Você está na página 1de 242

PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO

FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE


GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE

AGENTE DE PESQUISAS E MAPEAMENTO

LÍNGUA PORTUGUESA:
I - Compreensão de texto. ................................................................................................................................. 1
II - Significação das palavras: sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos. ............................................18
III - Pontuação. Estrutura e sequência lógica de frases e parágrafos. ...........................................................16
IV - Ortografia oficial; acentuação gráfica. ........................................................................................................ 9
V - Concordância nominal e verbal. ................................................................................................................40
VI - Regência nominal e verbal; crase. ............................................................................................................17
VII - Emprego dos verbos regulares, irregulares e anômalos. ........................................................................28
VIII - Emprego e colocação dos pronomes. .....................................................................................................42

RACIOCÍNIO LÓGICO:
I - Avaliação da habilidade do candidato em entender a estrutura lógica de relações entre pessoas, lugares,
coisas ou eventos, deduzir novas informações e avaliar as condições usadas para estabelecer a estrutura
daquelas relações. II - As questões da prova poderão tratar das seguintes áreas: estruturas lógicas; lógica
de argumentação; diagramas lógicos; aritmética; álgebra e geometria básica. .................................. Pp 1 a 71

CONHECIMENTOS GERAIS:
I - Elementos da política e do cotidiano brasileiros (políticas públicas, acontecimentos relevantes nacionais e
regionais). .......................................................................................................................................................... 1
II - Cultura e sociedade brasileira (música, literatura, artes, arquitetura, rádio, cinema, teatro, jornais, revistas
e televisão). .....................................................................................................................................................25
III - Aspectos relevantes da História do Brasil (descobertas e inovações científicas na atualidade e seus im-
pactos na sociedade contemporânea). ...........................................................................................................34
IV - Panorama da economia nacional (aspectos locais e aspectos globais). ..................................................52

GEOGRAFIA:
I - Noções básicas de Cartografia (orientação: pontos cardeais; localização: coordenadas geográficas, latitu-
de, longitude e altitude; representação: leitura, escala, legendas e convenções). ........................................... 1
II - Aspectos físicos e meio ambiente no Brasil (grandes domínios de clima, vegetação, relevo e hidrografia;
ecossistemas). .................................................................................................................................................10
III - Organização do espaço (agrário: atividades econômicas, modernização e conflitos; e urbano: atividades
econômicas, emprego e pobreza; rede urbana e regiões metropolitanas). ....................................................22
IV - Dinâmica da população brasileira (fluxos migratórios, áreas de crescimento e de perda populacional). 30
V - Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa (organização federativa). ......................................34

Agente de Pesquisas e Mapeamento – IBGE


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A PRESENTE APOSTILA NÃO ESTÁ VINCULADA A EMPRESA ORGANIZADORA DO CONCURSO


PÚBLICO A QUE SE DESTINA, ASSIM COMO SUA AQUISIÇÃO NÃO GARANTE A INSCRIÇÃO DO
CANDIDATO OU MESMO O SEU INGRESSO NA CARREIRA PÚBLICA.

O CONTEÚDO DESTA APOSTILA ALMEJA ENGLOBAR AS EXIGENCIAS DO EDITAL, PORÉM, ISSO


NÃO IMPEDE QUE SE UTILIZE O MANUSEIO DE LIVROS, SITES, JORNAIS, REVISTAS, ENTRE OUTROS
MEIOS QUE AMPLIEM OS CONHECIMENTOS DO CANDIDATO, PARA SUA MELHOR PREPARAÇÃO.

ATUALIZAÇÕES LEGISLATIVAS, QUE NÃO TENHAM SIDO COLOCADAS À DISPOSIÇÃO ATÉ A


DATA DA ELABORAÇÃO DA APOSTILA, PODERÃO SER ENCONTRADAS GRATUITAMENTE NO SITE DA
APOSTILAS OPÇÃO, OU NOS SITES GOVERNAMENTAIS.

INFORMAMOS QUE NÃO SÃO DE NOSSA RESPONSABILIDADE AS ALTERAÇÕES E RETIFICAÇÕES


NOS EDITAIS DOS CONCURSOS, ASSIM COMO A DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DO MATERIAL RETIFICADO,
NA VERSÃO IMPRESSA, TENDO EM VISTA QUE NOSSAS APOSTILAS SÃO ELABORADAS DE ACORDO
COM O EDITAL INICIAL. QUANDO ISSO OCORRER, INSERIMOS EM NOSSO SITE,
www.apostilasopcao.com.br, NO LINK “ERRATAS”, A MATÉRIA ALTERADA, E DISPONIBILIZAMOS
GRATUITAMENTE O CONTEÚDO ALTERADO NA VERSÃO VIRTUAL PARA NOSSOS CLIENTES.

CASO HAJA ALGUMA DÚVIDA QUANTO AO CONTEÚDO DESTA APOSTILA, O ADQUIRENTE


DESTA DEVE ACESSAR O SITE www.apostilasopcao.com.br, E ENVIAR SUA DÚVIDA, A QUAL SERÁ
RESPONDIDA O MAIS BREVE POSSÍVEL, ASSIM COMO PARA CONSULTAR ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS
E POSSÍVEIS ERRATAS.

TAMBÉM FICAM À DISPOSIÇÃO DO ADQUIRENTE DESTA APOSTILA O TELEFONE (11) 2856-6066,


DENTRO DO HORÁRIO COMERCIAL, PARA EVENTUAIS CONSULTAS.

EVENTUAIS RECLAMAÇÕES DEVERÃO SER ENCAMINHADAS POR ESCRITO, RESPEITANDO OS


PRAZOS ESTITUÍDOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE ACORDO COM O


ARTIGO 184 DO CÓDIGO PENAL.

APOSTILAS OPÇÃO

A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-

LÍNGUA PORTUGUESA
tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui
não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica
da fonte e na identificação do autor.
I - Compreensão de texto.
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de
II - Significação das palavras: sinônimos, antônimos, homôni-
resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce-
mos e parônimos.
to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa-
III - Pontuação. Estrutura e sequência lógica de frases e pará-
da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
grafos.
adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
IV - Ortografia oficial; acentuação gráfica.
isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não
V - Concordância nominal e verbal.
ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
VI - Regência nominal e verbal; crase.
alternativa mais completa.
VII - Emprego dos verbos regulares, irregulares e anômalos.
VIII - Emprego e colocação dos pronomes.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de será mais consciente e segura.
necessitar de um bom léxico internalizado.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compõem o texto.
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- até o fim, ininterruptamente;
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
diante de uma temática qualquer. umas três vezes ou mais;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
Denotação e Conotação 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- ensão;
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
respondente;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- exata ou a mais completa;
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
diferenciadas em seus leitores. lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste resposta;
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e definindo o tema e a mensagem;
esclareçam o sentido. 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
Como Ler e Entender Bem um Texto simos na interpretação do texto.
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e Ex.: Ele morreu de fome.
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- do fato (= morte de "ele").
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo Ex.: Ele morreu faminto.
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para quando morreu.;
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
a memória visual, favorecendo o entendimento. as estão coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim Cunegundes
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto TEXTO NARRATIVO
com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da • As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for-

Língua Portuguesa 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
dos fatos. zado por :
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-
heroína, personagem principal da história. tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra-
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota- tiva que é feito em 1a pessoa.
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê,
contracena em primeiro plano. aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per-
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar- dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra- • Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-
ção. presentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual
a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita
O narrador que está a contar a história também é uma personagem, em 1a pessoa ou 3a pessoa.
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Formas de apresentação da fala das personagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- três maneiras de comunicar as falas das personagens.
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e • Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- vés do diálogo.
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações Exemplo:
perante os acontecimentos. “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a val a cidade é do povo e de ninguém mais”.
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po-
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
desenlace ou desfecho. travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
os verbos de locução podem ser omitidos.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, • Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou xemplo:
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
resses entre as personagens. dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- nos sombrios por vir”.
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- Exemplo:
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
cionados ao principal. hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter (José Lins do Rego)
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são TEXTO DESCRITIVO
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
narrativo. terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa- unificada.
to que aconteceu depois.
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela pouco.
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
espírito. • Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
• Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje-
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên-
que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o

Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti- com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve
vo, fenomênico, ela é exata e dimensional. também conter contra-argumentos, de forma a não permitir a meio da
• Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das leitura que o leitor os faça. Por fim, deve ser concluído com um parágrafo
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, que responda ao primeiro parágrafo, ou simplesmente com a ideia chave da
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen- opinião.
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-
Geralmente apresenta uma estrutura organizada em três partes:
cial e econômico .
a introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese;
• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o
o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e
observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama,
a conclusão. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
de diferentes tipos: exemplos, comparação, dados históricos, dados
partes mais típicas desse todo.
estatístico, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais, depoimentos -
• Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor
ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma tem consistência. A conclusão pode apresentar uma possível
visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e solução/proposta ou uma síntese. Deve utilizar título que chame a atenção
típicos. do leitor e utilizar variedade padrão de língua.
• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada,
que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de A linguagem normalmente é impessoal e objetiva.
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
O roteiro da persuasão para o texto argumentativo:
• Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu- Na introdução, no desenvolvimento e na conclusão do texto argumen-
lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur-
predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluída com suces-
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um parágrafo argumenta-
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. tivo:

TEXTO DISSERTATIVO • Declaração inicial: É uma forma de apresentar com assertivi-


Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- dade e segurança a tese.
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- ‘ A aprovação das Cotas para negros vem reparar uma divida moral e
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever um dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso no Ensino Superi-
com clareza, coerência e objetividade. or ao negro por meio de políticas afirmativas é uma forma de admitir a
diferença social marcante na sociedade e de igualar o acesso ao mercado
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir de trabalho.’
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. • Interrogação: Cria-se com a interrogação uma relação próxima
com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas na
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- introdução.
do o contexto.
‘ Por que nos orgulhamos da nossa falta de consciência coletiva? Por
que ainda insistimos em agir como ‘espertos’ individualistas?’
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- • Citação ou alusão: Esse recurso garante à defesa da tese cará-
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- ter de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, pois
jetiva da definição do ponto de vista do autor. se apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio.
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo-
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- ‘ As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num as costas e irem embora’. O comentário do fotógrafo Sebastião Salgado
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- sobre o que presenciou na Ruanda é um chamado à consciência públi-
sencadeia a conclusão. ca.’’
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia • Exemplificação: O processo narrativo ou descritivo da exempli-
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- ficação pode conferir à argumentação leveza a cumplicidade. Porém,
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e não interfira
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer no processo persuasivo.
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese
e opinião. ‘ Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe média.
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se-
a obra ou ação que realmente se praticou. gundo ‘arrastão’ do mês. Clientes e funcionários são assaltados e amea-
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou çados de morte. O cotidiano violento de São Paulo se faz presente.’’
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so-
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. • Roteiro: A antecipação do que se pretende dizer pode funcionar
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou como encaminhamento de leitura da tese.
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- ‘ Busca-se com essa exposição analisar o descaso da sociedade em
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a relação às coletas seletivas de lixo e a incompetência das prefeituras.’’
respeito de algo.
• Enumeração: Contribui para que o redator analise os dados e
O TEXTO ARGUMENTATIVO exponha seus pontos de vista com mais exatidão.

Um texto argumentativo tem como objetivo convencer alguém das ‘ Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Pau-
nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer lo aponta que as maiores vítimas do abuso sexual são as crianças meno-
tema ou assunto. res de 12 anos. Elas representam 43% dos 1.926 casos de violência se-
xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Pérola Bying-
É constituído por um primeiro parágrafo curto, que deixe a ideia no ar, ton.’’
depois o desenvolvimento deve referir a opinião da pessoa que o escreve,

Língua Portuguesa 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Causa e consequência: Garantem a coesão e a concatenação 2º parágrafo: Há o desenvolvimento da tese com fundamentos ar-
das ideias ao longo do parágrafo, além de conferir caráter lógico ao pro- gumentativos;
cesso argumentativo. “O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço
‘ No final de março, o Estado divulgou índices vergonhosos do Idesp a se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas
– indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educação para ava- ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon-
liar a qualidade do ensino (…). O péssimo resultado é apenas conse- sáveis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte,
quência de como está baixa a qualidade do ensino público. As causas problemas ambientais que afetam a população.
são várias, mas certamente entre elas está a falta de respeito do Estado Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos
que, próximo do fim do 1º bimestre, ainda não enviou apostilas para al- contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar
gumas escolas estaduais de Rio Preto. os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de
• Sintese: Reforça a tese defendida, uma vez que fecha o texto continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente
com a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentação. nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,
Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo. podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti-
ca.”
‘ Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que não é o ideal,
mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento. 3º parágrafo: A conclusão é desenvolvida com uma proposta de
intervenção relacionada à tese.
O aspecto mais polêmico era a venda de bebidas alcoólicas nos es-
tádios. A lei eliminou o veto federal, mas não exclui que os organizadores “O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os
precisem negociar a permissão em alguns Estados, como São Paulo.’’ transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló-
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
• Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga- do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não
rante mais credibilidade ao processo argumentativo. existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se
transformar na salvação do mundo.
‘ Recolher de forma digna e justa os usuários de crack que buscam
ajuda, oferecer tratamento humano é dever do Estado. Não faz sentido Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci-
isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to- sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a
dos.’’ Mundograduado.org combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada
melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a
Modelo de Dissertação-Argumentativa “ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.” Profª Francinete
Meio-ambiente e tecnologia: não há contraste, há solução
A ideia principal e as secundárias
Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi-
Para treinarmos a redação de pequenos parágrafos narrativos, vamos
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
nos colocar no papel de narradores, isto é, vamos contar fatos com base na
vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
organização das ideias.
do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia.
Leia o trecho abaixo:
O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço a
se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas ao Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), responsá- quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com
veis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte, pro- isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas, demons-
blemas ambientais que afetam a população. trando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as mãos,
um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar Como você deve ter observado, nesse parágrafo, o narrador conta-nos
os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de um fato acontecido com seu primo. É, pois, um parágrafo narrativo. Anali-
continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente semos, agora, o parágrafo quanto à estrutura.
nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,
podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti- As ideias foram organizadas da seguinte maneira:
ca. Ideia principal:
O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló- quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não Ideias secundárias:
existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se Com isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas,
transformar na salvação do mundo. demonstrando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as
Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci- mãos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a A ideia principal, como você pode observar, refere-se a uma ação peri-
combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundárias
melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a complementam a ideia principal, mostrando como o primo do narrador
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul. conseguiu sair-se da perigosa situação em que se encontrava.
Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual Os parágrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado
dissertativa assim organizada: de ideias secundárias. Entretanto, é muito comum encontrarmos, em pará-
1º parágrafo: Introdução com apresentação da tese a ser defendi- grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo:
da; O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio.
“Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi- Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a-
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre- proveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram conten-
vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan- tes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela mãe.
do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia.”
Nesse trecho, há dois parágrafos.

Língua Portuguesa 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
No primeiro, só há uma ideia desenvolvida, que corresponde à ideia rães
principal do parágrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio.
No livro de Elisa Guimarães, A Articulação do Texto, a autora procura
No segundo, já podemos perceber a relação ideia principal + ideias esclarecer as dúvidas referentes à formação e à compreensão de um texto
secundárias. Observe: e do seu contexto.
Ideia principal:
Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a- texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de
proveitar o bom tempo. uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensáveis para a
Ideia secundárias: sua construção, como “as intenções do falante (emissor), o jogo de ima-
gens conceituais, mentais que o emissor e destinatário executam.”(Manuel
Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos, P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado à isso, um texto não pode existir de forma
levando um farto lanche, preparado pela mãe. única e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto
semanticamente para que haja um entendimento e uma compreensão
Agora que já vimos alguns exemplos, você deve estar se perguntando:
deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli-
“Afinal, de que tamanho é o parágrafo?”
cam de forma recíproca.
Bem, o que podemos responder é que não há como apontar um pa-
drão, no que se refere ao tamanho ou extensão do parágrafo. Completando o processo de formação de um texto, a autora nos escla-
rece que a economia de linguagem facilita a compreensão dele, sendo
Há exemplos em que se veem parágrafos muito pequenos; outros, em indispensável uma ligação entre as partes, mesmo havendo um corte de
que são maiores e outros, ainda, muito extensos. trechos considerados não essenciais.
Também não há como dizer o que é certo ou errado em termos da ex-
tensão do parágrafo, pois o que é importante mesmo, é a organização das Quando o tema é a “situação comunicativa” (p.7), a autora nos esclare-
ideias. No entanto, é sempre útil observar o que diz o dito popular – “nem ce a relação texto X contexto, onde um é essencial para esclarecermos o
oito, nem oitenta…”. outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con-
forme são inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi-
Assim como não é aconselhável escrevermos um texto, usando apenas mento de que não podemos considerar isoladamente os seus conceitos e
parágrafos muito curtos, também não é aconselhável empregarmos os sim analisá-los de acordo com o contexto semântico ao qual está inserida.
muito longos.
Essas observações são muito úteis para quem está iniciando os traba- Segundo Elisa Guimarães, o sentido da palavra texto estende-se a
lhos de redação. Com o tempo, a prática dirá quando e como usar parágra- uma enorme vastidão, podendo designar “um enunciado qualquer, oral ou
fos – pequenos, grandes ou muito grandes. escrito, longo ou breve, antigo ou moderno” (p.14) e ao contrário do que
muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen-
Até aqui, vimos que o parágrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia to, uma frase, um verbo ect e não apenas na reunião destes com mais
principal e outras secundárias. Isso não significa, no entanto, que sempre a algumas outras formas de enunciação; procurando sempre uma objetivida-
ideia principal apareça no início do parágrafo. Há casos em que a ideia de para que a sua compreensão seja feita de forma fácil e clara.
secundária inicia o parágrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o
exemplo: Esta economia textual facilita no caminho de transmissão entre o enun-
ciador e o receptor do texto que procura condensar as informações recebi-
As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo
das a fim de se deter ao “núcleo informativo” (p.17), este sim, primordial a
estremeceu violentamente sob meus pés. Logo percebi que se tratava de
qualquer informação.
um terremoto.
Observe que a ideia mais importante está contida na frase: “Logo per- A autora também apresenta diversas formas de classificação do discur-
cebi que se tratava de um terremoto”, que aparece no final do parágrafo. so e do texto, porém, detenhamo-nos na divisão de texto informativo e de
As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmação: um texto literário ou ficcional.
“as estacas tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo estremeceu
violentamente sob meus pés” e estas estão localizadas no início do pará- Analisando um texto, é possível percebermos que a repetição de um
grafo. nome/lexema, nos induz à lembrar de fatos já abordados, estimula a nossa
biblioteca mental e a informa da importância de tal nome, que dentro de um
Então, a respeito da estrutura do parágrafo, concluímos que as ideias contexto qualquer, ou seja que não fosse de um texto informacional, seria
podem organizar-se da seguinte maneira: apenas caracterizado como uma redundância desnecessária. Essa repeti-
Ideia principal + ideias secundárias ção é normalmente dada através de sinônimos ou “sinônimos perfeitos”
(p.30) que permitem a permutação destes nomes durante o texto sem que o
ou sentido original e desejado seja modificado.
Ideias secundárias + ideia principal
Esta relação semântica presente nos textos ocorre devido às interpre-
É importante frisar, também, que a ideia principal e as ideias se- tações feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada “semânti-
cundárias não são ideias diferentes e, por isso, não podem ser separadas ca referencial” (p.31) para causar esta busca mental no receptor através de
em parágrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundárias deve- palavras semanticamente semelhantes à que fora enunciada, porém, existe
mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia ainda o que a autora denominou de “inexistência de sinônimo perfeito”
principal e mantê-las juntas no mesmo parágrafo. Com isso, estaremos (p.30) que são sinônimos porém quando posto em substituição um ao outro
evitando e repetição de palavras e assegurando a sua clareza. É importan- não geram uma coerência adequada ao entendimento.
te, ao termos várias ideias secundárias, que sejam identificadas aquelas
que realmente se relacionam à ideia principal. Esse cuidado é de grande Nesta relação de substituição por sinônimos, devemos ter cautela
valia ao se redigir parágrafos sobre qualquer assunto. quando formos usar os “hiperônimos” (p.32), ou até mesmo a “hiponímia”
(p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-
tituições pode-se causar desajustes e o resultado final não fazer com que a
ESTRUTURAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO TEXTO imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi-
lação, errônea, pode ser utilizada.
Resenha Critica de Articulação do Texto
Amanda Alves Martins Seguindo ainda neste linear das substituições, existem ainda as “nomi-
Resenha Crítica do livro A Articulação do Texto, da autora Elisa Guima- nações” e a “elipse”, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por

Língua Portuguesa 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
um verbo é substituído por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto
na segunda, ou seja, na elipse, o substituto é nulo e marcado pela flexão No geral, o que diz respeito ao livro A Articulação do Texto de Elisa
verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de Guimarães, ele nos trás um grande número de informações e novos concei-
Elisa Guimarães: tos em relação à produção e compreensão textual, no entanto, essa grande
“Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presença suave. Mil leva de informações muitas vezes se tornam confusas e acabam por des-
deles não causam o incômodo de dez cearenses. prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e
dificultando o entendimento teórico.
__Não grita, ___ não empurram< ___ não seguram o braço da gente,
___ não impõem suas opiniões. Para os importunos inventaram eles uma A REFERENCIAÇÃO / OS REFERENTES / COERÊNCIA E COESÃO
palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para
essa casta de gente (...)” (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crônicas A fala e também o texto escrito constituem-se não apenas numa se-
escolhidas. Rio de Janeiros, José Olympio, 1958, p.82). quência de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas
forma uma cadeia que vai muito além da simples sequencialidade: há um
Porém é preciso especificar que para que haja a elipse o termo elíptico entrelaçamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto
deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais já falado ou escrito. Os mecanismos linguísticos que estabelecem a conectivi-
ditos anteriormente são primordiais para a compreensão e produção textu- dade e a retomada e garantem a coesão são os referentes textuais. Cada
al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande uma das coisas ditas estabelece relações de sentido e significado tanto
valor para tais feitos. com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru-
indo uma cadeia textual significativa. Essa coesão, que dá unidade ao
Ao abordar os conceitos de coesão e coerência, a autora procura pri- texto, vai sendo construída e se evidencia pelo emprego de diferentes
meiramente retomar a noção de que a construção do texto é feita através procedimentos, tanto no campo do léxico, como no da gramática. (Não
de “referentes linguísticos” (p.38) que geram um conjunto de frases que irão esqueçamos que, num texto, não existem ou não deveriam existir elemen-
constituir uma “microestrutura do texto” (p.38) que se articula com a estrutu- tos dispensáveis. Os elementos constitutivos vão construindo o texto, e são
ra semântica geral. Porém, a dificuldade de se separar a coesão da coe- as articulações entre vocábulos, entre as partes de uma oração, entre as
rência está no fato daquela está inserida nesta, formando uma linha de orações e entre os parágrafos que determinam a referenciação, os contatos
raciocínio de fácil compreensão, no entanto, quando ocorre uma incoerên- e conexões e estabelecem sentido ao todo.)
cia textual, decorrente da incompatibilidade e não exatidão do que foi
escrito, o leitor também é capaz de entender devido a sua fácil compreen- Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto
são apesar da má articulação do texto. coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâ-
mica articuladora e garantem a progressão textual.
A coerência de um texto não é dada apenas pela boa interligação entre
as suas frases, mas também porque entre estas existe a influência da A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas
coerência textual, o que nos ajuda a concluir que a coesão, na verdade, é relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos
efeito da coerência. Como observamos em Nova Gramática Aplicada da em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos;
Língua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed): tempos verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.),
na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como
A coesão e a coerência trazem a característica de promover a inter- formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver
relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos
chamamos de conectividade textual. “A coerência diz respeito ao nexo gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.
entre os conceitos; e a coesão, à expressão desse nexo no plano linguísti- 1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode
co” (VAL, Maria das Graças Costa. Redação e textualidade, 1991, p.7) dar-se pela reiteração, pela substituição e pela associação.
É garantida com o emprego de:
No capítulo que diz respeito às noções de estrutura, Elisa Guimarães, • enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensa-
busca ressaltar o nível sintático representado pelas coordenações e subor- gem-tema do texto apoiada na conexão de elementos léxicos su-
dinações que fixam relações de “equivalência” ou “hierarquia” respectiva- cessivos pode dar-se por simples iteração (repetição). Cabe, nesse
mente. caso, fazer-se a diferenciação entre a simples redundância resul-
Um fato importante dentro do livro A Articulação do Texto, é o valor atribuí- tado da pobreza de vocabulário e o emprego de repetições como
do às estruturas integrantes do texto, como o título, o parágrafo, as inter e recurso estilístico, com intenção articulatória. Ex.: “As contas do
intrapartes, o início e o fim e também, as superestruturas. patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas
Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganá-
O título funciona como estratégica de articulação do texto podendo de- lo.Enganava.” Vidas secas, p. 143);
sempenhar papéis que resumam os seus pontos primordiais, como tam- • substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos
bém, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto. como de palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui além
das palavras sinônimas, aquelas resultantes de famílias ideológi-
Os parágrafos esquematizam o raciocínio do escritos, como enuncia cas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaçar, revoar,
Othon Moacir Garcia: voar;
“O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-
• hipônimos (relações de um termo específico com um termo de
venientemente as ideias principais da sua composição, permitindo ao leitor
sentido geral, ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um
acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios”.
termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específi-
co, ex.: felino, gato);
É bom relembrar, que dentro do parágrafo encontraremos o chamado
tópico frasal, que resumirá a principal ideia do parágrafo no qual esta • nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em
inserido; e também encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.:
de parágrafo, cada qual com um ponto de vista específico. consertar, o conserto; viajar, a viagem). É preciso distinguir-se en-
tre nominalização estrita e. generalizações (ex.: o cão < o animal)
No que diz respeito ao tópico Inicio e fim, Elisa Guimarães preferiu a- e especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);
bordá-los de forma mútua já que um é consequência ou decorrência do • substitutos universais (ex.: João trabalha muito. Também o faço.
outro; ficando a organização da narrativa com uma forma de estrutura O verbo fazer em substituição ao verbo trabalhar);
clássica e seguindo uma linha sequencial já esperada pelo leitor, onde o • enunciados que estabelecem a recapitulação da ideia global.
início alimenta a esperança de como virá a ser o texto, enquanto que o fim Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também
exercer uma função de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono
que também, alimenta a imaginação tanto do leito, quanto do próprio autor. (Vidas Secas, p.11). Esse enunciado é chamado de anáfora con-

Língua Portuguesa 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
são retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta.
Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso a- É possível observar que os articuladores relacionam os argumentos di-
vançar, mantendo-se sua unidade. ferentemente. Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a relação que
2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de: estabelecem.
• certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-
se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados Relações de:
como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto, adição: os conectores articula sequencialmente frases cujos conteúdos
diferentemente dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à se adicionam a favor de uma mesma conclusão: e, também, não
pessoa que fala e com quem esta fala. só...como também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem.
• certos advérbios e expressões adverbiais;
Na maioria dos casos, as frases somadas não são permutáveis, isto é,
• artigos;
a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada.
• conjunções;
• numerais; Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou-se.
• elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado alternância: os conteúdos alternativos das frases são articulados por
anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres-
recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for- sar inclusão ou exclusão.
ças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
relação entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade.
marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio
enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver- oposição: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con-
bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares pú- teúdos se opõem. São articuladores de oposição: mas, porém, todavia,
blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma entretanto, no entanto, não obstante, embora, apesar de (que), ainda
situação não-verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre texto e que, se bem que, mesmo que, etc.
contexto (extratextual);
• as concordâncias; O candidato foi aprovado, mas não fez a matrícula.
• a correlação entre os tempos verbais. condicionalidade: essa relação é expressa pela combinação de duas
proposições: uma introduzida pelo articulador se ou caso e outra por então
Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão textu- (consequente), que pode vir implícito. Estabelece-se uma relação entre o
al, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas antecedente e o consequente, isto é, sendo o antecedente verdadeiro ou
indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os com- possível, o consequente também o será.
ponentes concentram em si a significação. Referem os participantes do ato
de comunicação, o momento e o lugar da enunciação. Na relação de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma
condição hipotética, isto é,, cria-se na proposição introduzida pelo articula-
Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos: dor se/caso uma hipótese que condicionará o que será dito na proposição
Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participan- seguinte. Em geral, a proposição situa-se num tempo futuro.
tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções
prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o Caso tenha férias, (então) viajarei para Buenos Aires.
momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou
posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti- causalidade: é expressa pela combinação de duas proposições, uma
mamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de das quais encerra a causa que acarreta a consequência expressa na outra.
agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro). Tal relação pode ser veiculada de diferentes formas:

Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam rela- Passei no vestibular porque estudei muito
ções não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também visto que
entre frases e sequências de frases dentro de um texto”. já que
uma vez que
Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Mui- _________________ _____________________
tas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoia- consequência causa
da no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo
comunicativo têm da língua.
Estudei tanto que passei no vestibular.
A ligação lógica das ideias Estudei muito por isso passei no vestibular
Uma das características do texto é a organização sequencial dos ele- _________________ ____________________
mentos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se causa consequência
estabelecem entre as frases e os parágrafos que compõem um texto,
fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja
dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse Como estudei passei no vestibular
encadeamento lógico são: a articulação, a referência, a substituição voca- Por ter estudado muito passei no vestibular
bular e a elipse. ___________________ ___________________
causa consequência
ARTICULAÇÃO
Os articuladores (também chamados nexos ou conectores) são conjun- finalidade: uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) para
ções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si dos fatos se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais
denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependên- são: para, afim de, para que.
cia de sentido das frases no processo de sequencialização textual. As
ideias ou proposições podem se relacionar indicando causa, consequência, Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida.
finalidade, etc.
conformidade: essa relação expressa-se por meio de duas proposi-
Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente. ções, em que se mostra a conformidade de conteúdo de uma delas em
Ingressei na Faculdade porque pretendo ser biólogo. relação a algo afirmado na outra.

Língua Portuguesa 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
discurso. A linguagem é um ato intencional, o indivíduo faz escolhas quan-
O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara. do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas
segundo escolhas, de modo a fazer com que suas opiniões sejam aceitas ou respei-
consoante tadas, é fundamental lançar mão dos operadores que estabelecem ligações
como (espécies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso.
de acordo com a solicitação...

temporalidade: é a relação por meio da qual se localizam no tempo Autor e Narrador: Diferenças
ações, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de Equipe Aprovação Vest
duas proposições.
Quando Qual é, afinal, a diferença entre Autor e Narrador? Existe uma diferença
Mal enorme entre ambos.
Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui.
Autor
Assim que
Depois que É um homem do mundo: tem carteira de identidade, vai ao supermer-
No momento em que cado, masca chiclete, eventualmente teve sarampo na infância e, mais
Nem bem eventualmente ainda, pode até tocar trombone, piano, flauta transversal.
Paga imposto.
a) concomitância de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estu-
dava com afinco. Narrador
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada É um ser intradiegético, ou seja, um ser que pertence à história que
uma das proposições. está sendo narrada. Está claro que é um preposto do autor, mas isso não
b) um tempo progressivo: significa que defenda nem compartilhe suas ideias. Se assim fosse, Ma-
À proporção que os alunos terminavam a prova, iam se retirando. chado de Assis seria um crápula como Bentinho ou um bígamo, porque,
• bar enchia de frequentadores à medida que a noite caía. casado com Carolina Xavier de Novais, casou-se também com Capitu, foi
amante de Virgília e de um sem-número de mulheres que permeiam seus
Conclusão: um enunciado introduzido por articuladores como portan- contos e romances.
to, logo, pois, então, por conseguinte, estabelece uma conclusão em O narrador passa a existir a partir do instante que se abre o livro e ele,
relação a algo dito no enunciado anterior: em primeira ou terceira pessoa, nos conta a história que o livro guarda.
Confundir narrador e autor é fazer a loucura de imaginar que, morto o autor,
Assistiu a todas as aulas e realizou com êxito todos os exercícios. Por- todos os seus narradores morreriam junto com ele e que, portanto, não
tanto tem condições de se sair bem na prova. disporíamos mais de nenhuma narrativa dele.
É importante salientar que os articuladores conclusivos não se limitam
a articular frases. Eles podem articular parágrafos, capítulos.
FONÉTICA E FONOLOGIA
Comparação: é estabelecida por articuladores : tanto (tão)...como,
tanto (tal)...como, tão ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo-
assim como. nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os
Ele é tão competente quanto Alberto. quais caracterizam a oposição entre os vocábulos.

Explicação ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, por- Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre
que introduzem uma justificativa ou explicação a algo já anteriormente si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA.
referido.
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e
Não se preocupe que eu voltarei seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais
pois fonemas.
porque No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo-
nemas.
As pausas
Os articuladores são, muitas vezes, substituídos por “pausas” (marca- É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o
das por dois pontos, vírgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar sinal gráfico que representa o som.
tipos de relações diferentes.
Vejamos alguns exemplos:
Compramos tudo pela manhã: à tarde pretendemos viajar. (causalida- Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
de) Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i
Não fique triste. As coisas se resolverão. (justificativa) Corre – letras: 5: fonemas: 4
Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos à flor da pele. ( oposi- Hora – letras: 4: fonemas: 3
ção) Aquela – letras: 6: fonemas: 5
Não estive presente à cerimônia. Não posso descrevê-la. (conclusão) Guerra – letras: 6: fonemas: 4
http://www.seaac.com.br/ Fixo – letras: 4: fonemas: 5
Hoje – 4 letras e 3 fonemas
A análise de expressões referenciais é fundamental na interpretação do Canto – 5 letras e 4 fonemas
discurso. A identificação de expressões correferentes é importante em Tempo – 5 letras e 4 fonemas
diversas aplicações de Processamento da Linguagem Natural. Expressões Campo – 5 letras e 4 fonemas
referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso ou Chuva – 5 letras e 4 fonemas
podem fazer referência a entidades já mencionadas,podendo fazer uso de
redução lexical. LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um
determinado som.
Interpretar e produzir textos de qualidade são tarefas muito importantes
na formação do aluno. Para realizá-las de modo satisfatório, é essencial CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do

Língua Portuguesa 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Há os seguintes dígrafos:
VOGAIS 1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh.
Exs.: chave, malha, ninho.
a, e, i, o, u
A E I O U 2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e
ss.
SEMIVOGAIS Exs. : carro, pássaro.
Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa 3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs.
mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te- Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir.
sou-ro, Pa-ra-guai. 4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer-
rando a sílaba em uma palavra.
CONSOANTES Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.

B Cb,
D c,
F Gd,Hf,Jg,K h,
L j,
M l,N m,
K Pn,Rp,Sq,T r,
V s,
X t,Z v,
Y x,
Wz NOTAÇÕES LÉXICAS
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes
ENCONTROS VOCÁLICOS dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras.
A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
encontro vocálico. São os seguintes:
Ex.: cooperativa 1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas;
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco-
Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato ra;
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade;
DITONGO 4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã;
É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa. 5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude;
Dividem-se em: 6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho;
- orais: pai, fui o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno.
- nasais: mãe, bem, pão
- decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói
- crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo ORTOGRAFIA OFICIAL
TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas
que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de
HIATO modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua.
Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-
as diferentes emissões de voz. Eis algumas observações úteis:
Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í-
zo DISTINÇÃO ENTRE J E G
1. Escrevem-se com J:
SÍLABA a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste,
Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados canjerê, pajé, etc.
numa só emissão de voz. b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-
cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc.
Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em: c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei,
• Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol. despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis.
• Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
• Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais
• Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta- mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.
li-da-de.
2. Escrevem-se com G:
TONICIDADE a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se ferrugem, etc.
pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica. b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
pá. c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.
Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras
em: DISTINÇÃO ENTRE S E Z
• Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do- 1. Escrevem-se com S:
mi-nó. a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
• Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá- b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
ter, a-má-vel, qua-dro. ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
• Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do, guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma. burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
ENCONTROS CONSONANTAIS d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo. erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc. se análise, trombose, etc.
e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
DÍGRAFOS causa.
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com- f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina
posta para um som simples. em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-

Língua Portuguesa 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
der: pretensão; repreender: repreensão, etc. Mas ou mais: dúvidas de ortografia

2. Escrevem-se em Z. Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte


a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização, Mais ou mais? Onde ou aonde? Essas e outras expressões geralmente são
organizado; realizar: realização, realizado, etc. alvo de questionamentos por parte dos usuários da língua.
b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc. Falar e escrever bem, de modo que se atenda ao padrão formal da lingua-
c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro, gem: eis um pressuposto do qual devemos nos valer mediante nossa
chapeuzinho, cãozito, etc. postura enquanto usuários do sistema linguístico. Contudo, tal situação não
parece assim tão simples, haja vista que alguns contratempos sempre
tendem a surgir. Um deles diz respeito a questões ortográficas no mo-
DISTINÇÃO ENTRE X E CH: mento de empregar esta ou aquela palavra.
1. Escrevem-se com X Nesse sentido nunca é demais mencionar que o emprego correto de um
a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote, determinado vocábulo está intimamente ligado a pressupostos semânticos,
feixe, etc. visto que cada vocábulo carrega consigo uma marca significativa de senti-
c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc. do. Assim, mesmo que palavras se apresentem semelhantes em temos
d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de sonoros, bem como nos aspectos gráficos, traduzem significados distintos,
árvore que produz o látex). aos quais devemos nos manter sempre vigilantes, no intuito de fazermos
e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en- bom uso da nossa língua sempre que a situação assim o exigir.
chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa- Pois bem, partindo dessa premissa, ocupemo-nos em conhecer as caracte-
das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja, rísticas que nutrem algumas expressões que rotineiramente utilizamos.
pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en- Entre elas, destacamos:
cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar: Mas e mais
en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço). A palavra “mas” atua como uma conjunção coordenada adversativa, de-
vendo ser utilizada em situações que indicam oposição, sentido contrário.
2. Escrevem-se com CH: Vejamos, pois:
a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre- Esforcei-me bastante, mas não obtive o resultado necessário.
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal- Já o vocábulo “mais” se classifica como pronome indefinido ou advérbio de
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim- intensidade, opondo-se, geralmente, a “menos”. Observemos:
bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi- Ele escolheu a camiseta mais cara da loja.
la, piche, pichar, tchau.
b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que Onde e aonde
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se “Aonde” resulta da combinação entre “a + onde”, indicando movimento para
distingue pelo contraste entre o x e o ch. algum lugar. É usada com verbos que também expressem tal aspecto (o de
Exemplos: movimento). Assim, vejamos:
• brocha (pequeno prego) Aonde você vai com tanta pressa?
• broxa (pincel para caiação de paredes) “Onde” indica permanência, lugar em que se passa algo ou que se está.
• chá (planta para preparo de bebida) Portanto, torna-se aplicável a verbos que também denotem essa caracterís-
• xá (título do antigo soberano do Irã) tica (estado ou permanência). Vejamos o exemplo:
• chalé (casa campestre de estilo suíço) Onde mesmo você mora?
• xale (cobertura para os ombros)
• chácara (propriedade rural) Que e quê
• xácara (narrativa popular em versos) O “que” pode assumir distintas funções sintáticas e morfológicas, entre elas
• cheque (ordem de pagamento) a de pronome, conjunção e partícula expletiva de realce:
• xeque (jogada do xadrez) Convém que você chegue logo. Nesse caso, o vocábulo em questão atua
• cocho (vasilha para alimentar animais) como uma conjunção integrante.
• coxo (capenga, imperfeito) Já o “quê”, monossílabo tônico, atua como interjeição e como substantivo,
em se tratando de funções morfossintáticas:
DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C Ela tem um quê de mistério.
Observe o quadro das correlações:
Correlações Exemplos Mal e mau
t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial “Mal” pode atuar com substantivo, relativo a alguma doença; advérbio,
ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter
denotando erradamente, irregularmente; e como conjunção, indicando
- detenção; reter - retenção
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submer- tempo. De acordo com o sentido, tal expressão sempre se opõe a bem:
rt - rs são; Como ela se comportou mal durante a palestra. (Ela poderia ter se compor-
pel - puls inverter - inversão; divertir - diversão tado bem)
corr - curs impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão “Mau” opõe-se a bom, ocupando a função de adjetivo:
sent - sens correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão Pedro é um mau aluno. (Assim como ele poderia ser um bom aluno)
ced - cess sentir - senso, sensível, consenso
ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - inter- Ao encontro de / de encontro a
gred - gress cessão.
“Ao encontro de” significa ser favorável, aproximar-se de algo:
exceder - excessivo (exceto exceção)
prim - press agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - Suas ideias vão ao encontro das minhas. (São favoráveis)
tir - ssão progresso - progressivo “De encontro a” denota oposição a algo, choque, colisão:
imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repres- O carro foi de encontro ao poste.
são.
admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão. Afim e a fim
(re)percutir - (re)percussão “Afim” indica semelhança, relacionando-se com a ideia relativa à afinidade:
Na faculdade estudamos disciplinas afins.
PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES “A fim” indica ideia de finalidade:
Estudo a fim de que possa obter boas notas.

Língua Portuguesa 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A par e ao par Por que


“A par” indica o sentido voltado para “ciente, estar informado acerca de O por que tem dois empregos diferenciados:
algo”: Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefini-
Ele não estava a par de todos os acontecimentos. do que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:
“Ao par” representa uma expressão que indica igualdade, equivalência ente Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
valores financeiros: Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)
Algumas moedas estrangeiras estão ao par. Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o
significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais,
Demais e de mais pelas quais.
“Demais” pode atuar como advérbio de intensidade, denotando o sentido de Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)
“muito”:
A vítima gritava demais após o acidente. Por quê
Tal palavra pode também representar um pronome indefinido, equivalendo- Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por
se “aos outros, aos restantes”: quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual
Não se importe com o que falam os demais. motivo”, “por qual razão”.
“De mais” se opõe a de menos, fazendo referência a um substantivo ou a Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê?
um pronome: Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.
Ele não falou nada de mais.
Porque
Senão e se não É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma
“Senão” tem sentido equivalente a “caso contrário” ou a “não ser”: vez que”, “para que”.
É bom que se apresse, senão poderá chegar atrasado. Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
“Se não” se emprega a orações subordinadas condicionais, equivalendo-se Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)
a “caso não”: Porquê
Se não chover iremos ao passeio. É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanha-
do de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.
Na medida em que e à medida que Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar con-
“Na medida em que” expressa uma relação de causa, equivalendo-se a centrada. (motivo)
“porque”, “uma vez que” e “já que”: Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)
Na medida em que passava o tempo, a saudade ia ficando cada vez mais Por Sabrina Vilarinho
apertada.
“À medida que” indica a ideia relativa à proporção, desenvolvimento grada- FORMAS VARIANTES
tivo: Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer
À medida que iam aumentando os gritos, as pessoas se aglomeravam uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos.
ainda mais. aluguel ou aluguer hem? ou hein?
alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia
Nenhum e nem um amídala ou amígdala infarto ou enfarte
“Nenhum” representa o oposto de algum: assobiar ou assoviar laje ou lajem
Nenhum aluno fez a pesquisa. assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula
“Nem um” equivale a nem sequer um: azaléa ou azaleia nenê ou nenen
Nem uma garota ganhará o prêmio, quem dirá todas as competidoras. bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu
bílis ou bile quatorze ou catorze
Dia a dia e dia-a-dia (antes da nova reforma ortográfica grafado com cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar
hífen): carroçaria ou carroceria taramela ou tramela
Antes do novo acordo ortográfico, a expressão “dia-a-dia”, cujo sentido chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear
fazia referência ao cotidiano, era grafada com hífen. Porém, depois de debulhar ou desbulhar ou relampar
instaurado, passou a ser utilizada sem dele, ou seja: fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem
O dia a dia dos estudantes tem sido bastante conturbado.
Já “dia a dia”, sem hífen mesmo antes da nova reforma, atua como uma
locução adverbial referente a “todos os dias” e permaneceu sem nenhuma EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
alteração, ou seja:
Ela vem se mostrando mais competente dia a dia. Escrevem-se com letra inicial maiúscula:
1) a primeira palavra de período ou citação.
Fim-de-semana e fim de semana Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
A expressão “fim-de-semana”, grafada com hífen antes do novo acordo, faz No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
referência a “descanso”, diversão, lazer. Com o advento da nova reforma letra maiúscula.
ortográfica, alguns compostos que apresentam elementos de ligação, como 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
é o caso de “fim de semana”, não são mais escritos com hífen. Portanto, o sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
correto é: Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
Como foi seu fim de semana? Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
“Fim de semana” também possui outra acepção semântica (significado), O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
relativa ao final da semana propriamente dito, aquele que começou no 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
domingo e agora termina no sábado. Assim, mesmo com a nova reforma religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
ortográfica, nada mudou no tocante à ortografia: do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
Viajo todo fim de semana. 4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
Vânia Maria do Nascimento Duarte etc.
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
O uso dos porquês
Estado, Pátria, União, República, etc.
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações,
Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês órgãos públicos, etc.:
para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto. Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco

Língua Portuguesa 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc. derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai
7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso,
científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os o “ü” lê-se “i”)
Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
Manhã, Manchete, etc.
8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. Quanto À Posição Da Sílaba Tônica
9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do
Oriente, o falar do Norte.
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste. 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou não
10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas
Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas
em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
Escrevem-se com letra inicial minúscula:
1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, Ex.
ingleses, ave-maria, um havana, etc.
2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando Chá Mês nós
empregados em sentido geral: Gás Sapé cipó
São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
Dará Café avós
3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio
Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc. Pará Vocês compôs
4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: vatapá pontapés só
"Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis) Aliás português robô
"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, dá-lo vê-lo avó
mirra." (Manuel Bandeira) recuperá-los Conhecê-los pô-los
guardá-la Fé compô-los
ORTOGRAFIA OFICIAL réis (moeda) Véu dói
Novo Acordo Ortográfico méis céu mói
pastéis Chapéus anzóis
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas ninguém parabéns Jerusalém
da Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário Resumindo:
internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató- Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja
ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo”
Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que são acentuadas porque as vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.
falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve
sua implementação.
É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que uma 2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar que a
ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que as • L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos subsisti- • N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
rão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. Uma
língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de Leis • R – câncer, caráter, néctar, repórter.
ou Acordos. • X – tórax, látex, ônix, fênix.
• PS – fórceps, Quéops, bíceps.
A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, depois • Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui uma • ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o ideal • I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na • ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra. • UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
• US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira des-
complicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante a
Ortografia Oficial do Português falado no Brasil. Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes
(semivogal+vogal):
Alfabeto Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo as
letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhu- Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo,
ma novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios público, pároco, proparoxítona.
e palavras importadas do idioma inglês, como: QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS
km – quilômetro, 4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
kg – quilograma
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
• Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
Trema
Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
IMPORTANTE
linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus

Língua Portuguesa 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se Averiguo (leia-se a-ve-ri-gu-o, pois o “U” tem som forte)
todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos? Arguo apazigue
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de Enxague arguem
“ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Delinguo
Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a Acento Circunflexo
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso. Não se acentuam mais as vogais dobradas “EE” e “OO”.
5. Trema Creem veem
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai Deem releem
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, Leem descreem
como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”) Voo perdoo
6. Acento Diferencial enjoo
O acento diferencial permanece nas palavras: Outras dicas
pôde (passado), pode (presente) Há muito tempo a palavra “coco” – fruto do coqueiro – deixou de ser acen-
pôr (verbo), por (preposição) tuada. Entretanto, muitos alunos insistem em colocar o acento: “Quero
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo beber água de côco”.
está no singular ou plural: Quem recebe acento é “cocô” – palavra popularmente usada para se referir
SINGULAR PLURAL a excremento.
Ele tem Eles têm Então, a menos se que queira beber água de fezes, é melhor parar de
colocar acento em coco.
Ele vem Eles vêm
Para verificar praticamente a necessidade de acentuação gráfica, utilize o
Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como: critério das oposições:
conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc. Imagem armazém
Paroxítonas terminadas em “M” não levam acento, mas as oxítonas SIM.
Novo Acordo Ortográfico Descomplicado Jovens provéns
Trema Paroxítonas terminadas em “ENS” não levam acento, mas as oxítonas
Não se usa mais o trema, salvo em nomes próprios e seus derivados. levam.
Acento diferencial Útil sutil
Não é preciso usar o acento diferencial para distinguir: Paroxítonas terminadas em “L” têm acento, mas as oxítonas não levam
porque o “L”, o “R” e o “Z” deixam a sílaba em que se encontram natural-
mente forte, não é preciso um acento para reforçar isso.
1. Para (verbo) de para (preposição)
É por isso que: as palavras “rapaz, coração, Nobel, capataz, pastel, bom-
bom; verbos no infinitivo (terminam em –ar, -er, -ir) doar, prover, consu-
“Esse carro velho para em toda esquina”. mir são oxítonas e não precisam de acento. Quando terminarem do mesmo
“Estarei voltando para casa daqui a uma hora”. jeito e forem paroxítonas, então vão precisar de acento.

1. Pela, pelo (verbo pelar) de pela, pelo (preposição + artigo) e pelo (subs- Uso do Hífen
tantivo)
Novo Acordo Ortográfico Descomplicado (Parte V) – Uso do Hífen
2. Polo (substantivo) de polo (combinação antiga e popular de por e lo).
3. pera (fruta) de pera (preposição arcaica). Tem se discutido muito a respeito do Novo Acordo Ortográfico e a grande
queixa entre os que usam a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita
A pronúncia ou categoria gramatical dessas palavras dar-se-á mediante o tem gerado em torno do seguinte questionamento: “por que mudar uma
contexto. coisa que a gente demorou um tempão para aprender?” Bom, para quem já
Acento agudo dominava a antiga ortografia, realmente essa mudança foi uma chateação.
Ditongos abertos “ei”, “oi” Quem saiu se beneficiando foram os que estão começando agora a adquirir
Não se usa mais acento nos ditongos ABERTOS “ei”, “oi” quando estiverem o código escrito, como os alunos do Ensino Fundamental I.
na penúltima sílaba. Se você tem dificuldades em memorizar regras, é inútil estudar o Novo
He-roi-co ji-boi-a Acordo comparando “o antes e o depois”, feito revista de propaganda de
As-sem-blei-a i-dei-a cosméticos. O ideal é que as mudanças sejam compreendidas e gravadas
Pa-ra-noi-co joi-a na memória: para isso, é preciso colocá-las em prática.
OBS. Só vamos acentuar essas letras quando vierem na última sílaba e se Não precisa mais quebrar a cabeça: “uso hífen ou não”?
o som delas estiverem aberto. Regra Geral
Céu véu A letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não
Dói herói tem som; em “Hollywood”, tem som de “R”. Portanto, não deve aparecer
Chapéu beleléu encostado em prefixos:
Rei, dei, comeu, foi (som fechado – sem acento)
Não se recebem mais acento agudo as vogais tônicas “I” e “U” quando
• pré-história
forem paroxítonas (penúltima sílaba forte) e precedidas de ditongo.
• anti-higiênico
feiura baiuca
• sub-hepático
cheiinho saiinha
• super-homem
boiuno
Não devemos mais acentuar o “U” tônico os verbos dos grupos “GUE/GUI”
e “QUE/QUI”. Por isso, esses verbos serão grafados da seguinte maneira: Então, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA.

Língua Portuguesa 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Anti-inflamatório neoliberalismo O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da
Supra-auricular extraoficial Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário
internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
Arqui-inimigo semicírculo
2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
sub-bibliotecário superintendente dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató-
Quanto ao “R” e o “S”, se o prefixo terminar em vogal, a consoante deverá ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo
ser dobrada: Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que
suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia (ultra+sonografia) falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve
minissaia antisséptico sua implementação.
contrarregra megassaia
Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, não se unem de jeito É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que
nenhum. uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar
que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que
as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos
• Sub-reino subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática.
• ab-rogar Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de
• sob-roda Leis ou Acordos.

ATENÇÃO! A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de-


pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui
Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o
iguais, SEPARA. ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na
super-requintado super-realista melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra.
inter-resistente
CONTINUAMOS A USAR O HÍFEN Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira
descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante
Diante dos prefixos “ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-“: a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil.
Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente ,
Vizo-rei Alfabeto
Diante de “pós-, pré- e pró-“, quando TEM SOM FORTE E ACENTO. A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo
pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-labore as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma
pró-africano, pró-europeu, pós-graduação novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e
Diante de “pan-, circum-, quando juntos de vogais. palavras importadas do idioma inglês, como:
km – quilômetro,
Pan-americano, circum-escola
kg – quilograma
OBS. “Circunferência” – é junto, pois está diante da consoante “F”. Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
NOTA: Veja como fica estranha a pronúncia se não usarmos o hífen:
Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola. Trema
ATENÇÃO! Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito
Não se usa o hífen diante de “CO-, RE-, PRE” (SEM ACENTO) textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
Coordenar reedição preestabelecer
derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai
Coordenação refazer preexistir deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso,
Coordenador reescrever prever o “ü” lê-se “i”)
Coobrigar relembrar
Cooperação reutilização QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
Cooperativa reelaborar
O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou
menos uma palavra de cada prefixo. Quando bater a dúvida numa palavra, não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou
compare-a à palavra que você já sabe e escreva-a duas vezes: numa você “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos
usa o hífen, na outra não. Qual a certa? Confie na sua memória! Uma delas abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”. Ex.
vai te parecer mais familiar.
Chá Mês nós
REGRA GERAL (Resumindo)
Gás Sapé cipó
Letras iguais, separa com hífen(-).
Dará Café avós
Letras diferentes, junta.
O “H” não tem personalidade. Separa (-). Pará Vocês compôs
O “R” e o “S”, quando estão perto das vogais, são dobrados. Mas não se vatapá pontapés só
juntam com consoantes. Aliás português robô
http://www.infoescola.com/portugues/novo-acordo-ortografico- dá-lo vê-lo avó
descomplicado-parte-i/ recuperá-los Conhecê-los pô-los
guardá-la Fé compô-los
ACENTUAÇÃO GRÁFICA - resumo
réis (moeda) Véu dói
méis céu mói
ORTOGRAFIA OFICIAL
Por Paula Perin dos Santos pastéis Chapéus anzóis
ninguém parabéns Jerusalém

Língua Portuguesa 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Resumindo: EXERCÍCIOS

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que 1. Com o novo acordo, quantas letras passa a ter o alfabeto da língua
seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí- portuguesa?
lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas a) 23
palavras. b) 26
c) 28
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em: d) 20
e) 21

• L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. 2. A regra atual para acentuação no português do Brasil manda acentuar
• N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen. todos os ditongos abertos “éu”, “éi”, “ói” (como ‘assembléia’, ‘céu’ ou ‘dói’).
• R – câncer, caráter, néctar, repórter. Pelo novo acordo, palavras desse tipo passam a ser escritas:
• X – tórax, látex, ônix, fênix. a) Assembléia, dói, céu
b) Assembléia, doi, ceu
• PS – fórceps, Quéops, bíceps.
c) Assembléia, dói, ceu
• Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs. d) Assembleia, dói, céu
• ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão. e) Assembleia, doi, céu
• I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
• ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon. 3. Pela nova regra, apenas uma dessas palavras pode ser assinalada com
• UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns. acento circunflexo. Qual delas?
• US – ânus, bônus, vírus, Vênus. a) Vôo
b) Crêem
c) Enjôo
Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen- d) Pôde
tes (semivogal+vogal): e) Lêem
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
4. Qual das alternativas abaixo apresenta todas as palavras grafadas
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas. corretamente:
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân- a) bússola, império, platéia, cajú, Panamá
temo, público, pároco, proparoxítona. b) bussola, imperio, plateia, caju, Panama
c) bússola, imperio, plateia, caju, Panamá
QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS d) bússola, império, plateia, caju, Panamá
e) bussola, imperio, plateia, cajú, Panamá
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:

• Formarem sílabas sozinhos ou com “S” 5. De acordo com as novas regras para o hífen, passarão a ser corretas as
grafias:
a) Coautor, antissocial e micro-ondas
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta. b) Co-autor, anti-social e micro-ondas
c) Coautor, antissocial e microondas
IMPORTANTE d) Co-autor, antissocial e micro-ondas
Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, e) Coautor, anti-social e microondas
se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?
6. Qual das frases abaixo está redigida de acordo com a nova ortografia?
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos a) É preciso ter autoestima e autocontrole para coordenar o projeto de
de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. infraestrutura recém-aprovado,
Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a ainda muito polêmico e com ajustes a fazer.
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso. b) É preciso ter auto-estima e autocontrole para coordenar o projeto de
infra-estrutura recém-aprovado,
5. Trema ainda muito polemico e com ajustes a fazer.
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai c) É preciso ter auto-estima e autocontrole para co-ordenar o projeto de
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, infraestrutura recémaprovado,
como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”) ainda muito polêmico e com ajustes a fazer.
d) É preciso ter auto-estima e auto-controle para coordenar o projeto de
6. Acento Diferencial infra-estrutura recém-aprovado,
ainda muito polemico e com ajustes a fazer.
O acento diferencial permanece nas palavras: e) É preciso ter auto-estima e auto-controle para co-ordenar o projeto de
pôde (passado), pode (presente) infraestrutura recém-aprovado,
pôr (verbo), por (preposição) ainda muito polêmico e com ajústes a fazer.
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do
verbo está no singular ou plural: 7. Em quais das alternativas abaixo há apenas palavras grafadas de acordo
com a nova ortografia da língua portuguesa?
SINGULAR PLURAL a) Pára-choque, ultrassonografia, relêem, União Européia, inconseqüen-
Ele tem Eles têm te, arquirrival, saúde
b) Para-choque, ultrassonografia, releem, União Europeia, inconsequen-
Ele vem Eles vêm te, arquirrival, saude
c) Para-choque, ultrassonografia, releem, União Europeia, inconsequen-
Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como: te, arquirrival, saúde
conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc. d) Parachoque, ultra-sonografia, releem, União Européia, inconsequente,
arqui-rival, saúde

Língua Portuguesa 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e) Pára-choque, ultra-sonografia, relêem, União Européia, inconseqüen- des-mai-a-do im-bui-a
te, arqui-rival, saúde ra-diou-vin-te ca-o-lho
te-a-tro co-e-lho
Respostas: du-e-lo ví-a-mos
1. b a-mné-sia gno-mo
2. d co-lhei-ta quei-jo
3. d pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co
4. d dig-no e-nig-ma
5. a e-clip-se Is-ra-el
6. a mag-nó-lia
7. c
SINAIS DE PONTUAÇÃO
DIVISÃO SILÁBICA
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as
Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU, pausas da linguagem oral.
GU.
1- chave: cha-ve PONTO
aquele: a-que-le O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla-
palha: pa-lha rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos
manhã: ma-nhã comuns ele é chamado de simples.
guizo: gui-zo
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar PONTO DE INTERROGAÇÃO
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma É usado para indicar pergunta direta.
globo: glo-bo fraco: fra-co Onde está seu irmão?
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
prato: pra-to A mim ?! Que ideia!

Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
3- correr: cor-rer desçam: des-çam É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
fascinar: fas-ci-nar Ó jovens! Lutemos!

Não se separam as letras que representam um ditongo.


VÍRGULA
4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro
A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
cárie: cá-rie
sa na fala. Emprega-se a vírgula:
• Nas datas e nos endereços:
Separam-se as letras que representam um hiato.
São Paulo, 17 de setembro de 1989.
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el
Largo do Paissandu, 128.
rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o
• No vocativo e no aposto:
Meninos, prestem atenção!
Não se separam as letras que representam um tritongo.
Termópilas, o meu amigo, é escritor.
6- Paraguai: Pa-ra-guai
• Nos termos independentes entre si:
saguão: sa-guão
O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba
caso é usado o duplo emprego da vírgula:
que a antecede.
Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-
7- torna: tor-na núpcias: núp-cias
droeira.
técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter
• Após alguns adjuntos adverbiais:
absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz
No dia seguinte, viajamos para o litoral.
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego
Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba
da vírgula:
que a segue
Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
8- pneumático: pneu-má-ti-co
• Após a primeira parte de um provérbio.
gnomo: gno-mo
O que os olhos não vêem, o coração não sente.
psicologia: psi-co-lo-gia
• Em alguns casos de termos oclusos:
Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em
sílabas separadas. RETICÊNCIAS
9- sublingual: sub-lin-gual • São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
sublinhar: sub-li-nhar Não me disseste que era teu pai que ...
sublocar: sub-lo-car • Para realçar uma palavra ou expressão.
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
Preste atenção nas seguintes palavras: • Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
trei-no so-cie-da-de Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
gai-o-la ba-lei-a

Língua Portuguesa 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
PONTO E VÍRGULA "E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de
• Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém fome."
alguma simetria entre si. (C. Lispector)
"Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe- • Para isolar orações intercaladas:
cido, guardando consigo a ponta farpada. " "Estou certo que eu (se lhe ponho
• Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu Minha mão na testa alçada)
interior. Sou eu para ela."
Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais (M. Bandeira)
calmo, resolveu o problema sozinho.
COLCHETES [ ]
DOIS PONTOS Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
• Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
ASTERISCO
• Para indicar uma citação alheia:
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de
alguma nota (observação).
passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
que".
• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri- BARRA
or: A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente. abreviaturas.
• Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.
CRASE
TRAVESSÃO
Crase é a fusão da preposição A com outro A.
Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar
Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.
palavras ou frases
– "Quais são os símbolos da pátria?
EMPREGO DA CRASE
– Que pátria?
• em locuções adverbiais:
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos).
à vezes, às pressas, à toa...
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra
• em locuções prepositivas:
vez.
em frente à, à procura de...
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma
• em locuções conjuntivas:
coisa". (M. Palmério).
à medida que, à proporção que...
• Usa-se para separar orações do tipo:
• pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a,
– Avante!- Gritou o general.
as
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta.
Fui ontem àquele restaurante.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão:
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam
Refiro-me àquilo e não a isto.
uma cadeia de frase:
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
• A ponte Rio – Niterói. A CRASE É FACULTATIVA
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. • diante de pronomes possessivos femininos:
Entreguei o livro a(à) sua secretária .
• diante de substantivos próprios femininos:
ASPAS
Dei o livro à(a) Sônia.
São usadas para:
• Indicar citações textuais de outra autoria.
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se • Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: A:
Há quem goste de “jazz-band”. Viajaremos à Colômbia.
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. (Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
• Para enfatizar palavras ou expressões: • Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite. Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve-
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. neza, etc.
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. Viajaremos a Curitiba.
• Em casos de ironia: (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. • Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão. modifique.
Ela se referiu à saudosa Lisboa.
Vou à Curitiba dos meus sonhos.
PARÊNTESES • Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida:
Empregamos os parênteses: Às 8 e 15 o despertador soou.
• Nas indicações bibliográficas. • Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo-
"Sede assim qualquer coisa. da” ou "maneira":
serena, isenta, fiel". Aos domingos, trajava-se à inglesa.
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: • Antes da palavra casa, se estiver determinada:
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos Referia-se à Casa Gebara.
fora das órbitas. Amália se volta)". • Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar.
(G. Figueiredo) Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: • Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo.

Língua Portuguesa 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Voltou à terra onde nascera. A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos
Chegamos à terra dos nossos ancestrais. para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica
Mas: incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal,
Os marinheiros vieram a terra. e semiótica.
O comandante desceu a terra.
• Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a
artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente: primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça
Vou até a (á ) chácara. sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo
Cheguei até a(à) muralha é expresso(por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção
• A QUE - À QUE de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica
ocorrerá crase: cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.
Houve um palpite anterior ao que você deu. Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em
Houve uma sugestão anterior à que você deu. consideração:
Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não
ocorrerá crase. Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
Não gostei do filme a que você se referia. que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos:
Não gostei da peça a que você se referia. Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado,
O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo remoto.
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
de: que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos:
Meu palpite é igual ao de todos Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.
Minha opinião é igual à de todos.
Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de
possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica,
NÃO OCORRE CRASE
ou seja, os homônimos:
• antes de nomes masculinos:
Andei a pé. As homônimas podem ser:
Andamos a cavalo.
• antes de verbos:  Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
Ela começa a chorar. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente
Cheguei a escrever um poema. indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa
• em expressões formadas por palavras repetidas: singular presente indicativo do verbo consertar);
Estamos cara a cara.  Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);
Escrevi a Vossa Excelência.
Dirigiu-se gentilmente à senhora.  Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos:
• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo
Não falo a pessoas estranhas. (verbo) - cedo (advérbio);
Jamais vamos a festas.
 Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais
palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na
SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro -
E FIGURADO DAS PALAVRAS. cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura
(atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar
(diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas
de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido
Semântica (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir
(soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar,
assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição /
onicolor - unicolor.
 Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de
apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na
empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de
graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.
 Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e
origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) -
São (santo)
Conotação e Denotação:
 Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do
original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.
Semântica (do grego σηµαντικός, sēmantiká, plural neutro
de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide  Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.
sobre a relação entre significantes, tais Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.
como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a Sinônimo
sua denotação.

Língua Portuguesa 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico pro-
ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro. regredir
gredir
O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
rápido lento
repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem
enfadonhos. sair entrar
sozi- acompa-
Eufemismo nho nhado
Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto, con-
normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem discórdia
córdia
conhecida como eufemismo).
Exemplos: pesa-
leve
do
• gordo - obeso
• morrer - falecer quente frio
pre-
ausente
Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos sente
Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos. escuro claro
Sinônimos Perfeitos
inveja admiração
Se o significado é idêntico.
Exemplos:
• avaro – avarento,
Homógrafo
• léxico – vocabulário, Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na
• falecer – morrer, pronúncia.
• escarradeira – cuspideira, Exemplos
• língua – idioma • rego (subst.) e rego (verbo);
• catorze - quatorze • colher (verbo) e colher (subst.);
• jogo (subst.) e jogo (verbo);
Sinônimos Imperfeitos • Sede: lugar e Sede: avidez;
Se os signIficados são próximos, porém não idênticos.
• Seca: pôr a secar e Seca: falta de água.
Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso
Homófono
Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois
Antônimo
tipos de palavras homófonas, que são:
Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário
(também oposto ou inverso) à outra. • Homófonas heterográficas
O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso • Homófonas homográficas
estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que Homófonas heterográficas
chame atenção do leitor ou do ouvinte. Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas
Pala- heterográficas (diferentes na escrita).
Antônimo Exemplos
vra
cozer / coser;
aberto fechado cozido / cosido;
alto baixo censo / senso
bem mal consertar / concertar
conselho / concelho
bom mau
paço / passo
bonito feio noz / nós
de- hera / era
de menos ouve / houve
mais
doce salgado voz / vós
cem / sem
forte fraco acento / assento
gordo magro Homófonas homográficas
salga- Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e
insosso homográficas (iguais na escrita).
do
Exemplos
amor ódio Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso,
seco molhado janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que
grosso fino deriva do substantivo jantar, e está classificado como
neologismo.
duro mole
Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito
doce amargo (substantivo).
grande pequeno
sober- Parônimo
humildade Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma
ba
semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas
louvar censurar palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados
bendi- diferentes.
maldizer
zer O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a
ativo inativo pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas
são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida.
simpá-
antipático Exemplos
tico
Veja alguns exemplos de palavras parônimas:

Língua Portuguesa 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
acender. verbo - ascender. subir
acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se PREFIXO
cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa É o elemento mórfico que vem antes do radical.
comprimento. extensão - cumprimento. saudação Exs.: anti - herói in - feliz
coro (cantores) - couro (pele de animal)
deferimento. concessão - diferimento. adiamento SUFIXO
delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender
É o elemento mórfico que vem depois do radical.
descrição. representação - discrição. reserva
Exs.: med - onho cear – ense
descriminar. inocentar - discriminar. distinguir
despensa. compartimento - dispensa. desobriga
destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato) FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a
enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá-
enformar. meter em fôrma - informar. avisar bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologis-
entender. compreender - intender. exercer vigilância mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo.
lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das pala-
morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro vras encontramos a seguinte divisão:
peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo • palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor)
recrear. divertir - recriar. criar de novo
se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo • palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha)
vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa
venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho • palavras simples - só possuem um radical (couve, flor)
vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular
• palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor,
aguardente)
DENOTAÇAO E CONOTAÇAO
Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conheci-
A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a mento dos seguintes processos de formação:
seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original.
Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radi-
A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se cais. São dois tipos de composição.
no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias • justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol,
interpretações. sexta-feira);
Observe os exemplos • aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de e-
Denotação lementos (pernalta, de perna + alta).
As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro.
Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o a-
Conotação créscimo de afixos. São cinco tipos de derivação.
As estrelas do cinema.
• prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil);
O jardim vestiu-se de flores
O fogo da paixão • sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente);

SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO • parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo


e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável
pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva;
As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
figurado: • regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se
Construí um muro de pedra - sentido próprio substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda /
Maria tem um coração de pedra – sentido figurado. de ajudar);
A água pingava lentamente – sentido próprio.
• imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS. ("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio
a comum).
As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros
elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das processos para formação de palavras, como:
palavras.
• Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas
Exs.: por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo,
cinzeiro = cinza + eiro grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alco-
endoidecer = en + doido + ecer ômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino
predizer = pre + dizer / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego);

Os principais elementos móficos são : • Onomatopeia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zun-
zum, miau);
RADICAL • Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua
É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra. compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.)
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
enterrar = en + terra + ar
pronome = pro + nome

Língua Portuguesa 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma se- armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc)
quência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de arquipélago - de ilhas
siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista) assembleia - de parlamentares, de membros de associações
atilho - de espigas de milho
• Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas pala- atlas - de cartas geográficas, de mapas
vras, ou para palavras que adquirem um novo significado. Pciconcursos banca - de examinadores
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios
bando - de aves, de pessoal em geral
cabido - de cônegos
cacho - de uvas, de bananas
cáfila - de camelos
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PRE- cancioneiro - de poemas, de canções
POSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE caravana - de viajantes
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES). cardume - de peixes
clero - de sacerdotes
colmeia - de abelhas
SUBSTANTIVOS concílio - de bispos
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
congregação - de professores, de religiosos
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no-
congresso - de parlamentares, de cientistas
me aos seres em geral.
conselho - de ministros
consistório - de cardeais sob a presidência do papa
São, portanto, substantivos.
constelação - de estrelas
a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
corja - de vadios
Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
elenco - de artistas
b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
enxame - de abelhas
lho, corrida, tristeza beleza altura.
enxoval - de roupas
esquadra - de navios de guerra
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
esquadrilha - de aviões
a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie:
falange - de soldados, de anjos
rio, cidade, pais, menino, aluno
farândola - de maltrapilhos
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento.
fato - de cabras
Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To-
fauna - de animais de uma região
cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair.
feixe - de lenha, de raios luminosos
c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro-
flora - de vegetais de uma região
priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi-
frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus
que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con-
girândola - de fogos de artifício
creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta,
horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros
fada, bruxa, saci.
junta - de bois, médicos, de examinadores
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só
júri - de jurados
existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo,
legião - de anjos, de soldados, de demônios
pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão,
malta - de desordeiros
portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres:
manada - de bois, de elefantes
trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza.
matilha - de cães de caça
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje-
ninhada - de pintos
tivos
nuvem - de gafanhotos, de fumaça
trabalhar - trabalho
panapaná - de borboletas
correr - corrida
pelotão - de soldados
alto - altura
penca - de bananas, de chaves
belo - beleza
pinacoteca - de pinturas
plantel - de animais de raça, de atletas
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS quadrilha - de ladrões, de bandidos
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua ramalhete - de flores
portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. réstia - de alhos, de cebolas
b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa: récua - de animais de carga
florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. romanceiro - de poesias populares
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio, resma - de papel
tempo, sol. revoada - de pássaros
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de- súcia - de pessoas desonestas
colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. vara - de porcos
vocabulário - de palavras
COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
de seres da mesma espécie. Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e
grau.
Veja alguns coletivos que merecem destaque:
alavão - de ovelhas leiteiras
Gênero
alcateia - de lobos
Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-
álbum - de fotografias, de selos
no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
antologia - de trechos literários escolhidos
armada - de navios de guerra

Língua Portuguesa 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Podemos classificar os substantivos em: Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones.
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma 5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani-
para o masculino, outra para o feminino: mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis.
aluno/aluna homem/mulher Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
menino /menina carneiro/ovelha 6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas fósseis; réptil, répteis.
pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo: Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar-
padrinho/madrinha bode/cabra ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.
cavaleiro/amazona pai/mãe 7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni-
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses;
forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
em: São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix,
animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. os ônix.
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve- 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê- tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri-
mea mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi-
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que tos.
designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a Substantivos só usados no plural
estudante, este dentista. afazeres anais
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam arredores belas-artes
pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar- cãs condolências
tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn- confins exéquias
juge, a pessoa, a criatura. férias fezes
Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: núpcias óculos
uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino. olheiras pêsames
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
Plural dos Nomes Compostos
São masculinos São femininos
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata
1. Somente o último elemento varia:
o teorema o ágape a análise a usucapião a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
o trema o caudal a cal a bacanal boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
o edema o champanha a cataplasma a líbido b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
o fibroma o guaraná a aguardente c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo
o estratagema o plasma ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-
o proclama o clã
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem-
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-
Mudança de Gênero com mudança de sentido melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
Veja alguns exemplos: a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo) pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal)
rabo, burros-sem-rabo;
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora)
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão) b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
o lotação (veículo) a lotação (capacidade) ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
o lente (o professor) a lente (vidro de aumento) correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
banana-maçã, bananas-maçã.
Plural dos Nomes Simples A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa, correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: 3. Ambos os elementos são flexionados:
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração, a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
corações; grandalhão, grandalhões. flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, compromissos.
guardiães. b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. caras-pálidas.

Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma São invariáveis:
de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. desocupa-o-copo;
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí- perde-ganha, os perde-ganha.
fens (ou hífenes). Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso

Língua Portuguesa 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda- Gênero
marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa- Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne-
salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-
lher simples; aluno feliz - aluna feliz.
Adjetivos Compostos b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou-
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona. tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino- alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
americanos; cívico-militar, cívico-militares.
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-
segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos melhante a dos substantivos.
amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur- Número
dos-mudos > surdas-mudas. a) Adjetivo simples
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples:
Graus do substantivo pessoa honesta pessoas honestas
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais regra fácil regras fáceis
podem ser: sintéticos ou analíticos. homem feliz homens felizes
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in-
variáveis:
Analítico blusa vinho blusas vinho
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama- camisa rosa camisas rosa
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. b) Adjetivos compostos
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele-
Sintético mento varia, tanto em gênero quanto em número:
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. acordos sócio-político-econômico
acordos sócio-político-econômicos
causa sócio-político-econômica
Principais sufixos aumentativos causas sócio-político-econômicas
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, acordo luso-franco-brasileiro
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, acordo luso-franco-brasileiros
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu- lente côncavo-convexa
lentes côncavo-convexas
ça.
camisa verde-clara
camisas verde-claras
Principais Sufixos Diminutivos sapato marrom-escuro
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, sapatos marrom-escuros
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, Observações:
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, 1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável:
camisa verde-abacate camisas verde-abacate
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo,
sapato marrom-café sapatos marrom-café
homúncula, apícula, velhusco. blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
Observações: blusa azul-marinho blusas azul-marinho
camisa azul-celeste camisas azul-celeste
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui-
3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. variam:
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc. menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe- menina surda-muda meninas surdas-mudas
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for- Graus do Adjetivo
mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz, As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex-
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc. pressas em dois graus:
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di- - o comparativo
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon- - o superlativo
zinho, pequenito.

Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu- Comparativo


gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma
diferentes para designar o sexo: outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual,
bode - cabra genro - nora superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
burro - besta padre - madre - Comparativo de igualdade:
carneiro - ovelha padrasto - madrasta O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
cão - cadela padrinho - madrinha Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
cavalheiro - dama pai - mãe - Comparativo de superioridade:
compadre - comadre veado - cerva O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
frade - freira zangão - abelha Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.
frei – soror etc. - Comparativo de inferioridade:
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.
ADJETIVOS
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi-
FLEXÃO DOS ADJETIVOS dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
- Superlativo absoluto

Língua Portuguesa 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser: Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho
Esta cidade é poluidíssima. Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense,
Esta cidade é muito poluída. Egito - egípcio capixaba
- Superlativo relativo Equador - equatoriano Évora - eborense
Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
outros seres: Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
Este rio é o mais poluído de todos. Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
Este rio é o menos poluído de todos. Gabão - gabonês Galiza - galego
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: Goiânia - goianense Granada - granadino
- Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade - Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti- Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara- João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais: La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO Macapá - macapaense Macau - macaense
ABSOLUTO Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
RELATIVO Madri - madrileno Manaus - manauense
bom melhor ótimo Marajó - marajoara Minho - minhoto
melhor Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco
mau pior péssimo Montevidéu - montevideano Natal - natalense
pior Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
grande maior máximo Pequim - pequinês Pisa - pisano
maior Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro
pequeno menor mínimo Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
menor Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
acre - acérrimo ágil - agílimo Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo Locuções Adjetivas
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo ser substituídas por um adjetivo correspondente.
eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo PRONOMES
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo
senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo
substantivo.
manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo
• Ele chegou. (ele)
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
• Convidei-o. (o)
pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex-
próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.
público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
• Esta casa é antiga. (esta)
sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
• Meu livro é antigo. (meu)
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
Classificação dos Pronomes
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
Há, em Português, seis espécies de pronomes:
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo
de tratamento:
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões;
Adjetivos Gentílicos e Pátrios
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo;
Argélia – argelino Bagdá - bagdali
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde;
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-
Bóston - bostoniano Braga - bracarense
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense
trem, nada, cada, algo.
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
bucarestense Campos - campista
terrogativas.
Cairo - cairota Caracas - caraquenho
Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
PRONOMES PESSOAIS
Catalunha - catalão Chipre - cipriota
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês
curso:
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense
1ª pessoa: quem fala, o emissor.
bricense Cuiabá - cuiabano

Língua Portuguesa 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Eu sai (eu) Ninguém irá sem EU. (errado)
Nós saímos (nós) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Convidaram-me (me) Ninguém irá sem MIM. (certo)
Convidaram-nos (nós) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Tu saíste (tu) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Vós saístes (vós) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Convidaram-te (te) como sujeito de um verbo no infinitivo.
Convidaram-vos (vós) Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
Ele saiu (ele)
Eles sairam (eles) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Convidei-o (o) gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
Convidei-os (os) sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
Os pronomes pessoais são os seguintes: somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO Querida, gosto muito de SI. (errado)
singular 1ª eu me, mim, comigo Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
2ª tu te, ti, contigo Querida, gosto muito de você. (certo)
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe Preciso muito falar com você. (certo)
plural 1ª nós nós, conosco
2ª vós vós, convosco Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Ele feriu-se
PRONOMES DE TRATAMENTO Cada um faça por si mesmo a redação
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- O professor trouxe as provas consigo
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com-
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa
binações possíveis são as seguintes:
Magnificência V. Mag a reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral me+o=mo me + os = mos
Vossa Santidade V.S. papas te+o=to te + os = tos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados lhe+o=lho lhe + os = lhos
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores nos + o = no-lo nos + os = no-los
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo- lhes + o = lho lhes + os = lhos
cês.
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS a, as.
me+a=ma me + as = mas
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
te+a=ta te + as = tas
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
- Você pagou o livro ao livreiro?
Considera-se errado seu emprego como complemento:
- Sim, paguei-LHO.
Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado)
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que
EU cheguei atrasado (certo)
representa o livreiro) com O (que representa o livro).
ELE compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
pronomes retos:
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
Convidei ELE (errado)
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Chamaram NÓS (errado)
indiretos:
Convidei-o. (certo)
O menino convidou-a. (V.T.D )
Chamaram-NOS. (certo)
O filho obedece-lhe. (V.T. l )
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
reto seu emprego como complemento:
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
Informaram a ELE os reais motivos.
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Emprestaram a NÓS os livros.
verbos transitivos diretos:
Eles gostam muito de NÓS.
Eu lhe vi ontem. (errado)
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
Nunca o obedeci. (errado)
errado seu emprego como complemento:
Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Nunca lhe obedeci. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
MIM e TI:

Língua Portuguesa 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
finitivo: franco.
Deixei-o sair.
Vi-o chegar. Próclise
Sofia deixou-se estar à janela. Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol- interrogativos e conjunções.
vendo as orações reduzidas de infinitivo: As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: Quem lhe ensinou esses modos?
A mim, ninguém me engana. Quem os ouvia, não os amou.
A ti tocou-te a máquina mercante. Que lhes importa a eles a recompensa?
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas- 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
mo vicioso e sim ênfase. Papai do céu o abençoe.
A terra lhes seja leve.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
exercendo função sintática de adjunto adnominal: Em se animando, começa a contagiar-nos.
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
pausa entre eles.
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo- Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
déstia:
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. Mesóclise
Vós sois minha salvação, meu Deus! Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando precedidos de palavras que reclamem a próclise.
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
falamos dessa pessoa: Dir-se-ia vir do oco da terra.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Mas:
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos?
O Pronome Átono nas Locuções Verbais
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
COLOCAÇÃO DE PRONOMES Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias. O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias. 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico
3. No interior do verbo - mesóclise ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio.
Observar-te-ei sempre. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des-
cartes ."
Ênclise Tenho-me levantado cedo.
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a Não me tenho levantado cedo.
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
direto ou indireto. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
O pai esperava-o na estação agitada. auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Expliquei-lhe o motivo das férias. Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua-
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a gem escrita.
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração:
PRONOMES POSSESSIVOS
Voltei-me em seguida para o céu límpido.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
indo-lhes a posse de alguma coisa.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
3. Com o imperativo afirmativo:
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o
Companheiros, escutai-me.
livro pertence a 1ª pessoa (eu)
4. Com o infinitivo impessoal:
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Eis as formas dos pronomes possessivos:
destino na mesa.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio

Língua Portuguesa 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. momento em que falamos:
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem.
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de Um dia destes estive em Porto Alegre.
você). e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no
qual se inclui o momento em que falamos:
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui- Nesta semana não choveu.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). Neste mês a inflação foi maior.
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. Este ano será bom para nós.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Este século terminará breve.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Este assunto já foi discutido ontem.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro- Tudo isto que estou dizendo já é velho.
nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as Só posso lhe dizer isto: nada somos.
suas mãos). Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
Não me respeitava a adolescência. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. quem se fala):
Esse documento que tens na mão é teu?
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: Isso que carregas pesa 5 kg.
1. Cálculo aproximado, estimativa: b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos Esse teu coração me traiu.
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história Essa alma traz inúmeros pecados.
O nosso homem não se deu por vencido. Quantos vivem nesse pais?
Chama-se Falcão o meu homem c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum jamos distância:
Eu cá tenho minhas dúvidas O povo já não confia nesses políticos.
Cornélio teve suas horas amargas Não quero mais pensar nisso.
4. Afetividade, cortesia d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Como vai, meu menino? Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo O que você quer dizer com isso?
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- falamos:
tes de família. Um dia desses estive em Porto Alegre.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Comi naquele restaurante dia desses.
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida- f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
de. Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-
não sabia o que dizer. te.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
PRONOMES DEMONSTRATIVOS a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á
3ª.
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
Aquele documento que lá está é teu?
coisa designada em relação à pessoa gramatical.
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
Naquele instante estava preocupado.
de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
Daquele instante em diante modifiquei-me.
longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
livro está longe de ambas as pessoas.
século, para exprimir que o tempo já decorreu.
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas,
Os pronomes demonstrativos são estes: usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa variações) para a primeira:
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso
AQUELE (e variações), próprio (e variações) e aquela tranquila.
MESMO (e variações), próprio (e variações) 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE,
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Emprego dos Demonstrativos Com um frio destes não se pode sair de casa.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: Nunca vi uma coisa daquelas.
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter
fala). reforçativo:
Este documento que tenho nas mãos não é meu. Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Isto que carregamos pesa 5 kg. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
Este coração não pode me trair. ISSO ou AQUELE (e variações).
Esta alma não traz pecados. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.
Tudo se fez por este país.. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
c) Para indicar o momento em que falamos: Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
Neste instante estou tranquilo. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os
Deste minuto em diante vou modificar-me. homens superiores.

Língua Portuguesa 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante: Algo o incomoda?
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve.
9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE, Não faças a outrem o que não queres que te façam.
ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Quem avisa amigo é.
Tal era a situação do país. Encontrei quem me pode ajudar.
Não disse tal. Ele gosta de quem o elogia.
Tal não pôde comparecer. 2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA
CERTAS.
Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu- Cada povo tem seus costumes.
des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha Certas pessoas exercem várias profissões.
QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como Certo dia apareceu em casa um repórter famoso.
Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
ou OUTRO TAL: PRONOMES INTERROGATIVOS
Suas manias eram tais quais as minhas. Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de
A mãe era tal quais as filhas. modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
Os filhos são tais qual o pai. Exemplos:
Tal pai, tal filho. Que há?
É pronome substantivo em frases como: Que dia é hoje?
Não encontrarei tal (= tal coisa). Reagir contra quê?
Não creio em tal (= tal coisa) Por que motivo não veio?
Quem foi?
PRONOMES RELATIVOS Qual será?
Veja este exemplo: Quantos vêm?
Armando comprou a casa QUE lhe convinha. Quantas irmãs tens?

A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo


VERBO
casa é um pronome relativo.

PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re- CONCEITO


feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. as no tempo.
No exemplo dado, o antecedente é casa. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re-
Outros exemplos de pronomes relativos: ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
O lugar onde paramos era deserto. Assim fiz. Morreram.”
Traga tudo quanto lhe pertence. (Clarice Lispector)
Leve tantos ingressos quantos quiser.
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
a) Estado:
Eis o quadro dos pronomes relativos: Não sou alegre nem sou triste.
Sou poeta.
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS b) Mudança de estado:
Meu avô foi buscar ouro.
Masculino Feminino
Mas o ouro virou terra.
o qual a qual quem
c) Fenômeno:
os quais as quais
Chove. O céu dorme.
cujo cujos cuja cujas que
quanto quanta quantas onde
VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
quantos
estado e fenômeno, situando-se no tempo.
Observações:
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, FLEXÕES
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
O médico de quem falo é meu conterrâneo. xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
sempre um substantivo sem artigo. • a ação de cantar.
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos • o número gramatical (plural).
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
Tenho tudo quanto quero. • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no
Leve tantos quantos precisar. passado (indicativo).
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
EM QUE. Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
PRONOMES INDEFINIDOS 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
modo vago, impreciso, indeterminado. a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO cemos.
Exemplos: 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser

Língua Portuguesa 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces. como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe-
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis. nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc.
3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o
a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma-
adormece. tado - morto - enxugado - enxuto.
b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
adormecem. gação.
3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante verbo ser: sou - fui
em relação ao fato que comunica. Há três modos em português. verbo ir: vou - ia
a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
A cachorra Baleia corria na frente. QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
O Nino apareceu na porta.
pedido
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-
Corra na frente, Baleia.
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,
em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
etc.
a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
Garoava na madrugada roxa.
Fecho os olhos, agito a cabeça.
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
Houve um espetáculo ontem.
em que se fala:
Há alunos na sala.
Fechei os olhos, agitei a cabeça.
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
claros.
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o
Fazia dois anos que eu estava casado.
presente.
Faz muito frio nesta região?
Veja o esquema dos tempos simples em português:
Presente (falo) O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
Imperfeito (falava) 3ª pessoa do singular - quando significa:
Mais- que-perfeito (falara) 1) EXISTIR
Futuro do presente (falarei) Há pessoas que nos querem bem.
do pretérito (falaria) Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Presente (fale) Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
Futuro (falar) 2) ACONTECER, SUCEDER
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que Não haja desavenças entre vós.
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
dos tempos simples. 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
Infinitivo impessoal (falar) Há meses que não o vejo.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) Haverá nove dias que ele nos visitou.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
Particípio (falado) O fato aconteceu há cerca de oito meses.
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
a) agente do fato expresso. pretérito imperfeito, e não no presente:
O carroceiro disse um palavrão. Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
(sujeito agente) Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
O verbo está na voz ativa. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
b) paciente do fato expresso: Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
Um palavrão foi dito pelo carroceiro. 4) REALIZAR-SE
(sujeito paciente) Houve festas e jogos.
O verbo está na voz passiva. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
c) agente e paciente do fato expresso: Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
O carroceiro machucou-se. 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
(sujeito agente e paciente) seguido de infinitivo):
O verbo está na voz reflexiva. Em pontos de ciência não há transigir.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de Não há contê-lo, então, no ímpeto.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Não havia descrer na sinceridade de ambos.
Falo - Estudam. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está E não houve convencê-lo do contrário.
fora do radical. Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
Falamos - Estudarei.
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - De há muito que esta árvore não dá frutos.
cantei - cantarei – cantava - cantasse. De há muito não o vejo.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª

Língua Portuguesa 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pessoa do singular: Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em
Vai haver eleições em outubro. relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado):
Começou a haver reclamações. A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou.
Não pode haver umas sem as outras. e) Futuro do Presente
Parecia haver mais curiosos do que interessados. Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. futuro em relação ao momento em que se fala.
Irei à escola.
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser f) Futuro do Pretérito
construída de três modos: Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar:
Hajam vista os livros desse autor. - um fato futuro, em relação a outro fato passado.
Haja vista os livros desse autor. - Eu jogaria se não tivesse chovido.
Haja vista aos livros desse autor. - um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
- Seria realmente agradável ter de sair?
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
vezes, ironia.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
- Daria para fazer silêncio?!
sentido da frase.
Exemplo:
Modo Subjuntivo
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
a) Presente
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
- um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
Talvez eles estudem... não sei.
passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
- um desejo, uma vontade:
vando o mesmo tempo.
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
b) Pretérito Imperfeito
Outros exemplos:
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma
Os calores intensos provocam as chuvas.
hipótese, uma condição.
As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Se eu estudasse, a história seria outra.
Eu o acompanharei.
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
Ele será acompanhado por mim.
e) Pretérito Perfeito
Todos te louvariam.
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Serias louvado por todos.
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as
Prejudicaram-me.
características do modo subjuntivo).
Fui prejudicado.
Que tenha estudado bastante é o que espero.
Condenar-te-iam.
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito
Serias condenado.
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato
passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
a) Presente
lamente.
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
e) Futuro
- um fato que ocorre no momento em que se fala.
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu-
Eles estudam silenciosamente.
ído em relação a outro fato futuro.
Eles estão estudando silenciosamente.
Quando eu voltar, saberei o que fazer.
- uma ação habitual.
Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal):
O homem é mortal. SER ESTAR TER HAVER
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. PRESENTE
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar sou estou tenho hei
maior realce à narrativa. és estás tens hás
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". é está tem há
É o chamado presente histórico ou narrativo. somos estamos temos havemos
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: sois estais tendes haveis
Amanhã vou à escola. são estão têm hão
Qualquer dia eu te telefono. PRETÉRITO PERFEITO
b) Pretérito Imperfeito era estava tinha havia
eras estavas tinhas havias
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar:
era estava tinha havia
- um fato passado contínuo, habitual, permanente: éramos estávamos tínhamos havíamos
Ele andava à toa. éreis estáveis tínheis havíes
Nós vendíamos sempre fiado. eram estavam tinham haviam
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. fui estive tive houve
Era uma vez... foste estiveste tiveste houveste
- um fato presente em relação a outro fato passado. foi esteve teve houve
Eu lia quando ele chegou. fomos estivemos tivemos houvemos
c) Pretérito Perfeito fostes estivestes tivestes houvestes
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já foram estiveram tiveram houveram
ocorrido, concluído. PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
Estudei a noite inteira. tenho sido tenho estado tenho tido tenho havido
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o tens sido tens estado tens tido tens havido
momento presente. tem sido tem estado tem tido tem havido
temos sido temos estado temos tido temos havido
Tenho estudado todas as noites.
tendes sido tendes esta- tendes tido tendes havi-
d) Pretérito mais-que-perfeito

Língua Portuguesa 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do do não sejas tu não estejas não tenhas tu não hajas tu
têm sido têm estado têm tido têm havido tu
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES não seja você não esteja não tenha não haja
fora estivera tivera houvera você você você
foras estiveras tiveras houveras não sejamos não esteja- não tenha- não hajamos
fora estivera tivera houvera nós mos nós mos nós nós
fôramos estivéramos tivéramos houvéramos não sejais vós não estejais não tenhais não hajais
fôreis estivéreis tivéreis houvéreis vós vós vós
foram estiveram tiveram houveram não sejam vocês não estejam não tenham não hajam
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO vocês vocês vocês
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+sido, estado, tido IMPESSOAL INFINITIVO
, havido) ser estar ter haver
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES IMPESSOAL COMPOSTO
serei estarei terei haverei Ter sido ter estado ter tido ter havido
serás estarás terás haverá PESSOAL
será estará terá haverá ser estar ter haver
seremos estaremos teremos haveremos seres estares teres haveres
sereis estareis tereis havereis ser estar ter haver
serão estarão terão haverão sermos estarmos termos havermos
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO serdes estardes terdes haverdes
terei, terás, terá, teremos, tereis, terão, (+sido, estado, tido, serem estarem terem haverem
havido) SIMPLES GERÚNDIO
FUTURO DO sendo estando tendo havendo
PRETÉRITO COMPOSTO
SIMPLES tendo sido tendo estado tendo tido tendo havido
seria estaria teria haveria PARTICÍPIO
serias estarias terias haverias sido estado tido havido
seria estaria teria haveria
seríamos estaríamos teríamos haveríamos
serieis estaríeis teríeis haveríeis
CONJUGAÇÕES VERBAIS
seriam estariam teriam haveriam
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO PRESENTE
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ sido, estado, tido, canto vendo parto
havido) cantas vendes partes
PRESENTE SUBJUNTIVO canta vende parte
seja esteja tenha haja cantamos vendemos partimos
sejas estejas tenhas hajas cantais vendeis partis
seja esteja tenha haja cantam vendem partem
sejamos estejamos tenhamos hajamos PRETÉRITO IMPERFEITO
sejais estejais tenhais hajais cantava vendia partia
sejam estejam tenham hajam cantavas vendias partias
PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES cantava vendia partia
fosse estivesse tivesse houvesse cantávamos vendíamos partíamos
fosses estivesses tivesses houvesses cantáveis vendíeis partíeis
fosse estivesse tivesse houvesse cantavam vendiam partiam
fôssemos estivéssemos tivéssemos houvéssemos PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
fôsseis estivésseis tivésseis houvésseis cantei vendi parti
fossem estivessem tivessem houvessem cantaste vendeste partiste
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO cantou vendeu partiu
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ sido, esta- cantamos vendemos partimos
do, tido, havido) cantastes vendestes partistes
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO cantaram venderam partiram
tivesse, tivesses, tivesses, tivéssemos, tivésseis, tivessem ( + PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
sido, estado, tido, havido) tenho, tens, tem, temos, tendes, têm (+ cantado, vendido, partido)
FUTURO SIM- PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
PLES cantara vendera partira
se eu for se eu estiver se eu tiver se eu houver cantaras venderas partiras
se tu fores se tu estive- se tu tiveres se tu houve- cantara vendera partira
res res cantáramos vendêramos partíramos
se ele for se ele estiver se ele tiver se ele houver cantáreis vendêreis partíreis
se nós formos se nós esti- se nós tiver- se nós hou- cantaram venderam partiram
vermos mos vermos PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
se vós fordes se vós esti- se vós tiver- se vós hou- tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+ cantando, vendido, partido)
verdes des verdes Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
se eles forem se eles esti- se eles tive- se eles hou- FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
verem rem verem cantarei venderei partirei
FUTURO COMPOSTO cantarás venderás partirás
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido, estado, cantará venderá partirá
tido, havido) cantaremos venderemos partiremos
AFIRMATIVO IMPERATIVO cantareis vendereis partireis
sê tu está tu tem tu há tu cantarão venderão partirão
seja você esteja você tenha você haja você FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
sejamos nós estejamos tenhamos hajamos nós terei, terás, terá, teremos, tereis, terão (+ cantado, vendido, partido)
nós nós Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
sede vós estai vós tende vós havei vós FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES
sejam vocês estejam tenham hajam vocês cantaria venderia partiria
vocês vocês cantarias venderias partirias
NEGATIVO

Língua Portuguesa 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cantaria venderia partiria Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
cantaríamos venderíamos partiríamos Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
cantaríeis venderíeis partiríeis
cantariam venderiam partiriam MOBILIAR
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ cantado, vendido, partido) Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam, (+ cantado, vendido, partido)
AGUAR
Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam
PRESENTE SUBJUNTIVO
Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
cante venda parta
Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem
cantes vendas partas
cante venda parta MAGOAR
cantemos vendamos partamos Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
canteis vendais partais Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa-
cantem vendam partam ram
PRETÉRITO IMPERFEITO Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
cantasse vendesse partisse Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
cantasses vendesses partisses
cantasse vendesse partisse APIEDAR-SE
cantássemos vendêssemos partíssemos Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-
cantásseis vendêsseis partísseis vos, apiadam-se
cantassem vendessem partissem Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO vos, apiedem-se
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ cantado, vendido, parti- Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A
do)
Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver. MOSCAR
FUTURO SIMPLES Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam
cantar vender partir Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus-
quem
cantares venderes partires
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U
cantar vender partir
cantarmos vendermos partimos RESFOLEGAR
cantardes venderdes partirdes Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais,
cantarem venderem partirem resfolgam
FUTURO COMPOSTO Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis,
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+ cantado, vendido, partido) resfolguem
AFIRMATIVO IMPERATIVO Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece
canta vende parte
cante venda parta NOMEAR
cantemos vendamos partamos Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam
cantai vendei parti Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis,
cantem vendam partam nomeavam
NEGATIVO Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea-
não cantes não vendas não partas ram
não cante não venda não parta Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem
não cantemos não vendamos não partamos Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem
não canteis não vendais não partais Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear
não cantem não vendam não partam
COPIAR
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
PRESENTE Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram
cantar vender partir Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá-
INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONADO reis, copiaram
cantar vender partir Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem
cantares venderes partires Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem
cantar vender partir
cantarmos vendermos partirmos ODIAR
cantardes venderdes partirdes Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam
cantarem venderem partirem
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram
INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO IMPESSOAL
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis,
ter (ou haver), cantado, vendido, partido odiaram
INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO PESSOAL Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem
ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, vendido, partido) Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar
GERÚNDIO SIMPLES - PRESENTE
cantando vendendo partindo CABER
GERÚNDIO COMPOSTO - PRETÉRITO Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam
PARTICÍPIO Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos,
cantado vendido partido coubéreis, couberam
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis,
VERBOS IRREGULARES coubessem
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem
DAR O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão imperativo negativo
Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram CRER
Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem

Língua Portuguesa 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam requereram
Conjugam-se como crer, ler e descrer Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram
DIZER Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem requererão
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere-
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, ríeis, requereriam
disseram Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam requeiram
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, requerêsseis, requeressem,
dissesse Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem requerem
Particípio dito Gerúndio requerendo
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer Particípio requerido
O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
FAZER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem REAVER
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Presente do indicativo reavemos, reaveis
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve-
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão ram
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis,
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam reouveram
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reou-
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, vésseis, reouvessem
fizessem Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem reouverem
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen-
ta a letra v
PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem SABER
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos,
PODER soubéreis, souberam
Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam
Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam soubessem
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem
puderam
Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam VALER
Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
pudessem Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham
Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham
Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Gerúndio podendo TRAZER
Particípio podido Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam
imperativo negativo Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos,
PROVER trouxéreis, trouxeram
Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam
Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam
Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê- Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam
reis, proveram Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,
Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão trouxessem
Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, prove- Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe-
riam rem
Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem
Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam Gerúndio trazendo
Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, Particípio trazido
provessem
Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem VER
Gerúndio provendo Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem
Particípio provido Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram
QUERER Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês
Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam
Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem
Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé- Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
reis, quiseram Particípio visto
Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis, ABOLIR
quisessem Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem
Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram
REQUERER Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis,
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem aboliram

Língua Portuguesa 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão PEDIR
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Presente do subjuntivonão há Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
abolissem Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Imperativo afirmativo abole, aboli
Imperativo negativo não há POLIR
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Infinitivo impessoal abolir Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Gerúndio abolindo Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Particípio abolido
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
AGREDIR Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam RIR
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
COBRIR Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Particípio coberto Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
FALIR Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do indicativo falimos, falis Gerúndio rindo
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Particípio rido
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Conjuga-se como rir: sorrir
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão VIR
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Presente do subjuntivo não há Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Imperativo afirmativo fali (vós) Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Imperativo negativo não há Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Gerúndio falindo Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Particípio falido Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
FERIR Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Gerúndio vindo
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Particípio vindo
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir

MENTIR SUMIR
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir

FUGIR ADVÉRBIO
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
vérbio, exprimindo uma circunstância.
IR
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Os advérbios dividem-se em:
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão te, através, defronte, aonde, etc.
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema-
Gerúndio indo siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
Particípio ido mal, quase, apenas, etc.
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
OUVIR 6) NEGAÇÃO: não.
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
provavelmente, etc.
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Particípio ouvido
Há Muitas Locuções Adverbiais

Língua Portuguesa 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra- segundo
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. XIII 13 treze décimo treze avos
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, terceiro
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de XIV 14 quatorze décimo quatorze
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. quarto avos
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom XV 15 quinze décimo quinze avos
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge- quinto
ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis- XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. sexto avos
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui- XVII 17 dezessete décimo dezessete
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. sétimo avos
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, oitavo
etc. XIX 19 dezenove décimo nono dezenove
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. avos
XX 20 vinte vigésimo vinte avos
Advérbios Interrogativos
XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
XL 40 quarenta quadragé- quarenta
simo avos
Palavras Denotativas
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te- L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, simo avos
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. LX 60 sessenta sexagésimo sessenta
1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc. avos
2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc. LXX 70 setenta septuagési- setenta avos
3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. mo
4) DE DESIGNAÇÃO - eis. LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. XC 90 noventa nonagésimo noventa
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc. avos
Você lá sabe o que está dizendo, homem... C 100 cem centésimo centésimo
Mas que olhos lindos! CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
Veja só que maravilha! CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen-
NUMERAL tos tésimo tésimo
D 500 quinhen- quingenté- quingenté-
tos simo simo
Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração. DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési-
mo mo
O numeral classifica-se em: DCC 700 setecen- septingenté- septingenté-
- cardinal - quando indica quantidade. tos simo simo
- ordinal - quando indica ordem. DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté-
- multiplicativo - quando indica multiplicação. simo simo
- fracionário - quando indica fracionamento. CM 900 novecen- nongentési- nongentési-
tos mo mo
Exemplos: M 1000 mil milésimo milésimo
Silvia comprou dois livros.
Antônio marcou o primeiro gol. Emprego do Numeral
Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço.
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc.
O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
Luis X (décimo) ano I (primeiro)
Pio lX (nono) século lV (quarto)
QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS
De 11 em diante, empregam-se os cardinais:
Algarismos Numerais Leão Xlll (treze) ano Xl (onze)
Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
nos cos tivos Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
I 1 um primeiro simples -
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
II 2 dois segundo duplo meio
XX Salão do Automóvel (vigésimo)
dobro
VI Festival da Canção (sexto)
III 3 três terceiro tríplice terço
lV Bienal do Livro (quarta)
IV 4 quatro quarto quádruplo quarto XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao
VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo emprego do ordinal.
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo Hoje é primeiro de setembro
IX 9 nove nono nônuplo nono Não é aconselhável iniciar período com algarismos
X 10 dez décimo décuplo décimo 16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
XI 11 onze décimo onze avos
primeiro A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi-
XII 12 doze décimo doze avos nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois

Língua Portuguesa 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a conjunção E é coordenativa.
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
ARTIGO QUANDO é subordinativa.

As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.


Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
As conjunções coordenativas podem ser:
Dividem-se em 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
• definidos: O, A, OS, AS também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. Não aprovo nem permitirei essas coisas.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). Os livros não só instruem mas também divertem.
As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, as flores.
geral. 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde- pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao
terminado). passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape-
sar disso, em todo caso.
lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido. Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
CONJUNÇÃO A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
Coniunções Coordenativas Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. Hoje não atendo, em todo caso, entre.
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, 3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou,
senão, no entanto, etc. ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc.
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos.
etc. Ou você estuda ou arruma um emprego.
4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo.
consequência. Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando.
5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, "Já chora, já se ri, já se enfurece."
pois, etc. (Luís de Camões)
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con-
Conjunções Subordinativas seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. As árvores balançam, logo está ventando.
2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável.
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc. O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc. 5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por-
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, que, porquanto, pois (anteposto ao verbo).
etc. Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem
6) INTEGRANTES: que, se, etc. causar incêndios.
7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc. Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
forma que, de modo que, etc. Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa-
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais, tivo:
etc. Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam.
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."
(Jorge Amado)
VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
Conjunções subordinativas
Examinemos estes exemplos: As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à
1º) Tristeza e alegria não moram juntas. outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que
2º) Os livros ensinam e divertem. traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou
3º) Saímos de casa quando amanhecia. hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo).
Abrangem as seguintes classes:
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é 1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
uma conjunção. que, uma vez que, desde que.
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa:
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando efeito).
orações: são também conjunções. Como estivesse de luto, não nos recebeu.
Desde que é impossível, não insistirei.
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da 2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão
mesma oração. ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto)
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que

Língua Portuguesa 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(= como). "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. cânti)
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. 10) Integrantes: que, se.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Sabemos que a vida é breve.
(Paulo Mendes Campos) Veja se falta alguma coisa.
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
(Antônio Olavo Pereira) Observação:
"E pia tal a qual a caça procurada." Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
(Amadeu de Queirós) chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" porém, não consigna esta espécie de conjunção.
(Carlos Drummond de Andrade)
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
Os governantes realizam menos do que prometem.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que to. Assim, a conjunção que pode ser:
(= embora não). 1) Aditiva (= e):
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. A nós que não a eles, compete fazê-lo.
Beba, nem que seja um pouco. 2) Explicativa (= pois, porque):
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Apressemo-nos, que chove.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. 3) Integrante:
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas Diga-lhe que não irei.
afirmações. 4) Consecutiva:
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que Não vão a uma festa que não voltem cansados.
(= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Onde estavas, que não te vi?
Ficaremos sentidos, se você não vier. 5) Comparativa (= do que, como):
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. A luz é mais veloz que o som.
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. Ficou vermelho que nem brasa.
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos 6) Concessiva (= embora, ainda que):
que os mosquitos se opusessem." Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
(Ferreira de Castro) Beba, um pouco que seja.
5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não 7) Temporal (= depois que, logo que):
são como (ou conforme) dizem. Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." 8) Final (= pare que):
(Machado de Assis) Vendo-me à janela, fez sinal que descesse.
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, 9) Causal (= porque, visto que):
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo
forma que, de maneira que, sem que, que (não). Coaraci)
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase:
Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-
Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. disse. (sem que = embora não)
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam. 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito.
Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. (sem que = se não,caso não)
7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
Afastou-se depressa para que não o víssemos. (sem que = que não)
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não)
Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
À medida que se vive, mais se aprende. PREPOSIÇÃO
À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo. Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados. mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
segundo, um subordinado ou consequente.
Observação:
São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida Exemplos:
que e na medida em que. A forma correta é à medida que: Chegaram a Porto Alegre.
"À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem." Discorda de você.
(Maria José de Queirós) Fui até a esquina.
Casa de Paulo.
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, Preposições Essenciais e Acidentais
etc. As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
Venha quando você quiser. DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
Não fale enquanto come. ATRÁS.
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
Desde que o mundo existe, sempre houve guerras. Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia. tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,

Língua Portuguesa 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, Nosso colega está doente.
segundo, senão, tirante, visto, etc. Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER,
PERMANECER, etc.
INTERJEIÇÃO Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a
comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Nosso colega está doente.
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem A moça permaneceu sentada.
ser: 2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
- alegria: ahl oh! oba! eh! transitivo.
- animação: coragem! avante! eia! O avião sobrevoou a praia.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento.
- aplauso: bravo! viva! bis! O sabiá voou alto.
- desejo: tomara! oxalá! Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento.
- dor: aí! ui! • Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio
- silêncio: psiu! silêncio! de proposição.
- suspensão: alto! basta! Minha equipe venceu a partida.
• Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo auxílio de preposição.
valor de uma interjeição. Ele precisa de um esparadrapo.
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! • Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim! mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de
complemento com auxilio de preposição.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Damos uma simples colaboração a vocês.
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo
FRASE intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo. predicativo do sujeito.
O tempo está nublado. Os rapazes voltaram vitoriosos.
Socorro! • Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal,
Que calor! ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Ele morreu rico.
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ORAÇÃO ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto
Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal. direto ou indireto.
A fanfarra desfilou na avenida. Elegemos o nosso candidato vereador.
As festas juninas estão chegando.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
PERÍODO Chama-se termos integrantes da oração os que completam a
Período é a frase estruturada em oração ou orações. significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à
O período pode ser: compreensão do enunciado.
• simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
Fui à livraria ontem. 1. OBJETO DIRETO
• composto - quando constituído por mais de uma oração. Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
Fui à livraria ontem e comprei um livro. transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO 2. OBJETO INDIRETO


São dois os termos essenciais da oração: Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
transitivo indireto.
SUJEITO As crianças precisam de CARINHO.
Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.
3. COMPLEMENTO NOMINAL
Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes) Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de
um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por
O sujeito pode ser : um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
- simples: quando tem um só núcleo Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
núcleo: rosas) Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE
- composto: quando tem mais de um núcleo (advérbio).
O burro e o cavalo saíram em disparada.
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
- oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal 4. AGENTE DA PASSIVA
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu) Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na
- indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal voz passiva.
Come-se bem naquele restaurante. A mãe é amada PELO FILHO.
- Inexistente: quando a oração não tem sujeito O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO.
Choveu ontem. Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO.
Há plantas venenosas.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
PREDICADO TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma
Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito. função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo
O predicado classifica-se em: alguma circunstância.
1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo
do sujeito. São termos acessórios da oração:

Língua Portuguesa 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1. ADJUNTO ADNOMINAL Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM.
Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.
substantivos. Pode ser expresso:
• pelos adjetivos: água fresca, 2. ADVERSATIVA:
• pelos artigos: o mundo, as ruas Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste
• pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc).
• pelos numerais : três garotos; sexto ano A espada vence MAS NÃO CONVENCE.
• pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO.
2. ADJUNTO ADVERBIAL
Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo, 3. ALTERNATIVAS:
lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra
Cheguei cedo. (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
José reside em São Paulo. Mudou o natal OU MUDEI EU?
“OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,
3. APOSTO OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”
Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, (C. Meireles)
desenvolve ou resume outro termo da oração.
Dr. João, cirurgião-dentista, 4. CONCLUSIVAS:
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
4. VOCATIVO etc).
Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
interpelar alguém ou alguma coisa. Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.
Tem compaixão de nós, ó Cristo.
Professor, o sinal tocou. 5. EXPLICATIVAS:
Rapazes, a prova é na próxima semana. Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)
PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR.
Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS.
No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta.
Fui ao cinema. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
O pássaro voou. É aquela que vem entre os termos de uma outra oração.
O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.
PERÍODO COMPOSTO
No período composto há mais de uma oração. A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos:
(Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc.
folgam.)
ORAÇÃO PRINCIPAL
Período composto por coordenação Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida
Apresenta orações independentes. por um conectivo.
(Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.) ELES DISSERAM que voltarão logo.
ELE AFIRMOU que não virá.
Período composto por subordinação PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)
Apresenta orações dependentes.
(É bom) (que você estude.) ORAÇÃO SUBORDINADA
Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é
Período composto por coordenação e subordinação introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal
Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este nem sempre é a primeira do período.
período é também conhecido como misto. Quando ele voltar, eu saio de férias.
(Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.) Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS
Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR
ORAÇÃO COORDENADA
Oração coordenada é aquela que é independente.
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função
As orações coordenadas podem ser: de um substantivo.
Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas
- Sindética:
substantivas classificam-se em:
Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção
coordenativa.
Viajo amanhã, mas volto logo. 1) SUBJETIVA (sujeito)
- Assindética: Convém que você estude mais.
Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou Importa que saibas isso bem. .
ponto e vírgula. É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária.
Chegou, olhou, partiu.
A oração coordenada sindética pode ser: 2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto)
Desejo QUE VENHAM TODOS.
1. ADITIVA: Pergunto QUEM ESTÁ AI.
Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,
também: 3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto)
Ele falava E EU FICAVA OUVINDO. Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS.

Língua Portuguesa 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA!
Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. Tenho medo disso QUE ME PÉLO!
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
4) COMPLETIVA NOMINAL Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE.
Complemento nominal. Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR.
Ser grato A QUEM TE ENSINA.
Sou favorável A QUE O PRENDAM. 8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade:
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende.
5) PREDICATIVA (predicativo) QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo.
Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA)
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na
Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE.
oração principal:
Não sou QUEM VOCÊ PENSA.
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam.
6) APOSITIVAS (servem de aposto)
Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) 10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE.
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE.
7) AGENTE DA PASSIVA
O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR) ORAÇÕES REDUZIDAS
A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM. Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais:
gerúndio, infinitivo e particípio.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de Exemplos:
um adjetivo. • Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO.
Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas: • Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ.
• FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,
1) EXPLICATIVAS: conseguirás.
Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, • É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS
atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma ATENTOS.
informação. • AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO,
Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. entristeceu-se.
Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria. • É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES
MAIS.
• SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
2) RESTRITIVAS: me.
Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
indispensáveis ao sentido da frase:
Pedra QUE ROLA não cria limo. CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui. CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.
Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
um advérbio. Principais Casos de Concordância Nominal
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em
As orações subordinadas adverbiais classificam-se em: gênero e número com o substantivo.
1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão: As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico.
Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE. 2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão
O tambor soa PORQUE É OCO. normalmente para o plural.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma 3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai
comparação. para o masculino plural.
O som é menos veloz QUE A LUZ. Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA. 4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais
próximo:
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite: Trouxe livros e revista especializada.
POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. 5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi-
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado. mo.
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava. Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o
4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese: sujeito.
SE O CONHECESSES, não o condenarias. Meus amigos estão atrapalhados.
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO? 7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica-
tivo no gênero da pessoa a quem se refere.
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato Sua excelência, o Governador, foi compreensivo.
com outro: 8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo
Fiz tudo COMO ME DISSERAM. vão para o singular ou para o plural.
Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros).
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado: precedido de artigo e o segundo não vão para o plural.
A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS. Já estudei o primeiro e segundo livros.

Língua Portuguesa 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a Mais de um jurado fez justiça à minha música.
que se referem. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
Ela mesma veio até aqui. empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
Eles chegaram sós. no singular.
Eles próprios escreveram. As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
Muito obrigado. (masculino singular) sujeito.
Muito obrigada. (feminino singular). Deu uma hora.
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica Deram três horas.
invariável quando é advérbio. Bateram cinco horas.
Quero meio quilo de café. Naquele relógio já soaram duas horas.
Minha mãe está meio exausta. 12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
É meio-dia e meia. (hora) frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan- Ela é que faz as bolas.
tivo a que se referem. Eu é que escrevo os programas.
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
A expressão em anexo é invariável. um pronome relativo.
Trouxe em anexo estas fotos. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu- Fui eu que fiz a lição
em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
Vocês falaram alto demais. veis.
O combustível custava barato. • que: Fui eu que fiz a lição.
Você leu confuso. • quem: Fui eu quem fez a lição.
Ela jura falso. • o que: Fui eu o que fez a lição.

16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
sofrem variação normalmente. terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
Esses pneus custam caro. este sua impessoalidade.
Conversei bastante com eles. Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Conversei com bastantes pessoas. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
Estas crianças moram longe.
Conheci longes terras. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
CONCORDÂNCIA VERBAL 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
CASOS GERAIS RECER concordam com o predicativo.
Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões.
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Aquilo é ilusão.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-
O pessoal ainda não chegou. corda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
A turma não gostou disso. Que são florestas equatoriais?
Um bando de pássaros pousou na árvore. Quem eram aqueles homens?
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
Os Estados Unidos são um grande país. a expressão numérica.
Os Lusíadas imortalizaram Camões. São oito horas.
Os Alpes vivem cobertos de neve. Hoje são 19 de setembro.
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
Flores já não leva acento.
O Amazonas deságua no Atlântico. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. fica no singular.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome Três batalhões é muito pouco.
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen- Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
temente.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). Maria era as flores da casa.
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o O homem é cinzas.
sujeito paciente.
Vende-se um apartamento. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER
Vendem-se alguns apartamentos. concorda com o predicativo.
6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o Dançar e cantar é a sua atividade.
verbo para a 3ª pessoa do singular. Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
Precisa-se de funcionários.
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
singular e o verbo no singular ou no plural. concorda com o pronome.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) A ciência, mestres, sois vós.
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural. Em minha turma, o líder sou eu.

Língua Portuguesa 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, Ele estabeleceu-se na Avenida São João.
apenas um deles deve ser flexionado.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. Essas tuas justificativas não procedem.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL com a preposição DE.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati- O secretário procedeu à leitura da carta.
calmente do outro.
14. ESQUECER E LEMBRAR
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e • quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
adjetivos). Esqueci o nome desta aluna.
Lembrei o recado, assim que o vi.
Exemplos: • quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
Esqueceram-se da reunião de hoje.
- acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM Lembrei-me da sua fisionomia.
EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
PARA = passagem 15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
A regência verbal trata dos complementos do verbo. • pagar - Pago o 13° aos professores.
• dar - Daremos esmolas ao pobre.
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
• agradecer - Agradeço as graças a Deus.
• pretender (transitivo indireto)
• pedir - Pedi um favor ao colega.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
2. OBEDECER - transitivo indireto
O amor implica renúncia.
Devemos obedecer aos sinais de trânsito.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
3. PAGAR - transitivo direto e indireto
COM:
Já paguei um jantar a você.
O professor implicava com os alunos
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
ção EM:
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Implicou-se na briga e saiu ferido
Prefiro Comunicação à Matemática.
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A:
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
Informei-lhe o problema.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
7. ASSISTIR - morar, residir:
Assisto em Porto Alegre.
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
• amparar, socorrer, objeto direto
como sujeito:
O médico assistiu o doente.
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di-
Assistimos a um belo espetáculo.
ficuldade, será objeto indireto.
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
Custou-me confiar nele novamente.
Assiste-lhe o direito.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
8. ATENDER - dar atenção
Atendi ao pedido do aluno. COLOCAÇÃO PRONOMINAL
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto
Atenderam o freguês com simpatia. Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a compreensão
de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posição funcionalmente
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto correta em relação às outras, assim como convém dispor com clareza as
A moça queria um vestido novo. orações no período e os períodos no discurso.
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto
O professor queria muito a seus alunos. Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se cuida da or-
dem ou disposição das palavras na construção das frases. Os termos da
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto oração, em português, geralmente são colocados na ordem direta (sujeito +
Todos visamos a um futuro melhor. verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As
• APONTAR, MIRAR - objeto direto inversões dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja
O artilheiro visou a meta quando fez o gol. posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o espetáculo), ou de
• pör o sinal de visto - objeto direto pura natureza gramatical, sem intenção especial de realce, obedecendo-se,
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. apenas a hábitos da língua que se fizeram tradicionais.
Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos:
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto (1) nas orações intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas,
Devemos obedecer aos superiores. não sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3) nas
Desobedeceram às leis do trânsito. reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser ele quem é...
Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE que for possível); (5) nas optativas (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão
• exigem na sua regência a preposição EM da Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva pronominal (Elimina-
O armazém está situado na Farrapos.

Língua Portuguesa 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ram-se de vez as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial verbo, os advérbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou
(No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a vontade de admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o
Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas construí- adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe a gaivota voava
das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente rente ao mar."
depois do verbo da oração principal as orações subordinadas substantivas:
é claro que ele se arrependeu. Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos termos na frase, salien-
tem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de um
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca- termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas gigante caudalo-
sos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) nas so" (= O gigante caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão da ordem
exclamativas (Que bonito é esse lugar!). normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lançou-se na gela-
da areia" (= Lançou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposi-
Colocação do adjetivo como adjunto adnominal. A posposição do ad- ção, para a oração principal, de termo da oração subordinada: "A nossa
junto adnominal ao substantivo é a sequência que predomina no enunciado Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= Não digo
lógico (livro bom, problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem: que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) sínquise --
(Uma simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no sentido de alteração excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a compre-
mero]. O menor descuido porá tudo a perder [anteposição dos superlativos ensão do sentido: "No tempo que do reino a rédea leve, João, filho de
relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposição do adjetivo, Pedro, moderava" (= No tempo [em] que João, filho de Pedro, moderava a
em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande rédea leve do reino). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
homem, um pobre rapaz).
Colocação dos pronomes átonos. O pronome átono pode vir antes do Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise)
verbo (próclise, pronome proclítico: Não o vejo), depois do verbo (ênclise,
Por Cristiana Gomes
pronome enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só ocorre com
formas do futuro do presente (Vê-lo-ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia). É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a,
lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de
palavras negativas (Ninguém me preveniu), de pronomes interrogativos Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise),
(Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
advérbios interrogativos (Quando me procurarás); (2) em orações optativas
(Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te comportes); Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
(4) com gerúndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo PRÓCLISE
regido da preposição a, sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las
(Fiquei a observá-la); (6) com verbo antecedido de advérbio, sem pausa Usamos a próclise nos seguintes casos:
(Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanharam) ou (1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada,
de pronomes indefinidos (Todos a estimam). ninguém, nem, de modo algum.
Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o ver- - Nada me perturba.
bo inicia a oração (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, conta- - Ninguém se mexeu.
ram-me que...), (3) com locuções verbais cujo verbo principal esteja no - De modo algum me afastarei daqui.
infinitivo (Não quis incomodar-se). - Ela nem se importou com meus problemas.
Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a me- (2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme,
sóclise é de regra, no início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o embora, logo, que.
verbo estiver antecedido de palavra com força atrativa sobre o pronome,
haverá próclise (Não o chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a língua - Quando se trata de comida, ele é um “expert”.
moderna rejeita a ênclise e evita a mesóclise, por ser muito formal. - É necessário que a deixe na escola.
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.
Pronomes com o verbo no particípio. Com o particípio desacompanha-
do de auxiliar não se verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a forma (3) Advérbios
oblíqua do pronome, com preposição. (O emprego oferecido a mim...).
Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ou enclítico a este. (Por - Aqui se tem paz.
que o têm perseguido? A criança tinha-se aproximado.) - Sempre me dediquei aos estudos.
- Talvez o veja na escola.
Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O pronome átono costuma
vir enclítico ao gerúndio (João, afastando-se um pouco, observou...). Nas OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de
locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo atrair o pronome.
quando este estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força - Aqui, trabalha-se.
atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun- (4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
ções etc.) Exemplo: À medida que se foram afastando. - Alguém me ligou? (indefinido)
Colocação dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre- - A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças suas); quando (5) Em frases interrogativas.
há ênfase (Não, amigos meus!); quando determinam substantivo já deter- - Quanto me cobrará pela tradução?
minado por artigo indefinido (Receba um abraço meu), por um numeral (6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
(Recebeu três cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem- - Deus o abençoe!
brança minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus). - Macacos me mordam!
- Deus te abençoe, meu filho!
Colocação dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes (7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.
adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses pro- - Em se plantando tudo dá.
blemas). A posposição do demonstrativo é obrigatória em algumas formas - Em se tratando de beleza, ele é campeão.
em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: "Ouvi (8) Com formas verbais proparoxítonas
tuas razões, razões essas que não chegaram a convencer-me." - Nós o censurávamos.
Colocação dos advérbios. Os advérbios que modificam um adjetivo, um MESÓCLISE
particípio isolado ou outro advérbio vêm, em regra, antepostos a essas
palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o

Língua Portuguesa 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – ama- Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes
rei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs,
amaria, amarias, …) vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza)
- Convidar-me-ão para a festa. Assonância
- Convidar-me-iam para a festa.
repetição dos mesmos sons vocálicos.
Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do
- Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa. litoral." (Caetano Veloso)
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me
ÊNCLISE deu." (Fernando Pessoa)
Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada. Paranomásia
- Tornarei-me……. (errada) o emprego de palavras parônimas (sons parecidos).
- Tinha entregado-nos……….(errada)
Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre
Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa. Antonio Vieira)
- Entregar-lhe (correta) Onomatopeia
- Não posso recebê-lo. (correta)
criação de uma palavra para imitar um som
Outros casos:
- Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas. Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois
- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se. dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A
- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes. boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..."
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo. (Cecília Meireles)
OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa,
ocorrerá a próclise: PROVA SIMULADA
- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
- Saiu do escritório, não nos revelando os motivos. 01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras.
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS (B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio (C) O processo foi julgado em segunda estância.
ou particípio. (D) O problema passou despercebido na votação.
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio.
AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se
houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar. 02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é:
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz.
- Havia-lhe contado a verdade.
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
- Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
(C) A colega não se contera diante da situação.
AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o (D) Se ele ver você na rua, não ficará contente.
pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal. (E) Quando você vir estudar, traga seus livros.
Infinitivo 03. O particípio verbal está corretamente empregado em:
- Quero-lhe dizer o que aconteceu. (A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos.
- Quero dizer-lhe o que aconteceu. (B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas.
Gerúndio (C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime.
- Ia-lhe dizendo o que aconteceu. (D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos.
- Ia dizendo-lhe o que aconteceu. (E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda.

Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar 04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em
ou depois do verbo principal. conformidade com a norma culta.
Infinitivo Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do
- Não lhe quero dizer o que aconteceu. interior da concha de moluscos reúne outras características interes-
- Não quero dizer-lhe o que aconteceu. santes, como resistência e flexibilidade.
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
Gerúndio componentes para a indústria.
- Não lhe ia dizendo a verdade. (B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de
- Não ia dizendo-lhe a verdade. componentes para a indústria.
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com-
ponentes para a indústria.
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de
Figuras de Linguagem componentes para a indústria.
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
Figuras sonoras componentes para a indústria.
Aliteração
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema
repetição de sons consonantais (consoantes). para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que
Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características ele está empregado conforme o padrão culto.
marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia. (A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem.
(B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.
(C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.
(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro.

Língua Portuguesa 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa. dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente:
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está (B) delas ... a elas ... lhes ... deles
correta em: (C) seus ... nas ... los ... deles
(A) As características do solo são as mais variadas possível. (D) delas ... a elas ... lhes ... seu
(B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente. (E) seus ... lhes ... eles ... neles
(C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações. 13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo
(E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo. com o padrão culto.
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações.
07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de (B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente.
flexão de grau. (C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido.
(A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo. (D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada.
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran- (E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris.
te as férias.
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos. 14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto
(D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim. direto e indireto em:
(E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade. (A) Apresentou-se agora uma boa ocasião.
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo.
Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala- (C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa.
vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas. (D) A conta, deixamo-la para ser revisada.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder.
08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
estatal ciência e tecnologia. 15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo.
(A) à ... sobre o ... do ... para Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos
(B) a ... ao ... do ... para respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é:
(C) à ... do ... sobre o ... a (A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção.
(D) à ... ao ... sobre o ... à (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(E) a ... do ... sobre o ... à (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção.
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção.
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a (E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo.
franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
eles devem estar aptos comercializar seus produtos. 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação
(A) ao ... a ... à do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração
(B) àquele ... à ... à de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo
(C) àquele...à ... a Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima
(D) ao ... à ... à urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex-
(E) àquele ... a ... a celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve-
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das
10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se
norma culta. programar e participar do referido evento.
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso Atenciosamente,
trarão grandes benefícios às pesquisas. ZZZ
(B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando Assistente de Gabinete.
com o meio ambiente. De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas
(C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol- são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por
vendo projetos na área médica. (A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos
(D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre- (B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos
sentadas pelos economistas. (C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos
(E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no (D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos
litoral ou aproveitam férias ali. (E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos

11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às respeitam as regras de pontuação.
chuvas. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla- que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.
mações. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada.
cultura. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da Policial, confessou sua participação no referido furto.
culpa. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó- negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido- te, apenas a:
res. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(Texto adaptado) (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.

Língua Portuguesa 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames. (E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas.

Leia o período para responder às questões de números 19 e 20. 25. Felizmente, ninguém se machucou.
Lentamente, o navio foi se afastando da costa.
O livro de registro do processo que você procurava era o que estava Considere:
sobre o balcão. I. felizmente completa o sentido do verbo machucar;
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de
19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem modo;
a III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do
(A) processo e livro. fato;
(B) livro do processo. IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar;
(C) processos e processo. V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
(D) livro de registro. Está correto o contido apenas em
(E) registro e processo. (A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
20. Analise as proposições de números I a IV com base no período (C) I, III e IV.
acima: (D) II, III e IV.
I. há, no período, duas orações; (E) III, IV e V.
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; 26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro...,
IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. indicando concessão, é:
Está correto o contido apenas em (A) para poder trabalhar fora.
(A) II e IV. (B) como havia programado.
(B) III e IV. (C) assim que recebeu o prêmio.
(C) I, II e III. (D) porque conseguiu um desconto.
(D) I, II e IV. (E) apesar do preço muito elevado.
(E) I, III e IV.
27. É importante que todos participem da reunião.
21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do O segmento que todos participem da reunião, em relação a
acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: É importante, é uma oração subordinada
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; (A) adjetiva com valor restritivo.
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura (B) substantiva com a função de sujeito.
pelo Juiz; (C) substantiva com a função de objeto direto.
III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen- (D) adverbial com valor condicional.
te ao da palavra mas; (E) substantiva com a função de predicativo.
IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe-
Está correto o contido apenas em lecida pelo termo como é de
(A) II e IV. (A) comparatividade.
(B) III e IV. (B) adição.
(C) I, II e III. (C) conformidade.
(D) I, III e IV. (D) explicação.
(E) II, III e IV. (E) consequência.

22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. 29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de
Ao transformar os dois períodos simples num único período compos- franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão
to, a alternativa correta é: contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di-
(A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis. versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos
(B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis. possíveis franqueados.
(C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais. A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e
(D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais. relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis. (A) digo ... portanto ... mas
(B) como ... pois ... mas
23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci- (C) ou seja ... embora ... pois
dos galhos da velha árvore. (D) ou seja ... mas ... portanto
Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre (E) isto é ... mas ... como
o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(A) Quem podou? e Quando podou? 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos
(B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados.
(C) Que jardineiro? e Podou o quê? A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí-
(D) Que vizinho? e Que galhos? rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi-
(E) Quando podou? e Podou o quê? da, sem alterar o sentido da frase, é:
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili- (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua- (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
ção em:
(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
(B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
(D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tama-

Língua Portuguesa 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil:
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança
período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil na América Latina;
também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmen- B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos;
te. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo. C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no
No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando cenário exterior;
uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficien-
tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte temente forte para tornar-se líder;
oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos. E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior.

Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste. 37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora:
Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural, A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem B) se manifeste de formas distintas;
posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cida- C) esteja escondida dos olhos de alguns;
des, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e D) seja combatida pelas autoridades;
se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações E) se torne mais disseminada e cruel.
é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente
em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da 38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em-
pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada sim- preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma
ples. INCORRETA é:
Veja, ed. 1735 A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica;
31. O título dado ao texto se justifica porque: C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante;
A) a miséria abrange grande parte de nossa população; D) não é um problema universal = é um problema particular;
B) a miséria é culpa da classe dominante; E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida.
C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós; 39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse
E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos. segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria:
A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria;
32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no E) mantenha.
Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-
ção?'': 40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos
A) tem sua resposta dada no último parágrafo; abaixo é:
B) representa o tema central de todo o texto; A) ''Como entender a resistência da miséria...'';
C) é só uma motivação para a leitura do texto; B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta; C) ''...desde que se passou a registrá-las...'';
E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta. D) ''...começa a exercitar seus músculos.'';
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''.
33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil
que ela: PROTESTO TÍMIDO
A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam
outras áreas; dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o
B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma
cidades; trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era
C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam um menino.
para a classe dominante;
D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra-
de outros indicadores sociais; ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os
E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura-
décadas. cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de
34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é: sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo
A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando-
indicadores sociais melhoraram; nado.
B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se
mantém onipresente; Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de
C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns
incompetentes; mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru-
D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas, lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém
a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo; tomava conhecimento da existência do menino.
E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
miséria que leva à criminalidade. Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões
no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acor-
35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu
quantidade, exceto: problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social?
A) frequência escolar; (....)
B) liderança diplomática;
C) mortalidade infantil; Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina-
D) analfabetismo; ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem
E) desempenho econômico. onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a

Língua Portuguesa 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e 46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma
lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos forma que:
desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos A) salvo-conduto;
disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para B) abaixo-assinado;
nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que C) salário-família;
sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas esta- D) banana-prata;
mos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con- E) alto-falante.
quistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor
abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores. 47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do
Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é
terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte. que o autor:
A) se utiliza de comparações depreciativas;
Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua, B) lança mão de vocábulo animalizador;
exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino;
com um monte de lixo. D) mostra precisão em todos os dados fornecidos;
Fernando Sabino E) usa grande número de termos adjetivadores.

41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor 48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
definição: significa que:
A) registro de fatos históricos em ordem cronológica; A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava
B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano; morto;
C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado; B) a posição do menino era idêntica à de um morto;
D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas- C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou
tante variados; morto;
E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais. D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava
dormindo ou morto;
42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito - E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino.
vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem: 49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos
A) do passado para o presente; históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é:
B) da descrição para a narração; A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
C) do impessoal para o pessoal; B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte'';
D) do geral para o específico; C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens'';
E) do positivo para o negativo. D) ''...isto é problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se 50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento
deve a que: do texto é uma:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa; A) metonímia;
B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste B) comparação ou símile;
inútil; C) metáfora;
C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino; D) prosopopeia;
D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo; E) personificação.
E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
as.

44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a


seguir:
I- Daqui há pouco vou sair.
I- Está no Rio há duas semanas.
III - Não almoço há cerca de três dias.
IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino. RESPOSTAS – PROVA I
As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver 01. D 11. B 21. B 31. D 41. D
são: 02. A 12. A 22. A 32. B 42. B
A) I - II 03. C 13. C 23. C 33. A 43. C
B) I - III 04. E 14. E 24. E 34. A 44. E
C) II - IV 05. A 15. C 25. D 35. B 45. A
D) I - IV 06. B 16. A 26. E 36. C 46. A
E) II - III 07. D 17. B 27. B 37. C 47. D
08. E 18. E 28. C 38. A 48. C
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do 09. C 19. D 29. D 39. A 49. B
texto é: 10. D 20. A 30. B 40. B 50. C
A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados
na crônica;
B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino
C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
a sujeira;
D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o
texto;
E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica.

Língua Portuguesa 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Este exemplo permite-nos esclarecer outro aspecto dos

RACIOCÍNIO LÓGICO argumentos, que é o seguinte: embora um argumento seja


um conjunto de proposições, nem todos os conjuntos de
I - Avaliação da habilidade do candidato em entender a proposições são argumentos. Por exemplo, o seguinte con-
estrutura lógica de relações entre pessoas, lugares, junto de proposições não é um argumento:
coisas ou eventos, deduzir novas informações e avaliar
as condições usadas para estabelecer a estrutura da- Eu lancho no bar da escola, mas o João não.
A Joana come pipocas no cinema.
quelas relações.
O Rui foi ao museu.
II - As questões da prova poderão tratar das seguintes
áreas: estruturas lógicas; lógica de argumentação; Neste caso, não temos um argumento, porque não há
diagramas lógicos; aritmética; álgebra e geometria nenhuma pretensão de justificar uma proposição com base
básica. nas outras. Nem há nenhuma pretensão de apresentar um
conjunto de proposições com alguma relação entre si. Há
RACIOCÍNIO LÓGICO apenas uma sequência de afirmações. E um argumento é,
como já vimos, um conjunto de proposições em que se pre-
ALGUMAS NOÇÕES DE LÓGICA tende que uma delas seja sustentada ou justificada pelas
outras — o que não acontece no exemplo anterior.
António Aníbal Padrão
Introdução
Um argumento pode ter uma ou mais premissas, mas só
Todas as disciplinas têm um objecto de estudo. O objeto pode ter uma conclusão.
de estudo de uma disciplina é aquilo que essa disciplina
estuda. Então, qual é o objecto de estudo da lógica? O que é Exemplos de argumentos com uma só premissa:
que a lógica estuda? A lógica estuda e sistematiza a validade
ou invalidade da argumentação. Também se diz que estuda Exemplo 1
inferências ou raciocínios. Podes considerar que argumen-
tos, inferências e raciocínios são termos equivalentes. Premissa: Todos os portugueses são europeus.
Conclusão: Logo, alguns europeus são portugueses.
Muito bem, a lógica estuda argumentos. Mas qual é o in-
teresse disso para a filosofia? Bem, tenho de te lembrar que Exemplo 2
a argumentação é o coração da filosofia. Em filosofia temos a
liberdade de defender as nossas ideias, mas temos de sus-
Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.
tentar o que defendemos com bons argumentos e, é claro,
Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano.
também temos de aceitar discutir os nossos argumentos.
Exemplos de argumentos com duas premissas:
Os argumentos constituem um dos três elementos cen-
trais da filosofia. Os outros dois são os problemas e as teori-
as. Com efeito, ao longo dos séculos, os filósofos têm procu- Exemplo 1
rado resolver problemas, criando teorias que se apoiam em
argumentos. Premissa 1: Se o João é um aluno do 11.º ano, então es-
tuda filosofia.
Estás a ver por que é que o estudo dos argumentos é im- Premissa 2: O João é um aluno do 11.º ano.
portante, isto é, por que é que a lógica é importante. É impor- Conclusão: Logo, o João estuda filosofia.
tante, porque nos ajuda a distinguir os argumentos válidos
dos inválidos, permite-nos compreender por que razão uns Exemplo 2
são válidos e outros não e ensina-nos a argumentar correc-
tamente. E isto é fundamental para a filosofia. Premissa 1: Se não houvesse vida para além da morte,
então a vida não faria sentido.
O que é um argumento?
Premissa 2: Mas a vida faz sentido.
Um argumento é um conjunto de proposições que utili- Conclusão: Logo, há vida para além da morte.
zamos para justificar (provar, dar razão, suportar) algo. A
proposição que queremos justificar tem o nome de conclu- Exemplo 3:
são; as proposições que pretendem apoiar a conclusão ou a
justificam têm o nome de premissas. Premissa 1: Todos os minhotos são portugueses.
Premissa 2: Todos os portugueses são europeus.
Supõe que queres pedir aos teus pais um aumento da Conclusão: Todos os minhotos são europeus.
"mesada". Como justificas este aumento? Recorrendo a
razões, não é? Dirás qualquer coisa como: É claro que a maior parte das vezes os argumentos
não se apresentam nesta forma. Repara, por exemplo, no
Os preços no bar da escola subiram; argumento de Kant a favor do valor objectivo da felicida-
como eu lancho no bar da escola, o lanche de, tal como é apresentado por Aires Almeida et al.
fica me mais caro. Portanto, preciso de um (2003b) no site de apoio ao manual A Arte de Pensar:
aumento da "mesada".
"De um ponto de vista imparcial, cada pessoa é um
Temos aqui um argumento, cuja conclusão é: "preciso de fim em si. Mas se cada pessoa é um fim em si, a felicida-
um aumento da 'mesada'". E como justificas esta conclusão? de de cada pessoa tem valor de um ponto de vista impar-
Com a subida dos preços no bar da escola e com o facto de cial e não apenas do ponto de vista de cada pessoa. Da-
lanchares no bar. Então, estas são as premissas do teu ar- do que cada pessoa é realmente um fim em si, podemos
gumento, são as razões que utilizas para defender a conclu- concluir que a felicidade tem valor de um ponto de vista
são. imparcial."

