente
credibilidade das organizações, assim como a lisura das decisões tomadas para
resolução de todos os tipos de negociação que venha a ocorrer no ambiente
organizacional.
Pretende-se, ao final deste trabalho, contribuir para a comunidade acadêmica,
empresarial e para a sociedade, trazendo compreensão acerca do assunto de forma
clara e objetiva, motivando novas pesquisas e bibliografias sobre o assunto que
possam vir a somar e divulgar sobre a importância do comportamento ético dos
administradores de empresa para o sucesso ou fracasso das organizações.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Metodologia

A metodologia adotada nesta pesquisa trata-se de uma revisão de literatura


com método de pesquisa bibliográfica qualitativa e descritiva, com base nos autores
Lewicki (2023), Matos (2012) e Ferrel et al. (2001), por meio de consultas a livros,
artigos, sites confiáveis publicados nos últimos 5 anos. Os critérios de exclusão se
basearam no descarte de artigos sem teor científico. Foram utilizadas as palavras-
chave Ética, Administradores de Empresa, Organizações.

2.2 Resultados e Discussão

Ética é um conceito antigo e bastante difundido. E ela é importante para que o


desenvolvimento de pessoas conjuntamente seja possível sem que se extravase o
limite do aceitável e do respeito. A ética empresarial é algo imprescindível para o
bom funcionamento de uma empresa e para o bom relacionamento entre as equipes
e os colaboradores. É ela que permite que haja respeito mútuo dentro das relações
de trabalho. Ética é um conceito antigo e bastante difundido.
Essa é a prática de conceitos éticos dentro do ambiente corporativo. É como
se houvesse um tipo de manual (expresso ou não) de comportamentos que são ou
não aceitáveis em um contexto. Quando se analisa a ética com base no ambiente de
trabalho, tem-se que ela se volta ao comportamento e às relações dos
colaboradores, ao tratamento com os parceiros, com os clientes, superiores e
colaboradores em geral.
A ética é concebida pelos filósofos e estudiosos como uma série de conceitos
que se revelam em regras e preceitos morais. Ela pode ser compartilhada por um
grupo de pessoas ou pertencer a um indivíduo sozinho. Ela se forma a partir de
valores e princípios que são responsáveis por embasarem decisões e
comportamentos. A ética se diferencia da moral pelo fato de que a primeira é interna
enquanto a segunda é normatizada por regras e leis.
A ética no trabalho se ilustra como uma série de valores e princípios que
orientam uma conduta. A forma de tratamento, a concorrência legal, a aplicação da
empatia e a valorização pelo sigilo das informações internas fazem parte dela.
A ética será o sentimento que pode estar arraigado em um grupo. Já a moral
demonstra tal status que obtém sua conversão em regra social. Note que existem
valores éticos que não serão morais. Existem valores morais que não
necessariamente são éticos. E é possível que os dois se encontrem e se
complementem.
Com base nessas informações, entende-se que não basta a empresa
apresentar conceitos de atuação empresarial e ter a intenção de promover a ética,
pois essa promoção somente irá ocorrer quando os meios forem dispostos no
ambiente e quando a empresa trabalhar ativamente e não de forma passiva.
Dentre os valores que se destacam como ética empresarial estão:
 Integridade dos colaboradores para agirem de acordo com as regras internas
de respeito à empresa e aos demais colegas ao longo da jornada de trabalho;
 Sigilo de informações pessoais e empresariais que eventualmente sejam
compartilhadas no ambiente de trabalho;
 Responsabilidade com as atividades, o que inclui a observação dos horários,
prazos, tarefas e assunção de falhas e erros;
 Respeito: o tratamento bondoso e educado entre todos os colaboradores,
independentemente do seu grau de hierarquia, é essencial no ambiente de
trabalho ético; Exemplo: os gestores e líderes devem ser exemplos de ética
dentro da empresa.
Para as organizações o que importa não é só o desenvolvimento técnico e sim
o colaborador ser tecnicamente muito bom, mas não ter aspectos morais e éticos
comprováveis não interessa às organizações que sejam saudáveis. Então, trabalhar
esses aspectos é um diferencial.
A empresa tende a fazer mais negócios e conquista a confiança do público e
dos parceiros. Já os colaboradores encontram maiores chances de conquistar a
vaga dos sonhos, manter-se nela e se desenvolver profissionalmente. A
competitividade dentro das empresas é algo muito interessante. Ela apresenta
desafios aos colaboradores que, para superá-los, devem buscar aprofundamento
técnico e novas soluções para os problemas comuns do dia a dia corporativo.
Nessa hipótese a ética empresarial é crucial para que essa competitividade
seja saudável. Os colaboradores devem competir em pé de igualdade e usando
recursos legais. O sucesso profissional tem na ética um de seus principais lastros. A
competitividade com outros membros da equipe não deve causar desvios de ética, e
é justamente dessa forma que irá tornar-se positiva para o crescimento profissional.
Atualmente, a ética empresarial é amplamente discutida no mundo das
organizações e começou a ganhar evidência nas últimas três décadas. Embora o
campo de pesquisa da ética nos negócios exista há vários anos, a ética nos
negócios não se estabeleceu nas organizações até a década de 1980. Antes disso,
até a década de 1960, as questões éticas eram discutidas principalmente por líderes
religiosos. De acordo com Ferrell (2001, p. 9), tanto a ética social católica nas
encíclicas papais quanto nas encíclicas protestantes revelaram suas próprias
preocupações sobre moralidade, direitos dos trabalhadores, salários justos, etc.,
concluindo que, "essas tradições religiosas lançaram as bases para o futuro campo
da ética nos negócios".
Nas décadas de 1960 e 1970, o ensino da ética começou a ser introduzido
nos cursos de administração e negócios, principalmente nos Estados Unidos. Já na
década de 1970, a ética nos negócios começou a se revelar como uma situação
muito importante e um tanto crítica. Nas décadas de 1980 e 1990, esse campo de
estudo ganhou reconhecimento universal e passou por um processo de
desenvolvimento até se concentrar diretamente em assuntos relacionados ao mundo
comercial. Como Ferrell (2001, p.10) explica:

