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Ética: Sucesso profissional e empresarial

Por:
Nuno Miguel Marques Carvalho
Comunicação Técnica e Profissional, Maio 2002
DEI – FCTUC
nmarques@student.dei.uc.pt

download: ética.pdf

‘ …. No exercício das suas tarefas profissionais, o engenheiro deve realizar-se a si


próprio, contribuir para a valorização dos outros e dignificar o próprio trabalho. Assim
se exprime, na diversidade das tarefas, a dimensão ética do trabalho do engenheiro’.

Resumo

São apresentadas algumas noções de ética, evidenciando a sua importância no mundo de


hoje, pessoal e profissional. Demonstra-se a importância da ética a nível profissional,
indicando algumas virtudes a cultivar para ter um comportamento ético. É também
demonstrada a importância da ética a nível empresarial, contribuindo de forma
substancial para o sucesso de uma empresa.

Palavras-chave

Ética, ética profissional, ética empresarial, código de ética, virtudes profissionais.

Introdução
Hoje em dia, com a concorrência cerrada existente, como ser um empresário agressivo
sem deixar de lado a ética? Como ser um profissional super-motivado sem se esquecer
da moral e normas de conduta?

Nestes tempos de globalização e reestruturação competitiva, as empresas que se


preocupam com a ética e conseguem converter as suas preocupações em práticas
efectivas, mostram-se mais capazes de competir com o sucesso e conseguem obter não
apenas a satisfação e a motivação dos seus profissionais, mas também resultados
compensadores nos seus negócios.

Ética, enquanto filosofia e consciência moral, é essencial à vida em todos os seus


aspectos, seja pessoal, familiar, social ou profissional. Assim, enquanto profissionais e
pessoas, dependendo de como se comportam, por exemplo, nas relações de trabalho,
podem estar a colocar seriamente em risco a sua reputação, a sua empresa e o sucesso
nos seus negócios [1].

Pretende-se assim, neste trabalho, explicar o que é a ética, a sua importância no mundo
profissional e empresarial, e também algumas virtudes a cultivar de modo a ter uma
atitude ética.

Através da leitura deste artigo é esperado que as pessoas tenham em atenção a ética no
seu trabalho e que fomentem um comportamento ético junto das outras pessoas. .

Noção de ética

Ética é, segundo o dicionário, o domínio da filosofia que procura determinar a


finalidade humana e os meios de a alcançar; ou a ciência que tem por objecto o juízo de
apreciação com vista à distinção entre o bem e o mal. Ética também pode ser entendido
como a moral, ou a ciência da moral.

Mas, na verdade ética é a parte da Filosofia que menos atrai a atenção da sociedade, já
que trata de moral – normalmente entendida como uma preocupação secundária [2].
De uma forma geral, ética, como disciplina ou campo de conhecimento humano, refere-
se à teoria ou aos estudos sistemáticos sobre a prática moral. A ética analisa e critica os
fundamentos e os princípios que orientam ou justificam determinados sistemas e
conjuntos de valores morais.

Por outras palavras, ética é a ciência da conduta, a teoria do comportamento moral dos
homens em sociedade.
Ética é o processo consciente ou intuitivo que nos ajuda a escolher entre vícios e
virtudes, entre o bem e o mal, entre o justo e o injusto. É a predisposição habitual e
firme, fundamentada na inteligência e na vontade, de fazer o bem.

Ser ético é, portanto, procurar sempre o bem, combater vícios e fraquezas, cultivar
virtudes, proteger e preservar a vida e a natureza. Também abrange toda a reflexão que
fazemos sobre o nosso agir e sobre o sentido ou missão da nossa vida, bem como sobre
os valores e os princípios que inspiram e orientam a nossa conduta, procurando a
verdade, a prática de virtudes e a felicidade.

Não devemos confundir ética e moral. A ética não cria a moral nem estabelece os seus
princípios, normas ou regras. Ela já encontra, numa dada sociedade ou grupo, a
realidade moral vigente e parte dessa realidade para entender as suas origens, a sua
essência, as condições objectivas e subjectivas dos actos morais e os critérios ou
parâmetros que justificam os juízos e os princípios que regem as mudanças e sucessão
de diferentes sistemas morais.

A ética também estuda e trata a responsabilidade do comportamento moral. A decisão de


agir numa dada situação concreta é um problema prático moral; verificar se a pessoa
podia ou não ter escolhido e agido de acordo com a decisão que tomou é um problema
ético, pois verifica a liberdade ou o determinismo ao qual os nossos actos estão sujeitos,
Se o determinismo é total e vem de fora para dentro (normas de conduta pré-
estabelecidas que devemos seguir) não há qualquer espaço para a liberdade, para a
autodeterminação e, portanto, para a ética.