Raciocínio Lógico 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Neste argumento, a conclusão está claramente identifica- cidade" é uma frase, pois já se apresenta com sentido gra-
da ("podemos concluir que..."), mas nem sempre isto aconte- matical.
ce. Contudo, há certas expressões que nos ajudam a perce-
ber qual é a conclusão do argumento e quais são as premis- Há vários tipos de frases: declarativas, interrogativas, im-
sas. Repara, no argumento anterior, na expressão "dado perativas e exclamativas. Mas só as frases declarativas ex-
que". Esta expressão é um indicador de premissa: ficamos a primem proposições. Uma frase só exprime uma proposição
saber que o que se segue a esta expressão é uma premissa quando o que ela afirma tem valor de verdade.
do argumento. Também há indicadores de conclusão: dois
dos mais utilizados são "logo" e "portanto". Por exemplo, as seguintes frases não exprimem proposi-
ções, porque não têm valor de verdade, isto é, não são ver-
Um indicador é um articulador do discurso, é uma palavra dadeiras nem falsas:
ou expressão que utilizamos para introduzir uma razão (uma
premissa) ou uma conclusão. O quadro seguinte apresenta 1. Que horas são?
alguns indicadores de premissa e de conclusão: 2. Traz o livro.
3. Prometo ir contigo ao cinema.
4. Quem me dera gostar de Matemática.
Indicadores de premissa Indicadores de conclusão
Mas as frases seguintes exprimem proposições, porque
têm valor de verdade, isto é, são verdadeiras ou falsas, ainda
pois por isso que, acerca de algumas, não saibamos, neste momento, se
porque por conseguinte são verdadeiras ou falsas:
dado que implica que
como foi dito logo 1. Braga é a capital de Portugal.
visto que portanto 2. Braga é uma cidade minhota.
devido a então 3. A neve é branca.
a razão é que daí que 4. Há seres extraterrestres inteligentes.
admitindo que segue-se que
sabendo-se que pode-se inferir que A frase 1 é falsa, a 2 e a 3 são verdadeiras. E a 4? Bem,
assumindo que consequentemente não sabemos qual é o seu valor de verdade, não sabemos se
é verdadeira ou falsa, mas sabemos que tem de ser verda-
deira ou falsa. Por isso, também exprime uma proposição.
É claro que nem sempre as premissas e a conclusão são
precedidas por indicadores. Por exemplo, no argumento: Uma proposição é uma entidade abstracta, é o pensa-
mento que uma frase declarativa exprime literalmente. Ora,
O Mourinho é treinador de futebol e ganha mais de 100000 um mesmo pensamento pode ser expresso por diferentes
euros por mês. Portanto, há treinadores de futebol que ga- frases. Por isso, a mesma proposição pode ser expressa por
nham mais de 100000 euros por mês. diferentes frases. Por exemplo, as frases "O governo demitiu
o presidente da TAP" e "O presidente da TAP foi demitido
A conclusão é precedida do indicador "Portanto", mas as pelo governo" exprimem a mesma proposição. As frases
premissas não têm nenhum indicador. seguintes também exprimem a mesma proposição: "A neve é
branca" e "Snow is white".
Por outro lado, aqueles indicadores (palavras e expres-
Ambiguidade e vagueza
sões) podem aparecer em frases sem que essas frases se-
jam premissas ou conclusões de argumentos. Por exemplo, Para além de podermos ter a mesma proposição expres-
se eu disser: sa por diferentes frases, também pode acontecer que a
mesma frase exprima mais do que uma proposição. Neste
Depois de se separar do dono, o cão nunca mais foi o caso dizemos que a frase é ambígua. A frase "Em cada dez
mesmo. Então, um dia ele partiu e nunca mais foi visto. minutos, um homem português pega numa mulher ao colo" é
Admitindo que não morreu, onde estará? ambígua, porque exprime mais do que uma proposição: tanto
pode querer dizer que existe um homem português (sempre
O que se segue à palavra "Então" não é conclusão de o mesmo) que, em cada dez minutos, pega numa mulher ao
nenhum argumento, e o que segue a "Admitindo que" não é colo, como pode querer dizer que, em cada dez minutos, um
premissa, pois nem sequer tenho aqui um argumento. Por homem português (diferente) pega numa mulher ao colo (a
isso, embora seja útil, deves usar a informação do quadro de sua).
indicadores de premissa e de conclusão criticamente e não
de forma automática. Por vezes, deparamo-nos com frases que não sabemos
com exactidão o que significam. São as frases vagas. Uma
Proposições e frases frase vaga é uma frase que dá origem a casos de fronteira
Um argumento é um conjunto de proposições. Quer as indecidíveis. Por exemplo, "O professor de Filosofia é calvo"
premissas quer a conclusão de um argumento são proposi- é uma frase vaga, porque não sabemos a partir de quantos
ções. Mas o que é uma proposição? cabelos é que podemos considerar que alguém é calvo.
Quinhentos? Cem? Dez? Outro exemplo de frase vaga é o
Uma proposição é o pensamento que uma frase seguinte: "Muitos alunos tiveram negativa no teste de Filoso-
declarativa exprime literalmente. fia". Muitos, mas quantos? Dez? Vinte? Em filosofia devemos
evitar as frases vagas, pois, se não comunicarmos com exac-
tidão o nosso pensamento, como é que podemos esperar
Não deves confundir proposições com frases. Uma frase que os outros nos compreendam?
é uma entidade linguística, é a unidade gramatical mínima de
sentido. Por exemplo, o conjunto de palavras "Braga é uma"
não é uma frase. Mas o conjunto de palavras "Braga é uma

Raciocínio Lógico 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Validade e verdade argumentos) e a validade é uma propriedade dos argumen-
tos (mas não das proposições).
A verdade é uma propriedade das proposições. A valida-
de é uma propriedade dos argumentos. É incorrecto falar em
proposições válidas. As proposições não são válidas nem Então, repara que podemos ter:
inválidas. As proposições só podem ser verdadeiras ou fal-
sas. Também é incorrecto dizer que os argumentos são ver- Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu-
dadeiros ou que são falsos. Os argumentos não são verda- são verdadeira;
deiros nem falsos. Os argumentos dizem-se válidos ou invá-
lidos. Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão
falsa;
Quando é que um argumento é válido? Por agora, referi-
rei apenas a validade dedutiva. Diz-se que um argumento Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão
dedutivo é válido quando é impossível que as suas premis- verdadeira;
sas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Repara que, para
um argumento ser válido, não basta que as premissas e a Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
conclusão sejam verdadeiras. É preciso que seja impossível clusão verdadeira;
que sendo as premissas verdadeiras, a conclusão seja falsa.
Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
Considera o seguinte argumento: clusão falsa;

Premissa 1: Alguns treinadores de futebol ganham mais Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão
de 100000 euros por mês. falsa; e
Premissa 2: O Mourinho é um treinador de futebol.
Conclusão: Logo, o Mourinho ganha mais de 100000 Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão
euros por mês. verdadeira.

Neste momento (Julho de 2004), em que o Mourinho é Mas não podemos ter:
treinador do Chelsea e os jornais nos informam que ganha
muito acima de 100000 euros por mês, este argumento tem Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu-
premissas verdadeiras e conclusão verdadeira e, contudo, são falsa.
não é válido. Não é válido, porque não é impossível que as
premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Podemos
Como podes determinar se um argumento dedutivo é vá-
perfeitamente imaginar uma circunstância em que o Mouri-
lido? Podes seguir esta regra:
nho ganhasse menos de 100000 euros por mês (por exem-
plo, o Mourinho como treinador de um clube do campeonato
regional de futebol, a ganhar 1000 euros por mês), e, neste Mesmo que as premissas do argumento não sejam verda-
caso, a conclusão já seria falsa, apesar de as premissas deiras, imagina que são verdadeiras. Consegues imaginar
serem verdadeiras. Portanto, o argumento é inválido. alguma circunstância em que, considerando as premissas
verdadeiras, a conclusão é falsa? Se sim, então o argumento
não é válido. Se não, então o argumento é válido.
Considera, agora, o seguinte argumento, anteriormente
apresentado:
Lembra-te: num argumento válido, se as premissas forem
verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa.
Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.
Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano. Argumentos sólidos e argumentos bons
Em filosofia não é suficiente termos argumentos válidos,
Este argumento é válido, pois é impossível que a
pois, como viste, podemos ter argumentos válidos com con-
premissa seja verdadeira e a conclusão falsa. Ao contrá-
clusão falsa (se pelo menos uma das premissas for falsa).
rio do argumento que envolve o Mourinho, neste não po-
Em filosofia pretendemos chegar a conclusões verdadeiras.
demos imaginar nenhuma circunstância em que a premis-
Por isso, precisamos de argumentos sólidos.
sa seja verdadeira e a conclusão falsa. Podes imaginar o
caso em que o João não é aluno do 11.º ano. Bem, isto
significa que a conclusão é falsa, mas a premissa também Um argumento sólido é um argumento válido
é falsa. com premissas verdadeiras.

Repara, agora, no seguinte argumento: Um argumento sólido não pode ter conclusão falsa, pois,
por definição, é válido e tem premissas verdadeiras; ora, a
validade exclui a possibilidade de se ter premissas verdadei-
Premissa 1: Todos os números primos são pares.
ras e conclusão falsa.
Premissa 2: Nove é um número primo.
Conclusão: Logo, nove é um número par.
O seguinte argumento é válido, mas não é sólido:
Este argumento é válido, apesar de quer as premissas
quer a conclusão serem falsas. Continua a aplicar-se a no- Todos os minhotos são alentejanos.
ção de validade dedutiva anteriormente apresentada: é im- Todos os bracarenses são minhotos.
possível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão Logo, todos os bracarenses são alenteja-
falsa. A validade de um argumento dedutivo depende da nos.
conexão lógica entre as premissas e a conclusão do argu-
mento e não do valor de verdade das proposições que cons- Este argumento não é sólido, porque a primeira premissa
tituem o argumento. Como vês, a validade é uma proprieda- é falsa (os minhotos não são alentejanos). E é porque tem
de diferente da verdade. A verdade é uma propriedade das uma premissa falsa que a conclusão é falsa, apesar de o
proposições que constituem os argumentos (mas não dos argumento ser válido.

Raciocínio Lógico 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O seguinte argumento é sólido (é válido e tem premissas Para que um argumento seja bom (ou forte), as premis-
verdadeiras): sas têm de ser mais plausíveis do que a conclusão, como
acontece no seguinte exemplo:
Todos os minhotos são portugueses.
Todos os bracarenses são minhotos. Se não se aumentarem os níveis de exigência de estudo e de
Logo, todos os bracarenses são portugue- trabalho dos alunos no ensino básico, então os alunos conti-
ses. nuarão a enfrentar dificuldades quando chegarem ao ensino
secundário.
Também podemos ter argumentos sólidos deste tipo:
Ora, não se aumentaram os níveis de exigência de estudo e
Sócrates era grego. de trabalho dos alunos no ensino básico.
Logo, Sócrates era grego.
Logo, os alunos continuarão a enfrentar dificuldades quando
(É claro que me estou a referir ao Sócrates, filósofo grego chegarem ao ensino secundário.
e mestre de Platão, e não ao Sócrates, candidato a secretá-
rio geral do Partido Socialista. Por isso, a premissa e a con- Este argumento pode ser considerado bom (ou forte),
clusão são verdadeiras.) porque, além de ser válido, tem premissas menos discutíveis
do que a conclusão.
Este argumento é sólido, porque tem premissa verdadeira
e é impossível que, sendo a premissa verdadeira, a conclu- As noções de lógica que acabei de apresentar são ele-
são seja falsa. É sólido, mas não é um bom argumento, por- mentares, é certo, mas, se as dominares, ajudar-te-ão a
que a conclusão se limita a repetir a premissa. fazer um melhor trabalho na disciplina de Filosofia e, porven-
tura, noutras.
Um argumento bom (ou forte) é um argumento válido per-
suasivo (persuasivo, do ponto de vista racional). Proposições simples e compostas

Fica agora claro por que é que o argumento "Sócrates era As proposições simples ou atômicas são assim caracteri-
grego; logo, Sócrates era grego", apesar de sólido, não é um zadas por apresentarem apenas uma idéia. São indicadas
bom argumento: a razão que apresentamos a favor da con- pelas letras minúsculas: p, q, r, s, t...
clusão não é mais plausível do que a conclusão e, por isso, o
argumento não é persuasivo. As proposições compostas ou moleculares são assim ca-
racterizadas por apresentarem mais de uma proposição
Talvez recorras a argumentos deste tipo, isto é, argumen- conectadas pelos conectivos lógicos. São indicadas pelas
tos que não são bons (apesar de sólidos), mais vezes do que letras maiúsculas: P, Q, R, S, T...
imaginas. Com certeza, já viveste situações semelhantes a
esta: Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando
que a proposição composta Q é formada pelas proposições
— Pai, preciso de um aumento da "mesa- simples r, s e t.
da".
Exemplo:
— Porquê?
— Porque sim. Proposições simples:
p: O número 24 é múltiplo de 3.
q: Brasília é a capital do Brasil.
O que temos aqui? O seguinte argumento: r: 8 + 1 = 3 . 3
s: O número 7 é ímpar
Preciso de um aumento da "mesada". t: O número 17 é primo
Logo, preciso de um aumento da "mesa- Proposições compostas
da". P: O número 24 é divisível por 3 e 12 é o dobro de 24.
Q: A raiz quadrada de 16 é 4 e 24 é múltiplo de 3.
Afinal, querias justificar o aumento da "mesada" (conclu- R(s, t): O número 7 é ímpar e o número 17 é primo.
são) e não conseguiste dar nenhuma razão plausível para
esse aumento. Limitaste-te a dizer "Porque sim", ou seja, Noções de Lógica
"Preciso de um aumento da 'mesada', porque preciso de um Sérgio Biagi Gregório
aumento da 'mesada'". Como vês, trata-se de um argumento
muito mau, pois com um argumento deste tipo não conse- 1. CONCEITO DE LÓGICA
gues persuadir ninguém.
Lógica é a ciência das leis ideais do pensamento e a arte
Mas não penses que só os argumentos em que a conclu- de aplicá-los à pesquisa e à demonstração da verdade.
são repete a premissa é que são maus. Um argumento é
mau (ou fraco) se as premissas não forem mais plausíveis do Diz-se que a lógica é uma ciência porque constitui um
que a conclusão. É o que acontece com o seguinte argumen- sistema de conhecimentos certos, baseados em princípios
to: universais. Formulando as leis ideais do bem pensar, a lógica
se apresenta como ciência normativa, uma vez que seu obje-
Se a vida não faz sentido, então Deus não to não é definir o que é, mas o que deve ser, isto é,
existe. as normas do pensamento correto.
Mas Deus existe.
Logo, a vida faz sentido. A lógica é também uma arte porque, ao mesmo tempo
que define os princípios universais do pensamento, estabele-
Este argumento é válido, mas não é um bom argumento, ce as regras práticas para o conhecimento da verdade (1).
porque as premissas não são menos discutíveis do que a
conclusão. 2. EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS CONCEITOS

Raciocínio Lógico 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
LÓGICA
Ao examinarmos um conceito, em termos lógicos, deve-
mos considerar a sua extensão e a sua compreensão. Lógica - do grego logos significa “palavra”, “expressão”,
“pensamento”, “conceito”, “discurso”, “razão”. Para Aristóte-
Vejamos, por exemplo, o conceito homem. les, a lógica é a “ciência da demonstração”; Maritain a define
como a “arte que nos faz proceder, com ordem, facilmente e
A extensão desse conceito refere-se a todo o conjunto sem erro, no ato próprio da razão”; para Liard é “a ciência
de indivíduos aos quais se possa aplicar a designação ho- das formas do pensamento”. Poderíamos ainda acrescentar:
mem. “É a ciência das leis do pensamento e a arte de aplicá-las
corretamente na procura e demonstração da verdade.
A compreensão do conceito homem refere-se ao conjun-
to de qualidades que um indivíduo deve possuir para ser A filosofia, no correr dos séculos, sempre se preocupou
designado pelo termo homem: animal, vertebrado, mamífero, com o conhecimento, formulando a esse respeito várias
bípede, racional. questões: Qual a origem do conhecimento? Qual a sua es-
sência? Quais os tipos de conhecimentos? Qual o critério da
Esta última qualidade é aquela que efetivamente distin- verdade? É possível o conhecimento? À lógica não interessa
gue o homem dentre os demais seres vivos (2). nenhuma dessas perguntas, mas apenas dar as regrasdo
pensamento correto. A lógica é, portanto, uma disciplina
3. JUÍZO E O RACIOCÍNIO propedêutica.

Entende-se por juízo qualquer tipo de afirmação ou ne- Aristóteles é considerado, com razão, o fundador da lógi-
gação entre duas idéias ou dois conceitos. Ao afirmarmos, ca. Foi ele, realmente, o primeiro a investigar, cientificamen-
por exemplo, que “este livro é de filosofia”, acabamos de te, as leis do pensamento. Suas pesquisas lógicas foram
formular um juízo. reunidas, sob o nome de Organon, por Diógenes Laércio. As
leis do pensamento formuladas por Aristóteles se caracteri-
O enunciado verbal de um juízo é denomina- zam pelo rigor e pela exatidão. Por isso, foram adotadas
do proposição ou premissa. pelos pensadores antigos e medievais e, ainda hoje, são
admitidas por muitos filósofos.
Raciocínio - é o processo mental que consiste em coor-
denar dois ou mais juízos antecedentes, em busca de um O objetivo primacial da lógica é, portanto, o estudo da in-
juízo novo, denominado conclusão ou inferência. teligência sob o ponto de vista de seu uso no conhecimento.
É ela que fornece ao filósofo o instrumento e a técnica ne-
Vejamos um exemplo típico de raciocínio: cessária para a investigação segura da verdade. Mas, para
1ª) premissa - o ser humano é racional; atingir a verdade, precisamos partir de dados exatos e racio-
2ª) premissa - você é um ser humano; cinar corretamente, a fim de que o espírito não caia em con-
conclusão - logo, você é racional. tradição consigo mesmo ou com os objetos, afirmando-os
diferentes do que, na realidade, são. Daí as várias divisões
O enunciado de um raciocínio através da linguagem fala- da lógica.
da ou escrita é chamado de argumento. Argumentar signifi-
ca, portanto, expressar verbalmente um raciocínio (2). Assim sendo, a extensão e compreensão do conceito, o
juízo e o raciocínio, o argumento, o silogismo e o sofisma são
4. SILOGISMO estudados dentro do tema lógica. O silogismo, que é um
raciocínio composto de três proposições, dispostos de tal
Silogismo é o raciocínio composto de três proposições, maneira que a terceira, chamada conclusão, deriva logica-
dispostas de tal maneira que a terceira, chamada conclusão, mente das duas primeiras chamadas premissas, tem lugar de
deriva logicamente das duas primeiras, chamadas premis- destaque. É que todos os argumentos começam com uma
sas. afirmação caminhando depois por etapas até chegar à con-
clusão. Sérgio Biagi Gregório
Todo silogismo regular contém, portanto, três proposi-
ções nas quais três termos são comparados, dois a dois.
Exemplo: toda a virtude é louvável; ora, a caridade é uma LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
virtude; logo, a caridade é louvável (1).
1. Introdução
5. SOFISMA
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de
Sofisma é um raciocínio falso que se apresenta com apa-
Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
rência de verdadeiro. Todo erro provém de um raciocínio
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular-
ilegítimo, portanto, de um sofisma.
mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro
O erro pode derivar de duas espécies de causas:
seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
das palavras que o exprimem ou das idéias que o constitu-
raciocínio.
em. No primeiro, os sofismas de palavras ou verbais; no
segundo, os sofismas de idéias ou intelectuais.
Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
Exemplo de sofisma verbal: usar mesma palavra com quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
duplo sentido; tomar a figura pela realidade. ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estu-
dar o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
Exemplo de sofisma intelectual: tomar por essencial o sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
que é apenas acidental; tomar por causa um simples ante- levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
cedente ou mera circunstância acidental (3). prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos-
sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos

Raciocínio Lógico 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria
ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do dos casos, processaformalmente informações nele previa-
raciocínio”. mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o
valor empírico de tais informações.
Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou aque-
la motivação, se respeita ou não a moral social, se teve influ- Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das o-
ências das emoções ou não, se está de acordo com uma perações do pensamento à realidade, de acordo com a natu-
doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa reza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso, interessa
embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi- que o raciocínio não só seja formalmente correto, mas que
derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as também respeite a matéria, ou seja, que o seu conteúdocor-
relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua responda à natureza do objeto a que se refere. Neste caso,
obediência a algumas regras apropriadas ao modo como foi trata-se da correspondência entrepensamento e realidade.
formulado etc.
Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar de
Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini- dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade material.
ções e outras referências à lógica: A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à
forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a
“A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o
permite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri-
ato da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain). meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo,
tem-se a verdade.
“A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para
distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi). Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas
à produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se
“A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas à consecução da verdade, seja ela formal ou material. Rela-
como deve ser” (Edmundo D. Nascimento). cionando a lógica com a prática, pode-se dizer que é impor-
tante que se obtenha não somente uma verdade formal, mas,
também, uma verdade que corresponda à experiência. Que
“A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,
seja, portanto, materialmente válida. A conexão entre os
sua história demonstra o poder que a mesma possui quando
princípios formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios
bem dominada e dirigida a um propósito determinado, como
pode ser denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma
o fizeram os sofistas, a escolástica, o pensamento científico
lógica aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana.
ocidental e, mais recentemente, a informática” (Bastos; Kel-
ler).
1.2. Raciocínio e Argumentação
1.1. Lógica formal e Lógica material
Três são as principais operações do intelecto humano: a
simples apreensão, os juízos e o raciocínio.
Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os es-
tudos da lógica orientaram-se em duas direções principais: a
da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a da A simples apreensão consiste na captação direta (atra-
lógica material, também conhecida como “lógica maior”. vés dos sentidos, da intuição racional, da imaginação etc) de
uma realidade sobre a qual forma-se uma idéia ou conceito
(p. ex., de um objeto material, ideal, sobrenatural etc) que,
A lógica formal preocupa-se com a correção formal do
por sua vez, recebe uma denominação (as palavras ou ter-
pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con-
mos, p.
teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati-
va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
respeitada quando se preenchem as exigências de coerência ex.: “mesa”, “três” e “arcanjo”).
interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do
ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí- O juízo é ato pelo qual os conceitos ou idéias são ligadas
nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos ou separadas dando origem à emissão de um “julgamento”
de realidade dos fatos. (falso ou verdadeiro) sobre a realidade, mediante proposi-
ções orais ou escritas. Por exemplo: “Há três arcanjos sobre
No entanto, o erro não está no seu aspecto formal e, sim, a mesa da sala”
na sua matéria. Por exemplo, partindo das premissas que
O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos
(1) todos os brasileiros são europeus juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas
para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
e que
Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos
e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
(2) Pedro é brasileiro, tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da
coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão
formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda”

(3) Pedro é europeu. Quando os raciocínios são organizados com técnica e arte
e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou
Materialmente, este é um raciocínio falso porque a experi- qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi-
ência nos diz que a premissa é falsa. dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte
No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a de convencer mediante o discurso.
conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se

Raciocínio Lógico 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam aqui- Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é
lo que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e as fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala-
decisões pessoais (subjetividade), um argumento conseguirá vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi-
atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as idéias ficações de significado. Observe-se o exemplo:
propostas se assentem em boas razões, capazes de mexer
com as convicções daquele a quem se tenta convencer. Os jaguares são quadrúpedes;
Muitas vezes, julga-se que estão sendo usadas como bom
argumento opiniões que, na verdade, não passam de pre- Meu carro é um Jaguar
conceitos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de outras
formas de desconhecimento. Mesmo assim, a habilidade no
logo, meu carro é um quadrúpede.
argumentar, associada à desatenção ou à ignorância de
quem ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persuasão.
O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao
longo do raciocínio, por isso, não tem validade.
Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa
ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou
ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen-
forte etc. tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”,
“lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de
vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos,
De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria-
que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo,
mente, manter-se num plano distante da existência humana,
o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um
desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se
conceito, que é o ato mental correspondente ao signo.
argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo-
ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos
estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En- Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo
fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o “mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às
interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten- quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma
tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização nota característica comum a todos os elementos do conjunto,
do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático. de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental.
Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada
como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino
1.3. Inferência Lógica
cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou
aquela cuja trajetória existencial destaca-se pela bondade,
Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um ra- virtude, afetividade e equilíbrio.
ciocínio válido, visando à verdade.
Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre-
Contudo, só faz sentido falar de verdade ou falsidade ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma
quando entram em jogo asserções nas quais se declara algo, manifestação de quem emite o juízo, o significado dos ter-
emitindo-se um juízo de realidade. Existem, então, dois tipos mos empregados no discurso.
de frases: as assertivas e as não assertivas, que também
podem ser chamadas de proposições ou juízos.
1.5. Princípios lógicos
Nas frases assertivas afirma-se algo, como nos exemplos:
Existem alguns princípios tidos como conditio sine qua
“a raiz quadrada de 9 é 3” ou “o sol brilha à noite”. Já, nas
non para que a coerência do raciocínio, em absoluto, possa
frases não assertivas, não entram em jogo o falso e o verda-
ocorrer. Podem ser entendidos como princípios que se refe-
deiro, e, por isso, elas não têm “valor de verdade”. É o caso
rem tanto à realidade das coisas (plano ontológico), quanto
das interrogações ou das frases que expressam estados
ao pensamento (plano lógico), ou seja, se as coisas em geral
emocionais difusos, valores vivenciados subjetivamente ou
devem respeitar tais princípios, assim também o pensamento
ordens. A frase “toque a bola”, por exemplo, não é falsa nem
deve respeitá-los. São eles:
verdadeira, por não se tratar de uma asserção (juízo).
a) Princípio da identidade, pelo qual se delimita a reali-
As frases declaratórias ou assertivas podem ser combina-
dade de um ser. Trata-se de conceituar logicamente qual é a
das de modo a levarem a conclusões conseqüentes, consti-
identidade de algo a que se está fazendo referência. Uma
tuindo raciocínios válidos. Veja-se o exemplo:
vez conceituada uma certa coisa, seu conceito deve manter-
se ao longo do raciocínio. Por exemplo, se estou falando de
(1) Não há crime sem uma lei que o defina; um homem chamado Pedro, não posso estar me referindo a
Antônio.
(2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime;
b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é,
(3) logo, não é crime matar ET’s. não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo
tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora,
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu- não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se,
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são; c)
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o falso e o
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verdadeiro. Ou
sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase está chovendo ou não está, não é possível um terceiro ter-
inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis- mo: está meio chovendo ou coisa parecida.
sas) deve levar a conclusões óbvias.
A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três
1.4. Termo e Conceito princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais
recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve-
ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído,

Raciocínio Lógico 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro, cos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou
como também ao indeterminado. não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segun-
do Copi, deles somente se exige “que tenham alguma proba-
2. Argumentação e Tipos de Raciocínio bilidade” (Introdução à lógica, p. 314).

Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex- A força de uma analogia depende, basicamente, de três
posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de aspectos:
alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso
de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e im-
raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras portantes;
ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos
sob o mesmo ponto de vista. É bastante comum que raciocí- b) o número de elementos semelhantes entre uma situa-
nios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o ção e outra deve ser significativo;
efeito desejado, explorando a incapacidade momentânea ou
persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor c) não devem existir divergências marcantes na compara-
lógico do raciocínio empregado na argumentação. ção.

Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa ser No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, ca-
dotado de duas características fundamentais: ter premissas sos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões
aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apropria- adequadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a mo-
das. Dos raciocínios mais empregados na argumentação, tor é um meio de transporte que necessita de um condutor.
merecem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos Este, tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de
três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas- bom senso e de boa técnica para desempenhar adequada-
tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado mente seu papel.
pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos
discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em-
Aplicação das regras acima a exemplos:
pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por
fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio
autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re-
formal. levantes, não imaginários ou insignificantes.tc

A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de "a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e
raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo relevantes, não imaginários ou insignificantes."
como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na
abordagem da natureza e do alcance do conhecimento. Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as
Às vezes, um determinado tipo de raciocínio não é ade- roupas de sua filha.
quadamente empregado. Vejam-se os seguintes exemplos: o
médico alemão Ludwig Büchner (1824-1899) apresentou Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per-
como argumento contra a existência da alma o fato de esta fume francês e é um bom advogado;
nunca ter sido encontrada nas diversas dissecações do cor-
po humano; o astronauta russo Gagarin (1934-1968) afirmou Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês; lo-
que Deus não existe pois “esteve lá em cima” e não o encon- go, deve ser um bom advogado.
trou. Nesses exemplos fica bem claro que o raciocínio induti-
vo, baseado na observação empírica, não é o mais adequa- b) O número de aspectos semelhantes entre uma situação
do para os objetos em questão, já que a alma e Deus são de e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspectos
ordem metafísica, não física. semelhantes entre uma situação e outra deve ser significati-
vo."
2.1. Raciocínio analógico
Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera,
Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra,
partir do que se sabe em direção àquilo que não se sabe, a houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida,
analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo
dos caminhos mais comuns para que isso aconteça. No de vida.
raciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida
com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida, Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por
aplicando a elas as informações previamente obtidas quando noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas
da vivência direta ou indireta da situação-referência. por noite e, por isso, também serei um gênio inventor.

Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto c) Não devem existir divergências marcantes na compara-
de apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia ção.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na com-
é um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado, paração.."
é fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também
tem servido de inspiração para muitos gênios das ciências e Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por
das artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei ocasião de tormentas e tempestades;
do empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo)
ou de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No
a pescaria marinha não está tendo sucesso porque troveja
entanto, também é uma forma de raciocínio em que se come- muito.
tem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer-
lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha
grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógi-

Raciocínio Lógico 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o salá- Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen-
rio mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros, tal dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos
como os operários suíços, também recebe um salário míni- observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu-
mo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão
bem, como os suíços. entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que
sejam indicadores da validade das generalizações contidas
Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi- nas conclusões.
derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie
o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi- O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte:
tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a
B é A e é X;
conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente,
isto caso cumpram-se as exigências acima. C é A e também é X;
D é A e também é X;
E é A e também é X;
Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral do logo, todos os A são X
raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos
que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces- particulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral.
sariamente válida. Aplicando o modelo:
A jararaca é uma cobra e não voa;
O esquema básico do raciocínio analógico é: A caninana é uma cobra e também não voa;
A é N, L, Y, X; A urutu é uma cobra e também não voa;
B, tal como A, é N, L, Y, X; A cascavel é uma cobra e também não voa;
A é, também, Z logo, as cobras não voam.
logo, B, tal como A, é também Z. Contudo,
Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó-
gico é precário, ele é muito importante na formulação de Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con- caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana- minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo,
procedimentos indutivos ou dedutivos. ver um gato preto traz azar.

Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do va-
professor de ciência da computação da Universidade de lor lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
Michigan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um
da computação, uma situação semelhante à que ocorre no caso particular discorde da generalização obtida das premis-
da genética. Assim como na natureza espécies diferentes sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probali-
podem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento dade de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece
genético - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera
informática, também o cruzamento de programas pode con- coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
tribuir para montar um programa mais adequado para resol- há casos em que
ver um determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa
mais bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies: uma simples análise das premissas é suficiente para de-
uma com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland. tectar a sua fraqueza.
“Para resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos
um programa que dê conta de uma parte do problema e Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem ser
cruzamos com outro programa que solucione outra parte. aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros de
Entre as várias soluções possíveis, selecionam-se aquelas um grupo ou de uma classe tendo como modelo o compor-
que parecem mais adequadas. Esse processo se repete por tamento de alguns de seus componentes:
várias gerações - sempre selecionando o melhor programa -
até obter o descendente que mais se adapta à questão. É, 1. Adriana é mulher e dirige mal;
portanto, semelhante ao processo de seleção natural, em Ana Maria é mulher e dirige mal;
que só sobrevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, Mônica é mulher e dirige mal;
19/10/95, 1º cad., p. 12). Carla é mulher e dirige mal;
logo, todas as mulheres dirigem mal.
Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi- 2. Antônio Carlos é político e é corrupto;
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de Fernando é político e é corrupto;
raciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não. Paulo é político e é corrupto;
Estevão é político e é corrupto;
logo, todos os políticos são corruptos.
2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral
A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é ta-
Ainda que alguns autores considerem a analogia como refa simples, havendo muitos exemplos na história do conhe-
uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma cimento indicadores dos riscos das conclusões por indução.
base mais ampla de sustentação. A indução consiste em Basta que um caso contrarie os exemplos até então colhidos
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma para que caia por terra uma “verdade” por ela sustentada.
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibi- Um exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da desco-
lidade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos berta da Austrália, onde foram encontrados cisnes pretos,
e, na maioria dos casos, também da verificação experimen- acreditava-se que todos os cisnes fossem brancos porque
tal. Como dificilmente são investigados todos os casos pos- todos os até então observados eram brancos. Ao ser visto o
síveis, acaba-se aplicando o princípio das probabilidades. primeiro cisne preto, uma certeza de séculos caiu por terra.

2.2.1. Procedimentos indutivos

Raciocínio Lógico 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen-
indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas do empregando o método indutivo porque o argumento prin-
ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen- cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou
tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu-
raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien- são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati-
te e o da indução por enumeração completa. vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con-
duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação,
a. Indução por enumeração incompleta suficiente enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
portamento do amigo infere-se sua inocência.
Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
como suficientes para serem tiradas determinadas conclu- Analogia, indução e probabilidade
sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas
particular, os que foram enumerados são representativos do chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso
todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”) ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas
não são sinônimas de certezas.
b. Indução por enumeração completa
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, a
Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio moral e a natural.
baseado na enumeração completa.
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin-
Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela ocor- do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma
re quando: de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de-
nominador representa os casos possíveis e o numerador o
b.a. todos os casos são verificados e contabilizados; número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um
sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de
50% e a de dar coroa também é de 50%.
b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas.
b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos
Exemplos correspondentes às duas formas de indução por
destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade
enumeração completa:
de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação
alegre ou triste etc.
b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e
em cada uma delas foi constatada uma característica própria
Exemplos: considerando seu comportamento pregresso, é
desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve-
provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo...
se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de
Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o
cabeça é um dos sintomas da dengue.
receba bem, mas...
b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de
c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos natu-
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças.
rais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas.
A previsão meteorológica é um exemplo particular de proba-
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, po- lidade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da impre-
dendo-se classificá-los como formas de indução forte, mes- visibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns
mo que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa eventos naturais.
científica.
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia
O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado nos são passíveis de conclusões inexatas.
moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso pela
maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou orde-
Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as suas
nada. Observem-se os exemplos:
conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade hu-
mana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas,
- Não parece haver grandes esperanças em se erradicar a contudo, também revelam as limitações humanas no que diz
corrupção do cenário político brasileiro. respeito à construção do conhecimento.

Depois da série de protestos realizados pela população, 2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa,
O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos es-
depois do escárnio popular em festividades como o carnaval
tudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as defici-
e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de
ências da analogia e da indução.
moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer,
apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre
novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se
nação. do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir
do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral,
para se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a
- Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo,
premissa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de
pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo
raciocínio:
respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquan-
to alguns insinuavam a suaculpa, eu continuava seguro de
sua inocência. Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. univer-
sal

Raciocínio Lógico 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Premissa menor: Pedro é homem.
2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-
Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular sos que os termos das premissas.
Exemplo de formulação correta:
No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral Termo Maior: Todas as onças são ferozes.
podem-se tirar conclusões de cunho particular. Termo Médio: Nikita é uma onça.
Termo Menor: Nikita é feroz.
Exemplo de formulação incorreta:
Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na
Termo Maior: Antônio e José são poetas.
qual, colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue
Termo Médio: Antônio e José são surfistas.
necessariamente, somente pelo fato de terem sido postas”.
Termo Menor: Todos os surfistas são poetas.
Uma vez posto que todos os homens são mamíferos e que
“Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos os
Pedro é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pe-
surfistas”.
dro é um mamífero. De certo modo, a conclusão já está pre-
sente nas premissas, basta observar algumas regras e inferir
3) O predicado do termo médio não pode entrar na con-
a conclusão.
clusão.
Exemplo de formulação correta:
2.3.1. Construção do Silogismo Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
Termo Médio: Pedro é homem.
A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão) Termo Menor: Pedro pode infringir a lei.
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de Exemplo de formulação incorreta:
partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras Termo Médio: Pedro é homem.
palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a
através da premissa menor e infere, necessariamente, uma lei.
conclusão adequada. A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é i-
noportuna.
Eis um exemplo de silogismo:
4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez em
Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Mai- sua extensão universal.
or Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida-
A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor des.
Termo Médio: Pedro é homem.
Logo, a concussão é punível Conclusão Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades.
Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Alguns homens são sábios.
O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da ló- Termo Médio: Ora os ignorantes são homens
gica, as premissas são chamadas de proposições que, por Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios
sua vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas O predicado “homens” do termo médio não é universal,
ou juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras mas particular.
que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são
necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior 2.3.1.1.2. Regras das Premissas
é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado 5) De duas premissas negativas, nada se conclui.
da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário Exemplo de formulação incorreta:
ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero
conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (nor- Premissa Menor: Lulu não é um gato.
malmente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima, Conclusão: (?).
punível é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e 6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma conclu-
concussão é o menor. são negativa.
Exemplo de formulação incorreta:
2.3.1.1. As Regras do Silogismo Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser deseja-
dos.
Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio Premissa Menor: Ajudar ao próximo é um bem moral.
perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às Conclusão: Ajudar ao próximo não (?) deve ser desejado.
relações entre os termos e as demais dizem respeito às 7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. A
relações entre as premissas. São elas: premissa mais fraca é sempre a de caráter negativo.
Exemplo de formulação incorreta:
2.3.1.1.1. Regras dos Termos
Premissa Maior: As aves são animais que voam.
Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior,
Conclusão: Alguns animais não voam.
médio e menor.
Exemplo de formulação incorreta:
Exemplo de formulação correta:
Premissa Maior: As aves são animais que voam.
Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos.
Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
Termo Médio: Mimi é um gato.
Conclusão: Alguns animais voam.
Termo Menor: Mimi é um mamífero.
8) De duas premissas particulares nada se conclui.
Exemplo de formulação incorreta:
Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede.
Premissa Maior: Mimi é um gato.
Termo Médio: Maria é uma gata(2).
Premissa Menor: Um gato foi covarde.
Termo Menor: Maria é quadrúpede.
Conclusão: (?)
O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro
http://www.guiadoconcursopublico.com.br/apostilas/24_12
termos ao invés de três.
0.pdf

Raciocínio Lógico 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(1) Lula é brasileiro.

LÓGICA SENTENCIAL E DE PRIMEIRA ORDEM A sentença (1) é composta por um nome próprio, ‘Lula’, e
um predicado, ‘... é brasileiro’. Em lógica, para evitar o uso
de ‘...’, usamos uma variável para marcar o(s) lugar(es) em
Elementos de Lógica sentencial que podemos completar um predicado. Aqui, expressões do
1. A diferença entre a lógica sentencial e a lógica de pre- tipo x é brasileiro designam predicados. Considere agora a
dicados sentença (2) Xuxa é mãe de Sasha.
A lógica divide-se em lógica sentencial e lógica de predi- A sentença (2) pode ser analisada de três maneiras dife-
cados. A lógica sentencial estuda argumentos que não de- rentes, que correspondem a três predicados diferentes que
pendem da estrutura interna das sentenças. Por exemplo: podem ser formados a partir de (2):
(2a) x é mãe de Sasha;
(1) (2b) Xuxa é mãe de x;
Se Deus existe, então a felicidade eterna é possível. (2c) x é mãe de y.
Deus existe.
Logo, a felicidade eterna é possível. Do ponto de vista lógico, em (2c) temos o que é chamado
de um predicado binário, isto é, um predicado que, diferen-
A validade do argumento (1) depende do modo pelo qual temente de x é brasileiro, deve completado por dois nomes
as sentenças são conectadas, mas não depende da estrutura próprios para formar uma sentença.
interna das sentenças. A forma lógica de (1) deixa isso claro:
(1a) As sentenças (1) e (2) acima são denominadas sentenças
Se A, então B. atômicas. Uma sentença atômica é uma sentença formada
A. por um predicado com um ou mais espaços vazios, sendo
Logo, B. todos os espaços vazios completados por nomes próprios.
Sentenças atômicas não contêm nenhum dos operadores
Diferentemente, a lógica de predicados estuda argumen- lógicos e, ou, se...então etc., nem os quantificadores todo,
tos cuja validade depende da estrutura interna das senten- nenhum, algum etc.
ças. Por exemplo:
(2) Sentenças moleculares são sentenças formadas com o
Todos os cariocas são brasileiros. auxílio dos operadores sentenciais. Exemplos de sentenças
Alguns cariocas são flamenguistas. moleculares são
Logo, alguns brasileiros são flamenguistas. (3) Lula é brasileiro e Zidane é francês,
A forma lógica de (2) é a seguinte: (4) Se você beber, não dirija,
(2a) (5) João vai à praia ou vai ao clube.
Todo A é B.
Algum A é C. 3. A interpretação vero-funcional dos operadores senten-
Logo, algum B é A. ciais
Os operadores sentenciais que estudaremos aqui são as
A primeira premissa do argumento (2) diz que o conjunto partículas do português não, ou, e, se...então, se, e somente
dos indivíduos que são cariocas está contido no conjunto dos se. A lógica sentencial interpreta esses operadores como
brasileiros. A segunda, diz que ‘dentro’ do conjunto dos cari- funções de verdade ou vero-funcionalmente. Isso significa
ocas, há alguns indivíduos que são flamenguistas. É fácil que eles operam apenas com os valores de verdade dos
concluir então que existem alguns brasileiros que são fla- seus operandos, ou em outras palavras, o valor de verdade
menguistas, pois esses flamenguistas que são cariocas se- de uma sentença formada com um dos operadores é deter-
rão também brasileiros. Essa conclusão se segue das pre- minado somente pelos valores de verdade das sentenças
missas. que a constituem.
Note, entretanto, que as sentenças ‘todos os cariocas são Os operadores sentenciais se comportam de uma manei-
brasileiros’ e ‘alguns cariocas são flamenguistas’ têm uma ra análoga às funções matemáticas. Estas recebem números
estrutura diferente da sentença ‘se Deus existe, a felicidade como argumentos e produzem números como valores. Os
eterna é possível’. Esta última é formada a partir de duas operadores sentenciais são funções porque recebem valores
outras sentenças ‘Deus existe’ e ‘a felicidade eterna é possí- de verdade como argumentos e produzem valores de verda-
vel’, conectadas pelo operador lógico se...então. Já para de. Considere-se a seguinte função matemática:
analisar o argumento (2) precisamos analisar a estrutura (4) y =x + 1.
interna das sentenças, e não apenas o modo pelo qual sen-
tenças são conectadas umas às outras. O que caracteriza a
Dizemos que y =f(x), isto é, ‘y é função de x’, o que sig-
lógica de predicados é o uso dos quantificadores todo, algum
nifica que o valor de y depende do valor atribuído a x.
e nenhum. É por esse motivo que a validade de um argu-
mento como o (2) depende da estrutura interna das senten- Quando x =1, y =2;
ças. A diferença entre a lógica sentencial e a lógica de predi- x =2, y =3;
cados ficará mais clara no decorrer desta e da próxima uni- x = 3, y =4,
dade. e assim por diante. Analogamente a uma função matemá-
tica, uma função de verdade recebe valores de verdade co-
Usualmente o estudo da lógica começa pela lógica sen- mo argumentos e produz valores de verdade como valores.
tencial, e seguiremos esse caminho aqui. Nesta unidade
vamos estudar alguns elementos da lógica sentencial. Na As chamadas tabelas de verdade mostram como os ope-
próxima unidade, estudaremos elementos da lógica de predi- radores da lógica sentencial funcionam.
cados.
No lado esquerdo da tabela de verdade temos as senten-
2. Sentenças atômicas e moleculares ças a partir das quais a sentença composta foi formada – no
Considere-se a sentença caso da negação, uma única sentença. O valor produzido
pela função de verdade está na coluna da direita. As letras V

Raciocínio Lógico 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e F representam os valores de verdade verdadeiro e falso. (16) Maria e Pedro casaram e tiveram um filho.

4. A negação Em outras palavras, o e que ocorre em (15) e (16) não é


Comecemos pelo operador sentencial mais simples, a uma função de verdade.
negação. A tabela de verdade da negação de uma sentença
Aé 6. A disjunção
A não A Uma sentença do tipo A ou B é denominada uma disjun-
VF ção. Há dois tipos de disjunção, a inclusiva e a exclusiva.
FV Ambas tomam dois valores de verdade como argumentos e
produzem um valor de verdade como resultado. Começarei
A negação simplesmente troca o valor de verdade da pela disjunção inclusiva. Considere-se a sentença
sentença. Uma sentença verdadeira, quando negada, produz (17) Ou João vai à praia ou João vai ao clube, que é for-
uma sentença falsa, e vice-versa. mada pela sentenças
(18) João vai à praia
Há diferentes maneiras de negar uma sentença atômica e
em português. Considere a sentença verdadeira (19) João vai ao clube combinadas pelo operador ou. A
(5) Lula é brasileiro. sentença (17) é verdadeira em três situações:
(i) João vai à praia e também vai ao clube;
As sentenças (ii) João vai à praia mas não vai ao clube e
(6) Não é o caso que Lula é brasileiro, (iii) João não vai à praia mas vai ao clube.
(7) Não é verdade que Lula é brasileiro
e A tabela de verdade da disjunção inclusiva é a seguinte:
(8) É falso que Lula é brasileiro A B A ou B
são diferentes maneiras de negar (5). Como (5) é uma VVV
sentença atômica, podemos também negar (5) por meio da VFV
sentença FVV
(9) Lula não é brasileiro. FFF

A negação em (9) é denominada negação predicativa, No sentido inclusivo do ou, uma sentença A ou B é ver-
pois nega o predicado, ao passo que em (6) há uma negação dadeira quando uma das sentenças A e B é verdadeira ou
sentencial porque toda a sentença é negada. No caso de quando são ambas verdadeiras, isto é, a disjunção inclusiva
sentenças atômicas, a negação predicativa é equivalente à admite a possibilidade de A e B serem simultaneamente
negação sentencial, mas veremos que isso não ocorre com verdadeiras.
sentenças moleculares e sentenças com quantificadores.
Note que negar duas vezes uma sentença equivale a a- No sentido exclusivo do ou, uma sentença A ou B é ver-
firmar a própria sentença. A negação de dadeira apenas em duas situações:
(5) Lula é brasileiro (i) A é verdadeira e B é falsa;
é (ii) B é verdadeira e A e falsa.
(9) Lula não é brasileiro,
e a negação de (9), Não há, na disjunção exclusiva, a possibilidade de serem
(10) Não é o caso que Lula não é brasileiro, é a negação ambas as sentenças verdadeiras. A tabela de verdade da
da negação de (5), que é equivalente à própria sentença (5). disjunção exclusiva é
A B A ou B
5. A conjunção VVF
Uma sentença do tipo A e B é denominada uma conjun- VFV
ção. Considere-se a sentença FVV
(11) João foi à praia e Pedro foi ao futebol. FFF
A sentença (1) é composta por duas sentenças,
(12) João foi à praia Um exemplo de disjunção exnclusiva é
e (20) Ou o PMDB ou o PP receberá o ministério da saúde,
(13) Pedro foi ao futebol que é formada a partir das sentenças:
conectadas pelo operador lógico e. Na interpretação vero- (21) o PMDB receberá o ministério da saúde;
funcional do operador e, o valor de verdade de (11) depende (22) o PP receberá o ministério da saúde.
apenas dos valores de verdade das sentenças (12) e (13). É
fácil perceber que (11) é verdadeira somente em uma situa- Quando se diz que um determinado partido receberá um
ção: quando (12) e (13) são ambas verdadeiras. A tabela de ministério, isso significa que um membro de tal partido será
verdade de uma conjunção A e B é a seguinte: nomeado ministro. Posto que há somente um ministro da
ABAeB saúde, não é possível que (21) e (22) sejam simultaneamen-
VVV te verdadeiras. O ou da sentença (20), portanto, é exclusivo.
VFF
FVF Na lógica simbólica, são usados símbolos diferentes para
FFF designar o ou inclusivo e o exclusivo. No latim, há duas pala-
vras diferentes, vel para a disjunção inclusiva e aut para a
Note que, na interpretação vero-funcional da conjunção, exclusiva. No português isso não ocorre. Na maioria das
A e B é equivalente a B e A. Não faz diferença alguma afir- vezes é apenas o contexto que deixa claro se se trata de
marmos (11) ou (14) Pedro foi ao futebol e João foi à praia. uma disjunção inclusiva ou exclusiva.

É importante observar que a interpretação vero-funcional Assim como ocorre com a conjunção, sentenças A ou B e
da conjunção não expressa todos os usos da partícula e em B ou A são equivalentes. Isso vale tanto para o ou inclusivo
português. A sentença quanto para o exclusivo.
(15) Maria e Pedro tiveram um filho e casaram não é e-
quivalente a 7. A condicional

Raciocínio Lógico 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Uma condicional é uma sentença da forma se A, então B. e o conseqüente da condicional são verdadeiros.
A é denominado o antecedente e B o conseqüente da condi-
cional. Temos a primeira linha da tabela de verdade. Até aqui
não há problema algum.
Em primeiro lugar, é importante deixar clara a diferença
entre um argumento (23) A, logo B e uma condicional (24) se Suponha agora que Victor é paulista. Nesse caso, o ante-
A, então B. cedente da condicional (26) Victor é carioca é falso, mas o
conseqüente (27) Victor é brasileiro é verdadeiro.
Em (23) a verdade tanto de A quanto de B é afirmada.
Note que o que vem depois do ‘logo’ é afirmado como verda- Temos nesse caso a terceira linha da tabela de verdade
deiro e é a conclusão do argumento. Já em (24), nada se diz da condicional. Note que a condicional (25) continua sendo
acerca da verdade de A, nem de B. (24) diz apenas que se A verdadeira mesmo que Victor seja paulista, isto é, quando o
é verdadeira, B também será verdadeira. Note que apesar de antecedente é falso.
uma condicional e um argumento serem coisas diferentes
usamos uma terminologia similar para falar de ambos. Em Por fim, suponha que Victor é francês. Nesse caso, tanto
(23) dizemos que A é o antecedente do argumento, e B é o (26) Victor é carioca quanto (27) Victor é brasileiro são fal-
conseqüente do argumento. Em (24), dizemos que A é o sas. Temos aqui a quarta linha da tabela de verdade da con-
antecedente da condicional, e B é o conseqüente da condi- dicional material. Mas, ainda assim, a sentença (25) é verda-
cional. deira.

Da mesma forma que analisamos o e e o ou como fun- Vejamos outro exemplo. Considere a condicional
ções de verdade, faremos o mesmo com a condicional. Ana- (28) Se Pedro não jogar na loteria, não ganhará o prêmio.
lisada vero-funcionalmente, a condicional é denominada
condicional material. Essa é uma condicional verdadeira. Por quê? Porque é
impossível (em uma situação normal) o antecedente ser
Quando analisamos a conjunção, vimos que a interpreta- verdadeiro e o conseqüente falso. Isto é, não é possível
ção vero-funcional do operador sentencial e não corresponde Pedro não jogar e ganhar na loteria. Fica como exercício
exatamente ao uso que dela fazemos na linguagem natural. para o leitor a construção da tabela de verdade de (28).
Isso ocorre de modo até mais acentuado com o operador
se...então. Na linguagem natural, geralmente usamos Não é difícil perceber, em casos como (25) e (28) acima,
se...então para expressar uma relação entre os conteúdos de por que uma condicional é verdadeira quando o antecedente
A e B, isto é, queremos dizer que A é uma causa ou uma é falso. O problema é que, sendo a condicional material uma
explicação de B. Isso não ocorre na interpretação do função de verdade, coisas como (29) se 2 + 2 = 5, então a
se...então como uma função de verdade. A tabela de verda- Lua é de queijo são verdadeiras. Sem dúvida, esse é um
de da condicional material é a seguinte: resultado contra-intuitivo. Note que toda condicional material
A B se A, então B com antecedente falso será verdadeira. Mas no uso corrente
VVV da linguagem normalmente não formulamos condicionais
VFF com o antecedente falso.
FVV
FFV Mas cabe perguntar: se a condicional material de fato não
expressa todos os usos do se...então em português e, além
Uma condicional material é falsa apenas em um caso: disso, produz resultados contra-intuitivos como a sentença
quando o antecedente é verdadeiro e o conseqüente falso. (29), por que ela é útil para o estudo de argumentos constru-
ídos com a linguagem natural? A resposta é muito simples. O
A terceira e a quarta linhas da tabela de verdade da con- caso em que a condicional material é falsa, a segunda linha
dicional material costumam causar problemas para estudan- da tabela de verdade, corresponde exatamente ao caso em
tes iniciantes de lógica. Parece estranho que uma condicio- que, no uso corrente da linguagem, uma sentença se A,
nal seja verdadeira sempre que o antecedente é falso, mas então B é falsa. Considere-se a sentença (30) Se Lula con-
veremos que isso é menos estranho do que parece. seguir o apoio do PMDB, então fará um bom governo.

Suponha que você não conhece Victor, mas sabe que Em (30), o ponto é que Lula fará um bom governo porque
Victor é um parente do seu vizinho que acabou de chegar da tem o apoio do PMDB. Há um suposto nexo explicativo e
França. Você não sabe mais nada sobre Victor. Agora consi- causal entre o antecedente e o conseqüente. Suponha, en-
dere a sentença: tretanto, que Lula obtém o apoio do PMDB durante todo o
(25) Se Victor é carioca, então Victor é brasileiro. seu mandato, mas ainda assim faz um mau governo. Nesse
caso, em que o antecedente é verdadeiro e o conseqüente
O antecedente de (25) é (26) Victor é carioca e o conse- falso, (30) é falsa.
qüente é (27) Victor é brasileiro.
Abaixo, você encontra diferentes maneiras de expressar,
A sentença (25) é verdadeira, pois sabemos que todo ca- na linguagem natural, uma condicional se A, então B, todas
rioca é brasileiro. Em outras palavras, é impossível que al- equivalentes.
guém simultaneamente seja carioca e não seja brasileiro. Por Se A, B
esse motivo, a terceira linha da tabela de verdade, que torna- B, se A
ria a condicional falsa, nunca ocorre. Caso A, B
B, caso A
Descartada a terceira linha, ainda há três possibilidades,
que correspondem às seguintes situações: As expressões abaixo também são equivalentes a se A,
(a) Victor é carioca. então B:
(b) Victor é paulista. A, somente se B
(c) Victor é francês. Somente se B, A
A é condição suficiente para B
Suponha que Victor é carioca. Nesse caso, o antecedente B é condição necessária para A,mas elas serão vistas

Raciocínio Lógico 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
com mais atenção na seção sobre condições necessárias e PP receberá o ministério da cultura.
suficientes.
Exercício: complete a coluna da direita da tabela abaixo
8. Variantes da condicional material com a negação das sentenças do lado esquerdo.
Partindo de uma condicional DISJUNÇÃO NEGAÇÃO
(31) Se A, então B A ou B não A e não B
podemos construir sua conversa, A ou não B
(32) Se B, então A não A ou B
sua inversa não A ou não B
(33) Se não A, então não B e sua contrapositiva (34) Se
não B, então não A. 9b. Negação da conjunção
Por um raciocínio análogo ao utilizado na negação da dis-
Há dois pontos importantes sobre as sentenças acima junção, para negar uma conjunção precisamos afirmar os
que precisam ser observados. Vimos que A e B e B e A, casos em que a conjunção é falsa. Esses casos são a se-
assim como A ou B e B ou A são equivalentes. Entretanto, se gunda, a terceira e a quarta linhas da tabela de verdade. Isto
A, então B e se B então A NÃO SÃO EQUIVALENTES!!! é, A e B é falsa quando:
(i) A é falsa,
Isso pode ser constatado facilmente pela construção das (ii) B é falsa ou
respectivas tabelas de verdade, que fica como exercício para (iii) A e B são ambas falsas.
o leitor. Mas pode ser também intuitivamente percebido.
Considere as sentenças: (35) Se João é carioca, João é É fácil perceber que basta uma das sentenças ligadas pe-
brasileiro e lo e ser falsa para a conjunção ser falsa. A negação de A e
(36) Se João é brasileiro, João é carioca. B, portanto, é não A ou não B. Fica como exercício para o
leitor a construção das tabelas de verdade de A e B e não A
Enquanto a sentença (35) é verdadeira, é evidente que ou não B para constatar que são idênticas.
(36) pode ser falsa, pois João pode perfeitamente ser brasi-
leiro sem ser carioca. Exemplos de negações de conjunções:
(6) O PMDB receberá o ministério da saúde e o ministério
Uma condicional se A, então B e sua contrapositiva se da cultura.
não B, então não A são equivalentes. Isso pode ser consta- A negação de (6) é
tado pela construção da tabela de verdade, que fica como (6a) Ou PMDB não receberá o ministério da saúde, ou
um exercício para o leitor. Mas note que a contrapositiva de não receberá o ministério da cultura.
(35), (37) Se João não é brasileiro, não é carioca, é verdadei- (7) Beba e dirija.
ra nas mesmas circunstâncias em que (35) é verdadeira. A A negação de (7) é
diferença entre (35) e (37) é que (35) enfatiza que ser carioca (7a) não beba ou não dirija.
é condição suficiente para ser brasileiro, enquanto (37) enfa-
tiza que ser brasileiro é condição necessária para ser cario-
Fonte: http://abilioazambuja.sites.uol.com.br/1d.pdf
ca. Isso ficará mais claro na seção sobre condições necessá-
rias e suficientes. Questões:
9. Negações Sendo p a proposição Paulo é paulista e q a proposição
Agora nós vamos aprender a negar sentenças construí- Ronaldo é carioca, traduzir para a linguagem corrente as
das com os operadores sentenciais. seguintes proposições:
a) ~q
Negar uma sentença é o mesmo afirmar que a sentença
é falsa. Por esse motivo, para negar uma sentença construí- b) p ^ q
da com os operadores sentenciais e, ou e se...então, basta c) p v q
afirmar a(s) linha(s) da tabela de verdade em que a sentença d) p " q
é falsa.
e) p " (~q)
9a. Negação da disjunção
Comecemos pelos caso mais simples, a disjunção (inclu- 02. Sendo p a proposição Roberto fala inglês e q a proposi-
siva). Como vimos, uma disjunção A ou B é falsa no caso em
que tanto A quanto B são falsas. Logo, para negar uma dis- ção Ricardo fala italiano traduzir para a linguagem simbólica
junção, nós precisamos dizer que A é falsa e também que B as seguintes proposições:
é falsa, isto é, não A e não B. Fica como exercício para o a) Roberto fala inglês e Ricardo fala italiano.
leitor a construção das tabelas de verdade de A ou B e não A
b) Ou Roberto não fala inglês ou Ricardo fala italiano.
e não B para constatar que são idênticas.
(1) João comprou um carro ou uma moto. c) Se Ricardo fala italiano então Roberto fala inglês.
d) Roberto não fala inglês e Ricardo não fala italiano.
A negação de (1) é:
(2) João não comprou um carro e não comprou uma moto,
ou 03. (UFB) Se p é uma proposição verdadeira, então:
(3) João nem comprou um carro, nem comprou uma moto. a) p ^ q é verdadeira, qualquer que seja q;
b) p v q é verdadeira, qualquer que seja q;
Na linguagem natural, freqüentemente formulamos a ne-
c) p ^ q é verdadeira só se q for falsa;
gação de uma disjunção com a expressão nem...nem. Nem
A, nem B significa o mesmo que não A e não B. d) p =>q é falsa, qualquer que seja q
(4) O PMDB receberá o ministério da saúde ou o PP re- e) n.d.a.
ceberá o ministério da cultura.
A negação de (4) é:
(5) Nem o PMDB receberá o ministério da saúde, nem o 04. (MACK) Duas grandezas x e y são tais que "se x = 3

Raciocínio Lógico 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
então y = 7". Pode-se concluir que: b) Paulo é paulista e Ronaldo é carioca.
a) se x 3 antão y 7 c) Paulo é paulista ou Ronaldo é carioca.
b) se y = 7 então x = 3 d) Se Paulo é paulista então Ronaldo é carioca.
c) se y 7 então x 3 e) Se Paulo é paulista então Ronaldo não é carioca.
d) se x = 5 então y = 5 02. a) p ^ q
e) se x = 7 então y = 3 b) (~p) v p
c) q " p
05. (ABC) Assinale a proposição composta logicamente ver- d) (~p) ^ (~q)
dadeira: 03. B 04. C 05. A 06. C
a) (2 = 3) => (2 . 3 = 5) 07. C 08. C 09. C 10. C
b) (2 = 2) => (2 . 3 = 5)
http://www.coladaweb.com/matematica/logica
c) (2 = 3) e (2 . 3 = 5)
d) (2 = 3) ou (2 . 3 = 5)
e) (2 = 3) e (~ ( 2= 2)) ESTRUTURAS LÓGICAS
06. (UGF) A negação de x > -2 é:
a) x > 2 As questões de Raciocínio Lógico sempre vão ser com-
b) x #-2 postas por proposições que provam, dão suporte, dão razão
a algo, ou seja, são afirmações que expressam um pensa-
c) x < -2 mento de sentindo completo. Essas proposições podem ter
d) x < 2 um sentindo positivo ou negativo.
e) x #2
Exemplo 1: João anda de bicicleta.
07. (ABC) A negação de todos os gatos são pardos é:
Exemplo 2: Maria não gosta de banana.
a) nenhum gato é pardo;
b) existe gato pardo; Tanto o exemplo 1 quanto o 2 caracterizam uma afirma-
c) existe gato não pardo; ção/proposição.
d) existe um e um só gato pardo;
A base das estruturas lógicas é saber o que é verda-
e) nenhum gato não é pardo. de ou mentira (verdadeiro/falso).

08. (ABC) Se A negação de o gato mia e o rato chia é: Os resultados das proposições SEMPRE tem que dar
verdadeiro.
a) o gato não mia e o rato não chia;
b) o gato mia ou o rato chia; Há alguns princípios básicos:
c) o gato não mia ou o rato não chia;
d) o gato e o rato não chiam nem miam; Contradição: Nenhuma proposição pode ser verdadeira e
e) o gato chia e o rato mia. falsa ao mesmo tempo.

Terceiro Excluído: Dadas duas proposições lógicas con-


09. Duas grandezas A e B são tais que "se A = 2 então B = traditórias somente uma delas é verdadeira. Uma proposição
5". Pode-se concluir que: ou é verdadeira ou é falsa, não há um terceiro valor lógico
a) se A 2 antão B 5 (“mais ou menos”, meio verdade ou meio mentira).
b) se A = 5 então B = 2
Ex. Estudar é fácil. (o contrário seria: “Estudar é difícil”.
c) se B 5 então A 2 Não existe meio termo, ou estudar é fácil ou estudar é difícil).
d) se A = 2 então B = 2
e) se A = 5 então B 2 Para facilitar a resolução das questões de lógica usam-se
os Conectivos Lógicos, que são símbolos que comprovam
a veracidade das informações e unem as proposições uma a
10. (VUNESP) Um jantar reúne 13 pessoas de uma mesma outra ou as transformam numa terceira proposição.
família. Das afirmações a seguir, referentes às pessoas reu-
nidas, a única necessariamente verdadeira é: Veja abaixo:
a) pelo menos uma delas tem altura superior a 1,90m;
(~) “não”: negação
b) pelo menos duas delas são do sexo feminino;
c) pelo menos duas delas fazem aniversário no mesmo mês; (Λ) “e”: conjunção
d) pelo menos uma delas nasceu num dia par;
e) pelo menos uma delas nasceu em janeiro ou fevereiro. (V) “ou”: disjunção

(→) “se...então”: condicional


Resolução:
(↔) “se e somente se”: bicondicional
01. a) Paulo não é paulista.

Raciocínio Lógico 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Agora, vejamos na prática como funcionam estes conec- Ex3.: P V Q. (Ou o Pão é barato ou o Queijo não é bom.)
tivos: V = “ou”

Temos as seguintes proposições: Regrinha para o conectivo de disjunção (V):

O Pão é barato. O Queijo não é bom. P Q PVQ


V V V
A letra P, representa a primeira proposição e a letra Q, a
V F V
segunda. Assim, temos:
F V V
P: O Pão é barato. F F F

Q: O Queijo não é bom.

NEGAÇÃO (símbolo ~): CONDICIONAL (símbolo →)

Quando usamos a negação de uma proposição inverte- Este conectivo dá a ideia de condição para que a outra
mos a afirmação que está sendo dada. Veja os exemplos: proposição exista. “P” será condição suficiente para “Q” e “Q”
é condição necessária para “P”.
Ex1. : ~P (não P): O Pão não é barato. (É a negação lógi-
ca de P) Ex4.: P → Q. (Se o Pão é barato então o Queijo não é
bom.) → = “se...então”
~Q (não Q): O Queijo é bom. (É a negação lógica de Q)
Regrinha para o conectivo condicional (→):
Se uma proposição é verdadeira, quando usamos a ne-
gação vira falsa. P Q P→Q
V V V
Se uma proposição é falsa, quando usamos a negação vi-
V F F
ra verdadeira.
F V V
Regrinha para o conectivo de negação (~): F F V

P ~P BICONDICIONAL (símbolo ↔)
V F
O resultado dessas proposições será verdadeiro se e
F V
somente se as duas forem iguais (as duas verdadeiras ou as
duas falsas). “P” será condição suficiente e necessária para
“Q”
CONJUNÇÃO (símbolo Λ):
Ex5.: P ↔ Q. (O Pão é barato se e somente se o Queijo
não é bom.) ↔ = “se e somente se”
Este conectivo é utilizado para unir duas proposições
formando uma terceira. O resultado dessa união somente
Regrinha para o conectivo bicondicional (↔):
será verdadeiro se as duas proposições (P e Q) forem ver-
dadeiras, ou seja, sendo pelo menos uma falsa, o resultado
P Q P↔Q
será FALSO.
V V V
Ex.2: P Λ Q. (O Pão é barato e o Queijo não é bom.) Λ = V F F
“e”
F V F
Regrinha para o conectivo de conjunção (Λ): F F V

P Q PΛQ Fonte: http://www.concursospublicosonline.com/


V V V
V F F TABELA VERDADE
F V F
F F F Tabela-verdade, tabela de verdade ou tabela veritativa
é um tipo de tabela matemática usada em Lógica para
determinar se uma fórmula é válida ou se um sequente é
correto.
DISJUNÇÃO (símbolo V):
As tabelas-verdade derivam do trabalho de Gottlob Frege,
Este conectivo também serve para unir duas proposições. Charles Peirce e outros da década de 1880, e tomaram a
O resultado será verdadeiro se pelo menos uma das proposi- forma atual em 1922 através dos trabalhos de Emil Post e
ções for verdadeira. Ludwig Wittgenstein. A publicação do Tractatus Logico-
Philosophicus, de Wittgenstein, utilizava as mesmas para

Raciocínio Lógico 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
classificar funções veritativas em uma série. A vasta Condicional (Se... Então) [Implicação]
influência de seu trabalho levou, então, à difusão do uso de
tabelas-verdade. A conjunção é falsa se, e somente se, o primeiro
Como construir uma Tabela Verdade operando é verdadeiro e o segundo operando é falso

Uma tabela de verdade consiste em: A B A→B


V V V
1º) Uma linha em que estão contidos todas as V F F
subfórmulas de uma fórmula. Por exemplo, a fórmula
¬((A∧ B)→C) tem o seguinte conjuntos de subfórmulas: F V V
F F V
{ ¬((A∋B)→C) , (A∧ B)→C , A∧ B , A , B , C}
Bicondicional (Se e somente se) [Equivalência]
2º) l linhas em que estão todos possíveis valores que os
termos podem receber e os valores cujas as fórmulas A conjunção é verdadeira se, e somente se, ambos
moleculares tem dados os valores destes termos. operandos forem falsos ou ambos verdadeiros

A B A↔B
O número destas linhas é l = nt , sendo n o número de
valores que o sistema permite (sempre 2 no caso do Cálculo V V V
Proposicional Clássico) e t o número de termos que a V F F
fórmula contém. Assim, se uma fórmula contém 2 termos, o F V F
número de linhas que expressam a permutações entre estes
será 4: um caso de ambos termos serem verdadeiros (V V), F F V
dois casos de apenas um dos termos ser verdadeiro (V F , F
DISJUNÇÃO EXCLUSIVA (OU... OU XOR)
V) e um caso no qual ambos termos são falsos (F F). Se a
fórmula contiver 3 termos, o número de linhas que
expressam a permutações entre estes será 8: um caso de A conjunção é verdadeira se, e somente se, apenas um
todos termos serem verdadeiros (V V V), três casos de dos operandos for verdadeiro
apenas dois termos serem verdadeiros (V V F , V F V , F V
V), três casos de apenas um dos termos ser verdadeiro (V F A B A((B
F , F V F , F F V) e um caso no qual todos termos são falsos V V F
(F F F). V F V
Tabelas das Principais Operações do Cálculo F V V
Proposicional Dei F F F
Negação
Adaga de Quine (NOR)

A ~A A conjunção é verdadeira se e somente se os operandos


são falsos
V F
A B A((B A↓B
F V
V V V F
A negação da proposição "A" é a proposição "~A", de V F V F
maneira que se "A" é verdade então "~A" é falsa, e vice-
F V V F
versa.
F F F V
Conjunção (E) Como usar tabelas para verificar a validade de
argumentos
A conjunção é verdadeira se e somente se os operandos Verifique se a conclusão nunca é falsa quando
são verdadeiros as premissas são verdadeiros. Em caso positivo, o
argumento é válido. Em caso negativo, é inválido.
A B A^B
V V V Alguns argumentos válidos
V F F
F V F Modus ponens
F F F

Disjunção (OU)
A B A→B
A disjunção é falsa se, e somente se ambos os V V V
operandos forem falsos
V F F
A B AvB F V V
V V V F F V
V F V
F V V
F F F

Raciocínio Lógico 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Modus tollens O suíço Leonhard Euler (1707 – 1783) por volta de 1770,
ao escrever cartas a uma princesa da Alemanha, usou os
diagramas ao explicar o significado das quatro proposições
categóricas:
Todo A é B.
A B ¬A ¬B A→B
Algum A é B.
V V F F V Nenhum A é B.
V F F V F Algum A não é B.
F V V F V
Mais de 100 anos depois de Euler, o logicista inglês John
F F V V V Venn (1834 – 1923) aperfeiçoou o emprego dos diagramas,
utilizando sempre círculos. Desta forma, hoje conhecemos
como diagramas de Euler/Venn.

Silogismo Hipotético Tipos

Existem três possíveis tipos de relacionamento entre dois


diferentes conjuntos:
A B C A→B B→C A→C
Indica que um con-
V V V V V V junto está ompleta-
V V F V F F mente contido no
V F V F V V outro, mas o inverso
não é verdadeiro.
V F F F V F
F V V V V V
F V F V F V
F F V V V V Indica que os dois
F F F V V V conjuntos tem alguns
elementos em co-
Algumas falácias mum, mas não todos.

Afirmação do conseqüente

Se A, então B. (A→B) Indica que não exis-


tem elementos co-
muns entre os con-
B.
juntos.
Logo, A.

A B A→B
OBS: CONSIDERE QUE O TAMANHO DOS CÍRCULOS
V V V NÃO INDICA O TAMANHO RELATIVO DOS CONJUNTOS.
V F F
F V V LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS,
F F V INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES.

1. Introdução
Comutação dos Condicionais
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de
A implica B. (A→B) Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular-
mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
Logo, B implica A. (B→A)
modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro
A B A→B B→A seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
raciocínio.
V V V V
V F F V Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
F V V F quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estu-
F F V V
dar o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
Fonte: Wikipédia sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
DIAGRAMAS LÓGICOS prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos-
sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
História no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos
psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico
Para entender os diagramas lógicos vamos dar uma rápi- ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do
da passada em sua origem. raciocínio”.

Raciocínio Lógico 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou a- Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das
quela motivação, se respeita ou não a moral social, se teve operações do pensamento à realidade, de acordo com a
influências das emoções ou não, se está de acordo com uma natureza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso,
doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa interessa que o raciocínio não só seja formalmente correto,
embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi- mas que também respeite a matéria, ou seja, que o seu con-
derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as teúdo corresponda à natureza do objeto a que se refere.
relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua Neste caso, trata-se da correspondência entre pensamento e
obediência a algumas regras apropriadas ao modo como foi realidade.
formulado etc.
Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar
Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini- de dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade mate-
ções e outras referências à lógica: rial. A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à
forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a
“A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o
permite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri-
ato da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain). meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo,
tem-se a verdade.
“A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados pa-
ra distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi). Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas
à produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se
“A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas à consecução da verdade, seja ela formal ou material. Rela-
como deve ser” (Edmundo D. Nascimento). cionando a lógica com a prática, pode-se dizer que é impor-
tante que se obtenha não somente uma verdade formal, mas,
também, uma verdade que corresponda à experiência. Que
“A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,
seja, portanto, materialmente válida. A conexão entre os
sua história demonstra o poder que a mesma possui quando
princípios formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios
bem dominada e dirigida a um propósito determinado, como
pode ser denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma
o fizeram os sofistas, a escolástica, o pensamento científico
lógica aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana.
ocidental e, mais recentemente, a informática” (Bastos; Kel-
ler).
1.2. Raciocínio e Argumentação
1.1. Lógica formal e Lógica material
Três são as principais operações do intelecto humano: a
simples apreensão, os juízos e o raciocínio.
Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os
estudos da lógica orientaram-se em duas direções principais:
a da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a A simples apreensão consiste na captação direta (atra-
da lógica material, também conhecida como “lógica maior”. vés dos sentidos, da intuição racional, da imaginação etc) de
uma realidade sobre a qual forma-se uma idéia ou conceito
(p. ex., de um objeto material, ideal, sobrenatural etc) que,
A lógica formal preocupa-se com a correção formal do
por sua vez, recebe uma denominação (as palavras ou ter-
pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con-
mos, p. ex.: “mesa”, “três” e “arcanjo”).
teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati-
va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
respeitada quando se preenchem as exigências de coerência O juízo é ato pelo qual os conceitos ou idéias são ligadas
interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do ou separadas dando origem à emissão de um “julgamento”
ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí- (falso ou verdadeiro) sobre a realidade, mediante proposi-
nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos ções orais ou escritas. Por exemplo: “Há três arcanjos sobre
de realidade dos fatos. No entanto, o erro não está no seu a mesa da sala”
aspecto formal e, sim, na sua matéria. Por exemplo, partindo
das premissas que O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos
juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
(1) todos os brasileiros são europeus údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas
para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos
e que
e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da
(2) Pedro é brasileiro, coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão
sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda”
formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que
Quando os raciocínios são organizados com técnica e ar-
(3) Pedro é europeu. te e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou
qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi-
Materialmente, este é um raciocínio falso porque a expe- dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
riência nos diz que a premissa é falsa. gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte
de convencer mediante o discurso.
No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a
conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam a-
costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria quilo que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e
dos casos, processa formalmente informações nele previa- as decisões pessoais (subjetividade), um argumento conse-
mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o guirá atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as
valor empírico de tais informações. idéias propostas se assentem em boas razões, capazes de
mexer com as convicções daquele a quem se tenta conven-
cer. Muitas vezes, julga-se que estão sendo usadas como
Raciocínio Lógico 20 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
bom argumento opiniões que, na verdade, não passam de Meu carro é um Jaguar
preconceitos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de
outras formas de desconhecimento. Mesmo assim, a habili- logo, meu carro é um quadrúpede.
dade no argumentar, associada à desatenção ou à ignorân-
cia de quem ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persua- O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao
são. longo do raciocínio, por isso, não tem validade.

Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen-
ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”,
ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou “lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de
forte etc. vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos,
que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo,
De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria- o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um
mente, manter-se num plano distante da existência humana, conceito, que é o ato mental correspondente ao signo.
desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se
argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo- Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo
ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos “mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às
estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En- quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma
fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o nota característica comum a todos os elementos do conjunto,
interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten- de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental.
tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada
do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático. como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino
cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou
1.3. Inferência Lógica aquela cuja trajetóriaexistencial destaca-se pela bondade,
virtude, afetividade e equilíbrio.
Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um
raciocínio válido, visando à verdade. Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre-
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma
Contudo, só faz sentido falar de verdade ou falsidade manifestação de quem emite o juízo, o significado dos ter-
quando entram em jogo asserções nas quais se declara algo, mos empregados no discurso.
emitindo-se um juízo de realidade. Existem, então, dois tipos
de frases: as assertivas e as não assertivas, que também 1.5. Princípios lógicos
podem ser chamadas de proposições ou juízos.
Existem alguns princípios tidos como conditio sine qua
Nas frases assertivas afirma-se algo, como nos exem- non para que a coerência do raciocínio, em absoluto, possa
plos: “a raiz quadrada de 9 é 3” ou “o sol brilha à noite”. Já, ocorrer. Podem ser entendidos como princípios que se refe-
nas frases não assertivas, não entram em jogo o falso e o rem tanto à realidade das coisas (plano ontológico), quanto
verdadeiro, e, por isso, elas não têm “valor de verdade”. É o ao pensamento (plano lógico), ou seja, se as coisas em geral
caso das interrogações ou das frases que expressam esta- devem respeitar tais princípios, assim também o pensamento
dos emocionais difusos, valores vivenciados subjetivamente deve respeitá-los. São eles:
ou ordens. A frase “toque a bola”, por exemplo, não é falsa
nem verdadeira, por não se tratar de uma asserção (juízo). a) Princípio da identidade, pelo qual se delimita a reali-
dade de um ser. Trata-se de conceituar logicamente qual é a
As frases declaratórias ou assertivas podem ser combi- identidade de algo a que se está fazendo referência. Uma
nadas de modo a levarem a conclusões conseqüentes, cons- vez conceituada uma certa coisa, seu conceito deve manter-
tituindo raciocínios válidos. Veja-se o exemplo: se ao longo do raciocínio. Por exemplo, se estou falando de
um homem chamado Pedro, não posso estar me referindo a
(1) Não há crime sem uma lei que o defina; Antônio.

(2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime; b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é,
não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo
(3) logo, não é crime matar ET’s. tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora,
não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se,
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu- embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são;
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes c) Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o fal-
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda so e o verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verda-
sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase deiro. Ou está chovendo ou não está, não é possível um
inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis- terceiro termo: está meio chovendo ou coisa parecida.
sas) deve levar a conclusões óbvias.
A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três
1.4. Termo e Conceito princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais
recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve-
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído,
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala- admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro,
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi- como também ao indeterminado.
ficações de significado. Observe-se o exemplo:
2. Argumentação e Tipos de Raciocínio
Os jaguares são quadrúpedes;

Raciocínio Lógico 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex- do Copi, deles somente se exige “que tenham alguma proba-
posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de bilidade” (Introdução à lógica, p. 314).
alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso
de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados A força de uma analogia depende, basicamente, de três
raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras aspectos:
ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos
sob o mesmo ponto de vista. É bastante comum que raciocí- a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e
nios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o importantes;
efeito desejado, explorando a incapacidade momentânea ou
persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor
b) o número de elementos semelhantes entre uma situa-
lógico do raciocínio empregado na argumentação.
ção e outra deve ser significativo;
Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa
c) não devem existir divergências marcantes na compa-
ser dotado de duas características fundamentais: ter premis-
ração.
sas aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apro-
priadas.
No raciocínio analógico, comparam-se duas situações,
casos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões
Dos raciocínios mais empregados na argumentação, me-
adequadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a mo-
recem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos
tor é um meio de transporte que necessita de um condutor.
três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas-
Este, tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de
tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado
bom senso e de boa técnica para desempenhar adequada-
pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos
mente seu papel.
discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em-
pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por
fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio Aplicação das regras acima a exemplos:
autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica
formal. a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e
relevantes, não imaginários ou insignificantes.tc
A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de
raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo "a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e
como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na relevantes, não imaginários ou insignificantes."
abordagem da natureza e do alcance do conhecimento.
Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao
Às vezes, um determinado tipo de raciocínio não é ade- comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as
quadamente empregado. Vejam-se os seguintes exemplos: o roupas de sua filha.
médico alemão Ludwig Büchner (1824-1899) apresentou
como argumento contra a existência da alma o fato de esta Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per-
nunca ter sido encontrada nas diversas dissecações do cor- fume francês e é um bom advogado;
po humano; o astronauta russo Gagarin (1934-1968) afirmou
que Deus não existe pois “esteve lá em cima” e não o encon- Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês;
trou. Nesses exemplos fica bem claro que o raciocínio induti- logo, deve ser um bom advogado.
vo, baseado na observação empírica, não é o mais adequa-
do para os objetos em questão, já que a alma e Deus são de b) O número de aspectos semelhantes entre uma situa-
ordem metafísica, não física. ção e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspec-
tos semelhantes entre uma situação e outra deve ser signifi-
2.1. Raciocínio analógico cativo."

Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera,
partir do que se sabe em direção àquilo que não se sabe, a com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra,
analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida,
dos caminhos mais comuns para que isso aconteça. No logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo
raciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida de vida.
com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida,
aplicando a elas as informações previamente obtidas quando Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por
da vivência direta ou indireta da situação-referência. noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas
por noite e, por isso, também serei um gênio inventor.
Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto
de apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia c) Não devem existir divergências marcantes na compa-
é um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado, ração.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na
é fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também comparação.."
tem servido de inspiração para muitos gênios das ciências e
das artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por
do empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo) ocasião de tormentas e tempestades; a pescaria marinha
ou de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No não está tendo sucesso porque troveja muito.
entanto, também é uma forma de raciocínio em que se come-
tem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer-
lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o sa-
grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógi- lário mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros,
cos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou tal como os operários suíços, também recebe um salário
não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segun- mínimo; logo, a maioria dos operários brasileiros também
vive bem, como os suíços.

Raciocínio Lógico 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta con- observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu-
siderar a forma de raciocínio, é muito importante que se meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão
avalie o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que
admitido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadei- sejam indicadores da validade das generalizações contidas
ras, a conclusão não o será necessariamente, mas possivel- nas conclusões.
mente, isto caso cumpram-se as exigências acima.
O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte:
Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral
do raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas B é A e é X;
que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces-
sariamente válida. C é A e também é X;

O esquema básico do raciocínio analógico é: D é A e também é X;

A é N, L, Y, X; E é A e também é X;

B, tal como A, é N, L, Y, X; logo, todos os A são X

A é, também, Z No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos


particulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral.
logo, B, tal como A, é também Z.
Aplicando o modelo:
Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó-
gico é precário, ele é muito importante na formulação de A jararaca é uma cobra e não voa;
hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con-
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana-
A caninana é uma cobra e também não voa;
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante
procedimentos indutivos ou dedutivos.
A urutu é uma cobra e também não voa;
Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e
professor de ciência da computação da Universidade de A cascavel é uma cobra e também não voa;
Michigan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo
da computação, uma situação semelhante à que ocorre no logo, as cobras não voam.
da genética. Assim como na natureza espécies diferentes
podem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento Contudo,
genético - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na
informática, também o cruzamento de programas pode con- Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
tribuir para montar um programa mais adequado para resol- caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns
ver um determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
mais bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies: gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo,
uma com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland. ver um gato preto traz azar.
“Para resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos
um programa que dê conta de uma parte do problema e Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do va-
cruzamos com outro programa que solucione outra parte. lor lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
Entre as várias soluções possíveis, selecionam-se aquelas forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um
que parecem mais adequadas. Esse processo se repete por caso particular discorde da generalização obtida das premis-
várias gerações - sempre selecionando o melhor programa - sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probali-
até obter o descendente que mais se adapta à questão. É, dade de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece
portanto, semelhante ao processo de seleção natural, em haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera
que só sobrevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
19/10/95, 1º cad., p. 12). há casos em que uma simples análise das premissas é sufi-
ciente para detectar a sua fraqueza.
Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi-
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem
raciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não. ser aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros
de um grupo ou de uma classe tendo como modelo o com-
2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral portamento de alguns de seus componentes:

Ainda que alguns autores considerem a analogia como 1. Adriana é mulher e dirige mal;
uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma
base mais ampla de sustentação. A indução consiste em Ana Maria é mulher e dirige mal;
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibi- Mônica é mulher e dirige mal;
lidade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos
e, na maioria dos casos, também da verificação experimen-
tal. Como dificilmente são investigados todos os casos pos- Carla é mulher e dirige mal;
síveis, acaba-se aplicando o princípio das probabilidades.
logo, todas as mulheres dirigem mal.
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen-
dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos 2. Antônio Carlos é político e é corrupto;

Raciocínio Lógico 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Fernando é político e é corrupto; pela maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou
ordenada. Observem-se os exemplos:
Paulo é político e é corrupto;
- Não parece haver grandes esperanças em se erradicar
Estevão é político e é corrupto; a corrupção do cenário político brasileiro.

logo, todos os políticos são corruptos. Depois da série de protestos realizados pela população,
depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa,
tarefa simples, havendo muitos exemplos na história do co- depois do escárnio popular em festividades como o carnaval
nhecimento indicadores dos riscos das conclusões por indu- e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de
ção. Basta que um caso contrarie os exemplos até então moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer,
colhidos para que caia por terra uma “verdade” por ela sus- apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre
tentada. Um exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a
descoberta da Austrália, onde foram encontrados cisnes nação.
pretos, acreditava-se que todos os cisnes fossem brancos
porque todos os até então observados eram brancos. Ao ser - Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo,
visto o primeiro cisne preto, uma certeza de séculos caiu por pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo
terra. respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquan-
to alguns insinuavam a sua culpa, eu continuava seguro de
2.2.1. Procedimentos indutivos sua inocência.

Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está
indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas sendo empregando o método indutivo porque o argumento
ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen- principal está sustentado pela observação de muitos casos
tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de ou fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a con-
raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien- clusão. No primeiro caso, a constatação de que diversas
te e o da indução por enumeração completa. tentativas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas
conduzem à conclusão da impossibilidade de sua superação,
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
a. Indução por enumeração incompleta suficiente
portamento do amigo infere-se sua inocência.
Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
Analogia, indução e probabilidade
como suficientes para serem tiradas determinadas conclu-
sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas
particular, os que foram enumerados são representativos do chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso
todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”) ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas
não são sinônimas de certezas.
b. Indução por enumeração completa
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática,
a moral e a natural.
Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio
baseado na enumeração completa.
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin-
do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma
Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela o-
de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de-
corre quando:
nominador representa os casos possíveis e o numerador o
número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um
b.a. todos os casos são verificados e contabilizados; sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de
50% e a de dar coroa também é de 50%.
b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas.
b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos
Exemplos correspondentes às duas formas de indução destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade
por enumeração completa: de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação
alegre ou triste etc.
b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e
em cada uma delas foi constatada uma característica própria Exemplos: considerando seu comportamento pregresso,
desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve- é provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo...
se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o
cabeça é um dos sintomas da dengue. receba bem, mas...

b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos na-
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças. turais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas.
A previsão meteorológica é um exemplo particular de proba-
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, po- lidade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da impre-
dendo-se classificá-los como formas de indução forte, mes- visibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns
mo que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa eventos naturais.
científica.
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia
O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado são passíveis de conclusões inexatas.
nos moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso

Raciocínio Lógico 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as su- Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio
as conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às
humana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas, relações entre os termos e as demais dizem respeito às
contudo, também revelam as limitações humanas no que diz relações entre as premissas. São elas:
respeito à construção do conhecimento.
2.3.1.1.1. Regras dos Termos
2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior,
médio e menor.
O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos Exemplo de formulação correta:
estudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos.
deficiências da analogia e da indução. Termo Médio: Mimi é um gato.
Termo Menor: Mimi é um mamífero.
No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se Exemplo de formulação incorreta:
do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede.
do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral, Termo Médio: Maria é uma gata(2).
para se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a Termo Menor: Maria é quadrúpede.
premissa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro
raciocínio: termos ao invés de três.

Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. uni- 2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-
versal sos que os termos das premissas.
Exemplo de formulação correta:
Premissa menor: Pedro é homem. Termo Maior: Todas as onças são ferozes.
Termo Médio: Nikita é uma onça.
Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular Termo Menor: Nikita é feroz.
Exemplo de formulação incorreta:
No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral Termo Maior: Antônio e José são poetas.
podem-se tirar conclusões de cunho particular. Termo Médio: Antônio e José são surfistas.
Termo Menor: Todos os surfistas são poetas.
“Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos
Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na
os surfistas”.
qual, colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue
necessariamente, somente pelo fato de terem sido postas”.
3) O predicado do termo médio não pode entrar na con-
Uma vez posto que todos os homens são mamíferos e que
clusão.
Pedro é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pe-
Exemplo de formulação correta:
dro é um mamífero. De certo modo, a conclusão já está pre-
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
sente nas premissas, basta observar algumas regras e inferir
Termo Médio: Pedro é homem.
a conclusão.
Termo Menor: Pedro pode infringir a lei.
Exemplo de formulação incorreta:
2.3.1. Construção do Silogismo Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
Termo Médio: Pedro é homem.
A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão) Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de lei.
partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é i-
conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras noportuna.
palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride 4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez
através da premissa menor e infere, necessariamente, uma em sua extensão universal.
conclusão adequada. Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida-
Eis um exemplo de silogismo: des.
Termo Médio: Pedro é homem.
Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades.
Maior A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Alguns homens são sábios.
Logo, a concussão é punível Conclusão Termo Médio: Ora os ignorantes são homens
Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios
O predicado “homens” do termo médio não é universal,
O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da ló-
mas particular.
gica, as premissas são chamadas de proposições que, por
2.3.1.1.2. Regras das Premissas
sua vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas
5) De duas premissas negativas, nada se conclui.
ou juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras
Exemplo de formulação incorreta:
que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são
Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero
necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior
Premissa Menor: Lulu não é um gato.
é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado
Conclusão: (?).
da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário
6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma con-
ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na
clusão negativa.
conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (nor-
Exemplo de formulação incorreta:
malmente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima,
Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser dese-
punível é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e
jados.
concussão é o menor.
Premissa Menor: Ajudar ao próximo é um bem moral.
Conclusão: Ajudar ao próximo não (?) deve ser desejado.
2.3.1.1. As Regras do Silogismo

Raciocínio Lógico 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. A característica, hoje chamadas "silogismos", a partir da pala-
premissa mais fraca é sempre a de caráter negativo. vra grega que ele usou para as designar. Ao ramo da lógica
Exemplo de formulação incorreta: que estuda a validade de inferências deste tipo, iniciado por
Premissa Maior: As aves são animais que voam. Aristóteles, chamamos "silogística".
Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
Conclusão: Alguns animais não voam. Uma inferência válida é uma inferência que nunca conduz
Exemplo de formulação incorreta: de premissas verdadeiras a uma conclusão falsa. Das duas
Premissa Maior: As aves são animais que voam. inferências apresentadas acima, a primeira é válida, e a
Premissa Menor: Alguns animais não são aves. segunda inválida. É verdade que, em ambos os casos, tanto
Conclusão: Alguns animais voam. as premissas como a conclusão são verdadeiras. Não pode-
8) De duas premissas particulares nada se conclui. mos rejeitar a segunda inferência com base na falsidade das
Exemplo de formulação incorreta: frases que a constituem. Mas podemos rejeitá-la com base
Premissa Maior: Mimi é um gato. no "portanto": a conclusão pode ser verdadeira, mas não se
Premissa Menor: Um gato foi covarde. segue das premissas.
Conclusão: (?)
Fonte: estudaki.files.wordpress.com/2009/03/logica- Podemos esclarecer melhor este assunto se conceber-
argumentacao.pdf mos uma inferência paralela que, partindo de premissas
verdadeiras, conduza a uma conclusão falsa. Por exemplo:
A FUNDAÇÃO DA LÓGICA
3)
Anthony Kenny
Todas as baleias são mamíferos.
Universidade de Oxford Alguns mamíferos são animais terrestres.
Logo, todas as baleias são animais terrestres.
Muitas das ciências para as quais Aristóteles contribuiu
foram disciplinas que ele próprio fundou. Afirma-o explicita- Esta inferência tem a mesma forma que a inferência 2),
mente em apenas um caso: o da lógica. No fim de uma das como poderemos verificar se mostrarmos a sua estrutura por
suas obras de lógica, escreveu: meio de letras esquemáticas:

No caso da retórica existiam muito es- 4)


critos antigos para nos apoiarmos, mas no
caso da lógica nada tínhamos absoluta-
Todo o A é B.
mente a referir até termos passado muito
Algum B é C.
tempo em laboriosa investigação.
Logo, todo o A é C.
As principais investigações lógicas de Aristóteles incidiam
Uma vez que a inferência 3) conduz a uma falsa conclu-
sobre as relações entre as frases que fazem afirmações.
são a partir de premissas verdadeiras, podemos ver que a
Quais delas são consistentes ou inconsistentes com as ou-
forma do argumento 4) não é de confiança. Daí a não valida-
tras? Quando temos uma ou mais afirmações verdadeiras,
de da inferência 2), não obstante a sua conclusão ser de
que outras verdades podemos inferir delas unicamente por
facto verdadeira.
meio do raciocínio? Estas questões são respondidas na sua
obra Analíticos Posteriores.
A lógica não teria conseguido avançar além dos seus
primeiros passos sem as letras esquemáticas, e a sua utili-
Ao contrário de Platão, Aristóteles não toma como ele-
zação é hoje entendida como um dado adquirido; mas foi
mentos básicos da estrutura lógica as frases simples com-
Aristóteles quem primeiro começou a utilizá-las, e a sua
postas por substantivo e verbo, como "Teeteto está sentado".
invenção foi tão importante para a lógica quanto a invenção
Está muito mais interessado em classificar frases que come-
da álgebra para a matemática.
çam por "todos", "nenhum" e "alguns", e em avaliar as infe-
rências entre elas. Consideremos as duas inferências seguin-
tes: Uma forma de definir a lógica é dizer que é uma disciplina
que distingue entre as boas e as más inferências. Aristóteles
estuda todas as formas possíveis de inferência silogística e
1)
estabelece um conjunto de princípios que permitem distinguir
os bons silogismos dos maus. Começa por classificar indivi-
Todos os gregos são europeus. dualmente as frases ou proposições das premissas. Aquelas
Alguns gregos são do sexo masculino. que começam pela palavra "todos" são proposições univer-
Logo, alguns europeus são do sexo masculino. sais; aquelas que começam com "alguns" são proposições
particulares. Aquelas que contêm a palavra "não" são propo-
2) sições negativas; as outras são afirmativas. Aristóteles ser-
viu-se então destas classificações para estabelecer regras
Todas as vacas são mamíferos. para avaliar as inferências. Por exemplo, para que um silo-
Alguns mamíferos são quadrúpedes. gismo seja válido é necessário que pelo menos uma premis-
Logo, todas as vacas são quadrúpedes. sa seja afirmativa e que pelo menos uma seja universal; se
ambas as premissas forem negativas, a conclusão tem de
As duas inferências têm muitas coisas em comum. São ser negativa. Na sua totalidade, as regras de Aristóteles
ambas inferências que retiram uma conclusão a partir de bastam para validar os silogismos válidos e para eliminar os
duas premissas. Em cada inferência há uma palavra-chave inválidos. São suficientes, por exemplo, para que aceitemos
que surge no sujeito gramatical da conclusão e numa das a inferência 1) e rejeitemos a inferência 2).
premissas, e uma outra palavra-chave que surge no predica-
do gramatical da conclusão e na outra premissa. Aristóteles Aristóteles pensava que a sua silogística era suficiente
dedicou muita atenção às inferências que apresentam esta para lidar com todas as inferências válidas possíveis. Estava

Raciocínio Lógico 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
enganado. De facto, o sistema, ainda que completo em si ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS
mesmo, corresponde apenas a uma fracção da lógica. E
apresenta dois pontos fracos. Em primeiro lugar, só lida com
as inferências que dependem de palavras como "todos" e Desidério Murcho
"alguns", que se ligam a substantivos, mas não com as infe-
rências que dependem de palavras como "se…, então ", que É comum falar em argumentos dedutivos, opondo-os aos
interligam as frases. Só alguns séculos mais tarde se pôde indutivos. Este artigo procura mostrar que há um conjunto de
formalizar padrões de inferência como este: "Se não é de dia, aspectos subtis que devem ser tidos em linha de conta, caso
é de noite; mas não é de dia; portanto é de noite". Em se- contrário será tudo muito confuso.
gundo lugar, mesmo no seu próprio campo de acção, a lógi-
ca de Aristóteles não é capaz de lidar com inferências nas Antes de mais: a expressão "argumento indutivo" ou "in-
quais palavras como "todos" e "alguns" (ou "cada um" e "ne- dução" dá origem a confusões porque se pode ter dois tipos
nhum") surjam não na posição do sujeito, mas algures no muito diferentes de argumentos: as generalizações e as
predicado gramatical. As regras de Aristóteles não nos per- previsões. Uma generalização é um argumento como
mitem determinar, por exemplo, a validade de inferências
que contenham premissas como "Todos os estudantes co- Todos os corvos observados até hoje são pretos.
nhecem algumas datas" ou "Algumas pessoas detestam os Logo, todos os corvos são pretos.
polícias todos". Só 22 séculos após a morte de Aristóteles
esta lacuna seria colmatada. Numa generalização parte-se de algumas verdades
acerca de alguns membros de um dado domínio e gene-
A lógica é utilizada em todas as diversas ciências que A- raliza-se essas verdades para todos os membros desse
ristóteles estudou; talvez não seja tanto uma ciência em si domínio, ou pelo menos para mais.
mesma, mas mais um instrumento ou ferramenta das ciên-
cias. Foi essa a ideia que os sucessores de Aristóteles retira- Uma previsão é um argumento como
ram das suas obras de lógica, denominadas "Organon" a
partir da palavra grega para instrumento.
Todos os corvos observados até hoje são pretos.
Logo, o próximo corvo que observarmos será preto.
A obra Analíticos Anteriores mostra-nos de que modo a
lógica funciona nas ciências. Quem estudou geometria eucli-
Uma pessoa imaginativa e com vontade de reduzir
diana na escola recorda-se certamente das muitas verdades
coisas — uma síndrome comum em filosofia — pode que-
geométricas, ou teoremas, alcançadas por raciocínio deduti-
rer afirmar que podemos reduzir as previsões às generali-
vo a partir de um pequeno conjunto de outras verdades cha-
zações via dedução: a conclusão da previsão acima se-
madas "axiomas". Embora o próprio Euclides tivesse nascido
gue-se dedutivamente da conclusão da generalização an-
numa altura tardia da vida de Aristóteles, este método axio-
terior. Não acho que isto capta de modo algum a natureza
mático era já familiar aos geómetras, e Aristóteles pensava
lógica ou conceptual da previsão, mas isso não é relevan-
que podia ser amplamente aplicado. A lógica forneceria as
te neste artigo. O que conta é que, mesmo que a previsão
regras para a derivação de teoremas a partir de axiomas, e
seja redutível à generalização mais dedução, continua a
cada ciência teria o seu próprio conjunto especial de axio-
ser um modo comum de falar e uma parte importante do
mas. As ciências poderiam ser ordenadas hierarquicamente,
nosso pensamento.
com as ciências inferiores tratando como axiomas proposi-
ções que poderiam ser teoremas de uma ciência superior.
Numa veia ainda reducionista, algumas pessoas po-
derão querer dizer que todos os outros tipos de argumen-
Se tomarmos o termo "ciência" numa acepção ampla, a-
tos não dedutivos se reduzem à generalização e à previ-
firma Aristóteles, é possível distinguir três tipos de ciências:
são. Assim, não valeria a pena falar de argumentos de
as produtivas, as práticas e as teóricas. As ciências produti-
autoridade, por exemplo, que são argumentos como o se-
vas incluem a engenharia e a arquitectura, e disciplinas como
guinte:
a retórica e a dramaturgia, cujos produtos são menos concre-
tos. As ciências práticas são aquelas que guiam os compor-
tamentos, destacando-se entre elas a política e a ética. As Einstein afirmou que não se pode viajar mais depressa do
ciências teóricas são aquelas que não possuem um objectivo que a luz.
produtivo nem prático, mas que procuram a verdade pela Logo, não se pode viajar mais depressa do que a luz.
verdade.
Uma vez mais: pode ser que este tipo de argumentos se-
Por sua vez, a ciência teórica é tripartida. Aristóteles no- ja redutível à generalização e à previsão. Mas é útil compre-
meia as suas três divisões: "física, matemática, teologia"; ender que este tipo de argumentos tem exigências próprias e
mas nesta classificação só a matemática é aquilo que parece portanto é útil falar deles explicitamente, ainda que se trate
ser. O termo "física" designa a filosofia natural ou o estudo da de um tipo de inferência redutível a qualquer outro tipo ou
natureza (physis); inclui, além das disciplinas que hoje inte- tipos.
graríamos no campo da física, a química, a biologia e a psi-
cologia humana e animal. A "teologia" é, para Aristóteles, o Dados estes esclarecimentos, importa agora esclarecer o
estudo de entidades superiores e acima do ser humano, ou seguinte: O que é um argumento dedutivo? E como se dis-
seja, os céus estrelados, bem como todas as divindades que tingue tal coisa de um argumento indutivo?
poderão habitá-los. Aristóteles não se refere à "metafísica";
de facto, a palavra significa apenas "depois da física" e foi Vou começar por dizer o modo como não se deve enten-
utilizada para referenciar as obras de Aristóteles catalogadas der estas noções. A primeira coisa a não fazer é pensar que
a seguir à sua Física. Mas muito daquilo que Aristóteles um argumento dedutivo se caracteriza por ser impossível a
escreveu seria hoje naturalmente descrito como "metafísica"; sua conclusão ser falsa se as suas premissas forem verda-
e ele tinha de facto a sua própria designação para essa dis- deiras. Pensar isto provoca confusão porque significaria que
ciplina, como veremos mais à frente. Anthony Kenny não há argumentos dedutivos inválidos. Porquê? Porque só
nos argumentos dedutivos válidos é impossível a conclusão
ser falsa se as suas premissas forem verdadeiras; nos argu-

Raciocínio Lógico 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mentos dedutivos inválidos, nas falácias (como a afirmação dedutiva. Devemos então dizer que os argumentos deduti-
da antecedente, por exemplo) é perfeitamente possível as vamente inválidos não se distinguem dos argumentos induti-
premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa. vos válidos? Claro que não, dado que eles se distinguem
muito claramente uns dos outros.
Em termos rigorosos, não há problem algum com esta
opção; significa apenas que estamos a dar ao termo "dedu- O primeiro argumento é dedutivamente inválido porque a
ção" força factiva, como damos ao termo "demonstração". Do sua invalidade pode ser explicada recorrendo unicamente à
mesmo modo que não há demonstrações inválidas, também sua forma lógica. Mas seria uma enorme falta de sensibilida-
não há, de acordo com esta opção, deduções inválidas. Se é de lógica abandonar uma indução boa com base no facto de
uma dedução, é válida; se é uma demostração, é válida. a sua forma lógica e a verdade das suas premissas não
Uma "demonstração" inválida nada demonstra; uma "dedu- garantir a verdade da sua conclusão.
ção" inválida nada deduz.
Assim, um argumento é dedutivo ou indutivo em função
O primeiro problema desta opção é exigir a reforma do da explicação mais adequada que tivermos para a sua vali-
modo como geralmente se fala e escreve sobre argumentos dade ou invalidade. Um argumento dedutivo inválido explica-
dedutivos — pois é comum falar de argumentos dedutivos se adequadamente recorrendo unicamente à sua forma lógi-
inválidos, como as falácias formais (por oposição às infor- ca, no sentido em que a sua forma lógica é suficiente para
mais). Este problema não é decisivo, caso não se levantasse distinguir os argumentos dedutivos inválidos dos válidos; o
outro problema: o segundo. mesmo não acontece com os argumentos indutivos, pois a
sua validade ou invalidade não depende exclusivamente da
O segundo problema é o seguinte: Dado que todos os ar- sua forma lógica.
gumentos são dedutivos ou não dedutivos (ou indutivos, se
quisermos reduzir todo o campo da não dedução à indução), Deste modo, podemos manter a tradição de falar de ar-
e dado que não faz muito sentido usar o termo "dedução" gumentos dedutivos e indutivos; e podemos dizer que há
factivamente e o termo "indução" não factivamente, o resul- argumentos dedutivos inválidos; e não somos forçados a
tado bizarro é que deixa de haver argumentos inválidos. O aceitar que todo o argumento indutivo, por melhor que seja, é
termo "argumento" torna-se factivo tal como os termos "de- sempre um argumento dedutivo inválido. Isto não acontece
dução" e "indução". E isto já é demasiado rebuscado; as porque os argumentos dedutivos nunca são indutivos, ainda
pessoas não usam mesmo o termo deste modo, nunca; pas- que sejam inválidos. Porque o que conta é o tipo de explica-
samos a vida a falar de argumentos inválidos. E faz todo o ção adequada para a sua validade ou invalidade.
sentido que o façamos, pois se adoptarmos o entendimento
factivo do termo um "argumento" inválido não é de todo em Em termos primitivos, pois, o que conta é a validade e in-
todo um argumento: é apenas um conjunto de proposições. validade; há diferentes tipos de validade e invalidade: a de-
dutiva e a indutiva. E os argumentos são dedutivos ou induti-
É sem dúvida possível aceitar o resultado bizarro, e pas- vos consoante a sua validade ou invalidade for dedutiva ou
sar a usar o termo "argumento" factivamente. Mas se tiver- indutiva.
mos a possibilidade de o evitar, de forma fundamentada e
reflectida, estaremos a facilitar as coisas — sobretudo ao É agora tempo de esclarecer que nem todos os argumen-
nível do ensino. tos dedutivos dependem exclusivamente da sua forma lógica;
há argumentos dedutivos de carácter conceptual, como "O
E temos possibilidade de evitar este resultado bizarro, e João é casado; logo, não é solteiro". Não é difícil acomodar
manter o uso de "argumento" de tal modo que faça sentido estas variedades de dedução não formal no esquema aqui
falar de argumentos inválidos, de deduções inválidas e de proposto: tudo depende da melhor explicação disponível para
induções inválidas. Para o fazer temos de distinguir cuidado- a validade ou invalidade em causa.
samente a noção de argumento (dedutivo ou não) da noção
de validade (dedutiva ou não). Podemos, claro, usar um Podemos assim continuar a falar de argumentos deduti-
termo diferente para a validade não dedutiva, e reservar o vos e indutivos, validos ou inválidos. E os argumentos dedu-
termo "validade" para a validade dedutiva, mas esta é uma tivos inválidos nunca são uma subclasse dos argumentos
mera opção terminológica: tanto faz. O que é crucial é poder indutivos.
dizer que um argumento é dedutivo, apesar de inválido, ou
indutivo, apesar de inválido. E como se faz isso?
DIAGRAMAS LÓGICOS
Apresentando os argumentos dedutivos como argumen-
tos cuja validade ou invalidade depende exclusivamente da
sua forma lógica; e os argumentos não dedutivos como ar- Prof Msc SANDRO FABIAN FRANCILIO DORNELLES
gumentos cuja validade ou invalidade não depende exclusi-
vamente da sua forma lógica. Evidentemente, isto não se Introdução
aplica a todos os argumentos dedutivos, mas esta é uma
complicação que esclareceremos dentro de momentos. Para Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários
já, vejamos alguns exemplos: problemas.

Se Sócrates era ateniense, era grego. Uma situação que esses diagramas poderão ser usados, é
Sócrates era grego. na determinação da quantidade de elementos que apresen-
Logo, era ateniense. tam uma determinada característica.

Se Sócrates era ateniense, era grego.


Sócrates era ateniense.
Logo, era grego.

O primeiro argumento é inválido. Mas qualquer argumen-


to indutivo, ainda que válido, sofre deste tipo de invalidade
Raciocínio Lógico 28 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18


que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Baseando-
se nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber:

Quantas pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente


carro ou ainda quantas dirigem somente motos.
Vamos inicialmente montar os diagramas dos conjuntos que
representam os motoristas de motos e motoristas de carros.
Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicialmen-
Começaremos marcando quantos elementos tem a intersec- te montar os diagramas que representam cada conjunto.
ção e depois completaremos os outros espaços.
A colocação dos valores começará pela intersecção dos três
conjuntos e depois para as intersecções duas a duas e por
último às regiões que representam cada conjunto individual-
mente.

Representaremos esses conjuntos dentro de um retângulo


que indicará o conjunto universo da pesquisa.

Marcando o valor da intersecção, então iremos subtraindo


esse valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e B.

A partir dos valores reais, é que poderemos responder as


perguntas feitas.

Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não são


leitores de nenhum dos três jornais.
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos.
Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos.
Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos.
Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos.
Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos.
a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas. Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos.
b) Dirigem somente carros 33 motoristas. Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os seguintes
c) Dirigem somente motos 8 motoristas. elementos:
No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferência
quanto à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada a
seguinte tabela:

Raciocínio Lógico 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5. Em uma pesquisa, foram entrevistados 100 telespectado-
res. 60 assistiam à televisão à noite e 50 assistiam à televi-
são de dia. Quantos assistiam à televisão de dia e de noite?
a) 5
b) 10
c) 15
d) 20
e) 25

6. Em uma pesquisa, foram entrevistadas 200 pessoas. 100


delas iam regularmente ao cinema, 60 iam regularmente ao
teatro e 50 não iam regularmente nem ao cinema nem ao
teatro. Quantas
dessas pessoas iam regularmente a ambos?
a) 10
b) 20
c) 30
d) 40
e) 50
Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pessoas
lêem apenas o jornal A. 7. (NCNB_02) Uma professora levou alguns alunos ao par-
Prof Msc SANDRO FABIAN FRANCILIO DORNELLES que de diversões chamado Sonho. Desses alunos:
Verificamos que 500 pessoas não lêem o jornal C, pois é a  16 já haviam ido ao parque Sonho, mas nunca andaram de
soma 205 + 30 + 115 + 150. montanha russa.
Notamos ainda que 700 pessoas foram entrevistadas, que é  6 já andaram de montanha russa, mas nunca haviam ido
a soma 205 + 30 + 25 + 40 + 115 + 65 + 70 + ao parque Sonho.
150.  Ao todo, 20 já andaram de montanha russa.
 Ao todo, 18 nunca haviam ido ao parque Sonho.
Pode-se afirmar que a professora levou ao parque Sonho:
EXERCÍCIOS DE CONCURSOS a) 60 alunos
Diagramas Lógicos b) 48 alunos
c) 42 alunos
1. De um total de 30 agentes administrativos sabe-se que: d) 366alunos
I. 18 gostam de cinema e) 32 alunos
II. 14 gostam de teatro
III. 2 não gostam de cinema, nem de teatro 8. (ICMS_97_VUNESP) Em uma classe, há 20 alunos que
O número de agentes que gostam de cinema e de teatro praticam futebol mas não praticam vôlei e há 8 alunos que
corresponde a: praticam vôlei mas não praticam futebol. O total dos que
a) 2 praticam vôlei é 15.
b) 4 Ao todo, existem 17 alunos que não praticam futebol. O nú-
c) 6 mero de alunos da classe é:
d) 8 a) 30
b) 35
2. De um grupo de N auxiliares técnicos de produção, 44 c) 37
lêem jornal A, 42 o jornal B e 18 lêem ambos os jornais. d) 42
sabendo que todo auxiliar deste grupo é leitor de pelo menos e) 44
um dos jornais, o número N de auxiliares é:
9. Suponhamos que numa equipe de 10 estudantes, 6 usam
óculos e 8 usam relógio. O numero de estudantes que usa ao
3. Em uma turma, 45% dos alunos falam inglês e 33% falam mesmo tempo, óculos e relógio é:
francês. Se 25% dos alunos não falam nenhuma duas lín- a) exatamente 6
guas, a porcentagem de alunos que falam francês, mas não b) exatamente 2
falam inglês é de: c) no mínimo 6
a) 3% d) no máximo 5
b) 15% e) no mínimo 4
c) 27%
d) 30% 10. Numa pesquisa de mercado, foram entrevistadas várias
e) 33% pessoas acerca de suas preferências em relação a 3 produ-
tos: A, B e C. Os resultados da pesquisa indicaram que:
4. Realizou-se uma pesquisa e verificou-se que, das pessoas  210 pessoas compram o produto A.
consultadas, 200 ouviam a rádio A, 300 ouviam a rádio B, 20  210 pessoas compram o produto N.
ouviam as duas rádios (A e B) e 220 não ouviam nenhuma  250 pessoas compram o produto C.
das duas rádios.  20 pessoas compram os três produtos.
Quantas pessoas foram consultadas?  100 pessoas não compram nenhum dos 3 produtos.
a) 520  60 pessoas compram o produto A e B.
b) 560  70 pessoas compram os produtos A eC.
c) 640  50 pessoas compram os produtos B e C.
d) 680 Quantas pessoas foram entrevistadas:
e) 700 a) 670
b) 970
c) 870
d) 610

Raciocínio Lógico 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e) 510 a) A ∪ B ∪ C
b) (A ∪ B) ∩ C
11. No problema anterior, calcular quantas pessoas compram c) A ∩ B∩ C
apenas o produto A; apenas o produto B; apenas o produto d) (A ∩ B) ∪ C
C.
a) 210;210;250 QUESTÕES CERTO / ERRADO (CESPE / UNB)
b) 150;150;180
c) 100;120;150 15. (UNB) Numa entrevista realizada pelo Departamento de
d) 120;140;170 Ciências Econômicas da UCG com 50 pessoas, da classe
e) n.d.a. média de Goiânia, acerca de suas preferências por aplica-
ções de seus excedentes financeiros, obteve-se o seguinte
12. (A_MPU_ESAF_04) Um colégio oferece a seus alunos à resultado: 21 pessoas disseram que aplicam em fundos de
prática de um ou mais de um dos seguintes esportes: futebol, renda fixa; 34 em cadernetas de poupança e 50 não aplicam
basquete e vôlei. Sabe-se que, no atual semestre,  20 alu- em nenhuma dasmodalidades. Deste modo, 10 pessoas
nos praticam vôlei e basquete; aplicam nas duas modalidades (obs.: uma mesma pessoa
 60 alunos praticam futebol e 65 praticam basquete; pode aplicar em mais de uma modalidade).
 21 alunos não praticam nem futebol nem vôlei;
 o número de alunos que praticam só futebol é idêntico ao 16. (MPU_99UNB) Em exames de sangue realizados em 500
número dos alunos que praticam só vôlei; moradores de uma região com péssimas condições sanitá-
 17 alunos praticam futebol e vôlei; rias foi constatada a presença de três tipos de vírus: A, B, C .
 45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os 45, O resultado dos exames revelou que o vírus A estava pre-
não praticam vôlei; sente em 210 moradores; o vírus B, em 230; os vírus A e B,
O número total de alunos do colégio, no atual semestre, é em 80; os vírus A e C, em 90; e os vírus B e C, em 70. Além
igual a: disso, em 5 moradores não foi detectado nenhum dos três
a) 93 vírus e o numero de moradores infectados pelo vírus C era
b) 114 igual ao dobro dos infectados apenas pelo vírus B.
c) 103 Com base nessa situação, julgues os itens abaixo:
d) 110 I. O número de pessoas contaminadas pelo três vírus simul-
e) 99 taneamente representa 9% do total de
pessoas examinadas.
13. (ESAF_97) Uma pesquisa entre 800 consumidores - II. O número de moradores que apresentam o vírus C é igual
sendo 400 homens e 400 mulheres- mostrou os seguintes a 230.
resultados: III. 345 moradores apresentam somente um dos vírus.
Do total de pessoas entrevistadas: IV. Mais de 140 moradores apresentaram pelo menos, dois
 500 assinam o jornal X vírus.
 350 têm curso superior V. O número de moradores que não foram contaminados
 250 assinam o jornal X e têm nível superior pelos vírus B e C representa menos de 16% do total de pes-
Do total de mulheres entrevistadas: soas examinadas.
 200 assinam o jornal X
 150 têm curso superior 17. Pedro, candidato ao cargo de Escrivão de Polícia Fede-
 50 assinam o jornal X e têm nível superior ral, necessitando adquirir livros para se preparar para o con-
curso, utilizou um site de busca da Internet e pesquisou em
O número de homens entrevistados que não assinam o jornal uma livraria virtual, especializada nas áreas de direito, admi-
X e não têm curso superior é, portanto, igual a: nistração e economia, que vende livros nacionais e importa-
a) 100 dos. Nessa livraria, alguns livros de direito e todos os de
b) 200 administração fazem parte dos produtos nacionais. Alem
c) 0 disso, não há livro nacional disponível de capa dura. Com
d) 50 base nas informações acima é possível que Pedro, em sua
e) 25 pesquisa, tenha:
I. Encontrado um livro de administração de capa dura.
14. No diagrama abaixo, considere os conjuntos A, B, C e U II. Adquirido dessa livraria um livro de economia de capa
( universo ). flexível.
III. Selecionado para compra um livro nacional de direito de
capa dura.
IV. Comprado um livro importado de direito de capa flexível.

Respostas exercícios: 1-C 2-A 3-A 4-B 5-B

RESPOSTAS
1.B 11.C
2.C 12.E
3.D 13.A
4.E 14.C
5.B 15.C (certo)
6.A 16.C,E,C,C,E
7.B 17.E,C,E,C
8.E
9.E
10.D

A região sombreada corresponde à seguinte operação:  

Raciocínio Lógico 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
EQUIVALÊNCIA LÓGICA "logo"), não temos um argumento porque os enunciados não
têm a menor relação entre si. Não devemos sequer afirmar
que temos um argumento inválido aqui, porque mesmo num
Na lógica, as asserções p e q são ditas logicamente
argumento inválido as premissas e a conclusão precisam ter
equivalentes ou simplesmente equivalentes, se p = q e q =
uma certa relação entre si.
p.
Por outro lado, o seguinte é um argumento:
Em termos intuitivos, duas sentenças são logicamente
4. Todos os homens são mortais
equivalentes se possuem o mesmo "conteúdo lógico".
5. Sócrates é homem
6. Logo, Sócrates é mortal.
Do ponto de vista da teoria da demonstração, p e q são
equivalentes se cada uma delas pode ser derivada a partir da
Neste caso, temos um argumento válido, em que todas
outra. Semanticamente, p e q são equivalentes se elas têm
as premissas são verdadeiras e a conclusão também -- ou
os mesmos valores para qualquer interpretação.
pelo menos assim parecem à primeira vista.
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS A Forma de um Argumento
Argumentos têm uma certa forma ou estrutura. O argu-
Negação da Negação (Dupla Negação) mento constituído pelo conjunto de enunciados (2) tem a
~(~p)  p seguinte forma:
7. Todos os x são y
p ~q ~(p) 8. z é x
9. Logo, z é y.
F V F
V F V Imaginemos o seguinte argumento, que tem a mesma
forma do argumento constituído pelo conjunto de enunciados
4-6:
Como as tabelas-verdade são idênticas podemos dizer 10. Todos os homens são analfabetos
que ~(~p) p. 11. Raquel de Queiroz é homem
12. Logo, Raquel de Queiroz é analfabeta.
Exemplo: "Não é verdade que Mario não é estudioso" é Este argumento, diferentemente do argumento constituí-
logicamente equivalente a "Mario é estudioso". do pelos enunciados 4-6, tem premissas e conclusão todas
Exemplos: falsas. No entanto, tem exatamente a mesma forma ou estru-
a) tura do argumento anterior (forma explicitada nos enunciados
p: Não tem ninguém aqui. 7-9). Se o argumento anterior (4-6) é válido (e é), este (10-
~p: Tem ninguém aqui. 12) também é.
~(~p): Tem alguém aqui.
Quando dois ou mais argumentos têm a mesma forma, se
Logicamente falando, "Não tem ninguém aqui" é equiva- um deles é válido, todos os outros também são, e se um
lente à "Tem alguém aqui". deles é inválido, todos os outros também são. Como o argu-
b) mento constituído pelos enunciados 4-6 é válido, e o argu-
p: Não dá para não ler. mento constituído pelos enunciados 10-12 tem a mesma
~p: Dá para não ler. forma (7-9), este (1012) também é válido.
~(~p): Dá para ler.
A Forma de um Argumento e a Verdade das Premissas
Logicamente falando, "Não dá para não ler" é equivalente O último exemplo mostra que um argumento pode ser vá-
à "Dá para ler". lido apesar de todas as suas premissas e a sua conclusão
serem falsas. Isso é indicativo do fato de que a validade de
um argumento não depende de serem suas premissas e sua
ARGUMENTOS VÁLIDOS E INVÁLIDOS conclusão efetivamente verdadeiras.
Eduardo O C Chaves
Mas se esse é o caso, quando é um argumento válido?
Conceituação de Argumento
Um argumento é um conjunto de enunciados -- mas não Argumentos Válidos e Inválidos
um conjunto qualquer de enunciados. Num argumento os Um argumento é válido quando, se todas as suas premis-
enunciados têm que ter uma certa relação entre si e é ne- sas forem verdadeiras, a sua conclusão tiver que, necessari-
cessário que um deles seja apresentado como uma tese, ou amente, ser verdadeira (sob pena de auto-contradição).
uma conclusão, e os demais como justificativa da tese, ou
premissas para a conclusão. Normalmente argumentos são Considere os dois argumentos seguintes, constituídos,
utilizados para provar ou disprovar algum enunciado ou para respectivamente, pelos enunciados 13-15 e 16-18
convencer alguém da verdade ou da falsidade de um enunci-
ado. Primeiro:
13. Se eu ganhar sozinho na Sena, fico milionário
Assim sendo, o seguinte conjunto de enunciados não é, 14. Ganhei sozinho na Sena
na realidade, um argumento: 15. Logo, fiquei milionário
1. Todos os metais se dilatam com o calor
2. Todas os meses há pelo menos quatro domingos Segundo:
3. Logo, a UNICAMP é uma boa universidade. 16. Se eu ganhar sozinho na Sena, fico milionário
17. Não ganhei sozinho na Sena
Neste caso, embora todos os enunciados sejam (pelo 18. Logo, não fiquei milionário
menos à primeira vista) verdadeiros, e embora eles se dispo-
nham numa forma geralmente associada com a de um argu- Esses dois argumentos são muito parecidos. A forma do
mento (premissa 1, premissa 2, e conclusão, precedida por primeiro é:

Raciocínio Lógico 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
19. Se p, q visto que:
20. p se "Toda Bola é Vermelha" for verdadeira, "Alguma Bola
21. Logo, q não é Vermelha" tem que ser falsa
A forma do segundo é: se "Toda Bola é Vermelha" for falsa, "Alguma Bola não é
22. Se p, q Vermelha" tem que ser verdadeira
23. não-p se "Alguma Bola não é Vermelha" for verdadeira, "Toda
24. Logo, não-q Bola é Vermelha" tem que ser falsa
e
O primeiro argumento é válido porque se as duas premis- se "Alguma Bola não é Vermelha" for falsa, "Toda Bola é
sas forem verdadeiras a conclusão tem que, necessariamen- Vermelha" tem que ser verdadeira
te, ser verdadeira. Se eu argumentar com 13 e 14, e concluir
que não fiquei milionário, estou me contradizendo. Por outro lado, a afirmação "Toda Bola é Vermelha" e a
afirmação "Nenhuma Bola é Vermelha", não formam uma
O segundo argumento é inválido porque mesmo que as contradição, visto que
duas premissas sejam verdadeiras a conclusão pode ser se "Toda Bola é Vermelha" for verdadeira, "Nenhuma
falsa (na hipótese, por exemplo, de eu herdar uma fortuna Bola é Vermelha" tem que ser falsa
enorme de uma tia rica). mas
se "Toda Bola é Vermelha" for falsa, "Nenhuma Bola é
Falácias e Argumentos Sólidos ou Cogentes Vermelha" pode tanto ser verdadeira quanto falsa
Argumentos da forma representada pelos enunciados 22- e
24 são todos inválidos. Dá-se o nome de falácia a um argu- se "Nenhuma Bola é Vermelha" for verdadeira, "Toda
mento inválido, mas não, geralmente, a um argumento válido Bola é Vermelha" tem que ser falsa
que possua premissas falsas. mas
se "Nenhuma Bola é Vermelha" for falsa, "Toda Bola é
A um argumento válido cujas premissas são todas verda- Vermelha" pode tanto ser verdadeira quanto falsa
deiras (e, portanto, cuja conclusão também é verdadeira) dá-
se o nome de um argumento cogente ou sólido. E sendo uma negação total (ao nível da quantidade e da
qualidade) a contraditória da afirmação "As contraditórias das
Argumentos, Convicção e Persuasão grandes verdades são grandes verdades" seria: Algumas
Um argumento cogente ou sólido deveria convencer a to- contraditórias das grandes verdades não são grandes
dos, pois é válido e suas premissas são verdadeiras. Sua verdades.
conclusão, portanto, segue das premissas. Contudo, nem
sempre isso acontece. A noção de contradição é, geralmente estudada sob a
forma de um princípio: o «princípio de contradição» ou «prin-
Em primeiro lugar, muitas pessoas podem não admitir cípio de não contradição». Com frequência, tal princípio é
que o argumento é cogente ou sólido. Podem admitir a ver- considerado um princípio ontológico e, neste sentido, enun-
dade de suas premissas e negar sua validade. Ou podem cia-se do seguinte modo:
admitir sua validade e negar a verdade de uma ou mais de «É impossível que uma coisa seja e não seja ao mesmo
suas premissas. tempo, a mesma coisa». Outras vezes, é considerado como
um princípio lógico, e então enunciado do modo seguinte:
Em segundo lugar, algumas pessoas podem estar certas «não se pode ter p e não p», onde p é símbolo de um enun-
da validade de um argumento e estar absolutamente convic- ciado declarativo.
tas de que a conclusão é inaceitável, ou falsa. Neste caso,
podem usar o mesmo argumento para mostrar que pelo O primeiro pensador que apresentou este princípio de
menos uma de suas premissas tem que ser falsa. forma suficientemente ampla foi Aristóteles. Várias partes da
sua obra estão consagradas a este tema, mas nem sempre o
Um argumento inválido (falácia), ou um argumento válido princípio é formulado do mesmo modo. Às vezes apresenta-o
com premissas falsas, não deveria convencer ninguém. No como uma das «noções comuns» ou «axiomas» que servem
entanto, muitas pessoas são persuadidas por argumentos de premissa para a demonstração, sem poderem ser de-
desse tipo. monstradas. Noutras ocasiões, apresenta-o como uma «no-
ção comum», usada para a prova de algumas conclusões.
A questão da validade ou não de um argumento é intei- Apresenta ainda este princípio como uma tese segundo a
ramente lógica. qual se uma proposição é verdadeira, a sua negação é falsa
e se uma proposição é falsa, a sua negação é verdadeira,
A questão da cogência ou solidez de um argumento é ao quer dizer, como a tese segundo a qual, duas proposições
mesmo tempo lógica (porque depende da sua validade) e contraditórias não podem ser ambas verdadeiras ou ambas
epistemológica (porque depende de suas premissas serem falsas.
verdadeiras).
Estas formulações podem reduzir-se a três interpretações
A questão da força persuasiva de um argumento é uma do mesmo princípio: ontológica, lógica e metalógica. No
questão psicológica, ou psicossocial. primeiro caso o princípio refere-se à realidade; no segundo,
Contradição converte-se numa formula lógica ou numa tautologia de lógi-
Diz-se que há contradição quando se afirma e se nega ca sequencial, que se enuncia do seguinte modo:
simultaneamente algo sobre a mesma coisa. O princípio da ¬(p Ù ¬p)
contradição informa que duas proposições contraditórias e que se chama geralmente de lei de contradição. No ter-
não podem ser ambas falsas ou ambas verdadeiras ao ceiro caso, o princípio é uma regra que permite realizar infe-
mesmo tempo.Existe relação de simetria, não podem ter o rências lógicas.
mesmo valor de verdade.
As discussões em torno do princípio de contradição têm
Por exemplo, imaginando-se que se tem um conjunto de diferido consoante se acentua o lado ontológico ou o lado
bolas, a afirmação "Toda Bola é Vermelha" e a afirmação lógico e metalógico. Quando se dá mais relevância ao lado
"Alguma Bola não é Vermelha" formam uma contradição, ontológico, trata-se sobretudo de afirmar o princípio como

Raciocínio Lógico 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
expressão da estrutura constitutiva do real, ou de o negar que podemos fazer. Por exemplo, para montar um computa-
supondo que a própria realidade é contraditória (Hereclito) ou dor, temos 3 diferentes tipos de monitores, 4 tipos de tecla-
que, no processo dialético da sua evolução, a realidade dos, 2 tipos de impressora e 3 tipos de "CPU". Para saber o
supera, transcende ou vai mais além do princípio de numero de diferentes possibilidades de computadores que
contradição (Hegel). Quando predomina o lado lógico e podem ser montados com essas peças, somente multiplica-
metalógico, trata-se então de saber se o princípio deve ser mos as opções:
considerado como um axioma evidente por si mesmo ou 3 x 4 x 2 x 3 = 72
como uma convenção da nossa linguagem que nos permite
falar acerca da realidade. Então, têm-se 72 possibilidades de configurações diferen-
tes.
LEIS DE AUGUSTUS DE MORGAN
1. O complementar da reunião de dois conjuntos A e B é Um problema que ocorre é quando aparece a palavra
a interseção dos complementares desses conjuntos. "ou", como na questão:
(A B)c = Ac Bc Quantos pratos diferentes podem ser solicitados por um
2. O complementar da reunião de uma coleção finita de cliente de restaurante, tendo disponível 3 tipos de arroz, 2 de
conjuntos é a interseção dos complementares desses feijão, 3 de macarrão, 2 tipos de cervejas e 3 tipos de refrige-
conjuntos. rante, sendo que o cliente não pode pedir cerveja e refrige-
(A1 A2 ... An)c = A1c A2c ... Anc rante ao mesmo tempo, e que ele obrigatoriamente tenha de
3. O complementar da interseção de dois conjuntos A e escolher uma opção de cada alimento?
B é a reunião dos complementares desses conjuntos.
(A B)c = Ac Bc A resolução é simples: 3 x 2 x 3 = 18 , somente pela co-
4. O complementar da interseção de uma coleção finita mida. Como o cliente não pode pedir cerveja e refrigerantes
de conjuntos é a reunião dos complementares desses juntos, não podemos multiplicar as opções de refrigerante
conjuntos. pelas opções de cerveja. O que devemos fazer aqui é ape-
(A1 A2 ... An)c = A1c A2c ... Anc nas somar essas possibilidades:
(3 x 2 x 3) x (2 + 3) = 90
Tautologia Resposta para o problema: existem 90 possibilidades de
pratos que podem ser montados com as comidas e bebidas
Na lógica proposicional, uma tautologia (do grego disponíveis.
ταυτολογία) é uma fórmula proposicional que é verdadeira
para todas as possíveis valorações de suas variáveis Outro exemplo:
proposicionais. A negação de uma tautologia é uma No sistema brasileiro de placas de carro, cada placa é
contradição ou antilogia, uma fórmula proposicional que é formada por três letras e quatro algarismos. Quantas placas
falsa independentemente dos valores de verdade de suas onde o número formado pelos algarismos seja par, podem
variáveis. Tais proposições são ditas insatísfatíveis. ser formadas?
Reciprocamente, a negação de uma contradição é uma
tautologia. Uma fórmula que não é nem uma tautologia nem Primeiro, temos de saber que existem 26 letras. Segundo,
uma contradição é dita logicamente contingente. Tal para que o numero formado seja par, teremos de limitar o
fórmula pode ser verdadeira ou falsa dependendo dos ultimo algarismo à um numero par. Depois, basta multiplicar.
valores atribuídos para suas variáveis proposicionais. 26 x 26 x 26 = 17.567 -> parte das letras
10 x 10 x 10 x 5 = 5.000 -> parte dos algarismos, note
Uma propriedade fundamental das tautologias é que que na última casa temos apenas 5 possibilidades, pois que-
existe um procedimento efetivo para testar se uma dada remos um número par (0, 2 , 4 , 6 , 8).
fórmula é sempre satisfeita (ou, equivalentemente, se seu
complemento é insatisfatível). Um método deste tipo usa as Agora é só multiplicar as partes: 17.567 x 5.000 =
tabelas-verdade. O problema de decisão de determinar se 87.835.000
uma fórmula é satisfatível é o problema de satisfabilidade
booleano, um exemplo importante de um problema NP- Resposta para a questão: existem 87.835.000 placas on-
completo na teoria da complexidade computacional. de a parte dos algarismos formem um número par.

PRINCÍPIO DA ADIÇÃO
PRINCIPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM Suponhamos um procedimento executado em k fases. A
fase 1 tem n1 maneiras de ser executada, a fase 2 possui n2
Por meio do princípio fundamental da contagem, maneiras de ser executada e a fase k tem nk modos de ser
podemos determinar quantas vezes, de modo diferente, um executada. As fases são excludentes entre si, ou seja, não é
acontecimento pode ocorrer. possível que duas ou mais das fases sejam realizadas em
conjunto. Logo, todo o procedimento tem n1 + n2 + ... + nk
Se um evento (ou fato) ocorre em n etapas consecutivas maneiras de ser realizado.
e independentes, de maneira que o número de
possibilidades: Exemplo
Na 1a etapa é k1, Deseja-se fazer uma viagem para a cidade A ou para a
Na 2a etapa é k2, cidade B. Existem 5 caminhos possíveis para a cidade A e 3
Na 33 etapa é k3, possíveis caminhos para a cidade B. Logo, para esta viagem,
.......................... existem no total 5 + 3 = 8 caminhos possíveis.

Na enésima etapa é kn, então o número total de PRINCÍPIO DA MULTIPLICAÇÃO


possibilidades de ocorrer o referido evento é o produto k1, Suponhamos um procedimento executado em k fases,
k2, k3 ... kn. concomitantes entre si. A fase 1 tem n1 maneiras de ser
executada, a fase 2 possui n2 maneiras de ser executada e a
O princípio fundamental da contagem nos diz que sempre fase k tem nk modos de ser executada. A fase 1 poderá ser
devemos multiplicar os números de opções entre as escolhas seguida da fase 2 até a fase k, uma vez que são

Raciocínio Lógico 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
concomitantes. Logo, há n1 . n2 . ... . nk maneiras de {1, 2, 2, 1, 3, 2}
executar o procedimento.
{x : x é um número inteiro tal que 0<x<4}
Exemplo
Supondo uma viagem para a cidade C, mas para chegar Os três exemplos acima são maneiras diferentes de
até lá você deve passar pelas cidades A e B. Da sua cidade representar o mesmo conjunto.
até a cidade A existem 2 caminhos possíveis; da cidade A
até a B existem 4 caminhos disponíveis e da cidade B até a
É possível descrever o mesmo conjunto de diferentes
C há 3 rotas possíveis. Portanto, há 2 x 4 x 3 = 24 diferentes
maneiras: listando os seus elementos (ideal para conjuntos
caminhos possíveis de ida da sua cidade até a cidade C.
pequenos e finitos) ou definindo uma propriedade de seus
elementos. Dizemos que dois conjuntos são iguais se e
Os princípios enunciados acima são bastante intuitivos.
somente se cada elemento de um é também elemento do
Contudo, apresentaremos ainda alguns exemplos um pouco
outro, não importando a quantidade e nem a ordem das
mais complexos de aplicação.
ocorrências dos elementos.
Quantos números naturais pares de três algarismos
distintos podemos formar? Conceitos essenciais
Inicialmente, devemos observar que não podemos
colocar o zero como primeiro algarismo do número. Como os  Conjunto: representa uma coleção de objetos,
números devem ser pares, existem apenas 5 formas de geralmente representado por letras maiúsculas;
escrever o último algarismo (0, 2, 4, 6, 8). Contudo, se
colocamos o zero como último algarismo do número, nossas  Elemento: qualquer um dos componentes de um
escolhas para distribuição dos algarismos mudam. Portanto, conjunto, geralmente representado por letras minúsculas;
podemos pensar na construção desse número como um
processo composto de 2 fases excludentes entre si.  Pertinência: é a característica associada a um
elemento que faz parte de um conjunto;
Fixando o zero como último algarismo do número, temos
as seguintes possibilidades de escrever os demais Pertence ou não pertence
algarismos:
1º algarismo: 9 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9)
2º algarismo: 8 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9), porém Se é um elemento de , nós podemos dizer que o
excluímos a escolha feita para o 1º algarismo; elemento pertence ao conjunto e podemos escrever
3º algarismo: 1 possibilidade (fixamos o zero).
. Se não é um elemento de , nós podemos
Logo, há 9 x 8 x 1 = 72 formas de escrever um número de dizer que o elemento não pertence ao conjunto e
três algarismos distintos tendo o zero como último algarismo.
podemos escrever .
Sem fixar o zero, temos:
3º algarismo: 4 possibilidades (2,4,6,8)
1º algarismo: 8 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9), 1. Conceitos primitivos
excluindo a escolha feita para o último algarismo;
2º algarismo: 8 possibilidades (0,1,2,3,4,5,6,7,8,9) , Antes de mais nada devemos saber que conceitos
porém excluindo as escolhas feitas para o primeiro e primitivos são noções que adotamos sem definição.
último algarismos.
Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de conjunto,
Portanto, temos 8 x 8 x 4 = 256 maneiras de escrever um o de elemento e o de pertinência de um elemento a um con-
número de três algarismos distintos sem zero no último junto. Assim, devemos entender perfeitamente a frase: de-
algarismo. terminado elemento pertence a um conjunto, sem que te-
nhamos definido o que é conjunto, o que é elemento e o que
Ao todo, temos 72 + 256 = 328 formas de escrever o significa dizer que um elemento pertence ou não a um con-
número. junto.