Em fins da década de 1970, veio à tona certo número de importantes


questões éticas, tais como suborno, publicidade enganosa, conluios na
formação de preços, segurança de produção, e meio ambiente. Ética
empresarial tornou-se uma expressão comum e deixou de ser considerada
um encontro de palavras que usualmente não se viam juntas. (FERRELL,
2001, p.10)

Exemplos de problemas éticos nas empresas são: informações privilegiadas,


suborno, fixação de preços, marketing falso, ocultação de informações, corrupção,
proteção ambiental, má distribuição de renda, desvalorização do trabalho (por
exemplo, discriminação racial, abuso sexual, trabalho), etc., procurando uma
definição de ética empresarial, existem muitas interpretações e ideias sobre este
tema. Clavo (2008, p 122-123) compartilha os seguintes pensamentos sobre ética
nos negócios:

A ética empresarial pressupõe princípios iguais aos da moral em geral. Se


existir uma genuína preocupação com os empregados (qualidade e
ambiente, remuneração, sentido de família, incentivo, segurança),
proporcionando-lhes “dignidade e respeito”, o trabalhador estará feliz e
motivado a produzir qualidade. Esse estado de espírito, essa sensação de
felicidade, são em si questões éticas (CLAVO, 2008, p.122). [...] No
entanto, ter ética empresarial significa atuar num ambiente que não só
procura o respeito e a dignidade de seus empregados (pessoas, e não
recursos), mas também apresentar-se diante da sociedade de maneira
honrada, verdadeira e honesta, idealmente na procura do bem social.
(CLAVO, 2008, p.123)

Portanto, os problemas éticos das empresas não significam apenas aqueles


problemas que surgem em seu ambiente com seus participantes. Suas atividades
podem ter efeitos positivos e negativos diretamente na sociedade, seja na economia
da região, seja nas relações com fornecedores, concorrentes, clientes ou na
proteção ambiental. Com isso, a ética corporativa deve incluir uma ética que atenda
aos interesses de todos, ou seja, as empresas realizam suas atividades e obtêm
lucros de forma que não ameacem o desenvolvimento da sociedade em geral. É o
que Gonçalves e Wyse chamaram de ética pública “(...) onde os interesses da
organização são preservados sem prejuízo das atividades que promovem o bem-
estar e o desenvolvimento da sociedade como um todo” (GONÇALVES e WYSE,
1997, p.59).
Ferrell (2001, p.7), corrobora com outra definição importante de ética
empresarial:

(...) ética empresarial compreende princípios e padrões que orientam o


comportamento no mundo dos negócios. Se um comportamento específico
exigido é certo ou errado, ético ou antiético, é assunto frequentemente
determinado pelos stakeholders, tais como investidores, clientes, grupos de
interesse, empregados, o sistema jurídico vigente e a comunidade.
(FERRELL, 2001, p.7)

Desta forma, acrescenta-se a informação relevante de que a ética nas


empresas reflete as práticas de negócios quando se comporta moralmente com os
stakeholders, que são grupos relacionados que têm influência nas operações da
empresa, sendo que eles podem influenciar diretamente as empresas, aceitando ou
rejeitando suas ações. Embora os termos "ética empresarial" ou "ética empresarial"
sejam usados para falar do mesmo tema, do ponto de vista do mercado e da
globalização atual, parece mais adequado utilizar o termo "ética empresarial" porque
uma empresa tem de prestar serviços aos seus clientes e fazer negócios é a forma
que uma empresa quer se manter no mercado.
Um mercado globalizado onde as forças externas influenciam qualquer setor
empresarial destaca as dificuldades enfrentadas pela empresa tende a encontrar
sua própria trajetória de acordo. Geração de receita, margens mais alto lucro,
qualidade de vida dos colaboradores e comportamento sustentável e ético em
primeiro lugar o propósito da sociedade é o mundo comercial (BRITO, 2011).
Mas há algo extremamente importante que às vezes não é devidamente
considerado da maneira que deve ser uma negociação que acontece todos os dias
na organização, se eles estão em um nível superior ou não. A realidade é que
muitos deles atividade comercial seja entre funcionários ou clientes e parceiros
(BRITO, 2011).
Com base nessas informações, pode-se definir negociação como:

Negociação é o processo de buscar aceitação de ideias, propósitos ou


interesses visando ao melhor resultado possível, de tal modo que as partes
envolvidas terminem a negociação consciente de que foram ouvidas,
tiveram oportunidade de apresentar toda a sua argumentação e que o
produto final seja maior que a soma das contribuições individuais.
(JUNQUEIRA, 1986, p. 5)

Alguns acreditam que o sucesso ou a consideração da negociação positiva, é


preciso aproveitar o segundo, pensamento que leva fraudes, mentiras e omissão de
informações em negociações comerciais. É isso o ponto onde a ética e a moral
entram em negociação, para o entendimento das partes Em geral, é necessário
discutir a ética e a moral na sociedade atual.
Cada pessoa tem regras internas e virtudes naquilo que acredita ser o bem-
estar social, que pode ser classificado como moralidade individual. No entanto, essa
moralidade é tratada de acordo com a sociedade em que o cidadão vive, inclusive,
costumes, religião, tabus e outros fatores e abordagens morais podem diferir em
diversas regiões, estados e nações (ABRANTES, 2016).
A ética tenta entender as ações dos homens de acordo com valores
moralidade que orienta a tomada de decisão. A capacidade de concordar sobre o
que é bom e mau, certo ou errado, justo ou injusto, independentemente das práticas
culturais. No entanto, ambos os estudos têm o mesmo objetivo:
De acordo com Abrantes (2016, p. 6), “A finalidade da ética e da moral é
muito semelhante: ambas contribuem para estabelecer as bases que guiam a
conduta do homem e ensinam a melhor forma de agir e de se comportar dentro de
uma sociedade”.
No entanto, as negociações comerciais são um ambiente favorável para
pesquisas éticas nessas interações, porque ambos os lados estão tentando obter
uma vantagem. Nesses casos, também é necessário entender quais fatores
influenciam as práticas da ética e moral individual do negociador à moralidade da
instituição que ele é representar A cultura organizacional da empresa deve ser
levada em consideração, por exemplo, não só a cultura, mas também a cultura
sociocultural do país ou região onde se estabeleceram status sociocultural da outra
parte negociadora. (SOBRAL, 2009).
O estudo da ética negocial é um ambiente que gera diversos conflitos
decidindo e analisando casos e situações práticas de forma que possibilite muitos
diferentes. Discordâncias na análise pode ser o resultado da moralidade de um
indivíduo de cada um é cercado e incentivado por fatores familiares e socioculturais
em uma determinada área. O fato é que existem diferentes pensamentos e
conclusões sobre ética em negociações (SOBRAL, 2009).
Alguns percebem que existem maneiras de enganar a outra parte comercial
natureza das negociações. Bem, tais empresas são caracterizadas por um processo
muito oportunista quando ambas as partes estão tentando alcançar um objetivo
comum, por favor, ambos, mas uma parte tente adicionar o seu lado. (LAX;
SEBENIUS, 1986).