Ética Profissional

Ética profissional é, segundo muitos autores, um conjunto de normas de conduta que


devem ser postas em prática no exercício de qualquer profissão. É a acção reguladora da
ética, agindo no desempenho das profissões, que faz com que o profissional respeite o
seu semelhante quando no exercício da sua profissão.

A ética profissional estuda e regula o relacionamento do profissional com os clientes,


visando a dignidade humana e a construção de bem-estar no contexto sócio-cultural
onde este exerce a sua profissão.

A ética atinge todas as profissões e quando falamos de ética profissional estamos a


referir-nos ao carácter normativo e até jurídico que regulamenta determinada profissão a
partir de estatutos e códigos específicos. Desta forma temos o código de ética dos
médicos, dos advogados, dos engenheiros, etc.

Sendo a ética inerente à vida humana, a sua importância é bastante acentuada na vida
profissional, porque cada profissional tem responsabilidades individuais e
responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas que delas beneficiam.

A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na acção humana “o fazer” e o


“agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo o
profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir refere-se à conduta
do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho da sua
profissão [3].

O indivíduo não deve esquecer a sua situação profissional; quanto mais importante e
elevada for a actividade desempenhada, mais ela será projectada eticamente sobre o
profissional, impondo-lhe uma conduta que não o prejudique como trabalhador, nem
prejudique a profissão que exerce. Quanto mais transcendente e influente for a
profissão, maior será o nível de exigência sob o ponto de vista ético, e maiores deveres
imporá ao indivíduo.

Sendo assim, antes de exercer determinada profissão ou antes de ingressar numa


faculdade, o estudante deve fazer uma opção profissional consciente. Feita a escolha,
este deve preparar-se consciente e convenientemente para o exercício da futura
actividade. Os bons profissionais são aqueles que, ao ingressar numa actividade, o
façam em consciência, com dignidade e não apenas com o objectivo de obter lucro e
realização fácil. Na verdade, todas as profissões e, com elas, toda a sociedade, sofrerão
quando exercidas por indivíduos inaptos, desajustados e sem nível ético condigno [4].
Constata-se assim o forte conteúdo ético presente no exercício profissional e a sua
importância na formação de recursos humanos.

Virtudes profissionais

Não obstante os deveres de um profissional, os quais são obrigatórios, devem ser


levadas em conta as qualidades pessoais que também concorrem para o enriquecimento
da actuação profissional, algumas delas facilitando o exercício da profissão.
Muitas destas qualidades poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade,
aumentando neste caso o mérito do profissional que, no decorrer da sua actividade
profissional, consegue incorporá-las à sua personalidade, procurando vivenciá-las ao
lado dos deveres profissionais.

Segundo Clauss Moller, a associação entre as virtudes lealdade, responsabilidade e


iniciativa são fundamentais para a formação de recursos humanos. O futuro de uma
carreira depende dessas virtudes.

O senso de responsabilidade é o elemento fundamental da empregabilidade. Sem


responsabilidade a pessoa não pode demonstrar lealdade, nem espírito de iniciativa.
Uma pessoa que se sinta responsável pelos resultados da equipa terá maior
probabilidade de agir de maneira mais favorável aos interesses desta e dos seus clientes,
dentro e fora da organização. A consciência de que se possui uma influência real
constitui uma experiência pessoal muito importante.

A lealdade é o segundo dos três principais elementos que compõe a empregabilidade.


Um funcionário leal sente-se feliz quando a organização ou o seu departamento é bem
sucedido, defende a organização, tomando medidas concretas quando ela é ameaçada,
tem orgulho em fazer parte da organização, fala positivamente sobre ela e defende-a
contra críticas.
Lealdade significa fazer críticas construtivas, mas mantendo-as dentro do âmbito da
organização. Significa agir com a convicção de que o seu comportamento vai promover
os legítimos interesses da organização.