2 Notação
TEORIA DOS CONJUNTOS
Normalmente adotamos, na teoria dos conjuntos, a
seguinte notação:
CONJUNTO
• os conjuntos são indicados por letras maiúsculas: A,
Em matemática, um conjunto é uma coleção de B, C, ... ;
elementos. Não interessa a ordem e quantas vezes os • os elementos são indicados por letras minúsculas: a,
elementos estão listados na coleção. Em contraste, uma b, c, x, y, ... ;
coleção de elementos na qual a multiplicidade, mas não a • o fato de um elemento x pertencer a um conjunto C é
ordem, é relevante, é chamada multiconjunto. indicado com x ∈ C;
• o fato de um elemento y não pertencer a um conjunto
Conjuntos são um dos conceitos básicos da matemática. C é indicado y ∉ C.
Um conjunto é apenas uma coleção de entidades, chamadas
de elementos. A notação padrão lista os elementos 3. Representação dos conjuntos
separados por vírgulas entre chaves (o uso de "parênteses"
ou "colchetes" é incomum) como os seguintes exemplos: Um conjunto pode ser representado de três maneiras:

{1, 2, 3} • por enumeração de seus elementos;

Raciocínio Lógico 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• por descrição de uma propriedade característica do
conjunto;
• através de uma representação gráfica.
Um conjunto é representado por enumeração quando
todos os seus elementos são indicados e colocados dentro
de um par de chaves.

Exemplo:

a) A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto
formado pelos algarismos do nosso sistema de numeração.
b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v,
x, z ) indica o conjunto formado pelas letras do nosso
alfabeto.
c) Quando um conjunto possui número elevado de Por esse tipo de representação gráfica, chamada
elementos, porém apresenta lei de formação bem clara, diagrama de Euler-Venn, percebemos que x ∈ C, y ∈ C, z
podemos representa-lo, por enumeração, indicando os ∈ C; e que a ∉ C, b ∉ C, c ∉ C, d ∉ C.
primeiros e os últimos elementos, intercalados por
reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ; 98 ) indica o conjunto 4 Número de elementos de um conjunto
dos números pares positivos, menores do que100.
d) Ainda usando reticências, podemos representar, por Consideremos um conjunto C. Chamamos de número de
enumeração, conjuntos com infinitas elementos que tenham elementos deste conjunto, e indicamos com n(C), ao número
uma lei de formação bem clara, como os seguintes: de elementos diferentes entre si, que pertencem ao conjunto.
Exemplos
D = ( 0; 1; 2; 3; .. . ) indica o conjunto dos números
inteiros não negativos; a) O conjunto A = { a; e; i; o; u }
E = ( ... ; -2; -1; 0; 1; 2; . .. ) indica o conjunto dos é tal que n(A) = 5.
números inteiros; b) O conjunto B = { 0; 1; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } é tal que
F = ( 1; 3; 5; 7; . . . ) indica o conjunto dos números n(B) = 10.
ímpares positivos. c) O conjunto C = ( 1; 2; 3; 4;... ; 99 ) é tal que n (C) =
99.
A representação de um conjunto por meio da descrição
de uma propriedade característica é mais sintética que sua 5 Conjunto unitário e conjunto vazio
representação por enumeração. Neste caso, um conjunto C,
de elementos x, será representado da seguinte maneira: Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C, tal que
n (C) = 1.
C = { x | x possui uma determinada propriedade }
Exemplo: C = ( 3 )
que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que possui
uma determinada propriedade: E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c, tal que
n(C) = 0.
Exemplos
2
Exemplo: M = { x | x = -25}
O conjunto A = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser
representado por descrição da seguinte maneira: A = { x | x O conjunto vazio é representado por { } ou por ∅.
é algarismo do nosso sistema de numeração }
Exercício resolvido
O conjunto G = { a; e; i; o, u } pode ser representado por
descrição da seguinte maneira G = { x | x é vogal do nosso
Determine o número de elementos dos seguintes com
alfabeto }
juntos :
O conjunto H = { 2; 4; 6; 8; . . . } pode ser representado
a) A = { x | x é letra da palavra amor }
por descrição da seguinte maneira:
b) B = { x | x é letra da palavra alegria }
c) c é o conjunto esquematizado a seguir
H = { x | x é par positivo }
d) D = ( 2; 4; 6; . . . ; 98 )
e) E é o conjunto dos pontos comuns às relas
A representação gráfica de um conjunto é bastante cô-
r e s, esquematizadas a seguir :
moda. Através dela, os elementos de um conjunto são repre-
sentados por pontos interiores a uma linha fechada que não
se entrelaça. Os pontos exteriores a esta linha representam
os elementos que não pertencem ao conjunto.

Exemplo

Resolução

a) n(A) = 4
b) n(B) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de possuir
dote letras, possui apenas seis letras distintas entre si.

Raciocínio Lógico 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) n(C) = 2, pois há dois elementos que pertencem a O conjunto C = {1; 2 } possui dois elementos; logo, ele
2
C: c e C e d e C terá 2 = 4 subconjuntos.
d) observe que:
2 = 2 . 1 é o 1º par positivo Exercício resolvido:
4 = 2 . 2 é o 2° par positivo
6 = 2 . 3 é o 3º par positivo 1. Determine o número de subconjuntos do conjunto C =
8 = 2 . 4 é o 4º par positivo (a; e; i; o; u ) .
. .
. . Resolução: Como o conjunto C possui cinco elementos, o
5
. . número dos seus subconjuntos será 2 = 32.
98 = 2 . 49 é o 49º par positivo
Exercícios propostas:
logo: n(D) = 49
2. Determine o número de subconjuntos do conjunto
e) As duas retas, esquematizadas na figura, C = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 }
possuem apenas um ponto comum.
Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário. Resposta: 1024

6 igualdade de conjuntos 3. Determine o número de subconjuntos do conjunto


1 1 1 2 3 3
Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e indi- C=  ; ; ; ; ; 
caremos com A = 8, se ambos possuírem os mesmos ele- 2 3 4 4 4 5 
mentos. Quando isto não ocorrer, diremos que os conjuntos
são diferentes e indicaremos com A ≠ B. Exemplos . Resposta: 32

a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u} B) OPERAÇÕES COM CONJUNTOS


b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a}
c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u} 1 União de conjuntos
d) {a;e;i;o;u} ≠ {a;e;i;o}
2
e) { x | x = 100} = {10; -10} Dados dois conjuntos A e B, chamamos união ou reunião
2
f) { x | x = 400} ≠ {20} de A com B, e indicamos com A ∩ B, ao conjunto constituído
por todos os elementos que pertencem a A ou a B.
7 Subconjuntos de um conjunto
Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando
Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de um com hachuras a interseção dos conjuntos, temos:
conjunto B se todo elemento, que pertencer a A, também
pertencer a B.

Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o


conjunto A estará "totalmente dentro" do conjunto B :

Exemplos

a) {a;b;c} U {d;e}= {a;b;c;d;e}


b) {a;b;c} U {b;c;d}={a;b;c;d}
Indicamos que A é um subconjunto de B de duas c) {a;b;c} U {a;c}={a;b;c}
maneiras:
2 Intersecção de conjuntos
a) A ⊂ B; que deve ser lido : A é subconjunto de B ou
A está contido em B ou A é parte de B; Dados dois conjuntos A e B, chamamos de interseção de
b) B ⊃ A; que deve ser lido: B contém A ou B inclui A. A com B, e indicamos com A ∩ B, ao conjunto constituído
por todos os elementos que pertencem a A e a B.
Exemplo
Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando
Sejam os conjuntos A = {x | x é mineiro} e B = { x | x é com hachuras a intersecção dos conjuntos, temos:
brasileiro} ; temos então que A ⊂ B e que B ⊃ A.

Observações:

• Quando A não é subconjunto de B, indicamos com A


⊄ B ou B A.
• Admitiremos que o conjunto vazio está contido em
qualquer conjunto.

8 Número de subconjuntos de um conjunto dado Exemplos


Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n a) {a;b;c} ∩ {d;e} = ∅
n
elementos, então este conjunto terá 2 subconjuntos. b) {a;b;c} ∩ {b;c,d} = {b;c}
Exemplo c) {a;b;c} ∩ {a;c} = {a;c}

Raciocínio Lógico 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Quando a intersecção de dois conjuntos é vazia, como no


exemplo a, dizemos que os conjuntos são disjuntos. Determine n(A ∪ B).
Resolução
Exercícios resolvidos

1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t ),
determinar os seguintes conjuntos:
a) A ∪ B f) B ∩ C
b) A ∩ B g) A ∪ B ∪ C
c) A ∪ C h) A ∩ B ∩ C
d) A ∩ C i) (A ∩ B) U (A ∩ C) Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30 elementos
e) B ∪ C de B, estaremos considerando os 5 elementos de A n B duas
vezes; o que, evidentemente, é incorreto; e, para corrigir este
Resolução erro, devemos subtrair uma vez os 5 elementos de A n B;
a) A ∪ B = {x; y; z; w; v } teremos então:
b) A ∩ B = {x }
n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B) ou seja:
c) A ∪ C = {x; y;z; u; t }
d) A ∩ C = {y }
n(A ∪ B) = 20 + 30 – 5 e então:
e) B ∪ C={x;w;v;y;u;t}
f) B ∩ C= ∅ n(A ∪ B) = 45.
g) A ∪ B ∪ C= {x;y;z;w;v;u;t}
h) A ∩ B ∩ C= ∅ 4 Conjunto complementar
i) (A ∩ B) ∪ u (A ∩ C)={x} ∪ {y}={x;y}
Dados dois conjuntos A e B, com B ⊂ A, chamamos
2. Dado o diagrama seguinte, represente com hachuras de conjunto complementar de B em relação a A, e indicamos
os conjuntos: : com CA B, ao conjunto A - B.
Observação: O complementar é um caso particular de
a) A ∩ B ∩ C diferença em que o segundo conjunto é subconjunto do
b) (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) primeiro.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando


com hachuras o complementar de B em relação a A, temos:

.Resolução Exemplo: {a;b;c;d;e;f} - {b;d;e}= {a;c;f}

Observação: O conjunto complementar de B em


relação a A é formado pelos elementos que faltam para
"B chegar a A"; isto é, para B se igualar a A.

Exercícios resolvidos:

4. Sendo A = { x; y; z } , B = { x; w; v } e C = { y; u; t
}, determinar os seguintes conjuntos:

A–B C-A
B–A B–C
A–C C–B

Resolução

a) A - B = { y; z }
b) B - A= {w;v}
c) A - C= {x;z}
d) C – A = {u;t}
e) B – C = {x;w;v}
f) C – B = {y;u;t}
3. No diagrama seguinte temos:
n(A) = 20
n(B) = 30
n(A ∩ B) = 5

Raciocínio Lógico 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os 5 funcionários têm todos a mesma chance de serem
PROBABILIDADES sorteados. No caso de Paulo, por exemplo, as chances de
ser sorteado são de 1 para 5, ou 1/5. Então, podemos dizer
Introdução que a chance, ou a probabilidade, de cada um deles ser
sorteado é de 1/5 , ou 0,2, ou ainda 20%.
Quando usamos probabilidades?
EXEMPLO 3
Ouvimos falar desse assunto em situações como: a pro-
babilidade de ser sorteado, de acertar numa aposta, de um No lançamento de um dado, qual a probabilidade de o re-
candidato vencer uma eleição, de acertar o resultado de um sultado ser um número par?
jogo etc. Portanto, usamos probabilidades em situações em
que dois ou mais resultados diferentes podem ocorrer e não Solução:
é possível saber, prever, qual deles realmente vai ocorrer em
cada situação.
Para que o resultado seja par devemos conseguir:
Ao lançarmos para o alto uma moeda e quisermos saber
se o resultado é cara ou coroa, não podemos prever o resul-
tado mas podemos calcular as chances de ocorrência de
cada um. Este cálculo é a probabilidade de ocorrência de um
resultado.

Por meio dos exemplos desta aula, você aprenderá o cál-


culo de probabilidades. Assim, temos 3 resultados favoráveis (2, 4 ou 6) em um
total de 6 resultados possíveis (1, 2, 3, 4, 5, 6).
EXEMPLO 1
As chances de dar um resultado par são 3 num total de 6.
Qual a chance de dar cara no lançamento de uma moe- Então, podemos dizer que a probabilidade de isso acontecer
da? é 3/6 ou 1/2 .

Generalizando essa solução:


nº de resultados favoráveis a 3 1
P (par) E = = =
= nº total de resultados possí- 6 2
veis 50%

Onde P (par) significa probabilidade de o resultado ser


par.

Nos três exemplos que acabamos de ver há dois ou mais


Solução:
resultados possíveis, todos com a mesma chance de ocorrer.
A probabilidade de ocorrer um desses resultados ou um
Raciocinando matematicamente, os resultados cara e co- conjunto de resultados que satisfaçam uma condição ou
roa têm as mesmas chances de ocorrer. Como são duas exigência E, é representado por p (E) e calculado por:
possibilidades (cara ou coroa) podemos dizer que as chan-
ces de dar cara é de 1 para 2. Isto é o mesmo que dizer que nº de resultados favoráveis a
a probabilidade de o resultado ser cara é ou 0,5 ou 50%. E
p (E) =
nº total de resultados possí-
Neste exemplo calculamos intuitivamente a probabilidade veis
de o resultado ser cara e você deve ter percebido que a EXEMPLO 4
probabilidade de dar coroa é a mesma, 50%.
No Exemplo 2 da Aula 48 vimos que, num restaurante
No entanto, quando dizemos que a probabilidade é ½ ou
que prepara 4 pratos quentes, 2 saladas e 3 sobremesas
50% isso não significa que a cada 2 lançamentos um vai ser diferentes, existem 24 maneiras diferentes de um freguês se
cara e o outro vai ser coroa. O fato de a probabilidade ser ½ servir de um prato quente, uma salada e uma sobremesa.
ou 50% quer dizer apenas que as chances são iguais e que,
se fizermos muitos lançamentos, é provável que aproxima-
damente metade deles dê cara como resultado. No Exemplo 3 daquela aula descobrimos que havia, den-
tre os 24 cardápios possíveis, 6 cardápios econômicos. Qual
a probabilidade de um freguês desavisado escolher uma das
O conceito de probabilidade
opções mais caras?
EXEMPLO 2
Solução:
O chefe de uma seção com 5 funcionários deu a eles 1
Já sabemos que a probabilidade de escolher os mais ca-
ingresso da final de um campeonato para que fosse sortea- ros será:
do. Após escreverem seus nomes em papéis idênticos, colo-
caram tudo num saco para fazer o sorteio. Qual a chance nº de cardápios mais
que cada um tem de ser sorteado? p(mais caro) caros
= nº de cardápios possí-
Solução: veis

Raciocínio Lógico 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Se temos 6 opções econômicas num total de 24, temos 6
24 - 6 = 18 opções mais caras. Como o número de cardápios a) p (não mulher) = = 0,05 = 5%
possíveis é 24, então: 126

18 3 120
p(mais caro) = = = 0,75 = 75% b) p (pelo menos 1 mulher) = = 0,95 = 95%
54 4 126

As chances de esse freguês escolher um dos cardápios Os valores possíveis para as probabilidades
mais caros é de 75%.
No Exemplo 7 os grupos contados em a) e em b) comple-
EXEMPLO 5 tam todos os grupos possíveis (6 + 120 = 126). Portanto as
6 120 126
possibilidades somadas darão + = ou 100%
Numa urna estão 10 bolas de mesmo tamanho e de 126 126 126
mesmo material, sendo 8 pretas e 2 brancas. Pegando-se (5% + 95%).
uma bola qualquer dessa urna, qual a probabilidade de ela
ser branca? Já sabemos que:

Solução: nº de resultados favoráveis a E


p (E) =
nº de bolas bran- nº total de resultados possíveis
2 1
p(branca) = cas = = = 20% A quantidade m será escolhida dentre as n existentes,
nº total de bolas 10 5
por isso m deverá ser menor ou igual a n (m ≤ n) e a fração
EXEMPLO 6 m
será menor ou igual a 1: p (E) ≤1.
n
De um baralho normal de 52 cartas e mais 2 coringas reti-
ramos uma das cartas ao acaso. Qual a probabilidade de: Caso a condição E exigida não possa ser cumprida, ou
seja, se não houver nenhum resultado favorável a E, o núme-
a) ser um ás? m
ro m será zero e p (E) = =0
n
b) ser um coringa, em jogos que também consideram o 2
como coringa?
m
Percebemos ainda que a fração será sempre positiva
Solução: n
pois m e n são números naturais.
O número total de cartas é 54 sendo que há 13 cartas
(ás, 2 a 10, valete, dama, rei) de cada um dos 4 naipes (co- Assim, podemos concluir que:
pas, ouro, paus e espadas) e 2 coringas.
m
nº de ases existen- 4 0≤ ≤1 ou 0 ≤ p (E) ≤ 1
p (ás) tes = = 0,07 = n
a) 54
=
nº total de cartas 7% EXEMPLO 8

Com os algarismos 1, 3 e 5 formamos todos os números


de 3 algarismos possíveis. Dentre eles escolhemos um nú-
b) Como as 4 cartas com nº 2 também são consideradas mero, ao acaso.
coringas, a probabilidade de tirar um coringa será:
a) Qual a probabilidade de escolher um número que seja
nº de coringas 6
= = 0,11 = múltiplo de 3?
p(coringa) = 54
nº total de cartas
11% b) Qual a probabilidade de o número escolhido ser par?
EXEMPLO 7
Solução:
Em análise combinatoria, vimos que, com 6 homens e 3
O total de números formados por 3 algarismos é igual ao
mulheres, podemos formar C 59 = 126 grupos de 5 pessoas e número de permutações possíveis com os algarismos 1, 3 e
C 56 = 6 grupos de 5 pessoas nos quais só escolhemos ho- 5 em três posições, ou seja, 3! = 6.
mens. Supondo que as chances de cada um dos grupos é a
mesma, qual a probabilidade de escolher: a) Como a soma dos algarismos 1 + 3 + 5 é igual a 9, que
é um múltiplo de 3, qualquer um dos números formados será
múltiplo de 3. Assim, a probabilidade de isso ocorrer será:
a) um grupo onde não há mulheres;

b) um grupo onde haja pelo menos uma mulher. 6


P (múltiplo de 3) = =1
6
Solução:
b) Como qualquer dos algarismos 1, 3 e 5 colocados no
final do número formado gera um número ímpar, não forma-
remos nenhum número par.

Raciocínio Lógico 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Assim, como a quantidade de casos favoráveis é zero, O que acontece se você apostar em 5 números de 01 a
temos: 100? Qual a probabilidade de você acertar a quina de núme-
ros sorteada?
0
p (par) = =0 Exercício 6
6
Suponha que sejam iguais as chances de qualquer uma
Um pouco de história das placas novas para automóveis (3 letras e 4 números) ser
escolhida para o seu automóvel.
Os primeiros estudos envolvendo probabilidades foram
motivados pela análise de jogos de azar. Sabe-se que um Qual a probabilidade de você receber uma placa com as
dos primeiros matemáticos que se ocupou com o cálculo das iniciais de seu nome em qualquer ordem?
probabilidades foi Cardano (1501-1576). Data dessa época a
expressão que utilizamos até hoje para o cálculo da probabi-
Respostas:
lidade de um evento (número de casos favoráveis dividido
pelo número de casos possíveis).
4 1
1. a) = = 7,69%
Com Fermat (1601-1665) e Pascal (1623-1662), a teoria 52 13
das probabilidades começou a evoluir e ganhar mais consis-
tência, passando a ser utilizada em outros aspectos da vida
social, como, por exemplo, auxiliando na descoberta da vaci-
12 2
b) = = 23%
na contra a varíola no século XVIII. 52 3

Atualmente, a teoria das probabilidades é muito utilizada 4 1


em outros ramos da Matemática (como o Cálculo e a Estatís- 2. = = 67%
tica), da Biologia (especialmente nos estudos da Genética), 6 13
da Física (como na Física Nuclear), da Economia, da Socio-
logia etc. 6 1
3. a) = = 17%
36 6
Exercícios
b) 0
Exercício 1
c) 0
De um baralho de 52 cartas é retirada uma carta ao aca-
so.
24
d) = 67%
a) Qual a probabilidade de a carta retirada ser um rei? 36

b) Qual a probabilidade de a carta retirada ser uma figura 1


(valete, dama ou rei)? 4. = 0,000 000 000 087 =
1144130400 0
Exercício 2
0,000 000 0087%
No lançamento de um dado, qual a probabilidade de o
número obtido ser menor ou igual a 4? 1
5. = 0,000 000 000 11 =
9034502400
Exercício 3
0,000 000 011%
No lançamento de dois dados, um verde e outro verme-
lho, qual é a probabilidade de que a soma dos pontos obtidos
seja: 3! 6
6. = = 0,000 000 034 =
3 4 175760000
26 10
a) 7
0,000 003 4%
b) 1
Calculando probabilidades
c) maior que 12
Você já aprendeu que a probabilidade de um evento E é:
d) um número par
nº de resultados favoráveis a
Exercício 4 E
p (E) =
nº total de resultados possí-
veis
Na Aula 48 vimos que na SENA existem 11.441.304.000
maneiras de escolher 6 números de 01 a 50. Se você apostar
em 6 números, qual a probabilidade de sua aposta ser a
sorteada? Iremos calcular a probabilidade de ocorrência de um e-
vento e outro, bem como a ocorrência de um ou outro even-
Exercício 5 to. Em muitas situações a ocorrência de um fato qualquer
depende da ocorrência de um outro fato; nesse caso dize-

Raciocínio Lógico 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mos que são ocorrências dependentes. Em situações onde B : ir de ônibus para o trabalho
não há essa dependência, precisamos calcular probabilida-
des de duas situações ocorrerem ao mesmo tempo. É claro que A e B são eventos independentes, portanto
um não depende em nada do outro. A probabilidade de os
Para abordarmos situações como as que acabamos de dois eventos (A e B) ocorrerem simultaneamente é calculada
descrever, utilizaremos vários exemplos durante esta aula. por P (A e B) = P (A) · P (B).
Leia-os com bastante atenção e procure refazer as soluções
apresentadas. Calculando:

Cálculo da probabilidade de ocorrência de um evento e 10 1


de outro P (A) = =
30 3
EXEMPLO 1
25 5
P (B) = =
Num grupo de jovens estudantes a probabilidade de que 30 6
um jovem, escolhido ao acaso, tenha média acima de 7,0 é
1
. Nesse mesmo grupo, a probabilidade de que um jovem 1 5 5
5 P (A e B) = P (A) · P (B) = x =
3 6 18
5
saiba jogar futebol é . Qual a probabilidade de escolher-
6 A probabilidade de que ele seja canhoto e vá de ônibus
mos um jovem (ao acaso) que tenha média maior que 7,0 e 5
saiba jogar futebol? para o trabalho é de .
18
Solução:
EXEMPLO 3
O fato de ter média maior que 7,0 não depende do
fato de saber jogar futebol, e vice-versa. Quando Alguns atletas participam de um triathlon (prova formada
isso ocorre, dizemos que os eventos são inde- por 3 etapas consecutivas: natação, corrida e ciclismo). A
pendentes. probabilidade de que um atleta escolhido ao acaso termine a
Considere então os eventos: 4
primeira etapa (natação) é . Para continuar na competição
7
A: ter média acima de 7,0. com a segunda etapa (corrida) o atleta precisa ter terminado
a natação. Dos atletas que terminam a primeira etapa, a
B: saber jogar futebol. probabilidade de que um deles, escolhido ao acaso, termine
3
A e B: ter média acima de 7,0 e saber jogar futebol. a segunda é . Qual a probabilidade de que um atleta que
4
iniciou a prova, e seja escolhido ao acaso, termine a primeira
Como queremos calcular P (A e B), pense o seguinte: de e a segunda etapas?
1 5
todos os jovens, têm média acima de 7,0 e sabem
5 6 Solução:
5 1 5 1 1
jogar futebol. Ora, de , ou seja, x = , sabem A : terminar a 1ª etapa da prova (natação).
6 5 6 5 6
jogar futebol e têm média acima de 7,0. Portanto, P (A e B) = B : terminar a 2ª etapa da prova (corrida), tendo termina-
1 do a 1ª.
.
6
Note que A e B não são eventos independentes pois, pa-
Repare que para encontrarmos P (A e B) efetuamos P (A) ra começar a 2ª etapa é necessário, antes, terminar a 1ª.
· P (B). Então, concluímos que, quando A e B são eventos
independentes (não têm “nada a ver” um com o outro): Nesse caso dizemos que a ocorrência do evento B de-
pende (está condicionada) à ocorrência do evento A.
P (A e B) = P (A) · P (B)
Utilizamos então a notação B/A, que significa a depen-
dência dos eventos, ou melhor, que o evento B/A denota a
EXEMPLO 2 ocorrência do evento B, sabendo que A já ocorreu. No caso
deste exemplo, temos: B/A terminar a 2ª etapa (corrida),
Dos 30 funcionários de uma empresa, 10 são canhotos e sabendo que o atleta terminou a 1ª etapa (natação).
25 vão de ônibus para o trabalho. Escolhendo ao acaso um
desses empregados, qual a probabilidade de que ele seja E agora? Como calcular P (A e B)?
canhoto e vá de ônibus para o trabalho?
É simples: no lugar de usarmos P(B) na fórmula P(A e B)
Solução: = P(A) · P(B), usaremos P(B/A) já que a ocorrência de B
depende da ocorrência de A.
Considere os eventos:
O enunciado deste problema nos diz que P(A)
A : ser canhoto 4 3
= P(B/A)= ; assim,
7 4
Raciocínio Lógico 42 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4 3 3 Cálculo da probabilidade de ocorrência de um evento
P(A e B) = P(A) · P(B/A)= x = ou outro
7 4 7
EXEMPLO 5
A probabilidade de que um atleta, escolhido ao acaso,
3 Na Copa América de 1995, o Brasil jogou com a Colôm-
termine a 1ª e a 2ª etapas é .
7 bia. No primeiro tempo, a seleção brasileira cometeu 10
faltas, sendo que 3 foram cometidas por Leonardo e outras 3
Quando A e B não são eventos independentes a probabi- por André Cruz. No intervalo, os melhores lances foram re-
lidade de ocorrência de A e B é calculada por: prisados, dentre os quais uma falta cometida pelo Brasil,
escolhida ao acaso. Qual a probabilidade de que a falta es-
P (A e B) = P (A) · P (B/A) colhida seja de Leonardo ou de André Cruz?

onde P (B/A) é a probabilidade de B, dado que A já ocor- Solução:


reu.
Das 10 faltas, 3 foram de Leonardo e 3 de André Cruz.
EXEMPLO 4 Portanto, os dois juntos cometeram 6 das 10 faltas do Brasil.
Assim, a probabilidade de que uma das faltas seja a escolhi-
No exame para tirar a carteira de motorista, a probabili- 6 3
da dentre as 10 é = .
9 10 5
dade de aprovação na prova escrita é . Depois de ser
10 Também podemos resolver este problema da se-
aprovado na parte teórica, há uma prova prática de direção. guinte maneira:
Para os que já passaram no exame escrito, a probabilidade
• probabilidade de ser escolhida uma falta do Leonardo =
2
de passar nessa prova prática é . 3
3 .
10
Qual a probabilidade de que, escolhido um candidato ao
acaso, ele seja aprovado em ambas as provas escrita e prá- • probabilidade de ser escolhida uma falta do André Cruz
tica e tire a carteira de motorista? 3
= .
10
Solução:
• probabilidade de ser escolhida uma falta de um destes
Considere os eventos:
3 3 6 3
dois jogadores= + = =
A: aprovação na prova escrita. 10 10 10 5

B: aprovação na prova prática de direção. .

Os eventos A e B não são independentes, pois é preciso Lembre-se de que qualquer uma das duas escolhas terá
ter aprovação na prova escrita e para fazer a prova prática um resultado favorável.
de direção. Como a ocorrência de B está condicionada à
ocorrência de A, criamos o evento: Se A e B são os eventos (escolher uma falta de Leonardo
ou escolher uma falta de André Cruz), estamos interessados
B/A: ter aprovação na prova prática de direção, sabendo na probabilidade do evento A ou B.
que o candidato foi aprovado na prova escrita.
Temos então:
Para calcular P(A e B), usamos: P(A e B) = P(A) · P(B/A)
P(A ou B) = P(A) + P(B)
Calculando:
Note que isso vale porque uma falta não pode ser come-
9 tida pelos dois jogadores ao mesmo tempo, ou seja, o evento
P(A) = A e B é impossível.
10
EXEMPLO 6
2
P(B/A) =
3 Uma empresa que fabrica suco de laranja fez uma pes-
quisa para saber como está a preferência do consumidor em
relação ao seu suco e ao fabricado por seu principal concor-
9 2 3 rente. Essa empresa é chamada SOSUMO, e seu concorren-
P(A e B) = x =
10 3 5 te SUMOBOM. A pesquisa concluiu que dos 500 entrevista-
dos, 300 preferiam o SUMOBOM, 100 consumiam os dois,
A probabilidade de passar na prova escrita e na prova de 250 preferiam SOSUMO e 50
3
direção é . nenhum dos dois. Um dos entrevistados foi escolhido ao
5 acaso. Qual a probabilidade de que ele seja:

a) consumidor de SOSUMO e SUMOBOM;

Raciocínio Lógico 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) consumidor de SOSUMO ou SUMOBOM. Observação

Solução: Em exemplos como o que acabamos de ver há outras so-


luções possíveis.
a) De acordo com a pesquisa dos 500 entrevistados, 100
consomem os dois sucos. Logo, a probabilidade de que um Observe que o evento A ou B (consumir um suco ou ou-
entrevistado, escolhido ao acaso, consuma os dois sucos é: tro) deve incluir como casos favoráveis todas as pessoas que
100 1 não fazem parte do grupo dos que não consomem esses
= . dois sucos.
500 5
Sabíamos que dos 500 entrevistados, 50 pessoas con-
b) Usando o raciocínio do Exemplo 5, para saber a pro- sumiam nenhum dos dois e a probabilidade de escolhermos
babilidade da ocorrência de um evento ou outro, somamos
50 1
as probabilidades de os dois eventos ocorrerem separada- uma dessas pessoas ao acaso era , ou seja, .
mente. Mas, neste exemplo, devemos tomar cuidado com o 500 10
seguinte: existem pessoas que consomem os dois sucos Assim, podíamos concluir que a probabilidade de não fazer
indiferentemente, compram o que estiver mais barato, por 1 9
exemplo. Assim, não podemos contar essas pessoas (que parte desse grupo era 1 - = , raciocinando por exclu-
consomem um e outro) duas vezes. 10 10
são.
Observe que a soma dos resultados é maior que o
número de entrevistados (300 + 100 + 200 + 50 Exercícios propostos.
= 650), ou seja, há pessoas que, apesar de pre-
ferirem um dos sucos, consomem os dois. Para
Exercício 1
facilitar daremos nomes aos eventos:
A : preferir o SOSUMO Em uma cidade do interior do Brasil, a probabilidade de
que um habitante escolhido ao acaso tenha televisão em
B: preferir o SUMOBOM 11
casa é . Já a probabilidade de esse habitante ser um
12
A e B: consumir SOSUMO e SUMOBOM
1
comerciante é . Escolhendo um habitante dessa cidade
A ou B: consumir SOSUMO ou SUMOBOM 11
ao acaso, qual a probabilidade de que ele tenha televisão em
Repare que este ou quer dizer: apenas o SOSUMO ou casa e seja comerciante?
apenas o SUMOBOM.
Exercício 2
Fazendo P(A ou B) = P(A) + P(B) estamos contando duas
vezes as pessoas que apesar de preferirem um dos sucos, Alguns professores estão prestando concurso para dar
consomem os dois. Logo, devemos aulas em uma escola.

subtrair de P(A) + P(B) o resultado de P(A e B) para reti- Inicialmente, eles farão uma prova escrita e, depois de
rar a “contagem dobrada”. serem aprovados nessa prova, farão uma prova prática.
Aquele que for aprovado na prova prática será contratado.
Temos então: Sabendo que a probabilidade de aprovação na prova escrita
1
é e de aprovação na prova prática (depois de ser aprova-
P (A ou B) = P (A) + P (B) P (A e B) 4
2
do na escrita) é , calcule a probabilidade de que um pro-
Calculando: 3
fessor, escolhido ao acaso, seja contratado.
250 1
P(A) = = Exercício 3
500 2
Em uma noite de sexta-feira, pesquisadores percorreram
300 3 500 casas perguntando em que canal estava ligada a televi-
P(B) = = são. Desse modo, descobriram que em 300 casas assistiam
500 5
ao canal VER-DE-PERTO, 100 viam o canal VERMELHOR e
outras 100 casas não estavam com a TV ligada. Escolhida
100 1 uma
P(A e B) = =
500 5
das 500 casas, ao acaso, qual a probabilidade de que a
TV esteja sintonizada no canal VER-DE-PERTO ou no canal
1 3 1 1 2 5+4 9 VER-MELHOR?
P(A ou B) = + - = + = =
2 5 5 2 5 10 10
Exercício 4
A probabilidade de que o escolhido consuma um suco ou
9 Dos 140 funcionários de uma fábrica, 70 preferem a mar-
outro é . ca de cigarros FUMAÇA, 80 preferem TOBACO e 30 fumam
10
ambas sem preferência.

Raciocínio Lógico 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Sabendo que 20 funcionários não fumam, calcule a pro- 50 + 20 70 1
babilidade de que um funcionário, escolhido ao acaso: e) = =
140 140 2
a) fume FUMAÇA e TOBACO
40 + 20 60 3
f) = =
b) fume FUMAÇA ou TOBACO 140 140 7

Exercício 5 Fonte: http://www.bibvirt.futuro.usp.br

Com as mesmas informações do exercício anterior, calcu- GEOMETRIA


le a probabilidade de que um funcionário, escolhido ao aca-
so: Áreas

a) fume só FUMAÇA Procedimentos para o cálculo das medidas de uma su-


perfície plana. Método para calcular a área do quadrado, do
b) fume só TOBACO losango, do paralelogramo, do triângulo, do retângulo, do
polígono e do círculo geométrico.
c) fume só FUMAÇA ou só TOBACO
Geometria Plana (formulário) - Fórmula para o cálculo
da área das figuras geométricas. Triângulo, trapézio, parale-
d) não fume nenhuma das duas marcas de cigarro
logramo, retângulo, losango, quadrado, círculo e polígono
regular.
e) não fume FUMAÇA
Ângulos
f) não fume TOBACO

Respostas
Lê-se: ângulo
1
1. Eventos independentes:
12 AOB e
são lados
1 do ângulo. O
2. Eventos dependentes: ponto O é o seu
6
vértice.

300 100 400 4 Bissetriz de um ângulo


3. + = =
500 500 500 5
È a semi-reta de origem no
vértice de um ângulo e que o
30 3 divide em dois ângulos congru-
4. a) P (A e B) = =
140 14 entes.

Alguns ângulos notáveis

40 + 30 + 50 120 6
b) P (A ou B) = = =
140 140 7

40 2
5. a) =
140 7

50 5
b) =
140 14

40 + 50 9
c) =
140 14

20 1
d) =
140 7
Raciocínio Lógico 45 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- Quando um arco é interceptado por um ângulo central,
ele é chamado de arco correspondente ao ângulo.

Ângulos de duas paralelas cortadas por uma trans-


versal

Ângulo inscrito
É inscrito numa circun-
ferência somente se o seu
vértice é um ponto da cir-
cunferência e cada um de
seus lados contém uma
corda dessa circunferência.

Obs: A medida de um ângulo inscrito é igual à metade da


medida do arco correspondente ele.
Nomenclatura Propriedades
Correspondentes | a e e; b e f; c e g; d e h| Congruentes ÁREAS DE QUADRILÁTEROS E TRIÂNGULOS
Colaterais internos | e e f; d e e| Suplementares
Retângulo
Colaterais externos | a e h; d e g| Suplementares
Alternos externos | a e g; b e h| Congruentes
Alternos internos | c e e; d e f| Congruentes

ÂNGULOS NA CIRCUNFERÊNCIA S=a.b

Quadrado

S = a²

Arco: qualquer uma das duas partes em que uma circun-


ferência fica dividida por dois quaisquer de seus pontos .
Paralelogramo
S=a.h
Corda: Segmento de reta que une dois pontos quaisquer
de uma circunferência.

Diâmetro: Qualquer corda que passa pelo centro de uma


circunferência.

Ângulo central
Losango
Um ângulo é central em relação a uma circunferên-
cia se o seu vértice coincide com o centro da mesma.

Raciocínio Lógico 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Dependendo do número de lados de um polígono
ele receberá uma nomenclatura diferente, ( o
menor número de lados para que seja formado
um polígono são três lados) veja abaixo:
3 lados triangulo ou trilátero
4 lados quadrângulo ou quadrilátero
5 lados pentágono ou pentalátero
6 lados hexagonal ou hexalátero
7 lados heptágono ou heptalátero
8 lados octógono ou octolátero
Trapézio 9 lados eneágono ou enealátero
10 lados decágono ou decalátero
11 lados undecágono ou undecalátero
12 lados dodecágono ou dodecalátero
15 lados pentadecágono ou pentadecalátero
20 lados icoságono ou icosalátero

Além de classificar um polígono pelo seu número de la-


dos, podemos também classificá-lo conforme a congruência
de seus lados e ângulos internos.
Triângulo Quando o polígono tem todos os lados e ângulos in-
ternos congruentes eles recebem o nome de polígonos regu-
lares.
Quando o polígono não tem nem lados e nem ângulos
congruentes recebe o nome de irregulares.

Para que um polígono seja regular ele tem que assumir


ser: eqüilátero, ter todos os lados congruentes e ser ao
mesmo tempo eqüiângulo, ter os ângulos congruentes.

Na construção de um polígono é preciso utilizar um trans-


feridor para medir os ângulos corretamente e uma régua para
medir os lados corretamente.

POLÍGONOS
Se conhecermos as medidas a e b de dois lados de um
triângulo e a sua medida α, podemos calcular sua área: É convexo somente se, quaisquer que sejam os pontos x
e y do seu interior, o segmento de reta xy está inteiramente
contido em seu interior.
Polígono convexo Polígono côncavo

Soma dos ângulos internos de um polígono


- A soma dos ângulos internos de um polígono de n lados
é:
Podemos também calcular a área de um triângulo utili-
zando o semi-perímetro:
Um ponto I qualquer no inte-
rior do polígono unindo esse
ponto a cada vértice, o polígono
fica decomposto em n triângu-
los,

Classificação dos polígonos

Vamos ressaltar a definição de polígono: Soma dos ângulos externos de um polígono


Em qualquer polígono convexo, a soma das medi-
Polígono é uma região plana de uma linha poligonal das dos ângulos externos é constante e igual a 360º.
fechada com o conjunto de seus pontos interiores.
Essas linhas são chamadas de lados e a união de-
las é chamada de vértice e a união dos vértices é chamada
de diagonal. O único polígono que não possui diagonal é o
triângulo.

Raciocínio Lógico 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Paralelogramos
i1, i2, i3, i4, ... in É todo quadrilátero que possui os lados opostos respecti-
são as medidas vamente paralelos.
dos ângulos internos de um
polígono de n lados.

Polígono regular
Um polígono regular
somente se, todos os seus
lados são congruentes e se
todos os seus ângulos Paralelogramos Notáveis
internos são congruentes.
RETÂNGULO

QUADRILÁTEROS É todo paralelogramo


Teorema que possui seu ângulos
A soma das medidas dos quatro ângulos internos de um retos.
quadrilátero qualquer é igual a 360º.
Trapézio
É todo quadrilá-
tero que possui somente LOSANGO
um par, de lados opostos
paralelos. É todo paralelogramo
que possui quatro lados
AB e CD
congruentes.

AB e CD são as bases do trapézio


 QUADRADO
AC e BD são os lados transversa is
Classificação dos Trapézios É todo paralelogramo que é
retângulo e losango simultâ-
Trapézio escaleno neamente, ou seja, seu ângulos
Os lados transversos são retos e seu lados são con-
têm medidas diferentes gruentes.

AD ≠ BC
Congruência de triângulos
Dois ou mais triângulos são congruentes somente se os
Trapézio isósceles seus lados e ângulos forem ordenados congruentes.
Os lados transversos
têm medidas iguais.
AD = BC

Trapézio retângulo
Um dos lados transver-
sos é perpendicular as
bases.

O emprego da congruência de triângulos em demonstra-


ção
Com o auxilio da congruência de triângulos é que se de-
monstra grande parte dos teoremas fundamentais da geome-
tria.

Raciocínio Lógico 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Semelhança de triângulos Relações Métricas
Dois triângulos são semelhantes somente se, existe uma
Triângulo Retângulo
correspondência biunívoca que associa os três vértices de
um dos triângulos aos três vértices do outro, de forma que: Num triângulo ABC, retângulo em A, indicamos por:
I) lados opostos a vértices correspondentes são propor-
cionais. A a medida da hipotenusa BC
II) Ângulos com vértices correspondentes são congruen-
tes. B a medida do cateto AC

C a medida do cateto AB

H a medida de AH, altura relativa a BC

M a medida de HC, projeção ortogonal de AC sobre BC

Casos de semelhança de triângulos N a medida de BH, projeção ortogonal de AB sobre BC.


Critérios utilizados para que haja semelhança de triângu-
los
1) Caso AA (ângulo, ângulo)Dois triângulos são semelhantes
somente se, têm dois ângulos respectivamente congruen-
tes.

A soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da


hipotenusa, ou seja,

b² + c² = a² (teorema de Pitágoras).
2) Caso LAL (lado, ângulo, lado)Dois triângulos são se-
melhantes somente se, têm dois lados, respectivamente, O quadrado da medida de um cateto é igual ao produto da
proporcionais; e são congruentes os ângulos formados medida da hipotenusa pela medida da projeção ortogo-
por esses lados. nal desse cateto sobre a hipotenusa, ou seja,

b² = a . m

c² = a . n

O produto das medidas dos catetos é igual ao produto da


hipotenusa pela altura relativa à hipotenusa, ou seja,

b.c=a.h.

O quadrado da altura relativa à hipotenusa é igual ao produto


3) Caso LLL (lado, lado, lado) Dois triângulos são dos segmentos que ela determina na hipotenusa, ou se-
semelhantes somente se, têm os três lados, ja,
respectivamente, proporcionais.
h² = m . n

Triângulo Equilátero

Num triângulo eqüilátero ABC, cujo lado tem medida a:

AH é altura, mediana e bissetriz relativa ao lado BC;


sua medida h é dada por:

Relações Métricas no triângulo Retângulo

Caso ABC seja um triângulo retângulo em A, traçando-se


a altura AH, relativa à hipotenusa, ficam definidos os seguin-
tes elementos.

Raciocínio Lógico 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O baricentro (ponto de intersecção das medianas), o or-


tocentro (ponto de intersecção das retas suportes das altu-
ras), o incentro (ponto de intersecção das bissetrizes inter-
nas) e o circuncentro(ponto de intersecção das mediatrizes
dos lados) coincidem.

O baricentro divide cada mediana em duas partes tais


que a que contém o vértice é o dobro da outra.

Quadrado
Num quadrado, cujo lado tem medida a, a medida d de
uma diagonal é dada por:

d = a √2

Teorema de Tales
Se um feixe de paralelas determina segmentos congru-
entes sobre uma transversal, então esse feixe determina
segmentos congruentes sobre qualquer outra transversal.

Fonte: http://www.brasilescola.com

ÁLGEBRA - EQUAÇÕES
EXPRESSÕES LITERAIS OU ALGÉBRICAS

IGUALDADES E PROPRIEDADES
São expressões constituídas por números e letras,
unidos por sinais de operações.
- Um feixe de paralelas separa, sobre duas transversais
2 2
quaisquer, segmentos de uma proporcionais aos segmentos Exemplo: 3a ; –2axy + 4x ; xyz; x + 2 , é o mes-
3
correspondentes na outra. 2 2
mo que 3.a ; –2.a.x.y + 4.x ; x.y.z; x : 3 + 2, as letras a,
x, y e z representam um número qualquer.

Chama-se valor numérico de uma expressão algé-


brica quando substituímos as letras pelos respectivos
valores dados:
2
Exemplo: 3x + 2y para x = –1 e y = 2, substituin-
2
do os respectivos valores temos, 3.(–1) + 2.2 → 3 . 1+
4 → 3 + 4 = 7 é o valor numérico da expressão.

Raciocínio Lógico 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exercícios
Calcular os valores numéricos das expressões: Exercícios
3x – 3y para x = 1 e y =3 Dar os graus e os coeficientes dos monômios:
2
x + 2a para x =–2 e a = 0 a)–3x y z grau coefciente__________
2 7 2 2
5x – 2y + a para x =1, y =2 e a =3 b)–a x z grau coeficiente__________
Respostas: 1) –6 2) –2 3) 4 c) xyz grau coeficiente__________

Termo algébrico ou monômio: é qualquer número Dar o grau dos polinômios:


4 2
real, ou produto de números, ou ainda uma expressão a) 2x y – 3xy + 2x grau __________
5 2
na qual figuram multiplicações de fatores numéricos e b) –2+xyz+2x y grau __________
literais.
Exemplo:
4
5x , –2y, 3 x , –4a , 3,–x Respostas:
1) a) grau 4, coeficiente –3
b) grau 11, coeficiente –1
Partes do termo algébrico ou monômio.
c) grau 3, coeficiente 1
2) a) grau 5 b) grau 7
Exemplo:
sinal (–)
5
–3x ybz 3 coeficiente numérico ou parte numérica CÁLCULO COM EXPRESSÕES LITERAIS
5
x ybz parte literal
Adição e Subtração de monômios e expressões poli-
Obs.: nômios: eliminam-se os sinais de associações, e redu-
As letras x, y, z (final do alfabeto) são usadas como zem os termos semelhantes.
variáveis (valor variável)
quando o termo algébrico não vier expresso o coefi- Exemplo:
2 2
ciente ou parte numérica fica subentendido que 3x + (2x – 1) – (–3a) + (x – 2x + 2) – (4a)
2 2
este coeficiente é igual a 1. 3x + 2x – 1 + 3a + x – 2x + 2 – 4a =
2 2
3x + 1.x + 2x – 2x + 3a – 4a – 1 + 2 =
3 4 3 4 2
Exemplo: 1) a bx = 1.a bx 2) –abc = –1.a.b.c (3+1)x + (2–2)x + (3–4)a – 1+2 =
2
Termos semelhantes: Dois ou mais termos são se- 4x + 0x – 1.a + 1 =
2
melhantes se possuem as mesmas letras elevadas aos 4x – a + 1
mesmos expoentes e sujeitas às mesmas operações.
Obs.: As regras de eliminação de parênteses são as
Exemplos: mesmas usadas para expressões numéricas no conjun-
3 3 3 to Z.
a bx, –4a bx e 2a bx são termos semelhantes.
3 3 3 Exercícios. Efetuar as operações:
–x y, +3x y e 8x y são termos semelhantes.
1) 4x + (5a) + (a –3x) + ( x –3a)
2 2 2
Grau de um monômio ou termo algébrico: E a 2) 4x – 7x + 6x + 2 + 4x – x + 1
soma dos expoentes da parte literal. 2
Respostas: 1) 2x +3a 2) 9x – 3x + 3
Exemplos:
4 3 4 3 1
1) 2 x y z = 2.x .y .z (somando os expoentes da MULTIPLICAÇÃO DE EXPRESSÕES ALGÉBRICAS
parte literal temos, 4 + 3 + 1 = 8) grau 8.
Multiplicação de dois monômios: Multiplicam-se os
Expressão polinômio: É toda expressão literal coeficientes e após o produto dos coeficientes escre-
constituída por uma soma algébrica de termos ou mo- vem-se as letras em ordem alfabética, dando a cada
nômios. letra o novo expoente igual à soma de todos os expoen-
tes dessa letra e repetem-se em forma de produto as
2 2
Exemplos: 1)2a b – 5x 2)3x + 2b+ 1 letras que não são comuns aos dois monômios.

Polinômios na variável x são expressões polinomiais Exemplos:


4 3 2 3 4+1 3+2 1+3
com uma só variável x, sem termos semelhantes. 1) 2x y z . 3xy z ab = 2.3 .x . y . z .a.b =
5 5 4
6abx y z
2 2+1 1 +1 3 2
Exemplo: 2) –3a bx . 5ab= –3.5. a .b . x = –15a b x
2
5x + 2x – 3 denominada polinômio na variável x cuja
2 3 n
forma geral é a0 + a1x + a2x + a3x + ... + anx , onde a0, Exercícios: Efetuar as multiplicações.
2 3 3
a1, a2, a3, ..., an são os coeficientes. 1) 2x yz . 4x y z =
3 2 2 2
2) –5abx . 2a b x =
Grau de um polinômio não nulo, é o grau do monô-
5 4 2 3 3 5
mio de maior grau. Respostas: 1) 8x y z 2) –10a b x
2 4 2
Exemplo: 5a x – 3a x y + 2xy EQUAÇÕES DO 1.º GRAU

Grau 2+1 = 3, grau 4+2+1= 7, grau 1+1= 2, 7 é o Equação: É o nome dado a toda sentença algébrica
maior grau, logo o grau do polinômio é 7. que exprime uma relação de igualdade.

Raciocínio Lógico 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Note que temos apenas a operação +, portanto de-
Ou ainda: É uma igualdade algébrica que se verifica vemos multiplicar qualquer uma ( I ou II) por –1, esco-
somente para determinado valor numérico atribuído à lhendo a II, temos:
variável. Logo, equação é uma igualdade condicional. 2x + y = 11 2x + y = 11
 →
Exemplo: 5 + x = 11  x + y = 8 . ( - 1) - x − y = − 8
↓ ↓
0
1 .membro
0
2 .membro soma-se membro a membro
2x + y = 11
onde x é a incógnita, variável ou oculta.  +
 - x- y =-8

Resolução de equações x+0 = 3


x=3
Para resolver uma equação (achar a raiz) seguire-
mos os princípios gerais que podem ser aplicados numa Agora, substituindo x = 3 na equação II: x + y = 8, fi-
igualdade. ca 3 + y = 8, portanto y = 5
Ao transportar um termo de um membro de uma i- Exemplo 3:
gualdade para outro, sua operação deverá ser invertida. 5x + 2y = 18 -Ι
Exemplo: 2x + 3 = 8 + x 
3x - y = 2 - ΙΙ
fica assim: 2x – x = 8 – 3 = 5 ⇒ x = 5
neste exemplo, devemos multiplicar a equação II por
Note que o x foi para o 1.º membro e o 3 foi para o
2 (para “desaparecer” a variável y).
2.º membro com as operações invertidas.
Dizemos que 5 é a solução ou a raiz da equação, di- 5x + 2y = 18 5 x + 2 y = 18
 ⇒
zemos ainda que é o conjunto verdade (V). 3x - y = 2 .(2) 6 x − 2 y = 4
soma-se membro a membro:
Exercícios 5x + 2y = 18
Resolva as equações : 6x – 2y = 4
1) 3x + 7 = 19 2) 4x +20=0 22
3) 7x – 26 = 3x – 6 11x+ 0=22 ⇒ 11x = 22 ⇒ x = ⇒x=2
11
Substituindo x = 2 na equação I:
Respostas: 1) x = 4 ou V = {4}
5x + 2y = 18
2) x = –5 ou V = {–5} 3) x = 5 ou V = {5}
5 . 2 + 2y = 18
10 + 2y = 18
EQUAÇÕES DO 1.º GRAU COM DUAS VARIÁVEIS 2y = 18 – 10
OU SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES 2y = 8
8
Resolução por adição. y=
 x+ y=7 -I
2
Exemplo 1:  y =4
 x − y = 1 - II então V = {(2,4)}

Soma-se membro a membro. Exercícios. Resolver os sistemas de Equação Linear:


2x +0 =8 7 x − y = 20 5 x + y = 7 8 x − 4 y = 28
2x = 8 1)  2)  3) 
5 x + y = 16 8 x − 3 y = 2 2x − 2y = 10
8
x=
2 Respostas: 1) V = {(3,1)} 2) V = {(1,2)} 3) V {(–3,2 )}
x=4
INEQUAÇÕES DO 1.º GRAU
Sabendo que o valor de x é igual 4 substitua este va-
lor em qualquer uma das equações ( I ou II ),
Distinguimos as equações das inequações pelo sinal,
Substitui em I fica:
na equação temos sinal de igualdade (=) nas inequa-
4+y=7 ⇒ y=7–4 ⇒ y=3
ções são sinais de desigualdade.
> maior que, ≥ maior ou igual, < menor que ,
Se quisermos verificar se está correto, devemos
substituir os valores encontrados x e y nas equações ≤ menor ou igual
x+y=7 x–y=1
4 +3 = 7 4–3=1 Exemplo 1: Determine os números naturais de mo-
do que 4 + 2x > 12.
Dizemos que o conjunto verdade: V = {(4, 3)} 4 + 2x > 12
2x > 12 – 4
2x + y = 11 - I
Exemplo 2 : 
2x > 8 ⇒ x > ⇒ x>4
8
 x + y = 8 - II 2

Raciocínio Lógico 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4
Exemplo 2: Determine os números inteiros de modo 3) a – 1
que 4 + 2x ≤ 5x + 13
4+2x ≤ 5x + 13 FATORAÇÃO ALGÉBRICA
2x – 5x ≤ 13 – 4
–3x ≤ 9 . (–1) ⇒ 3x ≥ – 9, quando multiplicamos por 1.º Caso: Fator Comum
(-1), invertemos o sinal dê desigualdade ≤ para ≥, fica:
−9 Exemplo 1:
3x ≥ – 9, onde x ≥ ou x ≥ – 3 2a + 2b: fator comum é o coeficiente 2, fica:
3
2 .(a+b). Note que se fizermos a distributiva voltamos
no início (Fator comum e distributiva são “operações
Exercícios. Resolva:
inversas”)
1) x – 3 ≥ 1 – x,
2) 2x + 1 ≤ 6 x –2 Exercícios. Fatorar:
3) 3 – x ≤ –1 + x 1) 5 a + 5 b 2) ab + ax 3) 4ac + 4ab
Respostas: 1) x ≥ 2 2) x ≥ 3/4 3) x ≥ 2
PRODUTOS NOTÁVEIS Respostas: 1.º caso
1) 5 .(a +b ) 2) a. (b + x)
1.º Caso: Quadrado da Soma 3) 4a. (c + b)
2 2 2
(a + b) = (a+b). (a+b)= a + ab + ab + b
↓ ↓ Exemplo 2:
2 2 2
1.º 2.º ⇒ a + 2ab +b 3a + 6a: Fator comum dos coeficientes (3, 6) é 3,
porque MDC (3, 6) = 3.
Resumindo: “O quadrado da soma é igual ao qua- 2
drado do primeiro mais duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o O m.d.c. entre: “a e a é “a” (menor expoente), então
2
quadrado do 2.º. o fator comum da expressão 3a + 6a é 3a. Dividindo
2
3a : 3a = a e 6 a : 3 a = 2, fica: 3a. (a + 2).
Exercícios. Resolver os produtos notáveis
2 2 2 2
1)(a+2) 2) (3+2a) 3) (x +3a) Exercícios. Fatorar:
2 2 3 2
1) 4a + 2a 2) 3ax + 6a y 3) 4a + 2a
Respostas: 1.º caso
2 2
1) a + 4a + 4 2) 9 + 12a + 4a Respostas: 1.º caso 1) 2a .(2a + 1)
4 2 2 2
3) x + 6x a + 9a 2) 3a .(x + 2ay) 3) 2a (2a + 1)

2.º Caso : Quadrado da diferença 2.º Caso: Trinômio quadrado perfeito (É a “ope-
2 2 2 ração inversa” dos produtos notáveis caso 1)
(a – b) = (a – b). (a – b) = a – ab – ab - b
↓ ↓
1.º 2.º
2
⇒ a – 2ab + b
2 Exemplo 1
2 2
a + 2ab + b ⇒ extrair as raízes quadradas do ex-
Resumindo: “O quadrado da diferença é igual ao
quadrado do 1.º menos duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o tremo a2 + 2ab + b2 ⇒ a 2 = a e b2 = b e o
2 2 2
quadrado do 2.º. termo do meio é 2.a.b, então a + 2ab + b = (a + b)
(quadrado da soma).
Exercícios. Resolver os produtos notáveis:
1) (a – 2)
2
2) (4 – 3a)
2 2
3) (y – 2b)
2 Exemplo 2:
2
4a + 4a + 1 ⇒ extrair as raízes dos extremos
Respostas: 2.º caso 4a + 4a + 1 ⇒ 4a2 = 2a , 1 = 1 e o termo cen-
2
2 2
1) a – 4a +4 2) 16 – 24a + 9a 2 2
4 2
3) y – 4y b + 4b
2 tral é 2.2a.1 = 4a, então 4a + 4a + 1 = (2a + 1)

3.º Caso: Produto da soma pela diferença Exercícios


2 2 2 2 Fatorar os trinômios (soma)
(a – b) (a + b) = a – ab + ab +b = a – b 2 2 2
1) x + 2xy + y 2) 9a + 6a + 1
↓ ↓ ↓ ↓ 2
3) 16 + 8a + a
1.º 2.º 1.º 2.º
2
Respostas: 2.º caso 1) (x + y)
Resumindo: “O produto da soma pela diferença é 2 2
2) (3a + 1) 3) (4 + a)
igual ao quadrado do 1.º menos o quadrado do 2.º.
Fazendo com trinômio (quadrado da diferença)
Exercícios. Efetuar os produtos da soma pela dife- 2 2
x – 2xy + y , extrair as raízes dos extremos
rença:
1) (a – 2) (a + 2) 2) (2a – 3) (2a + 3) x2 = x e y 2 = y, o termo central é –2.x.y, então:
2 2
3) (a – 1) (a + 1) 2 2
x – 2xy + y = (x – y)
2

Respostas: 3.º caso Exemplo 3:


2 2
1) a – 4 2) 4a – 9 2
16 – 8a + a , extrair as raízes dos extremos
Raciocínio Lógico 53 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

16 = 4 e a2 = a, termo central –2.4.a = –8a, RADICAIS


2 2
então: 16 – 8a + a = (4 – a)

Exercícios 4 = 2, 1 = 1, 9 = 3, 16 = 4 , etc., são raízes exa-


Fatorar: tas são números inteiros, portanto são racionais: 2=
2 2 2 2
1) x – 2xy + y 2) 4 – 4a + a 3) 4a – 8a + 4
1,41421356..., 3 = 1,73205807..., 5 =
Respostas: 2.º caso 1) (x – y)
2 2,2360679775..., etc. não são raízes exatas, não são
2) (2 – a)
2
3) (2a – 2)
2 números inteiros. São números irracionais. Do mesmo
modo 3 1 = 1, 3 8 = 2 , 3 27 = 3 , 3 64 = 4 ,etc., são
3.º Caso: (Diferença de dois quadrados) (note que
racionais, já 3 9 = 2,080083823052.., 3
20 =
é um binômio)
2,714417616595... são irracionais.
Exemplo 1
Nomes: n a = b : n = índice; a = radicando = sinal
a2 = a e
2 2
a – b , extrair as raízes dos extremos
da raiz e b = raiz. Dois radicais são semelhantes se o
b2 = b, então fica: a – b = (a + b) . (a – b)
2 2
índice e o radicando forem iguais.

Exemplo 2: Exemplos:
1) 2, 3 2 , - 2 são semelhantes observe o n = 2
a2
2
4 – a , extrair as raízes dos extremos 4 = 2,
2
= a, fica: (4 – a ) = (2 – a). (2+ a) “raiz quadrada” pode omitir o índice, ou seja, 2 5 = 5
2) 53 7 , 3 7 , 23 7 são semelhantes
Exercícios. Fatorar:
2 2 2 2
1) x – y 2) 9 – b 3) 16x – 1
Operações: Adição e Subtração
Só podemos adicionar e subtrair radicais semelhan-
Respostas: 3.º caso 1) (x + y) (x – y)
tes.
2) (3 + b) (3 – b) 3) (4x + 1) (4x – 1)
Exemplos:
EQUAÇÕES FRACIONÁRIAS
3 2 − 2 2 + 5 2 = (3 − 2 + 5 ) 2 = 6 2
São Equações cujas variáveis estão no denominador 53 6 − 33 6 + 73 6 = (5 − 3 + 7 )3 6 = 93 6
4 1 3
Ex: = 2, + = 8, note que nos dois exem-
x x 2x Multiplicação e Divisão de Radicais
plos x ≠ 0, pois o denominador deverá ser sempre dife- Só podemos multiplicar radicais com mesmo índice e
rente de zero. usamos a propriedade: n a ⋅ n b = n ab

Para resolver uma equação fracionária, devemos a- Exemplos


char o m.m.c. dos denominadores e multiplicamos os 2 ⋅ 2 = 2.2 = 4 = 2
dois membros por este m.m.c. e simplificamos, temos
então uma equação do 1.º grau. 3 ⋅ 4 = 3 . 4 = 12
3
Ex:
1 7
+ 3 = , x ≠ 0, m.m.c. = 2x 3 ⋅ 3 9 = 3 3 . 9 = 3 27 = 3
x 2 3
5 ⋅ 3 4 = 3 5 . 4 = 3 20
1 7
2x . +3 = . 2x 3 ⋅ 5 ⋅ 6 = 3 . 5 . 6 = 90
x 2
2x 14 x
+ 6x = , simplificando Exercícios
x 2
Efetuar as multiplicações
2 + 6x = 7x ⇒ equação do 1.º grau.
1) 3⋅ 8 2) 5⋅ 5 3) 3 6 ⋅ 3 4 ⋅ 3 5
Resolvendo temos: 2 = 7x – 6x Respostas: 1) 24 2) 5 3) 3 120
2 = x ou x = 2 ou V = { 2 }
Para a divisão de radicais usamos a propriedade
Exercícios
a
Resolver as equações fracionárias: também com índices iguais = a : b = a:b
3 1 3 b
1) + = x≠0
x 2 2x
Exemplos:
1 5
2) + 1 = x≠0
x 2x
18
Respostas: Equações: 1) V = {–3} 2) V = { 3 } 1) = 18 : 2 = 18 : 2 = 9 = 3
2 2

Raciocínio Lógico 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
20 2 2 3
2) = 20 : 10 = 20 : 10 = 2 e são frações equivalentes. Dizemos que
10 3 3
3 3 é o fator racionalizante.
15
3) = 3 15 : 3 5 = 3 15 : 5 = 3 3
3
5
Exercícios
Exercícios. Efetuar as divisões Racionalizar:
3 1 2 3
6 16 24 1) 2) 3)
1) 2) 3) 5 2 2
3
3 2 6
5 6
Respostas: 1) 2 2) 2 3) 2 Respostas: 1) 2) 2 3)
5 2
Simplificação de Radicais
2
Podemos simplificar radicais, extraindo parte de raí- Outros exemplos: devemos fazer:
3
n n
2
zes exatas usando a propriedade a simplificar índice
2 3
22 2 ⋅ 3 22 23 4 23 4 3
com expoente do radicando. ⋅ = = = = 4
Exemplos:
3 3 3 3
21 22 21 ⋅ 22 23 2
1)Simplificar 12
decompor 12 em fatores primos: Exercícios.
12 2 Racionalizar:
3
2 1 3 2
6 2 12 = 22 ⋅ 3 = 22 ⋅ 3 = 2 3 1) 2) 3)
3 3 2 3
3 3 4 2 3
1 3
16 3 2 3 3
18
2) Simplificar 32 , decompondo 32 fica: Respostas: 1) 2) 3)
4 2 3
32 2
16 2 EQUAÇÕES DO 2.º GRAU
8 2
4 2
Definição: Denomina-se equação de 2.º grau com
2 2
variável toda equação de forma:
2
32 = 22 ⋅ 22 ⋅ 2 = 2 2 2 ⋅ 2 22 ⋅ 2 = 2 ⋅ 2 ⋅ 2 = 4 2 ax + bx + c = 0
onde : x é variável e a,b, c ∈ R, com a ≠ 0.
3) Simplificar 3 128 , decompondo fica:
Exemplos:
128 2 2
3x - 6x + 8 = 0
64 2 2
2x + 8x + 1 = 0
32 2 2
x + 0x – 16 = 0
2
y -y+9 =0
16 2 2
- 3y - 9y+0 = 0
2
5x + 7x - 9 = 0
8 2
4 2 COEFICIENTE DA EQUAÇÃO DO 2.º GRAU
2 2 Os números a, b, c são chamados de coeficientes da
1 equação do 2.º grau, sendo que:
fica 2
a representa sempre o coeficiente do termo x .
3 3 3
3
128 = 23 ⋅ 23 ⋅ 2 = 23 ⋅ 23 ⋅ 3 2 = 2 ⋅ 2 ⋅ 3 2 = 43 2 b representa sempre o coeficiente do termo x.
c é chamado de termo independente ou termo
Exercícios constante.
Simplificar os radicais:
Exemplos:
1) 20 2) 50 3) 3 40 2
a)3x + 4x + 1= 0
2
b) y + 0y + 3 = 0
Respostas: 1) 2 5 2) 5 2 3) 2. 3 5 a =3,b = 4,c = 1
2
a = 1,b = 0, c = 3
2
c) – 2x –3x +1 = 0 d) 7y + 3y + 0 = 0
Racionalização de Radiciação a = –2, b = –3, c = 1 a = 7, b = 3, c = 0
Em uma fração quando o denominador for um radical
Exercícios
2
devemos racionalizá-lo. Exemplo: devemos multipli- Destaque os coeficientes:
3 2 2
1)3y + 5y + 0 = 0 2)2x – 2x + 1 = 0
2 2
car o numerador e o denominador pelo mesmo radical 3)5y –2y + 3 = 0 4) 6x + 0x +3 = 0
do denominador.
2 3 2 3 2 3 2 3 Respostas:
⋅ = = = 1) a =3, b = 5 e c = 0
3 3 3⋅3 9 3
2)a = 2, b = –2 e c = 1

Raciocínio Lógico 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3) a = 5, b = –2 e c =3 −1 
4) a = 6, b = 0 e c =3 S =  , - 3
 2 
EQUAÇÕES COMPLETAS E INCOMPLETAS
Temos uma equação completa quando os ou
2
coeficientes a , b e c são diferentes de zero. b) 2x +7x + 3 = 0 a = 2, b = 7, c = 3
2
Exemplos: ∆ = b – 4.a. c
2
∆ =7 – 4 . 2 . 3
2
3x – 2x – 1= 0 ∆ = 49 – 24
2
y – 2y – 3 = 0 São equações completas. ∆ = 25
2
y + 2y + 5 = 0 − (+ 7 ) ± 25 − (+ 7 ) ± 5
x= ⇒x =
4 4
Quando uma equação é incompleta, b = 0 ou c = 0,
−7 + 5 -2 -1
costuma-se escrever a equação sem termos de coefici- ⇒ ‘x'= = = e
ente nulo. 4 4 2
−7 − 5 -12
x"= = =-3
Exemplos: 4 4
2
x – 16 = 0, b = 0 (Não está escrito o termo x) −1 
2
x + 4x = 0, c = 0 (Não está escrito o termo inde- S =  , - 3
pendente ou termo constante) 2 
2
x = 0, b = 0, c = 0 (Não estão escritos
o termo x e termo independente) Observação: fica ao SEU CRITÉRIO A ESCOLHA
DA FORMULA.
FORMA NORMAL DA EQUAÇÃO DO 2.º GRAU
2
ax + bx + c = 0 EXERCÍCIOS
Resolva as equações do 2.º grau completa:
2
EXERCÍCIOS 1) x – 9x +20 = 0
2
Escreva as equações na forma normal: 2) 2x + x – 3 = 0
2 2 2 2 2
1) 7x + 9x = 3x – 1 2) 5x – 2x = 2x + 2 3) 2x – 7x – 15 = 0
2 2 2
Respostas: 1) 4x + 9x + 1= 0 2) 3x – 2x –2 = 0 4) x +3x + 2 = 0
2
5) x – 4x +4 = 0
Resolução de Equações Completas Respostas
Para resolver a equação do 2.º Grau, vamos utilizar a 1) V = { 4 , 5)
fórmula resolutiva ou fórmula de Báscara. −3
2 2) V = { 1, }
A expressão b - 4ac, chamado discriminante de 2
equação, é representada pela letra grega ∆ (lê-se −3
deita). 3) V = { 5 , }
2
2 4) V = { –1 , –2 }
∆ = b - 4ac logo se ∆ > 0 podemos escrever: 5) V = {2}

−b± ∆ EQUAÇÃO DO 2.º GRAU INCOMPLETA


x= Estudaremos a resolução das equações incompletas
2a 2
do 2.º grau no conjunto R. Equação da forma: ax + bx =
RESUMO 0 onde c = 0
NA RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 2.º GRAU
COMPLETA PODEMOS USAR AS DUAS FORMAS: Exemplo:
2
2 2x – 7x = 0 Colocando-se o fator x em evidência
2 ou ∆ = b - 4ac
−b ± b − 4 a c (menor expoente)
x=
2a −b± ∆ x . (2x – 7) = 0 x=0
x=
2a
7
ou 2x – 7 = 0 ⇒ x=
Exemplos: 2
2
a) 2x + 7x + 3 = 0 a = 2, b =7, c = 3 7
Os números reais 0 e são as raízes da equação
2
− b ± b2 − 4 a c − (+ 7 ) ± (7 ) − 4 ⋅ 2 ⋅ 3 2
x= ⇒ x= 7
2a 2⋅2 S={0; )
2
− (+ 7 ) ± 49 − 24 − (+ 7 ) ± 25 2
x= ⇒x = Equação da forma: ax + c = 0, onde b = 0
4 4
− (+ 7 ) ± 5 −7 + 5 -2 -1 Exemplos
x= ⇒x'= = = 2
4 4 4 2 a) x – 81 = 0
2
−7 − 5 -12 x = 81→transportando-se o termo independente
x"= = =-3 para o 2.º termo.
4 4
Raciocínio Lógico 56 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
x = ± 81 →pela relação fundamental.
x'⋅x "=
(− b + ∆ )⋅ (− b − ∆ )
x=±9 S = { 9; – 9 } 4a2
2  − b2  − ∆ 2
( )
b) x +25 = 0  
x'⋅x "=   ⇒ ∆ = b2 − 4 ⋅ a ⋅ c ⇒
2
x = –25
4a 2
x = ± − 25 , − 25 não representa número real,
isto é − 25 ∉ R b2 −  b2 − 4ac 
x '⋅ x " =   ⇒
a equação dada não tem raízes em IR. 2
S=φ ou S = { } 4a
b2 − b2 + 4ac
c)
2
9x – 81= 0 x'⋅x "= ⇒
2
9x = 81 4a2
81 4ac c
2
x = x'⋅x "= ⇒ x '⋅x " =
9 4a2 a
2
x = 9
x= ± 9 c
Daí o produto das raízes é igual a ou seja:
x=±3 a
S = { ±3} c
x '⋅ x " = ( Relação de produto)
a
Equação da forma: ax = 0 onde b = 0, c = 0
A equação incompleta ax = 0 admite uma única
Sua Representação:
solução x = 0. Exemplo:
2 Representamos a Soma por S
3x = 0
0 b
2
x = S=x'+x"= −
3 a
2
x =0 c
Representamos o Produto pôr P P = x '⋅x " =
2
x = + 0 a
S={0} Exemplos:
2
Exercícios Respostas: 1) 9x – 72x +45 = 0 a = 9, b = –72, c = 45.
2 b (-72) = 72 = 8
1) 4x – 16 = 0 1) V = { –2, + 2} S=x'+x"= − =-
2
2) 5x – 125 = 0 2) V = { –5, +5} a 9 9
2
3) 3x + 75x = 0 3) V = { 0, –25} c 45
P = x '⋅ x " = = =5
a 9
Relações entre coeficiente e raízes
2
2
2) 3x +21x – 24= 0 a = 3, b = 21,c = –24
Seja a equação ax + bx + c = 0 ( a ≠ 0), sejam x’ e x” b (21) = - 21 = −7
as raízes dessa equação existem x’ e x” reais dos S=x'+x"= − =-
coeficientes a, b, c. a 3 3
c + (- 24 ) − 24
−b+ ∆ −b− ∆ P = x '⋅x " = = = = −8
x'= e x"= a 3 3
2a 2a
a = 4,
RELAÇÃO: SOMA DAS RAÍZES 2
3) 4x – 16 = 0 b = 0, (equação incompleta)
−b+ ∆ −b − ∆ c = –16
x'+ x"= + ⇒
2a 2a b 0
S = x ' + x "= − = = 0
−b+ ∆ −b− ∆ a 4
x'+x"=
2a c + (- 16 ) − 16
P = x '⋅ x " = = = = −4
−2b b a 4 4
x'+x"= ⇒ x'+x"= −
2a a a = a+1
2
4) ( a+1) x – ( a + 1) x + 2a+ 2 = 0 b = – (a+ 1)
Daí a soma das raízes é igual a -b/a ou seja, x’+ x” = c = 2a+2
-b/a S=x'+x"= − =-
b [- (a + 1)] a + 1
= =1
b a a +1 a +1
Relação da soma: x ' + x " = −
a c 2a + 2 2(a + 1)
P = x'⋅x " = = = =2
a a +1 a +1
RELAÇÃO: PRODUTO DAS RAÍZES
−b+ ∆ −b− ∆ Se a = 1 essas relações podem ser escritas:
x'⋅ x "= ⋅ ⇒ b
2a 2a x'+x"= − x ' + x " = −b
1

Raciocínio Lógico 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c 5 3 15
x'⋅x "= x '⋅ x "=c P=x.x= . =
1 2 4 8
2
x – Sx + P = 0
Exemplo: 2 13 15
2
x –7x+2 = 0 a = 1, b =–7, c = 2 x – x+ =0
4 8
b (- 7)
S=x'+x"= − =- =7
a 1 4e–4
c 2 S = x’ +x” = 4 + (–4) = 4 – 4 = 0
P = x'⋅x " = = = 2 P = x’ . x” = 4 . (–4) = –16
a 1 2
EXERCÍCIOS x – Sx + P = 0
2
Calcule a Soma e Produto x –16 = 0
2
1) 2x – 12x + 6 = 0
2
2) x – (a + b)x + ab = 0 Exercícios
2
3) ax + 3ax–- 1 = 0 Componha a equação do 2.º grau cujas raízes são:
2 −4
4) x + 3x – 2 = 0 1) 3 e 2 2) 6 e –5 3) 2 e
5
Respostas: 4) 3 + 5e3– 5 5) 6 e 0
1) S = 6 e P = 3
2) S = (a + b) e P = ab
Respostas:
−1 2 2
3) S = –3 e P = 1) x – 5x+6= 0 2) x – x – 30 = 0
a 2 −6 x 8
4) S = –3 e P = –2 3)x – – =0
5 5
2 2
APLICAÇÕES DAS RELAÇÕES 4) x – 6x + 4 = 0 5) x – 6x = 0
2
Se considerarmos a = 1, a expressão procurada é x
+ bx + c: pelas relações entre coeficientes e raízes RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
temos:
x’ + x”= –b b = – ( x’ + x”) Um problema de 2.º grau pode ser resolvido por
x’ . x” = c c = x’ . x” meio de uma equação ou de um sistema de equações
do 2.º grau.
2
Daí temos: x + bx + c = 0
Para resolver um problema do segundo grau deve-se
seguir três etapas:
Estabelecer a equação ou sistema de equações corres-
pondente ao problema (traduzir matematicamente), o
enunciado do problema para linguagem simbólica.
Resolver a equação ou sistema
Interpretar as raízes ou solução encontradas

Exemplo:
REPRESENTAÇÃO Qual é o número cuja soma de seu quadrado com
Representando a soma x’ + x” = S seu dobro é igual a 15?
Representando o produto x’ . x” = P número procurado : x
2
E TEMOS A EQUAÇÃO: x – Sx + P = 0 2
equação: x + 2x = 15

Exemplos: Resolução:
2
a) raízes 3 e – 4 x + 2x –15 = 0
2 2
S = x’+ x” = 3 + (-4) =3 – 4 = –1 ∆ =b – 4ac ∆ = (2) – 4 .1.(–15) ∆ = 4 + 60
P = x’ .x” = 3 . (–4) = –12 ∆ = 64
x – Sx + P = 0
2 − 2 ± 64 −2 ± 8
x + x – 12 = 0 x= x=
2 ⋅1 2
b) 0,2 e 0,3 −2 + 8 6
x'= = =3
S = x’+ x” =0,2 + 0,3 = 0,5 2 2
P = x . x =0,2 . 0,3 = 0,06 −2 − 8 −10
2
x – Sx + P = 0 x"= = = −5
2 2 2
x – 0,5x + 0,06 = 0
Os números são 3 e – 5.
5 3
c) e
2 4 Verificação:
2 2
5 3 10 + 3 13 x + 2x –15 = 0 x + 2x –15 = 0
S = x’+ x” = + = = 2
(3) + 2 (3) – 15 = 0
2
(–5) + 2 (–5) – 15 = 0
2 4 4 4
9 + 6 – 15 = 0 25 – 10 – 15 = 0

Raciocínio Lógico 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
0=0 0=0
(V) (V)
S = { 3 , –5 }

RESOLVA OS PROBLEMAS DO 2.º GRAU:

O quadrado de um número adicionado com o quádru-


Logo
plo do mesmo número é igual a 32.
A soma entre o quadrado e o triplo de um mesmo nú-
mero é igual a 10. Determine esse número.
O triplo do quadrado de um número mais o próprio
número é igual a 30. Determine esse numero.
A soma do quadrado de um número com seu quíntu-
plo é igual a 8 vezes esse número, determine-o.

Respostas:
1) 4 e – 8 2) – 5 e 2
3) −10 3 e 3 4) 0 e 3

SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 2° GRAU


Como resolver Substituindo em I:
Para resolver sistemas de equações do 2º grau, é im-
portante dominar as técnicas de resolução de sistema
de 1º grau: método da adição e método da substitui-
ção.

Imagine o seguinte problema: dois irmãos possuem


idades cuja soma é 10 e a multiplicação 16. Qual a
idade de cada irmão?

Equacionando:

As idades dos dois irmãos são, respectivamente, de 2


e 8 anos. Testando:
a multiplicação de 2 X 8 = 16 e a soma 2 + 8 = 10.

Outro exemplo
Encontre dois números cuja diferença seja 5 e a soma
dos quadrados seja 13.

Pela primeira equação, que vamos chamar de I:

Da primeira, que vamos chamar de II:


Substituindo na segunda:

Aplicando na segunda:
Logo:

Usando a fórmula:

Raciocínio Lógico 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os sistemas a seguir envolverão equações do 1º e do
2º grau, lembrando de que suas representações gráfi-
cas constituem uma reta e uma parábola, respectiva-
mente. Resolver um sistema envolvendo equações
De Produtos notáveis: desse modelo requer conhecimentos do método da
substituição de termos. Observe as resoluções comen-
tadas a seguir:

Exemplo 1

Isolando x ou y na 2ª equação do sistema:


x+y=6
Dividindo por 2: x=6–y

Substituindo o valor de x na 1ª equação:

x² + y² = 20
(6 – y)² + y² = 20
(6)² – 2 * 6 * y + (y)² + y² = 20
36 – 12y + y² + y² – 20 = 0
16 – 12y + 2y² = 0
2y² – 12y + 16 = 0 (dividir todos os membros da
equação por 2)

y² – 6y + 8 = 0
Logo:
∆ = b² – 4ac
∆ = (–6)² – 4 * 1 * 8
∆ = 36 – 32
∆=4

a = 1, b = –6 e c = 8

Substituindo em II:

Substituindo em II: Determinando os valores de x em relação aos valores


de y obtidos:

Para y = 4, temos:
x=6–y
x=6–4
x=2

Os números são 3 e - 2 ou 2 e - 3. Par ordenado (2; 4)

Para y = 2, temos:
x=6–y

Raciocínio Lógico 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
x=6–2
x=4
S = {(0; 3) e (–4; –1)}
Par ordenado (4; 2)
PROVA SIMULADA
S = {(2: 4) e (4; 2)}
1. Todos os marinheiros são republicanos. Assim sen-
do,
Exemplo 2
(A) o conjunto dos marinheiros contém o conjunto dos
republicanos.
(B) o conjunto dos republicanos contém o conjunto
dos marinheiros.
(C) todos os republicanos são marinheiros.
Isolando x ou y na 2ª equação: (D) algum marinheiro não é republicano.
x – y = –3 (E) nenhum marinheiro é republicano.
x=y–3
2. Assinale a alternativa que apresenta uma contra-
Substituindo o valor de x na 1ª equação: dição.

(A) Todo espião não é vegetariano e algum vegetari-


x² + 2y² = 18 ano é espião.
(y – 3)² + 2y² = 18 (B) Todo espião é vegetariano e algum vegetariano
y² – 6y + 9 + 2y² – 18 = 0 não é espião.
3y² – 6y – 9 = 0 (dividir todos os membros da equação (C) Nenhum espião é vegetariano e algum es pião
por 3) não é vegetariano.
(D) Algum espião é vegetariano e algum es pião não
y² – 2y – 3 = 0 é vegetariano.
(E) Todo vegetariano é espião e algum espião não é
vegetariano.
∆ = b² – 4ac
∆ = (–2)² – 4 * 1 * (–3) 3. Todos os que conhecem João e Maria admiram
∆ = 4 + 12 Maria. Alguns que conhecem Maria não a admi-
∆ = 16 ram. Logo,

a = 1, b = –2 e c = –3 (A) todos os que conhecem Maria a admiram.


(B) ninguém admira Maria.
(C) alguns que conhecem Maria não conhecem João.
(D) quem conhece João admira Maria.
(E) só quem conhece João e Maria conhece Maria.

4. Válter tem inveja de quem é mais rico do que ele. Ge-


raldo não é mais rico do que quem o inveja. Logo,

(A) quem não é mais rico do que Válter é mais pobre


do que Válter.
(B) Geraldo é mais rico do que Válter.
(C) Válter não tem inveja de quem não é mais rico do
que ele.
(D) Válter inveja só quem é mais rico do que ele.
(E) Geraldo não é mais rico do que Válter.

5. Em uma avenida reta, a padaria fica entre o posto de


gasolina e a banca de jornal, e o posto de gasoli-
Determinando os valores de x em relação aos valores na fica entre a banca de jornal e a sapataria. Logo,
de y obtidos:
(A) a sapataria fica entre a banca de jornal e a pada-
Para y = 3, temos: ria.
x=y–3 (B) a banca de jornal fica entre o posto de gasolina e
x=3–3 a padaria.
x=0 (C) o posto de gasolina fica entre a padaria e a banca
de jornal.
(D) a padaria fica entre a sapataria e o posto de ga-
Par ordenado (0; 3)
solina.
(E) o posto de gasolina fica entre a sapataria e a pa-
Para y = –1, temos: daria.
x=y–3
x = –1 –3 6. Um técnica de futebol, animado com as vitórias obti-
x = –4 das pela sua equipe nos últimos quatro jogos,
decide apostar que essa equipe também vencerá
Par ordenado (–4; –1)

Raciocínio Lógico 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
o próximo jogo. Indique a Informação adicional exploração mais completa do problema.' (David
que tornaria menos provável a vitória esperada. Canaher, Senso Crítico).
O AUTOR QUER DIZER QUE O PENSADOR CRÍ-
(A) Sua equipe venceu os últimos seis jogos, em vez TICO
de apenas quatro. (A) precisa tolerar respostas corretas.
(B) Choveu nos últimos quatro jogos e há previsão de (B) nunca sabe a resposta correta.
que não choverá no próximo jogo. (C) precisa gostar dos estados em que não sabe a
(C) Cada um dos últimos quatro jogos foi ganho por resposta correta.
uma diferença de mais de um gol. (D) que não fica aflito explora com mais dificuldades
(D) O artilheiro de sua equipe recuperou-se do esti- os problemas.
ramento muscular. (E) não deve tolerar estados cognitivos de conflito.
(E) Dois dos últimos quatro jogos foram realizados
em seu campo e os outros dois, em campo ad- 13. As rosas são mais baratas do que os lírios. Não te-
versário. nho dinheiro suficiente para comprar duas dúzias de
rosas. Logo,
7. Marta corre tanto quanto Rita e menos do que Juliana.
Fátima corre tanto quanto Juliana. Logo, (A) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia
de rosas.
(A) Fátima corre menos do que Rita. (B) não tenho dinheiro suficiente para comprar uma
(B) Fátima corre mais do que Marta. dúzia de rosas.
(C) Juliana corre menos do que Rita. (C) não tenho dinheiro. suficiente para comprar meia
(D) Marta corre mais do que Juliana. dúzia de lírios.
(E) Juliana corre menos do que Marta. (D) não tenho dinheiro suficiente para comprar duas
dúzias de lírios.
8. Há 4 caminhos para se ir de X a Y e 6 caminhos para (E) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia
se ir de Y a Z. O número de caminhos de X a Z que de lírios.
passam por Y é
14. Se você se esforçar, então irá vencer. Assim sen-
(A) 10. do,
(B) 12.
(C) 18. (A) seu esforço é condição suficiente para vencer.
(D) 24. (B) seu esforço é condição necessária para vencer.
(E) 32. (C) se você não se esforçar, então não irá vencer.
(D) você vencerá só se se esforçar.
9. Todas as plantas verdes têm clorofila. Algumas plan- (E) mesmo que se esforce, você não vencerá.
tas que tem clorofila são comestíveis. Logo,
15. Se os tios de músicos sempre são músicos, então
(A) algumas plantas verdes são comestíveis.
(B) algumas plantas verdes não são comestíveis. (A) os sobrinhos de não músicos nunca são músicos.
(C) algumas plantas comestíveis têm clorofila. (B) os sobrinhos de não músicos sempre são músi-
(D) todas as plantas que têm clorofila são comestí- cos.
veis. (C) os sobrinhos de músicos sempre são músicos.
(E) todas as plantas vendes são comestíveis. (D) os sobrinhos de músicos nunca são músicos.
(E) os sobrinhos de músicos quase sempre são mú-
10. A proposição 'É necessário que todo aconteci- sicos.
mento tenha causa' é equivalente a
16. O paciente não pode estar bem e ainda ter febre.
(A) É possível que algum acontecimento não tenha O paciente está bem. Logo, o paciente
causa. (A) TEM FEBRE E NÃO ESTÁ BEM.
(B) Não é possível que algum acontecimento não te- (B) TEM FEBRE OU NÃO ESTÁ BEM.
nha causa. (C) TEM FEBRE.
(C) É necessário que algum acontecimento não tenha (D) NÃO TEM FEBRE.
causa. (E) NÃO ESTÁ BEM.
(D) Não é necessário que todo acontecimento tenha
causa. INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder
(E) É impossível que algum acontecimento tenha às questões de nº 17 e 18.
causa.
"O primeiro impacto da nova tecnologia de aprendi-
11. Continuando a seqüência 47, 42, 37, 33, 29, 26, ... , zado será sobre a educação universal. Através dos tempos,
temos as escolas, em sua maioria, gastaram horas intermináveis
tentando ensinar coisas que eram melhor aprendidas do que
(A) 21. ensinadas, isto é, coisas que são aprendidas de forma com-
(B) 22. portamental e através de exercícios, repetição e feedback.
(C) 23. Pertencem a esta categoria todas as matérias ensinadas no
(D) 24. primeiro grau, mas também muitas daquelas ensinadas em
(E) 25. estágios posteriores do processo educacional. Essas maté-
rias - seja ler e escrever, aritmética, ortografia, história, bio-
12. ... ó pensador crítico precisa ter uma tolerância e logia, ou mesmo matérias avançadas como neurocirurgia,
até predileção por estados cognitivos de conflito, diagnóstico médico e a maior parte da engenharia - são
em que o problema ainda não é totalmente com- melhor aprendidas através de programas de computador. O
preendido. Se ele ficar aflito quando não sabe 'a professor motiva, dirige, incentiva. Na verdade, ele passa a
resposta correta', essa ansiedade pode impedir a ser um líder e um recurso.

Raciocínio Lógico 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Na escola de amanhã os estudantes serão seus pró- (D) nem todo cavalo é animal.
prios instrutores, com programas de computador como fer- (E) nenhum animal é cavalo.
ramentas. Na verdade, quanto mais jovens forem os estu-
dantes, maior o apelo do computador para eles e maior o 22. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol
seu sucesso na sua orientação e instrução. Historicamente, mas não praticam vôlei e há 8 alunos que prati-
a escola de primeiro grau tem sido totalmente intensiva de cam vôlei mas não praticam futebol. O total dos
mão-de-obra. A escola de primeiro grau de amanhã será que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem 17 alu-
fortemente intensiva de capital. nos que não praticam futebol. O número de alu-
nos da classe é
Contudo, apesar da tecnologia disponível, a educa-
ção universal apresenta tremendos desafios. Os conceitos (A) 30.
tradicionais de educação não são mais suficientes. Ler, (B) 35.
escrever e aritmética continuarão a ser necessários como (C) 37.
hoje, mas a educação precisará ir muito além desses itens (D) 42.
básicos. Ela irá exigir familiaridade com números e cálculos; (E) 44.
uma compreensão básica de ciência e da dinâmica da tec-
nologia; conhecimento de línguas estrangeiras. Também INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder
será necessário aprender a ser eficaz como membro de uma às questões de nº 23 e 24.
organização, como empregado." (Peter Drucker, A socieda-
de pós-capitalista). “Os homens atribuem autoridade a comunicações de
posições superiores, com a condição de que estas comuni-
17. Para Peter Drucker, o ensino de matérias como cações sejam razoavelmente consistentes com as vanta-
aritmética, ortografia, história e biologia gens de escopo e perspectiva que são creditadas a estas
posições. Esta autoridade é, até um grau considerável, in-
(A) Deve Ocorrer Apenas No Primeiro Grau. dependente da habilidade pessoal do sujeito que ocupa a
(B) deve ser diferente do ensino de matérias como posição. E muitas vezes reconhecido que, embora este
neurocirurgia e diagnóstico médico. sujeito possa ter habilidade pessoal limitada, sua recomen-
(C) será afetado pelo desenvolvimento da informáti- dação deve ser superior pela simples razão da vantagem de
ca. posição. Esta é a autoridade de posição”.
(D) não deverá se modificar, nas próximas décadas.
(E) deve se dar através de meras repetições e exer- Mas é óbvio que alguns homens têm habilidade supe-
cícios. rior. O seu conhecimento e a sua compreensão, indepen-
dentemente da posição, geram respeito. Os homens atribu-
18. Para o autor, neste novo cenário, o computador em autoridade ao que eles dizem, em uma organização,
apenas por esta razão. Esta é a autoridade de liderança.'
(A) terá maior eficácia educacional quanto mais jo- (Chester Barnard, The Functions of the Executive).
vem for o estudante.
(B) tende a substituir totalmente o professor em sala 23. Para o autor,
de aula.
(C) será a ferramenta de aprendizado para os profes- (A) autoridade de posição e autoridade de liderança
sores. são sinônimos.
(D) tende a ser mais utilizado por médicos. (B) autoridade de posição é uma autoridade superior
(E) será uma ferramenta acessória na educação. à autoridade de liderança.
(C) a autoridade de liderança se estabelece por ca-
19. Assinale a alternativa em que se chega a uma racterísticas individuais de alguns homens.
conclusão por um processo de dedução. (D) a autoridade de posição se estabelece por habili-
dades pessoais superiores de alguns líderes.
(A) Vejo um cisne branco, outro cisne branco, outro (E) tanto a autoridade de posição quanto a autoridade
cisne branco ... então todos os cisnes são bran- de liderança são ineficazes.
cos.
(B) Vi um cisne, então ele é branco. 24. Durante o texto, o autor procura mostrar que as
(C) Vi dois cisnes brancos, então outros cisnes de- pessoas
vem ser brancos.
(D) Todos os cisnes são brancos, então este cisne é (A) não costumam respeitar a autoridade de posição.
branco. (B) também respeitam autoridade que não esteja li-
(E) Todos os cisnes são brancos, então este cisne gada a posições hierárquicas superiores.
pode ser branco. (C) respeitam mais a autoridade de liderança do que
de posição.
20. Cátia é mais gorda do que Bruna. Vera é menos (D) acham incompatíveis os dois tipos de autoridade.
gorda do que Bruna. Logo, (E) confundem autoridade de posição e liderança.
(A) Vera é mais gorda do que Bruna. 25. Utilizando-se de um conjunto de hipóteses, um
(B) Cátia é menos gorda do que Bruna. cientista deduz uma predição sobre a ocorrência
(C) Bruna é mais gorda do que Cátia. de um certo eclipse solar. Todavia, sua predição
(D) Vera é menos gorda do que Cátia. mostra-se falsa. O cientista deve logicamente
(E) Bruna é menos gorda do que Vera. concluir que
21. Todo cavalo é um animal. Logo, (A) todas as hipóteses desse conjunto são falsas.
(B) a maioria das hipóteses desse conjunto é falsa.
(A) toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. (C) pelo menos uma hipótese desse conjunto é falsa.
(B) toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. (D) pelo menos uma hipótese desse conjunto é ver-
(C) todo animal é cavalo. dadeira.

Raciocínio Lógico 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(E) a maioria das hipóteses desse conjunto é verda- Pode-se, então, concluir que, necessariamente
deira. a) Y está contido em Z
b) X está contido em Z
26. Se Francisco desviou dinheiro da campanha as- c) Y está contido em Z ou em P
sistencial, então ele cometeu um grave delito. d) X não está contido nem em P nem em Y
Mas Francisco não desviou dinheiro da campanha e) X não está contido nem em Y e nem em Z
assistencial. Logo,
33- A operação Å x é definida como o dobro do quadrado de
(A) Francisco desviou dinheiro da campanha assis- x. Assim, o valor da expressão Å 21/2 - Å [ 1Å 2 ] é igual a
tencial. a) 0
(B) Francisco não cometeu um grave delito. b) 1
(C) Francisco cometeu um grave delito. c) 2
(D) alguém desviou dinheiro da campanha assisten- d) 4
cial. e) 6
(E) alguém não desviou dinheiro da campanha assis-
tencial. 34- Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de
um grupo de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e
27. Se Rodrigo mentiu, então ele é culpado. Logo, Tarso. Perguntados sobre quem era o culpado, cada um
deles respondeu:
(A) se Rodrigo não é culpado, então ele não mentiu. Armando: "Sou inocente"
(B) Rodrigo é culpado. Celso: "Edu é o culpado"
(C) se Rodrigo não mentiu. então ele não é culpado. Edu: "Tarso é o culpado"
(D) Rodrigo mentiu. Juarez: "Armando disse a verdade"
(E) se Rodrigo é culpado, então ele mentiu. Tarso: "Celso mentiu"
Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que
28. Continuando a seqüência de letras F, N, G, M, H . . todos os outros disseram a verdade, pode-se concluir que o
..., ..., temos, respectivamente, culpado é:
a) Armando
(A) O, P. b) Celso
(B) I, O. c) Edu
(C) E, P. d) Juarez
(D) L, I. e) Tarso
(E) D, L.
35- Três rapazes e duas moças vão ao cinema e desejam
29. Continuando a seqüência 4, 10, 28, 82, ..., temos sentar-se, os cinco, lado a lado, na mesma fila. O número de
maneiras pelas quais eles podem distribuir-se nos assentos
(A) 236. de modo que as duas moças fiquem juntas, uma ao lado da
(B) 244. outra, é igual a
(C) 246. a) 2
(D) 254. b) 4
(E) 256. c) 24
d) 48
30. Assinale a alternativa em que ocorre uma conclu- e) 120
são verdadeira (que corresponde à realidade) e o
argumento inválido (do ponto de vista lógico). 36- De um grupo de 200 estudantes, 80 estão matriculados
em Francês, 110 em Inglês e 40 não estão matriculados nem
(A) Sócrates é homem, e todo homem é mortal, por- em Inglês nem em Francês. Seleciona-se, ao acaso, um dos
tanto Sócrates é mortal. 200 estudantes. A probabilidade de que o estudante selecio-
(B) Toda pedra é um homem, pois alguma pedra é nado esteja matriculado em pelo menos uma dessas discipli-
um ser, e todo ser é homem. nas (isto é, em Inglês ou em Francês) é igual a
(C) Todo cachorro mia, e nenhum gato mia, portanto a) 30/200
cachorros não são gatos. b) 130/200
(D) Todo pensamento é um raciocínio, portanto, todo c) 150/200
pensamento é um movimento, visto que todos os d) 160/200
raciocínios são movimentos. e) 190/200
(E) Toda cadeira é um objeto, e todo objeto tem cinco
pés, portanto algumas cadeiras tem quatro pés. 37- Uma herança constituída de barras de ouro foi totalmente
dividida entre três irmãs: Ana, Beatriz e Camile. Ana, por ser
31 - Sabe-se que existe pelo menos um A que é B. Sabe-se, a mais velha, recebeu a metade das barras de ouro, e mais
também, que todo B é C. Segue-se, portanto, necessaria- meia barra. Após Ana ter recebido sua parte, Beatriz recebeu
mente que a metade do que sobrou, e mais meia barra. Coube a Camile
a) todo C é B o restante da herança, igual a uma barra e meia. Assim, o
b) todo C é A número de barras de ouro que Ana recebeu foi:
c) algum A é C a) 1
d) nada que não seja C é A b) 2
e) algum A não é C c) 3
d) 4
32- Considere as seguintes premissas (onde X, Y, Z e P são e) 5
conjuntos não vazios):
Premissa 1: "X está contido em Y e em Z, ou X está contido 38- Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre
em P" verdadeira, independentemente da verdade dos termos que
Premissa 2: "X não está contido em P" a compõem. Um exemplo de tautologia é:

Raciocínio Lógico 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo
b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo 45- Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é,
c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que:
gordo a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista
d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro
Guilherme é gordo c) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista
e) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é gordo d) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista
e) se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista
39- Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária
para a ocorrência de C e condição suficiente para a ocorrên- 46- Se Frederico é francês, então Alberto não é alemão. Ou
cia de D. Sabe-se, também, que a ocorrência de D é condi- Alberto é alemão, ou Egídio é espanhol. Se Pedro não é
ção necessária e suficiente para a ocorrência de A. Assim, português, então Frederico é francês. Ora, nem Egídio é
quando C ocorre, espanhol nem Isaura é italiana. Logo:
a) D ocorre e B não ocorre a) Pedro é português e Frederico é francês
b) D não ocorre ou A não ocorre b) Pedro é português e Alberto é alemão
c) B e A ocorrem c) Pedro não é português e Alberto é alemão
d) nem B nem D ocorrem d) Egídio é espanhol ou Frederico é francês
e) B não ocorre ou A não ocorre e) Se Alberto é alemão, Frederico é francês

40- Ou A=B, ou B=C, mas não ambos. Se B=D, então A=D. 47- Se Luís estuda História, então Pedro estuda Matemática.
Ora, B=D. Logo: Se Helena estuda Filosofia, então Jorge estuda Medicina.
a) B ¹ C Ora, Luís estuda História ou Helena estuda Filosofia. Logo,
b) B ¹ A segue-se necessariamente que:
c) C = A a) Pedro estuda Matemática ou Jorge estuda Medicina
d) C = D b) Pedro estuda Matemática e Jorge estuda Medicina
e) D ¹ A c) Se Luís não estuda História, então Jorge não estuda Me-
dicina
41- De três irmãos – José, Adriano e Caio –, sabe-se que ou d) Helena estuda Filosofia e Pedro estuda Matemática
José é o mais velho, ou Adriano é o mais moço. Sabe-se, e) Pedro estuda Matemática ou Helena não estuda Filosofia
também, que ou Adriano é o mais velho, ou Caio é o mais
velho. Então, o mais velho e o mais moço dos três irmãos 48- Se Pedro é inocente, então Lauro é inocente. Se Roberto
são, respectivamente: é inocente, então Sônia é inocente. Ora, Pedro é culpado ou
a) Caio e José Sônia é culpada. Segue-se logicamente, portanto, que:
b) Caio e Adriano a) Lauro é culpado e Sônia é culpada
c) Adriano e Caio b) Sônia é culpada e Roberto é inocente
d) Adriano e José c) Pedro é culpado ou Roberto é culpado
e) José e Adriano d) Se Roberto é culpado, então Lauro é culpado
e) Roberto é inocente se e somente se Lauro é inocente
42- Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é
florido, então o passarinho não canta. Ora, o passarinho 49- Maria tem três carros: um Gol, um Corsa e um Fiesta.
canta. Logo: Um dos carros é branco, o outro é preto, e o outro é azul.
a) o jardim é florido e o gato mia Sabe-se que: 1) ou o Gol é branco, ou o Fiesta é branco, 2)
b) o jardim é florido e o gato não mia ou o Gol é preto, ou o Corsa é azul, 3) ou o Fiesta é azul, ou
c) o jardim não é florido e o gato mia o Corsa é azul, 4) ou o Corsa é preto, ou o Fiesta é preto.
d) o jardim não é florido e o gato não mia Portanto, as cores do Gol, do Corsa e do Fiesta são, respec-
e) se o passarinho canta, então o gato não mia tivamente,
a) branco, preto, azul
43- Três amigos – Luís, Marcos e Nestor – são casados com b) preto, azul, branco
Teresa, Regina e Sandra (não necessariamente nesta or- c) azul, branco, preto
dem). Perguntados sobre os nomes das respectivas espo- d) preto, branco, azul
sas, os três fizeram as seguintes declarações: e) branco, azul, preto
Nestor: "Marcos é casado com Teresa"
Luís: "Nestor está mentindo, pois a esposa de Marcos é 50- Um rei diz a um jovem sábio: "dizei-me uma frase e se
Regina" ela for verdadeira prometo que vos darei ou um cavalo veloz,
Marcos: "Nestor e Luís mentiram, pois a minha esposa é ou uma linda espada, ou a mão da princesa; se ela for falsa,
Sandra" não vos darei nada". O jovem sábio disse, então: "Vossa
Sabendo-se que o marido de Sandra mentiu e que o marido Majestade não me dará nem o cavalo veloz, nem a linda
de Teresa disse a verdade, segue-se que as esposas de espada".
Luís, Marcos e Nestor são, respectivamente: Para manter a promessa feita, o rei:
a) Sandra, Teresa, Regina a) deve dar o cavalo veloz e a linda espada
b) Sandra, Regina, Teresa b) deve dar a mão da princesa, mas não o cavalo veloz nem
c) Regina, Sandra, Teresa a linda espada
d) Teresa, Regina, Sandra c) deve dar a mão da princesa e o cavalo veloz ou a linda
e) Teresa, Sandra, Regina espada
d) deve dar o cavalo veloz ou a linda espada, mas não a mão
44- A negação da afirmação condicional "se estiver choven- da princesa
do, eu levo o guarda-chuva" é: e) não deve dar nem o cavalo veloz, nem a linda espada,
a) se não estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva nem a mão da princesa
b) não está chovendo e eu levo o guarda-chuva
c) não está chovendo e eu não levo o guarda-chuva
d) se estiver chovendo, eu não levo o guarda-chuva
e) está chovendo e eu não levo o guarda-chuva

Raciocínio Lógico 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
RESPOSTAS 10 Escreva o número que falta.
01. B 11. C 21. B 31. C 41. B
02. A 12. C 22. E 32. B 42. C
03. C 13. D 23. C 33. C 43. D
04. E 14. A 24. B 34. E 44. E
05. E 15. A 25. C 35. D 45. A
06. B 16. D 26. E 36. D 46. B
07. B 17. C 27. A 37. E 47. A
08. D 18. A 28. D 38. A 48. C
09. C 19. D 29. B 39. C 49. E
10. B 20. D 30. E 40. A 50. B

TESTE DE HABILIDADE NUMÉRICA


11- Escreva o número que falta.
1. Escreva o número que falta. 4 5 7 11 19 ?
18 20 24 32 ?
12. Escreva o número que falta.
2. Escreva o número que falta. 6 7 9 13 21 ?

13. Escreva o número que falta.


4 8 6
6 2 4
8 6 ?

14. Escreva o número que falta.


64 48 40 36 34 ?

15 Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.


718 (26) 582
474 (. . .) 226

3. Escreva o número que falta. 16. Escreva o número que falta.


212 179 146 113 ?

4. Escreva o número que falta.

17 Escreva o número que falta.


15 13 12 11 9 9
?

18. Escreva o número que falta.


9 4 1
6 6 2
5. Escreva o número que falta. 1 9 ?
6 8 10 11 14 14
? 19 Escreva o número que falta.
11 12 14 ? 26 42
6. Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.
17 (112) 39 20. Escreva o número que falta.
28 ( . . . ) 49 8 5 2
4 2 0
7 Escreva o número que falta. 9 6 ?
7 13 24 45 ?
21 Escreva o número que falta.
8. Escreva o número que falta.
3 9 3
5 7 1
7 1 ?

9. Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.


234 (333) 567
345 (. . .) 678

Raciocínio Lógico 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
22 Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.
341 (250) 466 15 14. (Some os números de fora do parêntese e divida
282 (. . .) 398 por 50 para obter o número inserto no mesmo).

23 Escreva o número que falta. 16 3. (No sentido dos ponteiros do relógio, multiplique por
3).

17 6. (Existem duas séries alternadas: uma diminui de 3


em 3; a outra de 2 em 2).

18 4. (Cada fileira soma 14).


19 18. (Dobre cada termo e subtraia 10 para obter o se-
guinte).

20 3. (Os números diminuem em saltos iguais, 3 na pri-


meira fileira, 2 na segunda e 3 na terceira).

21 18. (Os números são o dobro de seus opostos diame-


tralmente).

24 Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 22 232. (Subtraia a parte esquerda da parte direita e
12 (336) 14 multiplique o resultado por dois).
15 (. . .) 16
23 21. (Os números aumentam em intervalos de 2, 4, 6 e
25 Escreva o número que falta. 8).
4 7 6
8 4 8 24 480. (O número inserto no parêntese é o dobro do
6 5 ? produto dos números de fora do mesmo).
25. 2. (A terceira coluna é o dobro da diferença entre a pri-
RESPOSTAS - TESTE DE HABILIDADE meira e a segunda).
NUMËRICA
TESTE DE HABILIDADE VÍSUO-ESPACIAL
1 48. (Some 2, 4, 8 e, finalmente 16).
1 Assinale a figura que não tem relação com as de-
2 24. (No sentido contrário aos ponteiros do relógio, os mais.
números aumentam em 2, 3, 4, 5 e 6).

3 80. (Subtraia 33 de cada número).

4 5. (Os braços para cima se somam e os para baixo se


subtraem, para obter o número da cabeça).

5 18. (Existem duas séries alternadas, uma que aumen-


ta de 4 em 4 e a outra de 3 em 3).

6 154. (Some os números de fora do parêntese e multi-


plique por 2).

7 86. (Multiplique o número por dois e subtraia 1, 2, 3 e 2 Assinale a figura que não tem relação com as de-
4). mais.
8 3. (Subtraia os números das duas primeiras colunas e
divida por 2).

9 333. (Subtraia o número da esquerda do número da


direita para obter o número inserto no parêntese).

10 5. (O número da cabeça é igual a semi--soma dos


números dos pés). 3 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais.
11 35. (A série aumenta em 1, 2, 4, 8 e 16 unidades su-
cessivamente).

12 37. (Multiplique cada termo por 2 e subtraia 5 para


obter o seguinte).

13 7. (Os números da terceira coluna são a semi-soma


dos números das outras duas colunas).

14 33. (A série diminui em 16, 8, 4, 2 e 1 sucessivamen- 4 Escolha, dentre as numeradas, a figura que corres-
te). ponde à incógnita.

Raciocínio Lógico 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
10 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais.

5 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.
11 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais.

6 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

12 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

7 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

13 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

8 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

14 Assinale a figura que não tem relação com as de-


9 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais.
mais.

* Não ter relação no sentido de não conservar as


mesmas relações com as demais, por questão de detalhe,
posição etc.

Raciocínio Lógico 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
15 Assinale a figura que não tem relação com as de- 21 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais. mais.

16 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

22 Assinale a figura que não tem relação com as de-


17 Assinale a figura que não tem relação com as de- mais.
mais.

18 Assinale a figura que não tem relação com as de- 23 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais. mais.

19. Assinale a figura que não tem relação com as demais. 24 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais.

20 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais. 25 Assinale afigura que não tem relação com es de-
mais.

Raciocínio Lógico 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
26 Assinale a figura que não tem relação com as de- RESPOSTAS - TESTE DE HABILIDADE VÍSUO - ES-
mais. PACIAL

1 4. (Todas as outras figuras podem inverterem-se sem


qualquer diferença).

2 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

3 4 . (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

4 1. (A figura principal gira 180° e o círculo pequeno passa


para o outro lado).

5 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).
27 Assinale a figura que não tem relação com as de- 6. 4. (A figura gira 90° cada vez, em sentido contrario aos
mais. ponteiros do relógio, exceto a 4 que gira no sentido dos
mencionados ponteiros).

7 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

8 4. (A figura gira 90° cada vez em sentido contrario aos


ponteiros do relógio, exceto o 4 que gira no mesmo senti-
do dos mencionados ponteiros).
28 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais. 9 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem no plano do papel).

10 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

11 3. (As outras três figuras são esquemas de urna mão


esquerda; a de n.° 3 é o esquema de urna mão direita).

12 3. (A figura gira 45° cada vez em sentido contrario aos


ponteiros do relógio, porém o sombreado preto avança
urna posição a mais, exceto em 3, que é, portanto, a figu-
ra que não corresponde as demais).

13 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).
29 Assinale a figura que não tem relação com as de-
14 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
mais.
rem).

15 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

16 5. (O conjunto completo de 4 círculos gira num ângulo de


90° cada vez. Em 5 os círculos com + e o com x trocaram
suas posições. Em todas as demais figuras o + está na
30 Escolha, dentre as figuras numeradas, a que cor- mesma fileira que o círculo preto).
responde à incógnita.
17 6. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem).

18 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

19 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

20 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

21 5. (1 e 3, e 2 e 4 são duplas que podem se sobreporem


girando 45°. A figura 5 não pode sobrepor-se porque a
cruz e o circulo interiores ficariam em posição dife-

Raciocínio Lógico 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
rente). _______________________________________________________

22 4. (Os setores preto, branco ou hachur giram em sentido _______________________________________________________


contrario aos ponteiros do relógio; na figura 4 os setores _______________________________________________________
branco e hachur estão em posição diferente).
_______________________________________________________
23 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- _______________________________________________________
rem).
_______________________________________________________
24 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
_______________________________________________________
rem).
_______________________________________________________
25 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). _______________________________________________________
_______________________________________________________
26 3. (1 e 4 formam urna dupla e o mesmo ocorre com 2 e 5.
Em cada dupla os retângulos preto e hachur alternam _______________________________________________________
sua posição; a figura 3 tem o sombreado em posição dife- _______________________________________________________
rente).
______________________________________________________
27 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). _______________________________________________________
_______________________________________________________
28 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).
_______________________________________________________
29 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- _______________________________________________________
rem).
_______________________________________________________
30. (A figura principal gira no sentido dos ponteiros do reló-
_______________________________________________________
gio; a seta, no sentido contrario).
_______________________________________________________
BIBLIOGRAFIA
_______________________________________________________
Os testes acima foram extraídos da coleção “FAÇA SEU _______________________________________________________
TESTE”, da EDITORA MESTRE JOU – SÃO PAULO – SP.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

Raciocínio Lógico 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________

Raciocínio Lógico 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CONHECIMENTOS GERAIS: Demandas Comuns em Políticas Públicas
I - Elementos da política e do cotidiano brasileiros (políticas públi- Demandas novas - Para Maria das Graças Rua, no artigo Análise de
cas, acontecimentos relevantes nacionais e regionais). Políticas Públicas, correspondem àquelas que resultam do surgimento de
II - Cultura e sociedade brasileira (música, literatura, artes, arquite- novos atores políticos ou novos problemas.
tura, rádio, cinema, teatro, jornais, revistas e televisão). Demandas recorrentes- Também segundo Graças Rua são aquelas
III - Aspectos relevantes da História do Brasil (descobertas e inova- que expressam problemas não resolvidos ou mal resolvidos.
ções científicas na atualidade e seus impactos na sociedade con-
Demandas reprimidas- Ainda segundo Graças Rua, são aquelas
temporânea). constituídas sob um estado de coisas ou por não-decisão.
IV - Panorama da economia nacional (aspectos locais e aspectos
globais). Tipos de Políticas Públicas
a) Industrial; b) Agrícola; c) Monetária; d) Assistência Social;
I - Elementos da política e do cotidiano brasileiros (políti- Institucional; e) Educacional; f) Saúde; g) Ambiental, Etc.
cas públicas, acontecimentos relevantes nacionais e Arenas de Políticas Públicas
regionais). Definição: São espaços dedicados a debates, disputas ou mesmo
Política pública contendas políticas. Este espaço pode ser virtual (campanhas políticas) real
(debates televisionados) ou midiático(onde os políticos/candidatos são
Os estudos sobre política pública são ainda muito recentes, notícia, compram espaço ou usam os direitos constitucionais para
especialmente no Brasil, e existem ainda muitas divergências conceituais e defenderem-se de eventuais acusações.
é necessário discutir, pensar e repensar sobre o tema.1
a)distributivas; b) redistributivas; c) regulatórias; d)constitutivas;
Segundo Secchi (2010, p. 2) “alguns atores e pesquisadores defendem e)saúde
a abordagem estatista, enquanto outros defendem abordagens
multicêntricas no que se refere ao protagonismo no estabelecimento de Fases ou Ciclo das Políticas Públicas
políticas públicas”. a)formação da agenda; b)formulação; c)implementação;
A discussão sobre o tema certamente ainda vai durar muito tempo e d)monitoramento; e) avaliação;
receberá atenção de muitos estudiosos. Como sugestão, enquanto não se As Políticas Públicas podem ser compreendidas como um sistema
uniformiza os conceitos, apresenta-se para cada abordagem - multicêntrica (conjunto de elementos que se interligam, com vistas ao cumprimento de
e estatista -, novas denominações, buscando maior esclarecimento sobre a um fim: o bem-comum da população a quem se destinam), ou mesmo como
política a partir do nome. Para a abordagem estatista sugere-se dois um processo, pois tem ritos e passos, encadeados, objetivando uma
nomes: política pública estatal para as políticas cujo ator protagonista seja finalidade. Estes normalmente estão associados à passos importantes
o Estado (mesmo que para os adotam a abordagem estatista neste nome como a sua concepção, a negociação de interlocutores úteis ao
contenha um pleonasmo); e política privada de interesse público para as desenvolvimento (técnicos, patrocinadores, associações da sociedade civil
políticas cujo ator protagonista não seja o estado, mas tenham o objetivo de e demais parceiros institucionais), a pesquisa de soluções aplicáveis, uma
enfrentar um problema da sociedade. agenda de consultas públicas (que é uma fase importante do processo de
Para a abordagem multicêntrica sugere-se os nomes: política pública legitimação do programa no espaço público democrático), a eleição de
estatal para as políticas que tendo o objetivo de enfrentar um problema da opções razoáveis e aptas para o atingimento da finalidade, a orçamentação
sociedade tenha como ator protagonista o Estado; e política pública não e busca de meios ou parceiros para o suporte dos programas, oportunidade
estatal para aquelas que, com o mesmo objetivo, não tenha como ator em que se fixam os objetivos e as metas de avaliação. Finalmente, a
protagonista o Estado. implementação direta e/ou associada, durante o prazo estimado e
combinado com os gestores e financiadores, o monitoramento
A política pública estatal pode ser conceituada como o conjunto de (acompanhamento e reajustamento de linhas - refinamento) e a sua
ações desencadeadas pelo Estado, no caso brasileiro, nas escalas federal, avaliação final, com dados objetivamente mensuráveis (Faria, J H).
estadual e municipal, com vistas ao atendimento a determinados setores da
sociedade civil. Elas podem ser desenvolvidas em parcerias com Atores em Políticas Públicas
organizações não governamentais e, como se verifica mais recentemente, Os atores políticos são as partes envolvidas nos conflitos. Porém nem
com a iniciativa privada. sempre as Políticas Públicas emergem de conflitos. Elas são, no fundo, um
Cabe ao Estado propor ações preventivas diante de situações de risco processo, com múltiplos atores sociais, que atuam de modo concertado.
à sociedade por meio de políticas públicas. O contratualismo gera esta Daí o termo "concertação" muitas vezes encontrado na literatura sobre o
expectativa, ainda mais na América Latina, marcada por práticas populistas tema.
no século XX. No caso das mudanças climáticas, por exemplo, é dever do Esses atores ao atuarem em conjunto após o estabelecimento de um
Estado indicar alternativas que diminuam as conseqüências que elas trarão projeto a ser desenvolvido onde estão claras as necessidade e obrigações
à população do Brasil, em especial para a mais pobre, que será mais das partes chegam a um estágio de harmonia que viabiliza a política
atingida. pública. (Ferreira, 2008)
Porém, não resta dúvida que diversas forças sociais integram o Estado. Atores Públicos Políticos Eleitos, Burocratas, Tecnocratas ,
Elas representam agentes com posições muitas vezes antagônicas. deputados e outros
Também é preciso ter claro que as decisões acabam por privilegiar
determinados setores, nem sempre voltados à maioria da população. Atores Privados Empresários, trabalhadores etc.
Analisar ações em escalas diferentes de gestão permite identificar John W. Kingdon em seu livro separa os atores políticos em visíveis e
oportunidades, prioridades e lacunas. Além disso, ela possibilita ter uma invisíveis.
visão ampla das ações governamentais em situações distintas da realidade
Atualmente, as políticas públicas vem tendo maior visibilidade tanto no
brasileira que, além de complexa, apresenta enorme diversidade natural,
âmbito acadêmico quanto nos jornais. Isto pois, com a diminuição da inter-
social, política e econômica que gera pressões nos diversos níveis de
venção estatal, a maior cobrança para que os governos tenham equilíbrio
gestão. As forças políticas devem ser identificadas para compreender os
em seus orçamentos e a falta políticas capazes de promoverem, ao mesmo
reais objetivos das medidas aplicadas relacionadas às mudanças climáticas
tempo, desenvolvimento e econômico e inclusão social, levaram a reflexão
no Brasil.
sobre a implementação e o processo decisório de políticas públicas para
Uma área das Ciências Sociais que estuda: cumprir tais tarefas. Mas, o que são políticas públicas? São políticas soci-
ais? Onde surgiram? Como analisá-las? Para responder a estas questões,

Conhecimentos Gerais 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vamos mapear como a literatura clássica e recente trata a temática “Política
Pública” e compreender o que significa e qual a origem do conceito.

A política pública como área de conhecimento acadêmico nasce nos


Estados Unidos por meio da reflexão sobre a ação do governo e não do
Estado. Devemos aqui diferenciar governo de Estado. Governo é um grupo
que ganha uma eleição e fica por tempo determinado no poder. Já Estado é
a estrutura, a instituição a qual o governo representa; é a nação politica-
mente organizada. Assim, tanto ações (o fazer) quanto inações (o não
fazer) dos governos são passíveis de serem formulados cientificamente e
de serem analisados por pesquisadores independentes.
Os primeiros a realizarem estudos na área buscaram conciliar o conhe-
cimento acadêmico com a prática (Harold Laswell); expuseram como pro-
blema a formulação de políticas públicas informações incompletas e o
autointeresse daqueles que fazem a política (Herbert Simon); inseriram na
análise as eleições, os partidos políticos e os grupos de interesse (Charles
Lindbolm); e definiram políticas públicas como um sistema, como uma
relação entre a formulação da política, seus resultados e o ambiente em
que ela foi implantada (David Easton):

Modelo Garbage Can (lata de lixo) – neste modelo temos vários


problemas e poucas soluções, assim são as soluções que procuram os
problemas e acabam sendo um método de tentativa e erro;
Coalizões de Defesa – a política pública é vista aqui como um
conjunto de subsistemas que se articulam com acontecimentos exter-
nos. Cada subsistema é composto por um número de coalizões de de-
fesa que se diferenciam por seus valores, crenças e ideias;

Deste modo, vemos que este campo de estudo é multidisciplinar, po- Arenas Sociais – temos neste modelo a política pública como
dendo ser objeto de várias áreas e analisado por diversos olhares, entre os uma iniciativa de Empreendedores Políticos, que são pessoas que
quais a sociologia, a política e a economia. mostram o problema e buscam soluções por meio de 3 mecanismos:
Divulgação de indicadores; Repetição continuada do problema; Feed-
E afinal, o que são políticas públicas? Resumidamente, é o “campo do back que mostre falhas ou resultados ruins. Estes empreendedores po-
líticos divulgam o problema e tentam obter apoio a sua causa pelas re-
conhecimento que busca colocar o ‘governo em ação’ e/ou analisar essa des sociais, mas não só as da internet;
ação e propor mudanças no rumo ou curso dessas ações” (p. 69). Logo, “a Modelo “Equilíbrio Interrompido” – os formuladores deste mo-
formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em que governos delo acreditam que as políticas públicas surgem em momentos onde a
democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em pro- estabilidade deu lugar a instabilidade, ou seja, momentos de crise, ge-
gramas e ações, que produzirão resultados ou mudanças no mundo real” rando mudança na política anterior. Para tanto, a mídia tem um papel
(p. 69). Ou seja, é o estudo do processo (do por que e do como) e não das fundamental na construção da imagem sobre a decisão ou política pú-
consequências. blica (policy image);

Souza nos apresenta 9 modelos de análise de políticas públicas. São “Gerencialismo Político” e Ajuste Fiscal – tais modelos estão
eles: voltados a busca de eficiência, que deve ser o objetivo principal de
qualquer política pública. Além da eficiência, a credibilidade também é
Modelo de Lowi – “a política pública faz a política”. Lowi nos a- importante, sendo possível com o estabelecimento de regras claras;
presenta 4 formatos de política pública: Distributivas (que não conside-
ram limitações de recursos e acabam privilegiando grupos específicos); Neoinstitucionalismo – enfatiza a importância das instituições e
Regulatórias (que envolvem políticos e grupos de interesse); Redistri- regras, as quais moldam o comportamento doas atores. A luta pelo po-
butivas (que são as políticas sociais universais); e Constitutivas (que li- der e recursos é medida pelas instituições que acaba privilegiando
dam com procedimentos); grupos.

Incrementalismo – Lindblom acredita que as políticas públicas Vale ressaltar que não devemos escolher primeiro a teoria e depois
não nascem do zero, mas de decisões marginais. Com isto, há uma tentar encaixar o problema nela. A teoria deve ser apenas uma lente para
manutenção de estruturas antigas e as decisões futuras são constran- nos auxiliar a compreender melhor a realidade, devendo ser escolhida de
gidas e limitadas pelas decisões passadas; acordo com o problema que queremos analisar. Por exemplo: no caso do
problema dos buracos no asfalto de Marília, teorias que não levem em
Ciclo da Política Pública – o ciclo passa por vários estágios e consideração a eficiência do serviço e o clamor popular, devido a quantida-
constitui um processo dinâmico e de aprendizado. O foco é no primeiro de extremamente alta de buracos, não produzirão boas análises.
estágio a definição da agenda, que pode ocorrer através do reconhe-
cimento do problema; da construção política da necessidade de se re- Nesta perspectiva, os elementos principais das Políticas Públicas são:
solver o problema; e pelos participantes (políticos, mídia, grupos de in- A distinção entre o que o Governo pretende fazer e o que de fato
teresse). Desta forma, o ciclo é: faz;
O envolvimento de diversos atores (formais e informais);
A abrangência – não se limita a leis e regras;

Conhecimentos Gerais 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A ação intencional e de longo prazo; Cumprirá pena em regime fechado Vinícius Samarane, ex-vice-
presidente do Banco Rural.
Os processos: Decisão – Proposição – Implementação – Execu-
ção – Avaliação; Cumprirão pena em regime semiaberto (em que se deve passar a noite
na prisão) os ex-deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ), Pedro Corrêa (PP-
É diferente de política social, que estuda as consequências, os PE), Romeu Queiroz (PTB-MG), Bispo Rodrigues (PR-RJ), os deputados
problemas sociais – a política social é um tipo de política pública e não federais Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT); o ex-
contrário. tesoureiro do PL Jacinto Lamas e o advogado Rogério Tolentino.
Portanto, este campo do conhecimento busca integrar 4 elementos: a Dois réus com uma única condenação cujos recursos ainda serão ana-
política pública (policy); a política (politics); a sociedade política (polity); e as lisados não começarão a cumprir penas: o empresário Breno Fischberg e o
instituições que as regem) e tem como foco analítico a identificação do ex-assessor do PP Claudio Genu.
problema que a política visa corrigir; a chegada do problema ao sistema
político (politics) e à sociedade política; o processo percorrido; e as institui- O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) teve nesta quarta um recurso
ções e regras que modelarão a decisão e a implementação da política aceito e também não começará a cumprir a pena imediatamente.
pública. Camilla Geraldello
Após o Supremo Tribunal Federal expedir 12 mandados de prisão
Brasil cai três posições em ranking global de corrupção relativos ao processo do mensalão, apenas um dos condenados, o ex-
diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, não se
Entre 177 países avaliados, o país passou da 69.ª para a 72.ª coloca- apresentou à Polícia Federal. Segundo seu advogado, ele estaria
ção no ranking sobre a percepção mundial sobre a corrupção foragido na Itália.
Jamil Chade e correspondente, d Pizzolato foi o primeiro a ter a prisão decretada pelo STF e foi conde-
Genebra - A percepção mundial sobre a corrupção no Brasil piorou em nado a 12 anos e sete meses de reclusão em regime fechado, além de
2013 de acordo com a classificação da entidade Transparência Internacio- multa de R$ 1,3 milhão, pelos crimes de corrupção passiva, peculato e
nal. Entre 177 países avaliados, o País caiu três posições, da 69.ª para a lavagem de dinheiro.
72.ª colocação no ranking que mede justamente as economias mais limpas O advogado do ex-diretor do BB, Marthius Sávio Lobato, confirmou, no
do mundo. final da manhã de sábado, que havia recebido informações de familiares de
O ranking, que será publicado hoje, é o principal termômetro usado por Pizzolato que ele teria deixado o país rumo à Itália. Ele tem dupla-
instituições internacionais como uma base para medir a corrupção nos nacionalidade.
países, além de avaliar possibilidades de investimento e a credibilidade do "Por não vislumbrar a mínima chance de ter julgamento afastado de
sistema político. motivações político-eleitorais, (...) decidi consciente e voluntariamente fazer
Quanto mais alto na classificação, mais "limpo" seria o país. O índice valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na
de percepção da corrupção é realizado a partir de oito pesquisas separa- Itália, em um tribunal que não se submete às imposições da mídia empre-
das, conduzidas com empresários, investidores e especialistas. sarial", diz Pizzolato na carta.

Neste ano, o ranking trouxe o Brasil com 42 pontos. No ano passado, o Mais cedo, o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Delúbio
saldo da avaliação era um pouco melhor - o País somava 43 pontos. De Soares, se entregou na sede da PF em Brasília. Ele foi condenado a oito
acordo com a metodologia da entidade, países com uma pontuação abaixo anos e 11 meses de prisão em regime semi-aberto pelos crimes de corrup-
de 50 teriam uma situação de corrupção considerada "grave". ção ativa e formação de quadrilha.

Quanto mais alta a pontuação, mais "limpo" o país. Para Alejandro Sa- Na noite de sexta-feira, outros dez condenados, entre eles José Dirceu,
las, representante da Transparência Internacional, o resultado da pesquisa José Genoíno e Marcos Valério, se apresentaram à PF.
"não é nada bom para o Brasil". Também já se entregaram os sócios de Valério, Cristiano de Mello Paz
"O País se apresenta como uma das principais economias do mundo e e Ramon Hollerbach, e sua ex-funcionária Simone Vasconcelos; a dona do
quer ocupar uma posição geopolítica importante. Não é uma boa notícia banco Rural, Kátia Rabello, e o ex-diretor do banco, José Roberto Salgado;
que fique na parte inferior do ranking", afirmou. As informações são do o ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas e o ex-deputado Romeu
jornal O Estado de S. Paulo. Queiroz (PTB-MG).

Numa sessão longa, tumultuada e com desfecho confuso, o Su- A expedição dos mandados ocorreu após a publicação, no fim da tarde
premo Tribunal Federal (STF) determinou nesta quarta-feira que réus de quinta-feira, do resultado do julgamento realizado na véspera, que
condenados no julgamento do mensalão devem começar a cumprir as determinou a prisão de parte dos condenados no processo do mensalão.
penas imediatamente. O texto da publicação afirma que, "por unanimidade", os ministros de-
No entanto, não está claro qual o alcance exato da decisão e como ela cidiram pela "executoriedade imediata" das penas "que não foram objeto de
afetará réus que ainda terão analisados os recursos chamados de embar- embargos infringentes". Além disso, "por maioria", eles decidiram que não
gos infringentes. O presidente do STF, Joaquim Barbosa, disse que escla- podem ser executadas "as condenações que já foram impugnadas por meio
receria a posição da corte na quinta-feira. de embargos infringentes".

Após a sessão, o STF anunciou em sua conta no Twitter que o cum- Dirceu
primento imediato das penas se aplica a todas as condenações, exceto as Na noite de sexta-feira, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, se en-
objetos dos embargos infringentes. tregou a agentes da Polícia Federal em São Paulo.
Nesse caso, mesmo réus que ainda aguardam o julgamento de embar- Dirceu afirmou por meio de nota que foi condenado sem provas. Ele
gos infringentes – como o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado José disse ainda que, mesmo preso, permanecerá lutando para provar sua
Genoino – já passariam a cumprir pena. inocência.
Isso porque eles foram condenados por mais de um crime, e nem todas Assessores de Genoino distribuíram um comunicado em que o ex-
as condenações serão objeto desses recursos. Os embargos infringentes presidente do PT alega inocência e se considera um "preso político".
só são cabíveis em condenações ocorridas com pelo menos quatro votos
contrários de ministros do STF. Uma nota divulgada por assessores do presidente Nacional do PT, Rui
Falcão, informou que as prisões ferem o princípio da ampla defesa - pois
Recursos esgotados nem todos os recursos à sentença haviam sido esgotados. O partido classi-
Outros 12 dos 25 réus condenados não podem apresentar mais recur- fica o julgamento como "injusto" e "político".
sos e não têm mais nenhuma instância para recorrer.

Conhecimentos Gerais 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
política (nota 5,0) e cultura política (nota 4,3). O desempenho do Brasil em
participação política é comparável ao de Malauí e Uganda, considerados
"regimes híbridos", enquanto o desempenho em cultura política é
comparável ao de Cuba, considerado um regime autoritário.No entanto, a
média geral do país (nota 7,1) é inferior somente à do Uruguai (nota 8,1) e
do Chile (nota 7,6) na América do Sul. Dentre os BRIC, apenas
a Índia (nota 7,2) possui desempenho melhor. De fato, em relação aos
BRIC, a revista já havia elogiado a democracia do país anteriormente,
afirmando que "em alguns aspectos, o Brasil é o mais estável dos BRIC.
Diferentemente da China e da Rússia, é uma democracia genuína;
diferentemente da Índia, não possui nenhum conflito sério com seus
vizinhos".

José Dirceu e José Genoino divulgaram notas alegando inocência pouco antesOdeBrasil é percebido como o 75º país menos corrupto do mundo,
se entregarem
perdendo para Romênia, Grécia, Macedônia e Bulgária por apenas um
Mais cedo, o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, havia de- décimo. O país está empatado com os países sul-americanos da Colômbia,
terminado a prisão de 12 réus do processo. do Peru e do Suriname, e ganha da Argentina (106°), da Bolívia (120°),
da Guiana (126°), do Equador (146°), do Paraguai (154°) e
Dirceu e Genoino devem cumprir pena em regime semiaberto, ou seja, da Venezuela (162°) na região. O Brasil ainda está em situação melhor que
poderão trabalhar durante o dia, mas terão de retornar à prisão para dormir. todos os outros países do BRIC. A China se encontra 80º lugar, a Índia em
Dirceu foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão, além de multa de R$ 84° e a Rússia em 146°.
676 mil. A sentença de Genoino foi de seis anos e 11 meses com multa de
R$ 468 mil. Organização
No momento da divulgação das ordens, Dirceu estava em sua casa em O Estado brasileiro é dividido primordialmente em três esferas de
Vinhedo, no interior de São Paulo. Ele se dirigiu de carro com assessores poder: o Poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O chefe do Poder
para a Superintendência da Polícia Federal na Lapa, onde se entregou. Executivo é o presidente da República, eleito pelo voto direto para um
mandato de quatro anos, renovável por mais quatro. Na esfera estadual o
Dirceu e Genoino permaneceram na carceragem da PF em São Paulo Executivo é exercido pelos governadores dos estados; e na esfera
até serem transferidos para Brasília, onde chegaram na tarde deste sábado municipal pelos prefeitos. O Poder Legislativo é composto, em âmbito
em um jato da PF. A transferência ocorreu pois a competência de lidar com federal, pelo Congresso Nacional, sendo este bicameral: dividido entre
os detentos é da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. João a Câmara dos Deputados e o Senado. Para a Câmara, são eleitos
Fellet - Da BBC Brasil em São Paulo os deputados federais para dividirem as cadeiras em uma razão de modo a
respeitar ao máximo as diferenças entre as vinte e sete Unidades da
Federação, para um período de quatro anos. Já no Senado, cada estado é
O Brasil é uma república federal presidencialista, de representado por 3 senadores para um mandato de oito anos cada. Em
regime democrático-representativo. Em nível federal, o poder executivo é âmbito estadual, o Legislativo é exercido pelas Assembleias Legislativas
exercido pelo Presidente. É uma república porque o Chefe de Estado é Estaduais; e em âmbito municipal, pelas Câmaras Municipais.
eletivo e temporário. O Estado brasileiro é uma federação pois é composto
de estados dotados de autonomia política garantida pela Constituição Unidades federativas
Federal e do poder de promulgar suas próprias Constituições. É uma O Brasil possui vinte e seis estados e um Distrito Federal, indissolúveis,
república presidencial porque as funções de chefe de Estado e chefe de cada qual com um Governador eleito pelo voto direto para um mandato de
governo estão reunidas em um único órgão: o Presidente da República. É quatro anos renovável por mais quatro, assim como acontece com
uma democracia representativa porque o povo dificilmente exerce sua os Prefeitos. Tanto os estados quanto os municípios têm apenas uma casa
soberania, apenas elegendo o chefe do poder executivo e os seus parlamentar: no nível estadual os deputados estaduais são eleitos para 4
representantes nos órgãos legislativos, como também diretamente, anos na Assembleia Legislativa e no nível municipal, os vereadores são
mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. Isso acontece eleitos para a Câmara Municipal para igual período.
raramente, o que não caracteriza uma democracia representativa.
Poder Judiciário
Finalmente, há o Poder Judiciário , cuja instância máxima é o Supremo
Tribunal Federal , responsável por interpretar a Constituição Federal e
composto de onze Ministros indicados pelo Presidente sob referendo do
Senado, dentre indIvÍduos de renomado saber jurídico. A composição dos
ministros do STF não é completamente renovada a cada mandato
presidencial: o presidente somente indica um novo ministro quando um
deles se aposenta ou vem a falecer.