O indivíduo orientado por princípios universais como honestidade e justiça


deve desprender-se de posições partidárias e singulares, enquanto negociar
significa tomar partido, defender interesses, assumir uma postura
competitiva. É por essa razão que algumas práticas de engano e mentira
em negociação, apesar de eticamente condenáveis, são não só aceites
como, por vezes, apreciadas no contexto das negociações empresariais e
legais. (SOBRAL, 2009, p.5)

Com isso, para o indivíduo obter sucesso na negociação, é indispensável que


haja enganação, omissão e indução. Inclusive, pois muitos setores do mercado
acreditam ser válido utilizar de meios antiéticos para alcançar o objetivo,
principalmente quando o negociador ganha “recompensas” da empresa
representada pelo sucesso na negociação, independentemente se a ética foi
respeitada (SOBRAL, 2009).
No entanto, há quem discorde das afirmações de que a falta de ética é natural
nas negociações e que o mundo corporativo tem sua própria moral. Pensadores e
escritores idealistas afirmam que a honestidade absoluta pode ser observada em
todos os lugares tipo de negócios. Não há necessidade de criar uma pose desonesta
porque é o melhor caminho é a ética e a honestidade, mais do que qualquer postura
Antiéticos ou ilegais devem ser condenados (SOBRAL, 2009).
Outro ponto levantado pelos idealistas que defendem a ética e a honestidade
absoluta é que práticas antiéticas podem sim produzir melhores resultados no curto
prazo, mas no longo prazo tais ações podem causar sérios prejuízos. Embora a
honestidade e a ética possam não dar frutos tão rapidamente, no longo prazo elas
são recompensadas por fazer a coisa certa (SOBRAL, 2009).
No entanto, existem profissões em que a ética é necessária e exigida dos
profissionais, como no caso dos gerentes, porque de acordo com os códigos de
ética profissional Liderança (CEPA) são as responsabilidades comportamentais dos
profissionais da área, como a interação moral com o indivíduo, cliente, empregador,
organização e sociedade, desempenhar suas funções com entusiasmo, diligência e
honestidade, sem abrir mão da dignidade humana.
Há também um Código de Ética para Profissionais de Negócios (CEPA) a
negociação possível é influenciada pelas tarefas do profissional, como comunicação.
Para o cliente sobre as condições e benefícios de sua empresa e recomendar as
melhores soluções, além de informar sobre a real situação da empresa prestadora
de serviços. Afinal, é preciso manter todas as informações que tenho sobre a
empresa em sigilo trabalho ou negócio em andamento.
Isso também é para os gerentes em termos de ética profissional sobre gestão
(CEPA), proibições, direitos e outras obrigações dos profissionais e a falha da
pessoa em fazê-lo resultarão em uma ofensa disciplinar. Portanto, é possível
verificar que existem órgãos que regulam a ética e a moral de determinados
profissionais de determinados setores.

2.3 A Ética e a Conduta das Empresas e dos Administradores nos Negócios

A competitividade do mercado transformou o cotidiano da maioria das


empresas em uma grande luta por lucratividade, prestígio e poder, e é nítida a
adoção de práticas como “salvar quem puder” (CUPANI, 2011, P. 161) e “temos que
matar um leão por dia” (CUPANI, 2011, P. 161) perceptível em suas rotinas.
Segundo Cupani (2011, p. 162):
Sob o código técnico do capitalismo, a eficiência tem como mais importante
medida o proveito que se tira na venda de mercadorias. A ele se subordina
toda outra consideração e por ele são ignoradas outras preocupações
(como a qualidade de vida, a educação, a justiça social, ou a proteção do
meio ambiente), reduzidas a meras “xternalidades” (CUPANI, 2011, p. 162).