As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma terceira, a


iniciativa, capaz de colocá-las em movimento.
Tomar a iniciativa de fazer algo no interesse da organização significa ao mesmo tempo,
demonstrar lealdade pela organização. Num contexto de empregabilidade, tomar
iniciativas não quer dizer apenas iniciar um projecto no interesse da organização ou da
equipa, mas também assumir responsabilidade pela sua complementação e
implementação. [5]

Para além destas pode-se acrescentar outras qualidades importantes no exercício de uma
profissão [3]:
O Honestidade
O Sigilo
O Competência
O Prudência
O Coragem
O Perseverança
O Compreensão
O Humildade
O Imparcialidade
O Optimismo

Código de ética

Um código de ética é um acordo explícito entre os membros dum grupo social: uma
categoria profissional, um partido político, uma associação civil etc. O seu objectivo é
explicitar como aquele grupo social, que o constitui, pensa e define a sua própria
identidade política e social; e como aquele grupo social se compromete a realizar os
seus objectivos particulares de um modo compatível com os princípios universais da
ética.

Um código de ética começa pela definição dos princípios que o fundamentam e articula-
se em torno de dois eixos de normas: direitos e deveres.

Ao definir direitos, o código de ética cumpre a função de delimitar o perfil do seu


grupo. Ao definir deveres, abre o grupo à universalidade. Esta é a função principal de
um código de ética. A definição de deveres deve ser tal que, por seu cumprimento, cada
membro daquele grupo social realize o ideal de ser humano [3].

Em anexo pode-se ver partes do código de ética da ordem dos engenheiros, onde são
mostrados os deveres de um engenheiro.

Este código resulta de um ‘Projecto de Código Deontológico’ que a Ordem dos


Engenheiros publicou em 1989, ref. 9, do qual se retira a afirmação ‘ …. No exercício
das suas tarefas profissionais, o engenheiro deve realizar-se a si próprio, contribuir para
a valorização dos outros e dignificar o próprio trabalho. Assim se exprime, na
diversidade das tarefas, a dimensão ética do trabalho do engenheiro’.

Ética Empresarial

A ética empresarial atinge as empresas e organizações em geral. A empresa necessita de


se desenvolver de tal forma que a ética, a conduta ética dos seus integrantes, bem como,
os valores e convicções primários da organização, tornam-se parte da sua cultura.

Segundo Karl Marx, a ética é uma expressão das relações económicas. As empresas têm
como meta o lucro, de modo que para cumprir essa finalidade elas gerem relações com
os empregados, clientes, fornecedores, governo e sociedade, e concorrentes. Desta
forma, como enfrentar a concorrência, cada vez maior, sem recorrer a truques sujos?

Temos, por exemplo, a seguinte situação hipotética:


Você é um mega-empresário de Informática, líder mundial do mercado de Sistemas
Operativos. Mas quer mais, alguns biliões de Euros irão torná-lo 10% mais feliz. Será
que você venderia um produto que é o top de vendas em conjunto com um browser
Web, um novo produto, de qualidade inferior ao da concorrência? Bill Gates fez isso,
vendeu o S. O. Windows com o Internet Explorer e desta forma ultrapassou a Netscape,
que tinha um produto melhor. Por causa disso Bill Gates teve de enfrentar um longo
processo em tribunal. Ou seja, a falta de escrúpulos pode colocar-nos em maus lençóis.
Nas empresas, o estrago de uma atitude anti-ética pode ter um impacto muito grande.
Falhas éticas “arranham” a imagem da empresa e levam-nas a perder clientes e
fornecedores importantes, dificultando o estabelecimento de parcerias, pois na hora de
dar as mãos, além de levantar as afinidades culturais e comerciais, as empresas também
verificam se existe compatibilidade ética entre elas.

Recuperar a imagem de uma empresa é uma tarefa muito difícil. Quando uma
companhia age correctamente, o tempo de vida desse facto na memória do público é de
cinco minutos, mas a lembrança de uma transgressão à ética pode durar cinquenta anos.
A percepção do público tem um impacto directo sobre os lucros da empresa e a empresa
que quiser competir com sucesso nos mercados nacional e mundial, terá que manter
uma sólida reputação de comportamento

Os líderes empresariais descobriram que a ética passou a ser um factor que agrega valor
à imagem da empresa.

Da mesma forma que o indivíduo é analisado pelos seus actos, as empresas (que são
formadas por indivíduos) passaram a ter a sua conduta mais controlada e analisada,
sobretudo após a edição de leis que visam a defesa de interesses colectivos.

A credibilidade de uma instituição é o reflexo da prática efectiva de valores como a


integridade, honestidade, transparência, qualidade do produto, eficiência do serviço,
respeito ao consumidor, entre outros..