640 × 652 - rcjoinville.blogspot.com


Indicadores
De acordo com o Índice de Democracia, compilado pela revista
britânica The Economist, o Brasil possui desempenho elevado nos quesitos
pluralismo no processo eleitoral (nota 9,5) e liberdades civis (nota 9,1). O
país possui nota acima da média em funcionalidade do governo (nota
7,5). No entanto, possui desempenho inferior nos quesitos participação

Conhecimentos Gerais 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Economia século XIX (cerca de 3 milhões de escravos africanos importados no total).
Desde então, o Brasil viveu um período de crescimento econômico e
demográfico forte, acompanhado de imigração em massa da
Europa (principalmente Portugal, Itália, Espanha e Alemanha) até os anos
1930. Na América, os Estados Unidos, o Brasil, o Canadá e
a Argentina (em ordem decrescente) foram os países que receberam a
maioria dos imigrantes. No caso do Brasil, as estatísticas mostram que 4,5
milhões de pessoas emigraram para o país entre 1882 e 1934.
Atualmente, com uma população de 190 milhões e recursos
naturais abundantes, o Brasil é um dos dez maiores mercados do mundo,
produzindo 35 milhões de toneladas de aço, 26 milhões de toneladas de
cimento, 3,5 milhões de aparelhos de televisão e 5 milhões de geladeiras.
Além disso, cerca de 70 milhões de metros cúbicos de petróleo estão
sendo processados anualmente em combustíveis, lubrificantes,
gás propano e uma ampla gama de mais de cem produtos petroquímicos.
Além disso, o Brasil tem pelo menos 161.500 quilômetros de estradas
386 × 300 - jcnet.com.br pavimentadas e mais de 108.000 megawatts de capacidade instalada
de energia elétrica.
A economia do Brasil tem um mercado livre e exportador. Com
um PIB nominal de 2,48 trilhões de dólares (4,14 trilhões de reais), foi Seu PIB real per capita ultrapassou US$ 8.000 em 2008, devido à forte
classificada como a sexta maior economia do mundo em 2011, segundo e continuada valorização do real, pela primeira vez nesta década. Suas
o FMI (considerando o PIB de 2,09 trilhões de dólares, para 2010) , ou a contas do setor industrial respondem por três quintos da produção industrial
sétima, de acordo com o Banco Mundial (também considerando um PIB de da economia latino-americana. O desenvolvimento científico e
2.09 trilhões de dólares em 2010) e o World Factbook da CIA (estimando o tecnológico do país é um atrativo para o investimento direto estrangeiro,
PIB de 2011 em 2,28 trilhões de dólares). É a segunda maior do continente que teve uma média de US$ 30 bilhões por ano nos últimos anos, em
americano, atrás apenas dos Estados Unidos. comparação com apenas US$ 2 bilhões/ano na década
passada,evidenciando um crescimento notável. O setor agrícola, também
A economia brasileira tem apresentado um crescimento consistente e,
tem sido notavelmente dinâmico: há duas décadas esse setor tem mantido
segundo o banco de investimento Goldman Sachs, deve tornar-se a quarta
Brasil entre os países com maior produtividade em áreas relacionadas ao
maior do mundo por volta de 2050.
setor rural. O setor agrícola e o setor de mineração também
O Brasil é uma das chamadas potências emergentes: é o "B" do apoiaram superávits comerciais que permitiram ganhos cambiais maciços e
grupo BRICS. É membro de diversas organizações econômicas, como pagamentos da dívida externa.
o Mercosul, a UNASUL, o G8+5, o G20 e o Grupo de Cairns. Tem centenas
Com um grau de desigualdade ainda grande, a economia brasileira
de parceiros comerciais, e cerca de 60% das exportações do país referem-
tornou-se uma das maiores do mundo. De acordo com a lista de bilionários
se a produtos manufaturados e semimanufaturados. Os principais parceiros
da revista Forbes de 2011, o Brasil é o oitavo país do mundo em número de
comerciais do Brasil em 2008 foram:Mercosul e América Latina (25,9% do
bilionários, à frente inclusive do Japão, com um número bastante superior
comércio), União Europeia (23,4%), Ásia (18,9%), Estados Unidos (14,0%)
aos dos demais países latino americanos.
e outros (17,8%).
Componentes da economia
Segundo o Fórum Econômico Mundial, o Brasil foi o país que mais
aumentou sua competitividade em 2009, ganhando oito posições entre O setor de serviços responde pela maior parte do PIB, com 66,8%,
outros países, superando a Rússia pela primeira vez e fechando seguido pelo setor industrial, com 29,7% (estimativa para 2007), enquanto
parcialmente a diferença de competitividade com a Índia e a agricultura representa 3,5% (2008 est). A força de trabalho brasileira é
a China, economias BRIC . Importantes passos dados desde a década de estimada em 100,77 milhões, dos quais 10% são ocupados na agricultura,
1990 para a sustentabilidade fiscal, bem como as medidas tomadas para 19% no setor da indústria e 71% no setor de serviços.
liberalizar e abrir a economia, impulsionaram significativamente os
fundamentos do país em matéria de competitividade, proporcionando um Agricultura e produção de alimentos
melhor ambiente para o desenvolvimento do setor privado.
O país dispõe de setor tecnológico sofisticado e desenvolve projetos
que vão desde submarinos a aeronaves (a Embraer é a terceira maior
empresa fabricante de aviões no mundo). O Brasil também está envolvido
na pesquisa espacial. Possui um centro de lançamento de satélites e foi o
único país do Hemisfério Sul a integrar a equipe responsável pela
construção do Estação Espacial Internacional (EEI).[25] É também o
pioneiro na introdução, em sua matriz energética, de um biocombustível – o
etanol produzido a partir da cana-de-açúcar.Em 2008, a Petrobrás criou a
subsidiária, a Petrobrás Biocombustível, que tem como objetivo principal a
produção de biodiesel e etanol, a partir de fontes renováveis,
como biomassa e produtos agrícolas.
História
Quando os exploradores portugueses chegaram no século XV, 720 × 540 - not1.xpg.com.br
as tribos indígenas do Brasil totalizavam cerca de 2,5 milhões de pessoas,
que praticamente viviam de maneira inalterada desde a Idade da Pedra. Da O desempenho da agricultura brasileira põe o agronegócio em uma
colonização portuguesa do Brasil (1500-1822) até o final dos anos 1930, os posição de destaque em termos de saldo comercial do Brasil, apesar das
elementos de mercado da economia brasileira basearam-se na produção barreiras alfandegárias e das políticas de subsídios adotadas por
de produtos primários para exportação. Dentro do Império Português, o alguns países desenvolvidos. Em 2010, segundo a OMC o país foi o
Brasil era uma colônia submetida a uma política imperial mercantil, que terceiro maior exportador agrícola do mundo, atrás apenas de Estados
tinha três principais grandes ciclos de produção econômica - o açúcar, Unidos e da União Europeia.
o ouro e, a partir do início do século XIX, o café. A economia do Brasil foi No espaço de cinquenta e cinco anos (de 1950 a 2005), a população
fortemente dependente do trabalho escravizado Africano até o final do brasileira passou de aproximadamente 52 milhões para cerca de 185

Conhecimentos Gerais 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
milhões de indivíduos, ou seja, um crescimento demográfico médio de 2% O Brasil possui também um diversificado e relativamente
ao ano. A fim de atender a essa demanda, uma autêntica revolução sofisticado setor de serviços. Durante a década de 1990, o setor
verde teve lugar, permitindo que o país criasse e expandisse seu complexo bancário representou 16% do PIB. Apesar de sofrer uma grande
setor de agronegócio. No entanto, a expansão da fronteira agrícola se deu reformulação, a indústria de serviços financeiros do Brasil oferece às
à custa de grandes danos ao meio ambiente, destacando-se empresas locais uma vasta gama de produtos e está atraindo inúmeros
o desmatamento de grandes áreas da Amazônia, sobretudo nas últimas novos operadores, incluindo empresas financeiras estadunidenses. A Bolsa
quatro décadas. de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo está passando por um
processo de consolidação e o setor de resseguros, anteriormente
A importância dada ao produtor rural tem lugar na forma do Plano da monopolista, está sendo aberto a empresas de terceiros.
Agricultura e Pecuária e através de outro programa especial voltado para
a agricultura familiar (Pronaf), que garantem o financiamento de Em 31 de Dezembro de 2007, havia cerca de 21.304.000 linhas
equipamentos e da cultura, incentivando o uso de novas tecnologias e pelo de banda larga no Brasil. Mais de 75% das linhas de banda larga via DSL e
zoneamento agrícola. Com relação à agricultura familiar, mais de 800 mil 10% através de modem por cabo.
habitantes das zonas rurais são auxiliados pelo crédito e por programas de
pesquisa e extensão rural, notadamente através da Embrapa. A linha As reservas de recursos minerais são extensas. Grandes reservas
especial de crédito para mulheres e jovens agricultores visa estimular o de ferro e manganês são importantes fontes de matérias-primas industriais
espírito empreendedor e a inovação. e receitas de exportação. Depósitos
de níquel, estanho, cromita, urânio, bauxita, berílio, cobre, chumbo,tungstên
Com o Programa de Reforma Agrária, por outro lado, o objetivo do país io, zinco, ouro, nióbio e outros minerais são explorados. Alta qualidade de
é dar vida e condições adequadas de trabalho para mais de um milhão de cozimento de carvão de grau exigido na indústria siderúrgica está em falta.
famílias que vivem em áreas distribuídas pelo governo federal, uma O Brasil possui extensas reservas de terras raras, minerais essenciais à
iniciativa capaz de gerar dois milhões de empregos. Através de parcerias, indústria de alta tecnologia. De acordo com a Associação Mundial do Aço, o
políticas públicas e parcerias internacionais, o governo está trabalhando Brasil é um dos maiores produtores de aço do mundo, tendo estado sempre
para garantir infra-estrutura para os assentamentos, a exemplo de escolas entre os dez primeiros nos últimos anos.
e estabelecimentos de saúde. A ideia é que o acesso à terra represente
apenas o primeiro passo para a implementação de um programa de O Brasil, juntamente com o México, tem estado na vanguarda do
reforma da qualidade da terra. fenômeno das multinacionais latino-americanas, que, graças à tecnologia
superior e organização, têm virado sucesso mundial.
Mais de 600 000 km² de terras são divididas em cerca de cinco mil Essas multinacionais têm feito essa transição, investindo maciçamente
domínios da propriedade rural, uma área agrícola atualmente com três no exterior, na região e fora dela, e assim realizando uma parcela crescente
fronteiras: a região Centro-Oeste (cerrado), a região Norte (área de de suas receitas a nível internacional. O Brasil também é pioneiro nos
transição) e de partes da região Nordeste (semiárido). Na vanguarda das campos da pesquisa de petróleo em águas profundas, de onde 73% de
culturas de grãos, que produzem mais de 110 milhões de toneladas/ano, é suas reservas são extraídas. De acordo com estatísticas do governo, o
a de soja, produzindo 50 milhões de toneladas. Brasil foi o primeiro país capitalista a reunir as dez maiores empresas
montadoras de automóvel em seu território nacional.
Na pecuária bovina de sensibilização do setor, o "boi verde", que é
criado em pastagens, em uma dieta de feno e sais minerais, conquistou Maiores companhias
mercados na Ásia, Europa e nas Américas, particularmente depois do
período de susto causado pela "doença da vaca louca". O Brasil possui o Em 2012, 33 empresas brasileiras foram incluídas na Forbes Global
maior rebanho bovino do mundo, com 198 milhões de cabeças, 2000 - uma classificação anual das principais 2000 companhias em todo o
responsável pelas exportações superando a marca de US$ 1 bilhão/ano. mundo pela revista Forbes.

Pioneiro e líder na fabricação de celulose de madeira de fibra-curta, o Energia


Brasil também tem alcançado resultados positivos no setor de embalagens, O governo brasileiro empreendeu um ambicioso programa para reduzir
em que é o quinto maior produtor mundial. No mercado externo, responde a dependência do petróleo importado. As importações eram responsáveis
por 25% das exportações mundiais de açúcar bruto e açúcar refinado, é o por mais de 70% das necessidades de petróleo do país, mas o Brasil se
líder mundial nas exportações de soja e é responsável por 80% do suco de tornou autossuficiente em petróleo em 2006. O Brasil é um dos principais
laranja do planeta e, desde 2003, teve o maior números de vendas de produtores mundiais de energia hidrelétrica, com capacidade atual de cerca
carne de frango, entre os que lidam no setor. de 108.000 megawatts. Hidrelétricas existentes fornecem 80% da
Indústria eletricidade do país. Dois grandes projetos hidrelétricos, a 15.900
megawatts de Itaipu, no rio Paraná (a maior represa do mundo) e
da barragem de Tucuruí no Pará, no norte do Brasil, estão em operação. O
primeiro reator nuclear comercial do Brasil, Angra I, localizado perto do Rio
de Janeiro, está em operação há mais de 10 anos. Angra II foi concluído
em 2002 e está em operação também. Angra III tem a sua inauguração
prevista para 2014. Os três reatores terão uma capacidade combinada de
9.000 megawatts quando concluídos. O governo também planeja construir
mais 17 centrais nucleares até ao ano de 2020.
Situação econômica
Somente em 1808, mais de trezentos anos depois de ser descoberto
por Portugal, é que o Brasil obteve uma autorização do governo
português para estabelecer as primeiras fábricas.
No século XXI, o Brasil é uma das dez maiores economias do mundo.
448 × 284 - centrosjc.com.br Se, pelo menos até meados do século XX, a pauta de suas exportações era
O Brasil tem o segundo maior parque industrial na América. basicamente constituída de matérias-primas e alimentos, como o açúcar,
Contabilizando 28,5% do PIB do país, as diversas indústrias brasileiras borracha e ouro, hoje 84% das exportações se constituem de produtos
variam manufaturados e semimanufaturados.
de automóveis, aço e petroquímicos até computadores, aeronaves e bens O período de grande transformação econômica e crescimento ocorreu
de consumo duráveis. Com o aumento da estabilidade econômica fornecido entre 1875 e 1975.
pelo Plano Real, as empresas brasileiras e multinacionais têm investido
pesadamente em novos equipamentos e tecnologia, uma grande parte dos Nos anos 2000, a produção interna aumentou 32,3% .
quais foi comprado de empresas estadunidenses. O agronegócio (agricultura e pecuária) cresceu 47%, ou 3,6% ao ano,

Conhecimentos Gerais 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sendo o setor mais dinâmico - mesmo depois de ter resistido às crises de 82,1% entre pessoas de 15 a 17 anos, enquanto o tempo médio total de
internacionais, que exigiram uma constante adaptação da economia estudo entre os que têm mais de 10 anos foi, em média, de 6,9 anos.
brasileira.
O ensino superior começa com a graduação ou cursos sequenciais,
A posição em termos de transparência do Brasil no ranking que podem oferecer opções de especialização em diferentes carreiras
internacional é a 75ª de acordo com a Transparência Internacional. É igual acadêmicas ou profissionais. Dependendo de escolha, os estudantes
à posição da Colômbia, do Peru e do Suriname. podem melhorar seus antecedentes educativos com cursos de pós-
graduação Stricto Sensu ou Lato Sensu. Para frequentar uma instituição
Controle e reforma de ensino superior, é obrigatório, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educa-
Entre as medidas recentemente adotadas a fim de equilibrar a ção, concluir todos os níveis de ensino adequados às necessidades de
economia, o Brasil realizou reformas para a sua segurança social e para os todos os estudantes dos ensinos infantil, fundamental e médio, desde que o
sistemas fiscais. Essas mudanças trouxeram consigo um acréscimo aluno não seja portador de nenhuma deficiência, seja e-
notável: a Lei de Responsabilidade Fiscal, que controla as despesas la física, mental, visual ou auditiva.
públicas dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal. Ao mesmo
tempo, os investimentos foram feitos no sentido da eficiência da CIÊNCIA E TECNOLOGIA
administração e políticas foram criadas para incentivar as exportações, a A produção científica brasileira começou, efetivamente, nas primei-
indústria e o comércio, criando "janelas de oportunidade" para os ras décadas do século XIX, quando a família real e a nobreza portuguesa,
investidores locais e internacionais e produtores. Com estas mudanças, o chefiadas pelo Príncipe-regente Dom João de Bragança (futuro Rei Dom
Brasil reduziu sua vulnerabilidade. Além disso, diminuiu drasticamente as João VI), chegaram no Rio de Janeiro, fugindo da invasão do exército
importações de petróleo bruto e tem metade da sua dívida doméstica pela de Napoleão Bonaparte em Portugal, em 1807. Até então, o Brasil era
taxa de câmbio ligada a certificados. O país viu suas exportações uma colônia portuguesa(ver colônia do Brasil), sem universidades e organi-
crescerem, em média, a 20% ao ano. A taxa de câmbio não coloca pressão zações científicas, em contraste com as ex-colônias americanas do império
sobre o setor industrial ou sobre a inflação (em 4% ao ano) e acaba com a espanhol, que apesar de terem uma grande parte da população analfabeta,
possibilidade de uma crise de liquidez. Como resultado, o país, depois de tinham um número considerável de universidades desde o século XVI.
12 anos, conseguiu um saldo positivo nas contas que medem as
exportações/importações, acrescido de juros, serviços e pagamentos no A pesquisa tecnológica no Brasil é em grande parte realizada
exterior. Assim, respeitados economistas dizem que o país não será em universidades públicas e institutos de pesquisa. Alguns dos mais notá-
profundamente afetado pela atual crise econômica mundial. veis pólos tecnológicos do Brasil são os institutos Oswaldo
Cruz, Butantan, Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial, Empresa
Políticas Brasileira de Pesquisa Agropecuária e o INPE.
O apoio para o setor produtivo foi simplificado em todos os níveis; O Brasil tem o mais avançado programa espacial da América Latina,
ativos e independentes, o Congresso e o Poder Judiciário procederam à com recursos significativos para veículos de lançamento, e fabricação
avaliação das normas e regulamentos. Entre as principais medidas de satélites. Em 14 de outubro de 1997, a Agência Espacial Brasilei-
tomadas para estimular a economia estão a redução de até 30% do ra assinou um acordo com a NASA para fornecer peças para a ISS. Este
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o investimento de US$ 8 acordo possibilitou ao Brasil treinar seu primeiro astronauta. Em 30 de
bilhões em frotas de transporte rodoviário de cargas, melhorando assim a março de 2006 o Cel. Marcos Pontes a bordo do veículo Soyuz se trans-
logística de distribuição. Recursos adicionais garantem a propagação de formou no primeiro astronauta brasileiro e o terceiro latino-americano a
telecentros de negócios e informações. orbitar nosso planeta.
A implementação de uma política industrial, tecnológica e de comércio O urânio enriquecido na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), de
exterior, por sua vez, resultou em investimentos de US$ 19,5 bilhões em Resende, no estado do Rio de Janeiro, atende a demanda energética
setores específicos, como softwares e do país. Existem planos para a construção do primeiro submarino nucle-
semicondutores, farmacêutica e medicamentos e no setor de bens de ar do país. O Brasil também é um dos três países da América Latina com
capital. um laboratório Síncrotron em operação, um mecanismo de pesquisa
Renda da física, da química, das ciências dos materiais e da biologia. Segundo o
Relatório Global de Tecnologia da Informação 2009–2010 do Fórum Eco-
O salário mínimo fixado para o ano de 2011 é de R$ 545,00 por nômico Mundial, o Brasil é o 61º maior desenvolvedor mundial
mês, totalizando R$ 7.085,00 ao ano (incluindo o 13º salário). O PIB per de tecnologia da informação.
capita do país em 2010 foi de R$ 19.016,00.Um estudo da Fundação
Getúlio Vargas, com base em dados do IBGE, elaborou uma lista das O Brasil também tem um grande número de notáveis personalidades
profissões mais bem pagas do Brasil em 2007. Os valores podem variar científicas e inventores das mais diversas áreas do conhecimento, como os
muito de acordo com o estado da federação em que o profissional vive. As padres Bartolomeu de Gusmão, Roberto Landell de Moura e Francisco
carreiras de Direito, Administração e Medicina ficaram entre as mais bem João de Azevedo, Santos Dumont, Manuel Dias de Abreu, César Lattes,
pagas, seguidas por algumas Engenharias. Andreas Pavel, Nélio José Nicolai, Adolfo Lutz, Vital Brasil, Carlos Cha-
gas, Oswaldo Cruz, Henrique da Rocha Lima, Mauricio Rocha e Sil-
Infraestrutura va e Euryclides Zerbini.
Educação TRANSPORTES
A Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional (LDB) determinam que o Governo Federal, os Estados, o Distrito
Federal e os municípios devem gerir e organizar seus respectivos sistemas
de ensino. Cada um desses sistemas educacionais públicos é responsável
por sua própria manutenção, que gere fundos, bem como os mecanismos e
fontes de recursos financeiros. A nova constituição reserva 25% do orça-
mento do Estado e 18% de impostos federais e taxas municipais para
a educação.
Segundo dados do IBGE, em 2011, a taxa de literária da população
brasileira foi de 90,4%, significando que 13 milhões (9,6% da população) de
pessoas ainda são analfabetas no país; já o analfabetismo funcional atingiu
21,6% da população. O analfabetismo é mais elevado no Nordeste, on-
de 19,9% da população é analfabeta. Ainda segundo o PNAD, o percentual 559 × 306 - akatu.org.br
de pessoas na escola, em 2007, foi de 97% na faixa etária de 6 a 14 anos e

Conhecimentos Gerais 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Com uma rede rodoviária de cerca de 1,8 milhões de quilômetros, sen- ENERGIA
do 96 353 km de rodovias pavimentadas (2004), as estradas são as princi-
pais transportadoras de carga e de passageiros no tráfego brasileiro.
Os primeiros investimentos na infraestrutura rodoviária deram-se
na década de 1920, no governo de Washington Luís, sendo prosseguidos
no governo Vargas e Gaspar Dutra. O presidente Juscelino Kubits-
chek (1956–1961), que concebeu e construiu a capital Brasília, foi outro
incentivador de rodovias. Kubitschek foi responsável pela instalação de
grandes fabricantes de automóveis no país (Volkswagen, Ford e General
Motors chegaram ao Brasil durante seu governo) e um dos pontos utiliza-
dos para atraí-los era, evidentemente, o apoio à construção de rodovias.
Hoje, o país tem instalados em seu território outros grandes fabricantes de
automóveis, como Fiat, Renault, Peugeot, Citroën, Chrysler, Mercedes-
Benz, Hyundai e Toyota. O Brasil é o sétimo mais importante país
da indústria automobilística.
Existem cerca de quatro mil aeroportos e aeródromos no Brasil, sendo
721 com pistas pavimentadas, incluindo as áreas de desembarque. O país
tem o segundo maior número de aeroportos em todo o mundo, atrás ape-
nas dos Estados Unidos. O Aeroporto Internacional de Guarulhos, localiza- O Brasil é o décimo maior consumidor da energia do planeta e o tercei-
do na Região Metropolitana de São Paulo, é o maior e mais movimenta- ro maior do hemisfério ocidental, atrás dos Estados Unidos e Canadá. A
do aeroporto do país, grande parte dessa movimentação deve-se ao tráfe- matriz energética brasileira é baseada em fontes renováveis, sobretudo
go comercial e popular do país e ao fato de que o aeroporto liga São Pau- a energia hidrelétrica e o etanol, além de fontes não-renováveis de energia,
lo a praticamente todas as grandes cidades de todo o mundo. O Brasil tem como o petróleo e o gás natural.
34 aeroportos internacionais e 2 464 aeroportos regionais.
Ao longo das últimas três décadas o Brasil tem trabalhado para criar
O país possui uma extensa rede ferroviária de 28 857 km de extensão, uma alternativa viável à gasolina. Com o seu combustível à base de cana-
a décima maior rede do mundo.Atualmente, o governo brasileiro, diferente- de-açúcar, a nação pode se tornar energicamente independente neste
mente do passado, procura incentivar esse meio de transporte; um exemplo momento. O Pró-álcool, que teve origem na década de 1970, em resposta
desse incentivo é o projeto do Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo, às incertezas do mercado do petróleo, aproveitou sucesso intermitente.
um trem-bala que vai ligar as duas principais metrópoles do país. Há 37 Ainda assim, grande parte dos brasileiros utilizam os chamados "veículos
grandes portos no Brasil, dentre os quais o maior é o Porto de Santos. O flex", que funcionam com etano ou gasolina, permitindo que
país também possui 50 000 km de hidrovias. o consumidor possa abastecer com a opção mais barata no momento,
muitas vezes o etanol.
SAÚDE
Os países com grande consumo de combustível como a Índia e
O sistema de saúde pública brasileiro, o Sistema Único de Saú- a China estão seguindo o progresso do Brasil nessa área. Além disso,
de (SUS), é gerenciado e fornecido por todos os níveis do governo, sendo o países como o Japão e Suécia estão importando etanol brasileiro para
maior sistema do tipo do mundo. Já os sistemas de saúde privada atendem ajudar a cumprir as suas obrigações ambientais estipuladas no Protocolo
um papel complementar. Os serviços de saúde públicos são universais e de Quioto.
oferecidos a todos os cidadãos do país de forma gratuita. No entanto, a
construção e a manutenção de centros de saúde e hospitais são financia- O Brasil possui a segunda maior reserva de petróleo bruto na América
das por impostos, sendo que o país gasta cerca de 9% do seu PIB em do Sul e é um dos produtores de petróleo que mais aumentaram sua pro-
despesas na área. Em 2009, o território brasileiro tinha 1,72 médicos e 2,4 dução nos últimos anos O país é um dos mais importantes do mundo na
camas hospitalares para cada 1000 habitantes. produção de energia hidrelétrica. Da sua capacidade total de geração
de eletricidade, que corresponde a 90 mil megawatts, a energia hídrica é
Apesar de todos os progressos realizados desde a criação do sistema responsável por 66.000 megawatts (74%). A energia nuclear representa
universal de cuidados de saúde em 1988, ainda existem vários problemas cerca de 3% da matriz energética do Brasil. O Brasil pode se tornar uma
de saúde pública no Brasil. Em 2006, os principais pontos a serem resolvi- potência mundial na produção de petróleo, com grandes descobertas desse
dos foram as taxas de altos de mortalidade infantil (2,51%) e materna (73,1 recurso nos últimos tempos na Bacia de Santos.
mortes por 1000 nascimentos). O número de mortes por doenças não
transmissíveis, como doenças cardiovasculares (151,7 mortes por 100 000 COMUNICAÇÃO
habitantes) e câncer (72,7 mortes por 100 000 habitantes) também têm um
A imprensa brasileira tem seu início em 1808 com a chegada da família
impacto considerável sobre a saúde da população brasileira. Finalmente, os
real portuguesa ao Brasil, sendo até então proibida toda e qualquer ativida-
fatores externos, mas evitáveis, como acidentes de carro, violência
de de imprensa — fosse a publicação de jornais ou livros. A imprensa
e suicídio causaram 14,9% de todas as mortes no país.
brasileira nasceu oficialmente no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1808,
com a criação da Impressão Régia, hoje Imprensa Nacional, pelo príncipe-
regente dom João.
A Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal publicado em território
nacional, começa a circular em 10 de setembro de 1808. Atualmente a
imprensa escrita consolidou-se como um meio de comunicação em massa
e produziu grandes jornais que hoje estão entre as maiores do país e do
mundo como a Folha de S. Paulo, O Globo e o Estado de S. Paulo, e
publicações das editoras Abril e Globo.
A radiodifusão surgiu em 7 de setembro de 1922, sendo a primei-
ra transmissão um discurso do então presidente Epitácio Pessoa, porém a
instalação do rádio de fato ocorreu apenas em 20 de abril de 1923 com a
criação da "Rádio Sociedade do Rio de Janeiro". Na década de
1930 começou a era comercial do rádio, com a permissão de comerciais na
programação, trazendo a contratação de artistas e desenvolvimento técnico
para o setor. Com o surgimento das rádio-novelas e da popularização da
programação, na década de 1940, começou a chamada era de ouro do

Conhecimentos Gerais 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
rádio brasileiro, que trouxe um impacto na sociedade brasileira semelhante SOCIEDADE
ao que a televisão produz hoje. Com a criação da televisão o rádio passa
por transformações, os programas de humor, os artistas, as novelas e os As bases da moderna sociedade brasileira remontam à revolução de
programas de auditório são substituídos por músicas e serviços de utilidade 1930, marco referencial a partir do qual emerge e implanta-se o processo
pública. Na década de 1960 surgiram as rádios FM's que trazem mais de modernização. Durante a República Velha (ou primeira república), o
músicas para o ouvinte. Brasil era ainda o país essencialmente agrícola, em que predominava a
monocultura. O processo de industrialização apenas começava, e o setor
A televisão no Brasil começou, oficialmente, em 18 de setem- de serviços era muito restrito. A chamada "aristocracia rural", formada pelos
bro de 1950, trazida por Assis Chateaubriand que fundou o primeiro canal senhores de terras, estava unida à classe dos grandes comerciantes. Como
de televisão no país, a TV Tupi. Desde então a televisão cresceu no país, a urbanização era limitada e a industrialização, incipiente, a classe operária
criando grandes redes como a Globo, Record, SBT e Bandeirantes. Hoje, a tinha pouca importância na caracterização da estrutura social. A grande
televisão representa um fator importante na cultura popular moderna da massa de trabalhadores pertencia à classe dos trabalhadores rurais. So-
sociedade brasileira. A televisão digital no Brasil teve início às 20h30min mente nas grandes cidades, as classes médias, que galgavam postos
de 2 de dezembro de 2007, inicialmente na cidade de São Paulo, pelo importantes na administração estatal, passavam a ter um peso social mais
padrão japonês. significativo.
CULTURA No plano político, o controle estatal ficava nas mãos da oligarquia rural
e comercial, que decidia a sucessão presidencial na base de acordos de
O núcleo de cultura é derivado da cultura portuguesa, por causa de interesses regionais. A grande maioria do povo tinha uma participação
seus fortes laços com o império colonial português. Entre outras influências insignificante no processo eleitoral e político. A essa estrutura social e
portuguesas encontram-se o idioma português, o catolicismo roma- política correspondia uma estrutura governamental extremamente descen-
no e estilos arquitetônicos coloniais. A cultura, contudo, foi também forte- tralizada, típica do modelo de domínio oligárquico.
mente influenciada por tradições e culturas africanas, indígenas
e europeias não-portuguesas. Alguns aspectos da cultura brasileira foram Durante a década de 1930 esse quadro foi sendo substituído por um
influenciadas pelas contribuições dos italianos, alemães e outros imigrantes modelo centralizador, cujo controle ficava inteiramente nas mãos do presi-
europeus que chegaram em grande número nas regiões Sul e Sudeste do dente da república. Tão logo assumiu o poder, Getúlio Vargas baixou um
Brasil. Os ameríndios influenciaram a língua e a culinária do país e os decreto que lhe dava amplos poderes governamentais e até mesmo legisla-
africanos influenciaram a língua, a culinária, a música, a dança e a religião. tivos, o que abolia a função do Congresso e das assembleias e câmaras
municipais. Ao invés do presidente de província, tinha-se a figura do inter-
A arte brasileira tem sido desenvolvida, desde o século XVI, em dife- ventor, diretamente nomeado pelo chefe do governo e sob suas ordens.
rentes estilos que variam do barroco (o estilo dominante no Brasil até o Essa tendência centralizadora adquiriu novo ímpeto com o golpe de 1937.
início do século XIX) para o romantismo, modernismo, expressionismo, A partir daí, a União passou a dispor de muito mais força e autonomia em
cubismo, surrealismo e abstracionismo. relação aos poderes estaduais e municipais. O governo central ficou com
O cinema brasileiro remonta ao nascimento da mídia no final do século competência exclusiva sobre vários itens, como a decretação de impostos
XIX e ganhou um novo patamar de reconhecimento internacional nos sobre exportações, renda e consumo de qualquer natureza, nomear e
últimos anos. demitir interventores e, por meio destes, os prefeitos municipais, arrecadar
taxas postais e telegráficas etc. Firmou-se assim a tendência oposta à
A música brasileira engloba vários estilos regionais influenciados por estrutura antiga.
formas africanas, europeias e ameríndias. Ela se desenvolveu em estilos
diferentes, entre eles, samba, música popular brasileira, música nativis- Outra característica do processo foi o aumento progressivo da partici-
ta, música sertane- pação das massas na atividade política, o que corresponde a uma ideologi-
ja, choro, axé,brega, forró, frevo, baião, lambada, maracatu, bossa no- zação crescente da vida política. No entanto, essa participação era molda-
va e rock brasileiro. da por uma atitude populista, que na prática assegurava o controle das
massas pelas elites dirigentes. Orientadas pelas manobras personalistas
MEIO AMBIENTE dos dirigentes políticos, as massas não puderam dispor de autonomia e
organização suficientes para que sua participação pudesse determinar uma
A grande extensão territorial do Brasil abrange diferen- reorientação político-administrativa do governo, no sentido do atendimento
tes ecossistemas, como a Floresta Amazônica, reconhecida como tendo a de suas reivindicações. Getúlio Vargas personificou a típica liderança
maior diversidade biológica do mundo, a Mata Atlântica e o Cerrado, que populista, seguida em ponto menor por João Goulart e Jânio Quadros.
sustentam também grande biodiversidade, sendo o Brasil reconhecido
como um país megadiverso. No sul, a Floresta de araucárias cresce sob Sociedade moderna. O processo de modernização iniciou-se de forma
condições de clima temperado. mais significativa a partir da década de 1950. Os antecedentes centraliza-
dores e populistas condicionaram uma modernização pouco espontânea,
A rica vida selvagem do Brasil reflete a variedade de habitats naturais. marcadamente tutelada pelo estado. No espaço de três décadas, a fisio-
Os cientistas estimam que o número total de espécies vegetais e animais nomia social brasileira mudou radicalmente. Em 1950, cerca de 55% da
no Brasil seja de aproximadamente de quatro milhões. Grandes mamífe- população brasileira vivia no campo, e apenas três cidades tinham mais de
ros incluem pumas, onças,jaguatiricas, raros cachorros-vinagre, raposas, 500.000 habitantes; na década de 1990, a situação se alterara radicalmen-
queixadas, antas, tamanduás, preguiças, gambás e tatus. Veados são te: 75,5% da população vivia em cidades. A industrialização e o fortaleci-
abundantes no sul e muitas espécies de platyrrhini são encontradas mento do setor terciário haviam induzido uma crescente marcha migratória
nas florestas tropicais do norte. A preocupação com o meio ambiente tem em dois sentidos: do campo para a cidade e do norte para o sul. Em termos
crescido em resposta ao interesse mundial nas questões ambientais. de distribuição por setores, verifica-se uma forte queda relativa na força de
O patrimônio natural do Brasil está seriamente ameaçado pe- trabalho empregada no setor primário.
la pecuária e agricultura, exploração madeireira, mineração, reassentamen- O segundo governo Vargas (1951-1954) e o governo Juscelino Kubits-
to, extração de petróleo e gás, a sobre pesca, comércio de espécies selva- chek (1956-1960) foram períodos de fixação da mentalidade desenvolvi-
gens, barragens e infraestrutura, contaminação da água, alterações climáti- mentista, de feição nacionalista, intervencionista e estatizante. No entanto,
cas, fogo e espécies invasoras. Em muitas áreas do país, o ambiente foram também períodos de intensificação dos investimentos estrangeiros e
natural está ameaçado pelo desenvolvimento. A construção de estradas em de participação do capital internacional. A partir do golpe militar de 1964,
áreas de floresta, tais como a BR-230 e a BR-163, abriu áreas anteriormen- estabeleceu-se uma quebra na tradição populista, embora o governo militar
te remotas para a agricultura e para o comércio; barragens inundaram vales tenha continuado e até intensificado as funções centralizadoras já observa-
e habitats selvagens; e minas criaram cicatrizes na terra e poluíram das, tanto na formação de capital quanto na intermediação financeira, no
a paisagem. comércio exterior e na regulamentação do funcionamento da iniciativa
privada. As reformas institucionais no campo tributário, monetário, cambial
e administrativo levadas a efeito sobretudo nos primeiros governos milita-

Conhecimentos Gerais 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
res, ensejaram o ambiente propício ao crescimento e à configuração mo- níveis tróficos, ou de alimentação, pelos quais a energia dos alimentos é
derna da economia. Mas não se desenvolveu ao mesmo tempo uma vida transferida, por uma série de organismos, das plantas verdes (produtoras)
política representativa, baseada em instituições estáveis e consensuais. aos vários níveis de animais (consumidores). Em 1927, C. S. Elton,
Ficou assim a sociedade brasileira marcada por um contraste entre uma ecologista inglês especializado em animais, avançou nessa abordagem
economia complexa e uma sociedade à mercê de um estado atrasado e com o conceito de nichos ecológicos e pirâmides de números. Dois
autoritário. biólogos americanos, E. Birge e C. Juday, na década de 1930, ao medir a
reserva energética de lagos, desenvolveram a ideia da produção primária,
Ao aproximar-se o final do século XX a sociedade brasileira apresenta- isto é, a proporção na qual a energia é gerada, ou fixada, pela fotossíntese.
va um quadro agudo de contrastes e disparidades, que alimentavam fortes
tensões. O longo ciclo inflacionário, agravado pela recessão e pela inefici- A ecologia moderna atingiu a maioridade em 1942 com o
ência e corrupção do aparelho estatal, aprofundou as desigualdades soci- desenvolvimento, pelo americano R. L. Lindeman, do conceito trófico-
ais, o que provocou um substancial aumento do número de miseráveis e dinâmico de ecologia, que detalha o fluxo da energia através do
gerou uma escalada sem precedentes da violência urbana e do crime ecossistema. Esses estudos quantitativos foram aprofundados pelos
organizado. O desânimo da sociedade diante dos sucessivos fracassos dos americanos Eugene e Howard Odum. Um trabalho semelhante sobre o ciclo
planos de combate à inflação e de retomada do crescimento econômico dos nutrientes foi realizado pelo australiano J. D. Ovington.
criavam um clima de desesperança. O quadro se complicava com a carên-
cia quase absoluta nos setores públicos de educação e saúde, a deteriora- O estudo do fluxo de energia e do ciclo de nutrientes foi estimulado
ção do equipamento urbano e da malha rodoviária e a situação quase pelo desenvolvimento de novas técnicas -- radioisótopos, microcalorimetria,
falimentar do estado. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações computação e matemática aplicada -- que permitiram aos ecologistas
Ltda. rotular, rastrear e medir o movimento de nutrientes e energias específicas
através dos ecossistemas. Esses métodos modernos deram início a um
Ecologia novo estágio no desenvolvimento dessa ciência -- a ecologia dos sistemas,
que estuda a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas.
Durante muito tempo desconhecida do grande público e relegada a
segundo plano por muitos cientistas, a ecologia surgiu no século XX como Conceito unificador. Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma
um dos mais populares aspectos da biologia. Isto porque tornou-se base conceitual. A ecologia moderna, porém, passou a se concentrar no
evidente que a maioria dos problemas que o homem vem enfrentando, conceito de ecossistema, uma unidade funcional composta de organismos
como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os integrados, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área
problemas sociológicos e políticos atuais, são em grande parte ecológicos. específica. Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os
vivos (bióticos) através dos quais ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos
A palavra ecologia (do grego oikos, "casa") foi cunhada no século XIX de energia. Para realizá-los, os ecossistemas precisam conter algumas
pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel, para designar a "relação dos animais inter-relações estruturadas entre solo, água e nutrientes, de um lado, e
com seu meio ambiente orgânico e inorgânico". A expressão meio ambiente entre produtores, consumidores e decomponentes, de outro.
inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Envolve
relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de Os ecossistemas funcionam graças à manutenção do fluxo de energia
diferentes populações. Essas interações entre os indivíduos, as populações e do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e relações
e os organismos e seu ambiente formam sistemas ecológicos, ou energéticas, chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma
ecossistemas. A ecologia também já foi definida como "o estudo das inter- comunidade natural. Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por
relações dos organismos e seu ambiente, e vice-versa", como "a economia menores que sejam esses conjuntos específicos de condições físicas que
da natureza", e como "a biologia dos ecossistemas". cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumam ser
complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras,
Histórico. A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra formando uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre plantas,
seus primeiros antecedentes na história natural dos gregos, particularmente herbívoros e carnívoros.
em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as
relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para Os ecossistemas tendem à maturidade, ou estabilidade, e ao atingi-la
a ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos passam de um estado menos complexo para um mais complexo. Essa
fisiologistas sobre plantas e animais. mudança direcional é chamada sucessão. Sempre que um ecossistema é
utilizado, e que a exploração se mantém, sua maturidade é adiada.
O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu
impulso especial no início do século XIX e depois que Thomas Malthus A principal unidade funcional de um ecossistema é sua população. Ela
chamou atenção para o conflito entre as populações em expansão e a ocupa um certo nicho funcional, relacionado a seu papel no fluxo de
capacidade da Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920), A. J. energia e ciclo de nutrientes. Tanto o meio ambiente quanto a quantidade
Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas de energia fixada em qualquer ecossistema são limitados. Quando uma
para o estudo das populações, o que levou a experiências sobre a população atinge os limites impostos pelo ecossistema, seus números
interação de predadores e presas, as relações competitivas entre espécies precisam estabilizar-se e, caso isso não ocorra, devem declinar em
e o controle populacional. O estudo da influência do comportamento sobre consequência de doença, fome, competição, baixa reprodução e outras
as populações foi incentivado pelo reconhecimento, em 1920, da reações comportamentais e psicológicas. Mudanças e flutuações no meio
territorialidade dos pássaros. Os conceitos de comportamento instintivo e ambiente representam uma pressão seletiva sobre a população, que deve
agressivo foram lançados por Konrad Lorenz e Nikolaas Tinbergen, se ajustar. O ecossistema tem aspectos históricos: o presente está
enquanto V. C. Wynne-Edwards estudava o papel do comportamento social relacionado com o passado, e o futuro com o presente. Assim, o
no controle das populações. ecossistema é o conceito que unifica a ecologia vegetal e animal, a
dinâmica, o comportamento e a evolução das populações.
No início e em meados do século XX, dois grupos de botânicos, um na
Europa e outro nos Estados Unidos, estudaram comunidades vegetais de Áreas de estudo. A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que envolve
dois diferentes pontos de vista. Os botânicos europeus se preocuparam em biologia vegetal e animal, taxonomia, fisiologia, genética, comportamento,
estudar a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química,
vegetais, enquanto os americanos estudaram o desenvolvimento dessas matemática e eletrônica. Quase sempre se torna difícil delinear a fronteira
comunidades, ou sua sucessão. As ecologias animal e vegetal se entre a ecologia e qualquer dessas ciências, pois todas têm influência
desenvolveram separadamente até que os biólogos americanos deram sobre ela. A mesma situação existe dentro da própria ecologia. Na
ênfase à inter-relação de comunidades vegetais e animais como um todo compreensão das interações entre o organismo e o meio ambiente ou entre
biótico. organismos, é quase sempre difícil separar comportamento de dinâmica
populacional, comportamento de fisiologia, adaptação de evolução e
Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e genética, e ecologia animal de ecologia vegetal.
populações, enquanto outros se preocuparam com as reservas de energia.
Em 1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziu o conceito de

Conhecimentos Gerais 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A ecologia se desenvolveu ao longo de duas vertentes: o estudo das sentido de agredir e destruir o equilíbrio ecológico, não raro com
plantas e o estudo dos animais. A ecologia vegetal aborda as relações das consequências desastrosas. A ação das queimadas, por exemplo, provoca
plantas entre si e com seu meio ambiente. A abordagem é altamente o desequilíbrio da fauna e da flora e modifica o clima. Várias espécies de
descritiva da composição vegetal e florística de uma área e normalmente animais foram extintas ou se encontram em risco de extinção em
ignora a influência dos animais sobre as plantas. A ecologia animal envolve decorrência das atividades do homem.
o estudo da dinâmica, distribuição e comportamento das populações, e das
inter-relações de animais com seu meio ambiente. Como os animais Já no século XIX se podia detectar a existência de graves problemas
dependem das plantas para sua alimentação e abrigo, a ecologia animal ambientais, como mostram os relatos sobre poluição e insalubridade nas
não pode ser totalmente compreendida sem um conhecimento considerável fábricas e bairros operários. Encontram-se raciocínios claros da vertente
de ecologia vegetal. Isso é verdade especialmente nas áreas aplicadas da que mais tarde se definiria como ecologia social na obra de economistas
ecologia, como manejo da vida selvagem. como Thomas Malthus, Karl Marx e John Stuart Mill, e de geógrafos como
Friedrich Ratzel e George P. Marsh. Mesmo entre os socialistas, porém,
A ecologia vegetal e a animal podem ser vistas como o estudo das predominava a crença nas possibilidades do industrialismo e a ausência de
inter-relações de um organismo individual com seu ambiente (auto- preocupação com os limites naturais. Também contribuiu o fato de a
ecologia), ou como o estudo de comunidades de organismos (sinecologia). economia industrial não ter ainda revelado as contradições ecológicas
inerentes a seu funcionamento, evidenciadas no século XX.
A auto-ecologia, ou estudo clássico da ecologia, é experimental e
indutiva. Por estar normalmente interessada no relacionamento de um De fato, a maioria das teorias econômicas recentes traduz essa atitude
organismo com uma ou mais variáveis, é facilmente quantificável e útil nas e raciocina como se a economia estivesse acima da natureza. A economia,
pesquisas de campo e de laboratório. Algumas de suas técnicas são no entanto, pode até mesmo ser considerada apenas um capítulo da
tomadas de empréstimo da química, da física e da fisiologia. A auto- ecologia, uma vez que se refere somente à ação material e à demanda de
ecologia contribuiu com pelo menos dois importantes conceitos: a uma espécie, o homem, enquanto a ecologia examina a ação de todas as
constância da interação entre um organismo e seu ambiente, e a espécies, seus relacionamentos e interdependências.
adaptabilidade genética de populações às condições ambientais do local
onde vivem. A radicalização do impacto destrutivo do homem sobre a natureza,
provocada pelo desenvolvimento do industrialismo, inspirou, especialmente
A sinecologia é filosófica e dedutiva. Largamente descritiva, não é ao longo do século XX, uma série de iniciativas. A mais antiga delas é o
facilmente quantificável e contém uma terminologia muito vasta. Apenas conservacionismo, que é a luta pela conservação do ambiente natural ou
recentemente, com o advento da era eletrônica e atômica, a sinecologia de partes e aspectos dele, contra as pressões destrutivas das sociedades
desenvolveu os instrumentos para estudar sistemas complexos e dar início humanas. Denúncias feitas em congressos internacionais geraram uma
a sua fase experimental. Os conceitos importantes desenvolvidos pela campanha em favor da criação de reservas de vida selvagem, que
sinecologia são aqueles ligados ao ciclo de nutrientes, reservas ajudaram a garantir a sobrevivência de muitas espécies ameaçadas.
energéticas, e desenvolvimento dos ecossistemas. A sinecologia tem
ligações estreitas com a pedologia, a geologia, a meteorologia e a Existem basicamente três tipos de recursos naturais: os renováveis,
antropologia cultural. como os animais e vegetais; os não-renováveis, como os minerais e
fósseis; e os recursos livres, como o ar, a água, a luz solar e outros
A sinecologia pode ser subdividida de acordo com os tipos de elementos que existem em grande abundância. O movimento ecológico
ambiente, como terrestre ou aquático. A ecologia terrestre, que contém reconhece os recursos naturais como a base da sobrevivência das
subdivisões para o estudo de florestas e desertos, por exemplo, abrange espécies e defende garantias de reprodução dos recursos renováveis e de
aspectos dos ecossistemas terrestres como microclimas, química dos preservação das reservas de recursos não-renováveis.
solos, fauna dos solos, ciclos hidrológicos, ecogenética e produtividade.
No Brasil, o movimento conservacionista está razoavelmente
Os ecossistemas terrestres são mais influenciados por organismos e estabelecido. Em 1934, foi realizada no Museu Nacional, no Rio de Janeiro,
sujeitos a flutuações ambientais muito mais amplas do que os a I Conferência Brasileira de Proteção à Natureza. Três anos mais tarde
ecossistemas aquáticos. Esses últimos são mais afetados pelas condições criou-se o primeiro parque nacional brasileiro, na região de Itatiaia RJ.
da água e possuem resistência a variáveis ambientais como temperatura.
Por ser o ambiente físico tão importante no controle dos ecossistemas Além dos grupos conservacionistas, surgiu no movimento ecológico um
aquáticos, dá-se muita atenção às características físicas do ecossistema novo tipo de grupo, o dos chamados ecologistas. A linha divisória entre eles
como as correntes e a composição química da água. Por convenção, a nem sempre está bem demarcada, pois muitas vezes os dois tipos de
ecologia aquática, denominada limnologia, limita-se à ecologia de cursos grupos se confundem em alguma luta específica comum. Os ecologistas,
d'água, que estuda a vida em águas correntes, e à ecologia dos lagos, que porém, apesar de mais recentes, têm peso político cada vez maior.
se detém sobre a vida em águas relativamente estáveis. A vida em mar Vertente do movimento ecológico que propõe mudanças globais nas
aberto e estuários é objeto da ecologia marinha. estruturas sociais, econômicas e culturais, esse grupo nasceu da
percepção de que a atual crise ecológica é consequência direta de um
Outras abordagens ecológicas se concentram em áreas modelo de civilização insustentável. Embora seja também conservacionista,
especializadas. O estudo da distribuição geográfica das plantas e animais o ecologismo caracteriza-se por defender não só a sobrevivência da
denomina-se geografia ecológica animal e vegetal. Crescimento espécie humana, como também a construção de formas sociais e culturais
populacional, mortalidade, natalidade, competição e relação predador-presa que garantam essa sobrevivência.
são abordados na ecologia populacional. O estudo da genética e a ecologia
das raças locais e espécies distintas é a ecologia genética. As reações Um marco nessa tendência foi a realização, em Estocolmo, da
comportamentais dos animais a seu ambiente, e as interações sociais que Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em 1972, que
afetam a dinâmica das populações são estudadas pela ecologia oficializou o surgimento da preocupação ecológica internacional. Seguiram-
comportamental. As investigações de interações entre o meio ambiente se relatórios sobre esgotamento das reservas minerais, aumento da
físico e o organismo se incluem na ecoclimatologia e na ecologia fisiológica. população etc., que tiveram grande impacto na opinião pública, nos meios
acadêmicos e nas agências governamentais.
A parte da ecologia que analisa e estuda a estrutura e a função dos
ecossistemas pelo uso da matemática aplicada, modelos matemáticos e Em 1992, 178 países participaram da Conferência das Nações Unidas
análise de sistemas é a ecologia dos sistemas. A análise de dados e para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro.
resultados, feita pela ecologia dos sistemas, incentivou o rápido Embora com resultados muito aquém das expectativas dos ecologistas, foi
desenvolvimento da ecologia aplicada, que se ocupa da aplicação de mais um passo para a ampliação da consciência ecológica mundial.
princípios ecológicos ao manejo dos recursos naturais, produção agrícola, e Aprovou documentos importantes para a conservação da natureza, como a
problemas de poluição ambiental. Convenção da Biodiversidade e a do Clima, a Declaração de Princípios das
Florestas e a Agenda 21.
Movimento ecológico. A intervenção do homem no meio ambiente ao
longo da história, principalmente após a revolução industrial, foi sempre no A Agenda 21 é talvez o mais polêmico desses documentos. Tenta unir
ecologia e progresso num ambicioso modelo de desenvolvimento

Conhecimentos Gerais 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sustentável, ou seja, compatível com a capacidade de sustentação do peace (Paz Verde), formado originalmente por ex-soldados americanos e
crescimento econômico, sem exaustão dos recursos naturais. Prega a canadenses. Tornou-se célebre por atitudes como impedir ações de gover-
união de todos os países com vistas à melhoria global da qualidade de nos ou empresas prejudiciais ao ser humano e ao ambiente natural, tais
vida. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. como a pesca da baleia, os testes nucleares e o transporte irresponsável
de substâncias tóxicas. Hoje é uma organização mundial.
Efeitos do aquecimento global
Com um nível mais elaborado de atuação, muitos desses movimentos
O aquecimento global está sendo estudado por um grande consórcio vão combater as práticas consumistas nas economias desenvolvidas e
global de cientistas, que estão cada vez mais preocupados com os seus defender modelos alternativos de vida social e econômica.
efeitos potenciais a longo prazo em nosso ambiente natural e no planeta.
De especial preocupação é como a mudança climática e o aquecimento A pressão política desses movimentos e o agravamento da situação
global causados por fatores antropogênicos, como a liberação de gases do dos recursos naturais no planeta levaram a ONU, em 1972, a organizar a I
efeito estufa, mais notavelmente o dióxido de carbono, podem interagir e ter Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Esto-
efeitos adversos sobre o planeta, seu ambiente natural e a existência colmo, na Suécia. Era uma conferência oficial, com representantes de
humana. Esforços têm sido focados na mitigação dos efeitos dos gases de Estado (mais de 100 países), o que não impediu que paralelamente compa-
estufa, que estão causando mudanças climáticas, e no desenvolvimento de recessem ao evento cerca de 250 organizações não governamentais
estratégias de adaptação para o aquecimento global, para ajudar homens, (ONGs).
espécies de animais e plantas, ecossistemas, regiões enações a se
adequarem aos efeitos deste fenômeno. Alguns exemplos de colaboração A Conferência de Estocolmo de 1972
recente em relação a mudança climática e aquecimento global incluem: A Declaração oficial de Estocolmo alinhou mais de vinte princípios ori-
entadores para as políticas nacionais ambientais. Vejamos os principais: o
O tratado e convenção da Convenção-Quadro das Nações Unidas direito a um ambiente sadio e equilibrado e à justiça social; a importância
sobre a Mudança do Clima sobre Mudança Climática, para estabilizar as do planejamento ambiental; os riscos dos altos níveis de urbanização; a
concentrações de gases estufa na atmosfera em um nível que iria prevenir busca de fontes alternativas e limpas de energia; o uso dos conhecimentos
uma perigosa interferência antropogênica no sistema climático. científicos e da tecnologia para resolver problemas ambientais; e o papel
O Protocolo de Quioto, que é o acordo internacional com o objetivo de relevante da educação ambiental.
reduzir os gases de estufa, em um esforço de prevenir mudanças climáticas A posição do Brasil tornou-se muito conhecida na época. Nosso repre-
antropogênicas. sentante, o general Costa Cavalcanti, declarou que “a pior poluição é a da
A Iniciativa Climática Ocidental, para identificar, avaliar, e implementar miséria”. Alegava que no Brasil não haveria condições de dispender recur-
meios coletivos e cooperativos para reduzir os gases de estufa, se focando sos para a preservação sem antes resolver problemas sociais. Os jornais
em um sistema de mercado de captação-e-troca. europeus da época receberam informes publicitários do governo brasileiro
convidando empresas poluidoras para aqui se instalar.
Um desafio significante é identificar as dinâmicas do ambiente natural
em contraste com as mudanças ambientais que não fazem parte das Dessa conferência até hoje, produziram-se inúmeros estudos e docu-
variações naturais. Uma solução comum é adaptar uma visão estática que mentos envolvendo técnicos da ONU e de diversos países. Os mais conhe-
negligencia a existência de variações naturais. Metodologicamente, essa cidos são o Estratégia mundial para a conservação e o Nosso futuro co-
visão pode ser defendida quando olhamos processos que mudam mum, o primeiro de 1980 e o segundo de 1987.
lentamente e séries de curto prazo, apesar do problema aparecer quando Foi nesse contexto que surgiu a ideia de desenvolvimento “ecologica-
processos rápidos se tornam essenciais no objeto de estudo. mente” sustentável. As entidades não governamentais e os “militantes
O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ambientalistas” de modo geral nunca simpatizaram muito com essa expres-
são. Alegam que o termo desenvolvimento refere-se ao desenvolvimento
Nesta parte, vamos examinar as relações do desenvolvimento sócio- capitalista, que, por natureza, é incompatível com o uso equilibrado dos
econômico com a chamada questão ambiental. recursos.
Nos países “subdesenvolvidos industrializados”, onde se vive uma crise Diversos setores econômicos também viam na ideia de desenvolvimen-
sócio-econômica de grande profundidade, que relações existiriam entre to “ecologicamente” sustentável nada mais do que um discurso para apla-
crise, desenvolvimento e meio ambiente? car a ira dos jovens ambientalistas.
Não são relações harmoniosas, já que numa sociedade moderna as i- ECOLOGIA
deias de necessidade de desenvolvimento econômico sempre apareceram
como incompatíveis com a “preservação” da natureza. O termo "Ecologia" foi criado por Haeckel (1834-1919) em 1869, em
seu livro "Generelle Morphologie des Organismen", para designar "o estudo
Mas é possível que os conhecimentos sob domínio humano permitam das relações de um organismo com seu ambiente inorgânico ou orgânico,
compatibilizar modelos de desenvolvimento econômico e formas de uso em particular o estudo das relações do tipo positivo ou amistoso e do tipo
preservacionista da natureza, obtendo-se desse fato extraordinários avan- negativo (inimigos) com as plantas e animais com que aparece pela primei-
ços para todos os povos. ra vez em Pontes de Miranda, 1924, "Introdução à Política Científica". O
conceito original evoluiu até o presente no sentido de designar uma ciência,
Assim, podemos pressionar para que o patrimônio ambiental herdado
parte da Biologia, e uma área específica do conhecimento humano que
do passado seja transferido às gerações futuras em melhores condições.
tratam do estudo das relações dos organismos uns com os outros e com
Ampliando-se o conhecimento científico dos ecossistemas naturais, viabili-
todos os demais fatores naturais e sociais que compreendem seu ambien-
za-se um aproveitamento e uma conservação racionais, de modo a garantir
te.
uma base material superior para a sobrevivência e bem-estar da humani-
dade e do planeta. "Em sentido literal, a Ecologia é a ciência ou o estudo dos organismos
em sua casa, isto é, em seu meio... define-se como o estudo das relações
Os movimentos de defesa do meio ambiente
dos organismos, ou grupos de organismos, com seu meio... Está em maior
Consideram-se os anos 70 como o marco da tomada de consciência consonância com a conceituação moderna definir Ecologia como estudo da
quanto aos problemas ambientais. Nessa época apareceram muitos movi- estrutura e da função da natureza, entendendo-se que o homem dela faz
mentos sociais para combater a degradação ambiental. Grande parte deles parte" (Odum, 1972).
eram desdobramentos dos movimentos pacifistas que se constituíram nos
"Deriva-se do grego oikos, que significa lugar onde se vive ou hábitat...
anos 60.
Ecologia é a ciência que estuda dinâmica dos ecossistemas... é a disciplina
Os movimentos pacifistas, colocando-se contra a ameaça de destrui- que estuda os processos, interações e a dinâmica de todos os seres vivos
ção potencial do planeta, rapidamente incorporaram as bandeiras ecológi- com cada um dos demais, incluindo os aspectos econômicos, sociais,
cas, ampliando o espectro de sua atuação. O melhor exemplo é o Green- culturais e psicológicos peculiares ao homem...é um estudo interdisciplinar
e interativo que deve, por sua própria natureza, sintetizar informação e
Conhecimentos Gerais 12 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
conhecimento da maioria, senão de todos os demais campos do saber... "Sistema integrado e autofuncionante que consiste em interações de
Ecologia não é meio ambiente. Ecologia não é o lugar onde se vive. Ecolo- elementos bióticos e abióticos, seu tamanho pode variar consideravelmen-
gia não é um descontentamento emocional com os aspectos industriais e te" (USDT. 1980).
tecnológicos da sociedade moderna" (Wickersham et alii, 1975).
"A comunidade total de organismos, junto com o ambiente físico e quí-
"É a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos e mico no qual vivem se denomina ecossistema. que é a unidade funcional
as interações, de qualquer natureza, existentes entre esses seres vivos e da ecologia" (Beron, 1981 ).
seu meio"(Dajoz, 1973).
ECODESENVOLVIMENTO
"Ciência das relações dos seres vivos com o seu meio... Termo usado
frequente e erradamente para designar o meio ou o ambiente"(Dansereau, "O ecodesenvolvimento se define como um processo criativo de trans-
1978). formação do meio com a ajuda de técnicas ecologicamente prudentes,
concebidas em função das potencialidades deste meio, impedindo o des-
"...o ramo da ciência concernente à inter-relação dos organismos e perdício inconsiderado dos recursos, e cuidando para que estes sejam
seus ambientes, manifestada em especial por: ciclos e ritmos naturais; empregados na satisfação das necessidades de todos os membros da
desenvolvimento e estrutura das comunidades; distribuição geográfica; sociedade, dada a diversidade dos meios naturais e dos contestos cultu-
interações dos diferentes tipos de organismos; alterações de população; o rais.
modelo ou a totalidade das relações entre os organismos e seu ambiente"
(Webster`s, 1976). As estratégias do ecodesenvolvimento serão múltiplas e só poderão
ser concebidas a partir de um espaço endógeno das populações conside-
"Parte da Biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o radas.
meio ou ambiente em que vivem, bem como suas recíprocas influências.
Ramo das ciências humanas que estuda a estrutura e o desenvolvimentto Promover o ecodesenvolvimento é, no essencial, ajudar as populações
das comunidades humanas em suas relações com o meio ambiente e sua envolvidas a se organizar a se educar, para que elas repensem seus pro-
consequente adaptação a ele, assim como os novos aspectos que os blemas, identifiquem as suas necessidades e os recursos potenciais para
processos tecnológicos ou os sistemas de organização social possam conceber e realizar um futuro digno de ser vivido, conforme os postulados
acarretar para as condições de vida do homem" (Ferreira, 1975). de Justiça social e prudência ecológica" (Sachs, 1976). "Um estilo ou
modelo para o desenvolvimento de cada ecossistema, que, além dos
"Disciplina biológica que lida com o estudo das interrelações dinâmicas aspectos gerais, considera de maneira particular os dados ecológicos e
dos componentes bióticos e abióticos do meio ambiente"(USDT, 1980). culturais do próprio ecossistema pana otimizar seu aproveitamento, evitan-
do a degradação do meio ambiente e as ações degradadoras"... E uma
Ecologia humana. técnica de planejamento que busca articular dois objetivos: por um lado,
"Estudo científico das relações entre os homens e seu meio ambiente, objetivo do desenvolvimento, a melhoria da qualidade de vida através do
isto é, as condições naturais, interações e variações, em todos os aspectos incremento da produtividade, por outro, o objetivo de manter em equilíbrio o
quantitativos e qualitativos" (SAHOP, 1978). ecossistema onde se realizam essas atividades" (SAHOP, 1978).

Ecologia urbana. "É uma forma de desenvolvimento econômico e social. em cujo plane-
jamento se deve considerar a variável meio ambiente" (Strong, apud Hurtu-
"Estudo científico das relações biológicas, culturais e econômicas entre bia, 1980).
o homem e o meio ambiente urbano, que se estabelecem em função das
características particulares dos mesmos e das transformações que o ho- "Uma forma de desenvolvimento planejado que otimiza o uso dos re-
mem exerce através da urbanização"(SAHOP, 1978). cursos disponíveis num lugar, dentro das restrições ambientais locais"
(Munn, 1979).
ECOSSISTEMA
Tecnologia
Sistema aberto que inclui, em uma certa área, todos os fatores físicos e
biológicos (elementos bióticos e abióticos) do ambiente e suas interações. o Tecnologia (do grego τεχνη — "técnica, arte, ofício" e λογια —
que resulta em uma diversidade biótica com estrutura trófica claramente "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e
definida e na troca de energia e matéria entre esses fatores. as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal
conhecimento. Dependendo do contexto, a tecnologia pode ser:
A biocenose e seu biótopo constituem dois elementos inseparáveis que
reagem um sobre o outro para produzir um sistema mais ou menos estável As ferramentas e as máquinas que ajudam a resolver problemas;
que recebe o nome de ecossistema (Tansley, 1935)...O ecossistema é a As técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e
unidade funcional de base em ecologia, porque inclui, ao mesmo tempo, os processos usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução
seres vivos e o meio onde vivem, com todas as interações recíprocas entre dos mesmos;
o meio e os organismos" (Daioz, 1973).
Um método ou processo de construção e trabalho (tal como
"Os vegetais, animais e microorganismos que vivem numa região e a tecnologia de manufatura, a tecnologia de infra-estrutura ou a tecnologia
constituem uma comunidade biológica estão ligados entre si por uma espacial);
intrincada rede de relações que inclui o ambiente tísico em que existem
estes organismos. Estes componentes físicos e biológicos interdependen- A aplicação de recursos para a resolução de problemas;
tes formam o que os biólogos designam com o nome de ecossiste-
ma"(Ehrlich & Ehrlich 1974). O termo tecnologia também pode ser usado para descrever o nível
de conhecimento científico, matemático e técnico de uma determinada
"E o espaço limitado onde a ciclagem de recursos através de um ou vá- cultura;
rios níveis tróficos é feita por agentes mais ou menos fixos, utilizando
simultânea e sucessivamente processos mutuamente compatíveis que Na economia, a tecnologia é o estado atual de nosso conhecimento de
geram produtos utilizáveis a curto ou longo prazo" (Dansereau, 1978). como combinar recursos para produzir produtos desejados (e nosso
conhecimento do que pode ser produzido).
"É um sistema aberto integrado por todos os organismos vivos (com-
preendido o homem) e os elementos não viventes de um setor ambiental Os recursos e como utilizá-los para se atingir a um determinado
definido no tempo e no espaço, cujas propriedades globais de funciona- objetivo, para se fazer algo, que pode ser a solução ou minimização de um
mento (fluxo de energia e ciclagem de matéria) e auto-regulação (controle) problema ou a geração de uma oportunidade, por exemplo.
derivam das relações entre todos os seus componentes,. tanto pertencen- A tecnologia é, de uma forma geral, o encontro entre ciência
tes aos sistemas naturais, quanto os criados ou modificados pelo homem" e engenharia. Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e
(Hurtubia, 1980). processos simples, tais como uma colher de madeira e a fermentação da
uva, até as ferramentas e processos mais complexos já criados pelo ser

Conhecimentos Gerais 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
humano, tal como a Estação Espacial Internacional e a dessalinização da analistas resistirem ao modelo de que a tecnologia é simplesmente o
água do mar. Frequentemente, a tecnologia entra em conflito com algumas resultado da pesquisa científica.
preocupações naturais de nossa sociedade, como o desemprego, a
poluição e outras muitas questões ecológicas, assim História da tecnologia
como filosóficas e sociológicas, já que tecnologia pode ser vista como uma A história da tecnologia é quase tão antiga quanto a história da
atividade que forma ou modifica a cultura. humanidade, e se segue desde quando os seres humanos começaram a
Tecnologia e economia usar ferramentas de caça e de proteção. A história da tecnologia tem,
consequentemente, embutida a cronologia do uso dos recursos naturais,
Existe um equilíbrio grande entre as vantagens e as desvantagens que porque, para serem criadas, todas as ferramentas necessitaram, antes de
o avanço da tecnologia traz para a sociedade. A principal vantagem é qualquer coisa, do uso de um recurso natural adequado. A história da
refletida na produção industrial: a tecnologia torna a produção mais rápida e tecnologia segue uma progressão das ferramentas simples e das fontes de
maior e, sendo assim, o resultado final é um produto mais barato e com energia simples às ferramentas complexas e das fontes de energia
maior qualidade. complexas, como segue:
As desvantagens que a tecnologia traz são de tal forma preocupantes As tecnologias mais antigas converteram recursos naturais em
que quase superam as vantagens, uma delas é a poluição que, se não for ferramentas simples. Os processos mais antigos, tais como arte rupestre e
controlada a tempo, evolui para um quadro irreversível. Outra desvantagem a raspagem das pedras, e as ferramentas mais antigas, tais como a pedra
é quanto ao desemprego gerado pelo uso intensivo das máquinas lascada e a roda, são meios simples para a conversão de materiais brutos
na indústria, na agricultura e no comércio. A este tipo de desemprego, no e "crus" em produtos úteis. Os antropólogos descobriram muitas casas e
qual o trabalho do homem é substituído pelo trabalho das máquinas, ferramentas humanas feitas diretamente a partir dos recursos naturais.
denominado desemprego estrutural.
A descoberta e o consequente uso do fogo foi um ponto chave na
Ciência, engenharia e tecnologia evolução tecnológica do homem, permitindo um melhor aproveitamento
dos alimentos e o aproveitamento dos recursos naturais que necessitam
A distinção entre ciência, engenharia e tecnologia não é sempre do calor para serem úteis. A madeira e o carvão de lenha estão entre os
clara. Ciência é a investigação ou estudo racional de fenômenos, com o primeiros materiais usados como combustível. A madeira, a argila e a rocha
objetivo de descobrir seus princípios entre os elementos do (tal como a pedra calcária) estavam entre os materiais mais adiantados a
mundo fenomenal ao aplicar técnicas formais como o método científico. As serem tratados pelo fogo, para fazer as armas, cerâmica, tijolos e cimento,
tecnologias não são normalmente produtos exclusivos da ciência, porque entre outros materiais. As melhorias continuaram com a fornalha, que
elas devem satisfazer os requisitos de utilidade, usabilidade e segurança. permitiu a habilidade de derreter e forjar o metal (tal como o cobre,8000
Engenharia é o processo goal-oriented de desenhar e criar ferramentas aC.), e eventualmente a descoberta das ligas, tais como o bronze (4000
e sistemas para aproveitar fenômenos naturais para usos práticos a.C.). Os primeiros usos do ferro e do aço datam de 1400 a.C..
humanos, normalmente (mas nem sempre) usando resultados e técnicas da Avião de caça F-16 Falcon
ciência. O desenvolvimento da tecnologia pode se aproveitar de muitos
campos do conhecimento, incluindo o conhecimento científico, As ferramentas mais sofisticadas incluem desde máquinas simples
engenharia, matemático, linguístico, e histórico, para alcançar resultados como a alavanca (300 a.C.), o parafuso (400 a.C.) e a polia, até a
práticos. maquinaria complexa como o computador, os dispositivos
de telecomunicações, o motor elétrico, o motor a jato, entre muitos outros.
A tecnologia é normalmente a consequência da ciência e da As ferramentas e máquinas aumentam em complexidade na mesma
engenharia - apesar da tecnologia como uma atividade humana preceder proporção em que o conhecimento científico se expande.
os dois campos. Por exemplo, a ciência pode estudar o fluxo
de elétrons em condutores elétricos, ao usar ferramentas e conhecimentos A maior parte das novidades tecnológicas costumam ser primeiramente
já existentes. Esse conhecimento recém-adquirido pode então ser usado empregadas na engenharia, na medicina, na informática e no ramo militar.
por engenheiros para criar novas ferramentas e máquinas, Com isso, o público doméstico acaba sendo o último a se beneficiar da alta
como semicondutores, computadores, e outras formas de tecnologia tecnologia, já que ferramentas complexas requerem uma manufatura
avançada. Nesse sentido, tanto cientistas como engenheiros podem ser complexa, aumentando drasticamente o preço final do produto.
considerados tecnologistas; os três campos são normalmente considerados
como um para o propósito de pesquisa e referência. Esta relação próxima A energia pode ser obtida do vento, da água, dos hidrocarbonetos e
entre ciência e tecnologia contribui decisivamente para a crescente da fusão nuclear. A água fornece a energia com o processo da geração
especialização dos ramos científicos. Por exemplo, a física se dividiu em denominado hidroenergia. O vento fornece a energia a partir das correntes
diversos outros ramos menores como a acústica e a mecânica, e estes do vento, usando moinhos de vento. Há três fontes principais dos
ramos por sua vez sofreram sucessivas divisões. O resultado é o hidrocarbonetos, ao lado da madeira e de seu carvão, gás
surgimento de ramos científicos bem específicos e especialmente natural e petróleo. O carvão e o gás natural são usados quase
destinados ao aperfeiçoamento da tecnologia, de acordo com este quesito exclusivamente como uma fonte de energia. O coque é usado na
podemos citar a aerodinâmica, a geotecnia, a hidrodinâmica, a petrologia e manufatura dos metais, particularmente de aço. O petróleo é amplamente
a terramecânica. usado como fonte de energia (gasolina e diesel) e é também um recurso
natural usado na fabricação de plásticos e outros materiais sintéticos.
Especificamente, a relação entre ciência e tecnologia tem sido debatida Alguns dos mais recentes avanços no ramo da geração de energia incluem
por cientistas, historiadores, e políticos no final do século XX, em parte a habilidade de usar a energia nuclear, derivada dos combustíveis tais
porque o debate pode definir o financiamento da ciência básica e aplicada. como o urânio, e a habilidade de usar o hidrogênio como fonte de energia
No início da Segunda Guerra Mundial, por exemplo, nos Estados Unidos limpa e barata.
era amplamente considerado que a tecnologia era simplesmente "ciência
aplicada" e que financiar ciência básica era colher resultados tecnológicos Nos tempos atuais, os denominados sistemas digitais tem ganhado
no seu devido tempo. Uma articulação dessa filosofia pode ser encontrada cada vez mais espaço entre as inovações tecnológicas. Grande parte dos
explicitamente no tratado de Vannevar Bush na política científica do pós- instrumentos tecnológicos de hoje envolvem sistemas digitais,
guerra, Ciência - A Fronteira Sem Fim: "Novos produtos, novos produtos, e principalmente no caso dos computadores.
cada vez mais o trabalho requer um contínuo aumento do conhecimento Energia
das leis da natureza ... Esse novo conhecimento essencial pode ser obtido
apenas através de pesquisa científica básica." No final da década de 1960, Em nosso planeta encontramos diversos tipos de fontes de energia. E-
entretanto, essa visão sofreu um ataque direto, tendendo a iniciativas que las podem ser renováveis ou esgotáveis. Por exemplo, a energia solar e a
financiam ciência para atividades específicas (iniciativas resistidas pela eólica (obtida através dos ventos) fazem parte das fontes de energia ines-
comunidade científica). A questão permanece - apesar da maioria dos gotáveis. Por outro lado, os combustíveis fósseis (derivados do petróleo e
do carvão mineral) possuem uma quantidade limitada em nosso planeta,
podendo acabar caso não haja um consumo racional.

Conhecimentos Gerais 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Fontes de energia altamente nociva para o organismo humano, exigindo rigorosos sistemas
de segurança. Existem dois métodos de obtenção de energia nuclear: a
Existe uma grande variedade de processos capazes de gerar energia fissão ou ruptura de átomos pesados e a fusão de elementos leves, que se
em alguma de suas formas. No entanto, as fontes clássicas de energia transformam em átomos mais complexos. A enorme quantidade de energia
utilizadas pela indústria têm sido de origem térmica, química ou elétrica, resultante desse processo deve-se à transformação de massa em energia,
que são intercambiáveis e podem ser transformadas em energia mecânica. como previu Einstein em sua teoria da relatividade.
A energia térmica ou calorífica origina-se da combustão de diversos Nas usinas nucleares, a energia é produzida por um dispositivo
materiais, e pode converter-se em mecânica por meio de uma série de denominado reator ou pilha atômica, assim chamado porque os recipientes
conhecidos mecanismos: as máquinas a vapor e os motores de combustão de urânio e, às vezes, de tório, são empilhados dentro de um receptáculo
interna tiram partido do choque de moléculas gasosas, submetidas a altas de outro material, geralmente o carbono. A fissão atômica produz calor, que
temperaturas, para impulsionar êmbolos, pistões e cilindros; as turbinas a pode mover uma turbina e gerar eletricidade. A grande vantagem da
gás utilizam uma mistura de ar comprimido e combustível para mover suas energia elétrica assim produzida reside na pequena quantidade de matéria
pás; e os motores a reação se baseiam na emissão violenta de gases. O físsil necessária à produção de uma considerável quantidade de calor: com
primeiro combustível, a madeira, foi substituído ao longo das sucessivas meio quilograma de urânio, por exemplo, uma pilha atômica pode produzir
inovações industriais pelo carvão, pelos derivados de petróleo e pelo gás tanto calor quanto a queima de dez toneladas de carvão.
natural.
Hidroeletricidade
Pode-se aproveitar a energia gerada por certas reações químicas, em
consequência de interações moleculares. À parte as reações de As matrizes renováveis de energia têm uma série de vantagens: a dis-
combustão, classificáveis entre as fontes térmicas, e nas quais substâncias ponibilidade de recursos, a facilidade de aproveitamento e o fato de que
se queimam ao entrar em contato com o oxigênio, a energia presente em continuam disponíveis na natureza com o passar do tempo. De todas as
certos processos de soluções ácidas e básicas ou de sais pode ser captada fontes deste tipo, a hidrelétrica representa uma parcela significativa da
em forma de corrente elétrica -- fundamento das pilhas e acumuladores. produção mundial, que representa cerca de 16% de toda a eletricidade
Dá-se também o processo inverso. gerada no planeta.
No Brasil, além de ser um fator histórico de desenvolvimento da eco-
A energia elétrica é produzida principalmente pela transformação de nomia, a energia hidrelétrica desempenha papel importante na integração e
outras formas de energia, como a hidráulica, a térmica e a nuclear. O no desenvolvimento de regiões distantes dos grandes centros urbanos e
movimento da água ou a pressão do vapor acionam turbinas que fazem industriais.
girar o rotor de dínamos ou alternadores para produzir corrente elétrica.
O potencial técnico de aproveitamento da energia hidráulica do Brasil
Esse tipo de energia apresenta como principais vantagens seu fácil
está entre os cinco maiores do mundo; o País tem 12% da água doce
transporte e o baixo custo, e talvez seja a forma mais difundida no uso
superficial do planeta e condições adequadas para exploração. O potencial
cotidiano. Os motores elétricos são os principais dispositivos de conversão
hidrelétrico é estimado em cerca de 260 GW, dos quais 40,5% estão locali-
dessa energia em sua manifestação mecânica.
zados na Bacia Hidrográfica do Amazonas – para efeito de comparação, a
As crises de energia ocorridas na segunda metade do século XX Bacia do Paraná responde por 23%, a do Tocantins, por 10,6% e a do São
suscitaram a busca de novas fontes. Registraram-se duas tendências, Francisco, por 10%. Contudo, apenas 63% do potencial foi inventariado. A
aparentemente opostas: os projetos e invenções destinados a dominar os Região Norte, em especial, tem um grande potencial ainda por explorar.
processos de reação nuclear e os sistemas de aproveitamento de energias Algumas das usinas em processo de licitação ou de obras na Amazô-
naturais não poluentes, como a hidráulica, a solar, a eólica e a geotérmica. nia vão participar da lista das dez maiores do Brasil: Belo Monte (que terá
Como resultado dessas pesquisas obteve-se um maior índice de potência instalada de 11.233 megawatts), São Luiz do Tapajós (8.381 MW),
aproveitamento dos recursos terrestres e marítimos em determinadas Jirau (3.750 MW) e Santo Antônio (3.150MW). Entre as maiores em funcio-
regiões do globo. namento estão Itaipu (14 mil MW, ou 16,4% da energia consumida em todo
o Brasil), Tucuruí (8.730 MW), Ilha Solteira (3.444 MW), Xingó (3.162 MW)
A energia hidráulica, utilizada desde a antiguidade, oferece amplas
e Paulo Afonso IV (2.462 MW).
possibilidades em rios e mares. As quedas d'água e a enorme força das
marés constituem exemplos claros do potencial dessas fontes. No entanto, As novas usinas da região Norte apresentam um desafio logístico: a
embora as represas e reservatórios representem meios para armazenar transmissão para os grandes centros, que ficam distantes milhares de
água e energia, facilmente transformável em corrente elétrica, ainda não quilômetros. Este problema vai ser solucionado pelo Sistema Integrado
foram encontrados meios eficazes para o aproveitamento das marés, Nacional (SIN), uma rede composta por linhas de transmissão e usinas que
devido à complexidade de seu mecanismo. operam de forma integrada e que abrange a maior parte do território do
País.
Ao longo da história, os moinhos e os barcos a vela tiraram amplo
proveito de um dos tipos primários de energia, a eólica, ou produzida pelo Composto pelas empresas de exploração de energia das regiões Sul,
vento. Essa manifestação energética, diretamente cinética por ser Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte, o SIN garante a
provocada pelo movimento do ar, apresenta baixo nível de rendimento e exploração racional de 96,6% de toda a energia produzida no País.
sua utilização é insegura e pouco uniforme, ainda que de baixo custo. Energia renovável
A energia solar representa o modelo mais característico de fonte A energia renovável é a energia que vem de recursos
renovável. Apesar de ser praticamente inesgotável, por provir diretamente naturais como sol, vento, chuva, marés e energia geotérmica, que
da radiação solar, seu aproveitamento ainda não alcança rendimentos são recursos renováveis (naturalmente reabastecidos). Em 2008, cerca de
equiparáveis a outras fontes. A captação dessa energia tem como principal 19% do consumo mundial de energia veio de fontes renováveis, com 13%
finalidade a produção de energia calorífica, sobretudo para calefação provenientes da tradicional biomassa, que é usada principalmente
doméstica. Alguns dispositivos, como as células fotoelétricas, permitem para aquecimento, e 3,2% a partir da hidroeletricidade. Novas energias
transformar a energia solar em elétrica. renováveis (pequenas hidrelétricas, biomassa, eólica, solar, geotérmica e
As fontes térmicas naturais e as forças terrestres, como terremotos e biocombustíveis) representaram outros 2,7% e este percentual está
vulcões, constituem formas de energia de difícil aproveitamento, e a crescendo muito rapidamente. A percentagem das energias renováveis
pesquisa científica para utilização de tais fenômenos na indústria ainda está na geração de eletricidade é de cerca de 18%, com 15% da eletricidade
em fase inicial. global vindo de hidrelétricas e 3% de novas energias renováveis.

A pesquisa sobre energia nuclear, cercada por intensa polêmica, A energia do Sol é convertida de várias formas para formatos
devido ao perigo de sua utilização militar e ao risco de poluição e radiação, conhecidos, como a biomassa (fotossíntese), a energia hidráulica
atingiu substancial progresso na segunda metade do século XX. (evaporação), a eólica (ventos) e a fotovoltaica, que contêm imensa
Fenômeno natural na formação do universo, a reação nuclear, devido à quantidade de energia, e que são capazes de se regenerar por meios
magnitude das energias liberadas no curso do processo, pode ser naturais.

Conhecimentos Gerais 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A geração de energia eólica está crescendo à taxa de 30% ao ano, Energia nuclear
com uma capacidade instalada a nível mundial de 157,9
mil megawatts (MW) em 2009, e é amplamente utilizada na Europa, Ásia e Os núcleo atômicos de elementos pesados, como o urânio, podem ser
nos Estados Unidos. No final de 2009, as instalações fotovoltaicas (PV) em desintegrados (fissão nuclear ou cisão nuclear) e liberar energia
todo o globo ultrapassaram 21.000 MW e centrais fotovoltaicas são radiante e cinética. Usinas termonucleares usam essa energia para
populares na Alemanha e na Espanha. Centrais de energia térmica solar produzir eletricidade utilizando turbinas a vapor.
operam nos Estados Unidos e Espanha, sendo a maior destas a usina de Uma consequência da atividade de produção deste tipo de energia são
energia solar do Deserto de Mojave, com capacidade de 354 MW. os resíduos nucleares, que podem levar milhares de anos para perder
A maior instalação de energia geotérmica do mundo é The Geysers, na a radioatividade. Porém existe uma fonte de energia nuclear que não gera
Califórnia, com uma capacidade nominal de 750 MW. O Brasil tem um dos resíduos radioativos, a da fusão nuclear, que ocorre quando 4 núcleos de
maiores programas de energia renovável no mundo, envolvendo a deutério se fundem formando 1 de hélio liberando energia térmica que pode
produção de álcool combustível a partir da cana de açúcar, e atualmente o ser usada em turbinas a vapor. Mas a reação de fusão ainda não foi
etanol representa 18% dos combustíveis automotivos do país. O etanol conseguida em grande escala a ponto de se economicamente viável.
combustível também é amplamente disponível nos Estados Unidos. Renováveis
Exemplos de fontes de energia renovável Os combustíveis renováveis são combustíveis que usam como matéria-
O Sol: energia solar prima elementos renováveis para a natureza, como a cana-de-açúcar,
O vento: energia eólica utilizada para a fabricação do etanol e também, vários
Os rios e correntes de água doce: energia hidráulica outros vegetais como a mamona utilizada para a fabricação do biodiesel ou
Os mares e oceanos: energia maremotriz outros óleos vegetais que podem ser usados diretamente em motores
As ondas: energia das ondas diesel com algumas adaptações.
A matéria orgânica: biomassa, biocombustível Energia hidráulica
O calor da Terra: energia geotérmica
Água salobra: energia azul A energia hidroelétrica é a energia que se produz
O hidrogênio: energia do hidrogênio em barragens construídas em cursos de água (exemplo, a barragem do
Energia da fissão Alqueva). Essa energia parte da precipitação que forma os rios que
Energia da fusão são represados, a água desses rios faz girar turbinas que produzem
energia elétrica.
As energias renováveis são consideradas como energias
alternativas ao modelo energético tradicional, tanto pela sua disponibilidade É encontrada sob a forma de energia cinética, sob diferenças
(presente e futura) garantida (diferente dos combustíveis fósseis que de temperatura ou gradientes de salinidade e pode ser aproveitada e
precisam de milhares de anos para a sua formação) como pelo seu utilizada. Uma vez que a água é aproximadamente 800 vezes mais densa
menor impacto ambiental. que o ar, requer um lento fluxo ouondas de mar moderadas, que podem
produzir uma quantidade considerável de energia.
Fontes de energia
Biomassa
As fontes de energia podem ser divididas em dois grupos principais:
permanentes (renováveis) e temporários (não-renováveis). As fontes A energia da biomassa é a energia que se obtém durante a
permanentes são aquelas que têm origem solar, no entanto, o conceito de transformação de produtos de origem animal e vegetal para a produção de
renovabilidade depende da escala temporal que é utilizado e os padrões de energia calorífica e elétrica. Na transformação de resíduos orgânicos é
utilização dos recursos. possível obter biocombustíveis, como o biogás, o bioálcool e o biodiesel.

Assim, são considerados os combustíveis fósseis não-renováveis já A formação de biomassa a partir de energia solar é realizada pelo
que a taxa de utilização é muito superior à taxa de formação do recurso processo denominado fotossíntese, pelas plantas que. Através da
propriamente dito. fotossíntese, as plantas que contêm clorofila transformam o dióxido de
carbono e a água em materiais orgânicos com alto teor energético que, por
Não-renováveis sua vez, servem de alimento para os outros seres vivos. A biomassa
Os combustíveis fósseis são fontes não-renováveis de energia: não é através destes processos armazena a curto prazo a energia solar sob a
possível repor o que se gasta, uma vez que podem ser necessários milhões forma de hidratos de carbono. A energia armazenada no processo
de anos para poder contar novamente com eles. São aqueles fotossintético pode ser posteriormente transformada em calor, liberando
cujas reservas são limitadas. As principais são a energia da fissão nuclear e novamente o dióxido de carbono e a água armazenados. Esse calor pode
os combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão). ser usado para mover motores ou esquentar água para gerar vapor e mover
uma turbina, gerando energia elétrica.
Combustíveis fósseis
Energia solar
Os combustíveis fósseis podem ser usados na forma sólida (carvão),
líquida (petróleo) ou gasosa (gás natural). Segundo a teoria mais aceita, A energia solar é aquela energia obtida pela luz do Sol, pode ser
foram formados por acumulações de seres vivos que viveram há milhões de captada com painéis solares. A radiação solar trazida para a Terra leva
anos e que foram fossilizados formando carvão ou hidrocarbonetos. No energia equivalente a vários milhares de vezes a quantidade de energia
caso do carvão se trata de bosques e florestas nas zonas úmidas e, no consumida pela humanidade.
caso do petróleo e do gás natural de grandes massas Através de coletores solares, a energia solar pode ser transformada
de plâncton acumuladas no fundo de bacias marinhas ou lacustres. Em em energia térmica, e usando painéis fotovoltaicos a energia luminosa pode
ambos os casos, a matéria orgânica foi parcialmente decomposta, pela ser convertida em energia elétrica. Ambos os processos não têm nada a ver
ação da temperatura, pressão e certas bactérias, na ausência de oxigênio, uns com os outros em termos de sua tecnologia. As centrais térmicas
de forma que foram armazenadas moléculas com ligações de alta energia. solares utilizam energia solar térmica a partir de coletores solares para
Se distinguem as "reservas identificadas", embora não sejam gerar eletricidade.
exploradas, e as "reservas prováveis", que poderão ser descobertas Há dois componentes na radiação solar: radiação direta e radiação
com tecnologias futuras. Segundo os cálculos, o planeta pode fornecer difusa. A radiação direta é a que vem diretamente do Sol, sem reflexões ou
energia para mais 40 anos (se for usado apenas o petróleo) e mais de 200 refrações intermediárias. A difusa, é emitida pelo céu durante o dia, graças
(se continuar a usar carvão). aos muitos fenômenos de reflexão e refração da atmosfera solar,
nas nuvens, e nos restantes elementos da atmosfera terrestre.
A radiação refletida direta pode ser concentrada e utilizada. No entanto,
tanto a radiação direta quanto a radiação difusa são utilizáveis.

Conhecimentos Gerais 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
É possível diferenciar entre receptores ativos e passivos, em que os Energia maremotriz
primeiros utilizam mecanismos para orientar o sistema receptor rumo ao sol
(chamado seguidor) para melhor atrair a radiação direta.
Uma grande vantagem da energia solar é que ela permite a geração de
energia, no mesmo local de consumo, através da integração da arquitetura.
Assim, pode ser levada a sistemas de geração distribuída, quase
eliminando completamente as perdas ligadas aos transportes, que
representam cerca de 40% do total. Porém essa fonte de energia tem o
inconveniente de não poder ser usada à noite, a menos que se
tenham baterias.
Energia eólica

Central elétrica maremotriz no estuário do Rio Rance,


ao noroeste da França.
A energia dos mares é a energia que se obtém a partir do movimento
das ondas, a das marés ou da diferença de temperatura entre os níveis da
água do mar. Ocorre devido à força gravitacional entre a Lua, a Terra e
o Sol, que causam as marés, ou seja, a diferença de altura média dos
mares de acordo com a posição relativa entre estes três astros. Esta
diferença de altura pode ser explorada em locais estratégicos como
os golfos, baías e estuários que utilizam turbinas hidráulicas na circulação
natural da água, junto com os mecanismos de canalização e de depósito,
para avançar sobre um eixo. Através da sua ligação a um alternador, o
A energia eólica é uma das fontes mais amigáveis de energia sistema pode ser usado para a geração de eletricidade, transformando,
renovável para o meio ambiente. assim, a energia das marés, em energia elétrica, uma energia mais útil e
A energia eólica é a energia obtida pela ação do vento, ou seja, através aproveitável.
da utilização da energia cinética gerada pelas correntes atmosféricas. A energia das marés têm a qualidade de ser renovável, como fonte de
O vento vem da palavra latina aeolicus, relativa à Eolo, deus dos energia primária não está esgotada pela sua exploração e, é limpa, uma
ventos na mitologia grega. A energia eólica tem sido utilizado desde vez que, na transformação de energia não produz poluentes derivados na
a Antiguidade para mover os barcos movidos por velas ou operação de fase operacional. No entanto, a relação entre a quantidade de energia que
outras máquinas. É uma espécie de energia verde. Essa energia também pode ser obtida com os atuais meios econômicos e os custos e o impacto
vem do Sol, que aquece a superfície da Terra de forma não homogênea, ambiental da instalação de dispositivos para o seu processo impediram
gerando locais de baixa pressão e locais de alta pressão, fazendo com que uma notável proliferação deste tipo de energia.
o ar se mova gerando ventos. Outras formas de extrair energia a partir da energia das ondas
Energia geotérmica oceânicas são, a energia produzida pelo movimento das ondas do oceano
e de energia devido ao gradiente térmico, que faz uma diferença de
A energia geotérmica é a energia do interior da Terra. A geotermia temperatura entre as águas superficiais e profundas do oceano.
consiste no aproveitamento de águas quentes e vapores para a produção
de eletricidade e calor. Exemplo: central geotérmica da Ribeira Energia do hidrogênio
Grande (Açores). A energia do hidrogênio é a energia que se obtém da combinação do
Parte do calor interno da Terra (5.000 °C) chega à crosta terrestre. Em hidrogênio com o oxigênio produzindo vapor de água e libertando energia
algumas áreas do planeta, próximas à superfície, as águas subterrâneas que é convertida em eletricidade. Existem alguns veículos que são movidos
podem atingir temperaturas de ebulição, e, dessa forma, servir para a hidrogênio.
impulsionar turbinas para eletricidade ou aquecimento. A energia Embora não seja uma fonte primária de energia, o hidrogênio se
geotérmica é aquela que pode ser obtida pelo homem através do calor constitui em uma forma conveniente e flexível de transporte e uso final de
dentro da terra. O calor dentro da terra ocorre devido a vários fatores, entre energia, pois pode ser obtido de diversas fontes energéticas (petróleo, gás
eles o gradiente geotérmico e o calor radiogênico. Geotérmica provém do natural, eletricidade, energia solar) e sua combustão não é poluente (é
grego geo, "Terra" e Thermo, "calor", literalmente "calor da Terra". produto da combustão da água), além de ser uma fonte de energia barata.
O uso do hidrogênio como combustível está avançando mais rapidamente,
havendo vários protótipos de carros nos países desenvolvidos que são
movidos a hidrogênio, que gera eletricidade, e descarregam como já dito,
água em seus escapamentos. Calcula-se que já na próxima década
existirão modelos comerciais de automóveis elétricos cujo combustível será
o hidrogênio líquido. porém devemos lembrar que o hidrogênio não é uma
fonte de energia, ele funciona como uma bateria que armazena a energia e
libera quando necessário na forma de calor. Para carregar essa bateria,
como foi dito anteriormente, precisamos de fontes reais de energia como as
que foram mencionadas nesse artigo.

Conhecimentos Gerais 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Vantagens e desvantagens emissões serem o produto de combustão fixo na nova biomassa. Na
prática, é empregada a energia poluente no plantio, na colheita e na
Energias ecológicas transformação, pelo que o saldo é negativo. Porém o saldo de energias não
A primeira vantagem de certa quantidade de recursos energéticos renováveis é muitas vezes mais negativo.
renováveis é que não produzem emissões de gases de efeito estufa nem Além disso, a biomassa não é verdadeiramente inesgotável, mesmo
outras emissões, ao contrário do que acontece com os combustíveis, sejam sendo renovável. A sua utilização pode ser feita apenas em casos
fósseis ou renováveis. Algumas fontes não emitem dióxido de carbono limitados. Há dúvidas quanto à capacidade da agricultura para fornecer as
adicional, exceto aqueles necessários para a construção e operação, e não quantidades de massa vegetal necessário, se esta fonte se popularizar, que
apresenta quaisquer riscos adicionais, tais como a ameaça nuclear. está se demonstrando pelo aumento de preços de grãos, devido à sua
No entanto, alguns sistemas de energias renováveis geram problemas utilização para a produção de biocombustíveis. Por outro lado, todos os
ecológicos particulares. Assim, as primeiras turbinas eólicas estavam biocombustíveis produzidos produzem maior quantidade de dióxido de
perigosas para as aves, como as suas lâminas giravam muito rapidamente, carbono por unidade de energia produzida ao equivalente fóssil. Mas essa
enquanto as hidroeléctricas podem criar barreiras à migração de certos emissão maior é absorvida na produção do biocombustível pelo processo
peixes, um problema grave em muitos rios do mundo (nos rios na região de fotossíntese.
noroeste da América do Norte que desembocam para o Oceano Pacífico, a A energia geotérmica é muito restrita, não só geograficamente, mas
população de salmão diminuiu drasticamente). algumas das suas fontes são consideradas poluentes. Isso ocorre porque a
Natureza difusa extração de água subterrânea em altas temperaturas geradas pelo arrastar
para a superfície de sais minerais indesejáveis e tóxicos.
Diversidade geográfica
A diversidade geográfica dos recursos é também significativa. Alguns
países e regiões são significativamente melhores do que outros recursos,
nomeadamente no setor das energias renováveis. Alguns países têm
recursos significativos perto dos principais centros de habitação em que a
procura de eletricidade é importante. A utilização desses recursos em
grande escala requer, no entanto, investimentos consideráveis no
tratamento e redes de distribuição, bem como na casa de produção. Além
disso, diferentes países têm diferentes potencialidades energéticas, este
fator deve ser tido em conta no desenvolvimento das tecnologias a por em
prática. Mas isso pode ser resolvido produzindo os biocombustíveis em
países tropicais, com maior incidência de luz solar, e os levando para os
países menos providos de Sol. Dessa maneira o problema de transporte de
energia seria resolvido.
Administração das redes elétricas
Se a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis está
generalizada, os sistemas de distribuição e transformação não seriam tão
Bateria de painéis solares. grandes distribuidores de eletricidade, mas funcionariam localmente, a fim
Um problema inerente à energia renovável é o seu caráter difuso, com de equilibrar as necessidades das pequenas comunidades. Os que
exceção da energia geotérmica, que, no entanto, só está disponível quando possuem energia em excesso venderiam aos setores com déficit, quer
a crosta é fina, como as fontes quentes e gêiseres. dizer, o funcionamento da rede deverá passar de uma "gestão passiva",
onde alguns produtores estão ligados e que o sistema é orientado para
Uma vez que algumas das fontes de energia renováveis proporcionam obter eletricidade "descendente" para o consumidor, para a gestão "ativa",
uma energia de uma relativamente baixa intensidade, distribuídas em onde alguns produtores são distribuídos na rede que devem monitorar
grandes áreas, são necessários novos tipos de "centrais" para transformá- constantemente as entradas e saídas para assegurar o equilíbrio do
los em fontes utilizáveis. Para 1.000kWh de eletricidade, consumo anual sistema local. Isso iria exigir grandes mudanças na forma de gerir as redes.
per capita nos países ocidentais, o proprietário de uma casa localizada em
uma zona nublada da Europa tem de instalar oito metros quadrados de No entanto, a pequena utilização de energias renováveis, o que muitas
painéis fotovoltaicos (supondo um rendimento médio de 12,5% da energia). vezes podem ocorrer no local, reduz a necessidade de ter sistemas de
distribuição de eletricidade. Atuais sistemas, raramente e economicamente
No entanto, com quatro metros quadrados de coletores solares rentáveis, revelaram que uma família média que tem um sistema solar com
térmicos, um lar pode chegar muito da energia necessária para a água armazenamento de energia, e painéis de dimensão suficiente, só tem que
quente sanitária, porém, devido ao aproveitamento da simultaneidade, os recorrer a fontes externas de energia elétrica em algumas horas por
prédios de apartamentos podem alcançar o mesmo retorno com menor semana. Portanto, aqueles que apóiam a energia renovável pensam que a
superfície de coletores e, sobretudo, com muito menor investimento por eletricidade dos sistemas de distribuição deveriam ser menos importantes e
agregado familiar. mais fáceis de controlar.
Irregularidade A Integração na paisagem
A produção de energia elétrica exige uma permanente fonte de energia Uma desvantagem óbvia da energia renovável é o seu impacto visual
confiável ou suporte de armazenamento (bomba hidráulica para sobre o meio ambiente local. Algumas pessoas odeiam a estética de
armazenamento, baterias, futuras pilhas de hidrogênio, etc). Assim, devido turbinas eólicas e mencionam a conservação da natureza quando se fala
ao elevado custo do armazenamento de energia, um pequeno sistema das grandes instalações solares elétricas fora das grandes cidades. No
autônomo é raramente econômico, exceto em situações isoladas, quando a entanto, o mundo inteiro encontra charme à vista dos "antigos moinhos de
ligação à rede de energia implica custos mais elevados. vento", que em seu tempo, eram amostras bem visíveis da tecnologia
disponível. No entanto a estética das turbinas eólicas está sendo revista
Fontes renováveis poluentes para não causar tanto impacto visual.
Em termos de biomassa, é certo que armazena um ativo de dióxido de Outros tentam utilizar estas tecnologias de forma eficaz e
carbono, formando a sua massa com ele e liberando o oxigênio de novo, esteticamente satisfatória: os painéis solares fixos podem duplicar as
enquanto para queimar novamente, combinam-se o carbono com barreiras anti-ruído ao longo das rodovias, há trechos disponíveis e
o oxigênio para formar o dióxido de carbono novamente. Teoricamente o poderiam então ser completamente substituídos por painéis solares, células
ciclo fechado não teria emissões de dióxido de carbono, apesar das

Conhecimentos Gerais 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
fotovoltaicas, de modo que podem ser empregados para pintar as janelas e efetivamente era. O realismo se define, sobretudo, baseado na oposição
produzir energia, e assim por diante. de Carr aos idealistas, ou seja, como uma teoria que vê o mundo da forma
como ele realmente é, desvinculado de princípios morais. Não obstante, a
Contraponto expressão mais consolidada do realismo toma forma apenas após a
Nem sempre uma forma de energia renovável possui baixo impacto Segunda Guerra Mundial, com a publicação do livro Política Entre as
ambiental. As grandes hidroelétricas acarretam em enorme impacto Nações de Hans Morgenthau. Com as mudanças no campo das ciências
ambiental e social, como é o caso por exemplo da Barragem das Três humanas e a transformação do meio internacional (guerra fria e degelo,
Gargantas, que foi recentemente finalizada na China e que provocou o expansão das organizações internacionais e aceleração do processo de
deslocamento de milhões de pessoas e a inundação de muitos quilômetros globalização, etc.), muitos autores, realistas ou não, começaram a criticar e
quadrados de terras. rever a obra de Morgenthau, oferecendo visões muito diversas de realismo,
como o realismo estruturalista de Kenneth Waltz, cuja obra Teoria Da
Investimentos Política Internacional, de 1979, teve um impacto profundo nas ciências
Em 2009 a China aplicou US$ 34 bilhões na geração de energias políticas...
renováveis. Com quase o dobro do investimento realizado pelos EUA, a Conceitos Realistas
China passou a liderar o ranking de países que mais investem em energias
renováveis no mundo. O Brasil apareceu em 5º lugar com R$ 13,2 bi. Os realistas partilham algumas características que permitem que
muitos autores os reúnam em um só grupo teórico. Nas teorias realistas
Relações internacionais das relações internacionais, que reivindicam um caráter objetivo, empírico e
Exercícios militares frequentemente ajudam a incrementar cooperação pragmático, o Estado é colocado no centro das discussões, pois se
estratégica entre países.[carece de fontes] Esta imagem mostra uma considera que o Estado é o ator principal das relações internacionais. Esse
formação de navios da Marinha da Índia, da Força de Auto-Defesa Estado sempre atua servindo ao interesse nacional, que em sua forma
Marítima do Japão e da Marinhados Estados Unidos, durante um exercício mais básica é o desejo de sobreviver, mas que também se traduz no
trilateral em 2007 acumulo e na manutenção do poder. O poder é tido como um instrumento
por meio do qual os Estados garantem sua sobrevivência no meio
As Relações Internacionais (abreviadas como RI ou REL) visam internacional, este último considerado, de acordo com os realistas, como
ao estudo sistemático das relações políticas, econômicas e sociais entre anárquico, isto é, na ausência completa de ordem. Os realistas não se
diferentes países cujos reflexos transcendam as fronteiras de um Estado,as preocupam com a origem histórica dos Estados, mas os tomam como
empresas, tenham como locus o sistema internacional. Entre os atores dados (“naturais”), além de homogêneos, e geralmente pensam a natureza
internacionais, destacam-se os Estados, as empresas transnacionais, humana de forma pessimista, reivindicando como base de suas ideias as
as organizações internacionais e as organizações não-governamentais. obras de Maquiavel, Hobbes e até mesmo Tucídides. Nas ciências sociais,
Pode se focar tanto na política externa de determinado Estado, quanto no e também para os realistas, o Estado deve ser definido a partir de sua
conjunto estrutural das interações entre os atores internacionais. capacidade de monopolizar a força coercitiva, ou seja, o poder interno sem
o qual não há ordem. No plano internacional, contudo, não há “Estado” e,
Além da ciência política, as Relações Internacionais mergulham em
portanto, não há monopólio do poder coercitivo, resultando disso os
diversos campos como a Economia, a História, o Direito internacional,
conflitos e guerras em que mergulha a humanidade frequentemente. Dessa
a Filosofia, a Geografia, a Sociologia, a Antropologia,
forma, o âmbito internacional é perigoso, e os Estados devem pensar em
a Psicologia e estudos culturais. Envolve uma cadeia de diversos assuntos
estratégias de segurança para impedir que sua soberania (autoridade
incluindo mas não limitados a: globalização, soberania,
legítima de cada Estado sobre seu território e sua população) seja
sustentabilidade, proliferação nuclear, nacionalismo, desenvolvimento
ameaçada, e para assegurar sua sobrevivência. Encontramos essa
econômico,sistema financeiro, terrorismo, crime organizado, segurança
descrição dos fenômenos políticos em Hobbes, que caracteriza a
humana, intervencionismo e direitos humanos.
sociedade sem Estados como uma disputa constante de todos contra
Teoria das relações internacionais todos. Muitas vezes os Estados são obrigados a cooperar e fazer alianças
para sobreviverem, sobretudo em função de um equilíbrio de poder, isto é,
As Teorias das Relações Internacionais são instrumentos teórico- buscando manter um equilíbrio na distribuição de poder no plano
conceituais por meio dos quais podemos compreender e explicar os internacional. Logo, se um estado se torna muito poderoso, os outros
fenômenos relativos à ação humana que transcende o espaço interno dos podem formar um bloco para neutralizar seu poder e reduzir seu perigo
Estados, ou seja, que tem lugar no meio “internacional”. Teorias costumam para a segurança de cada nação. No pensamento realista a ética ocupa
ter a intenção de tornar o mundo mais compreensível para seus espaço reduzido, uma vez que, buscando a sobrevivência, os Estados
interlocutores, e em alguns casos de explicar e desenvolver possíveis podem quebrar qualquer acordo e desobedecer qualquer regra moral.
previsões para o futuro. É lícito falar, nas relações internacionais, de teorias A Realpolitik, do alemão “Política Real”, prática da política externa definida
positivistas, isto é, que acreditam em verdades universais e científicas, e de como maquiavélica, é normalmente associada a esse pensamento de
teorias pós-positivistas, ou seja, aquelas que duvidam da legitimidade do cunho realista. Auto-ajuda é, para os realistas, a noção de que os Estados
conhecimento científico e contestam as bases epistemológicas, só podem contar com a sua própria capacidade no que diz respeito às
metodológicas e teóricas dos discursos dominantes. Podemos ainda falar relações internacionais. Em suma, os realistas enxergam o sistema
em meta-teorias, como algumas faces do construtivismo. O realismo e o internacional como um espaço de disputa pelo poder, motivada por um
neo-realismo são as correntes dominantes de pensamento nas relações tema saliente em suas exposições: a segurança.
internacionais ainda hoje embora possamos falar em descentralização e
fragmentação no campo. Hans Morgenthau
Realismo e Neo-realismo Hans Morgenthau, o pai do realismo clássico, circunscreveu alguns
princípios que, em sua concepção, orientavam a política externa. Para ele,
A rigor, não se pode falar em origem das relações internacionais nem a natureza humana era a referência básica de qualquer análise política, os
em teorias absolutamente homogêneas. Tradicionalmente, porém, se Estados tinham como objetivo comum a busca pelo poder e a moralidade
considera que o primeiro esforço sistematizado em pensar as relações seria limitada e definida em termos particulares (ver: seis princípios do
internacionais ocorreu em 1917 com a fundação na Escócia do primeiro realismo político[3]). O objetivo supremo de todo o Estado seria a
departamento de Relações Internacionais da história. Pensando numa sobrevivência e o poder seria instrumentalizado para servir aos interesses
forma de evitar os males da guerra (tendo em vista os desastres da nacionais.O prestígio poderia ser, também, um objetivo dos Estados no
Primeira Guerra Mundial) os cientistas dessa escola debateram formas de sistema internacional.
normatizar as relações internacionais. Na véspera do início da Segunda
Guerra Mundial, contudo, um estudioso chamado Edward Carr criticou pela John Herz
primeira vez os postulados desses primeiros cientistas em seu livro Vinte
Contemporâneo de Morgenthau, John Herz trouxe importantes
Anos de Crise, denominando-os como idealistas, por pensarem o mundo na
contribuições para o pensamento realista clássico. Embora partilhasse com
forma como ele deveria ser ao invés de pensarem o mundo como ele
Morgenthau grande parte do núcleo da teoria realista, Herz admitia que a

Conhecimentos Gerais 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ética tivesse um papel importante dentro das relações internacionais. Além primeiros consideram o presidente Wilson um idealista, enquanto os
disso, Herz introduziu no pensamento realista a ideia de dilema de segundos o consideram um brilhante precursor duma ordem mundial
segurança: quando um Estado se sente ameaçado, ele investe em armas, cooperativa. O décimo quarto ponto das propostas wilsonianas pedia que
o que faz, em determinado prazo, com os Estados ao seu redor se sintam as nações desenvolvidas formassem uma associação com o objetivo de
igualmente ameaçados, de forma que eles também investem em garantir a integridade territorial e a independência política dos países. Essa
armamentos. Dessa forma, todos os Estados acabam numa situação pior foi a fracassada Liga das Nações, que, não obstante, figura hoje como
do que antes em termos de segurança, mesmo que o objetivo original de modelo precursor das Nações Unidas e primeira experiência liberal do tipo.
determinado Estado tenha sido o de aumentar sua segurança. Embora Woodrow Wilson tenha se esforçado por convencer a população
americana da necessidade de se estabelecer uma Liga das Nações, o
Liberalismo/ Pluralismo presidente acabou sofrendo sérios problemas de saúde, sendo obrigado a
Nas relações internacionais o Liberalismo, ou Pluralismo, é uma se retirar de cena, enquanto um congresso cético rejeitava o seu projeto de
corrente teórica alicerçada principalmente na obra de Immanuel Kant. paz perpétua.
Normalmente considerados como “idealistas” pelos expoentes das escolas Funcionalismo
realistas, os liberais tem uma visão predominantemente positiva da
natureza humana, e vêem o Estado como um mal necessário. Para os O funcionalismo foi uma corrente de pensamento liberal que tentavam
liberais, as relações internacionais podem envolver cooperação e paz, colocar o pensamento liberal em patamar de igualdade com o
possibilitando o crescimento do comércio livre e a expansão dos direitos conhecimento que era produzido pelos realistas. Em outras palavras, o
universais dos homens. Os liberais enfatizam as relações internacionais funcionalismo foi uma tentativa de atribuir tom científico às premissas
como um palco em que atua uma multiplicidade de personagens, como os liberais, estabelecendo por meio de observações empíricas e análises
Estados, as organizações internacionais, as empresas transnacionais e os científicas um conhecimento que privilegiasse os elementos de cooperação
indivíduos, motivo pelo qual são chamados também de pluralistas. Eles do sistema internacional. Os principais expoentes dessa corrente foram Karl
acreditam que as relações internacionais podem assumir um aspecto mais Deutsch e David Mitrany. Os funcionalistas desenvolveram a ideia de spill-
otimista e sem guerras, motivado basicamente pelo livre comércio. over effect, segundo a qual a gradual obtenção de vantagens por meio da
cooperação internacional faria com que os Estados, tomando consciência
Conceitos Liberais da escolha mais racional, preferissem a paz à guerra. Um elemento
Embora os liberais tendam a concordar com os realistas no que diz importante colocado pelos funcionalistas era o de que as instituições
respeito á caracterização do sistema internacional como anárquico, suas internacionais de desenvolvimento técnico, em franca expansão,
teorias normalmente enfatizam os aspectos desse sistema que privilegiam possibilitariam a conformação do mundo num molde pacífico. O
a paz e a cooperação. Para os teóricos do liberalismo, herdeiros neofuncionalismo foi a tentativa deErnest Hass de corrigir o que os realistas
do iluminismo de Kant, Montesquieu e do liberalismo de Adam Smith, a chamaram de dimensão “ingênua” do funcionalismo e mais uma vez inserir
guerra seria desfavorável ao desenvolvimento do livre-comércio, de forma o liberalismo no debate científico. Hass reconfigura a ideia de spill-over,
que o crescimento do comércio em escala internacional favoreceria a dizendo que a tal tomada de consciência aconteceria primeiramente por
instauração de uma era de paz e cooperação nas relações internacionais. parte de determinados agentes dentro dos Estados, para só depois se
Um conceito particularmente importante desenvolvido pelos liberais é o de tornar convicção racional e moral do Estado, num processo de
interdependência. Num mundo cada vez mais integrado economicamente, aprendizagem.
conflitos em determinadas regiões ou tomadas de decisões egoístas Interdependência
poderiam afetar mesmo Estados distantes, a despeito de seus interesses. A
crise do petróleo é um exemplo de impacto da interdependência. Nesse Poder e Interdependência (1977), a obra liberalista de Robert
caso, os Estados tenderiam a cooperar visando evitar situações Keohane e Joseph Nye, é um marco para a discussão de
desastrosas para a economia. A ideia de paz democrática também é muito interdependência nas relações internacionais. Analisando as mudanças
importante para as relações internacionais hoje. Ela se funda na ideia proporcionadas pela acelerada globalização no mundo contemporâneo, que
Kantiana de que Estados com regimes em que prevalece a opinião pública envolvia o surgimento de transnacionais, o crescimento do comércio e a
não entrariam em guerra entre si. A opinião pública alteraria os interesses integração internacional intensiva, os autores defendiam que a tomada de
dos Estados, colocando em pauta questões que interessam aos indivíduos, decisões por atores estatais e não-estatais tendiam a ser recíprocos, isto é,
como liberdades, bem-estar social e outras questões de natureza moral. a trazer consequências para muitos outros agentes do sistema
internacional. Dessa forma, os efeitos econômicos de uma decisão tomada
Direito Internacional e Instituições do outro lado do mundo poderiam ser muito prejudiciais para os países
Entre os instrumentos preconizados pelos pensadores liberais como envolvidos. Para Keohane e Nye, a interdependência é um fenômeno
forma de regular os conflitos internacionais estão o direito internacional e custoso para os atores do sistema internacional, traduzida em termos de
as instâncias supranacionais. Hugo Grotius, em seu Sobre o direito da sensibilidade (repercussão de uma decisão em um país sobre outro) e
guerra e da paz, foi o primeiro a formular um direito internacional, pensando vulnerabilidade (alternativas de contornar a sensibilidade). As
em princípios morais universais (derivados do “Direito Natural”) alcançados consequências desse processo de integração, segundo os teoristas, era a
por intermédio da razão que cada homem detém. Grotius desenvolveu a redução do uso da força nas relações entre nações. Nessa perspectiva, a
ideia de Guerra Justa, isto é, que existem circunstâncias em que a guerra melhor maneira de solucionar conflitos gerados pela interdependência seria
pode ter legitimidade no direito. O iluminista Immanuel Kant, por sua vez, a instituição de instâncias supranacionais, por exemplo. Essa abordagem é
pensava que a formação de uma Federação de Estados refletindo importante porque subverte a relação estabelecida pelos realistas
princípios de direito positivo seria a melhor forma de conter as guerras que de “baixa” e “alta” política: as questões comerciais pareciam ter grande
assolavam a humanidade. Esses dois elementos, o direito e a instituição importância para a política de poderes.
internacional, são tidos como formas eficientes e legítimas de assegurar a Falência do Estado
resolução de conflitos sem o uso da força. Certamente inspiradas pelo
pensamento kantiano, uma série de entidades supranacionais foram Como foi dito, os liberais vem o Estado de forma pessimista, em
criadas durante o século XIX, como as entidades de cooperação técnica e grande parte porque ele restringe em alguma medida as liberdades
outras de conteúdo mais explicitamente político, como o Concerto Europeu. individuais. Na perspectiva liberal, o Estado tende a ter seu poder reduzido
conforme a globalização avança, uma vez que a soberania deixa de ser
Os Quatorze pontos de Wilson óbvia e uma série de novos atores não-estatais adquirem papéis
O discurso do dia 8 de janeiro de 1918 é um dos memoráveis episódios importantíssimos para a configuração das relações internacionais.
da História da Primeira Guerra Mundial. Nesse dia, o presidente norte- Neoliberalismo
americano Woodrow Wilson apresentou uma proposta consistindo em
catorze pontos cardeais do que deveria ser a nova ordem mundial. As Keohane reelaborou seu pensamento institucionalista com novas bases
interpretações da proposta de Wilson correspondem, de certa forma, às após severas críticas direcionadas às teorias da interdependência por parte
questões vinculadas ao debate “realismo versus liberalismo”, já que os dos realistas. O neoliberalismo, como ficou conhecido, mais uma vez

Conhecimentos Gerais 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tentava defender de forma científica que a formação de entidades amplo. Porém, isso não significa que o Estado tenha de lavar as mãos e
supranacionais era o melhor caminho para a solução de conflitos conformar-se com o quadro, devendo, portanto, tomar medidas sérias e
internacionais. Assim, o autor reiterou os postulados realistas, segundo os rígidas de combate à criminalidade e à preservação da segurança nacional,
quais o sistema internacional é anárquico e os Estados são seus principais adotando novas soluções tanto no quadro jurídico e institucional como no
atores. No entanto, Keohane se esforçou por demonstrar que a falta de operacional que estejam à altura da sofisticação da criminalidade.
transparência e o egoísmo completo podem ter consequências pouco
benéficas e, por conseguinte, menos lógicas, para as nações envolvidas. Não se pode sustentar em políticas de combate à criminalidade defici-
As instituições internacionais teriam, portanto, a função de permitir uma tária e que não atingem o bem comum, em procedimentos lentos e sem
melhor transparência nas relações internacionais e, assim, garantiriam eficácia, pois não configuram respeito aos direitos fundamentais.
resultados relativamente mais proveitosos do que aqueles que seriam Os investimentos em segurança pública estão muitíssimo aquém do
obtidos sem a sua existência. É importante ressaltar que a perspectiva de que seria necessário para se começar a pensar em oferecer segurança.
Keohane reconsidera o papel das instituições internacionais, inserindo-as Uma grande prova, é o crescimento dos gastos dos estados e municípios
dentro de uma perspectiva de políticas de interesses, descartando a para combater a violência em contraposição aos investimentos federais que
dimensão ética dessas instituições reivindicada por outros liberais. caem paulatinamente.
Segurança pública A consequência é que o número de encarcerados cresce a cada dia,
O CONCEITO DE SEGURANÇA PÚBLICA de maneira assustadora sem que haja capacidade do sistema prisional de
absorver esses excluídos da sociedade.
Numa sociedade em que se exerce democracia plena, a segurança
pública garante a proteção dos direitos individuais e assegura o pleno O déficit de nosso sistema prisional é titânico e, lamentavelmente o es-
exercício da cidadania. Neste sentido, a segurança não se contrapõe à tado não consegue disponibilizar novas vagas e, basta acompanhar os
liberdade e é condição para o seu exercício, fazendo parte de uma das jornais, para que nossas perspectivas tornem-se, ainda mais desanimado-
inúmeras e complexas vias por onde trafega a qualidade de vida dos cida- ras.
dãos. Proporcionalmente, os Estados Unidos investem 70 vezes mais que o
Quanto mais improvável a disfunção da ordem jurídica maior o senti- Brasil no combate à violência, nossos índices nos apontam como um país
mento de segurança entre os cidadãos. 88 vezes mais violento que a França. Emerson Clayton Rosa Santos

As forças de segurança buscam aprimorar-se a cada dia e atingir níveis Pergunta:


que alcancem a expectativa da sociedade como um todo, imbuídos pelo Qual é a mais correta definição de Globalização?
respeito e à defesa dos direitos fundamentais do cidadão e, sob esta óptica, Resposta:
compete ao Estado garantir a segurança de pessoas e bens na totalidade A Morte da Princesa Diana.
do território brasileiro, a defesa dos interesses nacionais, o respeito pelas
leis e a manutenção da paz e ordem pública. Pergunta:
Por quê?
Paralelo às garantias que competem ao Estado, o conceito de segu-
rança pública é amplo, não se limitando à política do combate à criminali- Resposta:
dade e nem se restringindo à atividade policial. Uma princesa inglesa com um namorado egípcio, tem um acidente de
A segurança pública enquanto atividade desenvolvida pelo Estado é carro dentro de um túnel francês, num carro alemão com motor holandês,
responsável por empreender ações de repressão e oferecer estímulos conduzido por um belga, bêbado de whisky escocês, que era seguido por
ativos para que os cidadãos possam conviver, trabalhar, produzir e se paparazzis italianos, em motos japonesas. A princesa foi tratada por um
divertir, protegendo-os dos riscos a que estão expostos. médico canadense, que usou medicamentos americanos. E isto é enviado
a você por um brasileiro, usando tecnologia americana (Bill Gates) e prova-
As instituições responsáveis por essa atividade atuam no sentido de i- velmente, você está lendo isso em um computador genérico que usa chips
nibir, neutralizar ou reprimir a prática de atos socialmente reprováveis, feitos em Taiwan e um monitor coreano montado por trabalhadores de
assegurando a proteção coletiva e, por extensão, dos bens e serviços. Bangladesh, numa fábrica de Singapura, transportado em caminhões
Norteiam esse conceito os princípios da Dignidade Humana, da Inter- conduzidos por indianos, roubados por indonésios, descarregados por
disciplinariedade, da Imparcialidade, da Participação comunitária, da Lega- pescadores sicilianos, reempacotados por mexicanos e, finalmente, vendi-
lidade, da Moralidade, do Profissionalismo, do Pluralismo Organizacional, do a você por chineses, através de uma conexão paraguaia
da Descentralização Estrutural e Separação de Poderes, da Flexibilida- Isto é *GLOBALIZAÇÃO!!! http://melhordarede.wordpress.com/
de Estratégica, do Uso limitado da força, da Transparência e da Responsa-
bilidade. Globalização

As Políticas de Segurança e Seus Impactos para Desestruturar o A globalização é um dos processos de aprofundamento da integração
Crime econômica, social, cultural, política, que teria sido impulsionado pelo
barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países do
Há uma grande deficiência nas chamadas Políticas de Segurança apli- mundo no final do século XX e início do século XXI. É um fenômeno gerado
cadas em nosso sistema e convém neste ponto, realçar que em todo o país pela necessidade da dinâmica do capitalismo de formar uma aldeia global
a manutenção da segurança interna, deixou de ser uma atividade monopo- que permita maiores mercados para os países centrais (ditos
lizada pelo Estado. desenvolvidos) cujos mercados internos já estão saturados. O processo de
Atualmente as funções de prevenção do crime, policiamento ostensivo Globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam
e ressocialização dos condenados estão divididas entre o Estado, a socie- pessoas, ou seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos
dade e a iniciativa privada. econômicos, sociais, culturais e políticos. Com isso, gerando a fase da
expansão capitalista, onde é possível realizar transações financeiras,
Entre as causas dessa deficiência estão o aumento do crime, do senti- expandir seu negócio até então restrito ao seu mercado de atuação para
mento de insegurança, do sentimento de impunidade e o reconhecimento mercados distantes e emergentes, sem necessariamente um investimento
de que o Estado apesar de estar obrigado constitucionalmente a oferecer alto de capital financeiro, pois a comunicação no mundo globalizado
um serviço de segurança básico, não atende sequer, às mínimas necessi- permite tal expansão, porém, obtêm-se como consequência o aumento
dades específicas de segurança que formam a demanda exigida pelo acirrado da concorrência.
mercado.
História
Diversos acontecimentos têm-nos provado que é impossível pensar
num quadro de estabilidade com relação à segurança pública de tal manei- A globalização é um fenômeno capitalista e complexo que começou na
ra que se protegesse por completo dos efeitos da criminalidade em sentido era dos descobrimentos e que se desenvolveu a partir da Revolução

Conhecimentos Gerais 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Industrial. Mas o seu conteúdo passou despercebido por muito tempo, e celular em relação a década de 1980, ultrapassando a barreira de 100
hoje muitos economistas analisam a globalização como resultado do pós milhões de aparelhos em 2002.
Segunda Guerra Mundial, ou como resultado da Revolução Tecnológica.
Redes de televisão e imprensa multimédia em geral também sofreram
Sua origem pode ser traçada do período mercantilista iniciado um grande impacto da globalização. Um país com imprensa livre hoje em
aproximadamente no século XV e durando até o século XVIII, com a queda dia pode ter acesso, alguma vezes por televisão por assinatura ou satélite,
dos custos de transporte marítimo, e aumento da complexidade das a emissoras do mundo inteiro, desde NHK do Japão até Cartoon Network
relações políticas europeias durante o período. Este período viu grande americana.
aumento no fluxo de força de trabalho entre os países e continentes,
particularmente nas novas colônias europeias. Pode-se dizer que este incremento no acesso à comunicação em
massa acionado pela globalização tem impactado até mesmo nas
Já em meio à Segunda Guerra Mundial surgiu, em 1941, um dos estruturas de poder estabelecidas, com forte conotação a democracia,
primeiros sintomas da globalização das comunicações: o pacote cultural- ajudando pessoas antes alienadas a um pequeno grupo de radiodifusão de
ideológico dos Estados Unidos incluía várias edições diárias de O Repórter informação a terem acesso a informação de todo o mundo, mostrando a
Esso , uma síntese noticiosa de cinco minutos rigidamente cronometrados, elas como o mundo é e se comporta[5]
a primeira de caráter global, transmitido em 14 países do continente
americano por 59 estações de rádio, constituindo-se na mais ampla rede Mas infelizmente este mesmo livre fluxo de informações é tido como
radiofônica mundial.[1] uma ameaça para determinados governos ou entidades religiosas com
poderes na sociedade, que tem gasto enorme quantidade de recursos para
É tido como início da globalização moderna o fim da Segunda Guerra limitar o tipo de informação que seus cidadãos tem acesso.
mundial, e a vontade de impedir que uma monstruosidade como ela
ocorresse novamente no futuro, sendo que as nações vitoriosas da guerra Na China, onde a internet tem registrado crescimento espetacular, já
e as devastadas potências do eixo chegaram a conclusão que era de suma contando com 136 milhões de usuários[6] graças à evolução, iniciada em
importância para o futuro da humanidade a criação de mecanismos 1978, de uma economia centralmente planejada para uma nova economia
diplomáticos e comerciais para aproximar cada vez mais as nações uma socialista de mercado,[7] é outro exemplo de nação notória por tentar limitar
das outras. Deste consenso nasceu as Nações Unidas, e começou a surgir a visualização de certos conteúdos considerados "sensíveis" pelo governo,
o conceito de bloco econômico pouco após isso com a fundação da como do Protesto na Praça Tiananmem em 1989, além disso em torno de
Comunidade Europeia do Carvão e do Aço - CECA. 923 sites de noticias ao redor do mundo estão bloqueados, incluindo CNN e
BBC, sites de governos como Taiwan também são proibidos o acesso e
A necessidade de expandir seus mercados levou as nações a aos sites de defesa da independência do Tibete. O número de pessoas presas
poucos começarem a se abrir para produtos de outros países, marcando o na China por "ação subversiva" por ter publicado conteúdos críticos ao
crescimento da ideologia econômica do liberalismo. governo é estimado em mais de 40 ao ano. A própria Wikipédia já sofreu
diversos bloqueios por parte do governo chinês.[8]
Atualmente os grandes beneficiários da globalização são os grandes
países emergentes, especialmente o BRIC, com grandes economias de No Irã, Arábia Saudita e outros países islâmicos com grande influência
exportação, grande mercado interno e cada vez maior presença mundial.[2] da religião nas esferas governamentais, a internet sofre uma enorme
Antes do BRIC, outros países fizeram uso da globalização e economias pressão do estado, que tenta implementar diversas vezes barreiras e
voltadas a exportação para obter rápido crescimento e chegar ao primeiro dificuldades para o acesso a rede mundial, como bloqueio de sites de redes
mundo, como os tigres asiáticos na década de 1980 e Japão na década de de relacionamentos sociais como Orkut e MySpace, bloqueio de sites de
1970.[3] noticias como CNN e BBC. Acesso a conteúdo erótico também é proibido.
Enquanto Paul Singer vê a expansão comercial e marítima europeia Qualidade de vida
como um caminho pelo qual o capitalismo se desenvolveu assim como a
globalização, Maria da Conceição Tavares aposta o seu surgimento na
acentuação do mercado financeiro, com o surgimento de novos produtos
financeiros.
Impacto
A característica mais notável da globalização é a presença de marcas
mundiais
A globalização afeta todas as áreas da sociedade, principalmente
comunicação, comércio internacional e liberdade de movimentação, com
diferente intensidade dependendo do nível de desenvolvimento e
integração das nações ao redor do planeta.
Londres, a cidade mais globalizada do planeta.
Comunicação
O acesso instantâneo de tecnologias, principalmente novos
A globalização das comunicações tem sua face mais visível na internet,
medicamentos, novos equipamentos cirúrgicos e técnicas, aumento na
a rede mundial de computadores, possível graças a acordos e protocolos
produção de alimentos e barateamento no custo dos mesmos, tem causado
entre diferentes entidades privadas da área de telecomunicações e
nas últimas décadas um aumento generalizado da longevidade dos países
governos no mundo. Isto permitiu um fluxo de troca de ideias e informações
emergentes e desenvolvidos. De 1981 a 2001, o número de pessoas
sem critérios na história da humanidade. Se antes uma pessoa estava
vivendo com menos de US$1 por dia caiu de 1,5 bilhão de pessoas para
limitada a imprensa local, agora ela mesma pode se tornar parte da
1,1 bilhão, sendo a maior queda da pobreza registrada exatamente nos
imprensa e observar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas como
países mais liberais e abertos a globalização.[9]
fator de limitação a barreira linguística.
Na China, após a flexibilização de sua economia comunista
Outra característica da globalização das comunicações é o aumento da
centralmente planejada para uma nova economia socialista de mercado,[7]
universalização do acesso a meios de comunicação, graças ao
e uma relativa abertura de alguns de seus mercados, a porcentagem de
barateamento dos aparelhos, principalmente celulares e os de
pessoas vivendo com menos de US$2 caiu 50,1%, contra um aumento de
infraestrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e incremento
2,2% na África sub-saariana. Na América Latina, houve redução de 22%
geral da qualidade graças a inovação tecnológica. Hoje uma inovação
das pessoas vivendo em pobreza extrema de 1981 até 2002.[10]
criada no Japão pode aparecer no mercado português ou brasileiro em
poucos dias e virar sucesso de mercado. Um exemplo da universalização Embora alguns estudos sugiram que atualmente a distribuição de
do acesso a informação pode ser o próprio Brasil, hoje com 42 milhões de renda ou está estável ou está melhorando, sendo que as nações com maior
telefones instalados,[4] e um aumento ainda maior de número de telefone melhora são as que possuem alta liberdade econômica pelo Índice de

Conhecimentos Gerais 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Liberdade Econômica,[11] outros estudos mais recentes da ONU indicam empresas transnacionais, e governos do mundo inteiro. Nesta ponta surge
que "a 'globalização' e 'liberalização', como motores do crescimento a inter-relação entre a Globalização e o Consenso de Washington.
econômico e o desenvolvimento dos países, não reduziram as
desigualdades e a pobreza nas últimas décadas".[12] Antonio Negri

Para o prêmio nobel em economia Stiglitz, a globalização, que poderia O pensador italiano Antonio Negri defende, em seu livro "Império", que
ser uma força propulsora de desenvolvimento e da redução das a nova realidade sócio-política do mundo é definida por uma forma de
desigualdades internacionais, está sendo corrompida por um organização diferente da hierarquia vertical ou das estruturas de poder
comportamento hipócrita que não contribui para a construção de uma "arborizadas" (ou seja, partindo de um tronco único para diversas
ordem econômica mais justa e para um mundo com menos conflitos. Esta ramificações ou galhos cada vez menores). Para Negri, esta nova
é, em síntese, a tese defendida em seu livro A globalização e seus dominação (que ele batiza de "Império") é constituída por redes
malefícios: a promessa não-cumprida de benefícios globais.[13] Críticos assimétricas, e as relações de poder se dão mais por via cultural e
argumentam que a globalização fracassou em alguns países, exatamente econômica do que uso coercitivo de força. Negri entende que entidades
por motivos opostos aos defendidos por Stiglitz: Porque foi refreada por organizadas como redes (tais como corporações, ONGs e até grupos
uma influência indesejada dos governos nas taxas de juros e na reforma terroristas) têm mais poder e mobilidade (portanto, mais chances de
tributária [1]. sobrevivência no novo ambiente) do que instituições paradigmáticas da
modernidade (como o Estado, partidos e empresas tradicionais).
Efeitos na indústria e serviços
Mário Murteira
Os efeitos no mercado de trabalho da globalização são evidentes, com
a criação da modalidade de outsourcing de empregos para países com O economista português Mário Murteira, autor de uma das abordagens
mão-de-obra mais baratas para execução de serviços que não é necessário científicas mais antigas e consistentes sobre o fenômeno da
alta qualificação, com a produção distribuída entre vários países, seja para Globalização[16], defende que, no século XXI, se verifica uma
criação de um único produto, onde cada empresa cria uma parte, seja para 'desocidentalização' da Globalização, visto que se constata que os países
criação do mesmo produto em vários países para redução de custos e do Oriente, como a China, são os principais atores atuais do processo de
ganhar vantagem competitivas no acesso de mercados regionais. Globalização e a hegemonia do Ocidente, no sistema econômico mundial,
está a aproximar-se do seu ocaso, pelo que outras dinâmicas regionais,
O ponto mais evidente é o que o colunista David Brooks definiu como sobretudo na Ásia do Pacífico, ganharam mais força a nível global[17]. Para
"Era Cognitiva", onde a capacidade de uma pessoa em processar Mário Murteira, a Globalização está relacionada com um novo tipo de
informações ficou mais importante que sua capacidade de trabalhar como capitalismo em que o «mercado de conhecimento»[18] é o elemento mais
operário em uma empresa graças a automação, também conhecida como influente no processo de acumulação de capital e de crescimento
Era da Informação, uma transição da exausta era industrial para a era pós- econômico no capitalismo atual, ou seja, é o núcleo duro que determina a
industrial.[14] evolução de todo o sistema econômico mundial do presente século XXI[19].
Nicholas A. Ashford, acadêmico do MIT, conclui que a globalização Stuart Hall
aumenta o ritmo das mudanças disruptivas nos meios de produção,
tendendo a um aumento de tecnologias limpas e sustentáveis, apesar que Em A Identidade cultural na Pós-Modernidade, Stuart Hall (2003)[2]
isto irá requerer uma mudança de atitude por parte dos governos se este busca avaliar o processo de deslocamento das estruturas tradicionais
quiser continuar relevante mundialmente, com aumento da qualidade da ocorrido nas sociedades modernas, assim como o descentramento dos
educação, agir como evangelista do uso de novas tecnologias e investir em quadros de referências que ligavam o indivíduo ao seu mundo social e
pesquisa e desenvolvimento de ciências revolucionárias ou novas como cultural. Tais mudanças teriam sido ocasionadas, na contemporaneidade,
nanotecnologia ou fusão nuclear. O acadêmico, nota porém, que a principalmente, pelo processo de globalização. A globalização alteraria as
globalização por si só não traz estes benefícios sem um governo pró-ativo noções de tempo e de espaço, desalojaria o sistema social e as estruturas
nestes questões, exemplificando o cada vez mais globalizado mercados por muito tempo consideradas como fixas e possibilitaria o surgimento de
EUA, com aumento das disparidades de salários cada vez maior, e os uma pluralização dos centros de exercício do poder. Quanto ao
Países Baixos, integrante da UE, que se foca no comércio dentro da própria descentramento dos sistemas de referências, Hall considera seus efeitos
UE em vez de mundialmente, e as disparidades estão em redução.[15] nas identidades modernas, enfatizando as identidades nacionais,
observando o que gerou, quais as formas e quais as consequências da
Teorias da Globalização crise dos paradigmas do final do século XX.
A globalização, por ser um fenômeno espontâneo decorrente da Benjamin Barber
evolução do mercado capitalista não direcionado por uma única entidade
ou pessoa, possui várias linhas teóricas que tentam explicar sua origem e Em seu artigo "Jihad vs. McWorld", Benjamin Barber expõe sua visão
seu impacto no mundo atual. dualista para a organização geopolítica global num futuro próximo. Os dois
caminhos que ele enxerga — não apenas como possíveis, mas também
A rigor, as sociedades do mundo estão em processo de globalização prováveis — são o do McMundo e o da Jihad. Mesmo que se utilizando de
desde o início da História, acelerado pela época dos Descobrimentos. Mas um termo específico da religião islâmica (cujo significado, segundo ele, é
o processo histórico a que se denomina Globalização é bem mais recente, genericamente "luta", geralmente a "luta da alma contra o mal", e por
datando (dependendo da conceituação e da interpretação) do colapso do extensão "guerra santa"), Barber não vê como exclusivamente muçulmana
bloco socialista e o consequente fim da Guerra Fria (entre 1989 e 1991), do a tendência antiglobalização e pró-tribalista, ou pró-comunitária. Ele
refluxo capitalista com a estagnação econômica da URSS (a partir de 1975) classifica nesta corrente inúmeros movimentos de luta contra a ação
ou ainda do próprio fim da Segunda Guerra Mundial. globalizante, inclusive ocidentais, como os zapatistas e outras guerrilhas
latino-americanas.
No geral a globalização é vista por alguns cientistas políticos como o
movimento sob o qual se constrói o processo de ampliação da hegemonia Está claro que a democracia, como regime de governo particular do
econômica, política e cultural ocidental sobre as demais nações. Ou ainda modo de produção da sociedade industrial, não se aplica mais à realidade
que a globalização é a reinvenção do processo expansionista americano no contemporânea. Nem se aplicará tampouco a quaisquer dos futuros
período pós guerra-fria (esta reinvenção tardaria quase 10 anos para econômicos pretendidos pelas duas tendências apontadas por Barber: ou o
ganhar forma) com a imposição (forçosa ou não) dos modelos políticos pré-industrialismo tribalista ou o pós-industrialismo globalizado. Os modos
(democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e de produção de ambos exigem outros tipos de organização política cujas
econômico (abertura de mercados e livre competição). demandas o sistema democrático não é capaz de atender.
Vale ressaltar que este projeto não é uma criação exclusiva do estado Daniele Conversi
norte-americano e que tampouco atende exclusivamente aos interesses
deste, mas também é um projeto das empresas, em especial das grandes Para Conversi, os acadêmicos ainda não chegaram a um acordo sobre
o real significado do termo globalização, para o qual ainda não há uma
definição coerente e universal: alguns autores se concentram nos aspectos

Conhecimentos Gerais 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
econômicos, outros nos efeitos políticos e legislativos, e assim por diante. Referências
Para Conversi, a 'globalização cultural' é, possivelmente, sua forma mais
visível e efetiva enquanto "ela caminha na sua trajetória letal de destruição ↑ O Repórter Esso e a Globalização
global, removendo todas as seguranças e barreiras tradicionais em seu ↑ G8: a desatualizada elite econômica do planeta
caminho. É também a forma de globalização que pode ser mais facilmente ↑ Globalisation and the Asia-Pacific Revival.
identificada com uma dominação pelos Estados Unidos. Conversi vê uma ↑ Universalização da telefônica
correlação entre a globalização cultural e seu conceito gêmeo de ↑ A comunicação de massa como condição para a democracia
'segurança cultural', tal como desenvolvido por Jean Tardiff, e outros[20] ↑ China pode ultrapassar EUA em usuários de internet
↑ a b Economic system, fonte: China.org.cn
Conversi propõe a análise da 'globalização cultural' em três linhas ↑ Internet na China
principais: a primeira se concentra nos efeitos políticos da alterações sócio- ↑ How Have the Worlds Poorest Fared Since the Early 1980s
culturais, que se identificam com a 'insegurança social'. A segunda, ↑ Índices de pobreza do Banco Mundial
paradoxalmente chamada de 'falha de comunicação',[20] tem como seu ↑ Global Inequality Fades as the Global Economy Grows
argumento principal o fato de que a 'ordem mundial' atual tem uma ↑ Globalização não reduz desigualdade e pobreza no mundo, diz ONU.
estrutura vertical, na realidade piramidal, onde os diversos grupos sociais Agência Efe. In: Mundo, Folha online, 10/02/2007 às 08h50
têm cada vez menos oportunidades de se intercomunicar, ou interagir de ↑ PRADO, Luiz Carlos Delorme. A política econômica deles, e a
maneira relevante e consoante suas tradições; de acordo com essa teoria nossa.... uma resenha de A globalização e seus malefícios: a promessa
não estaria havendo uma 'globalização' propriamente dita, mas, ao não-cumprida de benefícios globais. Rio de Janeiro: Revista de Economia
contrário, estariam sendo construídas ligações-ponte, e estaria ocorrendo Contemporânea, vol.11 no.3, Sept./Dec. 2007
uma erosão do entendimento, sob a fachada de uma homogenização global ↑ The Cognitive Age
causando o colapso da comunicação interétnica e internacional, em ↑ Sustainable Development and Globalization: New Challenges and
consequência direta de uma 'americanização' superficial.[20] A terceira Opportunities for Work Organization
linha de análise se concentra numa forma mais real e concreta de ↑ Pioneirismo de Mário Murteira no estudo científico da Globalização
globalização: a importância crescente da diáspora na política internacional ↑ A 'desocidentalização' da Globalização segundo Mário Murteira
e no nascimento do que se chamou de 'nacionalismo de e-mail" - uma ↑ A Econômia do Conhecimento e a Globalização
expressão criada por Benedict Anderson (1992).[21] "A expansão da ↑ O novo tipo de Capitalismo está na origem da Globalização
Internet propiciou a criação de redes etnopolíticas que só podem ser ↑ a b c d CONVERSI, Daniele. Americanization and the planetary
limitadas pelas fronteiras nacionais às custas de violações de direitos spread of ethnic conflict : The globalization trap. in Planet Agora, dezembro
humanos".[20] 2003 - janeiro 2004
↑ ANDERSON, Benedict 1992 Long-Distance Nationalism: World Capi-
Samuel P. Huntington talism and the Rise of Identity Politics.
O cientista político Samuel P. Huntington, ideólogo do ↑ STIGLITZ, Joseph E. The pact with the devil. Beppe Grillo's Friends
neoconservadorismo norte-americano, enxerga a globalização como interview
processo de expansão da cultura ocidental e do sistema capitalista sobre ↑ GARDELS, Nathan.Globalização produz países ricos com pessoas
os demais modos de vida e de produção do mundo, que conduziria pobres: Para Stiglitz, a receita para fazer esse processo funcionar é usar o
inevitavelmente a um "choque de civilizações". chamado "modelo escandinavo" . Economia & Negócios, O Estado de S.
Paulo, 27/09/2006
Antiglobalização
Apesar das contradições há um certo consenso a respeito das
características da globalização que envolve o aumento dos riscos globais Especialistas: pobreza recua no Brasil, mas fim da miséria é
de transações financeiras, perda de parte da soberania dos Estados com a questionável
ênfase das organizações supra-governamentais, aumento do volume e
velocidade como os recursos vêm sendo transacionados pelo mundo, BBCBrasil.com
através do desenvolvimento tecnológico etc. Apesar de expressivos avanços no combate à extrema pobreza, erradi-
Além das discussões que envolvem a definição do conceito, há car a miséria do Brasil e transformá-lo num País de classe média será mais
controvérsias em relação aos resultados da globalização.[22] Tanto complexo e demorado do que o discurso do governo sugere, segundo
podemos encontrar pessoas que se posicionam a favor como contra especialistas ouvidos pela BBC Brasil.
(movimentos antiglobalização). Há duas semanas, à frente de uma placa com o slogan "O fim da misé-
A globalização é um fenômeno moderno que surgiu com a evolução ria é só um começo" - provável lema de sua campanha à reeleição -, a
dos novos meios de comunicação cada vez mais rápidos e mais eficazes. presidente Dilma Rousseff anunciou a ampliação das transferências de
Há, no entanto, aspectos tanto positivos quanto negativos na globalização. renda às famílias mais pobres que constam do Cadastro Único do governo.
No que concerne aos aspectos negativos há a referir a facilidade com que Com a mudança, os mais pobres receberão repasse complementar pa-
tudo circula não havendo grande controle como se pode facilmente ra que a renda per capita de suas famílias alcance ao menos R$ 70 ao mês
depreender pelos atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos. Esta - patamar abaixo do qual são consideradas extremamente pobres pelo
globalização serve para os mais fracos se equipararem aos mais fortes pois governo. A alteração, diz o governo, permitirá que 2,5 milhões de brasileiros
tudo se consegue adquirir através desta grande autoestrada informacional se somem a 22 milhões de beneficiários do Bolsa Família que ultrapassa-
do mundo que é a Internet. Outro dos aspectos negativos é a grande ram a linha da pobreza extrema nos últimos dois anos.
instabilidade econômica que se cria no mundo, pois qualquer fenômeno
que acontece num determinado país atinge rapidamente outros países Para que o programa seja de fato universalizado, porém, o governo es-
criando-se contágios que tal como as epidemias se alastram a todos os tima que falte registrar 2,2 milhões de brasileiros miseráveis ainda à mar-
pontos do globo como se de um único ponto se tratasse. Os países cada gem das políticas de transferência de renda, o que pretende realizar até
vez estão mais dependentes uns dos outros e já não há possibilidade de se 2014.
isolarem ou remeterem-se no seu ninho pois ninguém é imune a estes Especialistas em políticas antipobreza ouvidos pela BBC Bra-
contágios positivos ou negativos. Como aspectos positivos, temos sem sil aprovaram a expansão do programa, mas fazem ressalvas quanto à
sombra de dúvida, a facilidade com que as inovações se propagam entre promessa do governo de erradicar a miséria.
países e continentes, o acesso fácil e rápido à informação e aos bens. Com
a ressalva de que para as classes menos favorecidas economicamente, Para Otaviano Canuto, vice-presidente da Rede de Redução da Pobre-
especialmente nos países em desenvolvimento,[23] esse acesso não é za e Gerenciamento Econômico do Banco Mundial, o Bolsa Família - carro-
"fácil" (porque seu custo é elevado) e não será rápido. chefe dos programas de transferência de renda do governo - é bastante
eficiente e tem um custo relativamente baixo (0,5% do PIB nacional).