E as discussões éticas são muitas vezes deixadas de lado em favor de metas


e ganhos de curto prazo. Silomon (2006, p. 37) neste contexto sobre o negócio, que
ainda pertence ao capitalismo (negócio = lucro do ponto de vista) e não como forma
de desenvolver a atividade da empresa:

A vida dos negócios foi reduzida à emoção do mercado e seus “prêmios de


loteria”. Não há orgulho pelos próprios produtos (eles não passam de
instrumentos novos e melhores para se ganhar dinheiro), nenhum senso de
dignidade ou de “serviço” nos serviços que se prestam. (SOLOMON, 2006,
p.37)

Entendendo que empresas são opções com as quais uma empresa tenta
entrar ou permanecer no mercado, e cujo objetivo é fornecer bens e serviços
necessários ao desenvolvimento da sociedade. Solomon (2006, p. 40) define o
empreendedorismo como o objetivo de atender às necessidades do produtor
(empresa) e do consumidor (cliente), que satisfaz a demanda pública ao trazer ao
mercado produtos inovadores, mais eficientes e também mais econômicos.
A ética empresarial defende que as atividades da empresa no mercado
devem estar relacionadas aos princípios e valores que ela declara. Segundo
Cortella, a ética consiste em princípios e valores com os quais foram respondidas às
perguntas: "Eu quero? Posso? Posso?". Ainda segundo Cortella: “os dilemas
existem e são mais fáceis de superar, quanto mais sólidos princípios tivermos e a
preservação da integridade que quisermos” (CORTELLA, 2012, p. 108). As
empresas que pregam algo, mas não praticam, correm o risco de que seus
funcionários, clientes, enfim, toda a sociedade veja inconsistências em seu
comportamento:

A empresa séria pratica o que divulga e não admite que a ética seja mero
instrumento de propaganda. Só assim se conquista respeito e credibilidade.
Aquelas corporações que se envolvem em acidentes ambientais, que não
fazem a manutenção adequada de seus equipamentos, que entregam
produtos fora da especificação ou que submetem seus empregados a
condições indignas de trabalho têm vida curta na sociedade atual.
(CORTELLA, 2012, p.136-137)

Surge, então, o termo ética nos negócios para mudar o conceito de negócio
(enquanto competição e lucro), proporcionando às empresas e gestores melhores
escolhas éticas e, consequentemente, melhores resultados. Vale lembrar que bons
resultados muitas vezes não são imediatos (muitas vezes são efêmeros), mas sim
aqueles que dão longevidade à empresa, à empresa. “O problema prático da ética
empresarial é como mudar nossa percepção dos negócios e da empresa para que
nosso negócio seja mais bem-sucedido” (SOLOMON, 2006 p.23). A ética ajuda a
ampliar as oportunidades de negócios porque traz credibilidade aos negócios.

2.3.1 A Relação do Administrador com a Ética

No curso de administração de empresas, os princípios básicos e centrais da


gestão, como planejamento, organização, direção e controle e comprometimento,
são estudados ao longo de quatro anos. Também são fornecidas informações para
analisar as atividades financeiras e contábeis da organização. Observa-se que os
sistemas de informação são necessários para o gestor apoiar a tomada de decisão,
e a empresa necessita de um bom marketing para se fortalecer no mercado. No
entanto, toda a experiência não é suficiente para exercer a profissão de gestor, se
ele não se comportar com ética nas responsabilidades e problemas que enfrenta
todos os dias. Portanto, a importância de aprender filosofia de gestão e ética
também é enfatizada.
Muitas vezes o gestor vive dilemas em sua rotina de trabalho, onde tem que
pensar em como se comportar em determinadas situações. Essas reflexões ocorrem
no cotidiano das empresas e são chamadas de dilemas éticos. As ações do gestor
frente aos dilemas também afetam a imagem da empresa, seja ela vista como ética
ou não. Existem decisões pelas quais apenas o gestor da empresa é responsável,
pois ao contrário dos grupos que compõem a atividade da empresa, o gestor tem
determinados deveres e responsabilidades que dependem apenas dele. Isso é
confirmado por Gonçalves e Wyse (1997, p. 60):
As responsabilidades da empresa passam pelo sujeito humano que
responde pela organização: O Administrador. É nessa função que estão
concentrados os compromissos éticos, e é sobre esse indivíduo (ou grupo
de indivíduos) que se tem expectativas éticas. (GONÇALVES E WYSE,
1997, p. 60)