Nessa dimensão ética distinguem-se dois grandes planos de acção que são propostos
como desafio às organizações: de um lado, em termos de projecção dos seus valores
para o exterior, fala-se em empresa cidadã, no sentido de respeito ao meio ambiente,
incentivo ao trabalho voluntário, realização de algum benefício para a comunidade,
responsabilidade social, etc.
Por outro lado, sob a perspectiva do seu público mais próximo, como executivos,
empregados, colaboradores, fornecedores, accionistas, fazem-se esforços para a criação
de um sistema que assegure um modo ético de operar, sempre respeitando a filosofia da
organização e os princípios do direito.

Muitas empresas de respeito empreendem um esforço organizado, a fim de encorajar a


conduta ética entre os seus empregados. Para tal, criam princípios e valores que são
transformados em baluartes da organização. Através deles, implantam códigos de ética,
idealizam programas de formação para os seus executivos e empregados, criam comités
de ética, capacitam líderes que percorrem os estabelecimentos da organização
incentivando o desenvolvimento de um clima ético, além de outras acções.

Nessa perspectiva, as empresas que utilizam todos estes instrumentos, conquistam um


clima muito favorável à assimilação, por parte de todos os seus colaboradores, daqueles
princípios e valores, que pouco a pouco vão-se disseminando por toda a organização.
Adquirem a consciência de que a ética nasce de um imperativo, que emerge de uma
convicção interior, reclamando coerência entre os princípios defendidos e as atitudes
tomadas.

Com efeito, a empresa que desenvolve programas de ética, preocupando-se com a


criação e desenvolvimento de clima ético no ambiente de trabalho, terá agregada à sua
imagem um excelente factor de competitividade [6].

E como é uma empresa ética? Bem, na verdade quem tem ou deixa de ter
comportamento ético são as pessoas que a dirigem e que nela trabalham.

Receitas prontas quando se trata de ética podem ser inúteis. Porém alguns cuidados
podem manter uma empresa em terreno mais seguro [2]:
1. Saber exactamente quais são os seus limites éticos. Não fazer nada que não se possa
assumir em público.
2. Avaliar detalhadamente os valores da empresa. Verificar se eles combinam com os
seus.
3. Trabalhar sempre com base em factos. Cuidado com as suposições.
4. Avaliar os riscos de cada decisão que se tomar. Avaliar as consequências de cada acto
em relação a todos os envolvidos.
5. Saber que, mesmo ao optar pela solução mais ética, poderá envolver-se em situações
delicadas.
6. Ser ético significa, muitas vezes, perder dinheiro, status, benefícios.

Conclusão
Com este artigo pretendeu-se dar uma noção de ética, explicar o que é a ética
profissional e sua importância no exercício de uma profissão, virtudes a cultivar e o que
é a ética empresarial e qual a sua importância para o sucesso da empresa.

É esperado que ao ler este artigo a pessoa sinta vontade de ter uma atitude ética no seu
trabalho e perante a restante sociedade. Pois esta é deveras importante para o sucesso
pessoal. Sem ética não se pode esperar grandes resultados pois, mais cedo ou mais
tarde, se tornará visível aos olhos dos outros a falta de ética, que tornará essa pessoa ou
empresa mal vista aos olhos dos outros, denegrindo de forma drástica a sua imagem.

Referências

1. Filho, Pedro de Souza, “Ética nas organizações modernas”,


http://www.rh.com.br/ler.php?cod=3203
2. Revista Você SA, (Julho 2000), “Você aceitaria uma comissão do seu fornecedor”,
http://www.mercosulsearch.com.br/magazine/prod_semana1610.htm
3. Anónimo, “Ética profissional”,
http://www.unai.ada.com.br/etica/index_etica_profissional.htm
4. Anónimo, “Ética profissional”,
http://www.direitovirtual.com/dc/etica_profissional.htm
5. Moller, Clauss, (1996) Revista Exame, p.103-104
6. Anónino, http://www.academus.pro.br/eticaempresarial/index.htm

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PODER DA ESCUTA CORPORATIVA

Ética profissional
GESTÃO
Ética profissional: o que é, exemplos e qual a importância para as empresas
Por Kiko Campos em setembro 2, 2022
12 minutos para ler
Ter ética profissional é uma condição fundamental para o sucesso consistente.

Seguir boas normas de conduta é importante tanto para os colaboradores de uma


empresa quanto para a própria corporação.

Um profissional sem ética pode prejudicar não só sua carreira pessoal, mas também a
imagem da instituição para a qual trabalha.

Da mesma forma, uma empresa que apoia a falta de ética e permite tais atitudes pode
ficar mal vista no mercado, perder profissionais talentosos e ter diminuição da sua
lucratividade.