Conhecimentos Gerais 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Canuto diz que o plano e outros programas de transferência de renda almente crítico à ideia de que, com a redução na pobreza, o Brasil está se
ajudam a explicar a melhora nos índices de pobreza e desigualdade no tornando um país de classe média, tese defendida pela presidente.
Brasil na última década, ainda que, somados, tenham tido peso menor do
que a universalização da educação - "processo que vem de antes do go- "Considerar classe média alguém que recebe entre um e dois salários
verno Lula" - e a evolução do mercado de trabalho, com baixo desemprego mínimos, que mora em zona urbana sem acesso a bens culturais nem
e salários reais crescentes. moradia decente, que leva três horas para se deslocar ao trabalho? Essa é
a classe trabalhadora que está sendo redefinida."
Apesar do progresso, estudiosos dizem que, mesmo que o Cadastro
Único passe a cobrir todos os brasileiros que hoje vivem na pobreza, sem- Para o professor, a transferência de renda deveria integrar um conjunto
pre haverá novas famílias que se tornarão miseráveis. mais amplo de ações do governo com foco na redução da desigualdade.
Entre as políticas que defende estão reduzir os impostos indiretos sobre os
Há, ainda, questionamentos sobre o critério do governo para definir a mais pobres, fortalecer cooperativas e agregar valor à produção industrial,
pobreza extrema - renda familiar per capita inferior a R$ 70, baseado em para que os salários acompanhem os ganhos em eficiência.
conceito do Banco Mundial que define como miserável quem vive com
menos de US$ 1,25 por dia. Falcão, do MDS, diz que o governo já tem atacado a pobreza por vá-
rios ângulos. Segundo ele, o Cadastro Único - "uma inovação em termos de
Adotado em junho de 2011 pelo governo, quando foi lançado o plano política social ainda pouco compreendida no Brasil" - revolucionou a formu-
Brasil Sem Miséria (guarda-chuva das políticas federais voltadas aos mais lação de políticas públicas para os mais pobres.
pobres), o valor jamais foi reajustado. Se tivesse acompanhado a inflação,
hoje valeria R$ 76,58. O cadastro hoje inclui 23 milhões de famílias (ou cerca de 100 milhões
de pessoas, quase metade da população) e é atualizado a cada dois anos
Em onze das 18 capitais monitoradas pelo Dieese (Departamento In- com informações sobre sua situação socioeconômica.
tersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), R$ 70 não garantem
sequer a compra da parte de uma cesta básica destinada a uma pessoa. Segundo o secretário, o cadastro tem orientado programas federais de
Em São Paulo, seriam necessários R$ 95,41 para a aquisição. expansão do ensino integral, fortalecimento da agricultura familiar e qualifi-
cação profissional, que passaram a atender prioritariamente beneficiários
Em 2009, o então economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da do Bolsa Família.
Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Neri, defendeu em artigo que a linha de
miséria no país fosse de R$ 144 por pessoa. Essa linha, segundo o autor, Para Canuto, vice-presidente do Banco Mundial, manter o Brasil numa
que hoje preside o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão trajetória de melhoria dos indicadores sociais não dependerá apenas de
ligado à Presidência), atende necessidades alimentares mínimas fixadas políticas voltadas aos mais pobres. Ele diz que o "modelo ultraexitoso" que
pela Organização Mundial da Saúde. permitiu a redução da pobreza na última década, baseado no aumento do
consumo doméstico e da massa salarial, está próximo do limite.
O economista Francisco Ferreira, também do Banco Mundial, conside-
ra positivo que o Brasil tenha definido uma linha de pobreza, mas afirma De agora em diante, afirma Canuto, os avanços terão que se amparar
que o valor deveria ser ajustado ao menos de acordo com a inflação e que em maiores níveis de investimentos, que reduzam o custo de produzir no
está "muito baixo" para o país. Brasil.

Segundo Ferreira, o Banco Mundial estabeleceu a linha de miséria em "É preciso pensar no que é necessário para que, daqui a uma geração,
US$ 1,25 ao dia para uniformizar seus estudos, mas cada país deveria os benefícios de transferência condicionada de renda não sejam mais
definir próprios critérios. "Não me parece adequado que o Brasil adote a necessários. Para isso, o foco tem que ser em boa educação, acesso à
mesma linha aplicável a um país como o Haiti, por exemplo." saúde, emprego de qualidade, melhoria da infraestrutura e espaço para o
desenvolvimento do talento empresarial."
Tiago Falcão, secretário de Superação da Pobreza Extrema do Ministé-
rio do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), reconhece que BIBLIOGRAFIA
mesmo que o Bolsa Família chegue a todos os brasileiros pobres sempre ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
haverá novas famílias que cairão abaixo da linha da miséria. Wikipédia, a enciclopédia livre.

"Buscamos a superação da miséria do ponto de vista estrutural, para


que não existam brasileiros que não sejam atendidos por nenhuma política
pública. E estamos tentando encurtar o prazo de resgate dos extremamente
II - Cultura e sociedade brasileira (música, literatura, ar-
pobres." tes, arquitetura, rádio, cinema, teatro, jornais, revistas e
televisão).
Falcão diz que a linha de R$ 70 responde a compromisso internacional
do governo assumido com as Metas de Desenvolvimento do Milênio
(MDM), que previam a redução à metade da pobreza extrema no país até A CULTURA BRASILEIRA
2015. Tendo como referência a linha do Banco Mundial, diz Falcão, o Literatura, artes, cinema, teatro, rádio, televisão, esportes
governo se "propôs um desafio muito mais complexo, que é a superação da
extrema pobreza". A riqueza cultural da década de 30
Modernismo, regionalismo e samba
"Era uma meta ambiciosa para o Brasil e, por outro lado, factível. Hoje
consideramos que acertamos ao definir a linha de R$ 70". O período inaugurado pela Revolução de 30 foi marcado por
O secretário diz, no entanto, que se trata de um piso de "carências bá- transformações na economia, na política e na estrutura social. De um lado,
sicas" que, uma vez definido, poderá ser aumentado levando em conta as o sentido geral dessas transformações correspondia ao espírito do Movi-
disparidades regionais e o quão solidária a sociedade quer ser com os mais mento Modernista de 1922; de outro, iria repercutir em um novo movimento
pobres. literário: o regionalismo.

Para Alexandre Barbosa, professor de história econômica do Instituto A consciência modernista aliava a necessidade de pesquisa de
de Estudos Brasileiros da USP, o governo deveria levar em conta outros novos meios formais de comunicação a uma nítida preocupação com o
critérios além da renda em sua definição de miséria. Em 2011, Barbosa conhecimento da realidade brasileira. A década de 30 aprofundou e deu
coordenou um estudo do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planeja- novos traços à questão de uma cultura brasileira dotada de força artística e
mento) intitulado "O Brasil Real: a desigualdade para além dos indicado- capaz de reflexão crítica.
res".
Por sua vez, o advento do rádio promoveu a popularização do
O estudo, que contou com apoio da ONG britânica Christian Aid, afirma
samba, que desceu definitivamente do morro para a cidade. Além do rádio,
que as políticas de transferência de renda melhoraram a vida dos mais
outro meio de comunicação de massa passou por uma decisiva transforma-
pobres, mas não alteraram a estrutura social brasileira. Barbosa é especi-

Conhecimentos Gerais 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ção: surgiu o cinema falado. Os dois veículos participavam do caráter
internacionalizador da cultura de massa. O rádio divulgava as músicas O intercâmbio cultural - estimulado pelo governo através do ci-
francesas e norte-americanas, mas tinha em contraposição o samba. Já o nema e da música - que teve na carreira internacional de Carmem Miranda
cinema trazia a divulgação do american way of life e popularizava também sua melhor expressão, aumentou ainda mais a americanização dos costu-
expressões estrangeiras. Essas características foram registradas com mes e modos de vida dos brasileiros. Em 1941, por exemplo, Walt Disney,
ironia no samba Não temi tradução, de Noel Rosa, em versos como: O que se tornara o porta-voz da política externa americana, batizada de "boa
cinema falado é o grande culpado da transformação (... ) E esse negócio de vizinhança" escolheu a música Aquarela do Brasil, de Ari Barroso, para
"aló, boy, aló Johnny" só pode ser conversa de telefone. trilha sonora do fume Salud, amigos (Alô amigo !), que acabou sendo uru
filme promocional da política norte-americana na América Latina. A criação
No entanto, todo esse complexo fenômeno cultural restringia-se do personagem de Disney - Zé Carioca - representando o Brasil, tornou-se
às cidades. O campo, o interior do país, permanecia afastado e vinculado um dos maiores estereótipos de nossa cultura no exterior.
às suas tradições culturais e folclóricas. Toda essa realidade foi tratada
criticamente pelo regionalismo literário. O rádio continuou expandindo seu alcance comercial e seu po-
der ideológico. Destacavam-se a Rádio Nacional, encampada pelo governo
Da criação literária à reflexão sobre o Brasil em 1940, a Rádio Tupi de São Paulo; a Rádio Record (SP) e a Rádio
. Nacional (RJ), que passaram a transmitir, a partir de 1941, um dos maiores
Em 1930, Carlos Drummond de Andrade publicou seu primeiro fenômenos de audiência do rádio: o Repórter Esso.
livro, Alguma poesia, que se integrava à visão modernista, mas trazia uma
nota pessoal de invenção e de registro irônico. A ficção regionalista come- Também em 1941, foi fundada a Companhia Cinematográfica A-
çou a se fixar como tendência predominante, revelando autores como tlântida, responsável pela popularização do cinema e pela consagração de
Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado e Erico Veríssimo. uru gênero popular de produção cinematográfica: as chanchadas, mistura
Estava iniciada a "era do romance brasileiro". Em 1930 surgiu 0 'quinze, de de comédia e de musical, que a partir de Moleque Tião, lançado em 1943,
Raquel de Queirós; em 1931, O país do carnaval de Jorge Amado; em apresentaram uma dupla célebre do cinema brasileiro: Grande Otelo e
1932, Menino de engenho, de José Lins do Rego; em 1933, Caetés, de Oscarito.
Graciliano Ramos.
O reino das chanchadas
De modo geral, duas vertentes marcaram a ficção regionalista:
uma, de teor crítico, e outra, de traços mais pitorescos, apegada ao exotis- Os anos 40 assinalaram também a consagração de um grande
mo. O caráter de realismo crítico fixado na realidade social brasileira assi- autor teatral brasileiro, com uma temática crítica e irônica voltada para a
nalou a direção tomada pelos melhores representantes do regionalismo. classe média urbana: Nelson Rodrigues. Em 1943, estreia no Rio a peça
Essa perspectiva crítica assumiu um teor burlesco no romance Serafim Vestido de noiva, em 44, Álbum de família e, em 46, Anjo negro.
Ponte Grande (1933), do modernista Oswald de Andrade.
Na ficção, destacam-se as obras de Clarice Lispector, cujo pri-
Com a publicação de Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre meiro romance - Perto do coração selvagem - foi publicado em 1943,
(1933), iniciou-se todo um processo de reflexão sobre a formação cultural seguido pelo lançamento, em 1946, de O lustre. Nesses romances, afirma-
brasileira e suas características econômico-sociais. Desse modo, o ensaio va-se uma literatura de teor introspectivo. Na poesia, o ano de 1942 trouxe
de Freyre converteu-se numa espécie de marco da produção ensaística a revelação de João Cabral de Melo Neto com Pedra de sono, seguido por
brasileira. Com uma perspectiva marxista, o ensaio de Caio Prado Jr., O engenheiro (1945).
Evolução política do Brasil (1933), desencadeou também um rico diálogo
de análise e de confrontos de perspectivas críticas. Em 1935, Raízes do Bibi Ferreira (filha do consagrado ator Procópio Ferreira), Paulo
Brasil de Sérgio Buarque de Holanda, trouxe novos elementos para o Autran, Ângela Maria, Vicente Celestino e Gilda de Abreu eram os ídolos do
conhecimento crítico da realidade brasileira. teatro e do rádio. O sociólogo Josué de Castro publicou em 1946 seu livro
mais famoso, Geografia da fome, e Victor Nunes Leal criticou o sistema
Essa importante produção intelectual era, por assim dizer, a con- oligárquico da República Velha com o livro Coronelismo, enxada e voto,
trapartida crítica à manipulação nacionalista exercida pelo governo Vargas. publicado em 1949. Nesse ano, fundou-se em São Paulo a Companhia
Na verdade, o rádio forneceu ao getulismo o grande instrumento de con- Cinematográfica Vera Cruz, concorrente da Atlântida, já consagrada pelo
vencimento popular. A partir de 1938, em pleno Estado Novo, Getúlio enorme sucesso de suas produções.
Vargas criou o programa A hora do Brasil, e o DIP (Departamento de Im-
prensa e Propaganda) incumbiu-se fazer prevalecer a doutrinação e a Para a inauguração do Maracanã - o maior estádio do mundo - o
propaganda oficial. Nesse mesmo ano, surgiu a União Nacional dos Estu- Brasil, sede da Copa de 50, promoveu uma festa que acabou em comoção
dantes (UNE), que desempenharia um papel de crítica e de formação de nacional com sua derrota para o Uruguai (2x1), na partida final.
militantes no período posterior ao Estado Novo. Para fechar o balanço
cultural da década de 30, é fundamental registrar as tentativas de criação As novelas de rádio, o futebol, os programas de notícias
de uma produção cinematográfica nacional. Nesse sentido, destaca-se a radiofônicos e os programas de auditório alcançaram e interessaram todo o
obra de Humberto Mauro: Ganga bruta (1932/33), Favela & meus amores território nacional. O teatro chegou a seu período de esplendor, com forte
(1935) e o documento O descobrimento do Brasil (1937). penetração na classe média. Mas tudo isso pouco significava perto do
acontecimento de 18 de setembro de 1950: foi ao ar, pela primeira vez na
Os anos 40 - o "americanismo" e o Brasil América Latina, uma emissora de televisão. Era a PRF 3 TV Tupi, em São
Brasil: a chegada do Zé Carioca Paulo; começava, lentamente, uma nova fase cultural.

Os conturbados anos 40 foram o palco da II Guerra Mundial e de A explosão cultural dos anos 50
suas conseqüências. A principal delas foi a divisão do mundo em dois Nacionalismo cultural
grandes blocos econômicos e ideológicos: EUA e URSS, iniciando o perío-
do que se convencionou chamar de guerra fria. Uma série de expurgos e O segundo governo da terceira República foi ocupado por Var-
de sectarismos ideológicos marcou esse período, e o Brasil não fugiu à gas (1950-1954), que retornou ao poder pelo voto. Durante esse período,
regra. seu governo caracterizou-se por uma organização nacionalista da econo-
mia, evidenciada com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e da
Alinhado com os EUA, dos quais historicamente sempre esteve Petrobrás. Esse nacionalismo econômico, que continuou sob o governo de
mais ou menos dependente, o Brasil, através da política econômica, co- Juscelino como nacional-desenvolvimentismo, revitalizou as preocupações
nheceu também a dependência cultural. O interesse dos Estados Unidos com a questão da cultura brasileira, sobretudo na produção teatral e no
em manter sua influência ideológica diante do avanço da URSS e do socia- cinema.
lismo foi um fator determinante nesse processo.

Conhecimentos Gerais 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Nesse sentido, dois diretores anteciparam o que veio a se cha- campeão mundial dos pesos-galo; em 1962, o Brasil tornou-se bicampeão
mar de Cinema Novo. Em 1953, Lima Barreto filmou O cangaceiro e con- mundial de futebol no Chile e profundas contradições econômicas levavam
quistou uma premiação no Festival Internacional de Cannes no mesmo a inúmeras greves, paralisações e passeatas, em todos os setores sociais.
ano. Filiando-se ao neo-realismo italiano, Nelson Pereira dos Santos dirigiu, A maior destas foi a luta pela reforma agrária. Só ao Congresso Camponês
em 1955, Rio, 40 graus e voltou a exercer sua visão crítica da realidade em de 1961, realizado em Belo Horizonte, compareceram 1 600 delegados,
1957, com Rio, Zona Norte. Ainda, no mundo do cinema, um ator-diretor lançando a campanha nacional pela reforma agrária. Em Recife, no ano
alcançou enorme êxito popular: Mazzaropi, que cunhou o tipo do caipira seguinte, as manifestações pela reforma agrária foram reprimidas por
paulista ingênuo e trapalhão em Sai da frente (1952). tropas do Exército.

Duas outras emissoras de televisão entraram no ar: a TV Rio e a A UNE assumiu dimensão nacional com a criação do CPC (Centro Po-
TV Record. Em 1956, a população brasileira assistiu à primeira partida de pular de Cultura); em 1963, o educador Paulo Freire alcançou notoriedade
futebol pela televisão: o jogo entre Brasil e Itália, no mês de janeiro. A nacional com seu "método" de alfabetização e conscientização de adultos,
televisão suplantava pouco a pouco o domínio do rádio, um fenômeno que em Pernambuco e em todo o Nordeste. O cinema conseguiu outro prêmio
se concretizaria com sua implantação a nível nacional. internacional em Cannes com o filme de Anselmo Duarte O pagador de
promessas. Em 1963, Nelson Pereira dos Santos filmou Vidas secas,
A literatura consagrou um escritor mineiro: Guimarães Rosa, baseado no clássico de Graciliano Ramos, e Glauber Rocha afirmou seu ta-
com a publicação de Grande sertão: veredas e Corpo de baile, ambos em lento com Deus e o diabo na tema do sol (1964). Com o golpe de 64, surgiu
1956. Sua estréia na literatura completava exatamente uma década, pois a necessidade de " resistência cultural''. O prédio da UNE foi incendiado no
seu primeiro livro, Sagarana, é de 1946. O Brasil passou também a discutir Rio; seguiram-se prisões de líderes políticos, estudantes, artistas e intelec-
o anúncio da construção da nova capital por Juscelino: Brasília. O populista tuais. O reacionarismo e tradicionalismo, além do patrulhamento ideológico,
Jânio Quadros, governador de São Paulo, alcançava as manchetes com a da censura e dos mecanismos de coação tomaram conta do cenário cultu-
proibição de execução de rock'n roll em bailes. Na área do esporte, Maria ral do país. No governo de Castelo Branco realizou-se em São Paulo uma
Ester Bueno tornou-se campeã de tênis em Wimbledon, enquanto Pelé campanha de " moralização'' nas escolas: estudantes foram obrigados a
estreava na seleção brasileira. cortar o cabelo, usar calças de boca estreita, e também proibidos de exibir
cores berrantes ou "roupas exóticas". Em 1965, a censura proibiu inúmeras
1958: Brasil campeão peças teatrais e filmes. Mesmo assim, foram lançados os filmes A falecida,
de Leon Hirzsman, e Opinião pública, de Arnaldo Jabor.
E, por fim, em 1958 o Brasil tornou-se campeão mundial de futebol,
vencendo a Suécia na final por 5x2. Pelé, Garrincha, Didi e Vavá tornaram- As transformações culturais e morais que o movimento hippie, os
se ídolos nacionais. Ainda em 1958, entrou em funcionamento a TV Cultura Beatles, o rock desencadeavam na sociedade internacional entraram no
- Canal 2, de São Paulo. Enquanto no Rio e em São Paulo um novo jeito de Brasil filtradas pela ditadura militar. Mesmo assim, a música popular nos
tocar violão e de cantar, cujos representantes maiores eram João Gilberto, anos 60 foi importante fator de resistência ao regime repressivo e apelo à
Nara Leão, Tom Jobim, Roberto Menescal e outros da chamada Bossa liberdade de expressão. Os festivais foram o palco privilegiado dessa
Nova, dava destaque para a suavidade, o intimismo, a voz como um ins- resistência. Em abril de 1965, a TV Excelsior de São Paulo promoveu o I
trumento, as notas baixas e dissonantes. Esse "som" brasileiro correria o Festival de Música Popular Brasileira, que deu a vitória à música Arrastão,
mundo; anos mais tarde, João Gilberto estaria no Carnegie Hall de Nova de Edu Lobo e Vinícius de Morais. Em setembro do mesmo ano, entra no ar
York, onde se radicaria definitivamente consagrando-se como um dos mais a TV Jovem Guarda, um programa comandado por Roberto Carlos e Eras-
respeitáveis músicos brasileiros, no exterior, ao lado de Tom Jobim. mo Carlos, vinculado ao rock. Ao mesmo tempo, a Universidade de Brasília
foi invadida e quinze de seus professores, presos. Os Atos Institucionais
A chanchada chegava ao fim, com a progressiva influência da extinguiam os partidos políticos, criando o sistema bipartidário: ARENA
tevê, simbolizada no fechamento e na falência das grandes companhias (governo) e MDB (oposição).
cinematográficas. Mas o teatro se revigorava com novos autores e temas
sociais, como a peça Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, Em 1966, no Festival de Música Popular da TV Record saíram
no Teatro de Arena, em São Paulo, ainda em 1958. Em 1959, Celso Furta- vencedoras as composições A Banda de Chico Buarque de Holanda, e
do publicou o clássico Formação econômica do Brasil e Antônio Cândido Disparada de Geraldo Vandré e Theo Azevedo. No ano seguinte, explodi-
lançou seu famoso ensaio Formação da literatura brasileira. As ciências ram as primeiras investidas armadas contra o regime: oito guerrilheiros do
humana e sociais alcançavam espaço e distinção nas universidades, des- MR-8 foram presos em Caparaó, MG. O festival de MPB desse ano teve
tacando-se entre estas a produção da USP. A formação cultural da década como vencedor Edu Lobo com a música Ponteio. Nesse mesmo ano, a
chegou ao fim com a montagem da peça O pagador de promessas, do CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou um manifesto
jovem autor Dias Gomes, e com a publicação de Laços de família, de denunciando a prisão de padres e freiras que tinham participação social de
Clarice Lispector, além da monumental História Geral da civilização brasilei- oposição ao governo. Ainda em 1967, o governo criou a FUNAI (Fundação
ra, organizada por Sérgio Buarque de Holanda. Nacional do Índio) e o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) e
a UNE realizou seu 29º Congresso na clandestinidade, e várias facções de
As diversidades econômicas, políticas e ideológicas da esquerda optaram pela ação terrorista e pela guerrilha para enfrentar a
sociedade brasileira refletiam-se ditadura.
na arte e nas expressões mais significativas dessa sociedade: a cultura,
com uma riqueza e efervescência ímpares em sua história. 68: o auge dos festivais

Os loucos anos 60 Em 1968, a tensão entre as forças de oposição e o governo che-


Novos talentos gou ao máximo. Organizações paramilitares de direita, como o Comando de
Caça aos Comunistas (CCC), depredaram o teatro onde se apresentava a
Os anos 60 foram ricos em crises e contradições no mundo todo peça Roda Viva, de Chico Buarque de Holanda, ferindo vários atores e
e igualmente no Brasil. Era a maturidade da primeira geração do pós-guerra participantes. Os atentados se multiplicaram. Ainda em 68, realizou-se no
e ela não deixou de marcar época e fazer história. Foram anos de rupturas Rio o III Festival Internacional da Canção, no qual o público se identificou
políticas, sociais, morais e ideológicas. com a composição de Geraldo Vandré, Para não dizer que não falei das
flores, que considerada subversiva, levou seu autor à prisão, e foi proibida
O Brasil começou a década saudando a nova capital - Brasília - de ser executada.
e nas eleições presidenciais escolheu Jânio Quadros e sua "vassoura" para
presidente com a maior votação da história do país. Uma crise entre o Congresso e o governo emergiu com a cassa-
ção do deputado Márcio Moreira Alves. A resposta foi o AI-5, o fechamento
Enquanto Jânio renunciava e toda uma crise política levava João do Congresso e a concessão de poderes de exceção ao presidente. De-
Goulart ao último governo constitucional da década, Éder Jofre sagrou-se sencadeou-se, então, violenta repressão do governo, estabelecendo censu-

Conhecimentos Gerais 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ra prévia a órgãos de imprensa, livros e obras de arte além da perseguição
e prisão de líderes estudantis, intelectuais e todos os opositores ao regime. As cidades históricas de Ouro Preto e Olinda, bem como Brasí-
Por outro lado, a explosão do movimento tropicalista, com Caetano Veloso lia, a capital do país, foram consideradas "patrimônio cultural da humanida-
e Gilberto Gil, provocava reações indignadas tanto em setores da direita de'' pela UNESCO. O Brasil iniciou pesquisas na Antártida e lançou seus
quanto da esquerda. primeiros satélites de comunicações - Brasilsat I e II.

A Operação Bandeirantes (OBAN) - montada pelo governo - foi Os filmes O Homem que virou suco, de João Batista de Andrade,
responsável por inúmeras prisões, torturas e desaparecimentos. Em con- e Pixote, de Hector Babenco, foram premiados internacionalmente. Depois
trapartida, grupos guerrilheiros seqüestraram o embaixador norte- de uma crise com a Embrafilme e outra com a censura, o filme de Roberto
americano Charles Elbrick, exigindo para soltá-lo a libertação de presos Farias Pra frente Brasil conseguiu ser exibido, recebendo o prêmio no
políticos. Foram mortos os líderes guerrilheiros Virgílio e Carlos Marighella. Festival de Cinema de Berlim. Nelson Pereira dos Santos filmou Memórias
No topo desse confronto, foi eleito presidente o general Garrastazu Médici, do Cárcere, de Graciliano Ramos, estrelado por Carlos Vereza, que rece-
inaugurando a década de 70. beu um prêmio no Festival Internacional de Cinema da Índia por seu de-
sempenho. O beijo da mulher aranha, produção brasileira dirigida por
A década de 70: da repressão à abertura Hector Babenco, levou o Brasil até Hollyvvood e Eu sei que vou te amar, de
Tortura e TV em cores Arnaldo labor, deu à Fernanda Torres o prêmio de melhor atriz no Festival
de Cannes.
Enquanto o Brasil conquistava o Tricampeonato Mundial de Fu-
tebol no México, embalado pela marchinha Pra frente Brasil, e os brasileiros Por ocasião da votação de uma emenda proposta pelo deputado
acompanhavam pela TV a maestria da "seleção canarinho", vibrando com Dante de Oliveira (PMDB) para eleições diretas como forma e condução da
Pelé, Jairziriho, Tostão, Gerson, acontecia muita coisa nos porões do DOI- sucessão presidencial, no final do governo Figueiredo, explodiu uma das
CODI. Aos atentados terroristas de esquerda o Estado respondia com maiores manifestações populares da História do país, consagrada como
tortura, morte, desaparecimento. Anunciaram-se a Transamazônica e mais "DIRETAS JÁ''. O comício da Candelária, no Rio, reuniu 1 milhão de pes-
tarde a Itaipu. O ministro Delfim Neto proclamava “milagre brasileiro". Em soas. Era o fim da ditadura militar.
1971, depois de torturado e morto pelas Forças Armadas, desaparece o
deputado Rubens Paiva. Enquanto isso, o Brasil via, em cores, as primeiras Depois que a morte afastou Tancredo Neves da presidência, a
emissões coloridas da América Latina, a propaganda do governo e seu Nova República começava com José Sarney. A proibição do filme Je vous
lema: "Brasil, ame-o ou deixe-o". O ministro Jarbas Passarinho reagiu às salue, Marie, de Jean-Luc Godard, e Teledeum, em 1987, demonstrava a
denúncias, encampadas por organismos internacionais, de tortura no Brasil: vigência, ainda que restrita, de mecanismos de censura de obras artísticas.
Afirmar que a tortura, no Brasil, é praticada como sistema de governo é
uma infâmia. O diálogo cultura-sociedade

Em 1972, a Rede Globo lançou a primeira novela em cores no 1930: reflexão sobre as contradições. A década de 30 continuou
Brasil - O Bem Amado - criada por Dias Gomes e estrelada por Paulo e aprofundou a reflexão crítica sobre a sociedade brasileira inaugurada pelo
Gracindo. As novelas da televisão, ou telenovelas, passavam a ter cada Modernismo. A sociedade que surgia via-se presa entre as contradições da
vez maior repercussão e audiência. Em 1972, a população brasileira che- ordem política internacional e as próprias contradições do embate interno
gou aos cem milhões de habitantes. A televisão adquiriu a condição de entre as classes sociais divergentes e antagônicas. Essas intensas contra-
moderadora de opiniões e comportamentos, quer pela padronização das dições, ao lado da emergência de um combate ideológico em todo o mun-
informações quer pela propaganda e excitação ao consumismo. do, foram aspectos decisivos para o impulso que orientou a cultura brasilei-
ra. O rádio, o cinema e a televisão, embora desenvolvam contornos e
O cinema recompôs-se com a organização do I Festival de Gra- peculiaridades ligados às nossas especificações, quase sempre foram os
mado (RS), onde o filme Toda nudez será castigada, de Arnaldo Jabor, meios de padronização, veiculação e sustentação das expressões culturais
sagrou-se o grande vencedor. Em 1977, Raquel de Queirós tornou-se a dominantes, sob forte influência dos EUA, a nação hegemônica do hemisfé-
primeira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras. Com a "abertu- rio ocidental.
ra" do governo Geisel, retornaram ao Brasil alguns líderes políticos e artis-
tas exilados no exterior. Ainda nesse ano, um manifesto de 1 046 inte- Depois do modernismo, a ficção regionalista espelhou situações
lectuais exigia que o governo extinguisse a censura no país. Na mobiliza- que afetavam distorções e misérias presentes em nossa realidade. O traço
ção contra a censura, ganhou destaque uma campanha pela liberação da local não impediu que certas características essenciais de toda uma socie-
peça Rasga Coração, de Oduvaldo Viana Filho, proibida desde 1974 e dade fossem reveladas por Graciliano Ramos, José Lins e Jorge Amado. A
liberada em 1978. visão crítica desses autores era ainda eficaz devido à força artística de
suas obras.
Os anos 80
Redemocratização, sindicalismo. Igreja De outro lado, a própria cultura, como tudo o mais, passou a ser
tratada, pela era de consumo de massa do capitalismo, como mercadoria.
As lutas pela redemocratização do país ganham força no início
dos anos 80. As grandes redes de televisão tentavam reeditar os famosos 1940: americanização. A década de 40 marcou o período áureo
festivais dos anos 60, sem o sucesso esperado, mas revelando alguns do alinhamento político-ideológico do Brasil. Os traços já delineados da
talentos. O processo de redemocratização do país era saudado pelos cultura de massa adquiriram um raio de ação ainda mais amplo.
intelectuais, pela imprensa e pela Igreja, respaldada por amplos setores da
sociedade. O sindicalismo dos últimos dois anos da década anterior torna- Em contraposição, a universidade adquiria uma presença decisi-
ra-se importante movimento de conscientização e repolitização da socieda- va na vida intelectual brasileira, com ênfase especial para a Universidade
de. Os círculos reacionários, organizados em grupos e facções paramilita- de São Paulo, que na década de 30 realizou um intenso programa de
res, descontentes com o processo de "abertura", promoveram inúmeros intercâmbio com as universidades francesas. Por fim, a própria americani-
atentados, entre os quais se contam uma bomba colocada na sede da OAB zação pode ser vista também como a conseqüência da modernização do
(que matou uma pessoa) e o episódio Rio Centro, em que uma bomba país e de seu ingresso nos padrões de consumo do mercado internacional.
explodiu em um carro onde se encontravam oficiais do Exército, à paisana,
com o intuito de sabotar a celebração do li de Maio. 1950: a década da fermentação. Escritores como Carlos Drum-
mond de Andrade, Murilo Mendes, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e
Os inúmeros conflitos de terra, medrados pela Igreja, multiplica- João Cabral de Melo Neto dão continuidade às suas obras, mantendo suas
ram-se pelo país. O papa João Paulo II visitou o Brasil, encontrando-se qualidades e aprofundando suas pesquisas, oferecendo ao conjunto da
com os operários em São Paulo. Dois padres franceses foram presos por literatura brasileira uma elevação nunca antes atingida. No cinema, Nelson
envolvimento em conflitos de terra no Araguaia. Pereira dos Santos iniciava uma obra que anteciparia as preocupações do

Conhecimentos Gerais 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Cinema Novo, e a Bossa Nova trazia uma renovação rítmica e harmônica, etnias, como os árabes,espanhóis, poloneses e japoneses contribuíram
além de uma sensibilidade intimista nas letras e nas interpretações. A van- também para a cultura do Brasil, porém, de forma mais limitada.
guarda artística definia-se com a estética do concretismo.
Formação da cultura brasileira
De 1960 aos 90: dilaceramento e padronização. Com a televi- O substrato básico da cultura brasileira formou-se durante os séculos
são, instrumento privilegiado de padronização, o país tornou-se objeto de de colonização, quando ocorre a fusão primordial entre as culturas dos
uma certa homogeneização cultural. O controle do setor de comunicações indígenas, dos europeus, especialmente portugueses, e dos escravos
pela ditadura imprimiu à televisão um papel de catequese ideológica. Na trazidos da África subsahariana. A partir do século XIX, a imigração de
música, o tropicalismo foi a grande manifestação sintonizada com a revolu- europeus não-portugueses e povos de outras culturas, como árabes e
ção cultural dos anos 60. O Cinema Novo herdava a tradição crítica do asiáticos, adicionou novos traços ao panorama cultural brasileiro. Também
melhor romance brasileiro e adquiria prestígio internacional. A vitalidade do foi grande a influência dos grandes centros culturais do planeta, como
teatro afirmou-o também como palco da resistência cultural à ofensiva da a França, a Inglaterra e, mais recentemente, dos Estados Unidos, países
repressão ideológica desfechada pela ditadura. Exílios, prisões, torturas, que exportam hábitos e produtos culturais para o resto do globo.
guerrilhas, assassinatos configuraram uma época trágica, com um impacto
de certo modo paralisante na cena cultural. Certos críticos vêem os anos 80 Os portugueses
ainda definidos por essa paralisia, mas a extrema diversificação cultural
alcançada pelos grandes centros urbanos é um fator importante e aberto às
possibilidades de criação.

A atividade cultural no final da década de 80 e início da de 90 so-


freu grave redução no Brasil, por fatores como a recessão econômica e
medidas políticas do governo Collor: a extinção da Lei Sarney, que canali-
zava subsídios da iniciativa privada para a produção artística; a extinção da
Funarte e Embrafilme; a classificação prévia de programas de TV. Em 91, a
Lei Rounaet restabelece aqueles incentivos às artes.

A produção artística teatral apresentou revelações, nesta primei-


ra metade da década de 90, como o autor, diretor e ator Miguel Falabela e
o diretor Gabriel Vilela. Peças como O Livro de Jó, Querida Mamãe e Cavalhadas de Pirenópolis(Pirenópolis, Goiás) de origem portuguesa -
Pérola foram alguns dos destaques em 1995. Neste mesmo ano o cinema Mascarados durante a execução do Hino do Divino.
nacional deu um salto produtivo de repercussão internacional com O Qua-
trilho e com o cinema bem cuidado de Walter Moreira Salles, com o filme Dentre os diversos povos que formaram o Brasil, foram os europeus
Terra Estrangeira. aqueles que exerceram maior influência na formação da cultura brasileira,
principalmente os de origem portuguesa.
Cultura do Brasil
Durante 322 anos o território foi colonizado por Portugal, o que implicou
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. a transplantação tanto de pessoas quanto da cultura da metrópole para as
"A sociedade e a cultura brasileiras são conformadas como variantes terras sul-americanas. O número de colonos portugueses aumentou muito
da versão lusitana da tradição civilizatória européia ocidental, diferenciadas no século XVIII, na época do Ciclo do Ouro. Em 1808, a própria corte de D.
por coloridos herdados dos índios americanos e dos negros africanos. O João VI mudou-se para o Brasil, um evento com grandes implicações
Brasil emerge, assim, como um renovo mutante, remarcado de característi- políticas, econômicas e culturais. A imigração portuguesa não parou com
cas próprias, mas atado genericamente à matriz portuguesa, cujas potenci- a Independência do Brasil: Portugal continuou sendo uma das fontes mais
alidades insuspeitadas de ser e de crescer só aqui se realizariam plena- importantes de imigrantes para o Brasil até meados do século XX.
mente. " A mais evidente herança portuguesa para a cultura brasileira é a língua
O Povo Brasileiro, Darcy Ribeiro, , pag 16.1 portuguesa, atualmente falada por virtualmente todos os habitantes do país.
A religião católica, crença da maioria da população, é também decorrência
A cultura brasileira é uma síntese da influência dos vários povos da colonização. O catolicismo, profundamente arraigado em Portugal, legou
e etnias que formaram o povo brasileiro. Não existe uma cultura brasileira ao Brasil as tradições do calendário religioso, com suas festas e procissões.
perfeitamente homogênea, e sim um mosaico de diferentes vertentes As duas festas mais importantes do Brasil, o carnaval e as festas juninas,
culturais que formam, juntas, a cultura do Brasil. Naturalmente, após mais foram introduzidas pelos portugueses. Além destas,
de três séculos de colonização portuguesa, a cultura do Brasil é, vários folguedos regionalistas como as cavalhadas, o bumba-meu-boi,
majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente essa herança cultural lusa o fandango e a farra do boi denotam grande influência portuguesa.
que compõe a unidade do Brasil: apesar do povo brasileiro ser um mosaico No folclore brasileiro, são de origem portuguesa a crença em seres
étnico, todos falam a mesma língua (o português) e, quase todos, fantásticos como a cuca, o bicho-papão e o lobisomem, além de muitas
são cristãos, com largo predomínio de católicos. Esta igualdade linguística lendas e jogos infantis como as cantigas de roda.
e religiosa é um fato raro para um país de grande tamanho como o Brasil,
especialmente em comparação com os países do Velho Mundo. Na culinária, muitos dos pratos típicos brasileiros são o resultado da
adaptação de pratos portugueses às condições da colônia. Um exemplo é
Embora seja um país de colonização portuguesa, outros grupos étnicos a feijoada brasileira, resultado da adaptação dos cozidos portugueses.
deixaram influências profundas na cultura nacional, destacando-se os Também a cachaça foi criada nos engenhos como substituto para
povos indígenas, os africanos, os italianos e os alemães. As influências a bagaceira portuguesa, aguardente derivada do bagaço da uva. Alguns
indígenas e africanas deixaram marcas no âmbito da música, da culinária, pratos portugueses também se incorporaram aos hábitos brasileiros, como
do folclore, do artesanato, dos caracteres emocionais e das festas as bacalhoadas e outros pratos baseados no bacalhau. Os portugueses
populares do Brasil, assim como centenas de empréstimos à língua introduziram muitas espécies novas de plantas na colônia, atualmente
portuguesa. É evidente que algumas regiões receberam maior contribuição muito identificadas com o Brasil, como a jaca e a manga.
desses povos: os estados do Norte têm forte influência das culturas
indígenas, enquanto algumas regiões do Nordeste têm uma cultura De maneira geral, a cultura portuguesa foi responsável pela introdução
bastante africanizada, sendo que, em outras, principalmente no sertão, há no Brasil colônia dos grandes movimentos artísticos
uma intensa e antiga mescla de caracteres lusitanos e indígenas, com europeus: renascimento, maneirismo,barroco, rococó e neoclassicismo.
menor participação africana. Assim, a literatura, pintura, escultura, música, arquitetura e artes
decorativas no Brasil colônia denotam forte influência da arte portuguesa,
No Sul do país as influências de imigrantes italianos e alemães são por exemplo nos escritos do jesuíta luso-brasileiro Padre Antônio Vieira ou
evidentes, seja na língua, culinária, música e outros aspectos. Outras na decoração exuberante de talha dourada e pinturas de muitas igrejas

Conhecimentos Gerais 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
coloniais. Essa influência seguiu após a Independência, tanto na arte
popular como na arte erudita.
Os indígenas
A colonização do território brasileiro pelos europeus representou em
grande parte a destruição física dos indígenas através de guerras e
escravidão, tendo sobrevivido apenas uma pequena parte das nações
indígenas originais. A cultura indígena foi também parcialmente eliminada
pela ação da catequese e intensa miscigenação com outras etnias.
Atualmente, apenas algumas poucas nações indígenas ainda existem e
conseguem manter parte da sua cultura original.

Capoeira, a arte-marcial afro-brasileira.


Os africanos contribuíram para a cultura brasileira em uma enormidade
de aspectos: dança, música, religião, culinária e idioma. Essa influência se
faz notar em grande parte do país; em certos estados
como Bahia, Maranhão, Pernambuco,Alagoas, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a cultura afro-brasileira é
particularmente destacada em virtude da migração dos escravos.
Os bantos, nagôs e jejes no Brasil colonial criaram o candomblé,
religião afro-brasileira baseada no culto aos orixás praticada atualmente em
todo o território. Largamente distribuída também é a umbanda, uma religião
Indígena brasileiro, representando sua rica arte plumária e de pintura sincrética que mistura elementos africanos com o catolicismo e
corporal. o espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os orixás.

Apesar disso, a cultura e os conhecimentos dos indígenas sobre a terra A influência da cultura africana é também evidente na culinária
foram determinantes durante a colonização, influenciando a língua, a regional, especialmente na Bahia, onde foi introduzido o dendezeiro, uma
culinária, o folclore e o uso de objetos caseiros diversos como a rede de palmeira africana da qual se extrai o azeite-de-dendê. Este azeite é
descanso. Um dos aspectos mais notáveis da influência indígena foi a utilizado em vários pratos de influência africana como o vatapá, o caruru e
chamada língua geral (Língua geral paulista, Nheengatu), uma língua o acarajé.
derivada do Tupi-Guarani com termos da língua portuguesa que serviu Na música a cultura africana contribuiu com os ritmos que são a base
de língua franca no interior do Brasil até meados do século XVIII, de boa parte da música popular brasileira. Gêneros musicais coloniais de
principalmente nas regiões de influência paulista e na região amazônica. influência africana, como o lundu, terminaram dando origem à base rítmica
O português brasileiro guarda, de fato, inúmeros termos de origem do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais.
indígena, especialmente derivados do Tupi-Guarani. De maneira geral, Também há alguns instrumentos musicais brasileiros, como o berimbau,
nomes de origem indígena são frequentes na designação de animais e o afoxé e o agogô, que são de origem africana. O berimbau é o instrumento
plantas nativos (jaguar, capivara, ipê, jacarandá, etc), além de serem muito utilizado para criar o ritmo que acompanha os passos da capoeira, mistura
frequentes na toponímia por todo o território. de dança e arte marcial criada pelos escravos no Brasil colonial.
A influência indígena é também forte no folclore do interior brasileiro, Os imigrantes
povoado de seres fantásticos como o curupira, osaci-pererê, o boitatá e
a iara, entre outros. Na culinária brasileira, a mandioca, a erva-mate, o açaí,
a jabuticaba, inúmeros pescados e outros frutos da terra, além de pratos
como os pirões, entraram na alimentação brasileira por influência indígena.
Essa influência se faz mais forte em certas regiões do país, em que esses
grupos conseguiram se manter mais distantes da ação colonizadora,
principalmente em porções da Região Norte do Brasil.
Os africanos
A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados trazidos
da África durante o longo período em que durou o tráfico
negreiro transatlântico. A diversidade cultural da África refletiu-se na
diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que
O imigrante germânico e suas tradições: Oktoberfest em Igrejinha.
falavam idiomas diferentes e trouxeram tradições distintas. Os africanos
trazidos ao Brasil incluíram bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas A maior parte da população brasileira no século XIX era composta
deram origem às religiões afro-brasileiras, e os hauçás e malês, de por negros e mestiços. Para povoar o território, suprir o fim da mão-de-obra
religiãoislâmica e alfabetizados em árabe. Assim como a indígena, a cultura escrava mas também para "branquear" a população e cultura brasileiras, foi
africana foi geralmente suprimida pelos colonizadores. Na colônia, os incentivada a imigração da Europa para o Brasil durante os séculos XIX e
escravos aprendiam o português, eram batizados com nomes portugueses XX. Dentre os diversos grupos de imigrantes que aportaram no Brasil,
e obrigados a se converter ao catolicismo. foram os italianos que chegaram em maior número, quando considerada a
faixa de tempo entre 1870 e 1950. Eles se espalharam desde o sul
de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sendo a maior parte na região
de São Paulo. A estes se seguiram os portugueses, com quase o mesmo
número que os italianos. Destacaram-se também os alemães, que
chegaram em um fluxo contínuo desde 1824. Esses se fixaram
primariamente na Região Sul do Brasil, onde diversas regiões herdaram
influências germânicas desses colonos.
Os imigrantes que se fixaram na zona rural do Brasil meridional,
vivendo em pequenas propriedades familiares (sobretudo alemães e
italianos), conseguiram manter seus costumes do país de origem, criando
no Brasil uma cópia das terras que deixaram na Europa. Alguns povoados
Conhecimentos Gerais 30 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
fundados por colonos europeus mantiveram a língua dos seus
antepassados durante muito tempo. Em contrapartida, os imigrantes que se
fixaram nas grandes fazendas e nos centros urbanos
do Sudeste (portugueses, italianos, espanhóis e árabes), rapidamente se
integraram na sociedade brasileira, perdendo muitos aspectos da herança
cultural do país de origem. A contribuição asiática veio com a imigração
japonesa, porém de forma mais limitada.
De maneira geral, as vagas de imigração europeia e de outras regiões
do mundo influenciaram todos os aspectos da cultura brasileira. Na
culinária, por exemplo, foi notável a influência italiana, que transformou os
pratos de massas e a pizza em comida popular em quase todo o Brasil.
Também houve influência na língua portuguesa em certas regiões, O Palácio da Alvorada em Brasília, obra de Oscar Niemeyer.
especialmente no sul do território. Nas artes eruditas a influência europeia
imigrante foi fundamental, através da chegada de imigrantes capacitados O patrimônio histórico brasileiro é um dos mais antigos da América,
em seus países de origem na pintura, arquitetura e outras artes. sendo especialmente rico em relíquias de arte e arquitetura barrocas,
concentradas sobretudo no estado de Minas Gerais (Ouro
Aspectos Preto,Mariana, Diamantina, São João del-Rei, Sabará, Congonhas, etc) e
Arquitetura e patrimônio histórico em centros históricos de Recife, São
Luis, Salvador, Olinda, Santos, Paraty, Goiana, Pirenópolis, Goiás, entre
outras cidades. Também possui nas grandes capitais numerosos e
importantes edifícios de arquitetura eclética, da transição entre
os séculos XIX e XX.
A partir de meados do século XX a construção de uma série de
obras modernistas, criadas por um grupo liderado porGregori
Warchavchik, Lucio Costa e sobretudo Oscar Niemeyer, projetou a
arquitetura brasileira internacionalmente.4 O movimento moderno culminou
na realização de Brasília, o único conjunto urbanístico moderno do mundo
reconhecido pelaUNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Obra de Mestre Ataíde na abóbada da Igreja de São Francisco de


Assis, em Ouro Preto, símbolo do Barroco brasileiro.
Parque Nacional Serra da Capivara
O interesse oficial pela preservação do patrimônio histórico e artístico
no Brasil começou com a instituição em 1934 da Inspetoria de Monumentos Também há diversidade em sítios arqueológicos, como o encontrado
Nacionais. O órgão foi sucedido pelo Serviço do Patrimônio Histórico e no sul do estado do Piauí: serra da Capivara. Os problemas enfrentados
Artístico Nacional e hoje o setor é administrado nacionalmente pelo Instituto pela maioria dos sítios arqueológicos brasileiros não afetam os mais de 600
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que já possui mais de sítios que estão no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí.
20 mil edifícios tombados, 83 sítios e conjuntos urbanos, 12.517 sítios Localizado em uma área de 130 mil hectares o Parque Nacional da Serra
arqueológicos cadastrados, mais de um milhão de objetos arrolados, da Capivara é um exemplo de conservação do patrimônio histórico e
incluindo o acervo museológico, cerca de 250 mil volumes bibliográficos e artístico nacional. Em 1991, foi consagrado patrimônio mundial pela
vasta documentação arquivística.2 Tradições imateriais como o samba de Unesco.5
roda do Recôncavo Baiano e a arte gráfica e pintura corporal dos A serra da Capivara é uma das áreas mais protegidas do Brasil, pois
índios Wajapi do Amapá também já foram reconhecidas como Patrimônio está sob a guarda do Iphan, Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fundahm
da Humanidade pela UNESCO. Também os estados e alguns municípios já e do Ibama local, que tem poder de polícia. Nesta mesma área se localiza o
possuem instâncias próprias de preservação e o interesse nesta área tem Museu do Homem Americano, onde se encontra o mais
crescido nos últimos anos. velho crânio humano encontrado na América.6
Mesmo com a intensa atividade dos órgãos oficiais, o patrimônio
nacional ainda sofre frequente depredação e tem sua proteção e
sustentabilidade limitadas pela escassez de verbas e pela falta de
consciência da população para com a riqueza de sua herança cultural e
artística e para com a necessidade de um compartilhamento de
responsabilidades para sua salvaguarda efetiva a longo prazo.3

Conhecimentos Gerais 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Culinária seu maior nome José de Alencar e exaltava as belezas naturais do Brasil e
os indígenas brasileiros.8
Após o Romantismo, o Realismo expandiu-se no país, principalmente
pelas obras de Machado de Assis (fundador da Academia Brasileira de
Letras). Entre 1895 e 1922, não houve estilos literários uniformes no Brasil,
seguindo uma inércia mundial. A Semana de Arte Moderna de 1922 abriu
novos caminhos para a literatura do país. Surgiram nomes como Oswald de
Andrade e Jorge Amado. O século XX também assistiu ao surgimento de
nomes como Guimarães Rosa e Clarice Lispector, os chamados
"romancistas instrumentalistas", elencados entre os maiores escritores
brasileiros de todos os tempos.9 10
Atualmente, o escritor Paulo Coelho (membro da Academia Brasileira
de Letras) é o escritor brasileiro mais conhecido, alcançando a liderança de
vendas no país e recordes pelo mundo. Apesar de seu sucesso comercial,
críticos diversos consideram que produz uma literatura meramente
comercial e de fácil digestão, e chegam a apontar diversos erros de
Brigadeiro, doce típico do Brasil. português em suas obras, principalmente em seus primeiros livros.
A culinária brasileira é fruto de uma mistura de Outros autores contemporâneos são bem mais considerados pela
ingredientes europeus, indígenas e africanos.7 A refeição básica do crítica e possuem também sucesso comercial, como Nelson
brasileiro médio consiste em arroz, feijão e carne. O prato Rodrigues, Ignácio de Loyolla Brandão, Rubem Fonseca, Luís Fernando
internacionalmente mais representativo do país é a feijoada. Os hábitos Veríssimo e outros.
alimentares variam de região para região. No Nordeste há grande influência
africana na culinária, com destaque para o acarajé, vatapá e molho de Artes visuais
pimenta. No Norte há a influência indígena, no uso da mandioca e
de peixes de água doce. No Sudeste há pratos diversos como o feijão
tropeiro e angu, em Minas Gerais, e a pizza em São Paulo. No Sul do país
há forte influência da culinária italiana, em pratos como a polenta, e
também da culinária alemã. O churrasco é típico do Rio Grande do Sul, que
também é uma característica muito forte na cultura brasileira. O Brasil não
possui carnes de qualidade tão elevada como a da Argentina e Uruguai que
se destaca nessa área pelo seu terreno geográfico. No entanto, o brasileiro
é um amante do bom churrasco acompanhado de bebidas como a cerveja,
o chopp deixando o vinho para outras ocasiões.
Literatura

"A descoberta da terra" (1941),pintura mural de Portinari no edifício


da Biblioteca do Congresso,Washington, DC.
O Brasil tem uma grande herança no campo das artes visuais.
Na pintura, desde o barroco se desenvolveu uma riquíssima tradição de
decoração de igrejas que deixou exemplos na maior parte dos templos
coloniais, com destaque para os localizados nos centros da Bahia,
Pernambuco e sobretudo em Minas Gerais, onde a atuação de Mestre
Ataíde foi um dos marcos deste período. No século XIX, com a fundação
da Escola de Belas Artes, criou-se um núcleo acadêmico de pintura que
formaria gerações de notáveis artistas, que se encontram até hoje entre os
melhores da história do Brasil, como Victor Meirelles, Pedro
Alexandrino, Pedro Américo, Rodolfo Amoedo e legião de outros. Com o
advento do Modernismo no início do século XX, o Brasil acompanhou o
movimento internacional de renovação das artes plásticas e criadores
como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego
Monteiro, Guignard, Di Cavalcanti e Portinari determinaram os novos rumos
da pintura nacional, que até os dias de hoje não cessou de se desenvolver
Machado de Assis, um dos maiores escritores do Brasil. e formar grandes mestres.
O primeiro documento a se considerar literário na história brasileira é a
carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Manuel I de Portugal, em que o
Brasil é descrito, em 1500. Nos próximos dois séculos, a literatura brasileira
ficou resumida a descrições de viajantes e a textos religiosos.
O barroco desenvolveu-se no Nordeste nos séculos XVI e XVII e
o arcadismo se expandiu no século XVIII na região das Minas Gerais.
Aproximadamente em 1836, o Romantismo afetou a Literatura
Brasileira e nesse período, pela primeira vez, a literatura nacional tomou
formas próprias, adquirindo características diferentes da literatura europeia.
O Romantismo brasileiro (possuindo uma temática indianista), teve como

Conhecimentos Gerais 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
em alguns gêneros do folclore, sendo em sua maioria um participante
passivo nas imposições da cultura colonizadora.

Sala São Paulo, em São Paulo, uma das salas de concerto com
melhoracústica no mundo.
Ao longo do tempo e com o crescente intercâmbio cultural com outros
países além da metrópole portuguesa, elementos musicais típicos de outros
países se tornariam importantes, como foi o caso da
voga operística italiana e francesa e das danças como a zarzuela,
Escultura de Aleijadinho "Cristo no horto das oliveiras", localizada o bolero e habanera de origem espanhola, e
Congonhas, Minas Gerais. as valsas e polcas germânicas, muito populares entre os séculos XVIII e
XIX, e o jazz norte-americano no século XX, que encontraram todos um
No campo da escultura, igualmente o barroco foi o momento fundador, fértil terreno no Brasil para enraizamento e transformação.
deixando uma imensa produção de trabalhos de talha dourada nas igrejas e
estatuária sacra, cujo coroamento é o ciclo de esculturas das Estações da Com grande participação negra, a música popular desde fins do século
Via Sacra e dos 12 profetas no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, XVIII começou a dar sinais de formação de uma sonoridade
obra de Aleijadinho. Experimentando um período de retraimento na primeira caracteristicamente brasileira. Na música clássica, contudo, aquela
metade do século XIX, a escultura nacional só voltaria a brilhar nas últimas diversidade de elementos se apresentou até tardiamente numa feição
décadas do século, em torno da Academia Imperial de Belas Artes e bastante indiferenciada, acompanhando de perto - dentro das
através da atuação de Rodolfo Bernardelli. Desde lá o gênero vem possibilidades técnicas locais, bastante modestas se comparadas com os
florescendo sem mais interrupções pela mão de mestres do quilate grandes centros europeus ou como os do México e do Peru - o que
de Victor Brecheret, um dos precursores da arte moderna brasileira, e acontecia na Europa e em grau menor na América espanhola em cada
depois dele Alfredo Ceschiatti, Bruno Giorgi, Franz Weissmann, Frans período, e um caráter especificamente brasileiro na produção nacional só
Krajcberg, Amilcar de Castro e uma série de outros, que têm levado a se tornaria nítido após a grande síntese realizada por Villa Lobos, já em
produção brasileira aos fóruns internacionais da arte. meados do século XX.
Da metade do século XX em diante outras modalidades de artes Esportes
visuais têm merecido a atenção dos artistas brasileiros, e nota-se um rápido
e grande desenvolvimento na gravura, no desenho, na cerâmica artística, e
nos processos mistos como instalações e performances, com resultados
que se equiparam à melhor produção internacional.
Música
A música do Brasil se formou, principalmente, a partir da fusão de
elementos europeus e africanos, trazidos respectivamente por
colonizadores portugueses e escravos.

Estádio do Maracanã, um dos maiores estádios de futebol do mundo.


O futebol é o esporte mais popular no Brasil.11 A Seleção Brasileira de
Futebol foi cinco vezes vitoriosa na Copa do Mundo FIFA,
em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002.12 Basquetebol, futsal, voleibol, automo
Instrumentos populares no Brasil. bilismo e as artes marciais também têm grande popularidade no país.
Embora não sejam tão praticados e acompanhados como os esportes
Até o século XIX Portugal foi a porta de entrada para a maior parte das citados anteriormente, tênis, handebol, natação e ginástica têm encontrado
influências que construíram a música brasileira, clássica e popular, muitos seguidores brasileiros ao longo das últimas décadas. Alguns
introduzindo a maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura esportes têm suas origens no Brasil: futebol de praia,13 futsal (versão
musical e boa parcela das formas musicais cultivadas no país ao longo dos oficial do futebol indoor),14footsack,15 futetênis16 17 e futevôlei emergiram
séculos, ainda que diversos destes elementos não fosse de origem de variações do futebol. Outros esportes criados no país são
portuguesa, mas genericamente europeia. O primeiro grande compositor a peteca,18 oacquaride,19 20 21 o frescobol22 o sandboard,23 e
brasileiro foi José Maurício Nunes Garcia, autor de peças sacras com o biribol.24 Nas artes marciais, os brasileiros têm desenvolvido
notável influência do classicismo vienense. A maior contribuição do acapoeira,25 vale-tudo,26 e o jiu-jitsu brasileiro.27 No automobilismo,
elemento africano foi a diversidade rítmica e algumas danças e pilotos brasileiros ganharam o campeonato mundial de Fórmula 1 oito
instrumentos, que tiveram um papel maior no desenvolvimento da música vezes: Emerson Fittipaldi, em 1972 e 1974;28 Nelson Piquet,
popular e folclórica, florescendo especialmente a partir do século XX. O em 1981, 1983 e 1987;29 e Ayrton Senna, em 1988, 1990 e 1991.30
indígena praticamente não deixou traços seus na corrente principal, salvo

Conhecimentos Gerais 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
o Brasil um país de dimensões continentais, possui um folclore bastante
rico e diversificado e suas histórias enaltecem o conhecimento popular e
encantam os que as escutam.
Referências
Jump up↑ Darcy Ribeiro, O Povo Brasileiro, página 16
Jump up↑ Ministério da Cultura.
Jump up↑ ALMEIDA, Luiz Fernando de. O Brasil e os Desafios do Patrimônio. Portal
do Ministério da Cultura, 13 de Janeiro de 2007.
Grande Prêmio do Brasil de 2007 noAutódromo de Interlagos em São Jump up↑ Fernando, Lara (12/09/2000). Vitruvius: Espelho de fora: arquitetura
Paulo. brasileira vista do exterior. Página visitada em 23/12/2008.
Jump up↑ Lista do Patrimônio Mundial (em português). UNESCO. Página visitada em
O Brasil já organizou eventos esportivos de grande escala: o país 2008-12-02.
organizou e sediou a Copa do Mundo FIFA de 195031 e foi escolhido para Jump up↑ Lista do Patrimônio Mundial 2008 (em português). FUNDHAM - Museu do
sediar a Copa do Mundo FIFA de 2014.32 O circuito localizado em São Homem Americano. Página visitada em 2008-12-02.
Jump up↑ Cascudo, Luís da Câmara. História da alimentação no Brasil, p. 17. Belo
Paulo, Autódromo José Carlos Pace, organiza anualmente o Grande Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1983.
Prêmio do Brasil.33 São Paulo organizou os Jogos Pan-americanos de Jump up↑ José de Alencar e o Romantismo(em português). Vestibular1. Página
196334 e o Rio de Janeiro organizou os Jogos Pan-americanos de visitada em 2008-12-02.
2007.34 Além disso, o país vai sediar os Jogos Olímpicos de Verão de Jump up↑ Goiamérico Felício Carneiro dos Santos.Literatura e filosofia: o pensar o
2016, que serão realizados na cidade do Rio de Janeiro.35 sentir. X Congresso Internacional da ABRALIC: O lugar da Filosofia na Teoria da
Literatura. Página visitada em 3 de dezembro de 2008.
Religião Jump up↑ Luciano Rodrigues Lima. Misticismo e Ateísmo em 'Amor', de Clarice
Lispector. UNEB. Página visitada em 3 de dezembro de 2008.
Jump up↑ Enciclopedia Encarta 2006
Jump up↑ Football in Brazil.Goal Programme. International Federation of Association
Football (2008-04-15). Página visitada em 2008-06-06.
Jump up↑ Beach Soccer. International Federation of Association Football. Página
visitada em 2008-06-06.
Jump up↑ Futsal. International Federation of Association Football. Página visitada em
2008-06-06.
Jump up↑ Portal do Futsac
Jump up↑ Dia do Desafio traz inventor de fute-tênisJornal O Imparcial, acessado em
17 de junho de 2010
Jump up↑ Santos terá torneio de fute-tênis no fim de semanaFolha Online, acessado
em 17 de junho de 2010
Jump up↑ Federação Mineira de Peteca, Histórico da Peteca
Jump up↑ Acqua Ride na Europa
Jump up↑ Acqua Ride (em português). Cidade Aventura.
Jump up↑ Acqua Ride: Passeio aquático radical (em português). LivrEsportes.
Jump up↑ [1]Acessado em 27/05/2012, 09:00h.
Jump up↑ Sandboard, um esporte criado no Brasil
Jump up↑ Montoro, Patricia (2005-06-14). História do Biribol. EducaRede. Página
visitada em 2008-08-15.
Jump up↑ The art of capoeira. BBC (2006-09-20). Página visitada em 2008-06-06.
Jump up↑ Brazilian Vale Tudo. I.V.C. Página visitada em 2008-06-06.
Jump up↑ Brazilian Jiu-Jitsu Official Website. International Brazilian Jiu-Jitsu Federa-
Estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Brasil.
tion. Página visitada em 2008-06-06.
O Brasil é um país religiosamente diverso, com tendência Jump up↑ Donaldson, Gerald. Emerson Fittipaldi.Hall of Fame. The Official Formula 1
de tolerância e mobilidade entre as religiões. A população brasileira é Website. Página visitada em 2008-06-06.
Jump up↑ Donaldson, Gerald. Nelson Piquet.Hall of Fame. The Official Formula 1
majoritariamente cristã (89%), sendo sua maior parte católica. Herança da Website. Página visitada em 2008-06-06.
colonização portuguesa, o catolicismo foi a religião oficial do Estado até Jump up↑ Donaldson, Gerald. Ayrton Senna.Hall of Fame. The Official Formula 1
a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico. Website. Página visitada em 2008-06-06.
Jump up↑ 1950 FIFA World Cup Brazil.Previous FIFA World Cups. International
A mão de obra escrava, vinda principalmente da África, trouxe suas Federation of Association Football. Página visitada em 2008-06-06.
próprias práticas religiosas, que sobreviveram à opressão dos Jump up↑ 2014 FIFA World Cup Brazil. International Federation of Association
colonizadores, dando origem às religiões afro-brasileiras. Football. Página visitada em 2008-06-06.
Jump up↑ Formula 1 Grande Premio do Brasil 2008. The Official Formula 1 Website.
Na segunda metade do século XIX, começa a ser divulgado Página visitada em 2008-06-06.
o espiritismo no Brasil, que hoje é o país com maior número de espíritas no ↑ Jump up to:a b Chronological list of Pan American Games. Pan American Sports
mundo. Nas últimas décadas, as religiões protestantes têm crescido Organization. Página visitada em 2008-06-06.
rapidamente em número de adeptos, alcançando atualmente uma parcela Jump up↑ Vencemos. E agora? Até 2016, há muito a ser feito pelo Rio de Janei-
significativa da população. Do mesmo modo, aumenta o percentual ro. R7. Rede Record (2 de outubro de 2009). Página visitada em 03/10/2009.
daqueles que declaram não ter religião, grupo superado em número apenas
pelos católicos nominais e evangélicos.
III - Aspectos relevantes da História do Brasil (descober-
Muitos praticantes das religiões afro-brasileiras, assim como alguns tas e inovações científicas na atualidade e seus impactos
simpatizantes do espiritismo, também se denominam "católicos", e seguem na sociedade contemporânea).
alguns ritos da Igreja Católica. Esse tipo de tolerância com o sincretismo é
um traço histórico peculiar da religiosidade no país. História do Brasil.
Seguem as descrições das principais correntes religiosas brasileiras, A história do Brasil começa pelo descobrimento, episódio que é conse-
ordenadas pela porcentagem de integrantes de acordo com qüência da expansão européia, sobretudo portuguesa, na conquista do
o recenseamento demográfico do IBGE em 2000. "mar tenebroso" e na superação do Atlântico como barreira geográfica.
Essa conquista, que distanciou subitamente os portugueses dos restantes
Folclore povos europeus, constituiu um movimento inteiramente novo, que mudou a
O folclore brasileiro é um conjunto de mitos, lendas, usos e costumes fisionomia do mundo. Mas no que concerne especificamente à descoberta
transmitidos em geral oralmente através das gerações com a finalidade de do Brasil, há controvérsias: teria sido fruto do acaso ou houve uma inten-
ensinar algo, ou meramente nascido da imaginação do povo. Por ser cionalidade velada dos portugueses? Teriam sido os navegadores lusitanos

Conhecimentos Gerais 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
os primeiros a chegar à nova terra, ou houve precursores de Cabral na rota Os governadores-gerais exerceram autoridade sobre todo o estado do
do Atlântico brasileiro? Seja como for, ao iniciar-se o século XVI, Portugal Brasil até 1573, quando D. Sebastião o dividiu em repartição do norte e do
inaugura a principal via marítima de passagem, a rota atlântica para as sul, com capitais em Salvador e Rio de Janeiro respectivamente. O objetivo
especiarias asiáticas, ao mesmo tempo em que minguava a tradicional era a melhor defesa do litoral contra as investidas dos franceses em Cabo
função histórica do Mediterrâneo. Marco primordial do universalismo renas- Frio e no Nordeste. Em 1578 restabeleceu-se a unidade, novamente rompi-
centista, a descoberta do Brasil inicia a expansão colonial e comercial da em 1608, por outra divisão semelhante, determinada pela exploração do
européia na época moderna. ouro em São Vicente.
Período colonial De 1612 a 1615 os franceses ocuparam a ilha do Maranhão, e comer-
ciantes holandeses e ingleses incursionaram pela embocadura do Amazo-
A história do Brasil, nos três primeiros séculos a partir do descobrimen- nas. Em vista desses riscos, em 1621, Filipe III separou o estado do Mara-
to, é parte preponderante da história da expansão colonial e comercial nhão, unidade administrativa que englobava a área compreendida entre o
européia. O Brasil, nos quadros do sistema colonial então vigente, repre- Ceará e o Peru atuais. Essa criação foi determinada pelo isolamento do
senta tanto uma meta da expansão da economia mercantil européia quanto extremo norte, cujas comunicações terrestres ou marítimas com o estado
um instrumento de poder da metrópole portuguesa. Portugal, como os do Brasil eram precárias. Em 1737 o Maranhão passou a intitular-se estado
demais antigos reinos medievais europeus -- Espanha, Países Baixos, do Grão-Pará e Maranhão, e a capital transferiu-se de São Luís para Be-
França e Inglaterra -- buscava organizar-se em estado moderno, unificado e lém. O descobrimento de salinas e a expansão pecuarista articularam o
centralizado, e como eles lançava-se à construção do seu império colonial. extremo norte com o resto do Brasil, por meio do Piauí e do Maranhão. Na
Administração colonial. As práticas coloniais no Brasil estavam subor- ocasião planejava-se o desenvolvimento da Amazônia pela atividade agrí-
dinadas a repartições que integravam o aparelho de estado português: o cola exportadora baseada no regime da grande propriedade escravista.
Conselho de Estado superintendia as decisões de maior relevância, até Tais elementos determinaram, em 1774, a extinção do estado do Grão-
mesmo as de âmbito colonial; destacava-se nele o secretário de Estado, do Pará e Maranhão, que passou a integrar o estado do Brasil, sob a autorida-
qual a figura mais notória foi o marquês de Pombal no reinado de D. José I, de dos vice-reis no Rio de Janeiro.
na segunda metade do século XVIII; os assuntos militares cabiam ao Con- Política mercantilista. A colonização do Brasil representou o elemento
selho de Guerra, enquanto o desembargo do Paço e a Casa da Suplicação mais importante para o processo de fortalecimento de Portugal como esta-
encabeçavam as práticas judiciárias; o Conselho da Fazenda e a Casa da do moderno, capaz de superar as limitações ao desenvolvimento da eco-
Índia tinham a seu cargo as finanças e o comércio, e a Mesa da Consciên- nomia capitalista européia. A política colonial portuguesa integrava-se
cia e Ordens intervinha nos assuntos eclesiásticos, das ordens religiosas- assim no esquema mais amplo de política econômica que orientou a ação
militares e de ensino. Em face da união da igreja e do estado, neste se estatal nos primórdios da época moderna: a política mercantilista. Era o
incluía o Tribunal da Inquisição, cuja importância pode ser medida pela coroamento de uma luta de muitos séculos, ora pela independência do
relevância do pensamento religioso como ideologia que legitimava a autori- reino em relação aos senhores feudais, ora na guerra de reconquista contra
dade do soberano. O Conselho Ultramarino tinha funções diretamente o invasor muçulmano, e que afirmou a supremacia do rei sobre a nobreza
articuladas à política colonial e substituiu, depois da Restauração de 1640, territorial e aniquilou o esboço da monarquia agrária em favor do estilo
o Conselho da Índia e Conquistas Ultramarinas, instalado na União Ibérica patrimonial.
(1580-1640).
O capitalismo monárquico e comercial afirmou-se em torno da casa re-
Embora não houvesse uma legislação específica para o Brasil, nume- al. O comércio que se expandiu a partir das navegações costeiras medie-
rosas decisões setoriais indicam a especificidade dos problemas brasileiros, vais, e projetou-se na idade moderna para a África, a Ásia e a América, fez
como os regimentos e recomendações enviados aos governadores-gerais e do tesouro régio o centro dos cuidados políticos. Para servir a essa realida-
vice-reis, as disposições legais sobre os indígenas, a ação catequética e as de, nova e singular no contexto europeu, articulou-se um quadro adminis-
atividades econômicas, notadamente as de monopólio real, como o comér- trativo dependente do soberano e alimentado pelos lucros e aventuras
cio de pau-brasil. Até a transferência do governo português para o Brasil, mercantis.
em 1808, as decisões principais provinham de Lisboa. As vilas e cidades
eram administradas por câmaras municipais eletivas, intituladas Câmara de O primeiro cuidado de Portugal foi resguardar a área do seu império
Vereadores ou, excepcionalmente, Senado da Câmara. Compunham-se de colonial. Mas essa empresa, por demais dispendiosa, necessitava de uma
dois juízes ordinários, três vereadores e oficiais da Câmara. A partir de fonte de recursos que a financiasse. Essa fonte residiu no monopólio do
1796, como sintoma de maior centralização absolutista, as câmaras passa- comércio colonial. Assim, a expansão mercantil e a formação do moderno
ram a ser presididas pelos juízes-de-fora, nomeados pelo rei. O voto e a estado português foram processos articulados. O estado centralizado, único
vereança cabiam exclusivamente aos "homens bons", representantes da capaz de mobilizar recursos em escala nacional, era o pré-requisito à
classe proprietária. expansão ultramarina; ao mesmo tempo, os mecanismos de exploração
comercial e colonial do ultramar fortaleceram o estado colonizador.
O critério seletivo excluía até mesmo os comerciantes, que só tiveram
acesso à administração municipal a partir do século XVIII. A prática das O monopólio do pau-brasil se inseriu no sistema mercantil da coroa: o
câmaras expressava assim os interesses dos proprietários, e servia-lhes concessionário habilitava-se à exploração comercial e em contrapartida
como elemento legal de protesto contra as decisões metropolitanas. O defendia a terra contra a cobiça de franceses e espanhóis. A insuficiência
aumento da centralização administrativa diminuiu esse poder contestatório. de recursos dos arrendatários e a exacerbação das incursões européias
Até o século XVIII coexistiram duas práticas administrativas sob controle passaram a exigir um maior policiamento da costa pelas frotas portuguesas.
estatal: as capitanias hereditárias e as capitanias reais. Nas primeiras, o Essa preocupação levou à mudança do esquema comercial, com o estabe-
donatário exercia funções vitalícias e transmissíveis por herança, fixadas lecimento do sistema das donatarias.
nas "cartas de doação" e nos "forais"; nas capitanias reais, o capitão-mor
governava pelo período que conviesse ao rei. Essa unidade administrativa A primeira instituição comercial e administrativa da colônia foi a feitoria.
iniciou-se com a criação do governo-geral em 1548. A centralização admi- Tratava-se na prática de instalações muito primitivas, cercadas de pau-a-
nistrativa empreendida pelo marquês de Pombal extinguiu o regime das pique, que serviam de mediadoras no comércio com os índios, que forneci-
capitanias hereditárias, que passaram a ser reais. am o pau-brasil e outros bens e recebiam em troca tecidos, artefatos e
quinquilharias, no regime de escambo. No entanto, o sistema de feitoria
O governo-geral foi instituído para dar maior eficácia ao sistema coloni- começou a ser desafiado pelo estrangeiro, com o aliciamento do indígena
al. Regimentos reais especificavam as atribuições do governador-geral e de pelo concorrente francês. Para mantê-lo seria necessário proteger a costa
seus principais auxiliares, o ouvidor-mor e o provedor-mor. Em 1640, Filipe com um cinto de fortalezas, empresa por demais onerosa. Tentou-se resol-
IV nomeou Jorge de Mascarenhas, marquês de Montalvão, como primeiro ver o impasse pela combinação da armada guarda-costas com a expedição
vice-rei do estado do Brasil. Somente quando a capital foi transferida de colonizadora, sob as ordens de Martim Afonso de Sousa. O objetivo era
Salvador para o Rio de Janeiro, a dignidade do vice-rei deixou de ser promover a limpeza da costa e fundar núcleos de moradores permanentes.
honorífica e pessoal para se tornar uma clara função administrativa. No entanto, o plano mostrou-se precário em vista da imensidade do territó-
rio. Era necessário ajustar o sistema das feitorias às novas necessidades, o

Conhecimentos Gerais 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que levou ao regime das capitanias hereditárias, modelo já aprovado nas da fazenda e da justiça, com a superintendência, respectivamente, do
possessões insulares do Atlântico. provedor-mor e do ouvidor-mor, cujos poderes se definiam em regimentos
próprios. Sempre que a matéria fosse relevante e a competência omissa, o
Capitanias hereditárias. A coroa portuguesa necessitava de encontrar governador presidia a junta-geral, órgão colegiado que iria abrandar, com o
um modelo de produção colonial que se ajustasse às necessidades da tempo, o despotismo do mais importante e direto agente real.
procura européia. Como não foi possível, logo no início, dedicar-se priorita-
riamente à mineração de metais nobres, a colonização teve de optar pela É claro que todo esse poder era muitas vezes apenas nominal. As
especialização em produtos agrícolas tropicais. Desses, o que avulta em grandes distâncias e a dificuldade de comunicações impediam que a rede
primeiro lugar é o açúcar, cujo mercado aumentava a olhos vistos. Portugal oficial cobrisse todos os espaços, e assim formaram-se quistos de potenta-
já detinha know-how suficiente para empreender um projeto de larga escala dos locais. O governo-geral instituiu um predomínio, mas não a exclusivida-
dessa cultura, tanto no nível da produção, experimentada com êxito nas de. O quadro do comando oficial partia verticalmente do rei para o gover-
ilhas atlânticas portuguesas, como no de sua comercialização nas praças nador-geral e deste expandia-se aos governadores (capitães-generais e
flamengas, em que vigoravam as mais adiantadas técnicas de comércio da capitães-mores) e se espraiava nos municípios. Em sua aparente clareza, o
época. esquema não dissimulava a complexa, difusa e tumultuária realidade,
agravada pela ausência da teoria da separação de poderes e atribuições.
A cultura da cana e o fabrico do açúcar apresentaram-se assim como a
solução ideal, porque ao mesmo tempo que se ajustavam perfeitamente às Mas mesmo o rei, do alto da cúpula administrativa, não governava de
regiões quentes e úmidas da colônia, integravam-na na linha do comércio modo absoluto, só e arbitrariamente. Havia a sua volta uma armadura
europeu, valorizavam economicamente as terras e promoviam seu povoa- ministerial, tão velha quanto a monarquia, e o controle colegiado, que
mento e ocupação efetiva, e facilitavam por conseguinte sua defesa. Como limitava o poder monocrático. A ascendência do soberano, mitigada pelas
o governo português não podia sozinho dar cabo de tarefa tão ampla, era cortes, que se reuniam periodicamente, sofria a participação da aristocraci-
preciso interessar a iniciativa privada, dona do capital necessário aos a, dependente dos ingressos públicos e não da propriedade territorial. A
investimentos. Para isso, cumpria organizar a produção de tal forma que o partir de 1643, um órgão deliberativo e de assessoramento, o Conselho
empresário metropolitano pudesse dela obter alta margem de lucro. Ultramarino, ocupou-se dos negócios do Brasil, das colônias e das conquis-
tas. Os assuntos da justiça permaneceram ainda entregues à estrutura
Tais premissas levaram ao modelo das capitanias hereditárias, que própria, com os tribunais superiores no reino e as relações locais. A matéria
funcionavam como contratos de risco: de um lado, o governo português eclesiástica continuou confiada à Mesa de Consciência e Ordens, a quem
cedia as terras e garantia o necessário ordenamento jurídico capaz de competia as decisões nas causas espirituais.
conferir ao donatário uma soma de poderes e prerrogativas bastante atra-
ente; por outro lado, o donatário obrigava-se a remeter à coroa o numerário O vínculo de subordinação entre o reino e a colônia, filtrado pelo Con-
relativo aos impostos e obedecer fielmente às determinações reais. Mas selho Ultramarino, não se fixava entre o soberano e o governador-geral -- e
faltava ainda resolver um problema: caso a produção açucareira adotasse a mais tarde o vice-rei. As capitanias muitas vezes se entendiam diretamente
tendência européia para o trabalho assalariado livre, mais produtivo e com o rei, em clara subversão ao princípio do governo-geral. Os privilégios
rentável na economia de mercado, decerto os trabalhadores, dada a abun- inerentes ao cargo público, de acordo com o sistema de estamentos então
dância de terras, acabariam por se estabelecer por conta própria e desen- vigente, não permitia que a autoridade superior se substituísse à inferior,
volver atividades de subsistência, desvinculadas do centro metropolitano, com absorção total de suas atribuições. Daí ocorrerem freqüentes conflitos
opção totalmente contrária aos interesses monopolistas da metrópole. entre os funcionários, resolvidos pelo Conselho Ultramarino, nos quais cada
parte procurava aliciar o apadrinhamento de poderosos.
É em função dessas premissas que em pleno nascimento do mundo
moderno, o sistema colonial invoca o renascimento do sistema escravista. O Regimento de 1677, conjunto de normas administrativas que passou
Por mais escandalosa que fosse a contradição entre a consciência cristã e a regular as atividades dos governadores-gerais no Brasil, em substituição
a escravidão, de índios ou de negros, essa foi a solução pragmaticamente ao Regimento de 1548 trazido por Tomé de Sousa, diante das constantes
adotada pelos colonizadores. A resistência guerreira dos indígenas e a desavenças entre o governo-geral e as capitanias, determinou entre outras
oposição dos jesuítas é que ensejaram o tráfico negreiro, e abriram assim coisas a subordinação dos capitães-generais de Pernambuco e do Rio de
mais um importante setor comercial. A escravidão e o tráfico de escravos Janeiro ao governador-geral, sem, entretanto, alcançar grandes êxitos.
da África passaram assim a funcionar como eixo em torno do qual se
estruturava a produção das capitanias hereditárias, estabelecidas em O último elo na cadeia de poder era o município, na administração co-
benefício exclusivo da metrópole, para a exportação de gêneros de que ela lonial portuguesa um instrumento político para o povoamento, orientado por
necessitava para si e para comerciar com outros países. Fora disso, ape- motivos fiscais, capaz de conservar a supremacia da autoridade real e de
nas a produção de gêneros estritamente necessários à subsistência da transformar a economia natural na economia de moeda, com os tributos
população e que não pudessem ser importados da metrópole. convertidos em dinheiro. A organização do município precedeu à coloniza-
ção e ao núcleo urbano, molde administrativo que abrigaria a futura socie-
As capitanias não representaram, pois, uma regressão política ao sis- dade. Assim, as populações já nascem sob as prescrições administrativas.
tema feudal. Na realidade, conforme definido pelas cartas de doação e os Quando as cidades e vilas são estabelecidas, o capitão-mor regente é o
forais, as capitanias constituíram circunscrições territoriais públicas, com próprio fundador, que já tem carta concedida pelo rei ou pelo governador,
delegação de poderes, sem que a realeza abdicasse de quaisquer prerro- muitas vezes antes da própria fundação da vila. Em outros casos, quando
gativas. O donatário não tinha, portanto, o senhorio de um feudo, com já há um grande número de latifúndios espalhados em uma região, o go-
propriedade plena da terra, mas sim uma província que administrava por verno cria as vilas, para reunir os moradores dispersos.
conta do rei. E quando as capitanias prosperaram e iniciou-se um tumulto
privatista e uma certa dispersão da autoridade, um corretivo logo se impôs: No interesse da própria expansão econômica, a coroa admitiu, até me-
a instituição do governo-geral. ados do século XVII, o crescimento espontâneo de comunidades locais,
mas essa transigência não significava abandono da vigilância real e centra-
Governo-geral. O Regimento de 1548, documento que consubstancia lizadora. O próprio sistema eleitoral vigente não deve ser confundido com a
as instruções de D. João III ao primeiro governador-geral do Brasil, Tomé representatividade exigida pela doutrina liberal emergente a partir do século
de Sousa, não deixa margem a dúvidas quanto ao verdadeiro sentido do XIX. A escolha dos chefes era promovida entre os "homens bons", e consti-
governo-geral e do regime das capitanias. Ao transferir atribuições de tuía uma seleção, mas não uma eleição. As câmaras, nada obstante fuga-
governo, o regimento não excluía o poder do soberano, mas apenas definia zes momentos de autonomia, executavam ordens superiores, e em muitos
o alcance de seu predomínio sobre os delegados. Os capitães e governa- casos os vereadores eram diretamente nomeados pelos capitães-gerais,
dores deviam obedecer ao governador-geral, sem embargo dos privilégios para lhes cumprirem as determinações. A lei de organização municipal de
de que gozavam as doações, só irrevogáveis os direitos patrimoniais e 1828, ao assegurar a tutela do governo-geral e provincial sobre as câma-
reformável, a todo o tempo, o círculo da delegação pública. ras, veio apenas reconhecer uma antiga realidade.
O governo-geral constituiu um esquema básico para todo o período co- Justiça e fazenda. O quadro hierárquico se fecha com o rígido controle
lonial, mesmo quando o vice-reino ocupou seu lugar. Sob a ascendência do da justiça e da fazenda, fixado pela supremacia dos agentes reais sobre as
governador-geral, chefe militar por excelência, estruturou-se a organização autoridades locais. O ouvidor-mor, ou o ouvidor-geral, contemporâneo do

Conhecimentos Gerais 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
governo-geral, submetia os juízes a sua alçada, fossem eles juízes de fora passou a ser pago pelo governo, em quantias muitas vezes superiores às
ou ordinários. A última instância era Lisboa, ou a Casa da Suplicação e o arrecadadas pelos dízimos. Entrosou-se assim o sistema de nomeação de
Desembargo do Paço, que dominavam a emperrada e distante justiça autoridades eclesiásticas: o rei, na qualidade de chefe de estado, apresen-
colonial. A fazenda articulava-se também numa engrenagem complicada, tava ao papa os bispos; e na qualidade de grão-mestre da Ordem de Cristo,
que partia da vila e chegava até o rei, e abarcava de forma sufocante todas indicava aos bispos os encarregados dos cabidos, paróquias e capelanias.
as atividades econômicas. O Real Erário perdia-se num cipoal de reparti- Sob esse sistema e dentro dessas linhas, fixou-se a organização eclesiásti-
ções, desde a Junta da Fazenda, que funcionava ao lado do governo-geral, ca no Brasil.
até os órgãos incumbidos da cobrança de tributos especiais, diretamente
ligados a Lisboa. O primeiro bispado foi o de Salvador, instituído em 1554, com jurisdi-
ção sobre toda a colônia. Em 1676 a diocese foi elevada a arquidiocese. Ao
Organização militar. Para assegurar o funcionamento de toda essa en- término do período colonial, o arcebispado compreendia os bispados do Rio
grenagem administrativa, jurídica e fazendária, dispunha a coroa de um de Janeiro, Maranhão, Pernambuco, Pará, Mariana e São Paulo e as
mecanismo: as forças militares. A elas cabia assegurar a paz interna e a prelazias de Goiás e Mato Grosso. A igreja exerceu durante todo esse
defesa exterior, e integrar de fato os povoadores aos desígnios da coroa. A período atribuições administrativas da mais alta relevância. Estavam a seu
organização militar precedeu à descoberta, estruturou-se com a monarquia cargo o registro de todos os nascimentos, casamentos e óbitos, bem como
no curso dos séculos e fundiu-se com a história da colônia. A terra consoli- a assistência social e a educação. É necessário ainda destacar o papel da
dou-se em mãos portuguesas por via da força armada, fosse pela ação catequese e da influência social dos religiosos sobre a vida dos indígenas.
militar violenta, quando era o caso, fosse pela integração no quadro das
funções e das honras militares. Assim se formou o elo mais profundo, Dentre todas as ordens religiosas -- franciscanos, capuchinhos, benedi-
duradouro e estável da penetração ultramarina, que ligava a camada domi- tinos, carmelitas, oratorianos -- o maior papel nas relações entre os colonos
nante de Portugal com a categoria ascendente dos senhores coloniais. e os indígenas, entre os povoadores e a administração, coube aos jesuítas.
Em seu apostolado de dois séculos -- de 1549 a 1759 -- essa foi sem
O Foral de 1534 e o Regimento de 1548 haviam fixado as primeiras li- dúvida a ordem que se mostrou mais irredutível aos interesses econômicos
nhas do sistema militar que imperou nas colônias: os moradores eram dos colonos e mais rebelde aos ditames do poder público. Enquanto as
obrigados a servir militarmente, em tempo de guerra. Tomé de Sousa outras ordens transigiam com a moral cediça da colônia, os jesuítas manti-
recebeu, pronto e articulado, um plano de defesa, baseado em forças veram-se irredutíveis às tendências de dissolução da família e à cobiça
profissionais. Ao aportar na Bahia, em 1549, trazia em sua frota de seis escravista.
navios cerca de mil pessoas, entre soldados, funcionários e mestres-de-
obras; e instruções claras no Regimento para, entre outras coisas, construir Economia colonial. A história econômica brasileira no período colonial
fortalezas, perseguir e destruir os corsários que infestavam a costa, castigar pode ser dividida em ciclos, conforme o produto dominante em cada época.
os tupinambás pela morte do donatário Francisco Pereira Coutinho e con- Assim, o ciclo inaugural é o do pau-brasil, único produto valioso e abundan-
denar à morte e ao confisco de bens os que salteavam e roubavam os te que o colonizador encontrou nos primeiros momentos de posse das
gentios de paz. As providências militares de defesa incluíam ainda o incen- novas terras. A fórmula empregada por Portugal para tirar partido de tal
tivo à construção de bergantins -- embarcação a vela e remo, esguia e riqueza foi a mesma de qualquer nação colonialista da época, a exploração
veloz -- e a determinação de que cada capitania e engenho dispusesse de econômica indireta: a terra foi arrendada a Fernão de Loronha, ou Noronha,
armas de fogo, armas brancas e munições de guerra. Para a segurança e por um período de três anos, que renovou-se por mais dois triênios. O
defesa das povoações e fortalezas, os capitães e senhores deveriam arrendatário obrigava-se, por seus próprios meios, a promover a defesa da
armar-se, e todo morador que tivesse no país casas, terras, águas ou terra e a entregar à coroa portuguesa um quarto do total exportado.
navio, deveria dispor no mínimo de besta, espingarda, espada, lança ou O sistema apresentava, entretanto, alguns inconvenientes, seja porque
chuço. Os que, no prazo de um ano, não satisfizessem tais exigências, a exploração extensiva e predatória exigia incursões cada vez maiores e
teriam de pagar em dobro o valor das que faltassem. mais onerosas, seja porque o contrabando realizado por espanhóis, e
A estrutura defensiva, formada pela fortaleza, guarnecida por tropas sobretudo por franceses, em escala gigantesca, obrigava à intervenção
pagas e soldados recrutados entre a população civil, institucionalizou-se armada dos portugueses. Além disso, a exploração do pau-brasil não era
com soldados do serviço público e soldados territoriais. A profissionalização tão simples como à primeira vista podia parecer. Havia necessidade de
do soldado libertou o rei da dependência perante a nobreza, transformada derrubar os troncos e livrá-los da casca grossa e cheia de espinhos, para
em corporação burocrática, e ainda subordinou os soldados de reserva, as só então embarcar as toras do pau-brasil propriamente dito. No início, os
milícias e ordenanças, ao mesmo padrão vertical de obediência. No século próprios índios encarregavam-se dessa tarefa, na base do escambo; depois
XVII, as milícias funcionavam ao lado e sob a direção das tropas regulares, houve necessidade de trazer escravos da África. De qualquer maneira, as
com a incumbência de devassar o interior, com o estímulo real e patentes incursões francesas e espanholas evidenciavam a necessidade de um
outorgadas pela coroa, armadas e alimentadas pelos chefes. Serviam sistema de ocupação mais efetivo da terra.
também para tornar efetivo e estável o comando nas capitanias. Em troca Ciclo do açúcar. Até o século XV, o açúcar era produzido em escala ín-
da cega obediência à autoridade, brancos e pardos recebiam patentes e fima, apenas como componente de remédios vendidos pelas boticas. O
honrarias. Foi graças ao domínio militar sobre a colônia que a metrópole adoçante adotado em toda a Europa era o mel. Mas tão logo sua produção
pôde, no final do século XVII, após mais de um século e meio de dispersão aumentou e seu uso se difundiu, o mercado do açúcar teve uma expansão
da autoridade, retomar a centralização e converter os régulos brasileiros em impressionante, sobretudo depois que os europeus se habituaram a bebi-
instrumentos de obediência. As descentralizações foram obrigadas, a ferro das como café, cacau e chá, tomadas geralmente com adoçante. Portugal
e fogo, a retroceder; os senhores de terra e os senhores de engenho tive- experimentara com sucesso a cultura da cana-de-açúcar e a fabricação do
ram de abrir mão de sua antiga ascendência. produto em parte da ilha da Madeira, nos Açores, São Tomé e Canárias. A
Papel da igreja. O missionário, sobretudo o jesuíta, teve o papel de in- lavoura canavieira e a indústria açucareira mostravam-se assim como a
fundir nos povoadores e indígenas da colônia os padrões de ética euro- solução ideal para a ocupação da terra e a geração de riqueza. A divisão
peus. Lutou assim em duas frentes espirituais: a conversão do índio ao da terra em capitanias e a subseqüente instituição do governo-geral foram
credo católico e a continência do branco diante do desregramento sexual e a expressão político-administrativa dessa solução.
da escravidão. Há aí uma particularidade histórica: se o governo dobrou e Um dos primeiros engenhos de açúcar foi estabelecido por Martim A-
absorveu a nobreza, jamais dominou o clero, ao qual conseguiu apenas fonso de Sousa, por volta de 1532, em São Vicente. Já nessa mesma
impor limites. Em todo o período colonial houve entre eles uma relação década, porém, proliferavam outros engenhos, sobretudo nas capitanias de
mútua de desconfiança, que se prolongou durante o império e só terminou Itamaracá, Paraíba e Pernambuco. O açúcar foi o principal responsável
na república, quando se concretizou a separação entre o estado e a igreja. pela vinda do escravo negro. E propiciou também o início de outras ativida-
As dificuldades de entrosamento resolviam-se diretamente entre o so- des que funcionaram como subciclos dentro do ciclo do açúcar: o fumo e a
berano e o papa, graças à tradição de fidelidade da monarquia à Santa Sé. criação de gado. Dessa forma, Portugal manteve o domínio internacional do
Com a articulação financeira, a partir da incorporação da Ordem de Cristo à produto até o século XVIII, quando começou a enfrentar a concorrência da
coroa, no governo de D. Manuel, o sustento do clero e de suas empresas produção da América Central. Mas não foram somente econômicos os
reflexos da lavoura canavieira: a economia dos engenhos gerou também

Conhecimentos Gerais 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
um tipo de vida social caracterizado pela casa-grande, residência do se- territorial brasileiro, que permaneceu intacto com a fundação do império, em
nhor-de-engenho, que ocupava na escala social posição superior à dos 1822, e com a elevação da antiga colônia à categoria de reino.
outros proprietários rurais; e ao seu lado, a senzala, a habitação tosca dos
escravos. A sociedade patriarcal assim instituída criou o tipo de civilização A mudança para o Brasil não era de resto uma questão nova. Ao longo
mais estável da América luso-espanhola, ponto inicial dos mais significati- de três séculos, essa hipótese já fora aventada, tendo em vista os constan-
vos na instituição da cultura moral, religiosa, científica, intelectual e artísti- tes atritos com a Espanha. Sempre que se avizinhava o perigo de uma
ca. guerra e da perda da autonomia portuguesa, a coroa considerava a alterna-
tiva de transferir-se para sua principal colônia, ficando assim longe dos
Ciclo do ouro. No final do século XVII Portugal começou a receber os azares da política européia. Além disso, com a transferência da sede do
primeiros carregamentos de ouro do Brasil. Em 1703 o ouro brasileiro governo para o Brasil, a ameaça como que mudava de mão: imperador em
ultrapassou toda a produção anteriormente obtida na Mina e na Guiné; um vasto território, o soberano português teria maiores condições de amea-
como riqueza colonial, vem em segundo lugar, logo abaixo do açúcar. Mas çar o império colonial espanhol e encher de inquietação as potências euro-
a descoberta das jazidas de ouro nas Minas Gerais trouxe também proble- péias.
mas para a ocupação da terra, pois deslocou massas da população que
habitavam a costa de São Paulo, Bahia e Pernambuco. Toda sorte de Inicialmente pensou-se em uma solução intermediária: D. João, prínci-
gente, brancos, pardos, negros e índios, homens e mulheres, velhos e pe regente desde a interdição da mãe, D. Maria I, em 1792, ficaria em
moços, pobres e ricos, plebeus e fidalgos, leigos e religiosos, acorriam em Portugal, e enviaria para o Brasil o príncipe herdeiro D. Pedro, em compa-
busca da riqueza súbita e fácil. Muitas fazendas de gado e engenhos de nhia das infantas, com o título de Condestável do Brasil. Esse projeto
açúcar tiveram de parar suas atividades por falta de braços, a tal ponto que entretanto não foi do agrado de D. João, que não queria abrir mão da
a metrópole teve de intervir para evitar o despovoamento. coroa, herdada por morte do irmão mais velho e pela doença da mãe. A
solução acabou sendo imposta pelos acontecimentos: diante das vacila-
Ciclo do café. Na primeira metade do século XVIII começou a cultura ções de D. João, Napoleão assinou com a Espanha, em 1807, o Tratado de
do café, trazido de Caiena, na Guiana Francesa, pelo militar e sertanista Fontainebleau, que dividia Portugal em dois reinos -- o da Lusitânia e o dos
Francisco de Melo Palheta, que iniciou uma plantação em Belém. De lá, Algarves. O rei da Espanha, Carlos IV investia-se assim do título de protetor
muitas mudas foram levadas para o Rio de Janeiro, depois para Resende e da Lusitânia e imperador das duas Américas, sob o domínio luso-espanhol.
norte de São Paulo, onde encontraram condições de solo e clima mais
favoráveis que o norte do país. O café veio suplementar a queda de dois Diante da alternativa de enfrentar a França ou atrelar-se ao Reino Uni-
outros produtos agrícolas -- o açúcar e o algodão --, que sofriam sucessivas do, D. João preferiu a segunda hipótese, que lhe dava a esperança de
baixas frente à concorrência no mercado internacional. Além disso, enqua- salvar, ainda que na aparência, a soberania real, e manter a integridade da
drava-se perfeitamente nas mesmas bases econômicas e técnicas das colônia sul-americana. Além de combater mais diretamente as ambições
outras culturas: utilização ampla da terra, fator de produção abundante; não napoleônicas em relação ao Brasil, a coroa portuguesa abrigava-se em um
exigência de grandes investimentos de capital; possibilidade de ser implan- refúgio inexpugnável, com apoio do Reino Unido. De fato, tão logo a família
tada com pouco equipamento. A mão-de-obra ociosa das minas refluiu para real embarcou para o Brasil, o marechal inglês William Carr Beresford ficou
essa nova riqueza, que em 1820 atingiu uma produção de cem mil tonela- em Portugal, como Lord Protector, com poderes de soberano, e com a
das, superior à da Arábia. Seria, entretanto, no império, que o café ocuparia ajuda dos patriotas portugueses, enfrentou e expulsou os invasores france-
o centro da economia e substituiria o açúcar como principal produto de ses, comandados pelo general Jean Andoche Junot. Enquanto isso, o
exportação. governo português instalou-se no Brasil, e não tardou em vingar-se de
franceses e espanhóis pelas humilhações impostas pelo Tratado de Fontai-
Predominância da economia agrícola. Todas essas atividades econô- nebleau: ocupou Caiena, na Guiana Francesa, em 1809, e Montevidéu, em
micas -- pau-brasil, açúcar, tabaco, algodão, ouro e café -- não se destina- 1810.
vam diretamente à metrópole. Lisboa funcionava como entreposto e empó-
rio reexportador e retirava o lucro dos benefícios do transporte e das vanta- Chegada de D. João. A família real era composta pela rainha D. Maria
gens fiscais. Ausente da revolução industrial, Portugal torna-se satélite I, o príncipe-regente D. João, sua esposa, D. Carlota Joaquina, o príncipe
econômico da Grã-Bretanha e, como conseqüência, o Brasil, no papel de herdeiro D. Pedro, que acabava de completar nove anos de idade, o prínci-
colônia de uma metrópole sem autonomia, ficaria à margem, por muitos pe D. Miguel, com apenas cinco, as cinco princesas filhas do casal, as
séculos, do rumo industrial do mundo, e se constituiria num país essencial- princesas irmãs da rainha e o infante espanhol D. Pedro Carlos, irmão
mente agrícola. Outra constante em todas essas culturas de exploração era menor de D. Carlota Joaquina. A 22 de janeiro de 1808, o príncipe-regente
a busca pelo colonizador português da fortuna rápida sem o trabalho paci- aportava na Bahia, de onde, como primeiro ato, assinou a carta-régia de 28
ente: a conseqüência disso é o incremento da mão-de-obra escrava, primei- de janeiro de 1808, conhecida como Abertura dos portos às nações ami-
ro o índio, depois o negro africano. gas. Estipulava o documento, em suas duas cláusulas, que as alfândegas
poderiam receber "todos e quaisquer gêneros, fazendas e mercadorias
O trabalho escravo se insere no contexto da lavoura especulativa, só transportadas em navios das potências que se conservam em paz e har-
compensável com os altos preços dos produtos de exportação. Por isso, monia com a minha coroa, ou em navios dos meus vassalos"; e que não só
quando a economia açucareira começou a declinar, a lavra de ouro passou os vassalos, mas os sobreditos estrangeiros poderiam exportar para os
a demandar contingentes de mão-de-obra escrava, subitamente valorizada. portos que quisessem todos os gêneros e produções coloniais, à exceção
Incapaz de servir, quer nos engenhos, quer nas minas, quer nas cidades ou do pau-brasil e de outros notoriamente estancados, "a benefício do comér-
no transporte, nas funções de natureza técnica, o africano ficou relegado ao cio e da agricultura."
trabalho pesado da mineração ou da lavoura. A agricultura de subsistência
e as funções técnicas ficaram entregues a uma classe de dependentes Embora tendo aportado na Bahia, o príncipe-regente, por questões de
livres, que constituiria a tênue classe média da colônia. segurança, decidiu fixar-se no Rio de Janeiro, cidade dotada de maior
número de fortificações e onde ficaria menos exposto ao perigo francês.
Império Mas não foi pacífica essa decisão. Era evidente a superioridade econômica
da Bahia, onde floresciam prósperos engenhos de açúcar, lavouras de
Premido entre as imposições de Napoleão I, que exigia o fechamento algodão, arroz, fumo e cacau, e uma promissora pesca da baleia. Assim, D.
dos portos portugueses aos navios ingleses e a prisão dos súditos britâni- João teve de resistir aos apelos dos comerciantes baianos, que se propu-
cos, e as do Reino Unido, que ameaçava ocupar o Brasil caso fossem nham até mesmo construir um palácio para abrigar condignamente a família
acatadas tais exigências, na primeira década do século XIX D. João VI real.
decidiu, em comum acordo com o governo inglês, transferir temporariamen-
te a sede da monarquia portuguesa para o Brasil. Esse fato, singular na O desembarque da família real no Rio de Janeiro, em 8 de março, foi
história colonial americana, deu características muito peculiares ao proces- realizado com pompa nunca vista. A cidade, que contava à época com
so de emancipação do Brasil em relação ao movimento de libertação dos apenas cinqüenta mil habitantes, engalanou-se como pôde, sob as ordens
países da América espanhola. A presença real no Brasil contribuiu por um do vice-rei, o conde dos Arcos. As festas duraram nove dias. De todas as
lado para consolidar a unidade nacional; e por outro, para que se comple- capitanias e até dos pontos mais afastados do interior, vieram governado-
tasse a separação de Portugal sem o desmembramento do patrimônio res, bispos e outras autoridades. Imediatamente D. João tratou de instalar a
alta administração: nomeou os titulares dos Ministérios do Reino, da Mari-

Conhecimentos Gerais 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nha e Ultramar, da Guerra e Estrangeiros, criou o Real Erário, depois Quer na Bahia, quer no Rio de Janeiro, o vice-rei jamais pôde exercer
transformado em Ministério da Fazenda, e os conselhos de Estado, Militar e em plenitude e extensão a sua autoridade. Os baxás, como eram conheci-
da Justiça, a Intendência Geral da Polícia, a Casa da Suplicação, o De- dos os governantes e capitães-generais, eram os senhores todo-
sembargo do Paço, a Mesa da Consciência e Ordens, o Conselho da poderosos, que mandavam e desmandavam despoticamente até onde
Fazenda, a Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, o alcançassem suas respectivas jurisdições. A justiça era a mais incipiente e
Juízo dos Privilégios, as chancelarias, as superintendências e outras repar- deficiente que se pode supor: apenas uma relação de segunda instância na
tições de menor importância. Ficava assim montado o aparelho governa- Bahia e outra no Rio de Janeiro para todo o vasto território da colônia, e
mental e ao mesmo tempo criavam-se empregos para o grande número de ainda assim dependentes de Lisboa. Os processos arrastavam-se com tal
fidalgos que acompanharam a comitiva real na fuga para o Brasil. lentidão que muitas vezes era preferível sofrer uma injustiça e conformar-se
com ela do que aguardar a reparação do dano, quase sempre decepcio-
Estrutura do governo imperial. Ao lado dessa vasta e em muitos casos nante, ao final de uma inútil e dispendiosa campanha.
desnecessária rede burocrática, fundaram-se também estabelecimentos
verdadeiramente importantes para a formação de uma elite civil e militar, D. João, ainda como príncipe-regente, procurou amenizar essa situa-
como a Escola de Marinha, a Escola de Artilharia e Fortificações, a fábrica ção. A Casa da Suplicação, instituída em 1808, substituiu o Supremo
de pólvora, o hospital do exército, o arquivo militar, o Jardim Botânico, a Tribunal de Lisboa e instituiu mais duas relações: uma em São Luís do
Biblioteca Pública, a Academia de Belas- Artes, o Banco do Brasil (que Maranhão, em 1813, e outra em Recife, em 1821. Mesmo assim, a adminis-
estabeleceu a circulação fiduciária no Brasil), a Escola Médico-Cirúrgica da tração de D. João teria muitos atritos com a classe dos aristocratas, altivos,
Bahia e a Imprensa Régia -- cujas máquinas tinham vindo em uma das orgulhosos, rixentos e intrigantes. Não aceitavam o serviço militar, recusa-
naus da comitiva, e que inaugurou a primeira tipografia brasileira, já que as vam-se a pagar impostos e mostravam-se ciumentos dos benefícios que
tentativas anteriores haviam sido destruídas à força, "para não propagar engrandeciam o Rio de Janeiro e toda a área fluminense.
idéias que poderiam ser contrárias aos interesses do estado".
A situação de inferioridade em que se encontrava Portugal, na prática
Em setembro do mesmo ano começou a ser impressa a Gazeta do Rio como vassalo do Reino Unido, permitiu a entrada em profusão de firmas
de Janeiro, mera relação semanal de atos oficiais e anúncios. A verdadeira inglesas, ansiosas por tirar partido das tão apregoadas riquezas brasileiras,
imprensa brasileira nascera um pouco antes, com o Correio Brasiliense, de mesmo numa época em que já se haviam esgotado as minas de ouro e
Hipólito José da Costa, impresso em Londres, e que foi a primeira grande diamantes. Em agosto de 1808 já havia no Rio de Janeiro cerca de 200
trincheira contra o obscurantismo em Portugal e no Brasil. estabelecimentos comerciais ingleses. No entanto, muitas das cláusulas
leoninas dos tratados de 1810, que Portugal fora obrigado a assinar com a
Para se ter uma idéia dos prejuízos que tal vezo obscurantista produziu coroa inglesa não passaram de letra morta. Os portugueses, por inércia ou
no Brasil e o quanto impôs um descompasso em relação a outras partes do por astúcia, como no caso da abolição gradual do tráfico negreiro, resistiam
continente, basta ver que na América inglesa a primeira universidade, a de ao seu cumprimento. Mesmo assim os ingleses gozaram de uma situação
Harvard, foi fundada em 1636, pelos puritanos ingleses, para "estimular o extremamente privilegiada, como os direitos de extraterritorialidade e as
ensino e perpetuá-lo para a posteridade". As primeiras universidades da tarifas preferenciais muito baixas.
América espanhola -- Lima, México, e Santo Domingo -- foram criadas no
século XVI, segundo a ordem real de Carlos V, "para que os nossos vassa- Com o final da guerra européia e a assinatura do reconhecimento de
los, súditos e naturais tenham Universidades e Estudos Gerais em que paz em Paris, em 1813, o príncipe-regente assinou um novo decreto que
sejam instruídos e titulados em todas as ciências e faculdades... para abria os portos brasileiros a todas as nações amigas, sem exceção. Repre-
desterrar as trevas da ignorância". Da mesma forma, na América espanho- sentantes diplomáticos da França, Holanda, Dinamarca, Áustria, Prússia,
la, os primeiros jornais datam do século anterior. Estados Unidos, Espanha e Rússia vieram para o Brasil, com novos inte-
resses e propostas. A chegada dos comerciantes franceses foi recebida
com regozijo pela população. Reatadas as relações com a França e devol-
O atraso cultural da colônia ao tempo da chegada da família real en- vida a Guiana, a influência francesa competiu com a inglesa e logo a supe-
contra seu equivalente no atraso material. Assim, por exemplo, a indústria rou em muitos sentidos, não apenas nas idéias, como nos costumes, na
de tecidos, que começara a se desenvolver com êxito na região sudeste, foi culinária, na moda e no viver citadino. Esses imigrantes, entre os quais se
estrangulada por decisão da rainha D. Maria I, que em 1785 declarou encontram padeiros, confeiteiros, ourives, modistas, alfaiates, marceneiros,
extintas e abolidas todas as fábricas de têxteis na colônia. Esse decreto foi serralheiros e pintores, impulsionaram a vida urbana do Rio de Janeiro e
revogado por D. João em 1808, a par com outras medidas tendentes ao transformaram a fisionomia da cidade.
desenvolvimento da indústria e do comércio. Ainda na Bahia, o príncipe-
regente já decretara a incorporação da primeira companhia de seguros, Preocupações de D. João VI. Duas questões de especial relevância
autorizara a instalação de uma fábrica de vidro, cultura de trigo e fábricas marcaram o período joanino: uma de âmbito interno foi a influência das
de moagem, uma fábrica de pólvora e uma fundição de artilharia. idéias liberais e a proliferação das sociedades maçônicas, que formavam
uma vasta corrente subterrânea, sustentada e estimulada em grande parte
As primeiras providências do príncipe-regente, ao cabo de tantos anos por agentes franceses, republicanos vermelhos ou saudosistas do bonapar-
de abandono, foram recebidas como sinal de redenção. Estabelecida a tismo, de qualquer modo claramente hostis às monarquias tradicionais; na
corte no Rio de Janeiro, começaram a afluir os governadores de Minas frente externa, a questão do Prata, colocada pela insistência de D. João de
Gerais e São Paulo, em busca de medidas de amparo e proteção para suas retomar a Colônia do Sacramento e com ela a Banda Oriental, para dessa
capitanias, agora transformadas em províncias. A cidade, que à época forma fixar a fronteira meridional brasileira na margem esquerda do estuá-
contava com apenas 75 logradouros -- 46 ruas, 19 campos ou largos, seis rio.
becos e quatro travessas -- não tinha condições de abrigar a comitiva de
15.000 pessoas que acompanharam a família real. As melhores casas No plano interno, o episódio de maior relevância no período joanino foi
foram confiscadas, com a sigla PR (Príncipe Regente) inscrita nas portas, e a inconfidência mineira, que alguns historiadores preferem chamar conjura-
que o povo logo interpretou ironicamente como "ponha-se na rua". É claro ção mineira, já que o termo "inconfidência" sugere traição, e esse era
que as arbitrariedades cometidas pelos fidalgos provocaram rusgas e exatamente o ponto de vista do colonizador. Organizado em 1789, na
dissensões com os portugueses da terra -- apelidados respectivamente de localidade de Vila Rica, atual Ouro Preto, então sede da capitania das
"pés-de-chumbo" e "pés-de-cabra", em alusão aos calçados (portugueses) Minas Gerais, o movimento visava a independência do Brasil. Os principais
e aos descalços (brasileiros). conspiradores foram Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, único
condenado à morte, menos por ser considerado chefe da conjuração que
Hegemonia do Centro-Sul. Até o estabelecimento da família real, o úni- pela atitude de altiva dignidade com que enfrentou a prisão, os interrogató-
co fator de unidade que vinha mantendo os laços frouxos da nacionalidade, rios e o julgamento, sem jamais delatar os companheiros ou eximir-se de
apenas esboçada, era o regime servil. Num aglomerado inorgânico, quase culpa; os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixo-
caótico, do Amazonas ao Prata, a escravidão era o único traço comum, to e Tomás Antônio Gonzaga, este último autor de um belo livro de poe-
respeitado e uniforme, de caráter institucional, capaz de assegurar a inte- mas, Marília de Dirceu; os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José da
gração das chamadas capitanias, na verdade um conjunto de regiões Silva e Oliveira Rolim, Luís Vieira da Silva, José Lopes de Oliveira e Manuel
isoladas umas das outras, separadas às vezes por distâncias intransponí- Rodrigues da Costa; e José Álvares Maciel, filho do capitão-mor de Vila
veis.

Conhecimentos Gerais 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Rica. Os revolucionários não tinham opinião unânime em todos os pontos: manter a integridade territorial brasileira, com a integração da Banda Orien-
uns queriam a república, outros um governo monárquico; uns defendiam a tal e a supressão do movimento sedicioso de Pernambuco.
imediata abolição da escravatura, outros achavam melhor adiá-la. Em
comum, queriam a criação de indústrias e universidades e a dinamização Primeiro reinado
da pesquisa e lavra mineral. A bandeira do novo sistema, toda branca, teria No ato da aclamação, em 6 de fevereiro de 1818, D. João estava no
como dístico um verso do poeta latino Virgílio: Libertas quae sera tamen apogeu de seu reinado, mas mesmo assim a situação continuava tensa e
(Liberdade, ainda que tardia). as frentes de luta abertas. As prisões brasileiras guardavam centenas de
Na disputa com Buenos Aires pela posse das terras, o Brasil não pôde patriotas; no sul, prosseguia a encarniçada resistência de Artigas; e em
contar com a ajuda inglesa, a essa altura pragmaticamente convencida de Portugal, os súditos reclamavam a reintegração européia do monarca. Em
que, não podendo impor pelas armas a sujeição das províncias espanholas 1820, a vitória da revolução liberal no Porto procurara viabilizar a implanta-
à coroa britânica, mais valia incentivá-las à revolução contra a Espanha e ção do capitalismo em Portugal, o que significava um programa de recolo-
ao estabelecimento de governos independentes, com os quais a Inglaterra nização do Brasil. As condições reais de ambas as sociedades demonstra-
poderia ter relações muito mais proveitosas. A questão complicou-se mais vam a inviabilidade de duas constituições, que respeitassem as caracterís-
ainda com a rebelião de José Gervasio Artigas, que levantou a bandeira da ticas das formações sociais portuguesa e brasileira, e portanto a manuten-
autonomia uruguaia. E chegou a um ponto insustentável com a guerra entre ção do reino. D. João e seus conselheiros percebiam prudentemente a
a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, que colocava para o Brasil uma inviabilidade do propósito recolonizador e a potencial ruptura do Brasil com
opção das mais difíceis. D. João decidiu aguardar as decisões do Congres- a monarquia portuguesa.
so de Viena, para iniciar a contra-ofensiva no Prata. A aprovação do projeto constitucional em Lisboa, sem a presença de
Santa Aliança. O pacto da Santa Aliança foi um acordo firmado entre representantes brasileiros, a subordinação das capitanias à metrópole, e
várias potências européias para a defesa do absolutismo e do colonialismo. não ao Rio de Janeiro, a adesão do Grão-Pará, Bahia e da guarnição do
Na prática, o acordo tratava de suprimir a liberdade de imprensa e de Rio de Janeiro às manobras das cortes e o juramento constitucional impos-
discussão, a liberdade religiosa, civil ou política ou qualquer outro entrave to a D. João VI definiram claramente as contradições entre Brasil e Portu-
ao restabelecimento dos princípios monárquicos, para sempre abalados gal. Com o retorno de D. João a Portugal e a nomeação de D. Pedro como
pela revolução francesa. No que tange ao Novo Mundo, a idéia, expressa regente do reino do Brasil encerra-se essa fase, à qual se segue a tentativa
pela Santa Aliança no Congresso de Verona, em 1822, era a recolonização de manter a unidade luso-brasileira.
dos países americanos que já se haviam emancipado. Independência. Caso vigorasse o regime instituído pela constituição fei-
D. João ratificara o tratado, ao tempo em que se criara no Rio da Prata ta em Lisboa, o Brasil não teria mais um governo próprio, nem tribunais
um estado revolucionário, nas vésperas do Congresso de Tucumán, que superiores. A administração centralizada e unificada em Lisboa absorveria
proclamou a independência das Províncias Unidas, em 9 de julho de 1816, todas as regalias conquistadas desde a chegada do rei. O dilema apresen-
enquanto Artigas prosseguia em sua luta pela independência uruguaia. Em tado aos brasileiros não foi simplesmente o da união ou separação de
claro desafio à Santa Aliança, D. João enviou, sob o comando do general Portugal. Essa união foi desejada e defendida até o último momento pelas
Carlos Frederico Lecor, uma tropa de elite, vinda de Lisboa, para que figuras mais representativas do Brasil, como o próprio José Bonifácio de
obrigasse a Banda Oriental, incorporada desde julho de 1821 com o nome Andrada e Silva. E só foi abandonada quando ficou claro que seu preço era
de Província Cisplatina, a jurar a constituição do império. Era uma forma de a inferiorização e a desarticulação do reino do Brasil.
evitar entregar a D. Carlota Joaquina a regência das colônias espanholas, Só havia uma fórmula para manter a unidade das províncias brasileiras
na qualidade de irmã de Fernando VII e, portanto, representante da família e ao mesmo tempo enfrentar as forças metropolitanas: a monarquia brasi-
real da Espanha deposta por Napoleão. leira, tendo como chefe da nova nação o próprio príncipe regente. Até
Essa campanha se desdobrava em duas frentes cada vez mais difíceis mesmo os mais extremados republicanos perceberam que a permanência
-- a luta armada, pela resistência heróica dos patriotas uruguaios; e as de D. Pedro era a garantia da manutenção da unidade nacional. O próprio
negociações diplomáticas, pela oposição clara ou velada das potências herdeiro do trono conduziu o movimento, do qual o grito do Ipiranga, a 7 de
européias contra as pretensões expansionistas. Além disso, D. João teve setembro de 1822, foi apenas o mais teatral de uma série de atos que
de enfrentar grave perturbação no Nordeste: a revolução de 1817, em tornaram realidade a independência do Brasil. Já antes o príncipe convoca-
Pernambuco e na Paraíba, em protesto contra a hegemonia do sul e pela ra um conselho de procuradores da Província; no decreto de 3 de junho de
autonomia. 1822, em que convocou uma Assembléia Constituinte, D. Pedro menciona-
va literalmente que o objetivo era dar ao Brasil "as bases sobre que se deva
Sufocando com requintes de crueldade esse movimento, D. João sen- erigir a sua independência". No dia 1º de agosto do mesmo ano, na quali-
tiu-se forte para buscar uma aliança com a Áustria e o apoio do chanceler dade de "regente deste vasto império" e considerando o estado de coação
austríaco Klemens Wenzel Nepomuk Lothar, príncipe de Metternich, ideali- em que se encontrava, proibiu o desembarque de tropas portuguesas e
zador da Santa Aliança e campeão dos princípios conservadores, para mandou combater as que ousassem desembarcar sem a sua licença.
manter-se no Brasil enquanto procurava consolidar o domínio do Prata.
Fazia assim, através de seu emissário à corte austríaca, uma profissão de A figura mais notável do espírito brasileiro nesse período foi José Boni-
fé conservadora; mas ao mesmo tempo, em carta a Thomas Jefferson, fácio, o chamado Patriarca da Independência. Sua obra política grandiosa
presidente dos Estados Unidos, confessava-se partidário dos "seguros foi a articulação entre o governo do príncipe no Rio de Janeiro e os gover-
princípios liberais, tanto religiosos como políticos, que ambos professamos" nos das províncias para sustentar a idéia da unidade nacional.
e fiel "à mais perfeita união e amizade... entre as nações que habitam esse Ao desligar-se do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, criado
novo mundo". Pretendia o rei, ao que parece, obter o apoio das potências em 1815, o Brasil deveria ter conservado o título de reino. Assim é que em
européias a sua permanência no Brasil e a sua política expansionista, e ao São Paulo, após o grito do Ipiranga, D. Pedro foi aclamado rei do Brasil. A
mesmo tempo garantir a neutralidade da nova e forte nação americana, que idéia de império, entretanto, condizia mais com o ambiente liberal, ainda
despontava como a rival democrática do absolutismo europeu. impregnado do fenômeno napoleônico, do que a expressão legitimista de
A missão junto à Áustria foi coroada de êxito. D. João não somente reino. Assim, D. Pedro foi aclamado imperador constitucional e defensor
conseguiu o apoio de Metternich contra a Grã-Bretanha e a Espanha na perpétuo do Brasil em 12 de outubro de 1822. A 3 de maio de 1823 insta-
questão da ocupação do Prata, como ainda ajustou o casamento de D. lou-se a Assembléia Constituinte. No entanto, a ausência de um projeto
Pedro com D. Carolina Josefa Leopoldina, arquiduquesa da Áustria e filha constitucional claro e as delongas provocadas pela discussão e votação de
de Francisco I. D. Leopoldina chegou ao Brasil em novembro de 1817, e só leis ordinárias contribuíram para o desgaste da Assembléia. José Bonifácio
então o rei concordou em festejar oficialmente sua aclamação, embora a e seus irmãos entraram em franca oposição ao imperador. Diante das
rainha D. Maria já houvesse falecido há quase dois anos, em março de dificuldades crescentes e da impaciência do exército, o imperador dissolveu
1816. Prestigiado pela casa da Áustria, sustentáculo da Santa Aliança e a Assembléia e nomeou um Conselho de Estado, que rapidamente elabo-
anteparo valioso a sua política de resistência contra as pretensões espa- rou um projeto de constituição e o remeteu para exame a todas as câmaras
nholas, e liberto da opressiva predominância britânica, D. João podia final- municipais. Com base nas manifestações dos municípios, em 25 de março
mente realizar seus desejos de continuar em seus domínios americanos e de 1824, o imperador pôs em vigor a constituição e foram realizadas as

Conhecimentos Gerais 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
eleições para o Parlamento. A primeira sessão instalou-se em 1826 e daí O ano de 1830 parecia um ano fatídico. A queda do rei da França, Car-
até 1889, funcionou regularmente o poder legislativo no Império do Brasil. los X, partidário da reação, repercutiu fundamente no país, e abalou ainda
mais a posição do imperador. Em uma excursão a Minas Gerais, D. Pedro I
Guerra da independência. As províncias do Norte foram sendo incorpo- sentiu o declínio de seu prestígio. Um grupo de parlamentares dirigiu-se em
radas ao império. Em algumas, como Bahia, Maranhão e Piauí, as tropas manifesto ao imperador, pedindo urgentes providências. D. Pedro atendeu-
portuguesas remanescentes tentaram opor-se ao imperador. Na Bahia, o os e reformou o gabinete, mas desgostoso com os ministros, substituiu-os
general português Inácio Luís Madeira de Melo não reconheceu o governo por outros, dóceis a sua vontade, o que provocou uma reação popular, com
chefiado por D. Pedro. Os patriotas baianos, reunidos a reforços vindos de a adesão de toda a tropa do Rio de Janeiro. Cansado de lutar, a 7 de abril
Pernambuco, e sob comando do general francês Pierre Labatut, cercaram de 1831 D. Pedro abdicou em favor do filho, D. Pedro II, então com cinco
as tropas do general Madeira, que embora superiores em força não conse- anos.
guiram romper o cerco. Fracassaram também ao tentar a reconquista da
ilha de Itaparica, quando enfrentaram uma força naval comandada por Regência. O governo passou imediatamente às mãos de uma regência
Rodrigo Antônio de Lamare. A ela vieram juntar-se reforços enviados de provisória, composta do brigadeiro Francisco de Lima e Silva, do marquês
terra e uma esquadra formada às pressas, sob o comando do oficial britâni- de Caravelas e do senador Nicolau de Campos Vergueiro. A assembléia a
co Lord Thomas John Cochrane. substituiu por uma regência trina, escolhida de acordo com a constituição,
na qual figuraram o brigadeiro Lima e Silva, o marquês de Monte Alegre e
Com um grupo de oficiais estrangeiros, Cochrane organizou as bases João Bráulio Muniz. Entre as duas tendências extremas, a dos republicanos
de uma Marinha de Guerra do Brasil, indispensável à proteção das capitais e federalistas e a dos restauradores, apelidados de "caramurus", impôs-se
do Norte, todas marítimas. As lutas prosseguiram no Ceará, Piauí e Mara- a corrente dos moderados, sob a liderança do jornalista Evaristo da Veiga.
nhão, todas sangrentas, mas a vitória dos patriotas acabou por se impor em Em 1834 a constituição foi reformada por meio de um ato adicional, que
todas elas. No Pará, uma força naval enviada por Cochrane conseguiu representou uma conciliação das tendências mais extremadas. A regência
dominar a situação. E na Província Cisplatina (Uruguai), onde as tropas se trina tornou-se una, e os conselhos provinciais, controlados pelo Parlamen-
dividiram, os soldados leais a D. Pedro também venceram e obtiveram o to, passaram a Assembléias, com poderes mais amplos, o que atendia às
reconhecimento de Montevidéu. demandas de descentralização.
O principal negociador de D. Pedro I na obtenção do reconhecimento A eleição popular, determinada pelo ato adicional, levou ao poder como
da independência por Portugal, em 1825, foi Felisberto Caldeira Brant, regente único o padre Diogo Antônio Feijó, que já se revelara um enérgico
marquês de Barbacena. Um ano antes, os Estados Unidos e o México já defensor da ordem como ministro da Justiça. Sob a regência de Feijó
haviam reconhecido o Império do Brasil, seguidos pela Inglaterra, França, definiram-se as duas correntes políticas que inspiraram os dois grandes
Áustria e outras potências européias, além da Santa Sé. partidos do império -- liberais e conservadores. Esses últimos, liderados por
Resistência nativista. Mesmo assim, a unificação do país encontrou ou- Bernardo Pereira de Vasconcelos, com maioria parlamentar, tornaram a
tras resistências. Em Pernambuco, os que haviam participado da revolução situação insustentável para a regência e obrigaram Feijó a renunciar. O
de 1817 não se conformavam com a prerrogativa que tinha o imperador de poder passou às mãos de Pedro de Araújo Lima, depois marquês de Olin-
escolher livremente o presidente da província. O movimento alastrou-se da, que só o deixou diante do movimento da maioridade.
pelas províncias vizinhas e culminou com a proclamação da Confederação Segundo reinado
do Equador. A reação do governo imperial foi fulminante: o presidente da
Confederação, Manuel de Carvalho Pais de Andrade, fugiu para a Inglater- A contar da abdicação de D. Pedro I, em 7 de abril de 1831, até a pro-
ra e outros líderes do movimento, entre eles o carmelita frei Caneca, foram clamação da república, em 15 de novembro de 1889, o segundo reinado
presos e executados. Finalmente em 1826 os pernambucanos aceitaram o compreende um período de 58 anos, nele incluída a regência; ou de 49
regime e Pais de Andrade foi escolhido senador e depois presidente da anos, se contado a partir da maioridade. De qualquer maneira, foi o mais
província. longo período da história política do Brasil, e contou com um interregno de
quase quarenta anos de paz interna, o que propiciou a implantação de
A repressão aos confederados de 1824 deslocou a luta oposicionista medidas importantes, como o protecionismo alfandegário, que veio acabar
para o âmbito parlamentar. A partir de 1826, quando foi instalada a primeira com as dificuldades cambiais impostas pelos tratados desvantajosos com
assembléia geral, os problemas sociais se aguçaram, ao mesmo tempo em países estrangeiros, assinados para facilitar o estabelecimento de relações
que o governo perdia apoio político. O Senado, vitalício, congregava os diplomáticas; a criação da presidência do Conselho de Ministros, primeira
representantes do conservadorismo e até alguns saudosistas do absolutis- experiência de parlamentarismo brasileiro; a extinção do tráfico de escra-
mo; mas a Câmara dos Deputados, eletiva e temporária, era menos maleá- vos, que prenunciou a abolição; a inauguração de novos meios de transpor-
vel às pressões do monarca, e constituía uma oposição de certo peso te e comunicação (ferrovias e telégrafo); a maior racionalização da imigra-
específico. ção; e o desenvolvimento das letras, artes e ciências.
A oposição parlamentar contava ainda com o apoio da imprensa, so- A ansiedade por um governo estável e suprapartidário, aliada a um há-
bretudo da Aurora Fluminense, de Evaristo da Veiga, que advogava os bil movimento político dos liberais, levou à antecipação da maioridade do
princípios e práticas liberais, com grande coerência ideológica e objetivida- imperador, em 23 de julho de 1840. Mas os liberais logo tiveram de ceder
de de pensamento. Por outro lado, a crise era alimentada pela instabilidade novamente o poder aos conservadores, que prosseguiram em sua ação
econômico-financeira -- provocada pela evasão de capital, pela queda de centralizadora. A dissolução da Câmara, eleita sob governo liberal, provo-
preço dos produtos de exportação, pelo déficit no balanço de pagamentos, cou reações armadas em Minas Gerais e São Paulo, logo sufocadas pela
pelos empréstimos externos e pelas indenizações decorrentes do reconhe- ação enérgica do barão (futuro duque) de Caxias. Em 1844, os liberais
cimento da soberania brasileira. voltaram ao poder e governaram até 1848, quando os conservadores
Abdicação. D. Pedro I tentou enfrentar o desgaste político através de retomaram as rédeas do governo, que teve de enfrentar, em Pernambuco,
certa tolerância, evitando a dissolução da Câmara, a intervenção nas a revolução praieira.
províncias e a coação à liberdade de imprensa. Vendo abalado seu prestí- A ascensão de D. Pedro II ao poder coincide com as sérias questões
gio pelo mau êxito da guerra Cisplatina e pela atenção demasiada que do Prata e a guerra contra Rosas, na Confederação Argentina, e Oribe, no
dispensava à questão sucessória do trono lusitano; e vendo crescer dia a Uruguai. O ministério, presidido pelo marquês do Paraná, solucionou as
dia a oposição parlamentar, D. Pedro I entrou na fase final de seu curto e questões diplomáticas e firmou o prestígio do Brasil no exterior. A criação
tumultuado governo. Ante o movimento crescente de insatisfação, mudou o das estradas de ferro e do telégrafo, a fundação de bancos, a multiplicação
gabinete e entregou o governo a um homem que gozava então de grande de indústrias e as grandes exportações de café, trouxeram grande desen-
prestígio, o marquês de Barbacena. Este conseguiu que o imperador afas- volvimento econômico ao país. De 1864 a 1870, o imperador teve ainda de
tasse da corte alguns de seus auxiliares diretos mais visados pelas críticas sustentar duas guerras, a primeira contra o governo uruguaio de Aguirre e a
da oposição, entre os quais o secretário particular, Francisco Gomes da segunda contra Solano López, no Paraguai.
Silva, o Chalaça. Algum tempo depois, porém, uma série de intrigas afasta-
ram do governo o marquês de Barbacena. No âmbito interno, o imperador foi obrigado a enfrentar as divergências
políticas provocadas pelo movimento abolicionista e pela criação, em 1870,