É importante que os gestores reflitam sobre os problemas éticos que


enfrentam e, se possível, busquem a melhor opção, conciliando seus princípios e
valores subjetivos com as circunstâncias e necessidades da organização. O fato de
procurar dialogar com sua equipe e supervisores (se for o caso) em situações
problemáticas é fundamental para ser justo em suas decisões, pois a capacidade de
ouvir e também extrair ideias contribui significativamente para o correto
discernimento diante dos problemas apresentados. “Uma empresa com a qual você
não pode conversar logo não terá nada a dizer, porque se ouvir é considerado uma
perda de tempo ao invés de receber informações, o isolamento torna-se uma
ameaça real” (LEISINGER, 2001, p. 129).
Ressalte-se também que o administrador do sistema é uma figura muito
respeitada dentro da empresa e entre todas as partes interessadas, por isso é
importante ser visto como um líder, um motivador, seguro e coerente em suas
palavras e atitudes, e com visão de futuro. Seja acolhedor, aberto, interessado e
pronto para ouvir e entender todos que fazem parte da empresa:

Para isso é preciso que se dominem as técnicas necessárias e que


disponha da capacidade de lidar com os medos e receios próprios e alheios.
A tolerância, sobretudo em relação a opiniões que se desviam da “norma” e
às pessoas que não gozam de simpatia, também faz parte, em Lay, das
qualidades mais importantes dos chefes. Por último deve ser mencionada
ainda a capacidade de atividade passiva. Isto significa saber ouvir, olhar,
esperar, refletir e ter paciência, em vez de fixar-se exclusivamente em lutar,
em buscar a vitória e em impor a própria vontade. (LEISINGER, 2001,
p.157)

Isso requer um modelo de gestão que melhor atenda à necessidade de uma


gestão ética. Os modelos de gestão participativa baseiam-se na necessidade de
maior qualificação do profissional, que pode então participar da tomada de decisões
técnicas junto ao seu superior hierárquico. Esses modelos de gestão se enquadram
nos modelos éticos esperados. “Eles estão muito próximos da coliderança e
constituem o ápice extremo da liderança heteronômica sem ultrapassá-la” (SROUR,
2005, p. 377).
Isso pode ser visto neste modelo, trabalho em equipe, processos colaborativos,
etc. Essas interdependências enfatizam a comunalidade, a responsabilidade comum
e o "efeito na resolução de problemas comuns com base na assistência mútua,
obrigações mútuas e um senso de compromisso comum" (SROUR, 2005, p. 370).
Esse modelo de gestão vem sendo cada vez mais adotado em grandes
organizações e tem apresentado bons resultados. As pessoas (funcionários) têm
mais autonomia, sentem-se mais valorizados ao apresentar suas ideias e, assim, os
resultados da empresa são positivos.

3 CONCLUSÃO

A conduta ética dos líderes empresariais para gerenciar funcionários possui


um forte impacto sobre a moral e lealdade dos colaboradores. O Código de Ética
adotado pela liderança determinará os procedimentos de disciplina e
comportamentos aceitáveis para o todos os profissionais da organização. No
momento em que os próprios líderes apresentam altos padrões éticos, seu
comportamento torna-se um incentivo aos funcionários da organização para
atingirem o mesmo padrão, o que impedirá a desmotivação no ambiente laboral.
Outro benefício de uma liderança ética é a melhora na reputação da empresa
no mercado financeiro e na comunidade em que está inserida. Os funcionários
éticos também atendem aos padrões de qualidade em suas rotinas de trabalho,
melhorando cada vez mais a percepção do público em relação à qualidade de seus
produtos e/ou serviços.
Ao concluir esse projeto de pesquisa, verificou-se que todos os objetivos
propostos para delimitar o tema de forma clara e precisa foram alcançados
plenamente através das informações coletadas dos artigos utilizados para compor o
trabalho. Verifica-se, dessa forma, que o presente artigo servirá como motivação
para que novas pesquisas e artigos surjam, pois, a literatura não está esgotada,
contribuindo-se para a comunidade acadêmica de Administração e a divulgação da
importância do comportamento ético por parte dos Administradores de Empresas
com textos de fácil entendimento ao leitor.
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MARCONDES, D. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro:


Zahar, 2007.