Para cobrar de um profissional que ele atue dentro do código de ética, a empresa precisa
estabelecer quais valores devem ser respeitados e investir em treinamentos para deixar
claras as diretrizes que devem ser seguidas.

Há, no entanto, profissões que possuem seus códigos de ética bem estabelecidos,
independentemente se os profissionais atuam para uma instituição ou de forma
autônoma.

É o caso de médicos, advogados, jornalistas, enfermeiros, entre outros.

Neste texto, vamos falar sobre o que é ética profissional, código de conduta e por que é
importante agir conforme determinados preceitos.

Você também vai ver quais as consequências de agir sem ética e como a empresa pode
contribuir para que os colaboradores sejam éticos.

O que é ética profissional?


Ética profissional é um conjunto de normas de conduta. São valores que determinam
como deve ser o comportamento e os relacionamentos no ambiente profissional.
Ter uma conduta ética vai além de seguir regras.

Essa é uma forma de construir relações respeitosas, o que resulta em um ambiente de


trabalho saudável.

A ética contribui para o bom funcionamento da empresa, aumenta o nível de confiança e


o comprometimento entre os funcionários.

Logo, reflete na produção e no desenvolvimento do negócio.

Por outro lado, comportamentos antiéticos prejudicam o clima organizacional e a


produtividade dos colaboradores.

Importante dizer ainda que a ética profissional faz parte de um conceito bastante amplo
que envolve diversas situações do cotidiano.

Embora existam questões comuns a todos, cada profissão exige uma forma de agir.

Por isso, há um código de ética profissional específico para determinadas áreas de


atuação.

O principal objetivo é que os profissionais consigam basear suas atitudes naquilo que é
correto.

Por isso, é importante estudar o código de ética da sua profissão para saber quais são
seus deveres.

Qual é a importância da ética profissional?


A ética profissional influencia diretamente no ambiente de trabalho.
Entre as vantagens de estabelecer um conjunto de normas éticas, está a forma positiva
como funcionário ou empresa são vistos pela gestão ou no mercado de trabalho.

Colaboradores com ética profissional se sobressaem aos olhos das lideranças.

Além disso, agir dessa forma facilita a construção de uma boa reputação profissional e
de uma rede de contatos, o famoso networking.

Junto a isso, há outras vantagens, como a formação de um bom ambiente de trabalho,


bom relacionamento entre colegas e mais espírito de equipe.

Também ajuda a ter clareza nos processos empresariais, evitar fofocas e ter mais
profissionalismo nas relações.

A transparência e a confiança se tornam um caminho de mão dupla.

E da mesma forma como um funcionário ético e que trabalha bem tem grandes chances
de crescer dentro da empresa, o contrário também é verdadeiro.

Pesquisas mostram que corporações que investem em aspectos que envolvam processos
que geram bem-estar no trabalho têm mais lucratividade.

E o código de ética está englobado nisso.

Uma empresa reconhecida por sua atuação ética atrai a confiança de outras empresas e
de profissionais.

O que a falta de ética profissional pode causar?


A falta de ética profissional pode gerar grandes prejuízos para colaboradores individuais
e para a empresa da qual ele faz parte.
Para o colaborador que não age com ética, os riscos vão desde a estagnação no mercado,
passando pela falta de confiança por parte de colegas e gestores, até a demissão e o
banimento da profissão.

Agir de má fé, tirar vantagens ou maltratar colegas e clientes, mentir, fazer fofocas,
divulgar informações falsas, cobrar valores extras, roubar objetos, dinheiro ou até ideias
são alguns exemplos de situações prejudiciais.

Da mesma forma, uma empresa que normatiza ou aceita esses comportamentos também
sai prejudicada e se torna mal vista no mercado.

É preciso que as companhias estejam atentas a comportamentos antiéticos que possam


colocar em risco a organização.

Isso sob a pena de perder talentos, ter dificuldades em contratar novos trabalhadores e
de conseguir manter e conquistar novos clientes.

Empresas que prezam pela ética profissional devem ser idôneas e investir em
treinamentos para manter sempre claros para os colaboradores quais valores são
cultivados na corporação.

Exemplos de ética profissional no trabalho


Muitas profissões têm seu próprio código de ética.

Por isso, não há como um profissional dizer que não sabia de seus deveres e usar isso
como desculpa para agir de forma antiética.