Conhecimentos Gerais 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do Partido Republicano. Somam-se a essas frentes dois impasses de maior Durante a doença de Deodoro da Fonseca, em julho de 1891, o barão
relevância: a questão religiosa, provocada pela recusa dos bispos D. Antô- de Lucena tentou negociar com a oposição, mas apesar da boa vontade de
nio de Macedo Costa e D. Frei Vital de aceitar ingerências do governo, por Campos Sales, vários políticos oposicionistas, entre eles Prudente de
influência da maçonaria, na nomeação de diretores de ordens terceiras e Morais, não aceitaram acordo. Apoiados por Floriano Peixoto, pelo contra-
irmandades; e a questão militar, na verdade uma série de atritos provoca- almirante Custódio de Melo, pelo vice-almirante Eduardo Wandenkolk e por
dos pela ânsia por maior autonomia dos militares, como o protesto contra a outros militares, os oposicionistas aprovaram no Congresso federal uma lei
censura a oficiais que debatiam pela imprensa questões internas da classe, de restrição aos poderes governamentais, a lei de responsabilidades, que
e que teve o apoio do marechal Deodoro da Fonseca, seu maior líder. na prática configurou um verdadeiro impeachment do legislativo sobre o
executivo.
A propaganda republicana avolumava-se a olhos vistos. Na Escola Mili-
tar, o professor de maior prestígio, tenente-coronel Benjamin Constant, Assim, logo nos primeiros meses de governo constitucional, Deodoro
pregava livremente a república e o positivismo. Em São Paulo, um Con- entrou em choque com o Congresso e terminou por dar um golpe de esta-
gresso Republicano, em 1873, chegou a aprovar um projeto de constitui- do, em que dissolveu a Câmara e o Senado e convocou novas eleições.
ção. O desgaste do regime monárquico era cada vez maior. O agravamento Mas dessa vez não contou com o apoio unânime da classe. O almirante
da questão militar durante o gabinete Ouro Preto ensejou uma aliança entre Custódio de Melo, à frente da Marinha, declarou-se em revolta, e Deodoro
os líderes militares e os chefes republicanos de várias correntes. Em 15 de foi obrigado a renunciar para evitar a guerra civil.
novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca assumiu o governo,
com o título de chefe do governo provisório, e um ministério composto de Governo Floriano Peixoto. Assumiu então o vice-presidente Floriano
republicanos históricos e liberais que aderiram à república. O novo governo Peixoto, que reabriu o Congresso e restabeleceu a normalidade legislativa.
apressou-se em enviar uma mensagem ao imperador, solicitando que se Ao mesmo tempo promoveu a derrubada dos governadores que se haviam
retirasse do país. Sereno e altivo, D. Pedro II embarcou com a família no solidarizado com o golpe. Floriano enfrentou duas revoluções, de origem
dia 17 de novembro, depois de recusar a ajuda financeira oferecida pelo diferente, mas coligadas: a revolução federalista, no Rio Grande do Sul,
governo provisório e recomendar aos seus antigos ministros que continuas- chefiada por Gaspar da Silveira Martins, e a revolta da Armada, no Rio de
sem a servir ao Brasil. Janeiro, chefiada pelo almirante Custódio de Melo, à qual aderiu depois o
almirante Saldanha da Gama. Como a idéia de um plebiscito, lançada em
Primeira república (1889-1930) manifesto por Saldanha, atraísse o apoio dos monarquistas, os republica-
nos concentraram-se em torno de Floriano. A sangrenta derrota dos dois
Governo Deodoro da Fonseca. A proclamação da república foi dirigida movimentos consolidou o regime. Portugal concedeu asilo aos oficiais
por facções civis e militares extremamente heterogêneas, que incluíam revoltosos, o que provocou o rompimento de relações com o Brasil.
desde republicanos históricos e oficiais de tendência monarquista, até
positivistas, políticos imperiais e oposicionistas. A quebra do sistema cen- Governo Prudente de Morais. Se o primeiro quatriênio da república foi
tralizado imperial permitiu a subida de segmentos sociais e políticos novos, tumultuoso, o segundo marcou o início de uma linha ascensional. Prudente
que se assenhorearam do poder federal e estadual. No plano do poder de Morais, presidente da constituinte republicana, eleito sem competidor,
central, como existiam combinações prévias, foi fácil organizar o poder; iniciou o período dos governos civis. A partir de então, São Paulo dominaria
mas no plano dos estados, com exceção de São Paulo, a perplexidade e a a política brasileira, posição que seria compartilhada por Minas Gerais a
desorganização permitiram que as autoridades federais indicassem os partir de 1906. O governo foi ocupado nos quatriênios seguintes por Cam-
nomes para as funções-chave do executivo. pos Sales, Rodrigues Alves e Afonso Pena, quando a primeira república
atingiu seu apogeu. Por interferência do Reino Unido, o Brasil restabeleceu
O período republicano iniciou-se com uma dissensão entre os que aspi- relações diplomáticas com Portugal e recuperou a soberania da ilha da
ravam a uma república democrática representativa e os que preferiam uma Trindade, ocupada arbitrariamente em 1895 pelos ingleses. Duas vitórias
ditadura sociocrática, do tipo propugnado pelos positivistas. Rui Barbosa, diplomáticas, obtidas sucessivamente pelo barão do Rio Branco nos julga-
ministro da Fazenda e vice-chefe do governo, conseguiu elaborar um mentos arbitrais das questões de limites com a Argentina e com a Guiana
projeto de constituição provisória de feitio democrático. Em 15 de novembro Francesa, restituíram a confiança na política exterior.
de 1890 instalou-se o Congresso Constituinte Republicano e em 24 de
fevereiro de 1891 foi proclamada a primeira constituição da república, que O governo Prudente de Morais enfrentou graves problemas internos,
estabeleceu o presidencialismo e o federalismo. A própria Assembléia desde movimentos de insubordinação na escola militar até a revolta de
elegeu como presidente e vice-presidente da república os marechais Deo- Canudos, no sertão da Bahia, e um atentado contra sua vida no qual mor-
doro da Fonseca e Floriano Peixoto, respectivamente. Assim, a primeira reu o ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt. Mesmo
fase do regime caracterizou-se por uma supremacia dos militares, na qual assim, mostrou determinação e firmeza, ao demitir funcionários contratados
oficiais do Exército e da Marinha tentaram predominar. irregularmente no governo anterior e ao vetar o aumento de soldos e efeti-
vos do Exército. Conseguiu também pacificar o Rio Grande do Sul. Mas a
A euforia do momento fez com que todos aceitassem a composição vi- contestação ao seu governo prosseguiu no Congresso. Em 1896, o presi-
toriosa. No entanto, no decorrer de 1890 ocorreu uma progressiva deterio- dente afastou-se do cargo por motivo de saúde, e foi substituído pelo vice-
ração do poder, com a conseqüente reaglutinação de novas forças, devido presidente, Manuel Vitorino Pereira, ligado às oposições, mas que nada
à disparidade de interesses do grupo federal, às lutas pelo poder estadual, conseguiu de concreto porque em março de 1897 Prudente de Morais
à política econômica do encilhamento e as divergências internas dos gru- reassumiu o poder, agora já em meio a manifestações violentas, como as
pos militar e civil. O retorno ao regime constitucional fora uma reivindicação ocorridas no Distrito Federal, em São Paulo e Salvador contra os monar-
geral, contestada apenas pelas alas militares e civis radicais, que preferiam quistas, sob pretexto da derrota dos militares em Canudos, apresentado
a continuação de um estado de fato, para que o governo pudesse imprimir ficticiamente como reduto de fanáticos monarquistas. Tantas cisões e
livremente suas medidas. Entretanto, devido ao Regulamento Cesário radicalismos levaram a maioria a buscar um candidato à presidência politi-
Alvim, de 23 de junho de 1890, conhecido como "lei do arrocho", as elei- camente mais equilibrado, e o escolhido foi Manuel Ferraz de Campos
ções estaduais foram dominadas pelos antigos grupos oligárquicos. Sales.
A escolha do presidente constitucional do Brasil, em 25 de fevereiro de Governo Campos Sales. O governo de Campos Sales não teve de en-
1891, foi o ápice da cisão: os partidários de Deodoro da Fonseca consegui- frentar inicialmente nenhuma desordem grave e pôde dedicar-se ao sane-
ram elegê-lo contra Prudente de Morais, mas Eduardo Wandenkolk, candi- amento das finanças do país, por meio das drásticas medidas econômicas
dato da Marinha, perdeu a vice-presidência para Floriano Peixoto. A eleição de seu ministro da Fazenda, Joaquim Murtinho. Para obter o apoio do
ocorreu logo no momento em que Deodoro da Fonseca escolheu o barão Congresso, o presidente garantiu aos governadores o reconhecimento dos
Henrique Pereira de Lucena para organizar um segundo ministério. A deputados por eles apoiados. Essa política desmontou a frágil organização
indicação de um ex-monarquista levou partidários do presidente a divergir partidária, deu uma aparente estabilidade à representação nacional e
de sua escolha. O descontentamento aumentou durante o ano, quando o proporcionou uma maioria governamental compacta.
barão de Lucena resolveu intervir na política de São Paulo e Minas Gerais,
ao substituir, respectivamente, os governadores Jorge Tibiriçá e Bias Fortes No entanto, a restrição dos gastos públicos e o aumento dos impostos
por Américo Brasiliense de Almeida e Melo e José Cesário de Faria Alvim. ensejou o retorno das agitações. Entre 1900 e 1901, as crises comercial e
bancária levaram ao fechamento de fábricas e lojas e ao aumento do

Conhecimentos Gerais 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
desemprego. A instabilidade aumentou com a dissidência paulista, encabe- coisas foi agravado, no plano político, pelo assassinato de Pinheiro Macha-
çada por Prudente de Morais, e com as revoltas dos monarquistas e inte- do.
gradas por militares e oposicionistas. Mesmo assim, a situação financeira
melhorou, e foi o sucessor de Campos Sales, Francisco de Paula Rodri- Pressionado pelo vencimento de diversos empréstimos externos, o go-
gues Alves, quem se beneficiou desse trunfo. verno foi obrigado a contrair um vultoso empréstimo com os banqueiros
Rothschild. Devido à situação internacional, a modalidade adotada foi um
Governo Rodrigues Alves. Como encontrou as finanças em ordem e o funding loan, que cobrisse todos os compromissos, presentes e futuros. A
crédito externo revigorado, Rodrigues Alves pôde realizar grandes empre- revolta dos sargentos, em 1915, e a eclosão das primeiras greves operárias
endimentos. Para isso contou com excelente corpo de auxiliares, entre eles comprometeram ainda mais a estabilidade do governo. No entanto, a
o barão do Rio Branco, que dirigiu genialmente a política exterior; o prefeito guerra provocou também um novo surto de desenvolvimento industrial e
Pereira Passos, que executou as reformas urbanísticas do Rio de Janeiro; propiciou a expansão urbana, o que veio reforçar a força de atuação das
e Osvaldo Cruz, que à frente do Departamento de Saúde Pública, implan- classes médias.
tou medidas sanitárias radicais e inadiáveis.
Em 1918 foi novamente eleito presidente Rodrigues Alves, consagrado
O fim do governo Rodrigues Alves não foi pacífico. Além da revolução pela capacidade anteriormente demonstrada. Entretanto, ele faleceu antes
mato-grossense de 1906, o problema sucessório aguçou-se, com a contes- de assumir a presidência, em janeiro de 1919, reabrindo o problema da
tação ao nome paulista de Bernardino de Campos. Pinheiro Machado e Rui sucessão. O vice-presidente Delfim Moreira assumiu a chefia do governo
Barbosa iniciaram uma campanha que acabou por gerar um impasse, que interinamente, durante sete meses. Como também não se encontrava em
se resolveu pela escolha de um nome mineiro, o de Afonso Augusto Morei- boas condições de saúde, quem governou de fato foi o ministro da Viação,
ra Pena. Afrânio de Melo Franco. Delfim Moreira ainda exercia o cargo quando veio
a falecer. Para a sucessão, foi escolhido um candidato neutro, Epitácio da
Governo Afonso Pena. Foi com planos arrojados de um Brasil industria- Silva Pessoa, por indicação do Rio Grande do Sul.
lizado, rico e militarmente forte que Afonso Pena iniciou seu período de
governo. No intuito de colonizar o interior do país, promoveu a construção Governo Epitácio Pessoa. Na sucessão, assumiu Epitácio da Silva
de estradas de ferro e portos e prestigiou a penetração capitaneada por Pessoa, por indicação do Rio Grande do Sul, que governou somente um
Cândido Mariano da Silva Rondon. Incrementou também a imigração e a triênio. Administrador experiente, executou grandes obras de melhoramen-
pesquisa mineral. No âmbito parlamentar, teve de enfrentar a influência de tos contra as secas do Nordeste, fundou em 1920 a primeira universidade
Pinheiro Machado, que controlava a maior parte das bancadas dos peque- brasileira, a do Rio de Janeiro, depois Universidade do Brasil e hoje Univer-
nos estados. Formou para isso um grupo de apoio com jovens parlamenta- sidade Federal do Rio de Janeiro. Promoveu em 1922 a exposição interna-
res, chamado por isso de "jardim da infância". No entanto, o súbito faleci- cional comemorativa do primeiro centenário da independência. No entanto,
mento do presidente da república, em 1909, antecipou a reabertura da luta sua política de aparente descompromisso com as correntes políticas em
sucessória. Assumiu o poder o vice-presidente Nilo Peçanha e a campanha disputa ajudou a acirrar toda uma problemática latente: a política do café e
política radicalizou-se entre os candidatos Hermes da Fonseca, apoiado a nomeação do civil João Pandiá Calógeras para o Ministério da Guerra
pela maioria dos estados e do Congresso, e o candidato civilista Rui Barbo- iniciaram os choques entre os estados e dos militares contra o governo.
sa, apoiado por São Paulo. A luta acabou com a vitória de Hermes da
Fonseca, mas sua posse foi antecedida por choques nos estados do Rio de A situação política interna era das mais conturbadas. Na questão su-
Janeiro e Bahia e pelo incidente do bombardeio de Manaus. cessória, o Rio Grande do Sul assumiu atitude oposicionista e lançou a
candidatura de Nilo Peçanha, da chamada Reação Republicana, contra o
Governo Hermes da Fonseca. Eleito, Hermes da Fonseca teve logo de candidato das forças majoritárias, Artur Bernardes. O Clube Militar, então
enfrentar um governo agitado. Poucos dias após a posse eclodiu em 1910 presidido por Hermes da Fonseca, era o centro da agitação. O governo
a revolta da chibata, também chamada revolta dos Marinheiros, comandada reagiu, fechou o clube e prendeu seu presidente. O inconformismo come-
pelo marinheiro João Cândido. Os marujos rebelados exigiam a extinção do çou a empolgar as forças armadas. Em 5 de julho de 1922 rebentou a
castigo da chibata, suprimido na lei mas mantido na prática. Foram atendi- revolta do forte de Copacabana. Alguns jovens oficiais, entre eles Siqueira
dos e anistiados por uma lei da autoria do senador Rui Barbosa, mas os Campos, Newton Prado e Eduardo Gomes, enfrentaram as forças legais
novos oficiais nomeados para os navios rebelados prenderam João Cândi- em luta desigual. Esse episódio, conhecido como o dos "Dezoito do Forte",
do e seus companheiros, que foram lançados nos porões do navio Satélite comoveu a opinião pública e iniciou a mística do movimento chamado
e nas masmorras da ilha das Cobras, morrendo a maioria. Em seguida "tenentismo".
rebelaram-se os marinheiros do Batalhão Naval e do cruzador Rio Grande
do Sul, tratados com idêntico rigor por ordem do presidente da república. Governo Artur Bernardes. Em 15 de novembro de 1922 assumiu a pre-
sidência Artur Bernardes, num ambiente de nervosismo e forte oposição. O
Apesar de Pinheiro Machado ter fundado o Partido Republicano Con- presidente, para lutar contra os que o tinham atacado durante a campanha
servador, com a intenção de influir diretamente sobre o presidente, os eleitoral, provocou intervenções nos estados do Rio de Janeiro e Bahia, e
militares foram paulatinamente imiscuindo-se nas políticas estaduais. ajudou as oposições na revolução gaúcha contra o governo continuísta de
Impossibilitados de se apresentarem como candidatos aos governos de Borges de Medeiros. O ministro da Guerra, general Setembrino de Carva-
São Paulo e do Rio Grande do Sul, alguns se candidataram por Pernambu- lho, conseguiu pacificar a situação em 1923.
co, Alagoas, Ceará etc. Resultaram daí inúmeras crises.
A fermentação revolucionária continuava, e aqui e acolá eclodiam mo-
A partir de 1913, Pinheiro Machado conseguiu recuperar seu poderio vimentos sediciosos. Em 1924 iniciou-se nova revolução militar, na capital
em alguns estados do Nordeste, principalmente após incentivar o padre de São Paulo, à qual aderiu a Força Pública estadual. O palácio dos Cam-
Cícero a desencadear a revolta cearense de 1914. Esse constante estado pos Elísios foi bombardeado e a capital sitiada. O movimento alastrou-se
de crise levou alguns militares a fazer críticas severas. Finalmente foi para outros pontos: Sergipe, Manaus, Belém, Rio de Janeiro. No Rio Gran-
decretado o estado de sítio. Para a sucessão do marechal Hermes foram de do Sul sublevaram-se algumas guarnições, lideradas por Luís Carlos
apontados os nomes de Pinheiro Machado e de Rui Barbosa. Prevaleceu Prestes, Juarez Távora e João Alberto. Resultou daí a Coluna Prestes, que
entretanto o primitivo esquema dos primeiros governos republicanos, com o percorreu trinta mil quilômetros do país, acossada pelas forças legalistas.
acordo entre os partidos dominantes de Minas Gerais e São Paulo. Bernardes resistiu bravamente até o fim do mandato, ajudado pela decreta-
ção do estado de sítio, decretado em julho de 1922 e constantemente
Governo Venceslau Brás. Eleito sem oposição, o mineiro Venceslau renovado.
Brás Pereira Gomes representou o retorno ao domínio civil. Durante seu
governo foi aprovado o código civil, cujo projeto, da autoria de Clóvis Bevi- Governo Washington Luís. Eleito sem disputa e recebido com simpatia
láqua, arrastava-se pelo Congresso desde o governo Campos Sales. Em e confiança, Washington Luís optou por uma política conservadora, com
plena paz interna, o Brasil foi obrigado a entrar na primeira guerra mundial predomínio das oligarquias. Foi mantido o cerceamento à liberdade de
ao lado dos aliados. Embora a participação brasileira fosse pequena, os imprensa e negada a anistia aos revolucionários tenentistas exilados. No
efeitos econômicos da guerra provocaram uma grave crise econômica e plano administrativo, iniciou imediatamente um amplo plano rodoviário,
financeira, com repercussões negativas no meio social. Esse estado de dentro do lema "governar é abrir estradas", e encetou uma reforma financei-
ra com o fim de proporcionar um certo desafogo ao país. Foi, porém, colhi-

Conhecimentos Gerais 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do pela crise financeira nos Estados Unidos, que redundou numa queda Infantaria da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Prontamente dominada, a
catastrófica de preços, seguida de desemprego e falências. chamada intentona comunista fortaleceu a extrema-direita.
Nesse período, efetuou-se a fusão de segmentos dominantes nas Estado Novo (1937-1945)
grandes cidades. Embora descendentes das antigas oligarquias rurais e
vinculados a interesses agrícolas, já tinham tradição urbana suficiente para Getúlio Vargas já se munira de documentos legais discricionários para
manifestarem certo inconformismo com o domínio oligárquico. O Partido lidar com o crescimento da Ação Integralista e da Aliança Nacional Liberta-
Libertador, no Rio Grande do Sul, e o Partido Democrático, em São Paulo, dora. O levante comunista de 1935 deu-lhe o pretexto para livrar-se de um
canalizaram os protestos contra a hegemonia dos chefes políticos paulistas dos problemas: todas as bancadas apoiaram o estado de sítio, concedido
e mineiros na política federal. A sucessão colocou um impasse: o candidato até fins de 1936, quando foi substituído por um instrumento ainda mais
governista, Júlio Prestes, não foi aceito pelo presidente de Minas Gerais, forte, o estado de guerra. Sufocado o movimento comunista, Getúlio voltou-
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, que passou à oposição. Em junho de se ao combate dos grupos oligárquicos, liderados por São Paulo. Na ma-
1929, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba constituíram a Aliança nhã de 10 de novembro de 1937 tropas do Exército cercaram o Congresso,
Liberal, com a chapa Getúlio Vargas-João Pessoa (governador da Paraíba), enquanto cópias de uma nova constituição eram distribuídas à imprensa. À
contra a chapa Júlio Prestes-Vital Soares (governador da Bahia). Uma série noite, Vargas dirigiu-se pelo rádio a toda a nação, para justificar a institui-
de conflitos varreu o país, em meio à campanha sucessória. O assassinato ção do novo regime, necessariamente forte "para reajustar o organismo
de João Pessoa, em 1930, foi o estopim da revolução, que estalou simulta- político às necessidades econômicas do país e assegurar a unidade da
neamente nos três estados ligados pela Aliança Liberal. pátria". Estava instituído o chamado Estado Novo, cuja base jurídica com-
preendia dois documentos: a constituição, apelidada de "polaca", por suas
Na Paraíba, Juarez Távora conseguiu dominar todos os estados do semelhanças com a constituição fascista da Polônia, e a consolidação das
Nordeste; no Rio Grande do Sul, Góis Monteiro reuniu as tropas do Exército leis do trabalho, inspirada na Carta del lavoro, do fascismo italiano.
e da polícia e atingiu os limites do Paraná e São Paulo; os mineiros domi-
naram os raros focos legalistas e ameaçaram Espírito Santo e Rio de As semelhanças com o fascismo não significaram simpatia ideológica
Janeiro. Na iminência de uma guerra civil, os generais Tasso Fragoso e pelo integralismo. Vargas inicialmente tentou o apoio dos integralistas, mas
Mena Barreto e o almirante Isaías de Noronha constituíram uma Junta logo Plínio Salgado rompeu com o governo. Uma tentativa de golpe trouxe
Pacificadora que, com a interferência do cardeal-arcebispo do Rio de o pretexto para eliminar o segundo inimigo: em maio de 1938, o tenente
Janeiro, D. Sebastião Leme, conseguiu a renúncia do presidente e entre- Severo Fournier e mais 45 integralistas assaltaram o palácio Guanabara. O
gou o governo a Getúlio Vargas. putsch fracassou, desencadeando uma repressão severa e fulminante, que
praticamente varreu o integralismo do cenário político brasileiro.
Governo provisório. Dissolvido o Congresso Nacional, Getúlio Vargas
instalou-se no palácio do Catete e iniciou o governo com amplo apoio Político carismático, Getúlio aproveitou a dispersão dos dois blocos i-
popular. Os primeiros passos foram o combate à corrupção administrativa, nimigos e a indefinição das restantes forças sociais para firmar-se no poder,
um dos pontos mais repetidos na campanha revolucionária, a reforma do com seu estilo pessoal de ditador. Desde 1930, nenhuma classe assumira
ensino e a ampliação das leis trabalhistas. Criaram-se dois novos ministé- o poder. As novas classes urbanas emergentes -- operários, funcionários
rios, o da Educação e Saúde, entregue a Francisco Campos, e o do Traba- públicos, profissionais liberais -- não tinham ainda suficiente consciência de
lho, a Lindolfo Collor. Na pasta do Exterior, Afrânio de Melo Franco logo classe para organizar-se; a alta burguesia, em pleno processo de diferenci-
conseguiu o reconhecimento internacional do novo governo. Para o Ministé- ação desde a falência do modelo agrário-exportador, preferiu deixar nas
rio da Fazenda, foi nomeado o banqueiro José Maria Whitaker; para o da mãos da ditadura a condução do processo -- até porque Vargas revelou-se
Agricultura, Assis Brasil; para o da Viação, José Américo de Almeida; para um hábil contemporizador, capaz de manipular com sucesso agitações e
o da Justiça, Osvaldo Aranha, que logo substituiu Whitaker no Ministério da movimentos sociais.
Fazenda. Por meio dos seus interventores, em cada estado, e pelo rígido contro-
As forças que subiram ao poder com Vargas aliaram-se contra o domí- le da máquina estatal, através do Departamento Administrativo do Serviço
nio dos grandes fazendeiros. Em vários estados os tenentes assumiram o Público (DASP) e de outros organismos centralizadores, como o Departa-
governo: João Alberto, em São Paulo; Juraci Magalhães, na Bahia; Juarez mento de Imprensa e Propaganda (DIP), ou desestimuladores de quaisquer
Távora, na Paraíba. Em Minas Gerais, Olegário Maciel, que ajudara a veleidades contestatórias, como o Tribunal de Segurança Nacional, Vargas
revolução, conseguiu manter-se no poder, embora acossado pelos grupos conseguiu a hipertrofia total do executivo. Pôde assim realizar seus planos
tenentistas, liderados por Virgílio de Melo Franco. Em meio às dissidências no campo trabalhista, com o que assegurou o apoio da massa: criou a
internas nos diversos estados, Vargas procurou representar o papel de Justiça do Trabalho, vinculou a organização sindical ao Ministério do Traba-
poder moderador: de um lado, a pressão exercida pelos governos estadu- lho, por intermédio do imposto sindical, instituiu o salário mínimo e criou
ais, por membros do seu ministério, como Osvaldo Aranha e José Américo, uma legislação trabalhista capaz de ajustar a mão-de-obra egressa do meio
e pelo clube Três de Outubro, que congregava revolucionários; e de outro rural às condições do trabalho urbano. Propiciou assim, mediante o rígido
as pressões das diversas oligarquias e dos oficiais do Exército, contrários à controle sindical e a neutralização política do proletariado nascente, a
participação política dos militares. expansão dos empreendimentos capitalistas, numa economia em franco
processo de industrialização.
Segunda república (1930-1937)
No elenco de medidas governamentais estado-novistas atinentes ao
Em 9 de julho de 1932 irrompeu um movimento armado em São Paulo, favorecimento do processo de industrialização, o passo mais significativo
logo sufocado. A reconstitucionalização do país pôde assim processar-se foi a busca da auto-suficiência no setor do aço. Em 1940, num hábil jogo
sem maiores sobressaltos. Nova lei eleitoral estabeleceu o voto feminino, o com as rivalidades americanas e alemãs, o governo conseguiu do Import
voto secreto, a representação proporcional dos partidos, a justiça eleitoral e and Export Bank um financiamento no valor de 45 milhões de dólares para
a representação classista, eleita pelos sindicatos. Em 15 de novembro de a instalação de uma siderúrgica de capital integralmente nacional e priorita-
1933 reuniram-se 250 deputados eleitos pelo povo e cinqüenta pelas repre- riamente público. Instalada no município de Volta Redonda RJ, a Compa-
sentações de classe, para elaborar a nova constituição republicana, pro- nhia Siderúrgica Nacional (CSN) entrou em operação em 1946. Com ela o
mulgada somente em julho de 1934. Por voto indireto Getúlio Vargas foi governo criou uma das bases imprescindíveis à formação de uma infra-
eleito presidente da república. estrutura capaz de acolher o desenvolvimento do ainda incipiente parque
industrial brasileiro.
O período, que ficou conhecido como segunda república, ou República
Nova, iniciou-se por um crescente movimento de polarização entre corren- A participação do Brasil, ao lado dos aliados, na segunda guerra mun-
tes extremistas, tal como sucedia na Europa: direitistas e esquerdistas, dial, deixou clara a necessidade da volta ao regime democrático e repre-
tendo em seus pólos extremos a Ação Integralista Brasileira, organização sentativo. Vargas ainda tentou, através do movimento chamado "quere-
ultradireitista dirigida por Plínio Salgado; e os comunistas, agregados na mismo" criar bases na esquerda para permanecer no poder. Mas os pró-
Aliança Nacional Libertadora, sob a presidência de honra de Luís Carlos prios militares, que antes o apoiavam, pressionaram também para a abertu-
Prestes, chefe do comunismo no Brasil. Em 1935, explodiu uma revolução ra do regime. Foram marcadas as eleições para 2 de dezembro de 1945 e
comunista em Natal RN e Recife PE, acompanhada pelo Regimento de formaram-se os partidos: a oposição ao Estado Novo concentrou-se na

Conhecimentos Gerais 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
União Democrática Nacional (UDN) e lançou a candidatura do brigadeiro par com os ataques cada vez mais candentes dos parlamentares udenistas
Eduardo Gomes; os situacionistas criaram o Partido Social Democrático e dos grandes jornais. Exigia-se a renúncia de Vargas.
(PSD) e apresentaram como candidato o ministro da Guerra, general Eurico
Gaspar Dutra. Vargas e seus seguidores mais diretos alinharam-se no Na madrugada de 24 de agosto de 1954, o presidente suicidou-se com
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). um tiro no peito, e deixou uma carta-testamento em que acusava os trustes
estrangeiros de fomentarem uma campanha contra seu governo. A reação
Entretanto, novas tentativas continuístas, entre elas a nomeação do ir- popular espontânea foi explosiva e amedrontou os setores de direita. O
mão do presidente, Benjamim Vargas, para chefiar a poderosa polícia do populismo renasceu na figura do candidato do PSD, Juscelino Kubitschek
Distrito Federal, provocaram uma intervenção militar, e Vargas teve de de Oliveira, que substituiu Café Filho, vice-presidente de Vargas, que
deixar o poder, em 29 de outubro de 1945. A direção do país foi entregue ocupara o governo na fase de transição. Como vice de Juscelino, elegeu-se
ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro José Linhares, e as João Goulart, herdeiro político presuntivo de Vargas, que carreara o apoio
eleições, realizadas em dezembro, deram a vitória a Dutra, por ampla do PTB.
margem. Findara assim o Estado Novo, e o país era completamente outro,
com novos grupos sociais urbanos -- burguesia industrial, classes médias, Governo Juscelino Kubitschek. O qüinqüênio de Kubitschek voltou-se
proletariado -- infra-estrutura econômica, mercado de trabalho regulamen- para o desenvolvimento econômico e a política de industrialização. Expan-
tado e espaço econômico unificado, tudo propício a manter o processo de diu-se a infra-estrutura de rodovias, ferrovias e portos, energia elétrica,
industrialização que já se firmara. armazéns e silos. A fim de atenuar as disparidades regionais, Juscelino
criou a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e
Período populista (1945-1964) promoveu a interiorização, através de uma rede de estradas e da mudança
da capital para Brasília. Nessa época, o centro de gravidade da economia
Governo Dutra. Durante o governo Dutra perdurou a união nacional do já se localizava no setor industrial. Iniciou-se a fase de implantação das
PSD com a UDN, surgida da necessidade de derrubar Vargas, e que propi- indústrias de bens de consumo duráveis e de bens de produção. Instala-
ciou a conciliação de interesses entre os amplos setores industriais urba- ram-se as indústrias automobilística, de eletrodomésticos, de construção
nos. Entre o final da década de 1940 e o início da seguinte, tomou corpo o naval, de mecânica pesada, de cimento, de papel e de celulose.
processo de industrialização que se iniciara no Estado Novo. No campo
político, uma nova ideologia empolgou amplos setores da classe média, No início da década de 1960, o modelo populista-desenvolvimentista,
militares, estudantes, profissionais liberais, operários: o nacionalismo, cuja que conseguira manter-se em clima de euforia e com poucos atritos inter-
expressão mais significativa foi a campanha pelo petróleo, da qual surgiram nos, começou a dar mostras de esgotamento. O endividamento externo e a
a lei do monopólio estatal da prospecção e do refino e a criação da Petro- intensificação inflacionária começaram a alimentar uma crise profunda. A
brás, em outubro de 1953. alta burguesia estava disposta a aceitar uma paralisação momentânea do
desenvolvimento, em troca de uma política de austeridade e estabilização,
Nas eleições de 1950, os candidatos à sucessão de Dutra, apresenta- preocupada com a orgia de gastos públicos decorrente da dispendiosa
dos pela UDN (Eduardo Gomes) e PSD (Cristiano Machado) não consegui- construção de Brasília, a nova capital federal, empreendimento sobre o
ram impedir a eleição do candidato do PTB, Getúlio Vargas, que no entanto qual acumulavam-se as denúncias de corrupção.
teve de compor um governo de fisionomia conservadora, com a participa-
ção de elementos dos dois partidos de oposição. O movimento sindical já O político que assumiu a posição de defensor dessa política foi Jânio
se organizara, e foi um dos apoios de Vargas, por meio do controle do Quadros, que soube combinar habilmente a demagogia populista com a
Ministério do Trabalho e de conchavos com o governo, numa relação mística de austeridade e honestidade. Jânio já se mostrara um político
chamada de "peleguismo" -- de pelego, pele de carneiro colocada entre a competente, em uma meteórica trajetória política que, iniciada em Mato
sela e a garupa do cavalo, em alusão ao papel de intermediário entre o Grosso, culminara com o governo de São Paulo. Como o voto era desvincu-
governo e as forças sindicais. lado, Jânio estimulou a ligação de seu nome ao do vice-presidente João
Goulart, candidato à reeleição na chapa situacionista encabeçada pelo
Segundo governo Vargas. Em que pese o apoio dos nacionalistas à de- marechal Teixeira Lott. A chamada "chapa Jan-Jan" (Jânio-Jango, apelido
fesa do petróleo e à tendência estatizante de seu governo, Vargas come- de João Goulart) tinha o apoio tanto da situação como das forças janistas,
çou a detectar sinais claros da insatisfação de setores estratégicos de por meio de acordos de bastidores. Na eleição de 1960, Jânio foi eleito por
opinião, sobretudo dos representantes do capital estrangeiro e da burgue- grande maioria de votos e Goulart reeleito.
sia nacional. Não obstante, também a classe média dava mostras de impa-
ciência, como ficou claro pela eleição de Jânio Quadros para a prefeitura de Governo Jânio Quadros. A fórmula adotada por Jânio foi combinar uma
São Paulo, sem apoio dos grandes partidos. Getúlio procedeu a uma mu- política interna conservadora, deflacionista e antipopular, com uma política
dança ministerial: convocou, para a pasta da Fazenda, Osvaldo Aranha, externa de rompantes independentes, para atrair a simpatia da esquerda.
que atenuou a política cambial e tomou medidas de estabilização econômi- Muito mais retórica que efetiva, essa política, que se notabilizou por ata-
ca; e para a do Trabalho, um jovem político gaúcho, até então desconheci- ques à China nacionalista e pela condecoração do líder da revolução cuba-
do, João Goulart, que iniciou alianças com o movimento operário, em na Ernesto "Che" Guevara, acabou por atrair a desconfiança da burguesia e
substituição à política populista de Vargas. a ira dos militares. O aumento das tarifas públicas, a ampliação da carga
horária da burocracia estatal e a preocupação demagógica com questões
Em 1954, o governo propôs a elevação em cem por cento do salário insignificantes, como a proibição das brigas de galo e de transmissões de
mínimo, o que representava um ganho real para o trabalhador. Os militares televisão que mostrassem moças de biquíni, acabaram por desgastar o
pressionaram, e Vargas teve de recuar e substituir Goulart no Ministério do apoio que ainda recebia da opinião pública.
Trabalho. Mas durante a comemoração do dia do trabalho, a 1º de maio,
Vargas promulgou o novo salário nas bases propostas, o que atraiu a ira da No dia 24 de agosto de 1961, Carlos Lacerda, então governador do es-
oposição udenista, representante dos interesses da burguesia industrial. A tado da Guanabara, acusou o presidente de intenções golpistas. A acusa-
UDN, que até então mantivera uma política oposicionista de caráter morali- ção culminava uma campanha que Lacerda iniciara praticamente logo após
zante, passou a acusar Vargas de pretender implantar no país uma "repú- a posse de Jânio, a quem apoiara na eleição. Sempre postulante à presi-
blica sindicalista" nos moldes do peronismo argentino. O jornalista Carlos dência da república, Lacerda retomava assim a bandeira oposicionista e
Lacerda assumiu a liderança nos ataques cada vez mais virulentos ao buscava angariar a confiança dos militares. Jânio aproveitou a acusação de
governo. Vargas respondeu com a criação da Eletrobrás, em abril de 1954 - golpismo para tentar uma manobra, menos de sete meses após sua posse:
- mais uma medida estatizante, contrária aos interesses da aliança entre o a renúncia, na esperança de voltar fortalecido ao governo com o apoio das
capital estrangeiro e a burguesia brasileira. massas. A manobra falhou, pois o Congresso aceitou imediatamente a
renúncia e não houve nenhuma manifestação popular de apoio ao presi-
Em 5 de agosto de 1954 ocorreu no Rio de Janeiro um atentado contra dente demissionário, que saiu acusando vagamente "forças terríveis" de
Carlos Lacerda, no qual morreu o major Rubens Vaz, da Aeronáutica, e do tramarem contra seu governo.
qual foi acusado o chefe da guarda pessoal do presidente, Gregório Fortu-
nato. As investigações foram conduzidas pela Aeronáutica, na base aérea Com a renúncia de Jânio, deveria assumir o vice-presidente, João Gou-
do Galeão, à revelia do governo. As pressões militares se avolumaram, a lart, que se encontrava em Cingapura, de volta de uma viagem à República
Popular da China. Todavia, os setores militares e a alta burguesia, já alar-

Conhecimentos Gerais 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mados com as aventuras esquerdistas de Jânio, não aceitaram a transmis- ções, e o alistamento eleitoral, que entre 1960 e meados da década de
são do cargo. Os três ministros militares declararam que o retorno de 1990 registrou um aumento superior a 500%.
Goulart constituía uma "absoluta inconveniência", mas a Câmara dos
Deputados firmou posição de cumprir a regra constitucional. Três governa- Governo Castelo Branco. O primeiro presidente do governo militar foi o
dores, de Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul, pronunciaram-se a marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que governou até 1967,
favor da legalidade. Ante a iminência de uma guerra civil, chegou-se a uma num regime de absoluta austeridade. O sistema partidário foi reorganizado
medida de conciliação: a adoção do parlamentarismo, por emenda consti- em dois partidos: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), governista, e o
tucional a ser referendada em plebiscito ao final do mandato. A posse de Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposição. Nada mais artificial
Goulart deu-se assim em uma presidência despojada da maioria dos seus que esse esquema político, na verdade necessário apenas para coonestar
poderes. Goulart foi empossado no dia 7 de setembro de 1961, cabendo a o regime militar. O governo exercia-se na prática por meio dos atos institu-
Tancredo Neves a chefia do governo, como primeiro-ministro. cionais, que foram sendo editados de acordo com as necessidades do
momento: o nº 1 suspendeu parcialmente a constituição de 1946 e facultou
Governo João Goulart. Em pouco mais de um ano, sucederam-se três a cassação de mandatos parlamentares e a suspensão de direitos políticos;
primeiros-ministros -- Tancredo Neves, Brochado da Rocha e Hermes Lima o nº 2 renovou esses poderes e extinguiu os partidos políticos do passado;
-- de atuação quase insignificante. Com apoio nas bases populares e o nº 3, de 5 de fevereiro de 1966, determinou a eleição indireta do presiden-
sindicalistas, Goulart conseguiu antecipar o plebiscito para janeiro de 1963 te e vice-presidente da república. Em janeiro de 1967 o Congresso aprovou
e reverteu facilmente o sistema para o presidencialismo. Goulart passou uma constituição previamente preparada pelo executivo e não submetida a
então a manobrar para manter o apoio das bases populares e sindicais e discussão.
ao mesmo tempo atrair as simpatias do centro político. Para isso, lançou o
plano trienal de desenvolvimento econômico e social, em que defendia Apesar do apoio militar maciço e de muitas das lideranças civis, Caste-
conjuntamente as reformas de base, agrárias e urbanas, medidas antiinfla- lo Branco indispôs-se com três governadores que haviam conspirado a
cionárias clássicas e investimentos estrangeiros. O resultado foi exatamen- favor do golpe militar, na esperança de chegar à presidência, e que se
te o oposto. O plano foi atacado tanto pela esquerda quanto pelos conser- viram frustrados com a prorrogação do seu mandato, de 31 de janeiro de
vadores, todos preocupados mais com as implicações políticas que com os 1966 para 15 de março de 1967. Foram eles o governador do estado da
resultados práticos. O governo, atordoado pelas críticas de todos os lados e Guanabara, Carlos Lacerda, que teve os direitos políticos cassados, o
fustigado pelos problemas econômicos que se avolumavam, optou pelo governador de Minas Gerais, José de Magalhães Pinto, e o governador de
apoio das esquerdas. São Paulo, Ademar de Barros, que além dos direitos políticos suspensos,
teve o mandato cassado.
Estas estavam constituídas pelo sistema sindical legal e paralegal, a-
grupadas no Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), no movimento Outro fator de irritação foi a decisão de realizar, com base na nova lei
estudantil e em pequenos blocos de matizes variados, desde as Ligas eleitoral, eleição direta para governador em dez estados, dentre os quais a
Camponesas, fundadas pelo deputado Francisco Julião em Pernambuco, Guanabara, onde venceu Francisco Negrão de Lima, e Minas Gerais, que
até pequenos grupos de ativistas, vinculados a setores chegados ao presi- elegeu Israel Pinheiro, ambos candidatos de oposição. O presidente Caste-
dente. No lado oposto, crescia o movimento conspiratório dentro das forças lo Branco empreendeu também, por meio do seu ministro do Planejamento,
armadas, com o apoio dos setores mais ativos do empresariado industrial e Roberto Campos, a renovação do sistema tributário. Algumas conquistas
rural, todos alarmados com as medidas que o governo tentava implantar: dos trabalhadores oriundas do período Vargas, como a estabilidade do
reforma agrária, limitação de remessa de lucros para o exterior, sindicaliza- trabalhador, foram alteradas, por serem consideradas paternalistas e antie-
ção rural; e com as manobras políticas que solicitava ao Congresso, como conômicas.
a intervenção política no estado da Guanabara, para desarticular a conspi- Governo Costa e Silva. O general Artur da Costa e Silva assumiu o go-
ração golpista liderada por Lacerda, e o estado de sítio. verno em 15 de março de 1967, mas teve de deixá-lo em 31 de agosto de
A classe média, que aguardava ansiosa a marcha dos acontecimentos, 1969, acometido de grave doença. Em seu curto governo, Costa e Silva
começou a temer, embora ainda sem tomar declaradamente partido. Con- tratou de consolidar a ordem constitucional, dando cumprimento à carta de
tudo, o comício realizado por Goulart no dia 13 de março de 1964, diante 1967, outorgada no momento de sua posse. Seu ministro da Fazenda,
da estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro, preci- Antônio Delfim Neto, executou uma política de dinamização da economia,
pitou os acontecimentos. As lideranças militares e empresariais e os seto- com concessão de créditos e melhoria geral dos níveis salariais. Em seu
res mais representativos da classe média uniram-se contra o governo, governo foi adotado também o plano nacional de comunicações, base da
irritados menos pelas reformas do que pelos ataques dirigidos pelo deputa- modernização do sistema brasileiro de comunicações. No campo dos
do Leonel Brizola contra o Congresso. Em Belo Horizonte e São Paulo transportes, intensificou-se a opção pelas rodovias, embora tenham-se
iniciaram-se grandes passeatas, promovidas por entidades da classe iniciado alguns estudos com vistas ao aproveitamento das vias fluviais.
média, com apoio dos militares e empresários. Eram as "marchas da família Foram também iniciados os estudos para a construção da ponte Rio-Niterói.
com Deus pela liberdade", que pediam a deposição do governo e o fim da Com Costa e Silva, o Exército passou a controlar mais diretamente o
maré montante subversiva e da corrupção administrativa. O estopim para o aparelho de estado, que sofrera no governo anterior um processo de mo-
golpe foi o motim dos marinheiros, no Rio de Janeiro, em 25 de março, que dernização burocrática e centralização administrativa. Ante as pressões
provocou a renúncia do ministro da Marinha. Em 31 de março, à noite, o oposicionistas, o início da resistência armada, a reativação do movimento
movimento militar eclodiu em Belo Horizonte e espalhou-se rapidamente estudantil e o surgimento de greves (numa mobilização das forças popula-
por todo o Brasil, praticamente sem reação da esquerda. Alguns políticos e res que durou todo o ano de 1968), agiu novamente a oposição interna ao
líderes esquerdistas foram presos, a maioria fugiu em debandada, e Gou- regime, o que resultou na crise militar de dezembro daquele ano, quando o
lart exilou-se no Uruguai. Congresso recusou o pedido de licença, feito pelo governo, para processar
Regime militar (1964-1985) o deputado Márcio Moreira Alves (MDB-RJ), que, em discurso, concitara o
país a não participar das comemorações pela independência, o que foi
Num período de 21 anos, desde a deposição de Goulart, em 1964, até interpretado como um ataque às forças armadas.
1985, sucederam-se no poder cinco governos militares, todos empossados
sem eleição popular. Para dar um mínimo de aparência de legalidade, os Seguiu-se a promulgação, em 13 de dezembro de 1968, do ato institu-
"candidatos" submetiam-se à aprovação do Congresso, num jogo de resul- cional nº 5, que pôs em recesso o Congresso e todas as assembléias
tados prévia e seguramente conhecidos. No entanto, ao tratar de evitar a legislativas estaduais e renovou por período indefinido os poderes de
ruptura completa com os fundamentos constitucionais da democracia exceção do presidente (autorização para governar por decreto e, de novo,
representativa, os militares mantiveram a periodicidade dos mandatos e a para cassar mandatos e suspender direitos políticos). Com o Congresso em
exigência de um mínimo de legitimidade, por meio das eleições indiretas recesso, Costa e Silva encomendou ao vice-presidente Pedro Aleixo a
para a presidência e vice-presidência da república e, posteriormente, para elaboração de uma emenda que permitisse reabrir o Congresso e voltar à
os governos estaduais e principais prefeituras. Mantiveram as casas legisla- normalidade.
tivas e os calendários eleitorais, embora sujeitos a manipulações e restri- Entretanto, antes que pudesse assiná-la, o presidente foi vítima de uma
trombose cerebral e teve de ser afastado do governo. Imediatamente os

Conhecimentos Gerais 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ministros militares comunicaram a Pedro Aleixo que não lhe entregariam o como Leonel Brizola, Luís Carlos Prestes e Miguel Arraes. Veio depois a
governo. Foi então constituída uma junta militar, formada pelos ministros do reforma partidária, que encerrou o bipartidarismo vigente. A Arena trans-
Exército, general Aurélio de Lira Tavares, da Marinha, Augusto Hamann formou-se em Partido Democrático Social (PDS) e o MDB, obrigado a
Rademaker Grünewald, e da Aeronáutica, Márcio de Sousa e Melo. A junta, mudar de sigla, optou por Partido do Movimento Democrático Brasileiro
em seu curto mandato, outorgou a emenda constitucional nº 1, na verdade (PMDB). A sigla do PTB, Partido Trabalhista Brasileiro, foi dada à deputada
um outro texto, que acentuou ainda mais o caráter ditatorial do regime: foi Ivete Vargas, sob protesto de Brizola, que fundou então o Partido Democrá-
eliminada a soberania do júri e decretada a pena de morte em tempos de tico Trabalhista (PDT). Tancredo Neves e Magalhães Pinto criaram o Parti-
paz, nos casos de "guerra psicológica adversa, revolucionária ou subversi- do Popular (PP). E Luís Inácio Lula da Silva, líder sindical dos metalúrgicos
va". Pela emenda constitucional, o ato institucional nº 5 foi incorporado à do ABC paulista, fundou o Partido dos Trabalhadores (PT). O principal
constituição. Em 30 de outubro de 1969, a junta militar passou o poder ao interlocutor e arquiteto da abertura no governo Figueiredo foi seu ministro
general Emílio Garrastazu Médici, então comandante do Terceiro Exército, da Justiça, Petrônio Portela.
e que fora selecionado pelo alto comando do Exército e referendado pelo
Congresso, especialmente reunido para esse fim. Figueiredo teve de suportar o inconformismo dos extremos: a extrema-
direita provocou vários atentados terroristas, o mais grave dos quais ocor-
Governo Médici. O governo do general Emílio Garrastazu Médici nota- reu em 1981, no Riocentro, centro de exposições no Rio de Janeiro, onde
bilizou-se por obras de grande porte, como as rodovias Transamazônica, se realizava um show comemorativo do dia do Trabalho. No atentado
Perimetral Norte e Santarém-Cuiabá, assim como a ponte Rio-Niterói, e morreu um sargento e saiu ferido um capitão, que, segundo a versão oficial,
concluiu um acordo para a construção da hidrelétrica de Itaipu e os pólos estavam em missão de informações. O inquérito instaurado, como era
petroquímicos da Bahia e São Paulo. Foram os tempos do chamado "mila- previsto, nada apurou, e o general Golbery pediu demissão em sinal de
gre brasileiro", comandado pelo ministro da Fazenda, Antônio Delfim Neto, protesto.
quando o país alcançou taxas de crescimento superiores a dez por cento, e
taxas inflacionárias de pouco mais de 14% ao ano. Somente com o passar A esquerda procurou pressionar o projeto de anistia, a fim de que os
dos anos se revelariam os custos do milagre: a inflação reprimida voltou a militares acusados de tortura e morte continuassem passíveis de processo
passos largos e os empréstimos externos, que haviam financiado o cresci- e punição. Estabeleceu-se, entretanto, um consenso político, aceito pela
mento, implicaram taxas de juros elevadíssimas e a quase inadimplência do opinião pública, segundo o qual a anistia deveria abranger a todos indistin-
país. tamente, de vez que os excessos haviam sido cometidos em ambas as
frentes. De setembro a novembro de 1981, Figueiredo teve de submeter-se
No campo político, o governo Médici caracterizou-se por um combate a uma cirurgia cardíaca nos Estados Unidos, e foi substituído temporaria-
cerrado aos movimentos de resistência armada ao regime, que criaram mente pelo vice-presidente Aureliano Chaves, primeiro civil a ocupar a
focos de guerrilha e promoveram assaltos a bancos e seqüestros de em- presidência da república desde 1964.
baixadores. Entre 1969 e 1971 foram seqüestrados e trocados por presos
políticos os embaixadores dos Estados Unidos, Alemanha e Suíça. A No pleito de novembro de 1982 Franco Montoro, Leonel Brizola e Tan-
resposta do governo foi uma escalada da repressão, com uso da tortura credo Neves, todos de oposição, foram eleitos governadores, respectiva-
como método usual de interrogatório. Em maio de 1972, o sistema de mente, de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O governo Figueiredo
arbítrio foi reforçado com o estabelecimento de eleições indiretas para assimilou a derrota e garantiu a posse dos eleitos. Todavia, sofreu grande
governadores e vice-governadores dos estados. desgaste com a denúncia de escândalos financeiros, como os casos Ca-
pemi, Coroa-Brastel e Delfin, que representaram grandes prejuízos aos
Governo Geisel. Com o general Ernesto Geisel, que governou de 1974 cofres públicos, devido aos financiamentos sem garantias e a omissões de
a 1979, foram tomadas as primeiras medidas de suavização do regime, fiscalização. Além disso, o temperamento explosivo do presidente criou
entre elas a revogação do ato institucional nº 5. Pela primeira vez, no vários incidentes, que se somaram para desgastar sua imagem, embora ele
período militar, a oposição se fez ouvir, ao lançar como "anticandidato" o conduzisse com energia e coerência o processo de abertura.
presidente do MDB, deputado Ulisses Guimarães. Empossado em plena
crise mundial do petróleo, Geisel, que fora superintendente da refinaria Ao encerrar-se o governo Figueiredo, e com ele o período de 21 anos
Presidente Bernardes, membro do Conselho Nacional de Petróleo e presi- de regime militar, o país encontrava-se em situação econômica e financeira
dente da Petrobrás, iniciou imediatamente a exploração da plataforma das mais graves. A dívida externa alcançara tetos astronômicos, por força
submarina, que a médio e longo prazo mostrou excelentes resultados. dos juros exorbitantes. Emissões sucessivas destinadas a cobrir os déficits
Instituiu também os "contratos de risco", que permitiram a associação com do Tesouro aumentaram assustadoramente a dívida interna. Em março de
empresas estrangeiras, dotadas de capital e know-how, para explorar 1985, a taxa de inflação chegou a 234% anuais. No entanto, há pontos a
petróleo. creditar aos governos militares, como a redinamização da economia, que
alcançou altos níveis de crescimento, a modernização do país, principal-
O aumento da receita em divisas, com as exportações de café e soja e mente na área dos transportes e comunicações, o incremento das exporta-
o sucesso dos manufaturados brasileiros no exterior, aliviaram os proble- ções, e a política energética, sobretudo a criação do Proálcool e o aumento
mas econômicos do país no governo Geisel. Contudo, já não era mais dos investimentos na prospecção petrolífera, como resposta à crise mundial
possível sustentar a mística de crescimento acelerado. Na frente política, o de petróleo de 1973. Os resultados negativos foram a excessiva concentra-
sucesso do MDB nas eleições de 1974, que elegeu 16 senadores e 160 ção de renda, o aumento vertiginoso da dívida externa, o decréscimo
deputados federais, de um total de 364, e obteve maioria nas assembléias substancial do nível do salário real, o excessivo estatismo, a censura abso-
legislativas de cinco estados, entre eles São Paulo e Rio de Janeiro, levou luta aos meios de comunicação e a falta de representatividade do governo.
o governo a um certo retrocesso na prometida abertura política. Foi instituí- A tecnoburocracia, encastelada em Brasília, dirigiu a economia do país sem
do o mandato presidencial de seis anos e a nomeação de um terço do nenhuma consulta aos setores envolvidos, muitas vezes com resultados
Senado -- os chamados senadores "biônicos" -- pelo mesmo colégio eleito- desastrosos.
ral encarregado de escolher os governadores. Mas foram revogadas as
penas de morte e banimento, eliminada a censura prévia à imprensa e No campo da política externa, o Brasil havia adotado, a partir do gover-
extinta a todo-poderosa Comissão Geral de Investigações (CGI), que podia no Geisel, uma atitude mais crítica em relação às potências ocidentais. A
confiscar bens após processo sumário. O principal formulador das políticas política do "pragmatismo responsável", posta em vigor pelo chanceler
do governo Geisel foi o general Golbery do Couto e Silva, chefe do gabine- Antônio Francisco Azeredo da Silveira, significou na prática uma revisão do
te civil. Com essa abertura, denominada pelo próprio Geisel de "lenta, alinhamento automático e uma aproximação com os países do Terceiro
segura e gradual", foi possível encaminhar a sucessão. Mundo. Em 1975 foram estabelecidas relações diplomáticas com a China,
rompidas em 1964, e o Brasil votou na ONU a favor de uma resolução que
Governo Figueiredo. O último presidente militar foi o general João Ba- condenava o sionismo como forma de racismo e discriminação racial,
tista Figueiredo, eleito tranqüilamente contra a chapa que, apresentada contra o voto das potências ocidentais.
pelo MDB, tinha como candidato o general Euler Bentes. Na posse, o novo
presidente jurou "fazer deste país uma democracia", e realmente continuou No governo Figueiredo, a política externa foi entregue ao chanceler
o processo de abertura política e redemocratização. Seu primeiro ato foi a Ramiro Saraiva Guerreiro, que continuou a defender o princípio da não-
anistia política, que permitiu a volta ao país de alguns exilados de peso, intervenção e da autodeterminação dos povos. Durante a guerra das Malvi-
nas, em 1982, o Brasil, que voltara a harmonizar suas relações com a

Conhecimentos Gerais 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Argentina, abaladas desde o projeto da hidrelétrica de Itaipu, manteve o no caso de nenhum candidato obter maioria absoluta no primeiro; e ampliou
apoio às pretensões argentinas de soberania sobre as ilhas. O restabeleci- os poderes do Congresso.
mento da liberdade de imprensa e dos direitos políticos, a anistia e outras
medidas de abertura política melhoraram sensivelmente a imagem externa No final de 1989, o governo Sarney atingiu um desgaste impressionan-
do país. te. A inflação chegou a cinqüenta por cento ao mês e foi trazida de volta a
correção monetária. Nesse clima de insatisfação e de temor de um proces-
Normalização institucional so hiperinflacionário, foi realizada a primeira eleição presidencial direta em
29 anos. Apresentaram-se 21 candidatos, entre eles Aureliano Chaves,
Governo Sarney. No final de 1983 iniciou-se o movimento pelas elei- Leonel Brizola, Paulo Maluf e Ulisses Guimarães. Mas o segundo turno foi
ções diretas para presidente da república, conhecido como campanha das decidido entre os pólos extremos: Luís Inácio Lula da Silva, do PT, e o
"diretas já". No decorrer de 1984 a campanha mobilizou milhões de pesso- jovem ex-governador de Alagoas, Fernando Collor de Melo, do Partido de
as, em gigantescos comícios e passeatas em todo o Brasil. Mesmo assim, Reconstrução Nacional (PRN). Collor elegeu-se com uma diferença superi-
a emenda constitucional nesse sentido, apresentada pelo deputado Dante or a quatro milhões de votos.
de Oliveira, do PMDB de Mato Grosso, não foi aprovada por falta de quó-
rum. No dia da votação, o governo decretou o estado de emergência no Governo Collor. Tão logo assumiu o governo, em 15 de março de 1990,
Distrito Federal e em dez municípios de Goiás, inclusive Goiânia, e impediu Collor baixou o mais drástico pacote econômico da história do país, que
a pressão dos manifestantes. Em junho de 1984, o senador José Sarney bloqueou cerca de dois terços do dinheiro circulante. A inflação, após súbita
renunciou à presidência do PDS e formou a Frente Liberal, que apoiou a queda, voltou a subir. A ministra da Economia, Zélia Cardoso de Melo, foi
candidatura de Tancredo Neves à presidência. Em agosto, a Frente Liberal substituída por Marcílio Marques Moreira. Para os Ministérios da Justiça e
e o PMDB uniram-se e Sarney foi escolhido como candidato a vice- da Saúde, foram convidados, respectivamente, Célio Borja e Adib Jatene.
presidente. Avolumaram-se as adesões à Frente, que depois transformou- Com esses nomes, de excelente reputação moral e competência profissio-
se em Partido da Frente Liberal (PFL). No final do ano, o Colégio Eleitoral -- nal, Collor tentou reaver credibilidade para seu governo. Nesse momento
composto pelos membros do Congresso Nacional e por representantes das começaram as denúncias de corrupção em vários ministérios, que culmina-
assembléias legislativas estaduais -- elegeu a chapa Tancredo Neves-José ram com as acusações, feitas pelo próprio irmão do presidente, Pedro
Sarney, contra Paulo Maluf. Collor de Melo, de um gigantesco esquema de corrupção, capitaneado por
Paulo César Cavalcanti Farias, tesoureiro da campanha presidencial de
O presidente eleito empreendeu uma viagem a vários países e ao vol- Collor.
tar dedicou-se à organização do seu governo. Entretanto, na véspera da
data marcada para sua posse, Tancredo foi internado num hospital de O processo avolumou-se rapidamente, e logo multidões saíram em
Brasília, para uma cirurgia. Em seu lugar, tomou posse, interinamente, o passeatas pelas ruas para exigir o impeachment. Em 29 de setembro, ao
vice José Sarney. Depois de prolongada agonia, Tancredo veio a falecer fim de uma tensa Comissão Parlamentar de Inquérito iniciada em junho, a
em São Paulo, em 21 de abril de 1985, e um sentimento geral de frustração Câmara dos Deputados autorizou o Senado Federal a processar o presi-
tomou conta do país. Todas as expectativas concentraram-se então em dente por crime de responsabilidade; em 2 de outubro, Collor foi afastado e
implementar o plano de governo por ele anunciado. Em linhas gerais, o seu o vice-presidente Itamar Franco assumiu interinamente a presidência. Em
plano condenava qualquer atitude revanchista, pregava a união nacional, a 29 de dezembro, pouco depois de iniciado seu julgamento pelo Senado,
normalização institucional em moldes democráticos e a retomada do de- Collor renunciou e Itamar foi confirmado em definitivo no cargo.
senvolvimento.
Governo Itamar Franco. Itamar tornou-se presidente num dos momen-
Sarney sabiamente escolheu uma posição de modéstia, que atraiu a tos mais graves da história brasileira. Além da crise política que colocou à
simpatia popular. Manteve os ministros escolhidos por Tancredo e encam- prova a estabilidade das instituições, o país enfrentava também grandes
pou suas idéias básicas de formar um pacto nacional para a redemocrati- dificuldades na área econômica, com recessão, desemprego e crescente
zação do país, no período de governo civil que se iniciava, e que ficou inflação. Logo que assumiu, ainda interino, Itamar nomeou novo ministério
conhecido como Nova República. Em julho de 1985 o Congresso aprovou (de caráter multipartidário, para tentar garantir apoio do Congresso) e
proposta do presidente no sentido de convocar uma Assembléia Nacional baixou medida provisória destinada a reverter a centralização administrativa
Constituinte, a ser formada pelos parlamentares que seriam eleitos em estabelecida pelo governo Collor: superministérios como os da Economia,
novembro de 1986. O sistema partidário ampliou-se e passou a abrigar Fazenda e Planejamento e o da Infra-estrutura foram desmembrados. O
várias legendas novas, até mesmo de partidos de esquerda, antes na novo mandatário também tomou iniciativas destinadas a moralizar a admi-
clandestinidade. Em novembro de 1985 foram realizadas eleições para as nistração pública, tais como a criação do Centro Federal de Inteligência
capitais dos estados e para os municípios considerados áreas de seguran- (CFI).
ça nacional. Embora vencedor em 16 das 23 capitais, entre elas Belo
Horizonte, o PMDB perdeu em centros importantes como São Paulo, Rio de Em outubro e novembro de 1992 realizaram-se em todo o país eleições
Janeiro, Porto Alegre, Recife e Fortaleza. municipais; os partidos de esquerda foram os mais beneficiados. Em 21 de
abril de 1993 os eleitores retornaram às urnas para decidir sobre o sistema
O governo, assediado pelas crescentes taxas de inflação, substituiu o e a forma de governo, como previra a constituição de 1988: venceu a
ministro da Fazenda, Francisco Dornelles, pelo empresário Dílson Funaro. república presidencialista. O ano de 1993 foi marcado ainda por denúncias
Em fevereiro de 1986 foi lançado o Programa de Estabilização Econômica, de corrupção e banditismo na Comissão de Orçamento do Congresso
que ficou conhecido como "Plano Cruzado", em alusão à nova moeda Nacional, envolvendo aproximadamente duas dezenas de parlamentares. O
criada, o cruzado. Os preços foram congelados e os salários fixados pela fato levou à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que teve
média dos últimos seis meses. Foi extinta a correção monetária e criado o como presidente o senador Jarbas Passarinho e como relator o deputado
seguro-desemprego. O governo recebeu amplo apoio popular, sobretudo Roberto Magalhães.
na fiscalização dos preços. No entanto, a especulação, a cobrança de ágio
e as remarcações de preços acabaram por desgastar o plano, reformulado Ansioso por mostrar resultados no combate à inflação, Itamar acabou
várias vezes. batendo o recorde de nomear quatro ministros da Fazenda (Gustavo Krau-
se, Paulo Haddad, Eliseu Resende e Fernando Henrique Cardoso) em sete
Empossada a Assembléia Nacional Constituinte, Sarney mobilizou-se meses. Fernando Henrique, sociólogo e senador, que antes ocupava a
para assegurar o sistema presidencialista e garantir o mandato de cinco pasta das Relações Exteriores, começou por mudar a moeda de cruzeiro
anos, que os constituintes queriam reduzir para quatro. As manobras de para cruzeiro real, com o corte de três zeros. Em seguida, o ministro e sua
bastidores, noticiadas pela imprensa, com trocas de favores por votos, equipe elaboraram um plano de combate gradativo à inflação que previa o
desgastaram a imagem presidencial, agravada pelo aumento da inflação, emprego de uma unidade monetária provisória (a Unidade Real de Valor,
que voltou aos patamares do início do governo. Em 5 de outubro de 1988 urv) em antecipação ao lançamento de uma moeda forte, o real. No final de
foi promulgada a nova constituição, que trouxe um notável avanço no abril de 1994, Cardoso deixou o Ministério da Fazenda para concorrer à
campo dos direitos sociais e trabalhistas: qualificou como crimes inafiançá- presidência da república nas eleições de outubro.
veis a tortura e as ações armadas contra o estado democrático e a ordem
constitucional; determinou a eleição direta do presidente, governadores e Governo Fernando Henrique Cardoso. Lançado o real em 1º de julho e
prefeitos dos municípios com mais de 200.000 habitantes em dois turnos, com a estabilidade econômica que se seguiu, a popularidade de Fernando

Conhecimentos Gerais 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Henrique Cardoso, o que lhe permitiu derrotar Luís Inácio Lula da Silva logo tribunais superiores -- como o Tribunal Superior do Trabalho (tst), o Tribunal
no primeiro turno da eleição, com 54,30% dos votos válidos contra 27,97%. Superior Eleitoral (tse) e o Superior Tribunal Militar (stm) -- têm sede na
No Congresso, a coalizão de Cardoso assegurou 36% das cadeiras da capital federal e jurisdição sobre todo o território nacional. O stf é composto
Câmara e 41% das do Senado. Enquanto isso, o governo tomava uma de 11 ministros e tem como competência precípua a guarda da constitui-
série de medidas para proteger a nova moeda, como a restrição ao crédito ção. O stj compõe-se de, no mínimo, 33 ministros.
(para coibir excesso de consumo) e liberalização das importações (para
evitar desabastecimento e estimular a concorrência). Relações internacionais. O Brasil é um dos membros fundadores da
Organização das Nações Unidas (onu), na qual foi admitido em 24 de
Empossado em 1º de janeiro de 1995, Fernando Henrique Cardoso outubro de 1945. Participa de 32 comissões internacionais da onu e de
mobilizou sua base de apoio para aprovar várias reformas constitucionais. diversos outros organismos internacionais, como a Organização dos Esta-
A estabilidade monetária ajudou o governo a quebrar o monopólio da dos Americanos (oea), a Associação Latino-Americana de Integração
Petrobrás na exploração de petróleo e privatizar diversas estatais, incluindo (aladi) e do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul).
a Vale do Rio Doce e o sistema Telebrás. Também foi aprovado o fim da
estabilidade dos servidores públicos e alteraram-se as regras para conces- Sociedade
são de aposentadorias. As bases da moderna sociedade brasileira remontam à revolução de
Em 1997, o governo fez aprovar a emenda constitucional que autoriza- 1930, marco referencial a partir do qual emerge e implanta-se o processo
va a reeleição do presidente da república, governadores e prefeitos. O de modernização. Durante a República Velha (ou primeira república), o
último ano do governo Fernando Henrique foi o mais difícil, devido ao Brasil era ainda o país essencialmente agrícola, em que predominava a
aumento do desemprego e a uma forte perda de divisas, em decorrência da monocultura. O processo de industrialização apenas começava, e o setor
crise financeira mundial. Isso obrigou o governo a anunciar um acordo com de serviços era muito restrito. A chamada "aristocracia rural", formada pelos
o fmi que levaria a um duro conjunto de medidas econômicas. Contudo, o senhores de terras, estava unida à classe dos grandes comerciantes. Como
presidente conseguiu se reeleger no primeiro turno do pleito presidencial, a urbanização era limitada e a industrialização, incipiente, a classe operária
em 15 de outubro de 1998, derrotando novamente Luís Inácio Lula da Silva tinha pouca importância na caracterização da estrutura social. A grande
com 53,06% dos votos válidos contra 31,71% do candidato do pt. massa de trabalhadores pertencia à classe dos trabalhadores rurais. So-
mente nas grandes cidades, as classes médias, que galgavam postos
No dia 1º de janeiro de 2011, Dilma Rousseff assumiu a Presidência da importantes na administração estatal, passavam a ter um peso social mais
República, tornando-se a primeira mulher a assumir o posto de chefe de significativo.
Estado, e também de governo, em toda a história do Brasil.
No plano político, o controle estatal ficava nas mãos da oligarquia rural
Instituições políticas e comercial, que decidia a sucessão presidencial na base de acordos de
interesses regionais. A grande maioria do povo tinha uma participação
Poder executivo. O Brasil é uma república federativa de tipo presiden- insignificante no processo eleitoral e político. A essa estrutura social e
cialista, com 26 estados e um distrito federal. A constituição em vigor, a política correspondia uma estrutura governamental extremamente descen-
oitava desde a independência, foi promulgada em 5 de outubro de 1988. O tralizada, típica do modelo de domínio oligárquico.
poder executivo federal é exercido pelo presidente da república, eleito por
sufrágio direto, em eleição de dois turnos, e substituído em seus impedi- Durante a década de 1930 esse quadro foi sendo substituído por um
mentos pelo vice-presidente. Colaboram com o chefe do executivo os modelo centralizador, cujo controle ficava inteiramente nas mãos do presi-
ministros de estado, por ele nomeados. No plano estadual, o poder executi- dente da república. Tão logo assumiu o poder, Getúlio Vargas baixou um
vo é exercido pelo governador, substituído em seus impedimentos pelo decreto que lhe dava amplos poderes governamentais e até mesmo legisla-
vice-governador, e auxiliado por seus secretários de estado; e no plano tivos, o que abolia a função do Congresso e das assembléias e câmaras
municipal, pelo prefeito, substituído em seus impedimentos pelo vice- municipais. Ao invés do presidente de província, tinha-se a figura do inter-
prefeito, e auxiliado pelos secretários municipais. As unidades da federação ventor, diretamente nomeado pelo chefe do governo e sob suas ordens.
subdividem-se em municípios. A sede de cada município toma seu nome e Essa tendência centralizadora adquiriu novo ímpeto com o golpe de 1937.
tem oficialmente a categoria de cidade. A partir daí, a União passou a dispor de muito mais força e autonomia em
relação aos poderes estaduais e municipais. O governo central ficou com
Poder legislativo. O poder legislativo é exercido, no âmbito federal, pelo competência exclusiva sobre vários itens, como a decretação de impostos
Congresso Nacional, composto pelo Senado e pela Câmara dos Deputa- sobre exportações, renda e consumo de qualquer natureza, nomear e
dos. Os membros do Senado (três por unidade da federação), eleitos para demitir interventores e, por meio destes, os prefeitos municipais, arrecadar
mandatos de oito anos, são representantes dos estados e do distrito fede- taxas postais e telegráficas etc. Firmou-se assim a tendência oposta à
ral; o Senado é renovado a cada quatro anos, na primeira vez em um terço estrutura antiga.
de seus membros e da segunda vez nos dois terços restantes. A Câmara
dos Deputados é formada por representantes do povo, em número propor- Outra característica do processo foi o aumento progressivo da partici-
cional à população de cada estado e do distrito federal, procedendo-se aos pação das massas na atividade política, o que corresponde a uma ideologi-
ajustes necessários no ano anterior às eleições, a fim de que nenhuma das zação crescente da vida política. No entanto, essa participação era molda-
unidades da federação tenha menos de oito ou mais de setenta deputados. da por uma atitude populista, que na prática assegurava o controle das
A eleição dos congressistas é direta. massas pelas elites dirigentes. Orientadas pelas manobras personalistas
dos dirigentes políticos, as massas não puderam dispor de autonomia e
Na esfera estadual, o poder legislativo é exercido pelas assembléias organização suficientes para que sua participação pudesse determinar uma
legislativas, cujo número de deputados corresponderá ao triplo da repre- reorientação político-administrativa do governo, no sentido do atendimento
sentação do estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de 36, de suas reivindicações. Getúlio Vargas personificou a típica liderança
será acrescido de tantos quantos forem os deputados federais acima de 12. populista, seguida em ponto menor por João Goulart e Jânio Quadros.
Os deputados estaduais são eleitos para mandatos de quatro anos. No
âmbito municipal, funcionam as câmaras municipais, cujo número de vere- Sociedade moderna. O processo de modernização iniciou-se de forma
adores é proporcional à população do município, observados os seguintes mais significativa a partir da década de 1950. Os antecedentes centraliza-
limites: mínimo de nove e máximo de 21 nos municípios de até um milhão dores e populistas condicionaram uma modernização pouco espontânea,
de habitantes; mínimo de 33 e máximo de 41 nos municípios com mais de marcadamente tutelada pelo estado. No espaço de três décadas, a fisio-
um milhão e menos de cinco milhões de habitantes; e mínimo de 42 e nomia social brasileira mudou radicalmente. Em 1950, cerca de 55% da
máximo de 55 nos municípios com mais de cinco milhões de habitantes. população brasileira vivia no campo, e apenas três cidades tinham mais de
500.000 habitantes; na década de 1990, a situação se alterara radicalmen-
Poder judiciário. O poder judiciário é constituído pelos seguintes ór- te: 75,5% da população vivia em cidades. A industrialização e o fortaleci-
gãos: Supremo Tribunal Federal (stf), Superior Tribunal de Justiça (stj), mento do setor terciário haviam induzido uma crescente marcha migratória
tribunais regionais federais e juízes federais, tribunais e juízes do trabalho, em dois sentidos: do campo para a cidade e do norte para o sul. Em termos
tribunais e juízes eleitorais, tribunais e juízes militares, e tribunais e juízes de distribuição por setores, verifica-se uma forte queda relativa na força de
dos estados, do distrito federal e dos territórios. Tanto o stf quanto os trabalho empregada no setor primário.

Conhecimentos Gerais 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O segundo governo Vargas (1951-1954) e o governo Juscelino Kubits- ro grau completo a 95% de sua juventude por volta do ano 2100; e o se-
chek (1956-1960) foram períodos de fixação da mentalidade desenvolvi- gundo grau completo para noventa por cento de uma geração, no ano
mentista, de feição nacionalista, intervencionista e estatizante. No entanto, 3080. Como esses percentuais eram já observados nos países desenvolvi-
foram também períodos de intensificação dos investimentos estrangeiros e dos e nos países do bloco denominado "tigres asiáticos", os dados coloca-
de participação do capital internacional. A partir do golpe militar de 1964, vam o Brasil em uma situação de falência em relação ao problema. O
estabeleceu-se uma quebra na tradição populista, embora o governo militar quadro agravou-se com o aumento das disparidades entre a rede pública e
tenha continuado e até intensificado as funções centralizadoras já observa- a particular, essa última somente franqueada às famílias de poder aquisitivo
das, tanto na formação de capital quanto na intermediação financeira, no muito acima da média brasileira. Em termos práticos, a conseqüência foi a
comércio exterior e na regulamentação do funcionamento da iniciativa elitização vertiginosa do ensino.
privada. As reformas institucionais no campo tributário, monetário, cambial
e administrativo levadas a efeito sobretudo nos primeiros governos milita- Ensino superior. A expansão, a partir de 1971, do ensino superior des-
res, ensejaram o ambiente propício ao crescimento e à configuração mo- tinou-se a resolver dois problemas básicos: por um lado, formar recursos
derna da economia. Mas não se desenvolveu ao mesmo tempo uma vida intelectuais suficientes para a demanda de quadros que deveria ser sempre
política representativa, baseada em instituições estáveis e consensuais. crescente, a julgar pela euforia dos planos de crescimento econômico; por
Ficou assim a sociedade brasileira marcada por um contraste entre uma outro lado, deter a avalanche de protestos da classe estudantil, para a qual
economia complexa e uma sociedade à mercê de um estado atrasado e a exigüidade de vagas na rede pública de ensino superior fechava qualquer
autoritário. possibilidade de acesso às melhores fatias do mercado de trabalho. O
resultado dessa política foi a proliferação de cursos superiores isolados,
Ao aproximar-se o final do século xx, a sociedade brasileira apresenta- depois transformados em universidades, na maioria dos casos sem os
va um quadro agudo de contrastes e disparidades, que alimentavam fortes requisitos acadêmicos mínimos. O corpo docente, recrutado às pressas e
tensões. O longo ciclo inflacionário, agravado pela recessão e pela inefici- sem um critério seletivo rigoroso, encontrou nessas novas unidades de
ência e corrupção do aparelho estatal, aprofundou as desigualdades soci- ensino grande deficiência de equipamentos e recursos didáticos. Para a
ais, o que provocou um substancial aumento do número de miseráveis e universidade pública, além do inchamento do quadro funcional, foram
gerou uma escalada sem precedentes da violência urbana e do crime incluídos cursos de pouco conteúdo acadêmico, que por serem eminente-
organizado. O desânimo da sociedade diante dos sucessivos fracassos dos mente técnicos, poderiam ser supridos por cursos profissionalizantes e
planos de combate à inflação e de retomada do crescimento econômico complementados com a prática profissional.
criavam um clima de desesperança. O quadro se complicava com a carên-
cia quase absoluta nos setores públicos de educação e saúde, a deteriora- No final do século xx, o Ministério da Educação criou a Comissão Na-
ção do equipamento urbano e da malha rodoviária e a situação quase cional de Avaliação de Universidades, com a finalidade de acompanhar o
falimentar do estado. panorama acadêmico e incentivar a auto-avaliação e a avaliação externa
das escolas. A despeito da crise, algumas universidades brasileiras apre-
Educação sentavam níveis de excelência em muitos dos seus cursos, como a Univer-
sidade de São Paulo (usp) e a Universidade de Campinas (Unicamp),
Os problemas da educação no Brasil estão afetos, em nível nacional, ambas públicas e estaduais, e as universidades federais de Viçosa (ufv), do
ao Ministério da Educação, que funciona por meio das delegacias sediadas Rio de Janeiro (ufrj) e de Santa Catarina (ufsc); a Fundação Getúlio Vargas
nas capitais dos estados. Em nível estadual e municipal, às secretarias de (fgv), a Universidade Nacional de Brasília (UnB) e algumas particulares,
Educação. como a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (puc), o Instituto
O modelo de substituição de importações, adotado desde o governo Metodista de Ensino Superior de São Bernardo do Campo (ims) e o Instituto
Juscelino Kubitschek e reforçado no período militar, deu prioridade apenas de Matemática Pura e Aplicada (impa), localizado no Rio de Janeiro e
ao ensino superior, a fim de melhor preparar a elite para gerir as grandes subordinado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecno-
obras de infra-estrutura e absorver rapidamente tecnologias importadas. A lógico (cnpq).
ausência de uma perspectiva em que a educação das massas fosse vista Saúde
como complemento indispensável à formação e ao fortalecimento de um
estado nacional explica em parte a falência geral do ensino de primeiro e Todos os problemas ligados à saúde, desde a prevenção de surtos e-
segundo graus no Brasil. pidêmicos e o controle de endemias, até a fabricação de medicamentos e a
fiscalização do exercício da medicina e de outras profissões paramédicas,
No campo da educação de base, foi criado no governo Costa e Silva, estão afetos em nível nacional ao Ministério da Saúde e, em nível estadual
em 1967, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), com a meta de e municipal, às secretarias de Saúde. Na linha adotada pela constituição de
alfabetizar adultos, na faixa de 12 a 35 anos. Sem atuar diretamente na 1988, as ações e serviços de saúde pública passaram a obedecer a uma
alfabetização, o Mobral orientava, supervisionava, coordenava e financiava política de descentralização, visando o atendimento integral, com prioridade
supletivamente tudo que fosse feito nesse sentido pelo município ou comu- para as atividades preventivas. Foi assim constituído um Sistema Único de
nidade interessada. O programa propunha-se à extinção do analfabetismo, Saúde (sus), com a finalidade de controlar e fiscalizar produtos, procedi-
ou pelo menos a sua redução para um nível residual inferior a dez por mentos e substâncias de interesse para a saúde, executar vigilância sanitá-
cento, índice considerado satisfatório pela unesco. Mas tanto o Mobral ria, ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde, participar
quanto a Fundação Educar, que o substituiu, e o Plano Nacional de Alfabe- da política de saneamento básico, incrementar o desenvolvimento científico
tização e Cidadania (pnac), criado no governo Collor, ficaram muito aquém e tecnológico e colaborar na proteção do meio ambiente. A Central de
do pretendido, e o número de analfabetos continuou bastante elevado. Medicamentos (Ceme) encarrega-se da compra de matéria-prima e fabrica-
A partir da redemocratização, iniciou-se no Rio de Janeiro, por iniciativa ção de medicamentos básicos, a serem repassados à população carente
do governo Leonel Brizola, um plano do sociólogo Darci Ribeiro, com através do sus. A previdência está centralizada no Ministério da Previdên-
projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, denominado Centro Integrado de cia, que age por meio do Sistema Nacional da Previdência e Assistência
Educação Pública (ciep). Cada unidade se destina a oferecer educação Social (Sinpas), criado em 1976, e que atua através do Instituto Nacional de
integral aos alunos da rede pública, além de quadras de esporte e refei- Seguro Social (inss), responsável pela arrecadação de contribuições e
ções. No governo Fernando Collor, esse projeto foi ampliado em escala pagamento de benefícios.
nacional para o Centro Integrado de Apoio à Criança (ciac), projeto ainda A intenção de casar a ação pública à participação comunitária, expres-
mais ambicioso e destinado aos mesmos fins. Tanto um como outro projeto, sa nos artigos constitucionais que definem o sus, esbarrou na dificuldade
porém, não deram a mesma atenção aos problemas cruciais do corpo em obter o concurso efetivo da comunidade, devido à desconfiança genera-
docente, desde sua preparação e treinamento até sua remuneração em lizada em relação ao sistema. A municipalização visava criar sistemas
níveis condizentes com a importância do magistério. A profissão tornou-se locais inseridos no contexto comunitário, de forma a facilitar o acesso dos
assim uma espécie de emprego complementar, no qual o profissional não usuários ao atendimento médico e permitir que o próprio usuário participe
tem condições de investir o tempo adequado. do controle de qualidade do sistema. Mas ao cabo de apenas uma década
Segundo dados estatísticos do final do século xx, mantido o ritmo ob- de implantação, verificou-se que o sus não só falhara em obter tal partici-
servado por ocasião da pesquisa, o país somente conseguiria dar o primei- pação, como na maioria dos casos, a transferência para a autoridade

Conhecimentos Gerais 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
estadual e municipal da gerência das unidades médico-hospitalares resul- Os neandertais continuam entre nós. (Fonte da ima-
tou no sucateamento e quase abandono de tais unidades. Dessa forma, ao gem: Reprodução/Wired)
final do século xx o país apresentava um quadro de saúde extremamente
deteriorado e com disparidades aberrantes: as regiões Sul e Sudeste Além disso, o estudo apresentou que não seriam apenas os neander-
concentravam 55% dos 6.532 hospitais existentes; 35% de toda a rede tais a viverem em nós — também foram descobertos resquícios genéticos
estava instalada nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná; do dos denisovans, os “primos” dos neandertais. Tal descoberta também foi
total da população brasileira, 76% serviam-se da precária rede de medicina importante por nos mostrar que o Homo sapiens não seria o produto de
pública, e desse percentual, 35% eram miseráveis, outros 21% possuíam uma linhagem pura e longa, mas uma mistura hominídea.
planos supletivos de saúde e apenas 3% tinham acesso a médicos particu- 2 – Desvendando a “matéria escura” do nosso corpo
lares.
O RNA era visto como uma “matéria escura” do DNA, pois a complexi-
O Brasil ocupava no início da década de 1990 o 63º lugar na lista dos dade de seu papel como “mensageiro” em levar, na forma de genes, as
países que mais investiam em saúde. Mas ao mesmo tempo em que a instruções necessárias para a produção de proteínas ainda era um mistério
população crescia, diminuíam os recursos destinados à área. Nesse qua- para a ciência.
dro, a saúde pública no Brasil padecia de uma fraca medicina preventiva e
de péssimas condições de higiene para a grande maioria da população, o No entanto, aparentemente, uma “luz” caiu sobre essa questão — já
que explica por que muitas epidemias tornaram-se endêmicas, como ocor- que os cientistas acreditam terem compreendido melhor o papel do RNA
reu com a cólera na primeira metade da década de 1990. O atendimento como uma peça com grande influência na forma que os genomas operam
hospitalar público era precário, com permanente falta de medicamentos e em nosso organismo.
equipamentos mínimos, agravada pela baixa remuneração dos médicos, Além disso, eles também perceberam que o “DNA lixo” (pedaços que
enfermeiros e outros profissionais de saúde e pela má gerência dos recur- eram classificados como pouco úteis e que são encontrados entre os genes
sos existentes. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. “transportados” pelo RNA) passou a fazer um papel importante na regula-
ção dos genes — especialmente por alguns acreditarem que a verdade
Descobertas e inovações científicas na atualidade e seus sobre o funcionamento desse processo encontra-se exatamente nessas
impactos na sociedade contemporânea. peças.
Há pouco tempo, uma notícia causou grande furor no mundo científico. 3 – Desafiando as leis de Newton
Aparentemente, os pesquisadores do CERN (Organização Europeia para a
Pesquisa Nuclear) conseguiram “encontrar” o chamado Bóson de Higgs — Materiais com bizarras propriedades ópticas e que possuem caracterís-
ou a “partícula de Deus”, que seria a origem de toda matéria existente no ticas que não são encontradas em elementos da natureza. Ou, em outras
universo. O anúncio de tal descoberta esteve entre as principais notícias do palavras, os chamados metamateriais — tecnologia utilizada por físicos e
mês, gerando polêmica e grande interesse de várias pessoas de diferentes engenheiros para a manipulação e orientação da luz, criando lentes que
países. superam os limites de outras lentes comuns.

Além do Bóson de Higgs, outras pesquisas científicas também ganha-


ram notoriedade e admiração por apresentarem resultados surpreendentes.
Entre elas está a possível descoberta de água líquida em Marte pela NASA,
assim como a provável detecção da matéria escura — que é responsável
pela gravidade que mantém as galáxias unidas, sendo um dos grandes
mistérios da Física.
Mas quais seriam as outras descobertas recentes que, apesar de não
terem recebido um grande espaço na mídia, são igualmente importantes?
O Tecmundo listou algumas das pesquisas mais interessantes dos últimos
tempos que, além de responderem a diversas questões formidáveis, tam-
bém podem mudar a ciência como a conhecemos.
1 – O DNA dos neandertais sobrevive em nossos genes
Um estudo genético apresentado há dois anos comprovou que nossos
ancestrais Homo sapiens cruzaram com neandertais e que, por isso, estes
últimos sobrevivem até hoje no DNA dos humanos. Os testes ainda aponta-
ram que a maioria das pessoas que não são de ascendência africana
(como europeus e asiáticos) possuem até 4% de DNA vindo de uma origem
neandertal.

Ilustração mostra a luz passando diretamente pelos materiais, efeito


causado pelos metamateriais (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia
Commons)
Com os metamateriais, os cientistas pretendem utilizar as propriedades
ópticas não convencionais (que desafiam também as leis da física) para
criar objetos incríveis — como "capas de invisibilidade" a partir de efeitos de
camuflagem.
4 – Células “reprogramadas” poderão criar tecidos e órgãos
Um dos grandes avanços na área da saúde está na “reprogramação”
de células adultas. Com esta conquista, os cientistas conseguiram trans-
formar células de pele ou sangue nas chamadas “células pluripotentes” —

Conhecimentos Gerais 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que possuem o potencial de se tornar qualquer tipo de célula existente no “casa” e poderia ser classificada como “bons inquilinos”. Somente no nosso
organismo. intestino, existem cerca de mil espécies de micróbios que trazem ao nosso
corpo cem vezes mais genes que o nosso próprio DNA carrega.
Fonte: Science, The Guardian e Wired

IV - Panorama da economia nacional (aspectos locais e


aspectos globais).
Panorama da economia nacional.
Panorama da Economia Brasileira Contemporânea
por João Sayad
O Brasil tem mais de 8,5 milhões de km2 de área e população de 157
milhões de habitantes, sendo de 70 milhões a sua população economica-
mente ativa. Em 1995, a renda per capita do país foi de US$ 4 mil anuais e
sua produção, no conceito de produto nacional bruto, foi de US$ 600 bi-
lhões, o que o caracteriza como a maior economia da América Latina e a
oitava do mundo.
A história da economia brasileira durante o período colonial foi marcada
pela especialização em diversos produtos que interessavam à metrópole
portuguesa. No início da colonização, concentrou-se na produção de pau-
brasil; mais tarde, entre os séculos XVI e XVII, na produção de cana-de-
açúcar; e, entre os séculos XVII e XIX, na extração do ouro. A partir da
segunda metade do século XIX, o país passou a ser um dos maiores produ-
tores de café do mundo.

Células sanguíneas podem ser reprogramadas para atuarem em outras


partes do corpo (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Tal descoberta é um grande passo para o tratamento de doenças ra-
ras, pois os cientistas já estão utilizando a técnica na produção de linhas de
células voltadas a determinados pacientes. Além disso, outros genes são
capazes de transformar as células da pele em neurônios ou até mesmo em A grande depressão de 1929 marcou um período importante para a e-
células de sangue. Outro grande objetivo deste tipo de técnica está em conomia brasileira. Diminuiu sensivelmente a importância do café, e o
poder auxiliar transplantes, criando e substituindo tecidos, células e órgãos. processo de industrialização, que já se iniciara anteriormente, passou a ser
mais significativo devido à desvalorização cambial e ao estabelecimento de
5 – 9 a cada 10 células do nosso corpo são de micróbios uma política de câmbio diferenciada.
Há alguns anos, os cientistas vêm aprofundando as análises quanto à O período do pós-guerra foi marcado por um rápido processo
interação entre os micróbios e os nossos corpos. Aparentemente, criou-se a de substituição de importações que começou no setor de produção de bens
teoria de que eles, por fim, fazem realmente parte de nós — já que nove a de consumo e foi avançando verticalmente para trás, chegando à produção
cada dez células que possuímos são células microbianas. E isso não é algo de bens de capital e de insumos básicos, particularmente nos anos finais
ruim, acredite. da ditadura militar imposta pelo golpe de 1964, quando foi implementado o
Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento, na gestão do então presi-
dente Ernesto Geisel (1974-79).
Hoje, a indústria brasileira representa 20% da produção nacional,
a agricultura outros 20%, e o setor de serviços, 60%. A maior parte da
população brasileira se concentra nas áreas urbanas, particularmente nas
grandes cidades. O índice deurbanização do país é de 75%, chegando a
93% em algumas regiões, como acontece no estado de São Paulo.
A inflação foi a marca mais distintiva da economia brasileira, assim co-
mo de quase todas as economias latino-americanas. Desde 1948, quando
a Fundação Getúlio Vargas começou a computar os índices gerais de
preços, a inflação brasileira sempre foi muito elevada, sempre crescente e
na maior parte do tempo atingindo valores superiores aos dois dígitos
anuais. A inflação se acelerou rapidamente nos anos 60, a partir do final do
governo de João Goulart, sucessor do presidente Jânio Quadros, que
renunciou ao cargo após a implementação de um plano de reformas eco-
nômicas que acabava com o subsídio às importações e desvalorizava o
câmbio em 100%. Em 1964, o governo foi deposto por um golpe militar e
Nosso organismo hospeda muitos micróbios (Fonte da ima- uma série de novas reformas foi implementada. Entre as mais importantes
gem: Reprodução/Estadão) está a autonomia às empresas estatais, que passaram a se organizar por
setores: elétrico, com a Eletrobrás; siderúrgico, com a Siderbrás; do petró-
Pelo que foi estudado até o momento, apenas poucos micróbios real- leo e petroquímica, com a Petrobrás, e de comunicações, com a Telebrás.
mente nos deixam doentes, já que a maioria utiliza nosso corpo como

Conhecimentos Gerais 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O governo militar estabeleceu uma rígida política salarial, que derrubou zado na segunda metade de 1998. Assim, a privatização deixa de ser um
a taxa de inflação, e criou uma legislação que permite a correção monetária objeto prioritário da estratégia do governo, por ter sido implementada quase
dos impostos e dos ativos financeiros e, finalmente, a partir de 1967, as completamente.
minidesvalorizações cambiais. A economia brasileira passou a ser uma
economia altamente indexada e com taxas decrescentes de inflação graças A população brasileira cresce mais lentamente desde meados dos a-
ao controle dos salários e à repressão do movimento sindical. nos 70 e começa a apresentar uma idade média maior. O sistema previ-
denciário brasileiro é organizado na base do sistema de repartição, no qual
Em 1974, com a crise do petróleo, a inflação voltou a subir e o governo as contribuições dos trabalhadores ativos financiam as aposentadorias dos
militar anunciou o início do processo de abertura política. O segundo cho- inativos. Tal sistema se torna inviável financeiramente quando a idade
que do petróleo, em 1979, e a crise da dívida externa, em 1982, marcaram média da população se eleva. O problema é agravado no Brasil pelo fato de
o início de um período bastante difícil para a economia brasileira, com a a aposentadoria ser concedida por tempo de serviço (30 anos para a mu-
interrupção dos empréstimos externos e com a elevação da taxa de infla- lher e 35 para o homem) e incluir vários privilégios para categorias especi-
ção a níveis inéditos mesmo para o Brasil. ais - professores e juízes, por exemplo. Além disso, a Previdência Social é
um sistema muito grande e centralizado, o que permite falhas administrati-
Em 1985, com o final do governo militar e o fim da lei salarial, os traba- vas graves, corrupção e elevada sonegação fiscal. O déficit financeiro das
lhadores começaram a demandar correções cada vez mais freqüentes nos aposentadorias é reduzido no momento atual, mas estima-se que seja
salários, com repercussão imediata sobre a taxa de inflação. A partir de potencialmente grande no futuro. Esta área também vem passando por um
1986 o Brasil passou por diversos planos de estabilização econômica. O processo de reestruturação.
primeiro deles, o Plano Cruzado (1986), acabou com a correção monetária
e com a indexação, estabelecendo um congelamento geral de preços. O A economia brasileira apresenta grande potencial de crescimento e
plano fracassou e outras tentativas foram feitaó: Plano Bresser, em 1987; conta com um significativo mercado consumidor, mesmo considerando-se a
Plano Verão, em 1988; e Plano Collor, em 1990. Este último se diferenciou distribuição de renda, que, segundo dados de 1995 e considerando apenas
dos demais pelo confisco de 80% dos ativos financeiros, inclusive depósitos seis das nove regiões metropolitanas brasileiras, fazia com que os 20%
à vista, jogando a economia num processo recessivo, ao mesmo tempo em mais ricos destas regiões recebessem 63% da renda, enquanto os 50%
que dava início ao processo de redução das tarifas de importação. mais pobres ficassem com apenas 12%. De acordo com outros indicadores
e com a pesquisa sobre as condições de vida no mundo, realizada pela
Em março de 1994 foi renegociada a dívida externa brasileira nos mol- ONU em 1996, a renda média dos 10% mais ricos da população é cerca de
des da renegociação de outros países da América Latina. Em julho desse 30 vezes superior à renda média dos 40% mais pobres. Em outros países,
mesmo ano foi lançado o Plano Real, que, com preços livres, derrubou a onde a distribuição de renda é mais equilibrada, os mais ricos ganham em
taxa de inflação e reduziu ainda mais as tarifas comerciais. O câmbio foi média dez vezes mais do que os mais pobres.
fixado a valores nominais constantes e a inflação caiu sensivelmente.
Depois de muitos anos de superávits comerciais expressivos, a economia Os investimentos na produção de automóveis, televisões e outros ele-
brasileira passou a apresentar déficits. trônicos, TV a cabo, TV por assinatura, cerveja e refrigerantes, cimento e
outros produtos que atendem ao mercado interno têm crescido rapidamente
Em termos de inflação, a economia brasileira passou por modificação desde 1994 - o que demonstra a expectativa do setor privado no bom
radical após o Plano Real. Em termos de crescimento, a estratégia adotada desempenho da economia e particularmente no crescimento do mercado
pelo Plano Real e o próprio ritmo de crescimento das economias mundiais interno, que foi tão duramente afetado pela instabilidade que vigorou no
são menos alvissareiros. País desde meados dos anos 80.
Em janeiro de 1999, após perder grande volume de reservas cambiais
desde a crise da Rússia de outubro de 1998, o Banco Central abandonou o
sistema de taxas cambiais fixas que podiam oscilar dentro de bandas, que
representava grande ameaça à estabilidade do país. O câmbio se desvalo-
rizou nos primeiros dois meses em quase 60% e depois recuou para desva-
lorização da ordem de 30% com relação à taxa fixa final de 1998. Os resul-
tados têm sido surpreendentemente positivos - a taxa de inflação se elevou,
mas muito menos do que todos esperavam. Os fluxos financeiros interna-
cionais se recompuseram também muito rapidamente. E a recessão proje-
tada em decorrência da desvalorização é menor do que todos temiam. A
economia brasileira ficou livre de um obstáculo que impedia
as exportações e os investimentos na produção de exportáveis e de impor-
táveis, e que preocupava a todos os analistas, sem comprometer a estabili-
dade do valor da moeda e a saúde do sistema financeiro.
Para o longo prazo, o crescimento da economia depende, a partir de
A administração que assumiu o governo federal em 1995, com o presi- agora, do desempenho dos diversos setores da economia. O País possui
dente Fernando Henrique Cardoso, tem como objetivo principal aprovar no um dos parques industriais mais diversificados e completos da América
Congresso Nacional um grande conjunto de reformas da Constituição Latina e mesmo de todo o Hemisfério Sul, e, portanto, tem um grande
Federal de 1988. O objetivo é preparar e adaptar a Constituição brasileira potencial de crescimento quando se considera a experiência, a cultura
para as características atuais da economia mundial: a grande mobilidade empresarial e o tamanho do mercado.
de capital, o rápido crescimento dos investimentos no estrangeiro, a desre- Em relação à agricultura, o mesmo tipo de observação é possível. Esta
gulamentação de mercados e, particularmente, a flexibilização das regras conseguiu ocupar áreas de solo consideradas improdutivas no passado -
de contratação de mão-de-obra. Entre as reformas destaca-se o fim do os cerrados - pelo aprimoramento de variedades desenvolvidas em labora-
monopólio em áreas como a do petróleo e a de telecomunicações. tórios nacionais, especialmente adaptadas à região. E ainda, mostrou
O atual governo foi extremamente rápido e eficaz na estratégia de pri- dinamismo e iniciativa ao introduzir novos produtos, co-
vatização. Todo o setor siderúrgico nacional passou para as mãos da mo soja, açúcar, laranja e outras frutas, além de novas variedades de café,
iniciativa privada, assim como o setor petroquímico e o de fertilizantes. O o produto tradicional do país. A agricultura brasileira, no que toca a produti-
setor de energia elétrica ,na área de distribuição e geração regional, foi vidade e flexibilidade, é de elevada qualidade, sendo liderada por agriculto-
privatizado completamente, restando agora a privatização das grandes res e empresários muito diferentes do estereótipo do velho coronel que
produtoras de energia, como Furnas, as usinas da CESP, estadual, e as caracterizava a agricultura brasileira na primeira metade do século XX.
Centrais Hidroelétricas de São Francisco, entre os nomes mais representa- Entretanto, a reforma agrária continua a ser um problema importante
tivos. Todo o setor de telecomunicações - a Telebrás e as várias empresas quando se considera a distribuição de renda, a concentrada distribuição da
telefônicas estaduais, tanto as fixas como as de telefonia móvel - foi privati- propriedade da terra e o crescimento exagerado das grandes cidades

Conhecimentos Gerais 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
brasileiras. O Movimento dos Sem Terra agrega grande contingente de Enfim, no dia a dia o jovem tem uma ligação muito íntima com a tecno-
trabalhadores rurais e desempregados que ameaça a propriedade rural e logia cada vez mais rápida e mais acessível. Este dinamismo da informação
parece não se contentar com a desapropriação e distribuição, catalisando o passou a fazer parte da cultura desta nova geração.
descontentamento de importante parcela da população brasileira em rela-
ção ao estilo de crescimento. O neuro-lingüista Lair Ribeiro (2) afirma que no mundo atual, o homem,
para manter-se atualizado, necessita ler pelo menos quatro obras especia-
A questão mais relevante no longo prazo se refere aos resultados es- lizadas em sua área por mês e que a quantidade de informação cresce a
perados do novo modelo mundial de crescimento. A se aplicarem no Brasil, uma proporção tal que a cada quatro anos dobra-se a quantidade de obras
os resultados observados na economia mundial desde o início dos anos 80 que necessitam ser lidas. Fazendo uma projeção, teremos que em doze
indicam que o novo modelo tem gerado economias com baixa taxa de anos, o profissional deverá ler pelo menos trinta e duas obras de sua área
inflação por um lado, mas, por outro, com baixo ritmo de crescimento e para manter-se atualizado.
elevado nível de desemprego.
No processo normal, o escrito, de difusão da informação, o homem terá
Para países como o Brasil, que, de partida, tem elevado nível de de- que passar o dia todo desde a hora que levanta até a hora de dormir lendo,
semprego estrutural, distribuição de renda concentrada, baixo nível deesco- acumulando informação, porém sem ter tempo para aplicar seus conheci-
larização e renda média baixa, a expectativa de repetição deste padrão de mentos acumulados.
desempenho (inflação baixa e desemprego elevado) representa uma ame-
aça séria. Mais do que isso, é alternativa inviável, quer econômica ou Nesta teoria percebe-se que o formato de transmissão da informação
politicamente. também precisa evoluir. Evoluir na especialização e fragmentação cada vez
maior das áreas e evoluir no processo de difusão da informação.
Este é o verdadeiro desafio a ser enfrentado no Brasil - e se agrava
quando lembramos que o país estará, como não poderá deixar de ser, A fragmentação das especializações já vem ocorrendo em praticamen-
fortemente inserido nos mercados financeiros internacionais. Não existem te todas as áreas. A medicina é um exemplo bem conhecido.
alternativas de políticas disponíveis, a não ser grandes investimentos na Porém a evolução do processo de difusão da informação não vem o-
área social e investimentos públicos em infra-estrutura e tecnologia. correndo nas escolas. Continua-se utilizando o mesmo processo de quando
O forte desequilíbrio financeiro do setor público brasileiro, decorrente nem existiam rádio e TV.
da estratégia de política de câmbio fixo e juros altos, impede que estes Com tudo isso, o estudante tendo em sua vida cotidiana a agilidade em
investimentos sejam realizados em volume e tempo necessários para que o todos os aspectos, quando chega na sala de aula há um choque: dá a
longo prazo possa ser apresentado como alvissareiro. Por outro lado, impressão que atravessou um túnel do tempo entrando em um mundo onde
diferentemente de outros países, a nova vida e organização política do a realidade não evoluiu.
país, com ampla liberdade de expressão e representação política, anulam o 1 - Revista especializada Meio & Mensagem
risco da existência de bolsões de insatisfação ou revolta que a difícil situa- 2 - RIBEIRO, Lair. O sucesso não ocorre por acaso.
ção social do país poderia sugerir.
Talvez esta seja a característica mais positiva e promissora do Brasil. http://www.willians.pro.br/didatico/Cap1_3.htm
Um país de herança ibérica e cultura autoritária, com passado de grande Cotidiano Brasileiro
instabilidade política, que apresenta como aspirações mais importantes a
prosperidade e a liberdade. Estas características permitem concluir que a Farpa XXI
sociedade brasileira, assim como sua economia, passa por um período de
grandes transformações, que são ao mesmo tempo promissoras e difíceis Um desempregado sai pra procurar um trampo
de serem realizadas. Pra ele poder sustentar a sua família e se dignizar,
Mas num tem trampo não!
O cotidiano brasileiro. E qual é a solução?

O cotidiano da geração atual Ele corre pro bar pra se embriagar,


Esquecer a vida, começar a matutar a sua desgraça
A televisão tem presença marcante na vida do jovem atual. Segundo as Que tá prestes a chegar na porra de uma "parada"
pesquisas sobre o tempo dedicado à televisão (1) o brasileiro consome em Que ele há de vacilar.
média quatro horas diárias frente a um aparelho receptor de televisão.
Cotidiano brasileiro! Cotidiano brasileiro!
O computador é outro equipamento que já faz parte do dia a dia do jo- Cotidiano! Cotidiano! Cotidiano! Cotidiano!
vem. Desde seu surgimento, o computador passou a ter uma vida conjunta
com todas as áreas profissionais, de laser e de informação. Um desempregado sai pra procurar um trampo
Pra ele poder sustentar a sua família e se dignizar,
A criança tem seu primeiro contato com o computador à partir do vídeo- Mas num tem trampo não!
game. Jogos cada vez mais complexos vem dominando o interesse infantil. E qual é a solução?
Ao acompanhar as compras em supermercados, o adolescente se vê
diante de um terminal que ao ler o código de barras já informa o produto, Ele corre pro bar pra se embriagar,
seu preço e sua validade com muita agilidade. Esquecer a vida, começar a matutar a sua desgraça
Que tá prestes a chegar na porra de uma "parada"
Junto com seu pai, vê a agilidade de um saque bancário em um termi- Que ele há de vacilar.
nal remoto ou as informações de movimentações financeiras no próprio
computador doméstico, utilizando-se de um modem e uma linha telefônica. Cotidiano brasileiro! Cotidiano brasileiro!
Cotidiano! Cotidiano! Cotidiano! Cotidiano!
Quando necessita uma pesquisa, prefere consultar um CD-ROM em
sistema multimídia, onde as respostas chegam muito mais rápidas do que Esse é o cotidiano de muitos brasileiros,
ficar revirando folhas e mais folhas de um livro ou atlas. Por falta de opção vão ao desespero.
Na busca de uma tradução, ou simplesmente querendo o significado de
um verbete, prefere-se digitar a palavra em um dicionário eletrônico do que TESTES DE HISTÓRIA DO BRASIL
procurar alfabeticamente nas folhas de um dicionário tradicional.
No trabalho, o jovem prefere procurar o CEP, Código de Endereçamen- PROVA SIMULADA I
to Postal, de um cliente utilizando-se do micro computador, do que revirar o
longo livro fornecido pelos correios. Exercícios sobre brasil contemporâneo

Conhecimentos Gerais 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) municipalismo
Questões: d) tenentismo
e) federalismo
01. (MACKENZIE) O governo Juscelino Kubitschek foi responsável:

a) pela eliminação das disparidades regionais; 08. Em 06 de janeiro de 1963, realizou-se o plebiscito que reuniu os votos
b) pela queda da inflação e da dívida externa; de mais de 12 milhões de cidadãos. Após o resultado do plebiscito, Goulart
c) por uma política nacionalista e de rejeição ao capital estrangeiro; assumiu plenamente o poder presidencial. Que questão foi discutida no
d) pela entrada maciça de capitais estrangeiros e a internacionalização de plebiscito acima citado?
nossa economia;
e) por práticas antidemocráticas como a violenta repressão às rebeliões de a) A validade da eleição de João Goulart.
Jacareacanga e Aragarças; b) A implementação das reformas de base por Jango.
c) O sistema de governo (presidencialista X parlamentarista).
d) A renúncia do presidente Jânio Quadros.
02. Quais os partidos políticos que dominaram a vida parlamentar brasileira e) A Lei de Remessa de Lucros, reforma urbana e tributária.
durante o período democrático de 1946 e 1964?

a) PTB, UDN e PCB 09. (UNIFENAS) Os governos de 1964 e 1968 caracterizaram-se por:
b) PL, UDN e PSD
c) PDS, MDB e PCB a) pluripartidarismo e Lei de Segurança Nacional;
d) PSB, UDN e PTB b) bipartidarismo e balança comercial positiva;
e) PSD, UDN e PTB c) aumento do setor tecnoburocrático e uma crescente participação do
Estado na economia;
d) reforma constitucional e um crescimento das pequenas e médias empre-
03. (UFS) No Governo de Juscelino Kubitschek, a base do seu programa sas;
administrativo era constituído do trinômio: e) anistia política e uma melhor distribuição de renda.

a) saúde, habitação e educação;


b) estradas, energia e transporte; 10. (UNESP) Leia os seguintes versos:
c) indústria, exportação e importação;
d) agricultura, pecuária e reforma agrária; Sobre a cabeça os aviões
e) comércio, sistema viário e poupança. sob os meus pés os caminhões
aponta contra os chapadões
meu nariz
04. (UNIP) O projeto nacional desenvolvimentista implicou a substituição
das importações e foi implementado, principalmente, no governo do presi- Eu organizo o movimento
dente: eu oriento o carnaval
eu imagino o monumento
a) Juscelino Kubitschek no planalto central
b) Jânio Quadros do país
c) General Emílio Médici
d) Marechal Costa e Silva Esses são versos iniciais da canção de Caetano Veloso que constituiu a
e) General Eurico Dutra. matriz estética de um movimento musical do final da década de 60, de curta
duração, em que, segundo estudiosos, "a preocupação política foi desloca-
da da área da revolução social para o eixo da rebeldia, da intervenção
05. (UFPA) A crise gerada pela renúncia do presidente Jânio Quadros foi localizada, da política concebida enquanto problemática cotidiana ligada à
temporariamente controlada em 1961 através: vida, ao corpo, ao desejo, à cultura em sentido amplo". (Heloisa Buarque de
Holanda e Marcos A. Gonçalves, Cultura e participação nos anos 60)
a) das reformas de base com vistas à modernização do País;
b) do Ato Institucional número 5 e o fechamento total do regime; Esse movimento musical é conhecido como:
c) da emenda parlamentarista, que possibilitou a posse do presidente João
Goulart, conciliando setores em confronto; a) Bossa Nova
d) do Golpe Militar, provocando a queda do governo Goulart; b) Concretismo
e) da convocação de novas eleições, desfazendo o clima de acirramento da c) Primitivismo
oposição entre esquerda e direita. d) Antropofagias
e) Tropicalismo

06. O Parlamentarismo funcionou nas seguintes épocas no Brasil:


Resolução:
a) No governo de D. Pedro II e no governo de João Goulart. 01. D
b) No primeiro Império - Governo de D. Pedro II. 02. E
c) No governo de Getúlio Vargas após 1937. 03. B
d) Logo após a Proclamação da República. 04. A
e) Nos primeiros três anos da Ditadura Militar iniciada em 1964. 05. C
06. A
07. A
07. (UFS) No Brasil, os anos de 1954 com o suicídio de Vargas, 1961 com 08. C
a renúncia de Jânio e 1964 com a deposição de Jango, são datas que 09. C
marcam os momentos críticos do: 10. E

a) populismo
b) parlamentarismo

Conhecimentos Gerais 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
PROVA SIMULADA II III. O grupo mineiro do “Jardim da Infância” representou, no governo Afonso
Pena, a reação ao “Bloco” de Pinheiro Machado.
Exercícios sobre a república velha
Questões:
06. (PUC) A Rebelião de Canudos foi fruto:
Nas questões de 01 a 05 utilize o código abaixo:
a) Do fanatismo religioso de populares sem condições econômicas de
subsistência;
a) I, II e III são corretas
b) Do desejo de restaurar a monarquia portuguesa no Brasil;
b) I, II e III são incorretas
c) Da conspiração de grupos conservadores;
c) I e II são corretas
d) Da organização de grupos de jagunços no sertão;
d) I e III são corretas
e) n.d.a.
e) II e III são corretas

01. (UFGO)
07. (FMU) Rui Barbosa teve atuação destacada como ministro da Fazenda
do Governo Provisório. Entre as medidas que implantou salienta-se:
I. A suspensão dos alvarás que proibiam as manufaturas no Brasil permitiu
que o país tivesse um considerável desenvolvimento industrial.
a) Ampliação do crédito à lavoura, com indenização aos donos de escra-
vos, em conseqüência da abolição;
II. A pequena dimensão do mercado interno brasileiro e o baixo poder
b) Reforma do sistema de crédito, com incentivo ao setor industrial;
aquisitivo da população foi fatores que tolheram o desenvolvimento indus-
c) Política tarifária, estimulando a importação de bens de consumo interno;
trial brasileiro.
d) Organização da legislação de sociedades anônimas, visando atrair
investimentos estrangeiros no setor industrial.
III. O grande momento no processo industrial brasileiro foi a II Guerra
Mundial, quando se instaurou um sistema que significava mudança na
estrutura da economia, principalmente em seu aspecto qualitativo.
08. (PUC) A base da economia brasileira durante a Primeira República foi o
café e isto se deveu:
02. (MACK)
a) À mudança de regime político, à liberdade de ação dada aos proprietá-
rios pela Constituição e aos assalariados italianos;
I. As facções liberal e realista da época da independência brasileira concili-
aram suas divergências para organizar e manter a unidade política do país.
b) Ao incentivo dado aos plantadores de café, á aceitação do nosso produto
pela Inglaterra e à libertação dos escravos;
II. Segundo alguns historiadores, Deodoro e Floriano desempenharam
papel de simples substitutos do Poder Moderador, na mesma tradição
c) À decadência da industrialização, à Guerra de Secessão dos Estados
centralizadora do Império, sem alterar as estruturas do país.
Unidos e à decadência da mineração;
III. Os ressentimentos dos oficiais com a chamada Questão Militar, de 1884
d) À qualidade das terras, ao clima favorável, à imigração européia e à
– 1885, foram capitalizados em prol da causa republicana.
aceitação do nosso produto no mercado externo.

e) n.d.a.
03. (UnB)

I. A principal característica da economia brasileira, segundo Celso Furtado,


09. (PUC) O tenentismo constituiu um dos elementos básicos:
na primeira metade do século XX, é a emergência de um sistema cujo
principal centro dinâmico é o mercado interno.
a) Da revolução brasileira de 1930;
b) Da guerra contra Rosas e Oribe;
II. Ao desenvolvimento industrial brasileiro que sucede à prosperidade
c) Da guerra do Paraguai;
cafeeira, corresponde uma acentuada concentração regional de renda.
d) Da Questão Militar do II Reinado;
e) n.d.a.
III. A integração do Nordeste à economia industrializada obedece a um
planejamento prioritário que se iniciou no governo Vargas.
10. (FACULDADES OBJETIVO) A partir da Revolução de 1930, desenvol-
veu-se definitivamente um novo setor na economia brasileira:
04. (PUCC)
I. A crescente procura de áreas favoráveis ao cultivo do café contribuiu para
a) café
o povoamento da costa paulistana, em princípios do século XX.
b) indústria urbana
c) indústria do açúcar
II. O excesso de produção cafeeira agravou os problemas financeiros da
d) exportação
República Velha.
e) n.d.a.
III. A decadência do café nas regiões do Vale do Paraíba se iniciou a partir
Resolução:
da queda da Bolsa em 1929.
01. E
02. A
03. C
05. (FUVEST)
04. C
I. O debate sucessório de 1910 se caracterizou pela reação às “candidatu-
05. A
ras oficiais”.
06. A
07. B
II. As dissensões entre os grupos militares e oligarquia tradicional, que
08. D
apoiaram a candidatura Hermes da Fonseca, culminaram na intranqüilidade
09. A
política que caracterizou seu quadriênio.
10. B

Conhecimentos Gerais 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

PROVA SIMULADA III 06. (FGV) "Redescobrir e revolucionar é também o lema do Verde-
Amarelismo, que, antes de organizar-se no movimento Anta (Cassiano
Ricardo, Menotti del Picchia, Plínio Salgado) e materializar-se no ideário
Exercícios sobre revolução de 1930 - era vargas 'curupira', passa pela xenofobia espingardeira da Revista Brasília."
Questões:
01. (FUVEST) O Brasil recuperou-se de forma relativamente rápida dos O texto acima fala de um movimento literário do Brasil dos anos 30, que
efeitos da Crise de 1929 porque: tem correspondência político-ideológica com:
a) o governo de Getúlio Vargas promoveu medidas de incentivo econômico, a) o Integralismo
com empréstimos obtidos no Exterior; b) o Marxismo-lenilismo
b) o País, não tendo uma economia capitalista desenvolvida, ficou menos c) o Anarco-sindicalismo
sujeito aos efeitos da crise; d) o Socialismo Utópico
c) houve redução do consumo de bens e, com isso foi possível equilibrar as e) a Maçonaria
finanças públicas;
d) acordos internacionais, fixando um preço mínimo para o café, facilitaram
a retomada da economia; 07. (UFRJ) A expressão Estado Novo foi empregada para identificar um
e) um efeito combinado positivo resultou da diversificação das exportações fato histórico a partir do momento em que:
e do crescimento industrial.
a) entrou em vigor a terceira Constituição brasileira, a de 1934;
b) foram reunidos num só os Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara;
02. (FUVEST) A política cultural do Estado Novo com relação aos intelectu- c) Getúlio Vargas outorgou ao País a Carta de 1937, que lhe conferia
ais caracterizou-se: plenos poderes;
d) assumiu a Presidência da república, Jânio Quadros;
a) pela repressão indiscriminada, por serem os intelectuais considerados e) assumiu a Presidência da República, João Goulart.
adversários de regimes ditatoriais;

b) por um clima de ampla liberdade pois o governo cortejava os intelectuais 08. (MACKENZIE) Sobre o Estado Novo, é falso afirmar que:
para obter apoio ao seu projetonacional;
a) DIP, DASP e Polícia Secreta constituíram órgãos de sustentação do
c) pela indiferença, pois os intelectuais não tinham expressão e o governo regime;
se baseava nas forças militares; b) a centralização política e a indefinição ideológica identificaram esta fase;
c) a legislação trabalhista garantia o direito de greve e autonomia sindical,
d) pelo desinteresse com relação aos intelectuais, pois o governo se apoia- mantendo o Estado afastado das relações capital e trabalho;
va nos trabalhadores sindicalizados; d) o crescimento industrial se fez em parte graças à concentração de renda,
baixos salários e desemprego;
e) por uma política seletiva através da qual só os adversários frontais do e) as oligarquias apoiavam o governo já que este garantia a grande propri-
regime foram reprimidos. edade e não estendia às leis trabalhistas ao campo.

03. A Era Vargas (1930 - 1945) apresentou: 09. (FUVEST) O período entre as duas guerras mundiais (1919 - 1939), foi
marcado por:
a) O abandono definitivo da política de proteção ao café.
b) A crescente centralização político-administrativa. a) crise do capitalismo, do liberalismo e da democracia e polarização ideo-
c) Um respeito aos princípios democráticos, em toda sua duração. lógica entre fascismo e comunismo;
d) Um leve "surto industrial", resultante da conjuntura da Grande Guerra
(1914 - 1918). b) sucesso do capitalismo, do liberalismo e da democracia e coexistência
e) Um caráter extremamente ditatorial, em todas as suas três fases. fraterna entre o fascismo e o comunismo;

c) estagnação das economias socialista e capitalista e aliança entre os EUA


04. A Europa dos anos 30 conheceu os extremismos resultantes do con- e a URSS para deter o avanço fascista na Europa;
fronto ideológico entre os totalitarismos de esquerda e de direita. Eram
representantes de direita (nazi-fascismo), no Brasil: d) prosperidade das economias capitalista e socialista e aparecimento da
guerra fria entre os EUA e a URSS;
a) os aliancistas, reunidos em torno da Aliança Nacional Libertadora;
b) os "camisas-verdes" liderados por Luís Carlos Prestes; e) a coexistência pacífica entre os blocos americano e soviético e surgimen-
c) os tenentes, que após a Revolução de 1930, tornaram-se defensores do to do capitalismo monopolista.
Estado Fascista;
d) os integralistas, sob a liderança de Plínio Salgado, sonhavam com um
Estado Totalitário; 10. Após a queda de Getúlio Vargas (29/10/1945) é eleito Eurico Gaspar
e) os getulistas, adeptos de um Estado Forte, sob a liderança de Vargas. Dutra e no primeiro ano de seu governo é concluída a:

a) Reforma Partidária;
05. Recuperação da autonomia, reconstitucionalização do País e nomea- b) Pacificação interna dos Estados;
ção de um interventor civil e paulista foram reivindicações que marcaram: c) Emenda Constitucional que consolida a Constituição de 1934;
d) Democratização do País;
a) o movimento tenentista da década de 1920; e) Constituição, a quinta do Brasil e a quarta da República, em setembro de
b) a reação da oligarquia paulista na Revolução de 1932; 1946.
c) as manifestações integralistas nos anos 30;
d) as intentonas comunistas de 1935;
e) as rebeliões promovidas pela ANL entre 1934 e 1937. Resolução:
01. E

Conhecimentos Gerais 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
02. E Adicional de 1834 um alento de abertura e um ensaio de um regime menos
03. B centralizado. Para os monarquistas conservadores, a Regência foi uma
04. D “verdadeira” República, que mostrou sua ineficiência. Tal período é caracte-
05. B rizado como sendo de crise.
06. A
07. C Segundo o texto, pode-se dizer que a crise ocorreu porque:
08. C
09. A a) a descentralização de um desejo antigo dos conservadores;
10. E b) a centralização “encarnava” bem o espírito republicano;
c) a partilha do poder não se coadunava com o espírito republicano;
PROVA SIMULADA IV d) a descentralização provocou a reação dos meios conservadores;
e) a descentralização se opunha aos princípios liberais.

Exercícios sobre organização do estado nacional


Questões: 05. (UECE)
O período regencial foi um dos mais agitados na história política do país e
01. (VUNESP) Leia o texto e responda. também um dos mais importantes. Naqueles anos, esteve em jogo a unida-
de territorial do Brasil, e o centro do debate político foi dominado pelos
Na década de 1820, a maioria dos países latino-americano obtém a Inde- temas da centralização ou descentralização do poder, do grau de autono-
pendência política. A emancipação política foi, antes de mais nada, resulta- mia das províncias da organização das Forças Armadas.
do da ação dos “crioulos”. Em 1824, referindo-se a Independência, Lord
Cannig – ministro das relações exteriores da Inglaterra – afirmou: “A Améri- (FAUSTO, Boris. História do Brasil, 2ª ed. São Paulo: EDUSP, 1995. p.
ca Espanhola é livre, se nós não planejarmos mal nossos interesses, ela é 161)
inglesa”.
Sobre as várias revoltas nas províncias durante o período de Regência,
a) Identifique os “crioulos”. podemos afirmar corretamente que:
b) Justifique a afirmação de Cannig.
a) eram levantes republicanos em sua maioria, que conseguiam sempre
empolgar a população pobre e os escravos;
02. (INUCAMP) Durante o processo de Independência da América Latina,
diferentes significados foram atribuídos à idéia de liberdade. Explique o b) a principal delas foi a Revolução Farroupilha, acontecida nas províncias
significado da liberdade para: do Nordeste, que pretendia o retorno do imperador D. Pedro I;

a) Simón Bolívar, um dos líderes da América Espanhola. c) podem ser vistas como respostas à política centralizadora do Império,
b) Toussaint Louverture e Dessalines, líderes da Independência do Haiti. que restringia a autonomia financeira e administrativa das províncias;
c) Pedro I, imperador do Brasil.
d) em sua maioria, eram revoltas lideradas pelos grandes proprietários de
terras e exigiam uma posição mais forte e centralizadora do governo impe-
03. (UFES) rial;
Confederação do Equador: Manifesto Revolucionário
e) apenas a Sabinada teve caráter republicano e separatista.
Brasileiros do Norte! Pedro de Alcântara, filho de D. João VI, rei de Portu-
gal, a quem vós, após uma estúpida condescendência com os brasileiros
do Sul, aclamastes vosso imperador, quer descaradamente escravizar-vos. 06. (PUC-SP)
Que desaforo atrevimento de um europeu no Brasil. Acaso pensara esse A enorme visibilidade do poder era sem dúvida em parte devida à própria
estrangeiro ingrato e sem costumes que tem algum direito à Coroa, por Monarquia com suas pompas, seus rituais, com o carisma da figura real.
descender da casa de Bragança na Europa, de quem já fomos independen- Mas era também fruto da centralização política do Estado. Havia quase
tes de fato e de direito? Não há delírio igual (...). unanimidade de opinião sobre o poder do Estado como sendo excessivo e
(BRANDÃO, Ulysses de Carvalho. A Confederação do Equador, Pernam- opressor ou, pelo menos, inibidor da iniciativa pessoal, da liberdade indivi-
buco: Publicações Oficiais, 1924) dual. Mas (...) este poder era em boa parte ilusório. A burocracia do Estado
era macrocefálica: tinha cabeça grande mais braços muito curtos. Agigan-
A causa da Confederação do Equador foi a: tava-se na Corte mas não alcançava as municipalidades e mal atingia as
províncias. (...) Daí a observação de que, apesar de suas limitações no que
a) extinção do Poder Legislativo pela Constituição de 1824 e sua substitui- se referia à formulação e implementação de políticas, o governo passava a
ção pelo Poder Moderador; imagem do todo-poderoso, era visto como responsável por todo o bem e
todo o mal do Império. (Carvalho, J. Murilo de. Teatro de Sombras. Rio de
b) mudança do sistema eleitoral na Constituição de 1824, que vedava aos Janeiro, IUPERJ/ Vértice, 1988)
brasileiros o direito de se candidatar ao Parlamento, o que só era possível
aos portugueses; O fragmento acima se refere ao Segundo Império brasileiro, controlado por
D. Pedro II e ocorrido entre 1840 e 1889 do ponto de vista político, o Se-
c) atitude absolutista de D. Pedro I, ao dissolver a Constituinte de 1823 e gundo Império pode ser representado como:
outorgar uma Constituição que conferia amplos poderes ao imperador;
a) palco de enfrentamento entre liberais e conservadores que, partindo de
d) liberação do sistema de mão-de-obra nas disposições constitucionais, princípios políticos e ideológicos opostos, questionaram, com igual violên-
por pressão do grupo português, que já não detinha o controle das grandes cia, essa aparente centralização indicada na citação acima e se uniram no
fazendas e da produção do açúcar; golpe da maioridade;

e) restrição às vantagens do comércio do açúcar pelo reforço do monopólio b) jogo de aparências, em que a situação política do imperador conheceu
português e aumento dos tributos contidos na Carta Constitucional. as mudanças e os momentos de indefinição acima referidos – refletindo as
próprias oscilações e incertezas dos setores sociais hegemônicos -, como
bem exemplificado na questão da abolição;
04. (CESGRANRIO) O período regencial que se iniciou em 1831teve no Ato

Conhecimentos Gerais 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) cenário de várias revoltas de caráter regionalista – entre elas a Farroupi- independente. No entanto, os principais líderes defendiam o federalismo. O
lha e a Cabanagem – devido a incapacidade do governo imperial controlar, movimento encerrou-se apenas no Segundo Reinado e teve como desfe-
conforme mencionado na citação, as províncias e regiões mais distantes da cho:
capital;
a) a violenta repressão promovida pelo Barão de Caxias, nomeado presi-
d) universo de plena difusão de idéias liberais, o que implicou uma aceita- dente da província em 1842, que deportou os principais líderes do movi-
ção por parte do imperador da diminuição de seus poderes, conformando a mento;
situação apontada na citação e oferecendo condições para a aceitação da
República; b) a intervenção inglesa, uma vez que a guerra prejudicava diretamente
seus interesses comerciais na Bahia do Prata;
e) teatro para a plena manifestação do Poder Moderador que, desde a
constituição de 1824, permitia amplas possibilidades de intervenção política c) a diminuição dos impostos, o fortalecimento da Assembléia local e a
para o imperador – daí a idéia de centralização da citação – e que foi anistia dos revoltosos, que se seguiram à repressão;
usado, no Segundo Reinado, para encerrar os conflitos entre liberais e
socialistas. d) a vitória das tropas gaúchas, fazendo com que o imperador fosse força-
do a proibir a importação do charque argentino;

07. O movimento de Independência do Brasil foi pacífico, conduzido pela e) a desarticulação do movimento, devido às rebeliões de escravos contra
elite e manteve a unidade territorial, não havendo ruptura do processo os estancieiros, que voltaram suas forças para resolver essa questão
histórico. regional.
Na província do Grão-Pará, mesmo antes da Independência, já se tinha
notícia de lutas entre a população e os representantes da Junta Governati- Resolução:
va (...) em 1823 o povo invadiu o palácio do governador, proclamou a
Independência e entregou o poder provincial aos líderes populares. 01. a) Filhos de espanhóis nascidos na América.
b) Trata-se do interesse inglês na Independência política da América
a) Compare os dois textos. Espanhola.
b) Em qual outra província houve radicalização popular?
02. a) Independência do Império espanhol e do capitalismo inglês.
b) Independência política e econômica do Haiti e libertação dos escra-
08. Do ponto de vista político, podemos considerar o Primeiro Reinado vos.
como: c) Separação do Brasil em relação a Portugal diante das teses recoloni-
alistas das Cortes de Lisboa.
a) um período de consolidação do Estado Nacional em que o imperador, 03. C
apoiado pela elite agrária, implantou modernas instituições políticas no 04. D
Brasil; 05. C
06. B
b) um período de transição em que os grupos sociais progressistas, ligados 07. a) Ambos retratam a Independência do Brasil; o primeiro apresenta a
à elite agrária, conservaram-se no poder; visão tradicional do movimento, enquanto o segundo destaca a participação
de setores populares, de acordo com seus interesses.
c) um período de perfeito equilíbrio entre as forças sociais progressistas,
ligados à elite agrária, conservaram-se no poder; b) Na Bahia, onde a população de Salvador cercou a cidade tentando
expulsar o brigadeiro Madeira de Melo e os portugueses contrários à Inde-
d) um período de transição em que o imperador, apoiado nas forças portu- pendência.
guesas, se manteve no poder; 08. D
09. E
e) um período de transição em que as forças progressistas, apoiadas por 10. C
Pedro I, esmagaram todos os resquícios da reação portuguesa.

PROVA SIMULADA V
09. Sobre o Período Regencial, que vigorou no Brasil de 1831 a 1840,
sabemos que:
Exercícios sobre movimento da independência
a) sua origem remonta ao crescente antagonismo entre a Câmara dos
Deputados e o imperador, reflexo de profundas contradições sociais; Questões:
01. (UFAL) Entre as causas políticas imediatas da eclosão das lutas pela
b) a aprovação do Ato Adicional mostra que a centralização prevaleceu independência das colônias espanholas da América, pode-se apontar:
sobre a descentralização, como tendência político administrativa nesse
período; a) a derrota de Napoleão Bonaparte na Batalha de Waterloo;
b) a formação da Santa Aliança;
c) o falecimento de D. Pedro I e a eclosão de revoltas fortaleceram os c) a imposição de José Bonaparte no trono espanhol;
partidários do regresso, que chegaram ao poder com a eleição do Padre d) as decisões do Congresso de Viena;
Feijó; e) a invasão de Napoleão Bonaparte a Portugal e a coroação de D. João VI
no Brasil.
d) os regentes unos, Feijó e Araújo Lima, são eleitos com pleito nacional,
repudiando-se a idéia de eleição do Parlamento;
02. A independência do Brasil e das colônias espanholas na América
e) as tendências liberal e conservadora, que marcaram a história política do tiveram como elemento comum:
Segundo Reinado, nasceram nesse período.
a) as propostas de eliminação do regime escravista imposto pela metrópole;
b) o caráter pacífico, uma vez que não ocorreu a fragmentação política do
10. A mais longa das revoltas brasileiras do período regencial foi a Revolu- antigo bloco colonial ibérico;
ção Farroupilha (1835- 1845), na qual se chegou a proclamar a República c) os efeitos do expansionismo napoleônico, responsável direto pelo rom-

Conhecimentos Gerais 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pimento dos laços coloniais; c) foi um processo revolucionário, pois contou com intensa participação
d) o objetivo de manter o livre-comércio, como um primeiro passo para popular;
desenvolver a industrialização na América; d) o liberalismo defendido pela aristocracia rural apoiava a emancipação
e) a efetiva participação popular, uma vez que as lideranças políticas colo- dos escravos;
niais defendiam a criação de Estados democráticos na América. e) resultou do receio de D. Pedro I de perder o poder, aliado ao seu nacio-
nalismo.

03. (MACKENZIE) O processo de independência do Brasil caracterizou-se


por: 08. A Independência do Brasil:

a) ser conduzido pela classe dominante que manteve o governo monárqui- a) rompeu o processo histórico;
co como garantia de seus privilégios; b) adaptou a estrutura política do país às conveniências da aristocracia
b) ter uma ideologia democrática e reformista, alterando o quadro social rural;
imediatamente após a independência; c) acelerou o processo de modernização econômica;
c) evitas a dependência dos mercados internacionais, criando uma econo- d) representou um sério golpe na economia escravista;
mia autônoma; e) representou um retrocesso político, devido à forma monárquica de go-
d) grande participação popular, fundamental na prolongada guerra contra verno adotada.
as tropas metropolitanas;
e) promover um governo liberal e descentralizado através da Constituição
de 1824. 09. O príncipe D. Pedro, na Independência do Brasil, foi:

a) essencial, pois sem ele não ocorreria a independência;


04. A maior razão brasileira para romper os laços com Portugal era: b) figura de fachada, totalmente submisso aos desejos de José Bonifácio;
c) mediador, minimizando os antagonismos entre Brasil e Portugal;
a) evitar a fragmentação do país, abalado por revoluções anteriores; d) manipulado pela aristocracia rural, objetivando realizar a independência
b) garantir a liberdade de comércio, ameaçada pela política de recoloniza- com a manutenção da unidade popular;
ção das Cortes de Lisboa; e) totalmente independente, tomando para si liderança do processo, dando
c) substituir a estrutura colonial de produção e desenvolver o mercado à independência um caráter revolucionário.
interno;
d) aproximar o país das repúblicas platinas e combater a Santa Aliança;
e) integrar as camadas populares ao processo político e econômico. 10. O processo de emancipação política brasileiro:

a) tendeu a seguir o exemplo da América Espanhola, quer dizer, da Inde-


05. A respeito da independência do Brasil, pode-se afirmar que: pendência da Bolívia, Venezuela e Peru;
b) contou com grande participação popular, principalmente de negros e
a) consubstanciou os ideais propostos na Confederação do Equador; mulatos do Nordeste, que viviam maior opressão;
b) instituiu a monarquia como forma de governo, a partir de um amplo c) marginalizou os elementos populares, e manteve as estruturas sociais e
movimento popular; econômicas do período colonial;
c) propôs, a partir das idéias liberais das elites políticas, a extinção do d) foi completado com o grito do Ipiranga, em 7 de setembro, com a decisi-
tráfico de escravos, contrariando os interesses da Inglaterra; va participação de D. Pedro;
d) provocou, a partir da Constituição de 1824, profundas transformações e) somente foi consolidado após um ano de guerra contra Portugal, uma
nas estruturas econômicas e sociais do País; vez que a Metrópole não aceitou a ruptura.
e) implicou na adoção da forma monárquica de governo e preservou os
interesses básicos dos proprietários de terras e de escravos. Resolução:
01. C
02. C
06. (UCSAL) 03. A
04. B
I. Aparecimento do capitalismo industrial em substituição ao antigo e deca- 05. E
dente capitalismo comercial. 06. D
07. A
II. Tradução em dois planos do processo capitalista: abertura das áreas 08. B
coloniais à troca internacional e eliminação do trabalho escravo. 09. D
10. C
III. Transferência da família real para o Brasil e abertura dos portos.

Os itens acima sintetizam algumas razões que respondem, no Brasil, pela:


PROVA SIMULADA VI

a) eliminação da importação Exercícios sobre governos de D. Pedro II


b) decadência da mineração Questões:
c) colonização portuguesa
d) independência política 01. (FATEC) No século XIX, a Inglaterra pressionou diversos países para
e) expansão territorial acabar com o protecionismo comercial e com a existência do trabalho
compulsório. Esta situação culminou, em 1845, com o "Bill Aberdeen".
Neste contexto o Brasil sancionou, em 1850, a "Lei Eusébio de Queirós"
07. A respeito da Independência do Brasil, é válido afirmar que: tratando:

a) foi um arranjo político que preservou a monarquia como forma de gover- a) da extinção do sistema de parceria na lavoura cafeeira;
no e também os privilégios da classe proprietária; b) da manutenção dos arrendamentos de terras;
b) as camadas senhoriais, defensoras do liberalismo político, pretendiam c) da extinção do tráfico indígena entre o norte e o sul do país;
não apenas a emancipação política, mas a alteração das estruturas eco- d) da manutenção do sistema de colonato na lavoura canavieira;
nômicas; e) da extinção do tráfico negreiro.

Conhecimentos Gerais 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

a) a proposta de Getúlio Vargas de reduzir a remessa de lucros;


02. A vida político-partidária do Segundo Reinado estava marcada pela b) o projeto da Lei dos Sexagenários, do gabinete imperial da Dantas;
disputa entre o Partido Conservador e o Partido Liberal. Os dois partidos se c) o projeto de legalizar o casamento dos homossexuais, de Marta Suplicy;
caracterizavam por, exceto: d) a proposta de dobrar o salário mínimo, de Roberto de Campos;
e) o projeto de Luís Carlos Prestes de uma "República Sindicalista".
a) defender a monarquia e a preservação do "status quo";
b) representar os interesses da mesma elite agrária;
c) possuir profundas diferenças ideológicas e de natureza social; 09. (FAZU) As estradas de ferro brasileiras, no Segundo Reinado, concen-
d) ter origem social semelhante; travam-se, sobretudo, nas regiões de produção:
e) alternarem-se no poder, com predomínio dos conservadores.
a) do fumo
b) do milho
03. (UCSAL) A Tarifa "Alves Branco", de 1844, como ficou conhecido o c) do cacau
decreto do Ministro da Fazenda, foi uma medida de caráter: d) do café
e) do feijão
a) reformista
b) monopolista
c) protecionista 10. (FESP) Assinale a alternativa que não contém uma característica refe-
d) mercantilista rente ao período do Segundo Reinado (1845 - 1889):
e) cooperativista
a) fim do tráfico negreiro;
b) elaboração da primeira Constituição brasileira;
04. (UCSAL) A introdução da mão-de-obra do imigrante na economia c) domínio do café no quadro das exportações brasileiras;
brasileira contribuiu para a: d) início da propaganda republicana;
e) participação na Guerra do Paraguai.
a) desestruturação do sistema de parceria na empresa manufatureira;
b) implantação do trabalho assalariado na agricultura alimentícia; Resolução:
c) expansão do regime de co-gestão nas indústrias alimentícias; 01. E
d) criação de uma legislação trabalhista voltada para a proteção do traba- 02. C
lho; 03. C
e) reordenação da estrutura da propriedade rural nas áreas de produção 04. B
açucareira. 05. D
06. E
07. B
05. (UBC) A Lei de Terras de 1850 garantia que no Brasil: 08. B
09. D
a) os escravos, após sua libertação, conseguissem um lote de terras para o 10. B
cultivo de subsistência;
b) os brancos pobres ficassem ligados como meeiros aos grandes proprie- PROVA SIMULADA VII
tários de terras;
c) todas as terras fossem consideradas devolutas e, portanto, colocadas à
disposição do Estado; Exercícios sobre colonização portuguesa no brasil
d) a posse de terra fosse conseguida mediante compra, excluindo as ca-
madas populares e os imigrantes europeus da possibilidade de adquiri-la. Questões:
e) n.d.a.
01. (GV) Quais as características dominantes da economia colonial brasilei-
ra?
06. (UNIFENAS) A Questão Christie refere-se a:
a) propriedade latifundiária, trabalho indígena e produção monocultura;
a) Aliança entre Brasil, Argentina e Uruguai. b) propriedades diversificadas, exportação de matérias-primas e trabalho
b) Atritos entre a Inglaterra e diversos países da América Latina. servil;
c) Aliança da Inglaterra com a Argentina contra o Brasil. c) monopólio comercial, latifúndio e trabalho escravo de índios e negros;
d) Atritos entre a Inglaterra, Argentina e Uruguai. d) pequenas vilas mercantis, monocultura de exportação e trabalho servil;
e) Atritos diplomáticos entre Inglaterra e Brasil. e) propriedade minifundiária, colônias agrícolas e trabalho escravo.

07. (UBC) Na Guerra do Paraguai (1865 - 1870), o Brasil teve como alia- 02. (FUVEST) No Brasil colonial, a escravidão caracterizou-se essencial-
dos: mente:

a) Bolívia e Peru a) por sua vinculação exclusiva ao sistema agrário exportador;


b) Uruguai e Argentina b) pelo incentivo da Igreja e da Coroa à escravidão de índios e negros;
c) Chile e Uruguai c) por estar amplamente distribuída entre a população livre, constituindo a
d) Bolívia e Argentina base econômica da sociedade;
e) n.d.a. d) por destinar os trabalhos mais penosos aos negros e mais leves aos
índios;
e) por impedir a emigração em massa de trabalhadores livres para o Brasil.
08. (FGV) "Será o suplício da Constituição, uma falta de consciência e de
escrúpulos, um verdadeiro roubo, a naturalização do comunismo, a bancar-
rota do Estado, o suicídio da Nação." 03. (FUVEST) No século XVII, contribuíram para a penetração do interior
No texto acima, o deputado brasileiro Gaspar de Silveira Martins está brasileiro:
criticando:

Conhecimentos Gerais 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar e a cultura de algodão;
b) o apresamento de indígenas e a procura de riquezas minerais; a) o surgimento de um mercado interno;
c) a necessidade de defesa e o controle aos franceses; b) a urbanização;
d) o fim do domínio espanhol e a restauração da monarquia portuguesa; c) a melhoria do nível cultural;
e) a Guerra dos Emboabas e a transferência da capital da colônia para o d) a decadência da atividade açucareira;
Rio de Janeiro. e) a maior fiscalização da Coroa sobre a Colônia.