MATOS, F. G. Ética na Gestão Empresarial. São Paulo, SP, Editora Saraiva, 2012.
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. São Paulo, SP, Atlas, 1974.

MELLO, J. C. Negociação baseada em estratégia. São Paulo, SP, Atlas, 2003.

SOBRAL, F. J. B. A. O julgamento moral de dilemas éticos em negociação. Revista


de Administração Mackenzie. São Paulo, v. 10, n. 5, Set/Out. 2009.

SOLOMON, R. C. Ética e excelência: cooperação e integridade nos negócios.


Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

SROUR, R. H. Poder, cultura e ética nas organizações: o desafio das formas de


gestão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

VAZQUEZ, A. S., Ética, 21ª Ed. Rio de Janeiro, RJ, Civilização Brasileira, 2001.

Olá, verifique o arquivo no anexo com os critérios de correções da tarefa 2, na margem


direita há alguns balões onde estão meus comentários.

E no final do arquivo a tabela com os critérios de correções e sua nota.

- Faça uma revisão geral em todos os parágrafos, citação por citação. Não deixe nenhuma
referência que não tenha sido utilizada em seu trabalho.

- O trabalho deve estar de acordo com as normas ABNT e o modelo disponível no AVA. Faça
uma revisão geral, atentando-se às regras ortogramaticais, fonte correta, acentuação das
palavras, espaço após pontuação, recuo da primeira linha no início de novos parágrafos,
espaçamento entre linhas após títulos, parágrafos, conteúdo etc.

- Revise todas as citações. Atente-se para as regras específicas das citações indiretas, diretas
curtas e diretas longas (com mais de 3 linhas).

- Todo conceito necessariamente deve estar abordado no texto com o respaldo de alguma
literatura, ou seja, por meio das citações.

Em resumo, seu trabalho deve estar bem formatado, o conteúdo deve estar de acordo com
o previsto nos objetivos, os conceitos devem ser discutidos no texto com base na fala dos
autores, já que você está revisando as literaturas. Entre as citações você desenvolverá seu
texto, analisando o que está sendo dito pelos autores, desenvolvendo os argumentos e
construindo as ideias e conexões entre as falas dos autores.

ATIVIDADE DEFESA:
A Atividade Defesa será organizada por seu coordenador de curso, de acordo com a
proposta de apresentação definida e seguindo o cronograma específico.

No AVA, você deverá enviar a versão final em formato PDF para que seu coordenador possa
lançar a nota atribuída pela banca.

A banca é responsável por avaliar a apresentação do seu trabalho, essa é a oportunidade de


apresentar a sua pesquisa para profissionais de sua área de formação. Durante sua
apresentação, é importante que demonstre domínio do conteúdo, clareza e objetividade.
Escolha bem os recursos que utilizará e mantenha uma boa postura oral, gestual e
comportamental. Fique atento ao tempo definido pela banca, mantenha a calma e seja
sempre cordial.

Expresso aqui meu sincero desejo de uma boa apresentação e sucesso em sua carreira
profissional.

Qualquer dúvida estou à disposição.

Att.
Dina Lopes.

Tutor do Trabalho de Conclusão do Curso de Administração.


ARTIGO - Atividade 2

Criterios de Correção Valor Pontos

Apresentação dos itens desenvolvidos e corrigidos na


(0 - 1500) 1500
atividade 1, resumo e palavras-chaves.

Apresentação da conclusão, realizando o fechamento do


trabalho de forma clara, de acordo com os objetivos
propostos e a utilização da metodologia adequada. (Revisão
(0 - 1000) 1000
de Literatura)

Apresentação da versão final do Artigo. Atividade elaborada no


modelo disponível no AVA, apresentando as citações,
referências e formatação correta, de acordo com as normas da
(0 - 500) 500
ABNT.
Apresentação dos itens pré e pós-textuais. O texto deve estar
escrito de forma coerente, sem erros ortogramaticais.

Total de Pontos Obtidos - ( 0 a 3000 pontos ) 3000

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