Na medicina, por exemplo, o código de ética diz que um médico tem de estar a serviço
da saúde do ser humano e da coletividade, e que a atividade deve ser exercida sem
discriminação de nenhuma natureza.

E que é seu dever aprimorar seus estudos e usá-los para o bem comum e para o
progresso da medicina.
Vamos ver mais alguns exemplos de diretrizes voltadas a cada atividade.

No jornalismo, destaca-se o dever de divulgar informações precisas e corretas.

Também é dever transmitir aquilo que seja de interesse público e conceder direito de
resposta às partes envolvidas.

Já na contabilidade, entre outras normas, o código de ética diz que o contador deve
manter um comportamento adequado para a sociedade e defender os valores éticos da
sua profissão, entre eles a honestidade e a responsabilidade.

Para os advogados, consta no código de ética da OAB que eles são representantes da
justiça e precisam preservar a honra e a dignidade da profissão.

Além disso, é dever manter o sigilo profissional: a divulgação do trabalho pode ser feita
apenas com finalidade informativa, e o anúncio deve conter nome completo e número
de registro da OAB.

Já os psicólogos têm o dever de lutar contra a discriminação, a violência e a crueldade.

É sua obrigação aprimorar os estudos e prestar seus serviços em condições dignas, e não
são admitidos atos de negligência ou discriminação.

O código de ética da enfermagem menciona que o profissional deve respeitar a vida, a


dignidade e os direitos humanos.

É sua obrigação zelar pela saúde e pela qualidade de vida individual e coletiva, prezar
pelo respeito, pela solidariedade e pela dignidade.

Já os funcionários públicos devem ser leais à Constituição.

Seus interesses financeiros não podem causar conflitos com o desempenho de sua
atividade.
Além disso, a profissão exige sigilo – um servidor público não pode utilizar
informações governamentais para interesse próprio.

O que é código de ética profissional?


O código de ética profissional é um documento que reúne diretrizes e princípios de uma
profissão ou de uma empresa.

O conteúdo precisa estar de acordo com cada categoria.

Imagine se um médico pudesse escolher quais pacientes atender de acordo com suas
preferências pessoais?

Pensa nas consequências e no constrangimento causado por um psicólogo que contasse


aos amigos as particularidades de seus pacientes.

Ou se um advogado fizesse juízo de valor sobre os atos de seus clientes durante a


defesa.

Para que nada disso aconteça, o código de ética profissional é criado para determinar os
valores necessários para cada profissional e instituição.

Um código de ética de uma categoria profissional se baseia na legislação vigente do


país, em geral, e lista de forma bem específica os direitos e deveres daquela profissão.

Deixa claro o que é permitido e o que é vetado, assim como as punições


correspondentes.

Já o código de ética de uma empresa contém missão, visão e princípios da corporação.

O principal objetivo é documentar direitos e deveres do profissional, assim como


estabelecer limites nas relações com colegas e clientes.
Quais são os princípios da ética profissional?
Para estabelecer um código de ética profissional, é preciso determinar princípios e
valores.

Embora cada profissão tenha suas exigências e particularidades, há questões que são
comuns a todas.

Vamos citar abaixo as mais comuns.

Honestidade: é um dos principais comportamentos éticos. Cada um deve se


responsabilizar pelos seus atos e pelos seus erros
Respeito: é fundamental e vale no que se refere a respeitar o outro ou a lei
Integridade define se a pessoa vai agir em prol do que é certo e tem relação com
honestidade e confiança
Justiça também é um princípio importante, pois ser justo é tratar as pessoas com
igualdade e imparcialidade
Lealdade: é ser fiel ao compromisso assumido de seguir as normas estabelecidas
Altruísmo: é preocupar-se com os interesses do outro
Valor: é agir com respeito
Virtude: é agir em conformidade com o fazer o bem
Solidariedade: é ter compaixão e gentileza.
Como ser um profissional ético?
Em primeiro lugar, para ser um profissional ético, é preciso ter boa vontade e agir em
conformidade com as normas estabelecidas pela profissão escolhida e pelo código de
ética da empresa.

Há algumas atitudes essenciais que se aplicam a todas as atividades, como honestidade,


sigilo, competência, prudência, humildade e imparcialidade.

Há também outros pré-requisitos para ser um profissional ético, como veremos a seguir.
Seja respeitoso
Não faça nada para os outros que não gostaria de receber.

Seja gentil, educado, paciente e cuidadoso ao fazer críticas.

Respeite as pessoas, independentemente se elas tiverem cargos mais altos, iguais ou


mais baixos que o seu.