04. (FATEC) Bandeiras eram: 09. (UCSAL) A atual configuração do território brasileiro foi definida em
suas linhas gerais, na época do marquês de Pombal, pelo Tratado de:
a) expedições de portugueses que atraíam as tribos indígenas para serem
catequizadas pelos jesuítas; a) Lisboa
b) expedições organizadas pela Coroa com o objetivo de conquistar as b) Madri
áreas litorâneas e ribeirinhas do país; c) Utrecht
c) expedições particulares que aprisionavam índios e buscavam metais e d) Tordesilhas
pedras preciosas; e) Badajós
d) movimentos catequistas liderados pelos jesuítas e que pretendiam
formar uma nação indígena cristã;
e) expedições financiadas pela Coroa cujo objetivo era exclusivamente 10. Entre as medidas pombalinas para o Brasil destacamos, exceto:
descobrir metais e pedras preciosas.
a) a expulsão dos jesuítas;
b) a transferência da capital da colônia para o Rio de Janeiro;
05. (UNIP) Após a restauração Portuguesa, ocorrida em 1640: c) a extinção do Estado do Maranhão;
d) o estabelecimento da Inquisição na Bahia;
a) as relações entre Portugal e o Brasil tornaram-se mais liberais; e) a criação do Diretório dos Índios.
b) a autonomia administrativa do Brasil foi ampliada;
c) o Pacto Colonial luso enrijeceu-se; Resolução:
d) os capitães-donatários forma substituídos pelos vice-reis; 01. C
e) a justiça colonial passou a ser exercida pelos "homens novos". 02. C
03. B
04. C
06. O organograma abaixo foi instituído: 05. C
06. B
A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL APÓS A RESTAURAÇÃO 07. D
08. D
09. B
10. D

PROVA SIMULADA VIII

Exercícios sobre o segundo reinado - governos regenciais

Questões:

01. (MACKENZIE) Do ponto de vista político, podemos considerar o Perío-


do Regencial como:

a) uma época conturbada politicamente, embora sem lutas separatistas que


comprometessem a unidade do país;

b) um período em que as reivindicações populares, como direito de voto,


abolição da escravidão e descentralização política, foram amplamente
a) no século XVI, logo após a expedição colonizadora de Martin Afonso de atendidas;
Sousa;
b) depois de 1640, quando Portugal se separou da Espanha; c) uma transição para o regime republicano que se instalou no país a partir
c) durante a União Ibérica; de 1840;
d) por D. João V, na época da mineração;
e) pela Dinastia de Avis. d) uma fase extremamente agitada com crises e revoltas em várias provín-
cias, geradas pelas contradições daselites, classe média e camadas popu-
lares;
07. Não é uma característica da política colonial portuguesa, depois da
Restauração: e) uma etapa marcada pela estabilidade política, já que a oposição ao
Imperador Pedro I aproximou os vários segmentos sociais, facilitando as
a) a criação do Conselho Ultramarino, em 1641; alianças na Regência.
b) a limitação dos poderes das Câmaras Municipais;
c) o fiscalismo e a excessiva centralização;
d) a extinção dos monopólios sobre o comércio colonial; 02. Durante o Período Regencial:
e) a criação das companhias privilegiadas de comércio.
a) A monarquia imperial foi extinta, instaurando-se em seu lugar uma repú-
blica Federalista.
08. (UNIFENAS) Foram conseqüências da mineração, exceto: b) Os regentes governaram de forma absoluta, fazendo uso indiscriminado

Conhecimentos Gerais 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do Poder Moderador. seguinte:
c) As facções federalistas criaram a Guarda Nacional, um eficiente instru-
mento militar de oposição ao Exército regular da Regência. "As causas da ___________ eram anunciadas por Bento Gonçalves no
d) Nenhum regente fez uso do Poder Moderador, o que, de certa maneira, manifesto de 29 de agosto de 1838, denunciando as altas tarifas sobre os
permitiu a prática do Parlamentarismo. produtos regionais: ouro, sebo, charque e graxa, política esta responsável
e) As camadas populares defenderam a proclamação de República e a pela separação da província de São Pedro do Rio Grande do Sul da Comu-
extinção da escravidão. nidade Brasileira."

a) Cabanagem
03. (UFGO) O Período Regencial apresentou as seguintes características, b) Balaiada
menos: c) Farroupilha
d) Sabinada
a) Durante as Regências surgiram nossos primeiros partidos políticos: o e) Confederação do Equador
Liberal e o Conservador.

b) O Partido Liberal representava as novas aspirações populares, revolu- 08. (UCSAL) Durante as primeiras décadas do Império, a Bahia passou
cionárias e republicanas. grande agitação política e social. Ocorreram várias revoltas contra a per-
manência de portugueses que haviam lutado contra os baianos na Guerra
c) Foi um período de crise econômica e social que resultou em revoluções da Independência. Entre as revoltas a que o texto se refere pode-se desta-
como a Cabanagem e a Balaiada. car, a:

d) Houve a promulgação do Ato Adicional à Constituição, pelo qual o regen- a) Farroupilha


te passaria a ser eleito diretamente pelos cidadãos com direito de voto. b) Praieira
c) Balaiada
e) Formaram-se as lideranças políticas que teriam atuação marcante no II d) Cabanagem
Reinado. e) Sabinada

04. (UNITAU) Sobre o Período Regencial (1831 - 1840), é incorreto afirmar 09. (FUVEST) A Sabinada que agitou a Bahia entre novembro de 1837 e
que: março de 1838:

a) foi um período de intensa agitação social, com a Cabanagem no Rio a) tinha objetivos separatistas, no que diferia frontalmente das outras rebe-
Grande do Sul e a guerra dos Farrapos no Rio de Janeiro; liões do período;
b) passou por três etapas: regência trina provisória, regência trina e regên-
cia una; b) foi uma rebelião contra o poder instituído no Rio de Janeiro que contou
c) foi criada a Guarda Nacional, formada por tropas controladas pelos com a participação popular;
grandes fazendeiros;
d) através do Ato Adicional as províncias ganharam mais autonomia; c) assemelhou-se à Guerra dos Farrapos, tanto pela posição anti-escravista
e) cai a participação do açúcar entre os produtos exportados pelo Brasil e quanto pela violência e duração da luta;
cresce a participação do café.
d) aproximou-se, em suas proposições políticas, das demais rebeliões do
período pela defesa do regime monárquico;
05. (UFS) " ... desligado o povo rio-grandense da comunhão brasileira,
reassume todos os direitos da primitiva liberdade; usa destes direitos im- e) pode ser vista como uma continuidade da Rebelião dos Alfaiates, pois os
prescritíveis constituindo-se República Independente; toma na extensa dois movimentos tinham os
escala dos Estados Soberanos o lugar que lhe compete ..." mesmos objetivos.

Na evolução histórica brasileira, pode-se associar as idéias do texto à:


10. (UMC) O Golpe da Maioridade, datado de julho de 1840 e que elevou
a) Sabinada D. Pedro II a imperador do Brasil, foi justificado como sendo:
b) Balaiada
c) Farroupilha a) uma estratégia para manter a unidade nacional, abalada pelas sucessi-
d) Guerra dos Emboabas vas rebeliões provinciais;
e) Confederação do Equador b) o único caminho para que o país alcançasse novo patamar de desenvol-
vimento econômico e social;
c) a melhor saída para impedir que o Partido Liberal dominasse a política
06. "Em 1835, o temor da "haitianização" que já era comum entre muitos nacional;
políticos do Primeiro Reinado, cresceu ainda mais depois da veiculação da d) a forma mais viável para o governo aceitar a proclamação da República
estarrecedora notícia: milhares de escravos se amotinaram a ameaçavam e a abolição da escravidão;
tomar a capital da província." e) uma estratégia para impedir a instalação de um governo ditatorial e
simpatizante do socialismo utópico.
O texto acima trata da:
Resolução:
a) Balaiada ocorrida no Maranhão; 01. D
b) Revolta dos Quebra-Quilos, verificada em Alagoas; 02. D
c) Abrilada, detonada no Rio de Janeiro; 03. B
d) Revolta dos Malês, ocorrida na Bahia; 04. A
e) Revolta do "Maneta", destravada em Pernambuco. 05. C
06. D
07. C
08. E
07. (MACKENZIE) Marque a alternativa que completa corretamente o texto 09. B

Conhecimentos Gerais 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
10. A d) A idéia do federalismo era mais importante para os radicais do que a
defesa da República.
e) A participação popular determinou os rumos da constituição do novo
Estado Nacional.
PROVA SIMULADA IX

Exercícios sobre o sistema colonial 06. (MACKENZIE) No final do século XVIII, as restrições econômicas de
Portugal ao Brasil chegaram ao máximo; o ouro declinava e as idéias
Questões: liberais difundiam-se pelo país. Tais fatos provocaram um movimento pela
01. (FUVEST) Independência, a centuadamente popular, com fortes preocupações soci-
ais, conhecido por:
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas, a) Inconfidência Mineira;
entre sigilo e espionagem b) Guerra dos Mascates;
acontece a Inconfidência. (Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência) c) Revolta de Felipe dos Santos;
Explique: d) Conjura Literária;
e) Inconfidência Baiana.
a) Por que a Inconfidência, acima evocada, não obteve êxito?
b) Por que, não obstante seu fracasso, tornou-se o movimento emancipan-
cionista mais conhecido da história brasileira? 07. Em 12 de Agosto de 1798, os envolvidos na Conjuração Baiana ou
Revolução dos Alfaiates lançaram um manifesto em que expunham suas
posições. Identifique as idéias inspiradoras na conjura e caracterize o tipo
02. (UNICAMP) A Independência do Brasil, proclamada por Pedro I, foi, de insatisfação social que ela expressava contra o sistema colonial vigente.
para Portugal, um fato gravíssimo porque construía os alicerces da econo-
mia nacional. Ou voltava o Brasil a ser Colônia, alimentando a Metrópole
com suas riquezas, ou tinha-se de organizar a Metrópole para a sua auto- 08. A transferência do governo português para o Brasil, em 1808, teve
suficiência. O texto acima, do historiador português Antonio Sergio, trata do ligação estreita com o processo de emancipação política da Colônia, por-
aspecto econômico na Independência brasileira, que representou, para a que:
Metrópole, o fim definitivo do Pacto Colonial.
a) introduziu as idéias liberais na Colônia, incentivando várias rebeliões;
a) Quais eram as bases do Pacto Colonial? b) reforçou os laços de dependência e monopólio do sistema colonial,
b) Por que, segundo o texto citado, a Independência do Brasil foi um “fato aumentando a insatisfação dos colonos;
gravíssimo” para a economia portuguesa? c) incentivou as atividades mercantis, contrariando os interesse da grande
lavoura;
d) instalou no Brasil a estrutura do Estado português, reforçando a unidade
03. (VUNESP) A respeito da Independência do Brasil, pode-se afirmar que: e a autonomia da Colônia;
e) favoreceu os comerciantes portugueses, prejudicando os brasileiros e os
a) consubstanciou os ideais propostos na Confederação do Equador; ingleses ligados ao comércio de importação.
b) instituiu a Monarquia como forma de governo, a partir de amplo apoio
popular;
c) propôs, a partir das idéias liberais das elites políticas, a extinção do 09. Durante as últimas décadas do século XVIII, a Colônia portuguesa na
tráfico de escravos, contrariando os interesses da Inglaterra; América foi palcos de movimentos como a Inconfidência Mineira (1789), a
d) provocou, a partir da constituição de 1824, profundas transformações Conjuração do Rio de Janeiro (1794) e a Conjuração Baiana (1798). A
nas estruturas econômicas e sociais do país; respeito desses movimentos, pode-se afirmar que:
e) implicou a adoção da forma monárquica de governo e preservou os
interesses básicos dos proprietários de terras e de escravos. a) demonstravam a intenção das classes proprietárias, adeptas as idéias
liberais, de seguirem o exemplo da Revolução Americana (1776) e procla-
marem a Independência, construindo uma sociedade democrática em que
04. (PUCCAMP) A franquia dos portos teve um alcance histórico profundo, todos os homens seriam livres e iguais;
pois deu início a um grande processo:
b) expressavam a crise do antigo sistema colonial pela tomada de consci-
a) do desenvolvimento do primeiro surto manufatureiro no Brasil e o cres- ência, por parte de diferentes setores da
cimento do transporte ferroviário sociedade colonial, de que a exploração exercida pela Metrópole era con-
b) do arrefecimento dos ideais absolutistas no Brasil e a disseminação de trária aos interesses e responsável pelo empobrecimento da Colônia;
movimentos nativistas.
c) da emancipação política do Brasil e o seu crescimento na órbita da c) denunciavam a total adesão dos colonos às empresas da burguesia
influência britânica. industrial britânica a favor da Independência e da abolição do tráfico negrei-
d) da persistência do Pacto Colonial no Brasil e o seu ingresso no capita- ro, para se construir, no Brasil, um mercado de consumo para manufatura-
lismo monopolista. dos;
e) do fechamento das fronteiras do Brasil aos estrangeiros e a abertura
para as correntes ideológicas revolucionárias européias. d) representavam uma forma de resistência dos colonos às tentativas de
recolonização empreendidas, depois da Revolução do Porto, pelas Cortes
de Lisboa, liberais em Portugal, que queria reaver o monopólio do comércio
05. (UFMG) Todas as alternativas apresentam afirmações sobre a Inde- com o Brasil;
pendência do Brasil. Assinale a alternativa correta sobre esse fato:
e) tinham cunho separatista e uma ideologia marcadamente nacionalista,
a) A crença no liberalismo de D. Pedro I e a expectativa positiva quanto a visando à libertação da Colônia da Metrópole e à formação de um Império
uma constituição brasileira estavam presentes em 1822. no Brasil com a união das várias regiões até então desunidas.
b) A declaração de Independência estava diretamente relacionada às
determinações das Cortes de Lisboa enviadas a D. Pedro.
c) A ideologia monárquica enraizada fez com que o povo e os políticos 10. A Revolução do Porto, em 1820, pode ser considerada decisiva para a
apoiassem o príncipe. Independência do Brasil, porque:

Conhecimentos Gerais 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
03. (FUND. CARLOS CHAGAS) O translado do governo português para o
a) garantia a economia da Colônia implementada durante a permanência Brasil (1806) decorreu, entre outros fatores:
do governo português no Brasil;
b) fortalecia os grupos liberais radicais, cada vez mais ativos na Colônia e a) da ameaça de destruição da Monarquia em Portugal pela Espanha de
articulados com os grandes proprietários; Fernando VII;
c) impunha à Colônia um programa de reformas liberais, com a proibição do b) da fuga de D. João à Revolução Constitucionalista do Porto;
tráfico negreiro; c) da necessidade de manter a sobrevivência do Sistema Colonial;
d) transferia à Colônia o caráter reformista do capitalismo industrial e do d) das imposições do Tratado de Methuen sobre Portugal;
liberalismo; e) do conflito entre a Inglaterra e o expansionismo napoleônico.
e) ameaçava os interesses dos grupos brasileiros, tentando reverter várias
medidas tomadas por D. João no Brasil.
04.
"Após o tratado, pelo regime de virtual privilégio do comércio britânico, ficou
sendo o seguinte o estado legal das relações mercantis no Brasil: livres, as
Resolução: mercadorias estrangeiras que já tivessem pago direitos em Portugal, e bem
assim os produtos da maior parte das colônias portuguesas; sujeitas à taxa
01. a) Faltou organização militar e apoio popular. de 24% "ad valorem" as mercadorias estrangeiras diretamente transporta-
b) Foi a primeira tentativa de emancipação política no Brasil. das em navios estrangeiros; sujeitas à taxa de 16% as mercadorias portu-
guesas, e também as estrangeiras importadas sob pavilhão português;
02. a) O regime de monopólios (Pacto Colonial); a plantation escravista e o sujeitas à taxa de 15% as mercadorias britânicas importadas sob pavilhão
latifúndio monocultor. britânico, ou português." (Lima, Oliveira - D. João VI no Brasil)
b) Porque Portugal era um mero entreposto comercial entre Brasil e
Inglaterra. O acontecimento histórico abordado no texto está diretamente relacionado
03. E com:
04. C
05. D a) a abertura dos portos brasileiros às nações amigas em 1808;
06. E b) o repúdio à manutenção do Pacto Colonial;
07. O movimento teve influências da Revolução Francesa, especialmente c) o Tratado de Comércio e Navegação de 1810, celebrado entre Inglaterra
da fase republicana, período de terror controlado pelos Jacobinos. O movi- e Portugal;
mento no Brasil teve nitidamente um caráter antilusitano e emancipancio- d) o processo de emancipação política do Brasil, iniciado em 1810;
nista. e) a independência da economia portuguesa em relação aos interesses
08. D capitalistas britânicos.
09. B
10. E
05. (MACKENZIE) Podem ser consideradas características do governo
PROVA SIMULADA X joanino no Brasil:

a) a assinatura de tratados que beneficiam a Inglaterra e o crescimento do


Exercícios sobre o estado português no brasil comércio externo brasileiro devido à extinção do monopólio;
Questões: b) o desenvolvimento da indústria brasileira graças às altas taxas sobre os
produtos importados;
01. A elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves
(1815) dá uma forma jurídica e política à realidade da mudança da Corte, c) a redução dos impostos e o controle do déficit em função da austera
reconhecendo uma situação de fato, projetando-a no interior, em todas as política econômica praticada pelo governo;
capitanias como unidade de poder..."
Segundo Raymundo Faoro, em Os Donos do Poder, a elevação do Brasil à d) o não envolvimento em questões externas sobretudo de caráter expansi-
categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, quando o Brasil era sede onista;
da monarquia portuguesa, contribuiu decisivamente para:
e) a total independência econômica de Portugal com relação à Inglaterra
a) a unidade política e territorial mantida após a proclamação da Indepen- em virtude de seu acelerado desenvolvimento.
dência do Brasil;
b) o desencadear de sangrentas lutas em todo o país, que culminaram em 06. (FUVEST) O governo de D. João VI no Brasil, entre outras medidas
convulsões sociais; econômicas, assinou, em 1810, um tratado de comércio com a Inglaterra.
c) o afastamento dos ingleses, face às determinações reais proibindo a Esta decisão estava relacionada:
instalação da manufaturas no país; a) ao crescimento industrial promovido pelo governo português, ao revogar
d) a preservação do Pacto Colonial com o monopólio do comércio na defe- as leis que proibiam a instalação de fábricas na colônia;
sa dos interesses da Metrópole; b) à política liberal da Corte Portuguesa que incentivava o livre comércio da
e) o enfraquecimento do princípio do "equilíbrio europeu", definido pelo colônia com os demais países europeus;
Congresso de Viena, que favorece c) ao crescimento do mercado consumidor brasileiro provocado pelo au-
especialmente a Inglaterra. mento da produção interna;
d) à política econômica portuguesa que cedia às pressões inglesas para
decretar o fim do tráfico negreiro;
02. São ocorrências da conjuntura européia do final do século XVIII e início e) a acordos anteriores entre os dois países europeus que asseguravam
do século XIX, exceto: vantagens comerciais aos ingleses.
a) a transferência da Corte Portuguesa para o Brasil; 07. (UNIFENAS) Foram fatos importantes na política externa de D. João VI,
b) a decretação do Bloqueio Continental por Napoleão Bonaparte; no Brasil:
c) a destruição da esquadra inglesa na batalha de Traflagar; a) a invasão da Guiana Francesa e a anexação da Província Cisplatina;
d) a assinatura da Convenção Secreta entre Portugal e Inglaterra; b) os tratados de Methuen e Madri;
e) a invasão da Espanha pelos franceses. c) os diversos tratados de limites resolvendo as questões do Acre e do
Amapá;

Conhecimentos Gerais 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
d) a guerra contra a Inglaterra devido à questão Cisplatina; _______________________________________________________
e) a questão Christie e a guerra contra o Uruguai.
_______________________________________________________
08. (FATEC) Em 1808, após chegar ao Brasil fugindo da invasão francesa, _______________________________________________________
o regente D. João VI decidiu:
a) declarar a libertação dos escravos; _______________________________________________________
b) anistiar todos os presos das antigas rebeliões nativistas; _______________________________________________________
c) decretar a abertura dos portos brasileiros às nações amigas;
d) proibir a entrada de produtos ingleses na colônia; _______________________________________________________
e) iniciar a política da imigração.
_______________________________________________________
09. (FUND. CARLOS CHAGAS) O Tratado de Fontainebleau (1807) con- _______________________________________________________
correu para determinar indiretamente a "Inversão Brasileira" - período em
que a Corte de Portugal esteve no Brasil (1808 - 1821) - pois, entre outras _______________________________________________________
cláusulas, previa: _______________________________________________________
a) a extinção da Dinastia Bragantina, com o desmembramento de Portugal;
b) a entrega do comércio externo de Portugal aos exportadores da Inglater- _______________________________________________________
ra;
_______________________________________________________
c) a ocupação das colônias de Portugal por tropas sob o comando do
general Junot; _______________________________________________________
d) a entrega do trono de Portugal a Paulina Bonaparte, irmã de Napoleão;
e) o confisco dos bens dos cidadãos portugueses em favor do tesouro _______________________________________________________
francês. _______________________________________________________
10. Relacione corretamente: _______________________________________________________
I. José da Silva Lisboa A. Brasil Reino Unido ______________________________________________________
II. Lord Strangford B. Abertura dos Portos do Brasil
III. Talleyrand C. Invasão de Portugal _______________________________________________________
IV. Junot D. Tratados de 1810
_______________________________________________________
a) I - A; II - D; III - C; IV - B _______________________________________________________
b) I - B; II - A; III - D; IV - C
c) I - D; II - C; III - B; IV - A _______________________________________________________
d) I - B; II - D; III - A; IV - C _______________________________________________________
e) I - A; II - B; III - D; IV - C
_______________________________________________________
Resolução:
_______________________________________________________
01. A 02. C 03. E 04. C
05. A 06. E 07. A 08. C _______________________________________________________
09. A 10. D
_______________________________________________________
Fonte: http://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/ _______________________________________________________
_______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________

Conhecimentos Gerais 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
constitui um método de medida e representação do terreno por meio da
GEOGRAFIA: fotografia aérea, que é uma perspectiva cônica do terreno. As deformações
I - Noções básicas de Cartografia (orientação: pontos carde- ópticas desse tipo de foto são corrigidas no momento da fotografia ou em
ais; localização: coordenadas geográficas, latitude, laboratório. Por si só, no entanto, a aerofotogrametria não reduziu os levan-
longitude e altitude; representação: leitura, escala, legendas e tamentos de campo, e ainda necessita de apoio terrestre, plenimétrico e
convenções). altimétrico.
II - Aspectos físicos e meio ambiente no Brasil (grandes do-
mínios de clima, vegetação, relevo e hidrografia; ecossiste- A carta topográfica é, em regra, constituída por numerosas folhas to-
mas). pográficas conexas. São muito utilizadas em atividades profissionais de alto
III - Organização do espaço (agrário: atividades econômicas, nível ligadas à engenharia, à navegação, à estratégia e à logística militar
modernização e conflitos; e urbano: atividades econômicas, etc.
emprego e pobreza; rede urbana e regiões metropolitanas). Cartografia geográfica. Quase exclusivamente praticada por empresas
IV - Dinâmica da população brasileira (fluxos migratórios, privadas, algumas de elevado padrão técnico, a cartografia geográfica
áreas de crescimento e de perda populacional). opera em íntima conexão com a geografia, produzindo peças cartográficas
V - Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa para uso do público em geral, sobretudo estudantes. A geocartografia
(organização federativa). trabalha a partir da cartografia topográfica, reduzindo escalas, simplificando
conteúdos nas minúcias topográficas e generalizando alguns dos aspectos
I - Noções básicas de Cartografia (orientação: pontos do desenho.
cardeais; localização: coordenadas geográficas, latitude, Mapas murais ou em coleção (atlas), mapas avulsos, plantas de cida-
longitude e altitude; representação: leitura, escala, legen- des, globos e cartas em relevo são alguns dos produtos comerciais oriun-
das e convenções). dos da cartografia geográfica. O nome atlas deve-se ao fato de, em 1595,
na folha de ante-rosto da coleção de mapas de Gerardus Mercator (publi-
cada por iniciativa de seu filho Rumold), aparecer como ilustração de
Cartografia abertura o titã Atlas, condenado por Zeus a carregar os céus sobre os
A manutenção da rota de um avião ou navio, a análise e definição de ombros.
estratégias militares de ataque e defesa, a localização de jazidas e possí- Cartografia temática. A confecção de cartogramas é a área da carto-
veis vias de acesso, ou a simples orientação rodoviária numa viagem de grafia temática. Cartogramas são mapas esquemáticos, com elevado nível
turismo, todas essas atividades exigem mapas específicos com diferentes de abstração, em que formas ou localizações reais são estilizadas com fins
objetivos e usuários. É este o campo da cartografia. conceituais e informativos. Os elementos cartográficos, reunidos numa só
Dá-se o nome de cartografia à ciência de preparar cartas, mapas e folha, são representações gráficas de fenômenos espaciais e temporais,
planos para os mais variados fins, com diversos níveis de complexidade e pelo que abordam numerosos assuntos quase sempre em mutação contí-
informação, baseados em elementos científicos, técnicos e artísticos de nua, como as migrações, fluxos de veículos, desmatamento, reflorestamen-
extremo apuro, tendo por base os resultados da observação direta ou da to etc.
análise de documentos. As ciências mais afins à cartografia são a geografia O mapa esquemático que serve de base para o cartograma é extraído
e a geodésia. do mapa topográfico ou geográfico, sendo o tema do cartograma exposto
Entende-se por mapa a representação gráfica convencional, geral- mediante diversos recursos gráficos, como pontos e figuras, quando é
mente plana e em pequena escala, de áreas relativamente extensas, como chamado de pictórico. Nessa modalidade, o ponto como figura geométrica
acontece nos mapas murais e os atlas. Para tal, são utilizados diversos é adimensional, isto é, seu tamanho nada representa e só vale como mate-
sistemas de projeção, estabelecidos matematicamente. As cartas diferem rial de leitura. Além de pontos, usam-se barras e faixas que indicam exten-
dos mapas pela representação gráfica em grande escala, enquanto que os sões lineares ou, pela espessura, a importância do fenômeno. Outro tipo é
planos são cartas que representam áreas relativamente pequenas, o que o cartograma de isocurvas, em que as curvas ou linhas representam, pela
permite desprezar a curvatura e adotar escala constante. posição, valores equivalentes em toda a sua extensão.

Escala é a relação estabelecida entre a representação do fenômeno Outras espécies de cartogramas: os de superfície, bidimensionais, re-
no mapa e sua verdadeira dimensão. A escala 1:1.000.000 significa que comendados para indicar as variações de determinados fenômenos por
cada medida linear do espaço real está reduzida, no mapa, à milionésima meio do uso de áreas sombreadas ou coloridas; cartogramas de aparência
parte (1km = 1mm). O plano, que representa áreas menores, geralmente tridimensional, também denominados blocos-diagramas, em que os fatos
trabalha com a escala 1:500 ou 1:50.000. O principal problema da cartogra- são expostos em perspectiva, exibindo-se o mapa esquemático.
fia é a projeção da superfície curva da Terra sobre uma superfície plana, o História
que necessariamente provoca alterações nos ângulos e linhas definidos
pelas coordenadas geográficas. Amostras de primitivos trabalhos cartográficos encontradas em pe-
dras, papiros, metais e peles representam o meio ambiente e a situação
Divisões da cartografia. Três são as divisões básicas da cartografia: das terras por meio de figuras e símbolos. Usaram-se, ainda, varas de
(1) cartografia topográfica, topocartografia ou cartografia original; (2) carto- bambu, madeira, tecido de algodão ou cânhamo, fibras de palmeira e
grafia geográfica ou geocartografia; (3) cartografia temática ou cartografia conchas.
aplicada.
O Museu Semítico da Universidade de Harvard, em Cambridge, Esta-
Cartografia topográfica. Vinculada à geodésia, a cartografia topográfi- dos Unidos, possui um mapa de origem ainda mais remota; gravado em
ca dedica-se à transformação direta das medidas e fotografias, obtidas pedra argilosa, foi achado na região mesopotâmica de Ga-Sur e parece
pelos levantamentos de campo, em desenho manual ou pelos levantamen- datar de 2500 a 3000 a.C. Outro trabalho de cartografia muito antigo
tos fotográficos. É quase exclusivamente praticada em instituições gover- (c.2000 a.C.), desenhado em rocha, foi localizado numa região do norte da
namentais que se dedicam à execução da carta de um país. Trabalho Itália, habitada outrora por um povo denominado camunos (camuni) pelos
permanente, de contínuo aperfeiçoamento e pormenorização, passou a ser romanos. O Museu de Turim, na Itália, conserva a planta, desenhada em
indispensável à tomada de decisões da administração pública e à defesa papiro, de uma mina de ouro da Núbia, na África, que data da época de
do território nacional. Com o emprego de escalas pequenas, produzem-se Ramsés II do Egito (1304-c.1237 a.C.).
mapas detalhados, matematicamente corretos e que servem de base para
outros menos detalhados. Coube aos gregos os primeiros fundamentos da geografia e das nor-
mas cartográficas, e ainda hoje os alicerces do sistema cartográfico repou-
O uso de imagens estereoscópicas nos levantamentos aerofotogra- sam na contribuição que deixaram: a concepção da esfericidade da Terra e
métricos simplificou o desenho cartográfico, tornando-o de mais rápida as noções de pólos, equador e trópicos; as primeiras medições da circunfe-
execução e menos dependente do esforço individual. A aerofotogrametria rência terrestre; a idealização dos primeiros sistemas de projeções e con-

Geografia 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cepção de longitude e latitude. Na antiguidade grega, Anaximandro de Monumento artístico, tem oito folhas e o mapa, de 390cm x 69cm, é de
Mileto (século VI a.C.) construiu um quadrante solar e possuía um mapa- autoria de Jaime de Maiorca (Jafuda Creques). Em conformidade com o
múndi gravado em pedra. sistema corporativo vigente à época, a cartografia, em sua produção e
comércio, ficou associada a diversas famílias, que conservavam entre si
Ainda na Grécia antiga, Hecateu de Mileto representou a Terra sobre certos segredos de ordem técnica.
um disco metálico, Êudoxo de Cnido construiu um globo e Dicearco de
Messênia desenhou um mapa-múndi em projeção plana-quadrada. No O ciclo das grandes navegações exigiu maior exatidão e ampliação
século III a.C., Eratóstenes de Cirena, que dirigiu a célebre biblioteca de das informações cartográficas. Ainda no século XV, em Sagres, Portugal, o
Alexandria, desenhou um mapa-múndi com paralelos e meridianos, tendo infante D. Henrique - entre outros especialistas - reuniu geógrafos, astrô-
ainda calculado, com impressionante precisão, em vista da precariedade nomos e cartógrafos de diferentes países, e no século seguinte Portugal já
dos recursos da época, a circunferência da Terra. contava com grandes cartógrafos como Lopo Homem, André Homem,
Diogo Ribeiro, Gaspar Viegas, Bartolomeu Velho e Fernão Vaz Dourado.
O grande nome da antiguidade, todavia, é Ptolomeu, que viveu no sé- Em 1508, em Sevilha, na Espanha, a Casa de la Contratación de las Índias
culo II de nossa era. Astrônomo, geógrafo e cartógrafo, ele lançou as bases instalou um órgão fiscalizador da produção e comércio de mapas para a
da geografia matemática e da cartografia no clássico tratado intitulado Guia navegação. O mapa-múndi Orbis typus universalis tabula (1512), do vene-
da geografia (Geographiké hyphegesis), obra que só em 1405, com a ziano Jerônimo Marini, é o primeiro em que se registra o nome Brasil.
tradução para o latim, chegou ao conhecimento dos eruditos europeus.
Já na segunda metade do século XVI apareceram os primeiros mapas
A era clássica romana não deixou mapas, embora haja registros literá- impressos em xilografia ou que empregavam gravações em chapas de
rios de mapas elaborados em Roma. Varrão (Marcus Terentius Varro) cobre. O século XVII assistiu ao apogeu da cartografia nos Países Baixos,
menciona mapas no poema Chorographia e Agripa determinou a confecção especialmente nas cidades de Antuérpia e Amsterdã. Esse progresso deve-
de um mapa do mundo então conhecido. Das obras cartográficas romanas se a cartógrafos como Abraham Ortelius, Jodocus Hondius e, sobretudo, a
só se conhece a célebre Tábua de Peutinger, cópia, feita em 1265, de um Gerardus Mercator, forma latinizada de Gerhard Kremer (mercador). Deve-
original romano que sofreu sucessivos acréscimos até o século IX. Desco- se a Ortelius o Theatrum orbis terrarum (1570), com 53 folhas cartográficas
berta em 1494 pelo poeta Conradus Pickel (ou Celtis), que a legou a Kon- e setenta mapas gravados em cobre, o primeiro atlas nos moldes dos
rad Peutinger, essa tábua somente veio a ser publicada em 1598. Encon- atuais. Mercator criou a projeção que leva seu nome, própria para mapas
tra-se, desde 1738, na Biblioteca Pública de Viena. Trata-se de uma carta náuticos, segundo a qual os meridianos são os ângulos retos aos paralelos
das estradas do Império Romano, com as cidades e as distâncias que as de latitude.
separam, e representa o mundo até a costa índica.
Ainda nos Países Baixos, a família Blaeu reuniu alguns dos maiores
Idade Média. Entre as autoridades e autores medievais persistiram nomes da época, como Guilielmus Caesius ou Guilielmus Jansonius Blaeu,
concepções gregas como a de estar a Terra pousada sobre um disco Jan Blaeu e Cornelis Blaeu. Ao declínio da cartografia holandesa, acelera-
metálico. Ao mesmo tempo, as invasões dos bárbaros provocaram a estag- do pelo incêndio nas instalações da família Blaeu, seguiu-se a ascensão da
nação da produção cartográfica e esta ficou sob exclusivo domínio de cartografia francesa, em que sobressaem Guillaume Delisle e Jean-Baptiste
copistas eclesiásticos, que valorizaram o aspecto artístico em detrimento da Bourguignon d'Anville.
exatidão. O disco metálico sobre o qual se considerava estar a Terra levou
à elaboração de mapas circulares, orientados para leste ou sul, e com os No século XVIII ganha corpo o critério da exatidão como regra carto-
continentes representados de forma esquemática. As separações entre as gráfica e nesse aspecto se destaca o francês César-François Cassini,
terras lembravam a letra T, donde serem conhecidos como "mapas T-O", devido a sua carta da França, na escala 1:86.400, com 184 folhas. Pouco
"mapas de roda" ou "mapas circulares". depois, Napoleão Bonaparte mandou preparar o mapa manuscrito de toda
Europa, na escala 1:100.000, com 254 folhas.
No primeiro período da Idade Média, destaca-se o mapa T-O de santo
Isidoro de Sevilha. Dentre as centenas de mapas T-O incluídos nos 600 Viajantes, cientistas e descobridores como James Cook, que fez a
mapas-múndi medievais que se conservaram, avultam o mapa retangular carta da Nova Zelândia e a da costa ocidental da Austrália, e Alexander von
de Cosmas Indikopleustes, do século VI, e as numerosas cópias dos ma- Humboldt, cuja obra Kosmos teve extrema importância para a geocartogra-
pas de são Beato, das quais a de são Severo, do ano 1030 e de forma fia, foram grandes pioneiros nos levantamentos de campo.
oval, é a mais conhecida.
Nessa mesma época, ocorreram dois outros acontecimentos de gran-
Na mesma época, a cartografia árabe experimentava marcante pro- de significado para a ciência: a medição do arco do meridiano terrestre,
gresso. No ano de 827, o califa al-Mamum ordenou a tradução da Geogra- iniciativa da Academia de Ciências de Paris, com o fim de dirimir as ques-
fia de Ptolomeu para o árabe. Bagdá, Damasco e Córdoba, os centros tões suscitadas por Cassini e Isaac Newton quanto à forma da Terra.
culturais de então, reuniram geógrafos e cartógrafos estimulados pelo Newton estava certo: a Terra tinha a forma de um elipsóide de revolução,
intenso comércio a se expandir do Mediterrâneo até a China. Foram auto- cujo eixo menor coincidia com o eixo de rotação. Convencionou-se adotá-
res de mapas Ibn Hawkal, Abu Isak Istakhri e Maomé al-Edrisi. Ibn Hula lo, como forma matemática correspondente a um geóide médio, que serve
construiu um globo terrestre. O rei Rogério II, da Sicília, foi grande incenti- de referência para o cálculo das operações geodésicas. Ao longo do tempo,
vador desse movimento, e a ele al-Idrisi dedicou sua compilação geográfi- vários elipsóides de revolução foram calculados, sendo o de Hayford, em
ca, que possuía um mapa-múndi dividido em setenta folhas. 1909, o mais adotado.
As cruzadas e o comércio marítimo, em especial o italiano, impulsio- Processos de reprodução. Até o final do século XIX, a reprodução de
naram a confecção de cartas náuticas, mapas marítimos desenhados sobre mapas dependia da gravação, em uma só cor, em chapa de cobre ou em
pergaminho. Impropriamente chamados de portulanos, tinham como carac- chapas de madeira. Usava-se, também, a litografia, com os desenhos
terística principal o desenho da rosa-dos-ventos que ocupava todo o espa- executados em pranchas de pedra, mais tarde substituídas pelo zinco e
ço do mar: resultava daí um conjunto de retas entrecruzadas que facilitava alumínio. Para representar o relevo nas cartas topográficas adotava-se o
a fixação da rota por parte do navegador. sistema de hachuras de Lehmann, baseado no meio-tom.
Destacam-se também nessa época as Tábuas Toledanas, de Toledo, A evolução da cartografia prosseguiu com uma série de invenções e
Espanha, completadas em 1252 por ordem de Alfonso X (1221-1284), rei aperfeiçoamentos, como a fotografia (e suas derivações, como a fotometa-
de Castela, razão por que também são conhecidas como Tábuas Alfonsi- lografia e a aerofotogrametria), a heliogravura, a tricromia e a policromia
nas. nos processos de impressão, o sistema offset de impressão, o processo
fotomecânico de Wenschow para a impressão de sombras em relevo, e o
Nesse período de grande efervescência científica e cultural, são fun- desenho automático do conteúdo pelo estereoplanígrafo de Zeiss. Simplifi-
dadas escolas de cartografia em Gênova, Veneza e Ancona, na Itália, bem cou-se o letreiramento pela impressão tipográfica (método conhecido como
como em Palma de Maiorca, no arquipélago das Baleares, Espanha, que carimbagem) e pela confecção mecânica (normógrafo), chegando-se à
logo assumiram o papel de principais fornecedores de mapas marítimos. prensa Van der Cook, ao fotonimógrafo e outros recursos cada vez mais
Exemplo significativo da produção desses centros cartográficos é o Atlas sofisticados, como o radar, o sonar, sensores remotos, computadores e
catalão, de 1375, organizado por ordem de Carlos V o Sábio, rei da França.

Geografia 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
satélites artificiais, que tornaram a coleta de dados e a reprodução cada Esses três tipos de projeções azimutais podem diferençar-se de acor-
vez mais acurada. do com a posição do ponto de tangência: (1) polar, quando tangencia um
dos pólos; (2) equatorial, quando o ponto se situa no equador; (3) meridiano
Os mapas eram desenhados em nanquim sobre papel, cujos negati- ou horizontal, quando tangencia um ponto qualquer da superfície do globo
vos, por processo fotomecânico (photomechanical transfer), geravam terrestre, exceto o equador e os pólos.
cópias positivas mediante um processador de transferência por difusão,
sendo em seguida transportados para as pranchas de impressão, em zinco. A projeção cilíndrica é um caso extremo de projeção cônica no sentido
Antes de vidro, pesados e frágeis, o suporte dos negativos passou a ser de contrário ao da hipótese de um plano. Em se alongando o cone de maneira
material plástico diverso, à base de resinas vinílicas, com várias denomina- tal que seu vértice fique no infinito, chega-se a uma posição em que o cone
ções comerciais, como astralon ou vinilite. se transforma em um cilindro e tangencia o globo terrestre no equador. Na
projeção cilíndrica dita genuína, obtém-se uma rede de coordenadas em
Na atualidade, o original também pode derivar de levantamentos aero- que os meridianos aparecem como retas paralelas, cortadas pelos parale-
fotogramétricos, cujos dados, com o auxílio de instrumento óptico de preci- los em ângulo reto. A forte distorção nas altas latitudes vizinhas às regiões
são, é passado para a folha plástica transparente. Para esse trabalho, polares faz com que esse tipo de projeção seja pouco empregado.
utiliza-se um material plástico chamado scribe (carrinho), dotado de uma
camada de verniz opaco. Para cada cor (em impressão, as cores primárias A fim de evitar excessivas deformações e, ao mesmo tempo, obter
são o magenta, o amarelo e o ciano, mais o preto, que combinadas repro- maior exatidão, introduziram-se mudanças como a projeção azimutal eqüi-
duzem toda a variedade de cores), é preciso um negativo próprio. distante, em que todas as distâncias que partem do centro são conserva-
das em escala, embora o ponto antipódico se transforme em circunferência
Convenções e projeções marginal do mapa. A projeção cônica de Bonne conserva a grandeza dos
Para interpretar os mapas, é preciso conhecer suas convenções, que paralelos e, portanto, a área dos trapézios. São raros os mapas feitos na
se baseiam em cores e se dividem em cinco grandes grupos. Assim, temos: projeção cúbica, pois as coordenadas são projetadas sobre suas seis
(1) azul (hidrografia ou acidentes aquáticos); (2) preto ou vermelho (aciden- faces, donde a descontinuidade dos meridianos e paralelos, cuja rede se vê
tes artificiais, como rodovias); (3) castanho (hipsografia, altimetria ou for- cortada e prejudica, assim, a clareza.
mas de relevo); (4) verde (vegetação e plantação); (5) roxo (convenções A projeção poliédrica é a projeção central feita sobre trapézios esféri-
especiais, como nas cartas aeronáuticas) etc. Além disso, empregam-se cos, os quais correspondem a um poliedro que, por hipótese, envolve o
também numerosos sinais e símbolos empregados. Visto que os mapas globo terrestre. Assim, quando cada trapézio - incluído numa folha topográ-
recebem título, inscrições e legenda, o próprio tamanho da letra já é em si fica - não ultrapassa um grau de latitude e de longitude, deixam de existir
uma convenção que possibilita ao leitor determinar a importância relativa do deformações perceptíveis, tornando possível obter medidas em todos os
fenômeno observado. sentidos, dentro dos limites de cada folha topográfica.
As projeções cartográficas são representações gráficas da passagem Projeções convencionais. Empregadas na preparação de mapas que
do elipsóide para a superfície plana do mapa em que a rede de coordena- abrangem grandes áreas, as projeções convencionais são comuns nos
das geográficas curvilíneas (meridianos e paralelos) serve de base geomé- planisférios e nos mapas-múndi. Utilizam, para a construção da rede de
trica para os mapas. Dependendo das escalas, a projeção das coordena- coordenadas, grandezas geodésicas aplicadas conforme as regras do
das geográficas apresenta variações quanto à forma e medida da rede. Nos desenho sistemático.
mapas em escala média ou grande, que representam áreas menores, as
deformações são pequenas. Inversamente, nos mapas em pequenas São diversos os tipos de projeções convencionais: (1) trapezoidal, cri-
escalas, que abrangem grandes áreas, as deformações são bem maiores. ada por Cláudio Ptolomeu no século II, em que os meridianos aparecem
Visto que sempre ocorre deformação, o primeiro problema com que se como retas que convergem para os pólos, enquanto que os paralelos são
defronta o cartógrafo é a determinação do sistema que melhor corresponda retas paralelas ao equador; (2) globular, criada por Giovan Battista Nicolosi
à realidade que se pretende representar. em 1660, que representa os hemisférios, por ser de forma circular; (3)
pseudocilíndrica, de Sanson (1650), usada na construção de planisférios ou
As projeções podem ser: (1) eqüidistantes, em que as distâncias são na representação de grandes áreas; (4) mista elíptica, de Max Eckert
verdadeiras em determinadas direções; (2) eqüiangulares ou conformes, (1908); (5) mista, de O. Winkel (1913), muito usada em atlas; (6) descontí-
exatas na representação de superfícies: permitem medições de ângulos e a nua, de John Paul Goode (1916), que representa um planisfério cortado ao
determinação de rumos; e (3) eqüiáreas ou equivalentes, por proporciona- longo de determinados meridianos, com o objetivo de deformar o mínimo
rem maior exatidão quanto às áreas. As projeções medianas ou afiláticas possível as massas continentais oceânicas; (7) oblíqua nórdica, de John
procuram representar as três dimensões de maneira diferente, a fim de Bartholomew (1949).
alcançar a maior semelhança possível na configuração dos continentes e
dos oceanos. A projeção transversal, criada por Cassini em 1682 e modificada por
Gauss-Krüger em 1900, é ainda utilizada em muitos países. Ao separar a
Projeções geométricas. Quando se leva em consideração a técnica de superfície terrestre em faixas, ao longo de meridianos escolhidos, e com
transformação das coordenadas curvilíneas em planos, têm-se as coorde- largura máxima de três graus de longitude, a carta topográfica nela basea-
nadas geométricas, em que se imagina a rede de meridianos e paralelos da não contém praticamente nenhuma deformação perceptível, podendo
projetada sobre uma superfície que envolve ou tangencia o globo terrestre. ser mensurável em suas distâncias, rumos e áreas.
Nesse caso, preferem-se as figuras geométricas que se adequem à confec-
ção de mapas: o plano, o cone, o cilindro, o cubo e o poliedro. Usada desde o século XVI, a projeção de Mercator, também chamada
carta marítima, é de ampla utilidade, pois permite traçar, em linha reta, a
Na projeção cônica, os paralelos são circulares e os meridianos radi- rota a seguir durante a travessia dos oceanos. É uma projeção cilíndrica
ais, imaginando-se que o cone, que envolve o globo terrestre, o tangencia modificada, em que os meridianos são retas paralelas entre si, que cortam
em um determinado paralelo, ficando seu vértice no prolongamento do eixo perpendicularmente o equador e todos os paralelos.
da Terra. Desta forma, os meridianos aparecem nos mapas como linhas
retas e os paralelos como circunferências concêntricas. Uma linha oblíqua corta os meridianos sempre sob o mesmo ângulo, o
que permite a manutenção do rumo. A isso se dá o nome de loxodromia,
Nas projeções cilíndricas, os paralelos são dispostos horizontalmente curva espiralada que não é o caminho mais curto entre dois pontos situa-
e os meridianos se apresentam verticais e igualmente espaçados. A proje- dos à superfície da Terra, porém o mais simples para a navegação. No que
ção azimutal é aquela em que o cone se abre até se transformar num se refere aos planisférios, essa não é a projeção mais aconselhável, face
plano, coincidindo seu vértice com o ponto de tangência. As projeções às deformações que apresenta pois, à proporção que se afasta do equador
azimutais variam conforme a posição do centro da projeção em relação ao e aumentam as latitudes, mais exageradas se vão tornando as deforma-
centro da esfera terrestre: (1) central, quando os dois centros se confun- ções, que atingem o máximo nas regiões polares.
dem; (2) estereográfica, quando o centro de projeção se localiza em posi-
ção diametralmente oposta ao ponto de tangência; e (3) ortográfica, quando Escalas
se imagina o centro da projeção localizado no infinito.

Geografia 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A escala cartográfica é a relação matemática entre as distâncias tra- primeira relativa ao equador. A ligação dos valores iguais das graduações
çadas em um mapa e as existentes na natureza. O mapa é a representação das escalas forma uma série de curvas que permitem determinar grafica-
geométrica, sobre um plano, de uma porção de superfície terrestre. Uma mente o valor de distâncias em qualquer latitude.
vez fornecidos os dados necessários pela geodésia (distâncias, direções e
relevo), tais valores são reproduzidos em mapa por meio de desenho, o Nos atlas escolares empregam-se figuras geométricas, como o qua-
qual mantém a relação constante e rigorosa entre as distâncias traçadas no drado da área conhecida, desenhada, na escala linear, num canto do
mapa e as extensões correspondentes na natureza. Para isso, usam-se mapa. É costume incluir nos mapas de origem européia o desenho esque-
escalas. mático do próprio país, na escala do mapa, o que permite obter imediata
idéia da grandeza de outras terras mediante simples comparação visual.
A indicação da escala de um mapa é direta quando feita junto à le-
genda, por expressão numérica ou gráfica, e indireta, quando essa mesma Escala de declividades. Dá-se o nome de escala de declividades à-
relação é estabelecida por elementos de grandeza conhecida. As escalas quela que permite medir inclinações das vertentes e rampas das vias
podem ser: (1) numéricas; (2) gráficas; (3) de declividades; e (4) de cores. quando o relevo é representado por curvas de nível, hachuras ou esbati-
dos. Tal escala, que envolve a terceira dimensão, é elaborada com retas
Escala numérica. Expressa por fração (1/2.000) ou por razão graduadas de maneira progressiva e em que os espaços marcados contam
(1:2.000), a escala numérica significa, de acordo com o exemplo, que a sempre a partir da origem. Lê-se o valor mais próximo da escala entre
unidade de comprimento, no numerador, ou no primeiro membro, vale duas curvas consecutivas e, se for necessário obter valores mais precisos,
mil vezes essa mesma unidade no terreno. Para tanto, é preciso conhecer interpolam-se as diferenças por estimativa. A graduação das escalas de
o valor em metros, correspondente a um centímetro ou um milímetro da declividades pode ser percentual ou angular. Uma dada escala só serve
régua graduada aplicada sobre o mapa. Basta cortar as duas ou três últi- para determinada escala linear e determinada eqüidistância de curvas de
mas casas do denominador dentro da razão. Exemplo: 1/2.000 indica que nível.
um milímetro da régua corresponde a dois metros no terreno.
Escalas de cores. Usadas para a representação do relevo nos mapas,
As escalas numéricas podem representar relações típicas pela sim- empregam-se escalas de cores que, conforme certas regras, indicam as
ples variação dos valores expressos: a indicação 10/1 ou 10:1 é uma esca- zonas de altitude e depressão. Em geral colocadas junto às legendas,
la de maior proporção, indicando que a medida sobre o desenho ou fotogra- essas escalas designam com cores diferentes a altitude dos planos hori-
fia é dez vezes o tamanho do objeto. Já a indicação 1/1 ou 1:1 é a escala zontais ou as curvas que limitam tais zonas.
natural, em que a medida do desenho é igual à do objeto representado "em
tamanho natural". Por fim, a indicação 1/10 ou 1:10 é a uma escala de Cálculo da escala. Quando, por qualquer motivo, desapareceu a le-
menor proporção, do tipo usado na confecção de mapas. genda e, assim, não se conhece a escala, o próprio conteúdo do mapa
conta com elementos de grandezas conhecidas que permitem, indiretamen-
Não é costume utilizar uma escala numérica de superfície para a ava- te, determinar a escala, seja numérica ou gráfica. A rede de coordenadas
liação de áreas em mapas. Mas, se for usada, deve-se saber que a escala geográficas é um destes, pois sua malha fornece a base para o cálculo ou
de superfície de um mapa é a escala linear ao quadrado. Exemplo: 1:5.000 a construção da escala, sabendo-se que um grau de latitude, ao longo de
linear é 1:5.0002 de superfície, isto é, um quadrado no mapa representa 25 qualquer meridiano, equivale a 111km. Medindo-se com a régua o espaço
milhões de quadrados idênticos no terreno. entre dois paralelos, pode-se determinar a relação entre a grandeza do
grau e sua medida sobre o mapa.
A escala numérica para altitudes seria a escala linear do mapa. Mas,
como o relevo (a terceira dimensão) é imensurável no mapa, por ser ape- Nas folhas topográficas das cartas oficiais, é costume apresentar, a-
nas figurado por meios gráficos, o processo torna-se inaplicável. Assim, em lém da rede de coordenadas geográficas, um sistema de quadriculagem
plantas e cartas topográficas encontra-se por vezes, junto à legenda ex- quilométrica que se estende de maneira contínua sobre as folhas, indican-
pressa em números, a indicação da eqüidistância das curvas de nível, o do a grandeza linear de um quilômetro, o que é um recurso empregado
que permite avaliar facilmente altitudes e declives. para a avaliação de distâncias e áreas sobre as cartas.
Escala gráfica. As escalas gráficas exprimem com desenho a relação Já nas cartas náuticas, construídas pela projeção de Mercator, nota-
mapa-natureza e, com freqüência, são empregadas junto com a escala se, em toda a moldura, uma graduação em unidades de arco, que serve
numérica. Sua vantagem decorre da fácil e imediata leitura, o que permite a principalmente para a determinação da posição dos navios: em latitude,
determinação da distância por comparação ao longo da escala desenhada, pelas duas graduações laterais e, em longitude, pela graduação das mar-
obtendo-se o resultado rapidamente, sem necessidade de cálculo. Vanta- gens inferior e superior. Isso torna-se possível porque as graduações
gem adicional da escala gráfica é o fato de acompanhar as eventuais laterais, que se referem à latitude, não são igualmente espaçadas em suas
reduções ou ampliações do mapa, conservando a razão da escala, o que unidades, visto que se alongam no sentido do equador para os pólos.
não ocorre com a escala numérica. Sabendo-se que as grandezas angulares das escalas laterais representam
valores lineares constantes, é possível avaliarem-se distâncias nesses
A escala gráfica simples é uma reta dividida em unidades na razão da mapas náuticos.
escala. Gradua-se a reta, a partir do ponto zero, com uma unidade básica
maior para a esquerda, e para a direita marca-se a mesma unidade básica Para isso, marca-se, sobre a divisão sexagesimal lateral, a extensão
maior tantas vezes quantas forem suficientes. A unidade da esquerda tomada no mapa entre os dois pontos em questão, de maneira a fazer
chama-se talão ou extensão e acha-se subdividida em unidades menores. coincidir o ponto médio dessa medida com o ponto da média das latitudes
dos dois lugares. Os extremos dessa extensão indicarão, sobre a gradua-
Nas escalas gráficas, o resultado depende do cuidado e prática da ção, a distância procurada em medida de arco, que por meio dos coeficien-
operação de leitura e, esta, da finura da graduação. Nas cartas topográfi- tes conhecidos pode ser transformada em medida linear métrica ou de
cas, especialmente as elaboradas pelas forças armadas, encontra-se uma outro sistema. Indiretamente, portanto, avaliam-se as distâncias lineares em
escala gráfica pertencente à classe das escalas de conversão ou binárias. mapas de projeção eqüiangular ou conforme, mediante a graduação late-
É a escala de passos que, de um lado da reta, tem uma graduação métrica ral.
e, do outro, uma graduação em unidades de passos. A posição oposta das
duas graduações ao longo da meta permite avaliar o número de metros Cartografia e comunicação
para determinado número de passos e vice-versa. A distância conhecida é
tomada numa tira de papel ou no compasso de ponta-seca e lê-se o valor Seria redundante afirmar que o mapa é uma imagem, se esta não ti-
correspondente em unidades da escala oposta ao longo do tronco e do vesse passado a ser tão valorizada como modo de expressão ao longo de
talão, da mesma maneira como se procede com a escala gráfica simples. todo o século XX. Com a adoção de convenções simbólicas como cores,
traços, emblemas, números etc., o mapa deve ser suficiente como tal, isto
Outro tipo de escala gráfica é o da composta ou de deformações. A é, como representação portátil e eficaz de uma dada realidade, capaz,
projeção cartográfica empregada na construção da rede de coordenadas assim, de servir de base para a evocação, o raciocínio ou o projeto de
geográficas (meridianos e paralelos) no plano provoca deformações linea- qualquer espécie, dos mais amenos, como uma viagem turística, até os
res nos mapas geográficos. A escala composta é apresentada num conjun- mais dramáticos, como a invasão de um país.
to em que são indicadas com exatidão as escalas de latitudes escolhidas, a

Geografia 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Essas qualidades colocam o mapa, a carta e todos os outros meios da denomina longitude geográfica e é medido em graus (o), minutos (') e
cartografia no domínio das estruturas lingüísticas, uma vez que também segundos (''). Todos os pontos situados num mesmo meridiano têm idêntica
são meios de comunicação, isto é, configuram uma linguagem. Seja como longitude. Ainda que essa longitude possa abranger a totalidade de um
suporte à verificação pessoal ou como meio de expressão dessa pesquisa círculo (360o), na prática se contam 180o a leste (E) e 180o a oeste (O).
e das conclusões a que leva, permite sempre um diálogo entre autor e leitor
ou autor e público, que para isso mobiliza estruturas sociais e psicológicas.
Do correto emprego destas depende a resposta dos consulentes: de um
lado, há o sistema de relações e interesses que congrega autor-cartógrafo-
editor-impressor-divulgador-público e, de outro, os meios pelos quais se
unem com tais objetivos várias técnicas de desenho, recursos de pensa-
mento e recursos gráficos, assim como noções de psicologia aplicada à
percepção visual e indispensáveis à comunicação da mensagem cartográfi-
ca.
Ainda que resultante da intenção de visualizar as informações, o ma-
pa requer grande atenção do interessado em sua leitura bidimensional,
menos comum que a linear, e de menor rapidez. Assim, para ser aceito e
adotado, deve oferecer ao usuário uma forma de expressão que lhe permita
economia do esforço mental em relação a outros meios de informação, e
ainda atrativos que lhe atinjam tanto os mecanismos da consciência como
do inconsciente.
É necessário, portanto, dosar a duração ideal do interesse do usuário
e explorar o melhor possível componentes prioritários como a representa-
ção do relevo, a hierarquia das cores, a legenda facilmente memorizável. A
feliz combinação desses elementos foi qualidade apreciável nos trabalhos
cartográficos desde suas origens, motivo pelo qual muitos mapas se torna-
ram, modernamente, requintados objetos de decoração, emoldurados e
postos em lugares de destaque. Os aperfeiçoamentos tecnológicos não
diminuíram, antes acrescentaram, a atração estética dos mapas. Ficaram
famosos, na segunda metade do século XX, tanto pela precisão científica
como pela beleza e bom gosto gráfico-editorial, os mapas da National
Geographic Society, dos Estados Unidos. Coordenadas geográficas; Geo-
désia; Mapa
Coordenadas geográficas
Por mais diminuto que seja, qualquer ponto na superfície da Terra po-
de ser localizado no mapa, se forem conhecidas suas coordenadas geográ-
ficas.
As coordenadas geográficas são a latitude e a longitude, representa-
das pelos meridianos e paralelos, que aparecem nos mapas cartográficos
em forma de linhas. Assim, por exemplo, se desejamos encontrar no mapa
o monte Bernina, e sabemos que suas coordenadas são 46o22' de latitude
N e 9o50' de longitude E, verificamos que está localizado entre a Suíça e a
Itália.
Acompanhando o movimento de rotação da Terra, veremos que cada
ponto do planeta descreve circunferências cujos círculos são perpendicula-
res ao eixo dos pólos. Dentre essas circunferências há uma que traça o
círculo máximo da esfera, cujo plano passa pelo centro da Terra e a divide
em duas metades ou hemisférios: é a linha do equador. Os demais círculos
vão diminuindo de tamanho a partir do equador, para cima ou para baixo, O ângulo formado pela vertical de qualquer ponto da superfície terres-
na direção dos pólos, e assim formam linhas paralelas. Essas linhas, como tre com o plano do equador se denomina latitude geográfica, e também é
o nome indica, são os paralelos. medido em graus, minutos e segundos.
Podemos traçar também sobre a esfera terrestre outra série de círcu- Todos os pontos situados no mesmo paralelo têm igual latitude. A ex-
los, perpendiculares aos anteriores, de tal modo que passem todos pelo tensão da latitude oscila entre 0o no equador e 90o nos pólos. Deve-se
eixo dos pólos e que, na vertical, dividem a superfície arredondada em distinguir entre latitude norte (N) ou sul (S), conforme o hemisfério em que
porções, semelhantes a gomos de laranja. Essas linhas são os meridianos. está situado o ponto que se quer localizar. O correto funcionamento desse
sistema depende da precisão com que se possa determinar as coordena-
Como se pode traçar um meridiano e um paralelo sobre cada ponto
das em qualquer ponto.
da Terra, dizemos que seu número é infinito. Assim sendo, temos de sele-
cionar um paralelo e um meridiano determinados, para que sirvam de A latitude tem sido determinada com precisão desde a antiguidade
referência dentro do sistema de coordenadas geográficas. Entre os parale- clássica, mas a longitude só pôde ser fixada de maneira definitiva muito
los, a linha do equador é universalmente aceita como a coordenada geo- tempo depois. Desde o século IV a.C., os gregos sabiam, graças às con-
gráfica referencial. Para os meridianos não existe a mesma aceitação quistas de Alexandre o Grande, que a Terra era mais extensa de oeste
universal. Todavia, a maioria dos países aceita a pequena cidade de Gre- para leste que de norte para sul, ou seja, sabiam que o planeta era acha-
enwich (a sudeste de Londres) como ponto de referência para o meridiano tado nos pólos. Nessa época surgiram os conceitos de longitude e latitude.
zero. Entretanto, a falta de dados concretos sobre a relação comprimento-largura
(longitude-latitude) da Terra impedia que se determinasse com precisão
Com essa disposição, qualquer ponto do globo terrestre pode ter sua
cada ponto. Por isso, os mapas obtidos naquela época eram muito defor-
localização determinada pelas duas distâncias angulares, uma até o equa-
mados e não davam uma idéia correta da realidade espacial.
dor e outra até o meridiano zero. O ângulo formado pelo plano do meridiano
de referência e o plano correspondente a qualquer outro meridiano se

Geografia 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Na prática, o cálculo das coordenadas geográficas de um ponto se re- ESE — es-sudeste;
aliza sempre por métodos indiretos, já que a rede de paralelos e meridianos SSE — su-sudeste;
não é mais que a projeção terrestre de um sistema de coordenadas astro- SSO — su-sudoeste;
nômicas. O procedimento tradicional para se determinar a latitude de um OSO — os-sudoeste;
ponto é o seguinte: calcula-se a altura do Sol sobre o horizonte, por meio ONO — os-noroeste;
de um sextante, e localiza-se a estrela Polar, no hemisfério norte, ou o NNO — nor-noroeste.
Cruzeiro do Sul, no hemisfério sul. Tanto um como o outro se encontram
alinhados no prolongamento do eixo da Terra, e por isso constituem pontos Juntando-se os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais notamos
precisos de referência. que eles formam uma figura conhecida pelo nome de rosa-dos-ventos.

O MAGNETISMO TERRESTRE

A Terra pode ser perfeitamente comparada a um gigantesco imã,


possuindo dois pólos magnéticos que se situam próximo aos pólos
geográficos, mas que não coincidem com estes.

O magnetismo terrestre tem sua provável origem na eletricidade emi-


tida pela massa líquida, proveniente da junção dos oceanos nas extremida-
des do globo terrestre.

Descoberta a atração magnética que os extremos da Terra exercem


sobre as demais partes do globo, inventou-se a bússola, aparelho que é um
A determinação da longitude é um problema mais difícil, só resolvido seguro meio de orientação.
em data bem mais recente. Até o final do século XVII, a única forma de se
determinar a longitude era conhecer a distância percorrida a partir de um A bússola é constituída por uma agulha magnética convenientemente
determinado ponto. Em terra, o problema tinha solução, mas no mar era colocada sobre uma haste no centro de uma caixa cilíndrica.
praticamente insolúvel. Daí a deformação dos mapas antigos, que atribuí-
am ao mar Mediterrâneo uma dimensão muito maior do que a real; da A agulha está ligada a um círculo graduado e dividido como a rosa-
mesma forma, foi muito difícil para os cartógrafos quinhentistas, depois do dos-ventos. Este círculo é geralmente constituído de talco ou mica.
descobrimento da América, situar no Atlântico a linha que separava os
territórios portugueses dos espanhóis, de acordo com o Tratado de Tordesi- Como essa agulha tem a propriedade de apontar sempre o norte, para
lhas. No princípio do século XVIII, já conhecidas as dimensões aproxima- nos orientarmos pela bússola basta colocarmos o “norte” do mostrador na
das do planeta, solucionou-se o problema da longitude. Como a Terra dá direção indicada pela agulha, o que de imediato nos proporcionará a posi-
uma volta completa sobre seu eixo a cada 24 horas, cada hora avança 15o, ção dos demais pontos.
de maneira que a longitude, expressada em graus, é obtida pela diferença
em horas entre o meridiano de origem e o meridiano cuja longitude se quer A agulha imantada da bússola não aponta o norte geográfico, mas sim
determinar. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. o norte magnético. A direção da agulha e o norte geográfico formam quase
sempre um ângulo, variável de lugar para lugar e de época para época, ao
MEIO DE ORIENTAÇÃO E COORDENADAS GEOGRÁFICAS qual se dão nome de declinação magnética.

OS PONTOS DE ORIENTAÇÃO ORIENTAÇÃO PELO CRUZEIRO DO SUL

O homem, para facilitar o seu deslocamento sobre a superfície terres- Além dos meios de orientação já conhecidos, à noite é possível nos
tre, tomando por base o nascer e o pôr do Sol, criou alguns pontos de orientarmos por meio das estrelas.
orientação.
Um importante elemento de orientação em nosso hemisfério é o Cru-
Devido à marcante influência que o Sol exerce sobre a Terra, o ho- zeiro do Sul, para nós bastante visível.
mem, observando sua aparente marcha pelo espaço, fixou a direção em
que ele surge no horizonte’. A forma de nos orientarmos por ele consiste em prolongarmos quatro
vezes o braço maior da cruz e, desse ponto imaginário, baixarmos uma
O ponto em que o Sol aparece diariamente no horizonte, o nascente, perpendicular à linha do horizonte.
é conhecido também por leste ou oriente, e o local onde ele se põe, o
poente, corresponde ao oeste ou ocidente. Assim teremos o sul. Se nos colocarmos de costas para a constelação
teremos à frente o norte, à direita o leste e à esquerda o oeste.
Estendendo a mão direita para leste e a esquerda para oeste, encon-
tramos mais dois pontos de orientação — o norte, à nossa frente, e o sul, No hemisfério norte usa-se a estrela Polar como meio de orientação.
às nossas costas. Ela aponta sempre a direção norte.

Esses quatro principais pontos de orientação: norte, sul, leste e oeste, AS LINHAS E CÍRCULOS DA TERRA
constituem os pontos cardeais.
Devido à grande extensão do nosso planeta, para facilitar a localiza-
Entre os pontos cardeais, foram criados mais quatro pontos de orien- ção de qualquer ponto da sua superfície foram imaginadas algumas linhas
tação, os colaterais, que são: nordeste, sudeste, noroeste e sudoeste. ou círculos.

Para tornar mais segura a orientação sobre a superfície terrestre, en- Para se traçar essas linhas foi necessário representar-se graficamente
tre um ponto cardeal e um colateral foi criado o subcolateral. a Terra por meio de uma figura semelhante à sua forma — a esfera.

Os pontos subcolaterais são em número de oito:

NNE — nor-nordeste;
ENE — es-nordeste;

Geografia 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
fície terrestre. A latitude e a longitude constituem as coordenadas geográfi-
cas.

Nos extremos da esfera terrestre estão situados os pólos norte e sul.


A igual distância dos pólos, foi traçado no centro da esfera terrestre um
círculo máximo — o Equador.

O Equador divide a Terra horizontalmente em duas partes iguais — os


hemisférios norte ou boreal e sul ou austral.

PARALELOS

Paralelamente ao Equador, em ambos os hemisférios, foram traçadas


outras linhas ou círculos — os paralelos (90 no hemisfério norte e 90 no
hemisfério sul).

Portanto, paralelos são círculos imaginários que atravessam a Terra


paralelamente ao Equador.

Destas linhas duas são mais importantes em cada um dos hemisférios


— os Trópicos de Câncer e de Capricórnio, distantes do Equador a aproxi-
madamente 23º27', e os círculos polares Ártico e Antártico, que se distanci-
am do seu pólo correspondente a aproximadamente 23º27'.

AS ZONAS CLIMÁTICAS DA TERRA

Os trópicos e os círculos polares dividem a superfície terrestre em


cinco grandes zonas climáticas, assim chamadas porque nos indicam
aproximadamente o clima de cada uma dessas regiões:

Zona tórrida: que se localiza entre os dois trópicos e é atravessada ao


centro pelo Equador. Constitui a zona mais quente do globo.

Zonas temperadas: a do Norte e a do Sul, situando-se respectivamen- LATITUDE


te entre os trópicos e os círculos polares, onde as temperaturas são bem
mais amenas do que na zona tórrida, e as estações do ano se apresentam A latitude é a distância em graus de qualquer ponto da superfície ter-
bem mais perceptíveis. restre em relação ao Equador.

Zonas frias ou glaciais: situam-se no interior dos círculos polares Árti- Ela pode ser definida como o ângulo que a vertical desse lugar forma
co e Antártico e constituem as regiões mais frias do globo, quase que com o plano do Equador.
permanentemente cobertas de gelo.
A Latitude pode ser norte ou sul e variar de 00 a 900. Cada grau divi-
MERIDIANOS de-se em 60 minutos e cada minuto em 60 segundos.

Atravessando perpendicularmente o Equador, temos também linhas Todos os pontos da superfície terrestre que têm a mesma latitude en-
ou círculos que vão de um pólo a outro — os meridianos. contram-se evidentemente sobre o mesmo paralelo.

Assim como o Equador é o paralelo inicial ou de 00, os geógrafos LONGITUDE


convencionaram adotar um meridiano inicial. Este meridiano é conhecido
também pelo nome de Meridiano de Greenwich, pelo fato de passar próxi- Corresponde à distância em graus que existe entre um ponto da su-
mo de um observatório astronômico situado na cidade do mesmo nome, perfície terrestre e o Meridiano Inicial ou de Greenwich.
nas proximidades de Londres, Inglaterra. Esse meridiano divide a Terra
verticalmente em dois hemisférios — o oriental e o ocidental. Ela pode ser oriental ou ocidental, contada em cada um destes hemis-
férios de 0º a 180º.
Embora se possam traçar tantos meridianos quantos se queira, são u-
tilizados somente 360 deles. Tomando-se por base o Meridiano Inicial ou Se quisermos saber qual a posição geográfica da cidade onde mora-
de Greenwich, temos 180 meridianos no hemisfério oriental e 180 no oci- mos, basta procurar no mapa o paralelo e o meridiano que passam por ela
dental. ou próximo a ela.

AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS Observe o exemplo abaixo e ponha em prática o que acabamos de


aprender.
Utilizando os paralelos e os meridianos podemos, por meio da latitude
e da longitude, determinar a posição exata de um ponto qualquer da super- FUSOS HORÁRIOS

Geografia 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
De acordo com o que observamos, a Terra realiza o movimento de ro- pando-se, portanto, da confecção e análise dos mapas ou cartas geográfi-
tação de oeste para leste. cas.

Para dar uma volta completa sobre si, diante do Sol, a Terra leva 24 Existem duas formas por meio das quais representamos graficamente
horas, o que corresponde a um dia (um dia e uma noite). o nosso planeta: os globos e os mapas.

Sabendo-se que a esfera terrestre se divide em 3600 e que o Sol leva O globo terrestre é a melhor forma de se representar a Terra, pois não
24 horas para iluminá-la, conclui-se que, a cada hora, são iluminados distorce a área e a forma dos oceanos e continentes. Porém, os mapas,
diretamente pelo astro-rei 15 meridianos (360 : 24 = 15). além de oferecerem maior comodidade no seu manuseio e transporte, são
menos custosos e permitem, também, que as indicações neles contidas
O espaço da superfície terrestre compreendido entre 15 meridianos sejam mais completas e minuciosas do que nos globos.
ou 150 recebe o nome de fuso horário. A Terra possui, portanto, 24 fusos
horários, que representam as 24 horas do dia. ESCALAS

Para calcular a hora, convencionou-se que o fuso horário inicial, isto Para reproduzirmos a Terra ou parte dela em um mapa, precisamos
é, o fuso a partir do qual a hora começaria a ser contada, seria o fuso que diminuir o tamanho da área a ser representada.
passa por Greenwich.
Para este fim é que dispomos das escalas. Chamamos escala à rela-
A hora determinada por este fuso horário recebe o nome de hora ção de redução que existe entre as dimensões reais do terreno e as que ele
GMT. apresenta no mapa. As escalas podem ser de duas espécies:

Partindo-se da hora GMT, quando na região que corresponde ao me- Numérica ou aritmética: representada por uma fração ordinária ou sob
ridiano inicial for meio-dia, nas regiões compreendidas em cada um dos 1
fusos a leste desse meridiano teremos uma hora a mais, e a oeste, uma a forma de uma razão — 1:500 000.
hora a menos, isto porque, conforme vimos, a Terra gira de oeste para 500 000
leste.
Consideradas as ilhas oceânicas, o Brasil possui 4 fusos horários. Isto significa que o objeto da representação foi reduzido em quinhen-
tas mil vezes para ser transportado com detalhes para o mapa.
Observamos pelo mapa que há um limite prático e um teórico dos fu-
sos horários. Assim, para se saber o valor real de cada centímetro basta fazer a
seguinte operação:
O meridiano que divide o 1º fuso do 2º passa pelos Estados do Nor-
deste. Se esse limite teórico prevalecesse, esses Estados teriam horas Escala 1: 500 000
diferentes. Como a diferença não é muito grande, criou-se um limite prático,
através do desvio do meridiano que divide o 1º do 2º fuso horário. Assim, 1 cm = 5 000 metros ou 5 km
todo o território nordestino permanece no 2º fuso horário brasileiro.
Conhecendo o valor real de cada centímetro, com o auxílio de uma
Notamos também que do 2º para o 3º fuso houve um desvio para co- régua, poderemos calcular a distância em linha reta entre dois ou mais
incidir com os limites políticos dos Estados, exceção feita ao Pará, cujo pontos do mapa.
território se encontra no 2º e 3º fusos.
Basta, por exemplo, medir os centímetros que separam duas cidades
O 1º fuso horário brasileiro está atrasado duas horas em relação a e multiplicá-los pelo valor equivalente a 1 cm, já encontrado pela operação
Greenwich. acima exemplificada.

O 2º fuso horário, atrasado três horas em relação a Greenwich, consti- Gráfica: representada por uma linha reta dividida em
tui a hora legal do nosso país (hora de Brasília). Nele encontra-se a maioria partes, na qual encontramos diretamente os valores.
dos Estados brasileiros. Um mapa é feito em grande escala quando a redução ou o denomina-
dor da fração é pequeno (1:80000; 1:50000). Um mapa é elaborado em
O 3º fuso horário está atrasado quatro horas em relação a Londres e pequena escala quando a redução ou o denominador da fração é grande
uma hora em relação a Brasília.. (1:500 000; 1:10 000 000).

O 4º fuso horário, com cinco horas de atraso em relação a Greenwich, PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
está atrasado também duas horas em relação a Brasília. Nele estão inseri-
dos apenas o Acre e o extremo-oeste do Estado do Amazonas. Como a representação da Terra ou de parte dela em um mapa não
pode ser feita com exatidão matemática, posto que a esfera é um corpo
LINHA INTERNACIONAL DE MUDANÇA DA DATA geométrico de certa incompatibilidade com as figuras planas, é preciso
deformá-la um pouco.
Estabelecido o sistema de fusos horários, tornava-se necessário de-
terminar o meridiano a partir do qual deveríamos começar a contagem de Essas deformações serão tanto maiores quanto menor for a superfície
um novo dia. Escolheu-se para tal fim o meridiano de 1800 ou linha interna- representada.
cional da data, onde ocorre a mudança de datas. Cruzando-se esta linha no
sentido oeste-leste, deve-se subtrair um dia (24 horas) e, cruzando-a no As deformações que a Terra ou parte dela sofre ao ser representada
sentido leste-oeste, deve-se acrescentar um dia. em figuras planas —os mapas — ocorrem devido às projeções cartográfi-
cas.
A REPRESENTAÇÃO DA TERRA
Diversos tipos de projeções permitem-nos passar para um plano, com
A representação gráfica da Terra é uma tarefa que cabe a um impor- o mínimo possível de deformações, as figuras construídas sobre uma
tante ramo da ciência geográfica — a Cartografia. esfera.

A Cartografia tem por objetivo estudar os métodos científicos mais Em todos os tipos de projeções, primeiro é transportada, da esfera pa-
adequados para uma melhor e mais segura representação da Terra, ocu- ra a superfície, a rede de paralelos e meridianos, depois, ponto por ponto,
as figuras ou formas que se deseja representar.

Geografia 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cie, porém, os meridianos se transformam em elipses, e o valor dos ângulos
TIPOS DE PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS não é respeitado. Nesta projeção, os paralelos são linhas retas e os meridi-
anos, linhas curvas;
Todas as projeções cartográficas têm vantagens e inconvenientes.
Por exemplo, as eqüiangulares, para dar traçado exato dos continentes, a estereográfica: utilizada para os mapas-múndi, em que a Terra apa-
respeitam os ângulos, porém exageram as proporções; as equivalentes rece representada por dois hemisférios — o oriental e o ocidental. Nela, os
mantêm as superfícies e as proporções, deformando com isto o traçado dos paralelos e meridianos, com exceção do Equador e do Meridiano Inicial,
continentes; as eqüidistantes procuram respeitar a proporção entre as são curvos, sendo que a curvatura dos paralelos aumenta gradativamente,
distâncias; e as ortomórficas conservam as formas. à medida que se aproximam dos pólos.

Uma vez que nenhuma projeção reúne os requisitos de conservação CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS
do ângulo, da área, da distância e da forma, o cartógrafo deve usá-las de
acordo com a superfície que deseja representar e a finalidade a que o Várias técnicas são empregadas pelos cartógrafos para se represen-
mapa se destina. tar, em um mapa, os aspectos físicos, humanos e econômicos de um
continente, país ou região.
As projeções costumam ser reunidas em três tipos básicos: cilíndri-
cas, cônicas, e azimutais. SÍMBOLOS

PROJEÇÃO CILÍNDRICA Tendo em vista simplificar o uso de símbolos para se expressar os e-


lementos geográficos em um mapa, foi padronizada uma simbologia inter-
Esta projeção, idealizada pelo cartógrafo Mercator, consiste em proje- nacional, que permite a leitura e a interpretação de um mapa em qualquer
tar a superfície terrestre e os paralelos e meridianos sobre um cilindro. parte do globo.

Neste tipo de projeção, muito utilizada na confecção dos planisférios, A REPRESENTAÇÃO DO RELEVO TERRESTRE
os paralelos e meridianos são representados por linhas retas que se cortam
em ângulos retos. Os paralelos aparecem tanto mais separados à medida A representação do relevo terrestre pode ser feita por meio de vários
que se aproximam dos pólos, acarretando grandes distorções nas altas processos: graduação de cores, curvas de nível, hachuras e mapas som-
latitudes. breados.

Dessa forma, a Groenlândia, por exemplo, que é bem menor que a MAPAS COM GRADUAÇÃO DE CORES
América do Sul, no planisfério aparece quase do mesmo tamanho que essa
parte do continente americano. Como exemplo de mapas com graduação de cores, temos:

PROJEÇÃO CÔNICA mapas de relevo ou hipsomêtricos: em que as diferen-


ças de altitude são sempre expressas: pelo verde, para re-
Neste tipo de projeção, a superfície da Terra é representada sobre um presentar as baixas altitudes; pelo amarelo e alaranjado, para
cone imaginário, que está em contato com a esfera em determinado parale- as médias altitudes; e pelo marrom e avermelhado, para as
lo. maiores altitudes;

Por essa projeção, obtemos mapas ou cartas com meridianos for- mapas oceânicos ou batimétricos: onde observamos as
mando uma rede de linhas retas, que convergem para os pólos, e paralelos diferentes profundidades oceânicas, peas tonalidades do a-
constituindo círculos concêntricos que têm o pólo como centro. zul: azul claro, para representar as pequenas profundidades,
e vários tons de azul, até o mais escuro, para as maiores pro-
Na projeção cônica, as deformações são pequenas próximo ao para- fundidades.
lelo de contato, mas tendem a aumentar à medida que as zonas represen-
tadas estão mais distantes. CURVAS DE NÍVEL

Devemos recorrer a este tipo de projeção para representarmos mapas As curvas de nível são linhas empregadas para unir os pontos da su-
regionais, onde são apresentadas apenas pequenas partes da superfície perfície terrestre de igual altitude sobre o nível do mar.
terrestre.

PROJEÇÃO AZIMUTAL

Esse tipo de projeção se obtém sobre um plano tangente a um ponto


qualquer da superfície terrestre. Este ponto de tangência ocupa sempre o
centro da projeção.

No caso do plano ser tangente ao pólo, os paralelos aparecem repre-


sentados por círculos concêntricos, que têm como centro o pólo e os meri-
dianos corno raios, convergindo todos para o ponto de contato.

Neste tipo de projeção, as deformações são pequenas nas proximida-


des do pólo (ou ponto de tangência), mas aumentam à medida que nos
distanciamos dele.

A projeção azimutal destina-se especialmente a representar as regi-


ões polares e suas proximidades. Elas são indicadas no mapa por algarismos aos quais se dá o nome
de “cotas de altitude”.
Além destes três tipos de projeções, podemos destacar também:
O processo de representar o relevo por curvas de nível consiste em
a de Mollweide: não utiliza nenhuma superfície de contato. Ela se des- se imaginar o terreno cortado por uma série de planos horizontais guardan-
tina à representação global da Terra, respeitando os aspectos da superfí- do entre si uma distância vertical.

Geografia 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e altura praticamente iguais: no sentido norte-sul, estende-se por 4.320km,
A diferença de nível entre duas curvas é quase sempre a mesma, po- desde o monte Caburaí, na fronteira com a Guiana, até o arroio Chuí, na
rém, se duas curvas se aproximam, é porque o declive (inclinação) é maior, fronteira com o Uruguai; e no sentido oeste-leste, por 4.328km, da serra de
e se, pelo contrário, se afastam, o declive, ou seja, o relevo, é mais suave e Contamana, no Peru, até a ponta do Seixas, no litoral da Paraíba.
menos abrupto.
O nome Brasil deriva da árvore Caesalpinia echinata, chamada pelos
HACHURAS índios de ibirapitanga e pelos portugueses de pau-brasil, pela cor de brasa
do seu cerne, comerciado como corante. Já um ato notarial de 1503 arrola-
As hachuras são pequenos traços, de grossura e afastamento variá- va um carregamento de "paus do brasil", trazidos da terra recém-
vel, desenhados para exprimir maior inclinação do terreno. descoberta. Até o século XVII, "brasileiros" eram inicialmente os que co-
merciavam com pau-brasil; depois os que vinham para o Brasil ganhar a
Elas são desenhadas entre as curvas de nível e perpendicularmente a vida; e finalmente os filhos da terra, nativos ou descendentes de europeus.
elas. Geografia física

Assim sendo, os mapas que representam relevos de maior declivida- Geologia


de ou inclinação são bastante escurecidos, enquanto aqueles que repre- O território brasileiro, juntamente com o das Guianas, distingue-se niti-
sentam menores inclinações do terreno se apresentam mais claros. Os damente do resto da América do Sul. Seu embasamento abriga as maiores
terrenos planos e os situados ao nível do mar são deixados em branco. áreas de afloramento de rochas pré-cambrianas, os chamados escudos: o
escudo ou complexo Brasileiro, também designado como embasamento
Este método não tem sido muito utilizado ultimamente, sendo substitu- Cristalino, ou simplesmente Cristalino; e o escudo das Guianas. Os terre-
ído pelo das curvas de nível ou pelo da graduação de cores. nos mais antigos, constituídos de rochas de intenso metamorfismo, formam
o complexo Brasileiro. O escudo das Guianas abarca, além das Guianas,
FOTOGRAFIAS AÉREAS OU AEROFOTOGRAMETRIA parte da Venezuela e do Brasil, ao norte do rio Amazonas. Entre ambos
situa-se a bacia sedimentar do Amazonas, cuja superfície está em grande
Atualmente vem ganhando destaque o processo de reconhecimento parte coberta por depósitos cenozóicos, em continuação aos da faixa
do terreno pelas fotografias aéreas. Este processo, denominado aerofoto- adjacente aos Andes.
grametria, é desenvolvido da seguinte maneira:
Um avião, devidamente equipado, fotografa uma certa área, de tal As rochas mais antigas do escudo das Guianas datam de mais de dois
modo que o eixo focal seja perpendicular à superfície. A primeira e a se- bilhões de anos. É portanto uma área estável de longa data. Na faixa
gunda fotos devem corresponder à cobertura de uma área comum de costeira do Maranhão e do Pará ocorrem rochas pré-cambrianas, que
aproximadamente 600/o (figura A). constituem um núcleo muito antigo, com cerca de dois bilhões de anos. A
As fotos obtidas são colocadas uma ao lado da outra, obedecendo a região pré-cambriana de Guaporé é coberta pela floresta amazônica. A do
mesma orientação, de tal forma que ambas apresentem igual posição. rio São Francisco estende-se pelos estados da Bahia, Minas Gerais e
Com o auxílio de um estereoscópio podemos observar a área (A) em Goiás. Há dentro dessa região uma unidade tectônica muito antiga, o
imagem tridimensional. geossinclíneo do Espinhaço, que vai de Ouro Preto MG até a borda meridi-
Utilizando-se vários instrumentos, podem ser traçadas as curvas de onal da bacia sedimentar do Parnaíba. As rochas mais antigas dessa área
nível e interpretados os diversos aspectos físicos que a área focalizada constituem o grupo do rio das Velhas, com idades que atingem cerca de 2,5
apresenta. bilhões de anos.
As rochas do grupo Minas assentam-se em discordância sobre elas, e
II - Aspectos físicos e meio ambiente no Brasil (grandes são constituídas de metassedimentos que em geral exibem metamorfismo
domínios de clima, vegetação, relevo e hidrografia; ecos- de fácies xisto verde, com idade aproximada de 1,5 bilhão de anos. Perten-
sistemas). ce a esse grupo a formação Itabira, com grandes jazidas de ferro e manga-
nês. Sobre as rochas do grupo Minas colocam-se em discordância as do
grupo Lavras, constituídas de metassedimentos de baixo metamorfismo,
Brasil com metaconglomerados devidos talvez a uma glaciação pré-cambriana.
"País do futuro", "terra dos contrastes", "nação da cordialidade" e "gi- Grande parte da área pré-cambriana do São Francisco é coberta por
gante adormecido", são alguns dos qualificativos com que se tenta resumi- rochas sedimentares quase sem metamorfismo e só ligeiramente dobradas,
damente explicar a complexa e multifacetada realidade brasileira, onde a constituídas em boa parte de calcários. Essa seqüência é conhecida como
abundância de terras férteis convive com multidões de desempregados, grupo Bambuí, com idade em torno de 600 milhões de anos, época em que
prodigiosos recursos naturais não conseguem impedir bolsões de miséria e provavelmente a região do São Francisco já havia atingido relativa estabili-
se vêem cidades tão modernas quanto as do primeiro mundo ou tribos dade.
indígenas que vivem ainda como seus antepassados de 1500, ao tempo do
Ao que parece, um grande ciclo orogenético, denominado Transama-
descobrimento.
zônico, ocorrido há cerca de dois bilhões de anos, perturbou as rochas
Único país de colonização portuguesa em todo o continente americano, mais antigas dessa faixa pré-cambriana. Ao final do pré-cambriano, as
o Brasil difere muito de seus vizinhos tanto na língua quanto na cultura, na regiões do São Francisco e do Guaporé eram separadas por dois geossin-
maneira de ser de seu povo como nas preferências de sua elite intelectual clíneos -- o Paraguai-Araguaia, que margeava as terras antigas do Guaporé
e econômica, no relevo do solo como na configuração do litoral. E ele pelo lado oriental; e o de Brasília, que margeava as terras antigas do São
mesmo é uma grande colcha de retalhos, com regiões completamente Francisco pelo lado ocidental.
diferentes entre si, tanto no aspecto físico como na organização urbana, na
As estruturas das rochas parametamórficas do geossinclíneo Paraguai-
história como na cultura, embora exista latente e sempre pronto a manifes-
Araguaia orientam-se na direção norte-sul no Paraguai e sul do Mato Gros-
tar-se com vigor um sentimento geral de brasilidade.
so, curvam-se para o nordeste e novamente para norte-sul no norte de
Uma das nações-continente do mundo, com área de 8.547.404km2, o Mato Grosso e Goiás e atingem o Pará através do baixo vale do Tocantins,
Brasil ocupa quase a metade da América do Sul e é o quinto país do mun- numa extensão de mais de 2.500km. Iniciam-se por uma espessa seqüên-
do em extensão territorial, apenas sobrepujado pela Rússia, Canadá, China cia de metassedimentos que constituem, no sul, o grupo Cuiabá, e no
e Estados Unidos. Ao longo de cerca de 16.000km de fronteiras, limita-se norte, o grupo Tocantins. Essa seqüência é recoberta pelas rochas do
ao norte com a Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Venezuela; a oeste grupo Jangada, entre as quais existem conglomerados tidos como repre-
com a Colômbia, Peru, Bolívia e Paraguai; ao sul, com a Argentina e o sentantes do episódio glacial.
Uruguai; e a leste com o oceano Atlântico. Portanto, apenas dois países
O geossinclíneo Brasília desenvolveu-se em parte dos estados de Goi-
sul-americanos não têm fronteira com o Brasil: Equador e Chile. Com a
ás e Minas Gerais. Suas estruturas, no sul, dirigem-se para noroeste e
forma aproximada de um imenso triângulo, o território brasileiro tem largura

Geografia 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
depois curvam-se para o norte. A intensidade do metamorfismo decresce tocênicos (formação Pará) e holocênicos ou atuais, todos de origem conti-
de oeste para leste e varia de fácies anfibolito a fácies xisto verde. A região nental.
central de Goiás, que separa os geossinclíneos Paraguai-Araguaia e Brasí-
lia, é constituída de rochas que exibem fácies de metamorfismo de anfiboli- A bacia sedimentar do Parnaíba situa-se em terras do Maranhão e do
to. Piauí. Os terrenos mais antigos remontam à era paleozóica e em geral são
de origem marinha; os devonianos subdividem-se em três formações:
Uma longa faixa metamórfica, chamada de geossinclíneo Paraíba, es- Picos, Cabeças e Longá. Distinguem-se na bacia do Parnaíba três ciclos de
tende-se ao longo da costa oriental do Brasil, do sul da Bahia ao Rio Gran- sedimentação separados por discordâncias: (1) siluriano; (2) devoniano-
de do Sul e Uruguai. Suas rochas de metamorfismo mais intenso estão na carbonífero inferior; (3) carbonífero superior-permiano. Durante o intervalo
serra do Mar. As rochas de baixo metamorfismo (xistos verdes) são grupa- siluriano-carbonífero inferior, a área de maior subsidência situava-se no
das sob diferentes nomes geográficos: grupo Porongos, no Rio Grande do limite sudeste da atual bacia, o que lhe conferia grande assimetria em
Sul, grupo Brusque, em Santa Catarina, grupo Açungui, no Paraná e sul de relação aos atuais limites da bacia. Isso significa que a borda oriental atual
São Paulo, e grupo São Roque, na área de São Roque-Jundiaí-Mairiporã, é erosiva e não corresponde à borda original. A história da bacia durante o
no estado de São Paulo. Gnaisses e migmatitos da área pré-cambriana do permiano acha-se documentada pelos depósitos das formações Pedra de
norte, em São Paulo e partes adjacentes de Minas Gerais, constituem a Fogo e Motuca.
serra da Mantiqueira.
A bacia do Paraná é uma das maiores do mundo. Mais de sessenta por
A faixa orogenética do Cariri, no Nordeste, possui direções estruturais cento de sua área de 1.600.000km2 ficam no Brasil; cerca de 25% na
muito perturbadas por falhamentos. Um grande acidente tectônico, o linea- Argentina e o restante no Paraguai e Uruguai. É definida como unidade
mento de Pernambuco, separa a faixa do Cariri do geossinclíneo de Propri- autônoma a partir do devoniano, embora ocorram sedimentos marinhos
á. O grupo Ceará, importante unidade da faixa tectônica do Cariri, apresen- silurianos fossilíferos no Paraguai, de extensão limitada. Distinguem-se na
ta metassedimentos com metamorfismos que variam da fácies xisto verde à bacia do Paraná três ciclos de sedimentação paleozóica (siluriano, devoni-
de anfibolito, recobertos em discordância pelas rochas do grupo Jaibara. ano, permocarbonífero), separados entre si por discordâncias. Os sedimen-
tos marinhos do fim do paleozóico são bem menos importantes que nas
A fase de sedimentação intensa de todos esses geossinclíneos ocorreu duas outras bacias, mas ao contrário delas, essa bacia possui sedimentos
no pré-cambriano superior, e seu fim foi marcado por um ciclo orogenético, marinhos permianos.
o ciclo Brasileiro, ocorrido há cerca de 600 milhões de anos. Suas fases
tardias atingiram os períodos cambriano e ordoviciano, e produziram depó- Relevo
sitos que sofreram perturbações tectônicas, não acompanhadas de meta-
morfismo. Em Mato Grosso, extensos depósitos calcários dessa época O Brasil é um país de relevo modesto: seus picos mais altos elevam-se
constituem os grupos Corumbá, ao sul, e Araras, ao norte. Em discordância a cotas da ordem dos três mil metros. Em grandes números, o relevo
sobre o Corumbá, assentam as rochas do grupo Jacadigo, constituídas de brasileiro se reparte em menos de quarenta por cento de planícies e pouco
arcósios, conglomerados arcosianos, siltitos, arenitos e camadas e lâminas mais de sessenta por cento de planaltos. A altitude média é de 500m. As
de hematita, jaspe e óxidos de manganês. elevações agrupam-se em dois sistemas principais: o sistema Brasileiro e o
sistema Parima ou Guiano. Ambos são constituídos de velhos escudos
Na faixa atlântica há indícios de manifestações vulcânicas riolíticas e cristalinos, de rochas pré-cambrianas -- granito, gnaisse, micaxisto, quartzi-
andesíticas associadas aos metassedimentos cambro-ordovicianos, e to -- fortemente dobrados e falhados pelas orogenias laurenciana e huroni-
também granitos intrusivos, tardios e pós-tectônicos. Os sedimentos cam- ana.
bro-ordovicianos, que marcam os estertores da fase geossinclinal no Brasil,
não possuem fósseis, por se terem formado em ambiente não-marinho. Trabalhados por longo tempo pelos agentes erosivos, os dois escudos
Ocupam áreas restritas, cobertas discordantemente pelos sedimentos foram aplainados até formarem planaltos muito regulares. Na periferia, a
devonianos ou carboníferos da bacia do Paraná. A maior área encontra-se orogenia andina refletiu-se por meio de falhas, flexuras e fraturas que
no estado do Rio Grande do Sul. promoveram uma retomada da erosão, que deu origem a formas mais
enérgicas de relevo: escarpas, vales profundos, serras e morros arredon-
A seqüência da base é chamada de grupo Maricá, à qual sucede o dados.
grupo Bom Jardim, que consiste em seqüências sedimentares semelhantes
às do grupo Maricá, mas caracterizadas por um vulcanismo andesítico O sistema Parima ou Guiano fica ao norte da bacia amazônica e sua li-
muito intenso. Segue-se o grupo Camaquã, cujas rochas exibem perturba- nha divisória serve de fronteira entre o Brasil, de um lado, e a Venezuela,
ções mais suaves que as dos grupos sotopostos. Nas fases iniciais de Guiana, Suriname e Guiana Francesa de outro. A superfície aplainada do
deposição desse grupo, ocorreu intenso vulcanismo riolítico, mas há evi- alto rio Branco (vales do Tacutu e do Rupununi) divide o sistema em dois
dências de fases vulcânicas riolíticas anteriores: os conglomerados do maciços: o Oriental, com as serras de Tumucumaque e Acaraí, mais baixo,
grupo Bom Jardim contêm seixos de riólitos. Também durante as fases de com altitudes quase sempre inferiores a 600m; e o Ocidental, mais elevado,
sedimentação das rochas do grupo Camaquã, ocorreu vulcanismo andesíti- que recebe denominações como serra de Pacaraima, Parima, Urucuzeiro,
co intermitente. Tapirapecó e Imeri, onde se encontram os pontos culminantes do relevo
brasileiro: o pico da Neblina, com 3.014m, e o Trinta e Um de Março, com
O grupo Itajaí, em Santa Catarina, é outra grande área de rochas for- 2.992m. Mais para oeste, no alto rio Negro, ocorrem apenas bossas graníti-
madas em ambiente tectônico. O grupo Castro, no Paraná, constituído de cas isoladas (cerro Caparro, pedra de Cucaí), com menos de 500m, que
arcósios, siltitos e conglomerados, parece ter-se formado na mesma época emergem do peneplano coberto de florestas.
desses grupos. Riólitos, tufos e aglomerados ocorrem em diversos níveis
dessa seqüência, e rochas vulcânicas andesíticas marcam as fases finais. O sistema Brasileiro ocupa área muito maior que o Parima. Está subdi-
Sobre as rochas do grupo Castro descansa uma seqüência de conglome- vidido em províncias fisiográficas ou geomórficas. O maciço Atlântico
rados, a formação Iapó. abrange as serras cristalinas que ficam a leste das escarpas sedimentares
do planalto Meridional, e tomam as denominações gerais de serra do Mar e
Bacias sedimentares. Distinguem-se, por sua estrutura, três grandes serra da Mantiqueira. A primeira acompanha a costa brasileira desde o
bacias sedimentares intracratônicas no Brasil: Amazonas, Parnaíba (ou baixo Paraíba, perto do município de Campos dos Goitacases RJ até o sul
Maranhão) e Paraná. A bacia do Amazonas propriamente dita ocupa ape- de Santa Catarina; a serra da Mantiqueira fica um pouco mais para o interi-
nas a região oriental do estado do Amazonas e o estado do Pará, com or, e estende-se de São Paulo até à Bahia.
exceção da foz do Amazonas, que pertence à bacia de Marajó. Os terrenos
mais antigos datam da era paleozóica e alinham-se em faixas paralelas ao A serra do Mar mostra um conjunto de cristas paralelas entre o litoral
curso do rio Amazonas. As rochas do período devoniano ocorrem tanto na sul do estado do Rio de Janeiro e o médio Paraíba: Gávea, Pão de Açúcar,
bacia do Amazonas como nas do Parnaíba e do Paraná. Outros datam da Corcovado, Tijuca, Pedra Branca, Jericinó-Marapicu, garganta Viúva da
era mesozóica e são cretáceos (séries Acre e Itauajuri, formação Nova Graça, até o alinhamento principal da serra, que descamba suavemente
Olinda), e constituem, com os anteriores, zonas com possibilidades de para o leito do Paraíba. Longitudinalmente, mostra o bloco levantado da
jazidas petrolíferas. Mas as maiores extensões correspondem aos terrenos serra dos Órgãos, ao norte da baía de Guanabara, com culminâncias na
recentes, particularmente pliocênicos (série Barreiras), mas também pleis- pedra do Sino (2.245m) e na pedra Açu (2.232m) entre Petrópolis e Tere-

Geografia 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sópolis, pendente para o interior. A serra da Bocaina, no estado de São Nos planaltos e chapadas do centro-oeste predominam as linhas hori-
Paulo, ao contrário, é basculada em direção à costa. Entre São Paulo e zontais, que alcançam cotas de 1.100 a 1.300m no sudeste, desde a serra
Santos, a serra de Cubatão, com 700m de altitude, é meramente a borda da Canastra, em Minas Gerais, até a chapada dos Veadeiros, em Goiás,
de um planalto. passando pelo Distrito Federal. Seus vales são largos, com vertentes
suaves; só os rios de grande caudal, como o Paranã (bacia Amazônica),
No Paraná, a serra do Mar toma os nomes de Ibiteraquire, ou Verde, Paranaíba (bacia do Prata) e Abaeté (bacia do São Francisco), cavam
Negra e Graciosa, e é uma verdadeira serra marginal. Em Santa Catarina, neles vales profundos. No sudeste do planalto central, a uniformidade do
foi rebaixada e cortada de falhas, de modo que a erosão isolou morros com relevo resulta de longo trabalho de erosão em rochas proterozóicas. As
formato de pirâmide truncada. Avança para o sul até Tubarão, onde desa- altitudes dos planaltos vão baixando para o norte e noroeste à medida que
parece sob sedimentos paleozóicos e possantes derrames basálticos. As descem em degraus para a planície amazônica: 800-900m na serra Geral
serras de Tapes e Erval, no sudeste do Rio Grande do Sul, com cerca de de Goiás; 700-800m nas serras dos Parecis e Pacaás Novos, em Rondô-
400m de altitude, são consideradas como parte da serra do Mar apenas por nia; 500m e pouco mais na serra do Cachimbo.
suas rochas, pois há entre elas uma solução de continuidade.
Planícies. Existem três planícies no Brasil, em volta do sistema Brasilei-
A serra da Mantiqueira é composta por rochas de idade algonquiana, ro: a planície Amazônica, que o separa do sistema Guiano, a planície
na maioria de origem metamórfica: gnaisse xistoso, micaxisto, quartzito, litorânea e a planície do Prata, ou Platina. A Amazônica, em quase toda
filito, itabirito, mármore, itacolomito etc. Enquanto no interior paulista toma sua área, é formada de tabuleiros regulares, que descem em degraus em
os nomes locais de serra de Paranapiacaba e Cantareira, nas divisas de direção à calha do Amazonas. A planície litorânea estende-se como uma
Minas, onde alcança as cotas mais elevadas, é chamada de Mantiqueira fímbria estreita e contínua da costa do Piauí ao Rio de Janeiro, constituída
mesmo. de tabuleiros e da planície holocênica.
Durante o período terciário, massas de rochas plutônicas alcalinas pe- Apenas dois prolongamentos da planície do Prata atingem o Brasil: no
netraram pelas falhas que criaram esse escarpamento e geraram os blocos extremo sul, a campanha gaúcha, e no sudoeste, o pantanal mato-
elevados de Itatiaia (pico das Agulhas Negras: 2.787m) e Poços de Caldas. grossense. Ao sul da depressão transversal do Rio Grande do Sul, a cam-
Águas e vapores em altas temperaturas intrometeram-se também pelas panha é uma baixada com dois níveis de erosão: o mais alto forma um
fendas e formaram as fontes de águas termais dessa região. A leste do platô com cerca de 400m de altitude na região de Lavras e Caçapava do
maciço de Itatiaia, as cristas da Mantiqueira formam alinhamentos divergen- Sul; o mais baixo aplainou o escudo cristalino com ondulações suaves -- as
tes. O mais ocidental se dirige para o centro do estado e forma uma escar- coxilhas. O pantanal mato-grossense é uma fossa tectônica, aproveitada
pa voltada para leste, que eleva as cotas a mais de mil metros. O ramo pelo rio Paraguai e seus afluentes, que a inundam em parte durante as
mais oriental forma a divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo até o vale enchentes, para atingir o rio da Prata.
do rio Doce, elevando-se na serra da Chibata ou Caparaó, até 2.890m, no
pico da Bandeira. Clima
No centro de Minas Gerais, outro bloco elevado assume forma qua- O Brasil é um país essencialmente tropical: a linha do equador passa
drangular, constituído de rochas ricas em ferro, de alto teor. Toma nomes ao norte, junto a Macapá AP e a Grande São Paulo fica na linha de Capri-
locais de serra do Curral, ao norte; do Ouro Branco, ao sul; de Itabirito, a córnio. A zona temperada do sul compreende apenas o vértice meridional
leste, e da Moeda, a oeste. O ramo oriental se prolonga para o norte do do Brasil: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, a maior parte do Paraná e o
estado, com o nome de serra do Espinhaço, que divide as águas da bacia extremo-sul de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. Os climas do país se
do São Francisco das que vertem diretamente no Atlântico. Com a mesma enquadram nos três primeiros grupos da classificação de Köppen (grupo
função e direção geral e estrutura semelhantes, a Mantiqueira estende-se dos megatérmicos, dos xerófitos e dos mesotérmicos úmidos), cada um dos
até o norte da Bahia, onde recebe as denominações de chapada Diamanti- quais corresponde a um tipo de vegetação e se subdivide com base nas
na, serra do Tombador e serra da Jacobina. temperaturas e nos índices pluviométricos.
Planaltos e escarpas. No sul do Brasil, o relevo de planaltos e escarpas A região Norte do Brasil apresenta climas megatérmicos (ou tropicais
começa do primeiro planalto, de Curitiba, com cerca de 800m, até uma chuvosos), em que os tipos predominantes são o Af (clima das florestas
escarpa de 1.100m, constituída de arenito Furnas. O segundo planalto é o pluviais, com chuvas abundantes e bem distribuídas) e o Am (clima das
de Ponta Grossa. A escarpa oriental é denominada Serrinha, e tem nomes florestas pluviais, com pequena estação seca). Caracterizam-se por tempe-
locais como os de serra do Purunã e Itaiacoca. A oeste do planalto ergue- raturas médias anuais elevadas, acima de 24o C, e pelo fato de que a
se nova escarpa, com cota de 1.300m, que vai do sul de Goiás e Mato diferença entre as médias térmicas do mês mais quente e do mais frio se
Grosso até a Patagônia. A superfície desse derrame é de cerca de um mantém inferior a 2,5o C. Entretanto, a variação diurna da temperatura é
milhão de quilômetros quadrados. O planalto descamba novamente para muito maior: 9,6o C em Belém PA, 8,7o C em Manaus AM e 13,5o C em
oeste, até cotas de 200 e 300m na barranca do rio Paraná. Este é o terceiro Sena Madureira AC.
planalto, chamado de planalto basáltico ou planalto de Guarapuava. A
escarpa que o limita a leste chama-se serra da Esperança. No sudoeste da Amazônia, as amplitudes térmicas são mais expressi-
vas devido ao fenômeno da friagem, que ocorre no inverno e provém da
No Rio Grande do Sul, a única escarpa conspícua é a da serra Geral, invasão da massa polar atlântica nessa área e acarreta uma temperatura
que abrange desde 1.200m, nos Aparados da Serra, até cotas entre 50 e mínima, em Sena Madureira, de 7,9o C. O total de precipitações na Ama-
200m, no vale médio do Uruguai. Em São Paulo, os sedimentos paleozói- zônia é geralmente superior a 1.500mm ao ano. A região tem três tipos de
cos não formam uma escarpa, mas uma depressão periférica, na base da regime de chuvas: sem estação seca e com precipitações superiores a
cuesta basáltica: a serra de Botucatu. Mato Grosso apresenta três frentes 3.000mm ao ano, no alto rio Negro; com curta estação seca (menos de
de cuesta: a devoniana, de arenito Furnas (serras de São Jerônimo e 100mm mensais) durante três meses, a qual ocorre no inverno austral e
Coroados ou São Lourenço); a carbonífera, de arenito Aquidauana (serra desloca-se para a primavera à medida que se vai para leste; e com estia-
dos Alcantilados); e a eojurássica (serras de Maracaju e Amambaí). gem pronunciada, de cerca de cinco meses, numa faixa transversal desde
Roraima até Altamira, no centro do Pará.
O relevo do Nordeste, ao norte da grande curva do rio São Francisco, é
constituído essencialmente por dois vastos pediplanos em níveis diferentes. A região Centro-Oeste do país apresenta alternância bem marcada en-
O mais elevado corresponde ao planalto da Borborema, de 500 a 600m, tre as estações seca e chuvosa, geralmente no verão, o que configura o
que se estende do Rio Grande do Norte a Pernambuco. Em Alagoas e no tipo climático Aw. A área submetida a esse tipo de clima engloba o planalto
brejo paraibano, sua superfície é cortada por vales profundos. O pediplano Central e algumas zonas entre o Norte e o Nordeste. O total anual de
mais baixo, com menos de 400m, difunde-se por quase todo o Ceará, oeste precipitações é de cerca de 1.500mm, mas pode elevar-se a 2.000mm. No
do Rio Grande do Norte e Paraíba e norte da Bahia. Dele se erguem eleva- planalto Central, mais de oitenta por cento das chuvas caem de outubro a
ções isoladas de dois tipos:(1) chapadas areníticas de topo plano, como a março, quase sempre sob a forma de aguaceiros, enquanto o inverno tem
do Araripe, (600-700m) entre Ceará e Pernambuco e a do Apodi (100- dois a três meses praticamente sem chuvas.
200m), entre Ceará e Rio Grande do Norte; e (2) serras cristalinas de rocha
dura, como as de Baturité, Uruburetama e Meruoca, no Ceará.

Geografia 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A temperatura média anual varia entre 19 e 26o C, mas a amplitude Vertentes. Os demais rios têm cursos menos extensos, e por isso são
térmica anual eleva-se até 5o C. O mês mais frio é geralmente julho; o mais agrupados em vertentes:
quente, janeiro ou dezembro. A insolação é forte de dia, mas à noite a
irradiação se faz livremente, trazendo madrugadas frias. No oeste (Mato (1) Rios da vertente setentrional, perenes, de vazão relativamente
Grosso do Sul) verificam-se também invasões de friagem, com temperatu- grande e enchentes de outono. Os principais são: o Oiapoque e o Araguari
ras inferiores a 0o C em certos lugares. (em que ocorrem as famosas "pororocas"), no Amapá; o Gurupi, o Turiaçu,
o Pindaré, o Mearim, o Itapicuru e o Parnaíba, no Maranhão; este último, na
No sertão do Nordeste ocorre o clima semi-árido, equivalente à varie- divisa com o Piauí, tem em seu delta a mais perfeita embocadura desse
dade Bsh do grupo dos climas secos ou xerófitos. Abrange o médio São gênero no Brasil.
Francisco, mas na direção oposta chega ao litoral pelo Ceará e pelo Rio
Grande do Norte. Caem aí menos de 700mm de chuva por ano. O período (2) Rios da vertente norte-oriental, periódicos, com enchentes de outo-
chuvoso, localmente chamado inverno, embora geralmente corresponda ao no-inverno. Os principais são: o Acaraú e o Jaguaribe, no Ceará; o Apodi
verão, é curto e irregular. As precipitações são rápidas mas violentas. A ou Moçoró, o Piranhas ou Açu, o Ceará-Mirim e o Potenji, no Rio Grande do
estiagem dura geralmente mais de seis meses e às vezes se prolonga por Norte; o Paraíba do Norte, na Paraíba; o Capibaribe, o Ipojuca e o Una, em
um ano ou mais, nas secas periódicas, causando problemas sociais graves. Pernambuco. Nos leitos desses rios são comuns as barragens, destinadas
As temperaturas médias anuais são elevadas: acima de 23o C, exceto nos à construção de açudes.
lugares altos. Em partes do Ceará e Rio Grande do Norte, a média vai a (3) Rios da vertente oriental, a maioria dos rios genuinamente baianos
28o C. A evaporação é intensa. é constituída também de rios periódicos, com o máximo das enchentes no
Nas regiões Sudeste e Sul do Brasil predominam climas mais amenos - verão -- o Itapicuru, o Paraguaçu e o Contas -- além do Vaza-Barris, na
- mesotérmicos úmidos -- enquadrados nas variedades Cfa, Cfb, Cwa e Bahia e Sergipe.
Cwb. As temperaturas médias mais baixas ocorrem geralmente em julho (4) Rios da vertente sul-oriental, perenes, com perfil longitudinal de rios
(menos de 18o C), época em que pode haver geadas. No Sudeste, conser- de planalto e com enchentes de verão. Os principais são: o Pardo, o Jequi-
vam-se as características tropicais modificadas pela altitude. A amplitude tinhonha (Minas Gerais e Bahia), este último famoso pela mineração de
térmica permanece por volta de 5o C e as chuvas mantêm o regime estival, diamantes e pedras semipreciosas; o Doce (Minas Gerais e Espírito Santo),
concentradas no semestre de outubro a março. por cujo vale se exporta minério de ferro; o Paraíba do Sul, com bacia
O Sul apresenta invernos brandos, geralmente com geadas; verões leiteira no vale médio e região açucareira no inferior; e a Ribeira do Iguape
quentes nas áreas baixas e frescos no planalto; chuvas em geral bem (Paraná e São Paulo).
distribuídas. As temperaturas médias anuais são inferiores a 18o C. A (5) Rios da vertente meridional, também com enchentes de verão: o
amplitude térmica anual cresce à medida que se vai para o sul. Neves Itajaí e o Tubarão, em Santa Catarina; o Guaíba, o Camaquã e o Jaguarão,
esporádicas caem sobretudo nos pontos mais elevados do planalto: São no Rio Grande do Sul. Os rios de baixada não desempenham papel rele-
Francisco de Paula RS, Caxias do Sul RS, São Joaquim SC, Lajes SC e vante no sistema de transporte porque seus cursos estão afastados das
Palmas PR. No oeste do Rio Grande do Sul, no entanto, ocorrem os verani- áreas mais povoadas e também em virtude da política de priorização do
cos de fevereiro, secos e quentíssimos, com temperaturas das mais altas transporte rodoviário. Os rios de planalto oferecem grande potencial hidrelé-
do Brasil. trico.
Hidrografia Em vista do tamanho de seu território, o Brasil é um país de pequenos
De acordo com o perfil longitudinal, os rios do Brasil classificam-se em lagos. Podem ser classificados geneticamente em três categorias: (1) lagos
dois grupos: rios de planalto, a maioria; e rios de planície, cujos principais costeiros ou de barragem, formados pelo fechamento total da costa, por
representantes são o Amazonas, o Paraguai e o Parnaíba. O Amazonas uma restinga ou cordão de areia, como as lagoas dos Patos, Mirim e Man-
tem a mais vasta bacia hidrográfica do mundo, em sua maior parte situada gueira, no Rio Grande do Sul; Araruama, Saquarema, Maricá, Rodrigo de
em território brasileiro. É também o rio de maior caudal do planeta. Os três Freitas e Jacarepaguá, no estado do Rio de Janeiro. (2) Lagos fluviais ou
principais coletores da bacia do Prata -- Paraná, Paraguai e Uruguai -- de transbordamento, formados pela acumulação de excedentes de água da
nascem no Brasil. enchente de um rio, típicos dos rios de planície. Os principais são: no vale
do Amazonas, Piorini, Saracá, Manacapuru, no Amazonas; Grande de
O Paraná, constituído pela junção dos rios Paranaíba e Grande, é um Maicuru e Itandeua, no Pará. No rio Paraguai, Uberaba, Guaíba, Mandioré
típico rio de planalto, que desce em saltos: cachoeira Dourada, no Paranaí- e Cáceres, no Mato Grosso. No baixo rio Doce, a lagoa Juparanã, no
ba; Marimbondo, no Grande; Iguaçu, no rio homônimo; Urubupungá, no Espírito Santo. (3) Lagos mistos, combinados dos dois tipos, como a lagoa
próprio Paraná (Sete Quedas, nesse rio, desapareceu com a construção da Feia, no estado do Rio de Janeiro, a do Norte, Manguaba ou do Sul e
represa de Itaipu). Os principais afluentes da margem esquerda são o Jequiá, em Alagoas.
Tietê, o Paranapanema, o Ivaí e o Iguaçu; da margem direita, o Verde, o
Pardo e o Invinheima. Fauna

O Uruguai é formado pelos rios Pelotas e Canoas, que nascem perto A fauna brasileira não conta com espécies de grande porte, semelhan-
da escarpa da serra Geral. Separa o Rio Grande do Sul de Santa Catarina tes às que se encontram nas savanas e selvas da África. Na selva amazô-
e da Argentina e confronta depois esse país com o Uruguai. Seu regime nica existe uma abundante fauna de peixes e mamíferos aquáticos que
constitui exceção no Brasil: tem enchentes na primavera. O rio Paraguai habitam os rios e igapós. As espécies mais conhecidas são o pirarucu e o
nasce em Mato Grosso, no planalto central, perto de Diamantino. Após peixe-boi (este em vias de extinção). Nas várzeas há jacarés e tartarugas
curto trecho, penetra no pantanal, ao qual inunda parcialmente nas cheias, (também ameaçados de desaparecimento), bem como algumas espécies
que ocorrem no outono. Seus principais afluentes são: pela margem es- anfíbias, notadamente a lontra e a capivara e certas serpentes, como a
querda, o São Lourenço, o Taquari, o Miranda e o Apa; pela direita, o sucuriju. Nas florestas em geral predominam a anta, a onça, os macacos, a
Jauru. Em certos trechos, separa o Brasil da Bolívia e do Paraguai, até que preguiça, o caititu, a jibóia, a sucuri, os papagaios, araras e tucanos e uma
se interna nesse país. imensa variedade de insetos e aracnídeos.

O rio São Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, e Nas caatingas, cerrados e campos são mais comuns a raposa, o ta-
corre nas direções gerais sul-norte e oeste-leste. É chamado "rio da unida- manduá, o tatu, o veado, o lobo guará, o guaxinim, a ema, a siriema, perdi-
de nacional", porque liga as duas regiões de mais alta densidade demográ- zes e codornas, e os batráquios (rãs, sapos e pererecas) e répteis (casca-
fica e mais antigo povoamento do país: o Sudeste e a zona da Mata nor- vel, surucucu e jararaca). Há abundância de térmitas, que constroem mon-
destina. É um rio de planalto, que forma várias cachoeiras: Paulo Afonso, tículos duros como habitação. De maneira geral, a fauna ornitológica brasi-
Itaparica, Sobradinho, Pirapora. Seus principais afluentes são: na margem leira não encontra rival em variedade, com muitas espécies inexistentes em
esquerda, o Indaiá, o Abaeté, o Paracatu, o Pardo, o Carinhanha, o Corren- outras partes do mundo. São inúmeras as aves de rapina, como os gavi-
te e o Grande; pela direita, o Pará, o Paraopeba, o das Velhas e o Verde ões, as aves noturnas, como as corujas e mochos, as trepadoras, os gali-
Grande, todos perenes. Tem enchentes de verão. náceos, as pernaltas, os columbídeos e os palmípedes.

Geografia 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Flora de folhas miúdas, que caem na estiagem, e armados de espinhos. São a
jurema (Mimosa sp.), a faveleira (Jatropha phyllancantha), o pereiro (Aspi-
A diversidade do clima brasileiro reflete-se claramente em sua cobertu- dosperma pirifolium), a catingueira (Caesalpinia sp), o marmeleiro (Combre-
ra vegetal. A vegetação natural do Brasil pode ser grupada em três domí- tum sp). São também típicas as cactáceas, como o xiquexique (Pilocereus
nios principais: as florestas, as formações de transição e os campos ou gounellei), o facheiro (Cereus squamosus), o mandacaru (Cereus jamacaru)
regiões abertas. As florestas se subdividem em outras três classes, de e outras do gênero Opuntia. Nos vales planos são freqüentes os carnaubais
acordo com a localização e a fisionomia: a selva amazônica, a mata atlânti- (Copernicia cerifera).
ca e a mata de araucárias. A primeira, denominada hiléia pelo naturalista
alemão Alexander von Humboldt (do grego, hilayos, "da floresta", "selva- Os cerrados, ou campos cerrados, predominam no planalto central,
gem") é a maior mata equatorial do mundo. Reveste uma área de cinco desde o oeste de Minas Gerais até o sul do Maranhão. São formações
milhões de quilômetros quadrados, equivalente a quase o dobro do territó- constituídas de tufos de pequenas árvores, até dez ou 12m de altura,
rio da Argentina. retorcidas, de casca grossa e folhas coriáceas, dispersos num tapete de
gramíneas até um metro de altura, que na estiagem se transforma em um
Florestas. A hiléia, do ponto de vista de sua ecologia, divide-se em: manto de palha. Os cerrados penetram no pantanal mato-grossense, onde
mata de igapó, mata de várzea e mata de terra firme. A primeira fica inun- se misturam a savanas e formações florestais e formam um conjunto com-
dada durante cerca de dez meses no ano e é rica em palmeiras, como o plexo. Os manguezais ocorrem em formações de quatro a cinco metros de
açaí (Euterpe oleracea); os solos são arenosos e não cultiváveis nas condi- altura, na costa tropical, e são compostos sobretudo de Rhizophora man-
ções em que se encontram. A mata de várzea é inundada somente nas gle, Avicennia spp. e Laguncularia racemosa.
enchentes dos rios; tem muitas essências de valor comercial e de madeiras
brancas, como a seringueira (Hevea brasiliensis), o cacaueiro (Theobroma Regiões abertas. As áreas de vegetação aberta, no Brasil, se agrupam
cacao), a copaíba (Copaifera officinalis), a sumaúma (Ceiba pentandra) e o em tipos variados. Os campos de terra firme da Amazônia, como os cam-
gigantesco açacu (Hura crepitans). Amata de igapó e a mata de várzea, as pos do rio Branco (Roraima), os de Puciari-Humaitá (Amazonas) e os do
duas primeiras divisões da hiléia, têm árvores de folhas perenes. Os solos Ererê (Pará), são savanas de gramíneas baixas, com diversas árvores
das várzeas são intrazonais, argilosos ou limosos. isoladas típicas do cerrado, como o caimbé (Curatella americana), a caro-
beira (Tecoma caraíba) e a mangabeira (Hancornia speciosa). Os campos
A mata de terra firme, que corresponde a cerca de noventa por cento de várzea do médio e baixo Amazonas e do pantanal (rio Paraguai) são
da floresta amazônica, nunca fica inundada. É uma mata plenamente savanas sem árvores, com gramíneas de um metro ou mais de altura.
desenvolvida, composta de quatro andares de vegetação: as árvores emer-
gentes, que chegam a cinqüenta metros ou mais; a abóbada foliar, geral- Os campos limpos são estepes úmidas que ocorrem na campanha ga-
mente entre 20 e 35m, onde as copas das árvores disputam a luz solar; o úcha, em partes do planalto meridional (campos de Vacaria RS, campos de
andar arbóreo inferior, entre cinco e vinte metros, com árvores adultas de Lajes e Curitibanos SC; campos gerais, campos de Curitiba e de Guarapu-
troncos finos ou espécimes jovens, adaptados à vida na penumbra; e o ava PR) e no extremo oeste baiano (os gerais). Têm solos geralmente
sub-bosque, com samambaias e plantas de folhas largas. Cipós pendentes pobres, salvo na campanha, onde se enquadram no tipo prairie degradado.
das árvores entrelaçam os diferentes andares. Epífitas, como as orquídeas, ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
e vegetais inferiores, como os cogumelos, liquens, fungos e musgos, convi-
vem com a vegetação e aumentam sua complexidade. O Brasil, país tropical de grande extensão territorial, apresenta uma
geografia marcada por grande diversidade. A interação e a interdependên-
A mata de terra firme é geralmente semidecídua: dez por cento ou mais cia entre os diversos elementos da paisagem (relevo, clima, vegetação,
de suas árvores perdem as folhas na estiagem. Árvores típicas da terra hidrografia, solo, fauna, etc.) explicam a existência dos chamados domínios
firme são a castanheira (Bertholettia excelsa), a balata (Mimusops bidenta- geoecológicos, que podem ser entendidos como uma combinação ou
ta), o mogno (Swietenia macrophylla) e o pau-rosa (Aniba duckei). A hete- síntese dos diversos elementos da natureza, individualizando uma determi-
rogeneidade da floresta dificulta sua exploração econômica, salvo onde nada porção do território.
ocorrem concentrações. O tipo de solo predominante na hiléia é o latossolo.
Dessa maneira, podemos reconhecer, no Brasil, a existência de seis
A mata da encosta atlântica estende-se como uma faixa costeira, do grandes paisagens naturais: Domínio Amazônico, Domínio das Caatingas,
Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Suas árvores mais altas che- Domínio dos Cerrados, Domínio dos Mares de Morros, Domínio das Arau-
gam geralmente a 25 ou trinta metros. No sul da Bahia e na vertente marí- cárias e Domínio das Pradarias.
tima da serra do Mar, é perenifólia; mais para o interior e em lugares menos
úmidos, é semidecídua. Do Paraná para o sul, toma um caráter subtropical: Entre os seis grandes domínios acima relacionados, inserem-se inúme-
é de menor altura (10 a 15m), perenifólia, mais pobre em cipós e mais rica ras faixas de transição, que apresentam elementos típicos de dois ou
em epífitas. A peroba (Aspidosperma sp.), o cedro (Cedrella, spp.), o jaca- mais deles (Pantanal, Agreste, Cocais, etc.).
randá (Machaerium villosum), o palmito (Euterpe edulis) e o pau-brasil Dos elementos naturais, os que mais influenciam na formação de uma
foram espécies exploradas na mata atlântica. paisagem natural são o clima e o relevo; eles interferem e condicionam os
Além de madeira, a mata atlântica contribuiu muito com seus solos pa- demais elementos, embora sejam também por eles influenciados. A cober-
ra o desenvolvimento econômico do Brasil. A maior parte deles pertence ao tura vegetal, que mais marca o aspecto visual de cada paisagem, é o
grande grupo dos latossolos vermelho-amarelos, entre os quais se inclui a elemento natural mais frágil e dependente dos demais (síntese da paisa-
terra roxa, e nos quais se instalaram várias culturas, como café, cana-de- gem).
açúcar, milho e cacau.
O terceiro tipo de floresta é a mata de araucárias. Fisionomicamente, é
uma floresta mista de coníferas e latifoliadas perenifólias. Ocorre no planal-
to meridional, em terras submetidas a geadas anuais. Das matas brasilei-
ras, é a de menor área, porém de maior valor econômico, por ser a mais
homogênea. Suas árvores úteis mais típicas são: o pinheiro-do-paraná
(Araucaria angustifolia), produtor de madeira branca; a imbuia (Phoebe
porosa), madeira de lei, escura, utilizada em marcenaria; e a erva-mate
(Ilex paraguariensis), com cujas folhas tostadas se faz uma infusão seme-
lhante ao chá, muito apreciada nos países do Prata.
Formações de transição. A caatinga, o cerrado e o manguezal são os
tipos mais característicos da vegetação de transição. As caatingas predo-
minam nas áreas semi-áridas da região Nordeste e envolvem grande
variedade de formações, desde a mata decídua (caatinga alta) até a estepe
de arbustos espinhentos. Suas árvores e arbustos são em geral providos

Geografia 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
http://interna.coceducacao.com.br/ebook/pages/227.htm De todas as regiões brasileiras, seguramente nenhuma contou com
uma participação tão ampla do índio em seus processos de conquista e
Amazônia
transformação econômica, na formação das etnias regionais, no vagaroso
No passado disputada por vários países, a Amazônia vem sendo len- crescimento dos núcleos urbanos. Durante a primeira e efêmera fase de
tamente integrada à economia brasileira. "Pulmão do mundo", maior reser- prosperidade, o ciclo da borracha, também o índio e seus descendentes
va da natureza selvagem, seu desafio, para o Brasil, é o de um aproveita- tornaram-se mão-de-obra decisiva nas trilhas do duro trabalho dos serin-
mento equilibrado, ecológico. gais. Não obstante todas as dificuldades (pois as tribos brasileiras remon-
tam a padrões sociais do neolítico), sua adaptação à sociedade nacional
Geografia física. Geograficamente, a região a que se dá o nome de chegou muitas vezes a resultados espantosos, sobretudo em anos mais
Amazônia corresponde à bacia do rio Amazonas, um gigantesco losango recentes, a partir da implantação da Zona Franca de Manaus (1972).
verde que, na largura, vai da pequena cidade peruana de Pongo Manseri-
che até o norte do Maranhão, e na altura, cuja altura vai do delta do Orino- No início, a cobiça espanhola, francesa -- que levou até à criação da
co, na Venezuela, ao norte de Mato Grosso, no curso médio do rio Juruena. França Equinocial (1612-1615) no Maranhão --, inglesa e holandesa mobili-
zou os portugueses para muitas medidas de ocupação ostensiva, como
Há, no entanto, pelo menos duas outras classificações. Uma é a da erguer o forte do Presépio (1616), germe da Cidade de Belém (1621) e
Amazônia como região Norte do Brasil, compreendendo cinco estados: instituir o estado do Maranhão e Grão-Pará (1612), que ia deste último até
Amazonas, Pará, Amapá, Roraima, Acre e Rondônia, o que soma em seus o Ceará. Vieram depois as capitanias donatárias, a viagem de Pedro Teixei-
limites políticos 3.581.180km2 (42% da extensão territorial do país); outra é ra pela Amazônia em 1639 e especialmente a colonização missionária, que
a denominada Amazônia Legal, criada pela lei n 5.173, de 27 de outubro de em meados do século XVII chegou a reunir mais de cinqüenta mil índios em
1966, para fins de planejamento: alcança, além da área acima, a maior aldeias de aculturação, produção agrícola e artesanato.
parte do Maranhão, o norte de Mato Grosso e o estado do Tocantins,
totalizando 5.033.072km2 (59,1% do Brasil). Na época do marquês de Pombal esses núcleos originais foram secula-
rizados, as aldeias viraram cidades como Santarém, Silves e Bragança, a
A Amazônia é terra de clima equatorial, de calor intenso e úmido, com produção agrícola passou a incluir o café, o algodão, o tabaco e o arroz, e a
temperaturas médias acima de 25o C e uma variação do mês mais quente pecuária invadiu muitos dos claros da floresta, começando a abrir outros e
ao mais frio de menos de 2o C. No sudoeste, porém, a oscilação térmica é a se expandir durante o século XIX. Na passagem deste para o século XX a
bem maior no inverno, quando a massa polar atlântica faz a temperatura Amazônia se tornou atração universal. Ainda não por suas maravilhas
descer a 10o C ou menos, no que localmente chamam friagem. Importantes naturais, mas por causa da borracha, na primeira arrancada da indústria
são os totais pluviométricos anuais, que ultrapassam os 1.500mm. Apesar automobilística nos Estados Unidos e na Europa. Exploração violentamente
disso, na Amazônia não é particularmente perigosa a incidência de doen- predatória, antagonismo social entre seringalistas e seringueiros, muita
ças tropicais, e a região apresenta, nesse aspecto, ameaças muito meno- ganância e pouco planejamento provocaram um processo rápido de urbani-
res que as de regiões parecidas da África e da Ásia. zação, desenvolvimento corrido e de alicerces precários: com a perda do
Assim como a bacia hidrográfica do Amazonas é a maior do mundo, a monopólio e a queda dos preços, o fracasso reanimou alguns dos maiores
floresta amazônica também é a maior floresta equatorial da face da Terra, problemas da região.
assentada sobre a desmedida planície sedimentar que se estende entre o
maciço Guiano e o planalto Brasileiro. Nesse maciço se acham as eleva-
ções mais notáveis do relevo brasileiro, como o pico da Neblina, ponto
culminante do país, com 3.014m; o 31 de Março, com 2.992m; e o monte
Roraima, com 2.875m. A presença da água é perene sobre depósitos
aluviais holocênicos e de fertilidade variável, mas em geral específica,
indissociável de seu ecossistema, com vastas extensões alagadas na maior
parte do ano (igapós) e contínua rede de pequenos canais entre os rios
(igarapés).
O solo é, portanto, raso, de escasso aproveitamento agrícola, mas fan-
tástica riqueza vegetal: árvores (inclusive excelentes madeiras), fetos,
epífitas, milhares de plantas, muitas das quais ainda não classificadas ou
conhecidas (onde se podem achar, segundo ilustres farmacólogos os
princípios ativos de novos medicamentos para inúmeras doenças).
A fauna é característica da selva tropical fechada sul-americana, onde
impera a onça ou jaguar como o felino mais representativo. Compreende
também antas, caititus, primatas, capivaras, cervídeos, uma das maiores
concentrações de aves do mundo, sobretudo psitacídeos (araras, papagai-
os) e rapineiros, fauna aquática opulenta em peixes, mamíferos, crocrodili-
anos, e ainda a mais extraordinária reunião de insetos do planeta.
História. Pelo Tratado de Tordesilhas (1494), toda a região da Amazô-
nia caberia ao reino de Castela. Portugal, no entanto, jamais se acomodou
a esse artifício e, com enorme dificuldade, esforçou-se por desbravá-la e
colonizá-la ao longo de mais de 200 anos. Só nas seis décadas em que De 1903 a 1930 as questões de fronteira encontraram soluções ade-
amargou a dominação espanhola encontrou em seus maiores adversários quadas e implantou-se a experiência da Fordlândia e suas plantations, que
aliados contra as outras potências européias. De difícil assimilação econô- chegou a promover um novo e ilusório surto de progresso, de curta dura-
mica e política, a região permaneceu quase completamente isolada do ção: em 1945 estava liquidado. Vem daí uma outra história dentro da histó-
resto do país até o fim do Império. ria da Amazônia que é a do interesse científico, muitas vezes entre aspas,
dos países estrangeiros, no fundo não muito diferente dos motivos que
Apesar disso, muitas de suas sociedades ameríndias originais já ti- originaram as disputas iniciais.
nham sido irremediavelmente devastadas. As desastrosas tentativas de
escravização, os massacres, o próprio atrito cultural com os colonizadores Desde Alexandre von Humboldt foram feitos estudos sobre a região,
contribuíram para o sacrifício quase total dos representantes das línguas sendo ele até precedido por um brasileiro formado em Coimbra, Alexandre
aruaque, caraíba, jê, tupi e pano. Graças à existência dos aruaques, res- Rodrigues Ferreira. Depois vieram Spix, Von Martius, Henri-Anatole Cou-
ponsáveis pela cerâmica marajoara, pôde-se datar a ocupação pré-histórica dreau, todos ao longo do século XIX, tempo de muita ciência mas também
da Amazônia, isto é, anterior à descoberta européia, concluindo-se que ela de revolução industrial e colonialismo. Na década de 1850 o projeto ameri-
já se fizera no século X. cano de Matthew E. Maury de exploração da região foi sabiamente absorvi-

Geografia 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do por D. Pedro II que, sem desautorizar o empreendimento, criou uma mentos do oceano primitivo. Os elementos que formam o estrato superior
porção de outros, paralelos, que acabaram por esvaziá-lo. são providos de raízes profundas, que lhes permite atingir o lençol freático,
situado de 15 a 20m de profundidade. Essa circunstância lhes confere
Já no século XX apareceram tentativas frustradas de internacionalizar melhores condições de sobrevivência ao longo do período de estiagem. As
a região. Assim a UNESCO (1945), propondo o Instituto Internacional da gramíneas do estrato inferior, devido a suas raízes curtas, ressentem-se
Hiléia Amazônica, para pesquisas, foi embargado pelo Congresso brasilei- mais da estiagem, quando entram em estado de latência, ou morte aparen-
ro, e os lagos projetados pelo Hudson Institute de Nova York (1964), viram- te. O tapete rasteiro apresenta então aspecto de palha seca, que favorece
se desaprovados pelas forças armadas brasileiras, por motivos estratégi- a propagação de incêndios, desencadeados pelas queimadas. Mas logo
cos. após as primeiras chuvas tudo reverdece e viceja.
Dessa etapa para cá a ênfase vem sendo dada à construção de gran- Quando devidamente preparado, o solo do cerrado é fértil, como com-
des rodovias "integradoras", que nem sempre atuaram efetivamente nesse provam as grandes plantações de soja, milho, sorgo e outras culturas. No
sentido. A Belém-Brasília e a Brasília-Acre foram as mais bem-sucedidas. entanto, no Centro-Oeste, imensas áreas foram submetidas a queimadas,
Outras, como a Transamazônica, mostraram-se excessivamente agressivas para a formação de pastagens, o que provocou o empobrecimento do solo,
à natureza e às peculiaridades regionais. Na atualidade, a discussão sobre pela queima de materiais orgânicos, e colocou em risco de extinção certas
a Amazônia empolga o mundo, no domínio principalmente da ecologia. São espécies vegetais e animais, como o tamanduá-bandeira e o lobo guará.
veementemente condenadas todas as formas de agressão a suas condi- Outra ameaça à riqueza desse ecossistema é o plantio indiscriminado de
ções naturais (desmatamentos, queimadas, garimpo poluidor e tantas florestas homogêneas de pinheiros e eucaliptos. Mais de 150.000 espécies
outras pragas) e perseguidas como solução, até aqui em termos ideais, animais vivem no cerrado, entre elas a ema e o veado-campeiro.
iniciativas que conciliem o progresso econômico, humano e social com o
respeito ao meio ambiente, à riqueza da fauna e da flora amazônica. Embo- Caatinga
ra ainda a maior reserva de vida selvagem do planeta, especialistas garan-
tem que dez por cento de suas matas já foram destruídas. O calor abrasante, os solos crestados e as plantas em geral retorcidas
são elementos indissociáveis da paisagem da caatinga, tipo de vegetação
Cerrado característico do Nordeste brasileiro, com grande variedade de aspectos
em sua composição heterogênea.
Um quarto do território brasileiro -- mais de 200 milhões de hectares --
era originalmente ocupado pelo cerrado. Na década de 1990, porém, 47 Tomando-se por base os tipos mais gerais, pode-se dizer que a caatin-
milhões de hectares já haviam sido substituídos por pastagens plantadas ga é constituída por elementos lenhosos que perdem as folhas na estação
ou culturas de grãos. seca e se acham mais ou menos dispersos num solo em geral raso e quase
sempre pedregoso. Essa zona fitogeográfica nordestina alcança o norte de
Formação vegetal característica do Centro-Oeste brasileiro, o cerrado é Minas Gerais, Tocantins e o sul do Maranhão, cobrindo uma área de cerca
constituído de árvores relativamente baixas e tortuosas, disseminadas em de 800.000km2.
meio a arbustos, subarbustos e gramíneas. A estrutura do cerrado compre-
ende basicamente dois estratos: o superior, formado pelas árvores e arbus- É grande a correlação da caatinga com o clima, ao qual se deve atribuir
tos; e o inferior, composto por um tapete de gramíneas. As árvores típicas a maior parte de suas características. Em quase toda a área da caatinga
do cerrado atingem em média dez metros de altura, apresentam casca está presente o clima quente e semi-árido (Bsh na classificação de
grossa, protegida às vezes por uma camada de cortiça, troncos, galhos e Köppen). A estação seca, que se faz sentir pela intensidade e duração
copas irregulares; algumas possuem folhas coriáceas, em certos casos tão irregular, não raro se prolonga por vários meses.
duras que chegam a chocalhar com o vento; em outras, as folhas atingem
dimensões enormes e caem ao fim da estação seca. A esse fenômeno está ligada a característica mais acentuada e geral
da caatinga: a perda total das folhas na estação seca. A pequenez das
O cerrado predomina nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do folhas e sua mobilidade, a grande ramificação desde a parte inferior do
Sul, Goiás e Tocantins. As mais extensas áreas desse tipo de vegetação tronco (o que dá às árvores aparência arbustiva) e a freqüência de plantas
aparecem em locais de clima quente e úmido, com chuvas de verão e espinhentas (a faveleira tem espinhos até nas folhas) são outros testemu-
estação seca bem marcadas. Ocorrem subtipos de vegetação, como o nhos da adaptação ao meio hostil.
cerradão, o cerradinho e os campos sujos. Entre as árvores características
dos cerrados destacam-se a lixeira (Curatella americana), o pau-terra de
folhas grandes ou miúdas (Qualea grandiflora e Qualea parviflora), o pequi
(Caryocar brasiliensis), o pau-santo (Kielmeyera coriacea), o ipê (Tabebuia
caraiba) e a peroba-do-campo (Aspidosperma tomentosum). Entre as
gramíneas, as mais comuns são o capim-flecha (Tristachya chrysotryx), o
barba-de-bode (Aristida pallens) e diversas espécies do gênero Androgo-
pon.