Não roube ideias ou méritos de ninguém


Dê o crédito a quem idealizou ou a quem executou um projeto.

Se não foi você o responsável, não aja como se fosse.

Seja confiável e honesto


Isso começa por cumprir pequenas coisas, como horários e prazos.

Aja com sinceridade e nunca menospreze o trabalho de ninguém.

Ofereça e esteja aberto a feedbacks


Seja autocrítico e se proponha a melhorar quando não agir da melhor forma.

E quando algum colega, superior ou subordinado fizer algo que não for legal, converse
sobre o que incomodou você, para que a relação seja melhor no futuro.

Da mesma forma, reconheça quando alguém se sair bem.

Conheça o código de conduta da empresa


Assim, você pode agir de acordo com o que esperam de você naquele ambiente.

Desenvolva soft skills


Empenhe-se em aperfeiçoar as soft skills, que são habilidades comportamentais como
empatia e inteligência emocional.

Isso vai ajudar a obter mais sucesso na carreira.

O que cabe à empresa no incentivo à ética?


Para cobrar que os colaboradores tenham ética profissional, a empresa precisa ser
exemplo.

É fundamental que ela seja clara em seus valores e oriente os funcionários no caminho
da ética.

Para isso, é preciso estimular esse comportamento.

Abaixo, vamos dar algumas dicas de como fazer isso.

Falar sobre ética


É preciso mostrar aos colaboradores por quais motivos a ética profissional é importante
e quais os reflexos disso no negócio e na carreira de cada um.

Quando todos trabalham guiados por um código de conduta, há mais chances de haver
respeito coletivo e honestidade.

Deixar claro quais são os valores da empresa


As lideranças devem ser as primeiras pessoas a serem cobradas para agirem de acordo
com os valores da empresa, pois todos seguirão seus passos.

Determinar valores é mostrar como a corporação espera que todos ajam, mas é
fundamental comunicar de forma clara que valores são esses.

Criar um código de conduta


O ideal é formatar um código de conduta com mais princípios e menos regras.
Assim, é mais fácil garantir a identificação.

Investir em treinamentos
Não basta criar, é preciso implantar o código de conduta com sucesso.

Para isso, é preciso fazer capacitação e treinamentos direcionados para o público-alvo.

Assim, ninguém vai poder dizer que errou porque não recebeu orientação.

Fazer avaliações e auditorias


Esse recurso ajuda a obter um diagnóstico de como os processos estão sendo
executados.

Possibilita compreender o comportamento dos colaboradores e determinar estratégias


para fazer melhorias.

Realizar feedbacks
A cultura do feedback é essencial para a implantação e manutenção de um código para
orientar a ética profissional.

É nesse momento que a empresa, representada pelo gestor, consegue se aproximar do


colaborador, melhorar a comunicação e aparar as arestas necessárias.

Muitas vezes, basta uma boa conversa para alinhar valores e atitudes.

Há várias formas de fazer feedback, e um excelente apoio para começar é a ferramenta


Owlisten.

Conheça esse recurso gratuito e colaborativo que pode impulsionar sua equipe na
direção de um comportamento mais ético!
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satisfação dos funcionários tecnologia valorização funcionários vantagens Work
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Poder da Escuta Corporative é um blog da Owlisten. Através dos conteúdos deste blog,
queremos fortalecer a confiança das pessoas no ambiente de trabalho, tornando-o mais
humano, transparente, inclusivo e significativo.

CAPÍTULO XI

Direitos e Deveres dos Professores

SECÇÃO 1

Direitos dos Professores


Artigo 118º
(Direitos Gerais dos Professores)

São garantidos aos Professores os direitos estabelecidos para os funcionários e agentes


do Estado em geral.

Artigo 119º
(Direitos Específicos dos Professores)

1. São direitos específicos dos Professores aqueles que decorrem do exercício


da função docente e estão previstos nos artigos 5º, 6º, 7º, 8º e 9º, do Estatuto da
Carreira Docente.

a) Direito de participação no processo educativo;

b) Direito à formação e informação com vista ao exercício da função


educativa;

c) Direito ao apoio técnico, material e documental;

d) Direito à segurança no exercício da sua actividade profissional;

e) Direito à negociação colectiva.


2. São ainda direitos dos professores:

a) Emitir recomendações e pareceres no âmbito da análise do


funcionamento da Escola;

b) Intervir na orientação pedagógica através da liberdade de iniciativa a


exercer no quadro dos planos de estudos aprovados e do projecto
educativo da Escola, na escolha dos métodos de ensino, das tecnologias e
técnicas de educação e dos meios auxiliares de ensino que considere
mais adequados;

c) Participar em experiências pedagógicas;

d) Eleger e ser eleito para cargos e órgãos colegiais da Escola, de acordo


com a legislação em vigor;

e) Ser elucidado pelo chefe dos serviços de administração escolar sobre


questões do seu interesse que dependam desse serviço;

f) Ser informado quanto às faltas dadas, bem como, quanto às horas


extraordinárias leccionadas através da afixação de mapas na sala de
Professores;

g) Receber mensalmente dos serviços administrativos o cálculo do seu


vencimento;

h) Excepcionalmente, e por motivos fundamentados, solicitar ao


Conselho Executivo a antecipação ou permuta de uma aula, após acordo
prévio com os alunos da turma.
SECÇÃO 2

Deveres dos Professores

Artigo 120º
(Deveres Gerais dos Professores)

O Professor está obrigado ao cumprimento dos deveres estabelecidos para os


funcionários e agentes do Estado previstos no artigo 3º do Decreto-Lei nº 24/84, de 16
de Janeiro.

Artigo 121º
(Deveres Específicos do Pessoal Docente)

1. Os deveres específicos dos Professores decorrem do exercício da função


docente e são os previstos no nº 2 do artigo 10º, do Estatuto da Carreira
Docente:

1.1. Contribuir para a formação e realização integral dos alunos, promovendo o


desenvolvimento das suas capacidades, estimulando a sua autonomia e
criatividade, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis e
intervenientes na vida da comunidade;
1.2. Reconhecer e respeitar as diferenças culturais, sociais e religiosas dos
alunos e dos restantes membros da comunidade educativa, valorizando os
diferentes saberes e culturas e combatendo a exclusão e discriminação;

1.3. Colaborar com todos os intervenientes no processo educativo, favorecendo


a criação e desenvolvimento das relações de respeito mútuo;

1.4. Colaborar na organização das actividades educativas;

1.5. Aperfeiçoar e actualizar os seus conhecimentos nomeadamente através da


frequência de acções de formação;

1.1. Zelar pela preservação de equipamentos e instalações e comunicar ao Conselho


Executivo sempre que seja necessário proceder a qualquer reparação ou
substituição;

1.2. Procurar gerir o processo ensino-aprendizagem de acordo com o perfil dos


alunos e com diversificação de métodos e estratégias;

1.3. Respeitar o dever de sigilo sobre questões que o requeiram;

1.4. Cooperar na detecção e resolução de problemas dos alunos;

1.5. Colaborar com os Encarregados de Educação e outras entidades, quando for


caso disso, na resolução de problemas dos seus educandos.

1.6. Outros constantes neste normativo.

2. Ao Professor compete ainda:


2.1. Ser firme nas suas atitudes, não permitindo comportamentos inadequados e
perturbadores do processo ensino-aprendizagem.

2.2. Comunicar ao Director de Turma sempre que o aluno:

a) Manifeste atitudes incorrectas;

b) Não traga o material necessário às actividades escolares;

c) Não faça o trabalho de casa com regularidade.

2.3. Comunicar ao Director de Turma sempre que ao aluno seja aplicada uma
medida disciplinar educativa.

2.4. Após o toque de entrada dirigir-se imediatamente à sala de aula, levando


consigo o livro de ponto e a chave da sala que deverão ser colocados no sítio no
final da aula.

2.5. Ser o último a sair e verificar se a sala fica arrumada e limpa para o
funcionamento da aula seguinte.

2.6. Proceder a uma avaliação criteriosa e imparcial dos alunos da turma.

2.7. Conhecer o regulamento interno.

3. Não é permitido ao Pessoal Docente o uso de telemóvel durante o período de


leccionação, bem como, mastigar pastilhas elásticas.
Artigo 122º
(Faltas dos Professores)

1. As faltas dadas ao abrigo do artigo 102º do Estatuto da Carreira


Docente devem ser justificadas, no próprio dia ou no dia seguinte;

2. Sempre que o Professor saiba com antecedência que precisa de faltar


em determinado dia, deve comunicar a falta ao Conselho Executivo/
Conselho de Núcleo.

3. Os restantes tipos de faltas devem ser objecto de requerimento ao


Presidente do Conselho Executivo, no respectivo impresso – modelo.

4. Para informações complementares sobre este tipo de faltas, o


Professor deve pedir esclarecimentos nos Serviços Administração
Escolar.

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