O solo típico do planalto central, onde se encontra a maior parte do cer-


rado, é constituído de areias e argilas, soltas ou consolidadas em arenitos e
filitos, e de calcários e pedregulhos, resultantes do levantamento dos sedi-

Geografia 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Algumas espécies procuram defender-se da seca armazenando água Floresta tropical que se estende pela costa oriental do Brasil, do Rio
em seus tecidos, como ocorre com as plantas suculentas. Cactáceas, Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Atingida pelo desmatamento desde
bromeliáceas e outras xerófilas podem ou não ocorrer, conforme as condi- o início da colonização.
ções locais. As variações fisionômicas verificam-se não só em diferentes
áreas, como também num mesmo local, gerando profundos contrastes de Pampas
paisagem entre as épocas secas e as chuvosas. A região plana que conforma o centro da Argentina tem grande impor-
Dentre as árvores que ocorrem na caatinga, são predominantes o pe- tância econômica para o país em função da criação de gado bovino e
reiro (Aspidosperma pyrifolium), a faveleira (Jatropha phyllacantha), a ovino, e do plantio de cereais, em especial milho e trigo.
baraúna (Schinopsis brasiliensis), a aroeira (Schinus sp.), o angico (Pipta- Chama-se pampas a imensa planície argentina que se estende da pro-
denia macrocarpa), a quixabeira (Bumelia sartorum), a oiticica (Licania víncia de Santa Fe, ao norte, até Bahía Blanca, na Patagônia, ao sul, e, de
rigida). leste para oeste, do litoral atlântico até os primeiros contrafortes das pré-
O juazeiro (Zizyphus juazeiro) é conhecido por conservar suas folhas cordilheiras dos Andes. Excetuadas algumas poucas serras nas áreas
mesmo nas grandes secas. As cactáceas mais freqüentes são o mandaca- noroeste e sul, a região é totalmente plana. Também são conhecidas como
ru (Cereus jamacuru), o facheiro (Cereus squamosus), o xique-xique (Pilo- pampas diversas planícies menores localizadas em outras áreas da Améri-
cereus gounellei), o quipá (Opuntia sp.) e a coroa-de-frade (Melocactus ca do Sul, como o deserto do norte do Chile e as planícies do Uruguai e do
bahiensis). Dentre as bromeliáceas, sobretudo nas caatingas mais secas, estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
destaca-se a macambira (Bromelia laciniosa). Do ponto de vista geológico, os pampas argentinos correspondem a
Araucária um antigo mar que regrediu totalmente depois da formação dos Andes. O
embasamento cristalino foi coberto por espessa camada de sedimentos,
Árvores de perfil harmonioso e por isso muitas vezes cultivadas como em sua maior parte eólicos e de origem andina, embora as antigas áreas
ornamentais, as árvores do gênero Araucaria fornecem madeira branca e cristalinas tenham também contribuído com material para a sedimentação.
macia, e suas sementes, os pinhões, têm alto valor alimentício.
Na língua quíchua, a palavra "pampa" significa "superfície plana". A
Araucária é uma conífera (as sementes não são abrigadas em frutos, paisagem monótona da planície só é interrompida pelas serras pampeiras,
mas reunidas em estróbilos em forma de cone) da família das araucariá- cristalinas, que aparecem de forma descontínua desde a região próxima ao
ceas. O gênero compreende 16 espécies, duas na América do Sul e o Atlântico (serras de Ventania e Tandilia) até o centro (serras de Córdoba e
restante na Oceania. A espécie brasileira, o conhecido pinheiro brasileiro San Luis). As altitudes declinam de forma gradual de noroeste para sudes-
ou pinheiro-do-paraná, é a Araucaria angustifolia ou A. brasiliensis, e a te, desde aproximadamente 500m acima do nível do mar, em Mendoza, até
espécie chilena é a A. araucana. São árvores de trinta a quarenta metros 106m, em Buenos Aires.
de altura e diâmetro de até dois metros. O tronco é cilíndrico, reto, de casca
grossa e resinosa. Os cones têm de dez a vinte centímetros de diâmetro, Com terrenos superficialmente permeáveis, a região é coberta de uma
pesam de um a cinco quilos (em média, dois quilos), e amadurecem entre vegetação herbácea, verde a leste e mais seca a oeste, o que determina a
abril e junho, ocasião em que libertam as sementes, num total médio de divisão em pampas secos e úmidos. A fauna característica dos pampas
cem por estróbilo. inclui raposas, gambás e pequenos rebanhos de guanacos, animais seme-
lhantes à lhama. Existem ainda muitas espécies de pássaros aparentadas a
De variadas aplicações, as araucárias são usadas na ornamentação de pardais e gaviões, além de aves aquáticas oriundas das pradarias dos
parques e jardins, e os pinhões constituem alimento de aves e animais Estados Unidos.
silvestres. Sua madeira é empregada em tabuados, pranchões, vigamen-
tos, caixas, móveis, cabos de ferramentas e vassouras, palitos de fósforos, Os pampas secos, a oeste, abrangem a maior parte da província ar-
instrumentos musicais, compensados, pasta mecânica e celulose. Do nó da gentina de La Pampa, com grandes terrenos áridos, salinas, rios de água
madeira fabricam-se carvões especiais e de sua resina extraem-se tintas, salobra e desertos arenosos. A parte leste, de extensão muito menor, inclui
terebintina e ácido pirolenhoso. parte da província de Buenos Aires. Com clima temperado e terras bem
irrigadas por grandes rios, os pampas do leste constituem o principal centro
econômico e a região mais populosa do país. O solo consiste sobretudo de
areia fina, argila e sedimentos trazidos pelos rios ou pelas tempestades de
areia vindas do oeste. Os ventos frios que sopram do sul encontram perio-
dicamente massas de ar quente oriundas do norte tropical, o que provoca
os pamperos, vendavais acompanhados por fortes chuvas que ocorrem nas
proximidades de Buenos Aires.

A espécie brasileira distribui-se por todo o planalto sul do Brasil, desde


Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. A maior concentração ocorre nos
estados de Paraná, Santa Catarina e no nordeste do Rio Grande do Sul. O
ponto mais ocidental que atinge é a província de Misiones, na Argentina.
O plantio da araucária deve ser feito em terreno preparado, por seme-
adura direta dos pinhões ou por transplante de mudas já formadas. A área
individual por planta deve ser de quatro a cinco metros. Para atingir um Os colonizadores espanhóis introduziram gado bovino e eqüino na re-
bom desenvolvimento, a araucária deve ser plantada em terras de média a gião pampeira, mas não se interessaram pela agricultura. Os animais eram
boa fertilidade, em altitudes superiores a 500m, de clima ameno e com arrebanhados pelos gauchos, conhecidos pela perícia com os cavalos e
pluviosidade acima de 1.200mm por ano. Nessas condições, ao cabo de pela força. Após a libertação do domínio espanhol (1816) e a pacificação
cinqüenta anos podem-se obter árvores com quarenta a cinqüenta centíme- dos índios que vagavam pelas planícies, os proprietários de terras começa-
tros de diâmetro. ram a empregar imigrantes, em sua maioria italianos, no plantio de milho,
Mata Atlântica alfafa para forragem e pastagens especiais para o gado. Cercaram então
Geografia 17 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
suas terras e importaram da Grã-Bretanha gado ovino e bovino de raça A região é pouco povoada, sua densidade demográfica é de aproxima-
pura. Construíram-se ferrovias que cruzavam os pampas e os gauchos damente 2,88 hab./km². Isto se deve ao fato da grande extensão territorial e
gradualmente se transformaram em peões. dos difíceis acessos ao interior dessa área. Nesse sentido, o governo em
1970, fez o programa de ocupação populacional na região amazônica, com
A área sudeste, entre Mar del Plata e Tandil, com temperaturas relati- migrações oriundas do nordeste. A extração da borracha permitiu desen-
vamente baixas e solo pantanoso, é dedicada à criação de ovelhas e gado volver esta área, antes inóspita economicamente, numa região de alta
bovino de raça, enquanto no cinturão oeste (de Bahía Blanca a Santa Fe) produtividade, seja ela econômica, cultural ou social. Nessa época, muitas
cultiva-se principalmente alfafa e trigo. Perto de Rosario, milho e linho são cidades foram afetadas com o crescimento gerado pelo capital. O governo
os principais plantios, mas também se cria gado. A área rural em torno de continuou auxiliando e orientando o desenvolvimento da região e incorpora
Buenos Aires desenvolveu-se para abastecer a capital argentina de verdu- em Manaus a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), que
ras, legumes, frutas e leite. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publica- trouxe para a capital amazonense muitas indústrias transnacionais. Tanto
ções Ltda. foi a resposta desta “zona livre”, que antes da Zona Franca de Manaus, a
Domínios Morfloclimáticos Brasileiros, Os (segundo mesma cidade detinha uma população de 300 mil/hab e com a instalação
desta área, passou para 800 mil/hab. Outros projetos são instalados pelo
Aziz Ab'Saber) governo federal na região amazônica, como: o Projeto Jari, o Programa
sobre Geografia por Denis Richter Calha Norte, o PoloNoroeste e o Projeto Grande Carajás. Com isso, inicia-
se a exploração mineral e vegetal da Amazônia. Mas os resultados desses
drichtersa@hotmail.com projetos foram pobres em sua maioria, pois com a retirada da vegetação
Dentre os diversos tipos de clima e relevo existente no Brasil, obser- natural o solo tornava-se inadequado ao cultivo da agricultura.
vamos que os mesmos mantêm grandes relações, sejam elas de espaço, Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas
de vegetação, de solo entre outros. Caracterizando vários ambientes a
longo de todo território nacional. Para entende-los, é necessário distinguir Este domínio sofre grande influência fluvial, já que aí se encontra a
um dos outros. Pois a sua compreensão deve ser feita isoladamente. maior bacia hidrográfica do mundo – a bacia amazônica. A região passa
Nesse sentido, o geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber, faz uma classificação por dois tipos de estações flúvio-climáticas, a estação das cheias dos rios e
desses ambientes chamados de Domínios Morfoclimáticos. Este nome, a estação da seca, porém esta última estação não interrompe o processo
morfoclimático, é devido às características morfológicas e climáticas encon- pluviométrico diário, só que em índices diferentes. O transporte existente
tradas nos diferentes domínios, que são 6 (seis) ao todo e mais as faixas também é influenciado pela enorme rede hidrográfica, enquanto que o
de transição. Em cada um desses sistemas, são encontrados aspectos, rodoviário é quase inexistente. Assim, o transporte fluvial e o aéreo são
histórias, culturas e economias divergentes, desenvolvendo singulares muito utilizados devido às facilidades encontradas neste domínio. Como se
condições, como de conservação do ambiente natural e processos erosivos trata de uma floresta equatorial considerada um bioma riquíssimo, é de
provocados pela ação antrópica. Nesse sentido, este texto vem explicar e fundamental importância entendê-la para não desestruturar seu frágil
exemplificar cada domínio morfoclimático, demonstrando sua localização, equilíbrio. Devido à existência de inúmeros rios, a região sofre muita sedi-
área, povoamento, condições bio-hidro-climáticas, preservação ambiental e mentação por parte fluvial, já que a precipitação é abundante (2.500
economia local. mm/ano), transformando a região numa grande “esponja” que detém altas
taxas de umidade no solo. Este mesmo solo é formado basicamente por
Os Domínios Morfoclimáticos latossolos, podzólicos e plintossolos, mas o mesmo não detém característi-
Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir das ca- cas de ser rico à vegetação existente, na verdade, o processo de precipita-
racterísticas climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e fitogeográfi- ção é o que torna este domínio morfoclimático riquíssimo em floresta hidró-
cas; com esses aspectos é possível delimitar seis regiões de domínio fita e não o solo, como muitas pessoas pensam que é o responsável por
morfoclimático. Devido à extensão territorial do Brasil ser muito grande, tudo isto. Valendo destacar os tipos de matas encontradas na Amazônia,
vamos nos defrontar com domínios muito diferenciados uns dos outros. como: de iaipó – de regiões inundadas; de várzea – de regiões inundadas
Esta classificação feita, segundo o geógrafo Aziz Ab’Sáber (1970), dividiu o ciclicamente e de terras altas – que dificilmente são inundadas. As espécies
Brasil em seis domínios: de árvores encontradas nesta região são: castanaha-do-pará, seringueira,
carnaúba, mogno, etc. (essas duas últimas em extinção); os animais: peixe-
I – Domínio Amazônico – região norte do Brasil, com terras baixas e boi, boto-cor-de-rosa, onça-pintada; e a flora com a vitória régia e as diver-
grande processo de sedimentação; clima e floresta equatorial; sas orquídeas.
II – Domínio dos Cerrados – região central do Brasil, como diz o nome, Com um grande processo de lixiviação encontrado na Amazônia, essa
vegetação tipo cerrado e inúmeros chapadões; ação torna o solo pobre levando todos os seus nutrientes pela força da
capacidade do rio (correnteza). Mas esta riqueza diversa não deve ser
III – Domínio dos Mares de Morros – região leste (litoral brasileiro), onde
confundida como grande potencialidade agrícola, pois com a retirada da
se encontra a floresta Atlântica que possui clima diversificado;
vegetação nativa, transforma o solo num grande alvo da erosão, devido as
IV – Domínio das Caatingas – região nordestina do Brasil (polígono das fortes chuvas ocorridas na região. A rede hidrográfica é outra fonte de
secas), de formações cristalinas, área depressiva intermontanhas e de clima potencialidade econômica da Amazônia, pois seus leitos fluviais são de
semi-árido; grande piscosidade, o que torna a área num importante atrativo natural
para o turismo, às indústrias pesqueiras e a população ribeirinha. Com um
V – Domínio das Araucárias – região sul brasileira, área do habitat do clima equatorial, sem muitas mudanças de temperatura ao longo do ano, a
pinheiro brasileiro (araucária), região de planalto e de clima subtropical; região amazônica diferencia-se apenas nas épocas das chuvas (ou cheias
VI – Domínio das Pradarias – região do sudeste gaúcho, local de coxi- dos rios) e das secas. Assim esta primeira época faz com que os rios
lhas subtropicais. transbordem e nutram as áreas de terras marginais ao leito dos mesmos.
Com um solo essencialmente argiloso e a forte influência do escoamento
I – Domínio Morfoclimático Amazônico fluvial, faz com que a Amazônia torna-se uma área de terras baixas, decapi-
Situação Geográfica tando as formações existentes no seu substrato rochosos.

Situado ao norte brasileiro, o domínio Amazônico é a maior região mor- Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis
foclimática do Brasil, com uma área de aproximadamente 5 milhões km² – Nos dias atuais é grande a devastação ambiental na Amazônia – quei-
equivalente a 60% do território nacional – abrangendo os Estados: Amazo- madas, desmatamentos, extinção de espécies, etc. – fazem com que a
nas, Amapá, Acre, Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato região e o mundo preocupe-se com seu futuro, pois se trata da maior
Grosso. Encontram-se como principais cidades desta região: Manaus, reserva florestal do globo. Ecologicamente a Amazônia está correndo muito
Belém, Rio Branco, Macapá e Santarém. perigo, devido ao grande atrativo econômico natural que é encontrado
Características do Povoamento nesta região, o equilíbrio é colocado muitas vezes em risco. A exploração
descontrolada faz com que as ideologias conservacionistas sejam deixadas

Geografia 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de lado. As indústrias mineradoras geram consequências incalculáveis ao Em vista desses aspectos fisiográficos, o cerrado atraiu muita atenção
ambiente e nos rios são despejados muitos produtos químicos para esta para a agricultura, o que lhe tornou uma região de grande produção de
exploração. A agricultura torna áreas de vegetação em solos de fácil erosi- grãos como a soja e agropastoril, com a ótima adaptação dos gados zebu,
vidade e em resposta a tudo isso, gera-se um efeito “dominó” no meio nelore e ibagé. Em virtude disso, o solo nativo foi retirado e alterado por
ambiente, onde um é responsável e necessário para o outro. São poucas outra vegetação, condizendo a uma maior facilidade aos processos erosi-
as atividades econômicas que não agridem a natureza. A extração da vos, devido à falta de cobertura vegetal, seja ela gramínea ou herbácea.
borracha, por exemplo, era uma economia viável ecologicamente, pois Nesse sentido, faz-se muito pouco pela preservação e conservação das
necessitava da floresta para o crescimento das seringueiras. Mas atualmen- matas nativas – a não ser nas áreas demarcadas como reservas bio-
te, esta exploração é quase rara, devido à falta de indústrias consumidoras. ecológicas. Outra exploração ativa é a mineral, como o ouro e o diamante,
Nesse sentido, deverão ser tomadas medidas de aprimoramento nas explo- donde decorre uma grande devastação à natureza. Dessa forma, os gover-
rações existentes nesta região, para que deixem de causar imensas seque- nos, tanto federal, estadual ou municipal, deverão tomar decisões imediatas
las ao ambiente natural. quanto à proteção do meio natural, pois deve ocorrer, sim, a exploração
pastoril, agrícola e mineral dessa região, porém não se deve esquecer que
II – Domínio Morfoclimático dos Cerrados para a efetiva existência dessas economias o ambiente deverá ser pruden-
Situação Geográfica temente conservado.
Formado pela própria vegetação de cerrado, nesta área encontram-se III – Domínio Morfoclimático de Mares de Morros
as formações de chapadas ou chapadões como a Chapada dos Guimarães Situação Geográfica
e dos Veadeiros, a fauna e flora ali situada, são de grande exuberância,
tanto para pontos turísticos, como científicos. Vale destacar que é da região Este domínio estende-se do sul do Brasil até o Estado da Paraíba (no
do cerrado que estão três nascentes das principais bacias hidrográficas nordeste), obtendo uma área total de aproximadamente 1.000.000 km².
brasileiras: a Amazônica, a São-Franciscana e a Paranáica. Situado mais exatamente no litoral dos Estados do: Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná, de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, da
Localizado na região central do Brasil, o Domínio Morfoclimático do Bahia, Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba; e no interior dos
Cerrado detém uma área de 45 milhões de hectares, sendo o segundo Estados, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
maior domínio por extensão territorial. Incluindo neste espaço os Estados: Incluindo em sua extensão territorial cidades importantes, como: São Paulo,
do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Tocantins (parte sul), de Goi- Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Recife, Porto Alegre e Florianópolis.
ás, da Bahia (parte oeste), do Maranhão (parte sudoeste) e de Minas
Gerais (parte noroeste). Encontrado ao longo de sua área cidades impor- Características de Povoamento
tantes como: Brasília, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Palmas e Montes
Claros. Como encontra-se na região litorânea leste do Brasil, foi o primeiro lu-
gar a ser descoberto e colonizado pelos portugueses – tanto que é em
Características do Povoamento Porto Seguro, Bahia, que atracou o navegante Pedro Álvares Cabral,
descobrindo o Brasil. Com isso, a primeira capital da colônia portuguesa na
Devido a sua localização geográfica ser no interior brasileiro, o povoa- América foi Salvador, onde iniciaram-se os processos de colonização e
mento e a ocupação territorial nesta região era fraca, mas o governo federal povoamento, respectivamente. É neste domínio que estão as duas maiores
vem a intervir com os programas de políticas de interiorização do desenvol- cidades brasileiras – São Paulo e Rio de Janeiro. Isto se deve a antiga
vimento nos anos 40 e 50, e da política de integração nacional dos anos 70. constituição das duas cidades como centros econômicos, integradores,
A primeira é baseada, principalmente, na construção de Brasília e a segun- culturais e políticos. Foram muitos os resultados desse povoamento, como
da, nos incentivos aos grandes projetos agropecuários e extrativistas, além por exemplo, a maior concentração populacional do Brasil e a de melhor
de investimentos de infra-estrutura, estradas e hidroelétricas. Com estes base econômica.
recursos, a região vem a atrair investidores e mão-de-obra, e consequen-
temente ocorre um salto no crescimento populacional de cada Estado, Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas
como no Mato Grosso que em 1940 sua população era de 430 mil/hab. e
em 1970 vai para 1,6 milhões/hab. Tal foi à resposta destes programas, Como o próprio nome já diz, é uma região de muitos morros de formas
que nos dias de hoje o setor agrícola do cerrado ocupa uma ótima coloca- residuais e curtos em sua convexidade, com muitos movimentos de massa
ção em produção, em virtude de migrações do sul do Brasil. generalizados. Os processos de intemperismo, como o químico, são fre-
quentes, motivo pelo qual as rochas da região encontram-se geralmente
Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas em decomposição. Tem uma significativa gama de redes de drenagens,
somados à boa precipitação existente (1.100 a 1.800 mm a/a e 5.000 mm
Centrada no planalto brasileiro, o domínio do cerrado é dividido pelas a/a nas regiões serranas), que é devido à massa de ar tropical atlântica
formações de chapadas que existem ao longo de sua extensão territorial, (MATA) e aos ventos alísios de sudeste, que ocasionam as chuvas de
estas que são “gigantescos degraus” com mais de 500 metros de altura, relevo nestas áreas de morros. Assim, os efeitos de sedimentação em
formadas na era geológica Pré-Cambriana, limitam o planalto central e as fundos de vale e de colúvios nas áreas altas são muito intensos. A vegeta-
planícies – como a Pantaneira. Com sua flora única, constituída por árvores ção natural é da mata chamada Atlântica, com poucas áreas nativas de
herbáceas tortuosas e de aspecto seco, devido à composição do solo, suma importância aos ecossistemas ali existentes. Sua flora e fauna são de
deficiente em nutrientes e com altas concentrações de alumínio, a região grande respaldo ambiental e o solo é composto em sua maioria por latosso-
passa por dois períodos sazonais de precipitação, os secos e os chuvosos. los e podzólicos, sendo muito variável. A textura se contradiz de região
Com sua vegetação rasteira e de campos limpos, o clima tropical existente para região, pois é encontrado tanto um solo arenoso como argiloso. Como
nesta área, condiz a uma boa formação e um ótimo crescimento das plan- a sua extensão territorial alarga-se entre Norte – Sul, seu clima dependerá
tas. Também auxiliado pela importante rede hidrográfica da região, de onde da sua situação geográfica, diferenciando-se em: tropical, tropical de altitu-
são oriundas nascentes das três maiores bacias hidrográficas do Brasil de e subtropical.
como foi destacado no início. Isto lhe dá uma imensa responsabilidade
ambiental, pois denota a sua significativa conservação natural. Com um Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis
solo formado principalmente por latossolos, areais quartzosas e podzólicos;
constituem assim um solo carente em nutrientes fertilizantes, necessitando Lembrando que foi colocado anteriormente em relação ao povoamento,
de correção para compor uma terra viável à agricultura. Observa-se tam- essas terras já estão sendo utilizadas economicamente há muitos anos.
bém, que este mesmo solo apresenta características à fácil erosividade Decorrente disso, observa-se uma considerável desgastação do solo que
devido às estações chuvosas que ali ocorrem e principalmente a degrada- elucida uma atual preservação das matas restantes. Esta região já sofreu
ção ambiental descontrolada, estes processos fazem a remoção da vegeta- muita devastação do homem e da sociedade e devem ser tomadas atitudes
ção nativa que tornam frágeis os horizontes “A” frente aos problemas urgentes para sua conservação. Existem muitos programas, tanto do go-
ambientais existentes, como a voçoroca. verno como privados, para a proteção da mata atlântica. Destaca-se por
exemplo, a Fundação O Boticário (privado), que detém áreas de preserva-
Condições Ambientais e Ecologicamente Sustentáveis ção ao ambiente natural e o SOS Mata Atlântica (governamental e privado).
Neste sentido, a solução mais adequada para este domínio, seria a estag-

Geografia 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nação de muitos processos agrícolas ao longo de sua área, pois o solo Encontrado desde o sul paulista até o norte gaúcho, o domínio das a-
encontra-se desgastado e com problemas erosivos muito acentuados. raucárias ocupa uma área de 400.000 km², abrangendo em seu território
Deixando assim, a terra “descansar” e iniciar um projeto de reconstituição à cidades importantes, como: Curitiba, Ponta Grossa, Lages, Caxias do Sul,
vegetação nativa. Passo Fundo, Chapecó e Cascavel.
IV – Domínio Morfoclimático das Caatingas Características do Povoamento
Situação Geográfica A região das araucárias foi povoada no final do século XIX, principal-
mente por imigrantes italianos, alemães, poloneses, ucranianos etc. Com
Situado no nordeste brasileiro, o domínio morfoclimático das caatingas isto, os estrangeiros diversificaram a economia local, o que tornou essa
abrange em seu território a região dos polígonos das secas. Com uma região uma das mais prósperas economicamente. Caracterizado por colô-
extensão de aproximadamente 850.000 km², este domínio inclui o Estado nias de imigração estabelecidas pela descendência estrangeira, podemos
do Ceará e partes dos Estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas, de Per- destacar como principais pontos, as cidades de: Blumenau – SC , colônia
nambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí. Tendo como alemã; Londrina – PR, colônia japonesa; Caxias do Sul – RS, colônia
principais cidades: Crato, Petrolina, Juazeiro e Juazeiro do Norte. italiana. Mas a vinda desses imigrantes não foi só boa vontade do governo
Características do Povoamento daquela época. O Brasil tinha acabado de terminar a sua guerra com Para-
guai, que deixou muitas perdas em sua população, em virtude disso a
Sendo uma das áreas junto ao domínio morfoclimático dos mares de solução foi atrair imigrantes europeus e asiáticos.
morros, de colonização pelos europeus (portugueses e holandeses), sua
história de povoamento já é bastante antiga. A caatinga foi sempre um Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas
palco de lutas de independência, seja ela escravista ou nacionalista. A Atualmente, a vegetação de araucária – chamada de pinheiro-do-
região tornou-se alvo de bandidos e fugitivos contrários ao Reinado Portu- Paraná, ou pinheiro-braseleiro – pouco resta, as indústrias de celulose e
guês e posteriormente ao Império Brasileiro. Como o domínio das caatingas madeireiras da região, fizeram um extrativismo descontrolado que resultou
localiza-se numa área de clima seco, logo chamou a atenção dos mesmos no desaparecimento total em algumas áreas. Sua condição de arbórea,
para refugiarem-se e construírem suas “fortalezas”, chamados de cangacei- geralmente com mais de 30 m de altura, condiz a um solo profundo, em
ros. Com isso o processo de povoamento, instaurados nos anos 40 e 50, virtude de suas raízes estabelecerem a sustentação da própria árvore. A
centrou-se mais em áreas próximas ao litoral, mas o governo federal inves- região das araucárias encontra-se no planalto meridional onde a altitude
tiu em infra-estrutura na construção de barragens, açudes e canais fluviais, pode variar de 500 metros até cerca de 1.200 m. Isso evidencia um clima
surgindo assim o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas subtropical em toda sua extensão que mantém uma boa relação com a
(DNOCS). Entretanto, o clima “desértico” da caatinga, prejudicou muito a precipitação existente nesse domínio, variando de 1.200 a 1.800 mm.
ocupação populacional nesta região, sendo que a caatinga continua sendo Nesse sentido, a região identifica-se com uma grande rede de drenagem
uma área preocupante no território brasileiro em vista do seus problemas em toda a sua extensão territorial. O solo é formado principalmente por
sociais, que são imensos. Valendo destacar que com todos esses obstácu- latossolos brunos e também é encontrado latossolos roxos, cambissolos,
los sociais e naturais da caatinga, seus habitantes partem para migração terras brunas e solos litólicos. Com estas características, o solo detém uma
em regiões como a Amazônia e o sudeste brasileiro, chamada de migra- alta potencialidade agrícola, como: milho, feijão, batata, etc. As morfologias
ções de transumância (saída na seca e volta na chuva). do relevo se destacam por uma forte ondulação até um montanhoso, o que
Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas o representa num solo de fácil adesão a processos erosivos, iniciados pela
degradação humana e social.
Com o seu clima semi-árido, o solo só poderia ter características seme-
lhantes. Sendo raso e pedregoso, o solo da caatinga sofre muito intempe- Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis
rismo físico nos latossolos e pouca erosão nos litólicos e há influência de Percebe-se atualmente que esta arbórea quase desapareceu dessa
sais em solo, como: solonetz, solodizados, planossolos, solódicos e soon- região, devido à descontrolada exploração da araucária para produção de
chacks. Segundo Ab´Saber, a textura dos solos da caatinga passa de celulose. Felizmente, medidas foram tomadas e hoje a araucária é protegi-
argilosa para textura média, outra característica é a diversidade de solos e da por lei estadual no Paraná. Mas os questionamentos ambientais não
ambientes, como o sertão e o agreste. Mesmo tendo aspectos de um solo estão somente na vegetação. Devido este solo ser utilizado há anos vêem
pobre, a caatinga nos engana, pois necessita apenas de irrigação para a ocorrer uma erosividade considerada. Em virtude do mesmo, surge a
florescer e desenvolver a cultura implantada. Tendo pouca rede de drena- técnica de manejo agrícola chamada plantio direto, que evidencia uma
gem, os mínimos rios existentes são em sua maioria sazonais ao período proteção ao solo nu em épocas de pós-safra. Nesse sentido, o domínio
das chuvas, que ocorrem num curto intervalo durante o ano. Porém existe morfoclimático das araucárias, que compreende uma importante área no sul
um “oásis” no sertão nordestino, o Rio São Francisco, vindo da região brasileiro, detém um nível de conservação e reestruturação vegetal consi-
central do Brasil, irriga grandes áreas da caatinga, transformando suas derável. Mas não se deve estagnar esse processo positivo, pois necessita-
margens num solo muito fértil – semelhante o que ocorre com as áreas mos muito dessas terras férteis que mantém as economias locais.
marginais ao Rio Nilo, no Egito. Neste sentido, comprova-se que a irrigação
na caatinga pode e deve ser feita com garantia de bons resultados. Outro VI – Domínio Morfoclimático das Pradarias
fato que chama a atenção, é a vegetação sertaneja, pois ela sobrevive em
épocas de extrema estiagem e em razão disso sua casca é dura e seca, Situação Geográfica
conservando a umidade em seu interior. Assim, a região é caracterizada Situado ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a sudeste gaúcho,
por uma vegetação herbácea tortuosa, tendo como espécies: as cactáceas, o domínio morfoclimático das pradarias compreende uma extensão, segun-
o madacaru, o xique-xique, etc. do Ab’Saber, de 80.000 km² e de 45.000 km² de acordo com Fontes & Ker
Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis – UFV. Tendo como cidades importantes em sua abrangência: Uruguaiana,
Bagé, Alegrete, Itaqui e Rosário do Sul.
Devido o homem não intervir de significativa maneira em seu habitat, o
ambiente natural da caatinga encontra-se pouco devastado. Sua região Características do Povoamento
poderia ser ocupada mais a nível agrícola, em virtude do seu solo possuir Território mãe da cultura gauchesca, suas tradições ultrapassam gera-
boas condições de manejo, só necessitando de irrigação artificial. Assim, ções, demonstrando a força da mesma. Caracterizado por um baixo povo-
considerando os fatos apresentados, a caatinga teria condições de desen- amento, a região destaca-se grandes pelos latifúndios agropastoris, que
volver-se economicamente com a agricultura, que seria de suma importân- são até hoje marcas conhecidas dos pampas gaúchos. Os jesuítas inicia-
cia para acabar com a miséria existente. Mas sem esquecer de utilizar os ram o povoamento com a catequização dos índios e posteriormente surgem
recursos naturais com equilíbrio, sendo feito de modo organizado e pré- as povoações de charqueadas. Passando por bandeirantes e tropeiros, as
estabelecido à não causar desastres e consequências ambientais futuros. pradarias estagnam esse processo (ciclo do charque) com a venda de lotes
V – Domínio Morfoclimático das Araucárias de terras para militares, pelo governo federal. Devido à proximidade geo-
gráfica com a divisão fronteiriça de dois países (Argentina e Uruguai),
Situação Geográfica ocorreram várias tentativas de anexação dos pampas a uma destas nações

Geografia 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
– devido aos tratados de Madrid e de Tordesilhas. Mas as tentativas foram de uma grande diversidade de fauna e flora. Situado em regiões serranas e
inválidas, hoje os pampas continuam sendo parte do território brasileiro. em terras altas, o pantanal é considerado um grande reservatório de água,
devido encontrar-se numa depressão entre várias montanhas. Sua rede
Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas fluvial é composta por rios, como: Cuiabá, Taquari, Paraguai etc, sendo
Como é uma área também chamada de pradarias mistas, o solo condiz considerados rios perenes.
ao mesmo. Segundo Ab’Saber, que o caracteriza como diferente de todos Como o pantanal passa por duas estações climáticas durante o ano, a
os outros domínios morfoclimáticos, existindo o paleossolo vermelho e o seca e as cheias dos rios, essa região detém características e denomina-
paleossolo claro, sendo de clima quente e frio. Denominado um solo jovem, ções únicas, como: “cordilheira” – que significa áreas mais altas, onde não
devido guardar materiais ferrosos e primários, sua coloração vêem a ser sofrem alagamentos (pequenas elevações); salinas – regiões deprimidas
escura. Estabelecido por um clima subtropical com zonas temperadas que se tornam lagoas rasas e salgadas com as cheias dos rios; barreiros –
úmidas e sub-úmidas, a região é sujeita a sofrer alguma estiagem durante o são os depósitos de sal após a seca das salinas; caixas – canais que ligam
ano. Sua amplitude térmica alcança índices elevados, como em Uruguaia- lagoas, existindo somente durante as inundações; e vazante – cursos
na, considera a mais alta do Brasil, com 7° a/a. Isto evidencia suas limita- d´aguas existente durante as épocas das chuvas. Com tudo, o pantanal
ções agrícolas, pois o solo é pouco espesso e têm indícios de pedrugosi- sofre consequências ambientais como a exploração mineral, que poluem
dade. Assim, caracteriza-o a uma atividade pastoril de bovinos e ovinos. intensamente os rios – considerados como os responsáveis pela existência
Com a utilização do solo sem controle, denota-se um sério problema erosi- da biodiversidade da região. A pecuária e a utilização de enormes monocul-
vo que origina as ravinas e posteriormente as voçorocas. Esse processo turas, fazem o despejo de uma grande quantidade de agrotóxicos aos rios.
amplia-se rapidamente e origina o chamado deserto dos pampas. A drena-
gem existente é perene com rios de grande vazão, como: Rio Uruguai, Rio Nesse sentido, a preservação dessas zonas de transição são conside-
Ibicuí e o Rio Santa Maria. radas de suma importância para a existência dos domínios morfoclimáticos
brasileiros. Pois eles estabelecem uma relação direta com a fauna, flora,
Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis hidrografia, clima e morfologia, conservando o equilíbrio dos frágeis siste-
O domínio morfoclimático das Pradarias detém importantes reservas mas ecológicos.
biológicas, como a do Parque Estadual do Espinilho (Uruguaiana e Barra Principais Regiões Fitogeográficas do Brasil
do Quarai) e a Reserva Biológica de Donato (São Borja). As condições
ambientais atuais fora desses parques, são muito preocupantes. Com o
início da formação de um deserto que tende a crescer anualmente, essa
região está sendo foco de muitos estudos e projetos para estagnar esse
processo. Devido ao mau uso da terra pelo homem, como a monocultura e
as queimadas, essas darão origem as ravinas, que por sua vez farão surgir
às voçorocas. Como o solo é muito arenoso e a morfologia do relevo é
levemente ondulado, rapidamente os montantes de areia espalham-se na
região ocasionados pela ação eólica. Em virtude a tudo isso, poucas medi-
das estão sendo tomadas, exceto os estudos feitos. Assim, as autoridades
locais deverão estar alerta, para que esse processo erosivo tenha um fim
antes que torne toda as pradarias num imenso deserto.
Faixas de Transições
Encontrados entre os vários domínios morfoclimáticos brasileiros, as
faixas de transições são: as Zonas dos Cocais, a Zona Costeira, o Agreste,
o Meio-Norte, as Pradarias, o Pantanal e as Dunas. Espalhadas por todo o
território nacional, constituem importantes áreas ambientais e econômicas.
Faixas de Transição Nordestinas
A zona dos cocais, representa uma importante fonte de renda à popu-
lação nordestina, pois é nessa área principalmente, que se faz à extração
dos cocos. A zona costeira detém outra característica, é uma importante
região ambiental, onde se encontra a vegetação de mangue, que constitui
um bioma riquíssimo em decomposição de matéria. Outra faixa de transição A Amazônia
é o agreste, que é responsável pela produção de alimentos para o nordes-
te, como: leite, aves, sisal, entre outras matérias primas para indústrias. No A Floresta Amazônica ocupa a Região Norte do Brasil, abrangendo
litoral cearense, encontra-se as dunas, que é uma região de montantes de cerca de 47% do território nacional. É a maior formação florestal do planeta,
areias depositados pela ação dos ventos e de constante remodelação. condicionada pelo clima equatorial úmido. Esta possui uma grande varie-
dade de fisionomias vegetais, desde as florestas densas até os campos.
O meio-norte se estabelece entre a caatinga do sertão e a Amazônia Florestas densas são representadas pelas florestas de terra firme, as
(Maranhão e Piauí). Com uma diversidade de vegetação como cerrado e florestas de várzea, periodicamente alagadas, e as florestas de igapó,
matas de cocais, o meio-norte detém sua economia na pecuária bovina, permanentemente inundadas e ocorrem na por quase toda a Amazônia
chamada de pé-duro e na criação do jegue. A carnaúba e o óleo de babaçú central. Os campos de Roraima ocorrem sobre solos pobres no extremo
são outras fontes de extrativismo. Sem esquecer que todas estas zonas setentrional da bacia do Rio Branco. As campinaranas desenvolvem-se
demonstradas situam-se na região nordestina brasileira. sobre solos arenosos, espalhando-se em manchas ao longo da bacia do
Faixa de Transição da Região Sul Brasileira Rio Negro. Ocorrem ainda áreas de cerrado isoladas do ecossistema do
Cerrado do planalto central brasileiro.
Na região sul, encontra-se a zona de transição das Pradarias, que se
situa entre os domínios morfoclimáticos da Araucária e das Pradarias. São O Semi-árido (Caatinga)
geralmente campos acima de serras e são encontradas vegetações do tipo A área nuclear do Semi-Árido compreende todos os estados do Nor-
araucárias, de campo, floresta e cerrado. Assim, os sistemas naturais deste brasileiro, além do norte de Minas Gerais, ocupando cerca de 11% do
situados nessa região, são de fundamental importância para o meio natural território nacional. Seu interior, o Sertão nordestino, é caracterizado pela
envolvente a ela. ocorrência da vegetação mais rala do Semi-árido, a Caatinga. As áreas
Faixa de Transição – Pantanal mais elevadas sujeitas a secas menos intensas, localizadas mais próximas
do litoral, são chamadas de Agreste. A área de transição entre a Caatinga e
O pantanal é uma das principais zonas de transição encontrada no a Amazônia é conhecida como Meio-norte ou Zona dos cocais. Grande
Brasil. Ele é um complexo ambiental de suma importância, pois compreen-
Geografia 21 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
parte do Sertão nordestino sofre alto risco de desertificação devido à de- III - Organização do espaço (agrário: atividades econômi-
gradação da cobertura vegetal e do solo.
cas, modernização e conflitos; e urbano: atividades eco-
O Cerrado nômicas, emprego e pobreza; rede urbana e regiões me-
O Cerrado ocupa a região do Planalto Central brasileiro. A área nuclear tropolitanas).
contínua do Cerrado corresponde a cerca de 22% do território nacional,
sendo que há grandes manchas desta fisionomia na Amazônia e algumas A agricultura brasileira se iniciou na região nordeste do Brasil, no sé-
menores na Caatinga e na Mata Atlântica. Seu clima é particularmente culo XVI, com a criação das chamadas “Capitanias Hereditárias” e o início
marcante, apresentando duas estações bem definidas. O Cerrado apresen- do cultivo da cana.
ta fisionomias variadas, indo desde campos limpos desprovidos de vegeta- Baseada na monocultura, na mão de obra escrava e em gran-
ção lenhosa a cerradão, uma formação arbórea densa. Esta região é per- des latifúndios, a agricultura permaneceria basicamente restrita à cana com
meada por matas ciliares e veredas, que acompanham os cursos d'água. alguns cultivos diferentes para subsistência da população da região, porém
A Mata Atlântica de pouca expressividade.

A Mata Atlântica, incluindo as florestas estacionais semideciduais, ori- Só a partir do século XVIII com a mineração e o início das plantações
ginalmente foi a floresta com a maior extensão latitudinal do planeta, indo de café, que a partir do século XIX seriam o principal produto brasileiro, é
de cerca de 6 a 32oS. Esta já cobriu cerca de 11% do território nacional. que o cultivo de outros vegetais começa a ganhar mais expressividade.
Hoje, porém a Mata Atlântica possui apenas 4% da cobertura original. A Muitos engenhos são abandonados e a atividade canavieira se estagna
variabilidade climática ao longo de sua distribuição é grande, indo desde devido à transferência da mão-de-obra para a mineração e o cultivo do
climas temperados superúmidos no extremo sul a tropical úmido e semi- café.
árido no nordeste. O relevo acidentado da zona costeira adiciona ainda Tal como ocorrera com o período de grande produção da cana-de-
mais variabilidade a este ecossistema. Nos vales geralmente as árvores se açúcar, o auge da cafeicultura no Brasil representou uma nova fase eco-
desenvolvem muito, formando uma floresta densa. Nas enconstas esta nômica. Por isso, podemos dizer que a história da agricultura no Brasil está
floresta é menos densa, devido à freqüente queda de árvores. Nos topos intimamente associada com a história do desenvolvimento do próprio país.
dos morros geralmente aparecem áreas de campos rupestres. No extremo Ainda mais, quando se considera o período a partir do século XIX quando o
sul a Mata Atlântica gradualmente se mescla com a floresta de Araucárias. café se tornou o principal artigo de exportação brasileiro, logo após o declí-
O Pantanal Mato-Grossense nio da mineração.

O Pantanal mato-grossense é a maior planície de inundação contínua Mas o cultivo do café, que durante todo o século XIX faria fortunas e in-
do planeta, coberta por vegetação predominantemente aberta e que ocupa fluenciaria fortemente a política do país, começa a declinar por volta de
1,8% do território nacional. Este ecossistema é formado por terrenos em 1902 quando a crise atinge seu ponto culminante, o Brasil produzira mais
grande parte arenosos, cobertos de diferentes fisionomias devido a varie- de 16 milhões de sacas de café enquanto que o consumo mundial pouco
dade de microrelevos e regimes de inundação. Como área transicional ultrapassava os 15 milhões fazendo com que o preço do café, que já estava
entre Cerrado e Amazônia, o Pantanal ostenta um mosaico de ecossiste- em queda, chegasse a 33 francos (bem menos que os 102 francos de
mas terrestres com afinidades sobretudo com o Cerrado. 1885).

Outras Formações Desta forma, houve uma necessidade de diversificação da economia


que, entre outras atividades além das estreantes indústrias, começava a
Os Campos do Sul (Pampas) valorizar outros tipos de culturas. Além do que, o aumento
da urbanização do país exigia também, o aumento do cultivo de matérias-
No clima temperado do extremo sul do país desenvolvem-se os cam-
primas. Mas, esta mudança tomaria forma mesmo, só a partir da década de
pos do sul ou pampas, que já representaram 2,4% da cobertura vegetal do
1940.
país. Os terrenos planos das planícies e planaltos gaúchos e as coxilhas,
de relevo suave-ondulado, são colonizados por espécies pioneiras campes- Atualmente, segundo dados do último levantamento realizado pelo IB-
tres que formam uma vegetação tipo savana aberta. Há ainda áreas de GE em novembro de 2007, no Brasil são cultivados 58.033,075 ha de terra.
florestas estacionais e de campos de cobertura gramíneo-lenhosa. Sendo que a cana-de-açúcar ainda predomina: são produzidos
514.079,729t contra 58.197,297t da soja em grão. Quanto ao café em grão,
A Mata de Araucárias (Região dos Pinheirais) este responde por cerca de 2.178,246t. Caroline Faria
No Planalto Meridional Brasileiro, com altitudes superiores a 500m, Agricultura moderna
destaca-se a área de dispersão do pinheiro-do-paraná, Araucária angustifo-
lia, que já ocupou cerca de 2,6% do território nacional. Nestas florestas Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
coexistem representantes da flora tropical e temperada do Brasil, sendo
dominadas, no entanto, pelo pinheiro-do-paraná. As florestas variam em
densidade arbórea e altura da vegetação e podem ser classificadas de
acordo com aspectos de solo, como aluviais, ao longo dos rios, submonta-
nas, que já inexistem, e montanas, que dominavam a paisagem. A vegeta-
ção aberta dos campos gramíneo-lenhosos ocorre sobre solos rasos.
Devido ao seu alto valor econômico a Mata de Araucária vêm sofrendo forte
pressão de desmatamento.
Ecossistemas costeiros e insulares
Os ecossistemas costeiros geralmente estão associados à Mata Atlân-
tica devido a sua proximidade. Nos solos arenosos dos cordões litorâneos e
dunas, desenvolvem-se as restingas, que pode ocorrer desde a forma
rastejante até a forma arbórea. Os manguesais e os campos salinos de
origem fluvio-marinha desenvolvem-se sobre solos salinos. No terreno
plano arenoso ou lamacento da Plataforma Continental desenvolvem-se os
ecossistemas bênticos. Na zona das marés destacam-se as praias e os
rochedos, estes colonizados por algas. As ilhas e os recifes constituem-se
acidentes geográficos marcantes da paisagem superficial. Laranjal em Avaré
http://www.brcactaceae.org/ecossistemas.html
A agricultura moderna surgiu após a primeira fase da Revolução
Industrial, situada entre o final do século XVIII e o inicio do século XIX, com

Geografia 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
base na utilização da energia a vapor e também da eletricidade. Logo, ela é econômica da década de 1980, da modernização do setor agrícola e das
aquela caracterizada pela maior regularização das safras e o aumento da significativas mudanças institucionais que alteraram o ambiente de negó-
produção agrícola devido à utilização cios brasileiro".
de tratores, colheitadeiras, semeadeiras e alguns novos implementos
agrícolas. Por outro lado, Nascimento relembra o percurso histórico dessa ques-
tão, sinalizando que convencionalmente atribui-se a raiz desses conflitos no
A invenção da máquina de separar o caroço da fibra do algodão, por Brasil ao problema da concentração de terras, que teria suas origens no
exemplo, possibilitou o fornecimento abundante dessa importante matéria modelo de ocupação territorial adotado no século XVI pela Coroa Portu-
prima por um baixo preço. O Cotton Gin, o descaroçador de algodão, foi guesa, durante o período da colonização. Contudo, para ela é "a falta de
inventado em 1793 por Eli Whitney, um mestre-escola da Nova Inglaterra. regulamentação e fiscalização na distribuição de terras no país que efeti-
Do ponto de vista de diversos historiadores, essa invenção contribuiu mais vamente contribuiu para a concentração fundiária".
para a extinção da escravatura na América do Norte, que todas as teorias
que pudessem incentivá-lo na época. Carlos Alberto Feliciano, geógrafo da Universidade Estadual Paulista
(Unesp, campus de Presidente Prudente), reforça que entre as principais
causas dos conflitos fundiários no Brasil está a concentração de terras.
Esses conflitos são bastante antigos no Brasil, com maior evidência a partir
do século XIX, tendo se agravado ainda mais no século XX.
Entre os principais conflitos no início do século XX estão Canudos e
Contestado, que "embora muitas vezes sejam lembrados como episódios
que envolveram questões religiosas, estão diretamente voltados para uma
questão de luta pela terra", afirma a historiadora Marina Machado. Nesse
sentido, Feliciano ressalta que o assunto em nosso país ultrapassa a ques-
tão das fronteiras legais das unidades federativas, mas ao mesmo tempo é
movido pelas relações sociais de poder e disputa que nelas são materiali-
zadas.
Em comparação aos séculos anteriores, é possível afirmar que no sé-
culo XX houve, ao mesmo tempo, uma redução na concentração fundiária e
uma valorização da terra no país. Isso se deu, por um lado, devido ao fato
Colheitadeira em um campo de cultivo de cereais de os agricultores brasileiros passarem a investir em atividades urbano-
industriais - em decorrência, sobretudo, da desvalorização mundial do café
Nesse período houve também um grande desenvolvimento do
durante a Primeira Guerra Mundial e a crise econômica de 1929. Por outro
conhecimento científico e a criação de novos tratos culturais, que foram
lado, houve um aumento do valor de uso da terra, gerando maior produtivi-
introduzidos nas lavouras. Contudo, o principal fator de estímulo ao
dade em propriedades de pequeno e médio porte em algumas regiões do
desenvolvimento e a modernização da agricultura foi a acumulação de bens
país - como é o caso da região Sul.
de capital, que proporcionaram um aumento da capacidade de financiar
máquinas modernas e, assim, a produtividade agrícola aumentou. Isso Para o geógrafo da Unesp, além da concentração de terra, a constru-
porque a Revolução Industrial provocou uma grande acumulação ção da propriedade privada no Brasil trouxe consigo o significado de terra
de capital. como reserva de valor, "onde boa parte dos ditos 'proprietários' vivem da
renda que ela pode lhes auferir, mesmo sendo improdutiva."
Como a produtividade agrícola aumentou rapidamente, e como a
demanda por produtos agrícolas não aumentou, já que a quantidade de Foi na década de 1960, que surgiu com maior intensidade a discussão
alimentos que uma pessoa pode consumir é limitada em função da sobre a necessidade de reforma agrária no Brasil, principalmente nas
capacidade do seu estômago, a porcentagem da população que trabalhava regiões Norte e Nordeste que sofriam mais com a concentração fundiária.
na agricultura se reduziu drásticamente e foram buscar empregos nas No mesmo período, seguiu-se a criação da organização das Ligas Campo-
cidades, gerando um grande processo de urbanização. nesas e muitos outros conflitos, como o episódio de Trombas e Formoso,
em Goiás (das décadas de 1950 e 1960). Ocorreu também nessa época a
Ocorreu ainda nessa a etapa da evolução agrícola o desenvolvimento
discussão sobre terras devolutas - "um tipo de terra pública que deveria
da pecuária leiteira na Europa Ocidental(França, Dinamarca etc.),
estar sob o domínio do Estado, mas que está na esfera privada, seja ligada
nos EUA e, mais tarde, na ex-URSS, da floricultura nos Países Baixos e
a proprietários, ou então, a grandes empreendimentos, como bancos ou
de olivais nas penínsulas Ibérica e Balcânica. Atualmente a maioria dos
indústrias", explica Feliciano.
países subdesenvolvidos encontra se com a agricultura nesse estágio.
Em meio a esse contexto, em março de 1963, foi aprovado o Estatuto
Os conflitos pela terra no Brasil
do Trabalhador Rural, regulando as relações de trabalho no campo, que até
Maria Teresa Manfredo então estavam à margem da legislação trabalhista. Contudo, com o golpe
militar de 1964, as ideias foram revistas e a reforma agrária realizada nesse
O tema da divisão da terra evoca uma questão recorrente no Brasil: os período foi concentrada na fronteira agrícola do Centro-Oeste, visando
conflitos fundiários que, no decorrer da história do país, adquiriram diferen- sobretudo a ocupação do território.
tes contornos. De acordo com a doutora em história pela Universidade
Federal Fluminense (UFF), Marina Machado, muitas vezes esses conflitos Entre 1980 e 1990, surgiram várias organizações em defesa da refor-
aconteceram por envolverem divisões territoriais administrativas, constru- ma agrária como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, Ligas Cam-
ção de limites e de fronteiras. Para ela, é fundamental, também, considerar ponesas e a Pastoral da Terra.
que tal discussão é atravessada pela questão das disputas entre terras
Em 1993, o Congresso Nacional estabeleceu que a improdutividade
latifundiárias. A expansão - ou não - de uma fronteira explora diferentes
das terras caracterizava o não cumprimento do caso previsto pela Constitu-
aspectos e interesses, de diferentes grupos envolvidos em um mesmo
ição de 1988 de função social da propriedade; ficou estabelecido por Lei
processo (fazendeiros, moradores, grupos indígenas, agentes do governo,
que a improdutividade procederia à desapropriação. Atualmente, por parte
representantes da igreja etc.), lembra a historiadora.
dos movimentos, as ocupações de terra tornaram-se o principal mecanismo
Num período mais recente, a partir da segunda metade da década de de pressão sobre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
1990, após a fase de reestruturação e modernização da produção agrícola, (Incra), para a execução dos processos de desapropriação e assentamen-
as questões econômicas relacionadas a esses conflitos ganharam maior tos.
grau de complexidade. De acordo com a economista Viviam Souza Nasci-
Para Viviam Nascimento, um caminho para minimizar o conflito neste
mento, que desenvolveu pesquisa sobre o tema junto à Universidade de
sentido é fortalecer as políticas de controle e fiscalização da propriedade
São Paulo (USP), nos últimos anos a complexificação dessas disputas se
agrícola, "organizando a titulação, acompanhando o mercado de terras
deu em função "do aumento das demandas sociais criadas com a crise

Geografia 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(incluindo a compra por parte dos estrangeiros), além de fiscalizar e agir Ocorrência do fenômeno da conurbação, que constituem as regiões
com rapidez nas resoluções de conflitos". metropolitanas (criadas em 1974 e 1975).
Segundo Carlos Feliciano, "a solução para esse impasse é a realização A partir da década de 80 houve o que se chama de desmetropolização,
de uma reforma agrária ampla, baseada em critérios legais melhor defini- com os índices de crescimento econômico maiores nas cidades médias,
dos", de acordo com o pesquisador, só assim o Estado cumpriria o que a havendo assim um processo de desconcentração econômica.
Constituição Federal estabelece como função social da propriedade: ser Outras regiões passaram a atrair mais que as regiões metropolitanas,
produtiva, respeitar as leis trabalhistas, ambientais, gerando desenvolvi- havendo também desconcentração populacional.
mento para a região a que pertence. Está ocorrendo um declínio da importância das metrópoles na dinâmica
social e econômica do país.
Mapeamento dos conflitos
Um número crescente de cidades passou a pertencer ao conjunto das
Em abril deste ano, a Comissão Pastoral da Terra lançou um relatório cidades médias e grandes.
sobre conflitos no campo a partir de dados coletados em 2010. Dos 638 Podemos dizer que o Brasil se modernizou e que a grande maioria da
conflitos neste último ano, mais da metade refere-se a posseiros (antigos população brasileira, já está de alguma forma integrada aos sistemas de
donos de pequenas áreas sem títulos da propriedade) e a povos e comuni- consumo, produção e informação.
dades tradicionais (indígenas, quilombolas, extrativistas etc.) - totalizando Existe hoje uma integração entre o Brasil urbano e o agrário, um absol-
57% das violências ligadas à terra, no ano. A maioria tem sua causa ligada vendo aspectos do outro. A produção rural incorporou inovações tecnológi-
a grandes projetos, como barragens, ferrovias, rodovias, parques eólicos, e cas produzidas nas cidades. O Brasil rural tradicional está desaparecendo e
mineração. sobrevive apenas nas regiões mais pobres.
Mas o que mais marca o ano de 2010 nesse quesito é o crescimento A produção comercial está cada vez mais voltada para a cidade.
do número de assassinatos em conflitos no campo: 34 assassinatos, um A produtividade aumentou e o meio rural integrou-se aos principais
número 30% maior que em 2009, quando foram registrados 26. O estado mercados nacionais e internacionais.
do Pará mantém a liderança quanto ao número dos assassinatos, 18, A implantação de modernos sistemas de transportes e de comunica-
número 100% maior que em 2009, quando foram registrados 9 mortes. ções reduziu as distâncias e possibilitou a desconcentração das atividades
Além dos assassinatos, em 2010 foram registradas 55 tentativas de assas- econômicas, que se difundiram por todo o país e hoje são coordenadas a
sinato, 125 pessoas receberam ameaças de morte, 4 foram torturadas, 88 partir de diretrizes produzidas nos grandes centros nacionais e internacio-
presas e 90 agredidas. nais.
Com relação aos conflitos de terra propriamente ditos, o total permane- Segundo o modelo informacional, São Paulo é a metrópole mundial
ceu muito próximo ao de 2009, passando de 854 para 853, em 2010. Os brasileira que exerce controle sobre os principais sistemas de comunicação
embates protagonizados pelos movimentos sociais do campo caíram 38%; que difundem as inovações por todo o país, através dos meios de comuni-
por outro lado, os conflitos gerados por expulsões, pistolagem, despejos e cação.
ameaças cresceram 21% - passando de 528, em 2009, para 638, em 2010. Observa-se uma ruptura com a hierarquia urbana tradicional e a formu-
A região Nordeste teve o maior número de conflitos, com 43,7% (279), lação de um novo modelo de relações, muito mais complexo e adequado
seguido da região Norte com 36,7% (234). As demais regiões concentraram ao quadro social e econômico do Brasil contemporâneo. Autoria: Elton
9,6% (61) no Sudeste, 5,8% (37) no Centro-Oeste e 4,2% (27) no Sul. Santiago
A chamada Amazônia Legal concentra 65% dos conflitos de terra, sen- -o0o-
do que Maranhão, Pará e Tocantins concentram 46,2% desse total. O processo de urbanização do Brasil, fruto de uma industrialização tar-
Ao analisar as categorias sociais que foram vítimas das 604 ocorrên- dia, realizada num país subdesenvolvido, trouxe uma série de problemas.
cias de ações violentas em conflitos no campo, 57% envolveram popula- Esses problemas urbanos normalmente estão relacionados com o tipo de
ções tradicionais, como comunidades indígenas ou ribeirinhas. Outros 43% desenvolvimento que vem ocorrendo no país por várias décadas, do qual,
atingiram setores que eram considerados protagonistas da luta pela refor- por um lado, aumenta a riqueza de uma minoria e, por outro, agrava-se o
ma agrária, como os sem-terra (182 conflitos), os assentados (61), peque- problema da maioria dos habitantes.
nos proprietários (9) e outros. Um desses problemas é a moradia. Enquanto em algumas áreas das
Para a Pastoral da Terra, esses dados "deixam evidente que não é por grandes cidades brasileiras surgem ou crescem novos bairros ricos com,
causa da ação dos sem-terra que a violência no campo persiste, mas sim com residências moderníssimas, em outras, ou as vezes, até nas vizinhan-
devido à violência sobre a qual se alicerçou todo o processo de ocupação ças, multiplicam-se as favelas, cortiços e demais habitações precárias.
territorial brasileiro desde o tempo da Colônia até os dias de hoje." Mas o tipo de habitação popular que vem crescendo nos últimos anos,
O espaço urbano no Brasil nos grandes centros urbanos do país, é a casa própria da periferia. Trata-
Crescimento urbano – crescimento da população que vive nas cida- se de uma casinha que o trabalhador constrói, ele mesmo, com a ajuda de
des. familiares e amigos, sob a forma de mutirão, geralmente nos fins de sema-
na e feriados, num lote de terra que adquire na periferia da cidade. A cons-
Urbanização – corresponde a transferência de populações originárias
trução leva vários anos e o material vai sendo adquirido aos poucos.
das zonas rurais em direção às cidades.
O processo de urbanização brasileira começou a partir de 1940, como Ocorre, porém, que, ao residir na periferia da grande cidade, o traba-
resultado da modernização econômica e do grande desenvolvimento indus- lhador e sua família terão de gastar mais em transporte para o serviço,
trial graças a entradas de capital estrangeiro no país. além de perder várias horas por dia dentro de ônibus ou trens. E o transpor-
As empresas transnacionais preferiram se instalar nas cidades em que te coletivo (ônibus, trens, metrôs) é um dos grandes problemas das metró-
a concentração populacional fosse maior e de melhor infra-estrutura, dando poles brasileiras, com carência e precariedade das linhas de ônibus e trens,
origem às grandes metrópoles. com atraso na expansão das linhas de metrôs nas cidades onde esse
transporte existe, sem contar o acédio sexual e roubos que ocorrem nos
A industrialização gerou empregos para os profissionais qualificados,
vagões ou nos ônibus lotados, nos quais vão pessoas penduradas nas
expandiu a classe média e o nível de consumo urbano. A cidade transfor-
portas, janelas ou até mesmo em cima dos mesmos, representando um
mou-se num padrão de modernidade, gerando êxodo rural.
grande perigo de acidentes.
A tecnologia e o nível de modernização econômica não estavam adap-
tados à realidade brasileira. Outro problema importante nas grandes cidades brasileiras é a infra-
A migração campo-cidade gerou desemprego e aumento das ativida- estrutura urbana: água encanada, pavimentação de ruas, iluminação e
des do setor terciário informal. eletricidade, transportes, rede de esgotos etc. Apesar de a cada ano au-
mentar a área abrangida por esses serviços, o rápido crescimento das
O modelo de desenvolvimento econômico e social adotado no Brasil a
cidades torna-os sempre insuficientes. E a ampliação dessa infra-estrutura
partir dos anos 50 levou a um processo de metropolização.
não tem conseguido acompanhar o ritmo de crescimento das áreas urba-

Geografia 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nas dessas metrópoles. Assim, na Grande São Paulo, por exemplo, apenas 27% do PIB do Brasil, aproximadamente 42% de suas exportações totais
50 % dos domicílios são servidos por rede de esgotos e 65 % pela de água em 2009 e mais de 17 milhões de empregos. Além disso, o Brasil é o
encanada. responsável pelo fornecimento de 25% do mercado mundial de alimen-
tos. Líder mundial em vários setores, o país tem no café, açúcar, álcool
Essa insuficiência dos recursos aplicados na expansão da infra- (a partir da cana-de-açúcar) e suco de laranja algumas de suas principais
estrutura urbana decorre não apenas da rápida expansão das cidades produções e exportações. Também importante, em primeiro lugar nas
como também da existência de terrenos baldios ou espaços ociosos em vendas externas, são o complexo de soja(farelo, óleo e grão), a carne
seu interior. É comum empresas imobiliárias, ao realizarem um loteamento bovina e a carne de frango. Portal online do IBGE
na periferia, onde ainda não existem serviços de infra-estrutura, deixarem,
entre as áreas que estão vendendo e o bairro mais próximo, um espaço de Economia
terras sem lotear. Com o crescimento da área loteada, ocorrerão reivindica-
ções para que o local provido de infra-estrutura. E, quando isso ocorrer, tais A economia do Brasil tem um mercado livre e exportador. Com
serviços terão que passar pelo espaço ocioso. Aí é que esse espaço pode- um PIB nominal de 2,48 trilhões de dólares (4,14 trilhões de reais), foi
rá ser vendido ou loteado, mas agora por um preço bastante superior. classificada como a sexta maior economia do mundo em 2011, segundo
o FMI (considerando o PIB de 2,09 trilhões de dólares, para 2010) , ou a
Esse procedimento acaba prejudicando a maioria da população, pois sétima, de acordo com o Banco Mundial (também considerando um PIB de
leva a população trabalhadora da periferia para locais cada vez mais dis- 2.09 trilhões de dólares em 2010) e o World Factbook da CIA (estimando o
tantes do centro da cidade. Esses espaços vazios ou ociosos abrangem PIB de 2011 em 2,28 trilhões de dólares). É a segunda maior do continente
atualmente cerca de 40 % da área urbana da cidade de São Paulo. americano, atrás apenas dos Estados Unidos.
Outro problema comum nas grandes cidades é a violência urbana. Os A economia brasileira tem apresentado um crescimento consistente e,
acidentes de transito, com milhares de feridos e mortos a cada ano. O segundo o banco de investimento Goldman Sachs, deve tornar-se a quarta
abuso do motorista e o desrespeito ao pedestre são de fato algo comum. A maior do mundo por volta de 2050.
violência policial, especialmente sobre a população mais pobre, é também
muito frequente. E o número de assaltos, estupros e assassinatos cresce O Brasil é uma das chamadas potências emergentes: é o "B" do
cada vez mais. Surgiu nos últimos anos, nas grandes metrópoles até uma grupo BRICS. É membro de diversas organizações econômicas, como
figura nova de assaltante: o trombadinha, delinquente juvenil, fruto do o Mercosul, a UNASUL, o G8+5, o G20 e o Grupo de Cairns. Tem centenas
crescimento do desemprego e do declínio dos salários reais, isto é, da de parceiros comerciais, e cerca de 60% das exportações do país referem-
inflação sempre superior aos aumentos salariais; como decorrência desses se a produtos manufaturados e semimanufaturados. Os principais parceiros
fatos, agravados ainda pela falta de assistência social às famílias pobres, comerciais do Brasil em 2008 foram:Mercosul e América Latina (25,9% do
às mães solteiras, às vitimas de estupro ou da violência do marido, do pai, comércio), União Europeia (23,4%), Ásia (18,9%), Estados Unidos (14,0%)
etc., multiplicam-se pelas ruas os menores abandonados, a partir dos quais e outros (17,8%).
surgirão os trombadinhas ou delinqüentes juvenis. Prof. Miguel Jeronymo Segundo o Fórum Econômico Mundial, o Brasil foi o país que mais
Filho aumentou sua competitividade em 2009, ganhando oito posições entre
Atividades Econômicas do Brasil outros países, superando a Rússia pela primeira vez e fechando
parcialmente a diferença de competitividade com a Índia e
Nona maior economia do planeta, segundo classificação do Banco a China, economias BRIC . Importantes passos dados desde a década de
Mundial, o Brasil desenvolve em seu território atividades dos setores 1990 para a sustentabilidade fiscal, bem como as medidas tomadas para
primário, secundário e terciário. Esse último é o destaque do país, res- liberalizar e abrir a economia, impulsionaram significativamente os
ponsável por mais da metade do seu Produto Interno Bruto (PIB) e pela fundamentos do país em matéria de competitividade, proporcionando um
geração de 75% de seus empregos. melhor ambiente para o desenvolvimento do setor privado.

Um dos propulsores do desenvolvimento econômico brasileiro dos O país dispõe de setor tecnológico sofisticado e desenvolve projetos
últimos anos, o setor terciário, que corresponde à venda de produtos e que vão desde submarinos a aeronaves (a Embraer é a terceira maior
aos serviços comerciais oferecidos à população, é ainda uma das razões empresa fabricante de aviões no mundo). O Brasil também está envolvido
do aumento da competitividade interna e externa do Brasil, acelerando o na pesquisa espacial. Possui um centro de lançamento de satélites e foi o
seu progresso tecnológico. Segundo a Central Brasileira do Setor de único país do Hemisfério Sul a integrar a equipe responsável pela
Serviços (CEBRASSE), das 500 maiores empresas no Brasil, 124 atuam construção do Estação Espacial Internacional (EEI).[25] É também o
nesse setor. Nessas empresas destacam-se, sucessivamente, as ativi- pioneiro na introdução, em sua matriz energética, de um biocombustível – o
dades de telecomunicações, serviços públicos, tecnologia e computação, etanol produzido a partir da cana-de-açúcar.Em 2008, a Petrobrás criou a
além das comunicações. Para o investidor estrangeiro são várias as subsidiária, a Petrobrás Biocombustível, que tem como objetivo principal a
opções de negócio no país, como o comércio de veículos, objetos pesso- produção de biodiesel e etanol, a partir de fontes renováveis,
ais e domésticos, combustíveis, alimentos, além das atividades imobiliá- como biomassa e produtos agrícolas.
rias, aluguéis e serviços prestados às empresas. História
A indústria, parte do setor secundário, é também um setor de grande Quando os exploradores portugueses chegaram no século XV,
importância na formação da riqueza nacional. Com destaque na produ- as tribos indígenas do Brasil totalizavam cerca de 2,5 milhões de pessoas,
ção de bens de capital, ela tem na região Sudeste, em especial a Região que praticamente viviam de maneira inalterada desde a Idade da Pedra. Da
Metropolitana de São Paulo, a maior concentração do país. Por categoria colonização portuguesa do Brasil (1500-1822) até o final dos anos 1930, os
de uso, essa atividade divide-se em indústrias de bens de capital, bens elementos de mercado da economia brasileira basearam-se na produção
intermediários, bens de consumo duráveis, semiduráveis e não duráveis. de produtos primários para exportação. Dentro do Império Português, o
A indústria de capital (produtora de bens que serão utilizados no proces- Brasil era uma colônia submetida a uma política imperial mercantil, que
so produtivo, como máquinas e equipamentos) é um dos destaques entre tinha três principais grandes ciclos de produção econômica - o açúcar,
as categorias no Brasil, tanto em termos de produção física, quanto em o ouro e, a partir do início do século XIX, o café. A economia do Brasil foi
termos de faturamento. Os produtos mais vendidos da indústria brasileira fortemente dependente do trabalho escravizado Africano até o final do
são o óleo diesel, minério de ferro beneficiado, automóveis com cilindra- século XIX (cerca de 3 milhões de escravos africanos importados no total).
das, gasolina automotiva (exceto para aviação), óleos brutos de petróleo, Desde então, o Brasil viveu um período de crescimento econômico e
álcool combustível, telefones celulares, açúcar cristal e cervejas ou demográfico forte, acompanhado de imigração em massa da
chope. Europa (principalmente Portugal, Itália, Espanha e Alemanha) até os anos
1930. Na América, os Estados Unidos, o Brasil, o Canadá e
Já o setor primário no Brasil, dividido em atividades de agricultura, a Argentina (em ordem decrescente) foram os países que receberam a
pecuária, extrativismo vegetal, caça, pesca e mineração, tem como maioria dos imigrantes. No caso do Brasil, as estatísticas mostram que 4,5
destaque a agropecuária. Essa atividade, que faz uso do solo para o milhões de pessoas emigraram para o país entre 1882 e 1934.
cultivo de plantas e a criação de animais, é responsável por cerca de

Geografia 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Atualmente, com uma população de 190 milhões e recursos apenas o primeiro passo para a implementação de um programa de
naturais abundantes, o Brasil é um dos dez maiores mercados do mundo, reforma da qualidade da terra.
produzindo 35 milhões de toneladas de aço, 26 milhões de toneladas de
cimento, 3,5 milhões de aparelhos de televisão e 5 milhões de geladeiras. Mais de 600 000 km² de terras são divididas em cerca de cinco mil
Além disso, cerca de 70 milhões de metros cúbicos de petróleo estão domínios da propriedade rural, uma área agrícola atualmente com três
sendo processados anualmente em combustíveis, lubrificantes, fronteiras: a região Centro-Oeste (cerrado), a região Norte (área de
gás propano e uma ampla gama de mais de cem produtos petroquímicos. transição) e de partes da região Nordeste (semiárido). Na vanguarda das
Além disso, o Brasil tem pelo menos 161.500 quilômetros de estradas culturas de grãos, que produzem mais de 110 milhões de toneladas/ano, é
pavimentadas e mais de 108.000 megawatts de capacidade instalada a de soja, produzindo 50 milhões de toneladas.
de energia elétrica. Na pecuária bovina de sensibilização do setor, o "boi verde", que é
Seu PIB real per capita ultrapassou US$ 8.000 em 2008, devido à forte criado em pastagens, em uma dieta de feno e sais minerais, conquistou
e continuada valorização do real, pela primeira vez nesta década. Suas mercados na Ásia, Europa e nas Américas, particularmente depois do
contas do setor industrial respondem por três quintos da produção industrial período de susto causado pela "doença da vaca louca". O Brasil possui o
da economia latino-americana. O desenvolvimento científico e maior rebanho bovino do mundo, com 198 milhões de cabeças,
tecnológico do país é um atrativo para o investimento direto estrangeiro, responsável pelas exportações superando a marca de US$ 1 bilhão/ano.
que teve uma média de US$ 30 bilhões por ano nos últimos anos, em Pioneiro e líder na fabricação de celulose de madeira de fibra-curta, o
comparação com apenas US$ 2 bilhões/ano na década Brasil também tem alcançado resultados positivos no setor de embalagens,
passada,evidenciando um crescimento notável. O setor agrícola, também em que é o quinto maior produtor mundial. No mercado externo, responde
tem sido notavelmente dinâmico: há duas décadas esse setor tem mantido por 25% das exportações mundiais de açúcar bruto e açúcar refinado, é o
Brasil entre os países com maior produtividade em áreas relacionadas ao líder mundial nas exportações de soja e é responsável por 80% do suco de
setor rural. O setor agrícola e o setor de mineração também laranja do planeta e, desde 2003, teve o maior números de vendas de
apoiaram superávits comerciais que permitiram ganhos cambiais maciços e carne de frango, entre os que lidam no setor.
pagamentos da dívida externa.
Indústria
Com um grau de desigualdade ainda grande, a economia brasileira
tornou-se uma das maiores do mundo. De acordo com a lista de bilionários O Brasil tem o segundo maior parque industrial na América.
da revista Forbes de 2011, o Brasil é o oitavo país do mundo em número de Contabilizando 28,5% do PIB do país, as diversas indústrias brasileiras
bilionários, à frente inclusive do Japão, com um número bastante superior variam
aos dos demais países latino americanos. de automóveis, aço e petroquímicos até computadores, aeronaves e bens
de consumo duráveis. Com o aumento da estabilidade econômica fornecido
Componentes da economia pelo Plano Real, as empresas brasileiras e multinacionais têm investido
O setor de serviços responde pela maior parte do PIB, com 66,8%, pesadamente em novos equipamentos e tecnologia, uma grande parte dos
seguido pelo setor industrial, com 29,7% (estimativa para 2007), enquanto quais foi comprado de empresas estadunidenses.
a agricultura representa 3,5% (2008 est). A força de trabalho brasileira é O Brasil possui também um diversificado e relativamente
estimada em 100,77 milhões, dos quais 10% são ocupados na agricultura, sofisticado setor de serviços. Durante a década de 1990, o setor
19% no setor da indústria e 71% no setor de serviços. bancário representou 16% do PIB. Apesar de sofrer uma grande
Agricultura e produção de alimentos reformulação, a indústria de serviços financeiros do Brasil oferece às
empresas locais uma vasta gama de produtos e está atraindo inúmeros
O desempenho da agricultura brasileira põe o agronegócio em uma novos operadores, incluindo empresas financeiras estadunidenses. A Bolsa
posição de destaque em termos de saldo comercial do Brasil, apesar das de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo está passando por um
barreiras alfandegárias e das políticas de subsídios adotadas por processo de consolidação e o setor de resseguros, anteriormente
alguns países desenvolvidos. Em 2010, segundo a OMC o país foi o monopolista, está sendo aberto a empresas de terceiros.
terceiro maior exportador agrícola do mundo, atrás apenas de Estados
Unidos e da União Europeia. Em 31 de Dezembro de 2007, havia cerca de 21.304.000 linhas
de banda larga no Brasil. Mais de 75% das linhas de banda larga via DSL e
No espaço de cinquenta e cinco anos (de 1950 a 2005), a população 10% através de modem por cabo.
brasileira passou de aproximadamente 52 milhões para cerca de 185
milhões de indivíduos, ou seja, um crescimento demográfico médio de 2% As reservas de recursos minerais são extensas. Grandes reservas
ao ano. A fim de atender a essa demanda, uma autêntica revolução de ferro e manganês são importantes fontes de matérias-primas industriais
verde teve lugar, permitindo que o país criasse e expandisse seu complexo e receitas de exportação. Depósitos
setor de agronegócio. No entanto, a expansão da fronteira agrícola se deu de níquel, estanho, cromita, urânio, bauxita, berílio, cobre, chumbo,tungstên
à custa de grandes danos ao meio ambiente, destacando-se io, zinco, ouro, nióbio e outros minerais são explorados. Alta qualidade de
o desmatamento de grandes áreas da Amazônia, sobretudo nas últimas cozimento de carvão de grau exigido na indústria siderúrgica está em falta.
quatro décadas. O Brasil possui extensas reservas de terras raras, minerais essenciais à
indústria de alta tecnologia. De acordo com a Associação Mundial do Aço, o
A importância dada ao produtor rural tem lugar na forma do Plano da Brasil é um dos maiores produtores de aço do mundo, tendo estado sempre
Agricultura e Pecuária e através de outro programa especial voltado para entre os dez primeiros nos últimos anos.
a agricultura familiar (Pronaf), que garantem o financiamento de
equipamentos e da cultura, incentivando o uso de novas tecnologias e pelo O Brasil, juntamente com o México, tem estado na vanguarda do
zoneamento agrícola. Com relação à agricultura familiar, mais de 800 mil fenômeno das multinacionais latino-americanas, que, graças à tecnologia
habitantes das zonas rurais são auxiliados pelo crédito e por programas de superior e organização, têm virado sucesso mundial.
pesquisa e extensão rural, notadamente através da Embrapa. A linha Essas multinacionais têm feito essa transição, investindo maciçamente
especial de crédito para mulheres e jovens agricultores visa estimular o no exterior, na região e fora dela, e assim realizando uma parcela crescente
espírito empreendedor e a inovação. de suas receitas a nível internacional. O Brasil também é pioneiro nos
campos da pesquisa de petróleo em águas profundas, de onde 73% de
Com o Programa de Reforma Agrária, por outro lado, o objetivo do país suas reservas são extraídas. De acordo com estatísticas do governo, o
é dar vida e condições adequadas de trabalho para mais de um milhão de Brasil foi o primeiro país capitalista a reunir as dez maiores empresas
famílias que vivem em áreas distribuídas pelo governo federal, uma montadoras de automóvel em seu território nacional.
iniciativa capaz de gerar dois milhões de empregos. Através de parcerias,
políticas públicas e parcerias internacionais, o governo está trabalhando Maiores companhias
para garantir infra-estrutura para os assentamentos, a exemplo de escolas Em 2012, 33 empresas brasileiras foram incluídas na Forbes Global
e estabelecimentos de saúde. A idéia é que o acesso à terra represente 2000 - uma classificação anual das principais 2000 companhias em todo o
mundo pela revista Forbes.

Geografia 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Energia
O governo brasileiro empreendeu um ambicioso programa para reduzir
a dependência do petróleo importado. As importações eram responsáveis
por mais de 70% das necessidades de petróleo do país, mas o Brasil se
tornou autossuficiente em petróleo em 2006. O Brasil é um dos principais
produtores mundiais de energia hidrelétrica, com capacidade atual de cerca
de 108.000 megawatts. Hidrelétricas existentes fornecem 80% da
eletricidade do país. Dois grandes projetos hidrelétricos, a 15.900
megawatts de Itaipu, no rio Paraná (a maior represa do mundo) e
da barragem de Tucuruí no Pará, no norte do Brasil, estão em operação. O
primeiro reator nuclear comercial do Brasil, Angra I, localizado perto do Rio
de Janeiro, está em operação há mais de 10 anos. Angra II foi concluído
em 2002 e está em operação também. Angra III tem a sua inauguração Assunção do Piauí tem o 10º pior rendimento per capita domiciliar do
prevista para 2014. Os três reatores terão uma capacidade combinada de Brasil. (Foto: Júlia Carneiro - BBC Brasil)
9.000 megawatts quando concluídos. O governo também planeja construir
mais 17 centrais nucleares até ao ano de 2020. Ao chegar de carro por uma estrada de terra arenosa, uma placa
dá as boas-vindas a Assunção do Piauí, "a capital do feijão". Mas as
Situação econômica letras desbotadas, quase apagadas, deixam claro que a principal
Somente em 1808, mais de trezentos anos depois de ser descoberto atividade econômica local já viu melhores dias.
por Portugal, é que o Brasil obteve uma autorização do governo Na pequena cidade, a 270 km de Teresina, as colheitas fracas estão
português para estabelecer as primeiras fábricas. fazendo muitos desistirem de plantar feijão.
No século XXI, o Brasil é uma das dez maiores economias do mundo. "Aqui é assim, a gente só trabalha no escuro. Num ano dá e no outro
Se, pelo menos até meados do século XX, a pauta de suas exportações era não dá", diz a dona de casa Francisca Pereira Moreno, mãe de cinco filhos.
basicamente constituída de matérias-primas e alimentos, como o açúcar,
borracha e ouro, hoje 84% das exportações se constituem de produtos Depois de conversar com alguns moradores de Assunção, perguntar
manufaturados e semimanufaturados. onde cada um trabalha parece perder sentido. Os principais empregos da
cidade são na prefeitura local, mas para adultos como Francisca, que não
O período de grande transformação econômica e crescimento ocorreu sabe ler nem escrever, a única opção está na roça ou nos serviços domés-
entre 1875 e 1975. ticos. Sem alternativas, a maioria sobrevive do Bolsa Família.
Nos anos 2000, a produção interna aumentou 32,3% . "Tem que ter o Bolsa Família. Porque a renda aqui do feijão não está
O agronegócio (agricultura e pecuária) cresceu 47%, ou 3,6% ao ano, dando dinheiro. Dá R$ 60, R$ 70", diz Francisca.
sendo o setor mais dinâmico - mesmo depois de ter resistido às crises
internacionais, que exigiram uma constante adaptação da economia A cidade é um dos retratos de um Brasil que ficou praticamente à mar-
brasileira. gem do crescimento econômico nacional registrado nos últimos anos e que
tem colocado o país próximo de economias consideradas de primeiro
A posição em termos de transparência do Brasil no ranking mundo como a Grã-Bretanha.
internacional é a 75ª de acordo com a Transparência Internacional. É igual
à posição da Colômbia, do Peru e do Suriname. Apesar do recuo constante da pobreza desde o início do Plano Real,
em 1994, e da emergência da classe C, na última década, o país ainda tem
Controle e reforma focos de pobreza extrema que se caracterizam por baixo rendimento domi-
Entre as medidas recentemente adotadas a fim de equilibrar a ciliar, acesso limitado a serviços como saúde e educação e poucas pers-
economia, o Brasil realizou reformas para a sua segurança social e para os pectivas de trabalho para os moradores locais.
sistemas fiscais. Essas mudanças trouxeram consigo um acréscimo Oportunidades insuficientes
notável: a Lei de Responsabilidade Fiscal, que controla as despesas
públicas dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal. Ao mesmo
Definindo a pobreza extrema
tempo, os investimentos foram feitos no sentido da eficiência da
administração e políticas foram criadas para incentivar as exportações, a
indústria e o comércio, criando "janelas de oportunidade" para os Grupo cada vez menor no Brasil, os extremamente pobres ficaram
investidores locais e internacionais e produtores. Com estas mudanças, o mais difíceis de serem estimados:
Brasil reduziu sua vulnerabilidade. Além disso, diminuiu drasticamente as
importações de petróleo bruto e tem metade da sua dívida doméstica pela - Segundo o Censo 2010, cerca de 16,2 milhões de pessoas vivem
taxa de câmbio ligada a certificados. O país viu suas exportações com até R$ 70, em média, de renda domiciliar per capita. O número serviu
crescerem, em média, a 20% ao ano. A taxa de câmbio não coloca pressão como base para o Brasil Sem Miséria. Mas o próprio IBGE faz recortes
sobre o setor industrial ou sobre a inflação (em 4% ao ano) e acaba com a diferentes, falando também em 12 milhões de pessoas com renda nesse
possibilidade de uma crise de liquidez. Como resultado, o país, depois de patamar (excluindo os "sem rendimento").
12 anos, conseguiu um saldo positivo nas contas que medem as - Marcelo Néri, da FGV, acha o número superestimado e prefere usar
exportações/importações, acrescido de juros, serviços e pagamentos no os dados do Pnad, citando cerca de 10 milhões de pessoas nessa situação
exterior. Assim, respeitados economistas dizem que o país não será
profundamente afetado pela atual crise econômica mundial. - Estudo do Ipea calculava, em 2009, 8,7 milhões de pessoas vivendo
com menos de R$ 67, contra 15 milhões em 2004
Sem empregos e educação, milhões ficam à margem de crescimento brasileiro
Divergências numéricas à parte, especialistas concordam que a pobre-
Júlia Dias Carneiro e Paula Adamo Idoeta za extrema vai além da mera questão de renda. Diz respeito também à falta
de acesso a empregos, serviços básicos, educação e perspectivas.
Da BBC Brasil no Piauí e em São Paulo
“Com o crescimento e a geração de empregos, uma parte da popula-
ção saiu da pobreza extrema. (Mas) as oportunidades não foram suficientes
para todos – sobraram os com menos condições de aproveitar, como os
que não tinham vínculos com o mercado de trabalho ou acesso à Previdên-
cia e à assistência social”, explicou Rafael Osório, pesquisador do Ipea
(Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).

Geografia 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Segundo o Censo 2010, em média 8,5% da população brasileira ainda Faltam atividades econômicas
vive com renda per capita mensal de até R$ 70. Isso equivale a cerca de
16,2 milhões de pessoas – praticamente a população do estado do Rio de O perfil dos extremamente pobres
Janeiro.
Com 7,5 mil habitantes, Assunção do Piauí, visitada pela BBC Brasil Apesar das dificuldades em perfilar a população mais carente, um es-
em janeiro, teve em 2010 o 10º pior rendimento per capita domiciliar do tudo de agosto de 2011 do Ipea traz algumas características dessas pes-
país – uma média de R$ 137 reais, contra R$ 1.180 de São Paulo. soas, a partir de um universo estudado entre 2004 e 2009:
A taxa de analfabetismo é de quase 40% entre pessoas com 15 anos - 41,8% das famílias extremamente pobres eram casais com uma a
ou mais. A cidade tem quase 1.500 famílias beneficiárias do Bolsa Família. três crianças
"Muitos ficam na fila de espera (do programa) porque Assunção já ex- - Na média geral, essas famílias tinham 4,2 pessoas
trapolou a cota que o Ministério do Desenvolvimento estipula para cada
cidade", diz a assistente social Ana Alaídes Soares Câmara, que trabalha - Muitas viviam em moradias precárias ou sob risco
no Centro de Referência de Assistência Social da cidade. - 29% eram produtores agrícolas e 34% eram inativos (não trabalha-
‘O terço mais difícil’ vam nem procuravam emprego)
- Entre famílias rurais de municípios pequenos, a incidência de pobreza
extrema era mais de duas vezes superior à média nacional
- Muitos são pequenos produtores rurais, incapazes de produzir exce-
dente que gere renda; não têm conexão regular com o mercado de trabalho
e podem passam períodos desempregados
Mas, um relatório do Ipea tenta traçar um perfil desse Brasil que demo-
ra a crescer: em 2009, 41,8% das famílias extremamente pobres eram
formadas por casais com uma a três crianças; 29% eram agricultores e
34% eram inativos (não trabalhavam nem procuravam emprego).
Dados do Censo 2010 indicam que muitos desses bolsões extrema-
mente pobres se concentram em cidades de porte mediano, de entre 10 mil
e 50 mil habitantes.
“São cidades onde faltam atividades econômicas”, explicou Osório.
“Muitas têm poucos atrativos para empresas e dependem cada vez mais de
políticas sociais, e algumas têm um vácuo generacional (sua população
economicamente ativa migra em busca de empregos).”
Mas o pesquisador ressalva que não se trata de uma população fixa e
estagnada: “Uma parcela tem rendimento incerto e transita entre uma
camada de renda e outra. É o caso, por exemplo, de um guardador de
carro – se ele ficar doente, perde a renda (e passa a figurar entre os extre-
Cerca de 20% da população de Assunção do Piauí depende do Bolsa mamente pobres)”.
Família. (Foto: Júlia Carneiro – BBC Brasil) Estratégias
Desde o Plano Real, a pobreza caiu 67% no Brasil, algo inédito na sé- Como, então, combater essa pobreza extrema?
rie estatística, disse à BBC Brasil o pesquisador Marcelo Neri, do Centro de
Políticas Sociais da FGV. “Falta o último terço, que é o mais difícil da jorna- A presidente Dilma Rousseff lançou como uma das prioridades de seu
da.” governo o programa Brasil Sem Miséria, que tem a ambiciosa meta de
erradicar a pobreza extrema até 2014 e que foca as pessoas com renda per
Para Neri, é possível que o número de extremamente pobres seja até capita mensal de até R$ 70.
menor do que o estimado pelo Censo, se for levada em conta a renda
obtida em transações não monetárias, como trocas e agricultura familiar. Iniciado em junho do ano passado, o plano contém ações que comple-
mentam o Bolsa Família, com programas para fomentar o emprego, a
“Pelo Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios, também do capacitação profissional e atividades econômicas locais, bem como o
IBGE), essas pessoas seriam 5,5% da população”, disse o pesquisador da aumento da oferta de serviços públicos como saúde, educação e sanea-
FGV. mento.
A incerteza a respeito do tamanho dessa população revela, na verda- Os especialistas ouvidos pela BBC Brasil elogiam o foco estabelecido
de, uma boa notícia: como o grupo de extremamente pobres está cada vez pelo programa, mas o projeto tem óbvias dificuldades em levar serviços,
menor, eles ficam pouco representados na amostra geral dos brasileiros, renda e oportunidades para as pessoas mais excluídas.
explicou Rafael Osório, do Ipea.
“As pessoas extremamente pobres são mais difíceis de se investigar.
Algumas sequer são achadas, não interagem com o Estado, não têm
documentos, e o acesso a elas é complicado”, disse.
Além disso, a pobreza extrema não é apenas uma questão de renda:
diz respeito também à falta de acesso a serviços básicos, como saneamen-
to, moradia e educação de qualidade, e ao isolamento em relação ao
mercado de trabalho.

Geografia 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Assunção do Piauí: A cidade vive da cultura do feijão. (foto: Júlia Car- Regiões metropolitanas do Brasil
neiro - BBC Brasil)
Atualmente no Brasil há 60 regiões metropolitanas, distribuídas por
“É preciso localizar (as populações empobrecidas), levar serviços pú- todas as grandes regiões do país, e definidas por leis federais ou estaduais.
blicos, com agentes sociais. É algo mais caro, mais artesanal”, afirmou A criação de uma região metropolitana não se presta a uma finalidade
Neri, da FGV. meramente estatística; o principal objetivo é a viabilização de sistemas de
gestão de funções públicas de interesse comum dos municípios
Para Osório, uma alternativa seria aumentar os valores pagos pelo abrangidos. Todavia, no Brasil, as regiões metropolitanas não
Bolsa Família. “A maior parte dos extremamente pobres já faz parte do possuempersonalidade jurídica própria, nem os cidadãos elegem
programa. Se aumentarem os valores, daremos um baque na pobreza.” representantes para a gestão metropolitana.
Mas os pesquisadores concordam que o grande estímulo para a saída Segundo dados do IBGE, as "12 redes metropolitanas de primeiro
da pobreza é a geração de empregos – e o desafio do Brasil é conseguir nível" são as seguintes: Belém, Belo
gerar vagas em áreas mais pobres justamente num momento de desacele- Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre,Recife, Rio de
ração econômica. Janeiro, Salvador e São Paulo. Também é acrescentada a RIDE deBrasília,
"Gerar empregos depende, em última instância, da economia", disse como sendo a "13ª rede metropolitana de primeiro nível". A RIDE de
Osório. "E o cenário é adverso, apesar de ser o melhor caminho. Isso pode Brasília é uma região metropolitana de abrangência interestadual.
não ocorrer com a mesma intensidade do que nos anos de crescimento." As regiões metropolitanas de primeiro nível são praticamente as
A rede urbana e as Regiões Metropolitanas. mesmos de 40 anos atrás, excetuando-se Brasília e Manaus - que exercem
influência sobre uma das maiores área percentuais: 19% da área do país, e
A complexidade da rede urbana brasileira de menor densidade: 2,2 hab./km², correspondendo a 1,9% da população
do País e 1,7% do PIB nacional, no entanto, além destas concentrarem a
A rede urbana brasileira, nos últimos anos, vem passando por um gran- maior parte da população e do PIB de suas redes urbanas
de processo de transformação oriundo do forte fenômeno de integração dos (respectivamente 47,3% e 75,5%), mostrando uma grande disparidade no
mercados proporcionado pela Globalização. PIB per capita das cidades-polos em relação ao conjunto dos municípios
Estas cidades ligadas umas as outras estão em processo contínuo de das redes metropolitanas.
dinamismo e assumem a sua importância dentro da rede de acordo com a Critérios e conceitos
sua produção, circulação, consumo e os diversos aspectos das relações
sociais. Cada Estado-membro define seus critérios específicos não só para a
instituição, como também para a gestão metropolitana, com a finalidade de
Segundo Correa (2001, p. 359), há alguns tipos de redes, como exem- integrar a organização,planejamento e execução de funções públicas de
plo, tem-se redes do tipo solar, dendrítico, christalleriano, axial e complexo. interesse comum dos municípios, que podem ser enfrentadas a partir de
Nas formas mais antigas desse sistema integrado de cidades a rede dendrí- uma perspectiva regional.
tica tomava destaque, posteriormente, a forma mais comum das redes de
cidades caracterizava-se pelo modelo Christalleriano, ou seja, um modelo A Constituição do estado de Minas Gerais, por exemplo, define
baseado na teoria dos lugares centrais, por sua vez, de acordo com Christal- uma região metropolitana como "o conjunto de municípios limítrofes que
ler (1966), consiste no desenvolvimento desigual dos centros urbanos, com apresentam a ocorrência ou a tendência de continuidade do tecido urbano
um grande centro urbano se sustentando no fornecimento de serviços e de complementaridade de funções urbanas, que tenha como núcleo a
especializados – centrais – cuja produtividade é superior à encontrada em capital do estado ou metrópole regional e que exija planejamento integrado
centros urbanos menores. e gestão conjunta permanente por parte dos entes públicos nela atuantes".
A mesma legislação estabelece regras para a administração da Região
A rede urbana brasileira, até a década de 1970, caracterizava-se, de Metropolitana de Belo Horizonte, com a participação do governo estadual,
acordo com Corrêa (2001, p.360), por uma menor complexidade funcional das prefeituras e da sociedade civil.
dos seus centros urbanos, ou seja, por um pequeno grau de articulação
entre os centros urbanos, com interações espaciais predominantemente Região integrada de desenvolvimento econômico
regionais, e pela existência de padrões espaciais simples. Corrêa (2001,
Além dessas regiões metropolitanas, existem as regiões integradas de
p.428) ressalta que, a partir desse período, as modificações que, sobretudo,
desenvolvimento econômico, que se constituem como regiões
irão caracterizar a rede urbana brasileira são a continuidade da criação de
metropolitanas em que há conurbaçãoentre cidades de dois ou mais
novos núcleos urbanos, a crescente complexidade funcional dos centros
estados, como o que ocorre no Distrito Federal, naGrande Teresina e
urbanos, a mais intensa articulação entre centros e regiões, a complexidade
em Petrolina/Juazeiro.
dos padrões espaciais da rede e as novas formas de urbanização. Tais
mudanças constituem expressão continuada e atualizada de uma estrutura Aglomerações urbanas
social crescentemente diferenciada e complexa, visto que as relações soci-
ais, seja por meio de fatores internos ou externos, estruturam o processo de Uma aglomeração urbana é o espaço urbano contínuo, resultante de
urbanização, que, no caso brasileiro, traduz-se em uma maior complexidade um processo deconurbação ainda incipiente. Trata-se de um espaço
da rede urbana, uma vez que se constitui em um reflexo, um meio e uma urbano de nível sub-metropolitano ou, em termos simplificados, de
condição social. A rede urbana reflete e reforça as características dos con- uma região metropolitana de menor porte, em que asáreas urbanas de
textos políticos, econômicos e socioculturais da própria realidade em sua duas ou mais cidades são fracamente conurbadas. São cinco as
complexidade. aglomerações já estabelecidas por lei:

A verdade é que ultimamente as relações entre as cidades brasileiras Aglomeração Urbana de Jundiaí;
estão bem mais integradas, as cidades não estão mais inseridas, somente, Aglomeração Urbana de Piracicaba;
na economia regional. “Trata-se, em toda parte, de uma rede urbana que
sofreu o impacto da globalização, na qual, cada centro, por minúsculo que Aglomeração urbana do Litoral Norte (Rio Grande do Sul);
seja, participa, ainda que não exclusivamente, de um ou mais circuitos
Aglomeração Urbana do Nordeste do Rio Grande do Sul (região de
espaciais de produção” (SANTOS, 1988).
Caxias do Sul);
A rede de cidades continua sendo um sistema integrado e hierarquizado
Aglomeração urbana do Sul (Rio Grande do Sul) (região de Pelotas).
que vai dos pequenos aglomerados às regiões metropolitanas ou grandes
cidades, mas suas conexões, no entanto, adquirem contornos complexos, Ainda há mais uma aglomerações existentes somente para fins
agora não mais exibindo um padrão exclusivamente christalleriano e muito estatísticos, são elas:
menos dendrítico como aponta Corrêa (2001, p. 365), estabelece-se assim
uma relação de múltiplos circuitos na rede urbana. Lázaro Wandson de Aglomeração Urbana Central
Nazaré Teles

Geografia 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Microrregiões IV - Dinâmica da população brasileira (fluxos migratórios,
Microrregião é, de acordo com a Constituição brasileira de 1988, um áreas de crescimento e de perda populacional).
agrupamento de municípios limítrofes. Sua finalidade é integrar a
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de
interesse comum, definidas por lei complementar estadual. População brasileira: Crescimento, fecundidade e outros dados demográficos

Não tem a função de uma região metropolitana, no entanto para fim Cláudio Mendonça
estatístico agrupa vários municípios com características socioeconômicas No último século a população brasileira multiplicou por dez: em 1900
similares. residiam noBrasil cerca de 17 milhões de pessoas, no ano 2000 quase 170
Conurbações não-oficiais milhões. Desde o primeiro recenseamento (1872) ocorreram várias mudan-
ças no padrão da evoluçãodemográfica brasileira.
Aglomerados urbanos não-metropolitanos
Até o início da década de 1930 o crescimento da população do Brasil
Um aglomerado urbano não-metropolitano é o espaço contou com forte contribuição da imigração. A partir de 1934, com a adoção
urbano semicontínuo (às vezes sem nenhuma continuidade), resultante de da "Lei de Cotas" que estabelecia limites à entrada de imigrantes, o aumen-
um virtual processo de conurbação. Não pode ser classificado como um to da população dependeu, principalmente, do crescimento vegetativo (cv),
espaço urbano metropolitano, mas já apresenta um nível de interligação de isto é, a diferença entre as taxas de natalidade e a de mortalidade expressa
transportes e serviços muito grandes. Este fenômeno é observado nas em % (por cem) ou %0 ( por mil) habitantes.
seguintes cidades (e seus entornos): Campo Grande; Santa Maria;Porto
Velho; Castanhal e Três Lagoas-Andradina. No entanto, foi depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45) que o
crescimento tornou-se acelerado, devido à diminuição das taxas de mortali-
Aglomerados urbanos fronteiriços dade. Isso é explicado por fatores como a expansão da rede de esgoto,
Assim como os aglomerados urbanos não-metropolitanos, um acesso à água encanada, campanhas de vacinação em massa, acesso a
aglomerado urbano fronteiriço é o espaço urbano resultante de um virtual medicamentos básicos, etc. Entre 1940 a 1960 foi registrada a maior evolu-
processo de conurbação fronteiriço entre dois ou mais países. Este ção das taxas de crescimento populacional, atingindo em 1960 a taxa de
fenômeno é observado nas seguintes cidades (e seus entornos) de 2,9% a.a. (ao ano - ou 29%0 a.a.). Este período marcou a primeira fase de
fronteira: Marco das Três Fronteiras; Zona de Fronteira Corumbá-Puerto transição demográfica brasileira.
Suárez e a Fronteira da Paz.

Quais são as Regiões Metropolitanas do Brasil?

Alagoas Região Metropolitana de Maceió


Alagoas Região Metropolitana do Agreste
Amapá Região Metropolitana de Macapá
Amazonas Região Metropolitana de Manaus
Bahia Região Metropolitana de Salvador
Ceará Região Metropolitana de Fortaleza
Ceará Região Metropolitana do Cariri
Espírito Santo Região Metropolitana de Vitória
Goiás Região Metropolitana de Goiânia
Maranhão Região Metropolitana de São Luís
Maranhão Região Metropolitana do Sudoeste Mara-
nhense
Mato Grosso Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá
Minas Gerais Região Metropolitana de Belo Horizonte
Minas Gerais Região Metropolitana do Vale do Aço
Pará Região Metropolitana de Belém
A partir da década de 1960, começou a ocorrer uma desaceleração
Paraíba Região Metropolitana de João Pessoa demográfica contínua: a diminuição das taxas de natalidade passou a ser
Paraíba Região Metropolitana de Campina Grande maior que a das taxas de mortalidade, registrando em 2000 um crescimento
Paraná Região Metropolitana de Curitiba demográfico de 1,6% a.a., com tendência à queda. Essa mudança no
Paraná Região Metropolitana de Londrina padrão do crescimento populacional brasileiro mostra uma situação típica
Paraná Região Metropolitana de Maringá da segunda fase de transição demográfica.
Pernambuco Região Metropolitana do Recife
Rio de Janeiro Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Rio Gran- Região Metropolitana de Natal
de do Norte
Rio Grande do Sul Região Metropolitana de Porto Alegre
Santa Catarina Região Metropolitana do Norte/Nordeste
Catarinense
Santa Catarina Região Metropolitana de Florianópolis
Santa Catarina Região Metropolitana do Vale do Itajaí
São Paulo Região Metropolitana de São Paulo
São Paulo Região Metropolitana de Campinas
São Paulo Região Metropolitana da Baixada Santista
Sergipe Região Metropolitana de Aracaju Mudanças das taxas de fecundidade
A razão fundamental da queda das taxas de crescimento populacional
no Brasil foi a diminuição da taxa de fecundidade (média de número de

Geografia 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
filhos por mulher em idade de procriar, entre 15 a 49 anos), que caiu de 6,3 diversas faixas etárias, enquanto que no eixo horizontal (x) está indicada a
filhos, em 1960, para 2,0 filhos, em 2006, o que significa que as famílias quantidade de população: as barras da esquerda representam a população
brasileiras estão diminuindo. masculina e as barras da direita representam a população feminina. Obser-
ve duas pirâmides etárias correspondentes a dois países que apresentam
Apesar do crescimento cada vez mais lento, a população brasileira de- um perfil sócio-econômico bastante diferente.
verá chegar a 183 milhões de habitantes no final de 2009. O número de
brasileiros mais que dobrou em 35 anos, uma vez que em 1970 havia 90
milhões de pessoas no país. Apenas nos últimos cinco anos - 2000 e 2005
- cerca 15 milhões de habitantes foram acrescentados ao país.
Urbanização e queda das taxas de crescimento
O intenso processo de urbanização, verificado no Brasil principalmente
a partir da década de 1960, foi o principal responsável pela redução das
taxas de fecundidade e a conseqüente queda das taxas de crescimento
demográfico. É na cidade que as informações e o acesso aos métodos de
contra-concepção são maiores e foi justamente a partir deste período que a
pílula anticoncepcional passou a ser difundida na sociedade brasileira.
As mulheres engrossaram o mercado de trabalho urbano e as famílias
passaram a dispor de menos tempo para se dedicar aos filhos. Além disso,
na cidade as despesas com a criação e formação da criança são maiores
que no meio rural, constituindo um fator inibidor para a formação de famílias
numerosas.
No caso das mulheres mais pobres, diante da dificuldade de terem a-
cesso a métodos de contra-concepção, a esterilização foi a principal opção
adotada. Registraram-se no Brasil casos em que a esterilização das mulhe-
res em hospitais públicos foi realizada inclusive sem o consentimento da
paciente, logo após o trabalho de parto.
As alternativas de contra-concepção mais utilizadas pelas mulheres
brasileiras são, respectivamente: a ligadura de trompas (esterilização), a
pílula e a camisinha. Nos países desenvolvidos a ligadura de trompas é o
A forma da pirâmide está associada ao nível de desenvolvimento do
método menos utilizado, sendo mais comum a vasectomia, que é o proces-
país. As pirâmides com forma irregular, topo largo e base estreita, corres-
so de esterilização masculina, que pode ser reversível.
pondem aos países com predomínio de população adulta e população
Crescimento populacional e estrutura etária envelhecida, caso dos países desenvolvidos que atingiram ou estão próxi-
mos de atingir a fase de estabilização demográfica. As pirâmides de base
A distribuição da população por faixas de idade em um país é conse- larga e forma triangular representam países com população predominante
qüência das taxas de crescimento populacional, da expectativa de vida e jovem e baixa expectativa de vida, caso dos países subdesenvolvidos,
das migrações. em fase de crescimento acelerado, ainda na primeira fase da transição
A população é geralmente agrupada em três faixas etárias: demográfica.

jovens (0-17 anos); No Brasil, a pirâmide etária tem se modificado a cada década. Sua
forma revela uma situação intermediária entre as duas primeiras pirâmides
adultos (18-64 anos); e apresentadas, de acordo com as alterações recentes ocorridas do padrão
demográfico brasileiro. Observe estas mudanças através da sobreposição
idosos (acima de 65 anos).
das pirâmides de 1980 a 2000.
Nos países desenvolvidos, a estrutura etária é caracterizada pela pre-
sença marcante da população adulta e de uma porcentagem expressiva de
idosos, conseqüência do baixo crescimento vegetativo e da elevada expec-
tativa de vida. Essa situação tem levado a reformas sociais, particularmen-
te, no sistema previdenciário em diversos países do mundo, já que
o envelhecimento da população obriga o Estado a destinar boa parte de
seus recursos econômicos para a aposentadoria.
Nos países subdesenvolvidos os jovens superam os adultos e os ido-
sos, conseqüência do alto crescimento vegetativo e da baixa expectativa de
vida. Essa situação coloca os países subdesenvolvidos numa situação de
desvantagem, particularmente os pobres que possuem famílias mais nume-
rosas: sustentar um número maior de filhos limita as possibilidades do
Estado e da família em oferecer uma formação de boa qualidade, coloca a
criança no mercado de trabalho e reproduz o círculo vicioso da pobreza e
da miséria ao dificultar a possibilidade de ascensão social futura.
No caso do Brasil, e de outros países classificados como "emergentes",
a proporção de jovens tem diminuído a cada ano, ao passo que o índice da
população idosa vem aumentando. Essa é uma das razões das mudanças
recentes no sistema de previdência social, com estabelecimento de idade
mínima para a aposentadoria e teto máximo para pagamento ao aposenta-
do.
Pirâmides etárias
A pirâmides etárias são representações gráficas (histograma) da popu- Observação: Não existe um critério único para a distribuição da popu-
lação classificada por sexo e idade. No eixo vertical (y) estão indicadas as lação por faixa etária; o mais adotado (inclusive pelo IBGE, atualmente)

Geografia 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
divide a população em jovens (0-14 anos), adultos (15-65 anos) e idosos movimento ajudou na interiorização do povoamento, até então restrito às
(acima de 65 anos). Essa distribuição tem como critério a população ligada regiões litorâneas. A pecuária, a princípio, tinha como objetivo atender às
ao mercado de trabalho (pessoas de 15 a 65 anos, aproximadamente), necessidades dos engenhos de cana. A necessidade de ampliar as frontei-
empregada ou não, e as pessoas consideradas fora desse mercado (com ras motivou a coroa portuguesa a explorar a atividade pecuarista para essa
menos de 15 anos ou mais de 65 anos, aproximadamente). finalidade.
Deve-se observar que, a divisão da população, em três grandes grupos Século XVIII – mineração: deslocamento da população do Nordeste e
etários: de 0 a 14 anos, 15 a 64 e 65 anos e mais, não é restritivo. A utiliza- de São Paulo em direção à Região das Minas Gerais (Mato Grosso, Goiás e
ção da divisão dos tradicionais grupos etários é base para o cálculo da Minas Gerais). A mineração iniciou a modificação da estrutura de ocupação
razão de dependência em relação à população potencialmente ativa. A do Brasil, até então concentrada no Nordeste brasileiro. Nesse momento,
razão de dependência é a relação entre a população dependente (menores começou a constituição de uma área de repulsão (atual Região Nordeste) e
de 15 anos + acima de 65 anos) e a população em idade ativa (de 15 a 64 uma área de atração (atual Região Sudeste).
anos), multiplicado por cem. Com relação a faixa etária dos idosos, o crité-
rio de 65 anos e mais é utilizado para a conceituação do índice de envelhe- Século XIX (principalmente na 2ª metade) – atividade cafeeira: inte-
cimento que é indicado pelo "número de pessoas de 65 anos e mais de riorização do estado de São Paulo (mineiros e baianos). Apesar da predomi-
idade para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade, na população nância das imigrações externas (italianos), ocorreu um grande movimento
residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado." interno em direção ao estado de São Paulo. Alguns agricultores paulistas
também migraram em direção ao norte do estado do Paraná.
Migrações no Brasil
Final do século XIX e início do século XX – ciclo da borracha: nor-
O termo ”migrações” corresponde à mobilidade espacial da população, destinos em direção à Amazônia, em sua maioria retirantes do Sertão nor-
ou seja, é o ato de trocar de país, de região, de estado ou até de domicílio. destino, principalmente do estado do Ceará. Após o declínio da borracha,
Esse fenômeno pode ser desencadeado por uma série de fatores: religio- muitos se dirigiram para o Sudeste.
sos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos e ambientais.
Pós-Segunda Guerra Mundial – Concentração industrial: nordestinos
No Brasil, os aspectos econômicos sempre impulsionaram as migra- em direção ao Sudeste e Sul, com destaque para os estados de São Paulo e
ções internas. Durante os séculos XVII e XVIII, a intensa busca por metais Rio de Janeiro. Esse movimento foi muito intenso, principalmente entre as
preciosos desencadeou grandes fluxos migratórios com destino a Goiás, décadas de 1960 e 1980. Os nordestinos constituíram a principal mão de
Mato Grosso e, principalmente, Minas Gerais. Em seguida, a expansão do obra para a construção civil e para os setores industriais que empregavam
café nas cidades do interior paulista atraiu milhares de migrantes, em trabalhadores com menor qualificação. A falta de políticas públicas adequa-
especial mineiros e nordestinos. das nas cidades do Sudeste, assim como por parte dos governantes nordes-
tinos, que pouco ou nada fizeram para oferecer melhores condições de vida
No século XX, o modelo de produção capitalista criou espaços privile- para a sua população, desencadeou uma série de problemas estruturais nas
giados para a instalação de indústrias no território brasileiro, fato que pro- áreas urbanas e rurais do Sudeste.
moveu a centralização das atividades industriais na Região Sudeste. Como
consequência desse processo, milhares de brasileiros de todas as regiões Década de 1960 – Construção de Brasília: nordestinos em direção ao
se deslocaram para as cidades do Sudeste, principalmente para São Pau- Brasil Central. Formação da Zona Franca de Manaus e extrativismo
lo. mineral: nordestinos em direção à Amazônia. Projetos de colonização do
Estado: nordestinos e agricultores sulistas em direção à Amazônia. Os
Outra consequência do atual modelo de produção é a migração da po- governos militares incentivaram a colonização da região amazônica, tendo
pulação rural para as cidades, fenômeno denominado êxodo rural. Essa como fundamento a ocupação e proteção dos extremos do país. Nesse
modalidade de migração se intensificou nas últimas cinco décadas, pois as processo, iniciaram os conflitos fundiários que persistem até os dias atuais,
políticas econômicas favorecem os grandes latifundiários (empréstimos envolvendo os povos da floresta, garimpeiros, fazendeiros e grandes corpo-
bancários), além da mecanização das atividades agrícolas em substituição rações ligadas à extração de madeira e minérios.
da mão de obra.
Décadas de 1970 e 1980 – Fronteiras agropecuárias: fazendeiros da
A Região Sudeste que, historicamente, recebeu o maior número de mi- região Sul em direção ao Brasil Central. O Centro-Oeste tornou-se o novo
grantes, tem apresentado declínio na migração, consequência da estagna- celeiro agrícola do país, destacando-se a pecuária e a produção de grãos. A
ção econômica e do aumento do desemprego na região. Nesse sentido, especulação agrícola supervalorizou as terras da região, provocando êxodo
ocorreu uma mudança no cenário nacional dos fluxos migratórios, onde a rural e pressionando as áreas de Cerrado.
Região Centro-Oeste passou a ser o principal destino.
Década de 1990 – Fronteiras agropecuárias: expansão das fronteiras
As políticas públicas de ocupação e desenvolvimento econômico da do Brasil Central em direção à Amazônia. Com o crescimento do agronegó-
porção oeste do território brasileiro intensificaram a migração para o Cen- cio, principalmente a soja, as monoculturas avançaram em direção à Região
tro-Oeste. Entre as principais medidas para esse processo estão: constru- Norte, alcançando até mesmo o estado do Amapá.
ção de Goiânia, construção de Brasília, expansão da fronteira agrícola e
investimentos em infraestrutura. O reflexo dessa política é que 30% da Década de 2000 – Motivações socioeconômicas: migrações de retor-
população do Centro-Oeste são oriundas de outras regiões do Brasil, no, principalmente de nordestinos. Apesar de o Sudeste continuar exercen-
conforme dados de 2008 divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra do atração para a população de outras regiões, a precariedade nas condi-
de Domicílios (Pnad). ções de vida dos centros urbanos e a falta de oportunidades fizeram com
que muitos imigrantes voltassem para os seus estados de origem, procuran-
Outro aspecto das migrações internas no Brasil é que os fluxos são do evitar que mais uma geração fosse entregue à marginalidade e aos
mais comuns dentro dos próprios estados ou regiões de origem do migran- subempregos. Juntamente a esse fator, pode ser acrescentado o cresci-
te. Esse fato se deve à descentralização da atividade industrial no país, mento econômico alcançado por alguns centros nordestinos. Além disso, o
antes concentrada na Região Sudeste e em Regiões Metropolitanas. Por Censo 2010 apontou para o crescimento das cidades médias como sendo
Wagner de Cerqueira e Francisco um dos principais fatores responsáveis pela atração de imigrantes, o que
ajuda a explicar o saldo migratório negativo da Região Metropolitana de São
As migrações inter-regionais são aquelas que ocorrem dentro do terri-
Paulo. Ainda de acordo com o IBGE, apesar da continuidade dos fluxos
tório nacional e entre as regiões geográficas. Na história do Brasil, as migra-
migratórios inter-regionais, o volume das migrações entre as regiões brasilei-
ções dessa espécie estiveram e ainda estão relacionadas a ciclos econômi-
ras tem diminuído nos últimos anos. Júlio César Lázaro da Silva
cos, que atraem a população que busca conquistar melhorias econômicas e
benefícios sociais. Destacaremos as grandes correntes migratórias que Os fluxos migratórios no Brasil
ocorreram no território brasileiro.
Para conhecer o fenômeno da migração interna em terras brasileiras, a
Século XVII – pecuária extensiva: deslocamento da população do lito- turma precisa aprender sobre o perfil da população e as interações culturais
ral nordestino em direção ao Sertão e proximidades do Brasil Central. Esse
Amanda Polato

Geografia 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
aos locais de origem. Muita gente, por exemplo, está deixando o Sudeste e
voltando para o Nordeste: o crescimento do volume de migrantes nesse
fluxo foi de 19% entre os períodos de 1995-2000 e 1999-2004. "É um
retorno expressivo, nunca visto antes", diz Cunha. As hipóteses apresenta-
das para justificar esse movimento estão relacionadas à redução e terceiri-
zação do emprego na indústria no Sudeste, aos novos focos de crescimen-
to econômico no Nordeste e aos programas de transferência de renda do
governo federal.
A lista de novidades inclui movimentos que ocorrem dentro de alguns
estados, como o Paraná: sua atratividade está concentrada na área metro-
politana de Curitiba. E, quanto aos deslocamentos interestaduais, vale
destacar o Pará, o único na região Norte que mantém um volume crescente
PODER SULISTA Costumes gaúchos marcam o oeste do país por de imigrantes originários do Nordeste e de estados nortistas.
causa da migração dos anos 1970. Foto: Ronaldo Kotscho
Outra mudança é a do perfil de quem sai. Brito explica que antes a fa-
mília toda migrava. Agora, quem deixa sua terra tende a ir sozinho. "Pro-
A todo momento, pessoas deixam sua cidade de origem rumo a outras blemas de moradia, oferta de emprego e violência contribuem para isso",
para ficar permanentemente ou só morar por um tempo (determinado ou comenta. E as intenções também mudaram: o emigrante de agora almeja
não). São os migrantes, que aqui, no Brasil, representam 40% da popula- ficar fora o tempo suficiente para ganhar um bom dinheiro.
ção, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) de 2007, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Em classe, você pode abordar essas questões a fim de que os alunos
(IBGE). Embora os fluxos migratórios tenham sido mais intensos nas déca- percebam como e por que tais mudanças ocorrem. A conversa pode ser
das de 1960 e 70, a circulação ainda é grande: recentemente, 10 milhões fomentada por histórias de pessoas que migraram dentro do país (no
de brasileiros (5,4% da população) se mudaram para outro lugar. passado e recentemente). Quando e de quais fluxos participaram? E o que
as motivou a sair em busca de novas moradas?
Você provavelmente já recebeu alunos com esse perfil. Como abordou
o assunto? Os livros didáticos geralmente resumem o conteúdo, apegando- *Fonte: FIBGE, PNAD 2004. Tabulações especiais NEPO/UNICAMP
se a estatísticas e aos destinos que ficaram famosos no passado. Mas isso Como ocorrem as interações culturais
não é suficiente para abordar as transformações que ocorrem na socieda-
de. "É uma pena, mas muitas vezes as características da migração, princi-
palmente no âmbito cultural, são tratadas de forma improvisada na sala de
aula", analisa Sueli Furlan, geógrafa da Universidade de São Paulo (USP) e
selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.

Retorno e perfis solitários caracterizam o migrante atual

SABORES DO NORTE No Sudeste, uma das marcas dos nordestinos


é a casa do norte, que vende carne seca. Foto: Lalo de Almeida

Quem muda de cidade leva um pouco de si na bagagem: o jeito de fa-


lar e de se vestir, gostos culinários e musicais... E, se retorna, não é mais o
mesmo: traz de volta um pouco do lugar onde viveu. "Assim, ocorre uma
reconstrução cultural com os elementos de origem e os novos", explica
MARCAS DO SUDESTE Estabelecimento comercial em Rondônia Sueli Furlan. Este é um ponto interessante para ser debatido em sala: como
mostra quem participou da colonização do estado. Foto: Irmo Celso grupos diferentes se relacionam e se, de fato, mantêm contato.
O choque entre culturas muito diferentes pode implicar o isolamento
Revisitando o histórico dos fluxos migratórios, é possível compreender dos migrantes, que se fecham em guetos, para se manter firmes em sua
que eles se esgotam com o tempo. A marcha para o oeste do país, nos identidade ou se proteger de preconceitos.
anos 1970, era formada sobretudo por sulistas em busca de fronteiras Além de ajudar os alunos a identificar e compreender essas interações,
agrícolas e a fim de colonizar estados como Rondônia, mas perdeu força é importante promover reflexões sobre discriminação. Questione os estu-
gradualmente. "E, com a concentração de terras e a organização de pasta- dantes a respeito do próprio comportamento: eles têm amigos vindos de
gens, estados como Mato Grosso deixaram de representar boas oportuni- outros lugares? E os que são migrantes? Como se relacionam com a
dades depois dos anos 1980", conta José Marcos da Cunha, demógrafo da população local?
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O volume de ida para o
estado de São Paulo também diminuiu consideravelmente entre 1995 e Outro ponto a ser trabalhado é a capacidade do migrante de imprimir
2000: os imigrantes (assim denominados os que chegam) eram 1,2 milhão transformações aonde chega. Os gaúchos são famosos pelo poder de
e, entre 1999 e 2004, passaram a somar 870 mil, segundo dados obtidos 'reterritorializar', reproduzindo a paisagem do Rio Grande do Sul por onde
na Pnad. Mas muitas pessoas também fizeram o caminho inverso no mes- passam. Nortistas e nordestinos se notabilizam por instalarem as casas do
mo período: foram 105 mil emigrantes (assim denominados os que saem) a norte, lojas que vendem produtos típicos de suas regiões. "Esse poder se
mais que imigrantes. deve a muitos fatores, como a classe social, a força dos laços de identidade
e o tipo de participação política", explica Rogério Haesbaert, da Universida-
Conforme explica Fausto de Brito, demógrafo da Universidade Federal de Federal Fluminense (UFF).
de Minas Gerais (UFMG), o movimento de pessoas faz parte da dinâmica
das sociedades. É normal, portanto, surgirem novos fluxos (veja o mapa Migração não é sinônimo de problema social
abaixo). Atualmente, o movimento que mais chama a atenção é o de volta

Geografia 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
al, momento esse que o Brasil estava dividido em capitanias hereditárias,
dessa forma estados como Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte
são derivados de antigas capitanias estabelecidas no passado momento no
qual vigorava esse tipo de divisão.
Um dos motivos que favorece a divisão interna do país é quanto ao
controle administrativo do território, no qual subdivide as responsabilidades
de fiscalizar em partes menores, uma vez que grandes extensões territori-
ais sem ocupação e ausência de estado podem provocar uma série de
problemas, inclusive de perda de territórios para países vizinhos.
No fim do século XIX praticamente todos os estados já estavam com
suas respectivas configurações atuais, porém alguns estados surgiram
posteriormente, como o Mato Grosso do Sul (1977) e o Tocantins (1988),
provocando uma remodelagem na configuração cartográfica e administrati-
va interna do país.
SABORES DO SUL Na Bahia, a venda de erva-mate revela a presença
de migrantes sulistas. Foto: Liane Neves Estados significam unidades da federação brasileira. O Brasil possui
leis próprias, pois está organizado politicamente e detém total autonomia.
As leis são criadas em nível federal e são soberanas, no entanto, estados e
O senso comum diz que o movimento de pessoas em busca de novas municípios possuem leis próprias, mas que são subordinadas às leis nacio-
oportunidades sempre causa desemprego e violência. Estudo realizado por nais, no caso, a Constituição Federal. Além da divisão em federações
José Marcos da Cunha e Cláudio Dedecca, que compara a relação entre existem uma dentro dos estados, a regionalização em município, que
migração e trabalho, mostra que não é bem assim. Nos anos 1960 e 70, os possui leis particulares que são submissas às leis federais, essa regionali-
imigrantes garantiram a força de trabalho para a expansão da região me- zação ainda pode ser dividida em distritos.
tropolitana de São Paulo. Quando as taxas de desemprego começaram a
subir em razão de crises econômicas, muita gente julgou que eram eles O território do Brasil ocupa uma área de 8 514 876 km². Em virtude de
que tomavam as vagas dos paulistanos. Porém, a partir dos anos 1990, sua extensão territorial, o Brasil é considerado um país continental por
começou a redução do fluxo migratório e era o crescimento natural da ocupar grande parte da América do Sul. O país se encontra em quinto lugar
população que aumentava a oferta de trabalhadores. Ideias como essas em tamanho de território.
distorcem a imagem dos migrantes, gente que faz parte da construção da
economia e da cultura do nosso país. A população brasileira está irregularmente distribuída, pois grande parte
da população habita na região litorânea, onde se encontram as maiores
cidades do país. Isso nada mais é do que uma herança histórica, resultado
Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa: da forma como o Brasil foi povoado, os primeiros núcleos urbanos surgiram
no litoral.
Divisão Político-Administrativa; Organização federativa.
Até o século XVI, o Brasil possuía apenas a área estabelecida pelo Tra-
Divisão político-administrativa do Brasil tado de Tordesilhas, assinado em 1494 por Portugal e Espanha. Esse
Eduardo de Freitas tratado dividia as terras da América do Sul entre Portugal e Espanha.
Os principais acontecimentos históricos que contribuíram para o povo-
amento do país foram:
No século XVI: a ocupação limitava-se ao litoral, a principal atividade
econômica desse período foi o cultivo de cana para produzir o açúcar,
produto muito apreciado na Europa, a produção era destinada à exportação.
As propriedades rurais eram grandes extensões de terra, cultivadas com
força de trabalho escrava. O crescimento da exportação levou aos primeiros
centros urbanos no litoral, as cidades portuárias.
Século XVII e XVIII: foram marcados pela produção pastoril que aden-
trou a oeste do país e também pela descoberta de jazidas de ouro e diaman-
te nos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Esse período foi
chamado de aurífero e fez surgir várias cidades.
Século XIX: a atividade que contribuiu para o processo de urbanização
foi a produção de café, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Essa atividade também contribuiu
para o surgimento de várias cidades. Eduardo de Freitas
Da organização do Estado
FORMA DE GOVERNO E FORMA DE ESTADO

Divisão político-administrativa atual do Brasil O caput do art. 1º da CF estabelece que em relação à forma de
governo e à forma de Estado o Brasil é uma República Federativa, formada
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal.
O Brasil é um país autônomo e independente politicamente, possui um A forma de governo indica a maneira como se dá a instituição do poder
território dividido em estados, que nesse caso são vinte seis, além do na sociedade e a relação entre o povo e seus governantes. As formas mais
distrito federal que representa uma unidade da federação que foi instituída comuns de governo são a Monarquia (poder singular), caracterizada pela
com intuito de abrigar a capital do Brasil e também a sede do Governo ascensão automática, hereditária e vitalícia ao trono, e a República (poder
Federal. plural), cuja marca principal é a eletividade periódica do Chefe de Estado
para um mandato cujo prazo é fixado na Constituição.
Foram vários os motivos que levaram o Brasil a realizar uma divisão in-
terna do território, dentre eles os fundamentais foram os fatores históricos e Na Monarquia absoluta o rei ou o imperador exerce o poder de forma
político-administrativos. Esse processo teve início ainda no período coloni- ilimitada. Na Monarquia constitucional, mais comum na atualidade, o rei ou

Geografia 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
o imperador deve observar os limites traçados no ordenamento jurídico do I — evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais,
Estado. de imigração ou sanitários, no seu território ou no seu mar territorial;
A responsabilidade dos governantes, em especial dos chefes do Poder II — reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território
Executivo, é da essência da forma republicana de governo. ou no seu mar territorial.
Velha República é a denominação dada ao período que abrange desde Zona econômica exclusiva (ZEE): compreende uma faixa que se
a proclamação dessa forma de governo no Brasil até a Revolução de 1930. estende das doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das
linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial.
Denomina-se Nova República o período iniciado com a eleição de
Tancredo Neves para a Presidência da República em 15 de janeiro de 1985 FEDERAÇÃO. A UNIÃO, OS ESTADOS, O DF, OS MUNICÍPIOS E
e o fim do regime militar instituído em 1964. OS TERRITÓRIOS (ART. 18 DA CF)
Montesquieu também cita o despotismo como forma de governo. Neste No Brasil, a Federação nasceu de forma artificial, pois primeiro foi
o monarca reina fora da ordem jurídica e baseado no medo que impõe ao criado o Estado Central e depois foram criadas as Unidades Federativas
povo. (federalismo por segregação). Nos Estados Unidos da América do Norte, ao
contrário, havia Estados soberanos preexistentes que se agregaram para
A forma de Estado (Estado federado, composto, ou Estado unitário, constituir a Federação (federalismo por agregação).
simples) indica a existência ou não de uma divisão territorial do poder.
E é na perspectiva da Federação que deve ser estudada a organização
O Estado unitário é caracterizado pela concentração do poder em um político-administrativa, quando é afirmada a autonomia dos entes que com-
órgão central. Pode ser puro (poder totalmente concentrado no órgão põem o Estado e se lhes garantem competências próprias.
central), descentralizado administrativamente (são designados órgãos para
executar as deliberações já tomadas pelo poder central) ou descentralizado União
política e administrativamente (quando os órgãos executores das medidas
do poder central possuem maior liberdade de execução). A União é componente da República Federativa do Brasil, em conjunto
com Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios. Diga-se, no entanto,
Na Federação há poderes regionais, que desfrutam da autonomia que que o modelo trilhado pelo constituinte pátrio não é usual, já que a
lhes confere a Constituição Federal, e um poder central aglutinador, que Federação pressupõe apenas a reunião de Estados-Membros, sendo
representa a soberania nacional. Nas Federações é comum a existência de atípica e própria do modelo brasileiro a elevação dos Municípios à categoria
um órgão judiciário de competência nacional, que dirime inclusive conflitos de ente da Federação.
entre os Estados federados e entre estes e o poder central (no Brasil, o
STF), e de um Senado com representação idêntica de todas as unidades Na perspectiva interna, a União é ente da Federação, dotado de
da Federação (atualmente temos 26 Estados e 1 Distrito Federal, sendo autonomia política, administrativa e de autolegislação, sendo pessoa
que cada um elege 3 dos nossos 81 senadores). jurídica de direito público interno (art. 41, I, do CC). Sob prisma diverso, ela
representa a República Federativa, é instrumento de exteriorização da
Federalismo assimétrico é aquele que busca acomodar as soberania do Estado brasileiro (art. 21, I a IV, da CF).
desigualdades regionais por meio de incentivos e repartições de receitas,
medidas que preservam a própria existência da unidade nacional. O patrimônio da União é formado pelos bens indicados
exemplificativamente a partir do art. 20 da CF, como as terras devolutas
Manoel Gonçalves Ferreira Filho cita a seguinte lição de Sampaio indispensáveis à defesa da fronteira, indispensáveis à preservação
Dória: “O poder que dita, o poder supremo, aquele acima do qual não haja ambiental; o mar territorial; os potenciais de energia hidráulica; os terrenos
outro, é a soberania. Só esta determina a si mesma os limites de sua de marinha; os recursos naturais da plataforma continental, dentre outros.
competência. A autonomia, não. A autonomia atua dentro dos limites que a
soberania lhe tenha transcrito”. A Emenda Constitucional n. 46 alterou o inciso IV do art. 20 da
Constituição Federal. A redação atual estabelece que são bens da União as
CONCEITO DE ESTADO ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias
marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que
O Estado é a pessoa jurídica que tem como elementos básicos a contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
soberania, o povo (elemento humano), o território (base) e o governo (poder público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II, da
condutor); é a sociedade politicamente organizada dentro de determinado própria Constituição.
espaço físico e que tem por fim o bem-estar de todos.
O rol não é, nem poderia ser, taxativo, pela impossibilidade lógica de o
Povo: é o conjunto dos cidadãos, daqueles que mantêm um vínculo constituinte antecipar fatos e mutações impostas pelo desenvolvimento
jurídico com o Estado. nacional e mesmo pelo desenvolvimento tecnológico e científico, que
Cidadão: em sentido estrito, é aquele que detém o poder de podem importar em novas formas de descoberta de bens e atribuição de
participação nos negócios do Estado por estar no gozo dos seus direitos importância ou valor até então desconhecidos.
políticos. Sendo, no entanto, bens públicos, integram necessariamente o
População: é conceito meramente demográfico. patrimônio público deferido à pessoa jurídica de direito público interno
representativa da União Federal.
Nação: é um conceito político-sociológico que indica a existência de
uma comunidade unida por laços históricos. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o
Pantanal Mato-grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, nos
Território: é a extensão sobre a qual o Estado exerce sua soberania. termos do § 4º do art. 225 da CF. Referido dispositivo, contudo, não
Por República Federativa do Brasil entende-se o território brasileiro, o converte em bens públicos os imóveis particulares existentes nas áreas
espaço aéreo nacional, o mar territorial (12 milhas marítimas, nos termos da especificadas, nem tampouco impede a utilização destes, desde que
Lei n. 8.617/1993), o subsolo, os navios e aeronaves de guerra brasileiros observadas as prescrições legais e respeitadas as condições necessárias à
em qualquer lugar que se encontrem, os navios mercantes brasileiros em preservação ambiental (STF, RE 134.297).
alto-mar ou de passagem em mar territorial estrangeiro e as aeronaves civis
brasileiras em vôo sobre o alto-mar ou de passagem sobre águas Os símbolos do País são a bandeira, o hino, as armas e o selo
internacionais ou espaços aéreos estrangeiros. nacionais, sem prejuízo de os Estados-Membros, o DF e os Municípios
adotarem símbolos próprios. Aos índios, o art. 231 da CF garante o uso das
Zona contígua brasileira: é a faixa que se estende das doze às vinte e suas línguas.
quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem
para medir a largura do mar territorial. Competência material
Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização A competência administrativa, também denominada material ou não
necessárias para: legislativa, impõe o dever ou a possibilidade de atuação material da União

Geografia 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
em áreas e matérias expressas na Constituição, podendo ser: exclusiva Estados-Membros
(art. 21) ou comum a outros Entes Federados (art. 23). São hipóteses de
atuação da máquina administrativa, regida em regra por normas de direito Integrantes da Federação, os Estados-Membros também são dotados
público (especialmente de direito tributário, de direito administrativo, de de autonomia política, administrativa e de competência para legislar, e são
direito previdenciário). Trata-se da gestão da coisa pública, da atividade pessoas jurídicas de direito público interno.
administrativa. A competência para o governO próprio e a competência para legislar é
Conforme leciona José Afonso da Silva, “podemos classificar as que estabelecem a distinção entre o Estado unitário e o Estado federal, já
competências primeiramente em dois grandes grupos e suas subclasses: que a autonomia que lhes é deferida é exercida sem concessão pelo poder
(1) competência material, que pode ser: (a) exclusiva (art. 21, a exemplo de central (não há poder do Estado por concessão da União). Detêm, no
emitir moeda); e (b) comum, cumulativa ou paralela (art. 23, a exemplo de entanto, apenas autonomia (e não soberania), o que resulta a necessidade
cuidar da saúde); (2) competência legislativa, que pode ser: (a) exclusiva de atendimento das diretrizes fixadas antes na Constituição da República.
(art. 25, §§ 1º e 2º); (b) privativa (art. 22); (e) concorrente (art. 24); (d) Auto-organização corresponde à possibilidade de os Estados organiza-
suplementar (art. 24, § 2º)”. rem-se por suas Constituições. Trata-se de poder decorrente, chamado por
A diferença que se faz entre competência exclusiva e competência muitos “poder constituinte derivado decorrente”, como já visto.
privativa é que a exclusiva é indelegável e a privativa, delegável. Tal poder pode ser reconhecido como “constituinte” porque, de fato,
Divisão da competência legislativa institui poderes estatais (o Legislativo, o Judiciário, o Executivo), mas não é
originário, pois deriva da Constituição.
As regras previstas nos arts. 22, 24, 25 e 30 da Constituição Federal
são pertinentes à competência legislativa, ou seja, à atribuição A limitação ao exercício desse poder constituinte está fixada na
constitucional de cada um dos entes políticos (assim entendidos os dotados obrigatória observância de princípios constitucionais.
de Poder Legislativo) no poder de editar leis. Os princípios limitativos, aos quais a Constituição dos Estados está
Havendo dúvida quanto à atribuição de cada ente político, deve ser atrelada, classificam-se em duas espécies:
observado o princípio da predominância de interesse (nacional, regional ou a) princípios constitucionais sensíveis, que são aqueles enumerados
local) na matéria. expressamente (CF, art. 34, VII);
À União compete legislar privativamente sobre as matérias previstas no b) princípios constitucionais estabelecidos, que são aqueles que
art. 22 da CF, embora o parágrafo único do dispositivo autorize a União a encerram algumas vedações ou determinam alguns procedimentos ou
delegar aos Estados e ao DF, por lei complementar, poderes para legislar regem a Administração Pública.
sobre questões específicas das matérias ali arroladas.
Os princípios constitucionais sensíveis estão previstos no art. 34, VII, e
O art. 24, por sua vez, disciplina a denominada competência legislativa são assim denominados porque a infringência de qualquer deles sensibiliza
concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal. Quanto a essas o Estado Federal a tal ponto que provoca a sua intervenção na entidade
matérias, cabe à União estabelecer normas gerais (diretrizes gerais de violadora.
abrangência nacional), enquanto Estados e Distrito Federal recebem
atribuição para suplementar as normas gerais e editar leis disciplinando as Autogoverno característica do Estado federal, o autogoverno garante
especificações de cada matéria, garantindo assim a aplicabilidade das aos Estados a capacidade de administrar seus interesses e de estabelecer
regras no âmbito regional. a regência de seus negócios, sem prévia delegação ou descentralização
havida do poder central.
A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados, os quais devem apenas preencher Incorporação, subdivisão e desmembramento dos EstadosMembros
as lacunas ou adaptar as regras gerais às peculiaridades regionais, sem A incorporação (a exemplo do Estado da Guanabara, incorporado pelo
afrontar a legislação federal. Rio de Janeiro em 1975, cf. LC n. 20/1974), a subdivisão (o ente originário
Inexistindo lei federal sobre as normas gerais previstas no art. 24, desaparece e seu território forma um ou mais novos Estados) ou o des-
Estados e Distrito Federal exercerão a competência legislativa plena membramento (o ente originário subsiste, mas parte de seu território forma
(legislarão supletivamente sobre as normas gerais e exercerão sua um novo Estado, a exemplo de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Goiás
competência própria quanto às especificações). A superveniência de lei e Tocantins) de um Estado-Membro, para incorporação a outro, ou mesmo
federal sobre normas gerais suspenderá (mas não revogará) a eficácia da para a criação de um novo Estado-Membro ou de um Território Federal,
lei estadual, no que lhe for contrária. depende da aprovação da população interessada, via plebiscito convocado
por decreto legislativo (aprovado por maioria simples), cuja proposta é de
Aos Municípios compete legislar sobre assuntos de interesse local e iniciativa de 1/3 dos deputados federais ou dos senadores (Lei n.
complementar (suplementar) à legislação federal e à legislação estadual no 9.709/1998).
que couber, respeitando as suas diretrizes básicas.
Havendo consentimento popular, o Congresso Nacional, por intermédio
Nos termos da Súmula 645 do STF, é competente o Município para da Casa pela qual começou a tramitar o projeto de lei, deve colher a
fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. manifestação (que não vincula a decisão do Parlamento Nacional) da(s)
Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas Assembleia(s) Legislativa(s) das regiões envolvidas, nos termos do art. 48,
reservadas aos Estados e Municípios, exceto quanto à organização do VI, da CF e da Lei n. 9.709/1998.
Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Civil, Polícia Ao final, a proposta dependerá da aprovação do Congresso Nacional,
Militar e Corpo de Bombeiros Militar, nos termos dos incisos XIII e XIV do por lei complementar federal.
art. 21 da CF (que serão organizados por lei federal).
Os Municípios
Por fim, temos a denominada competência residual dos Estados-
Membros, ou seja, são reservadas aos Estados as competências que a Atipicamente, a estrutura brasileira prevê que também os Municípios
Constituição Federal não lhes veda nem atribui à União ou aos Municípios integram a Federação, pois gozam de ampla autonomia política, financeira,
(art. 25, §§1º e 2º). A competência residual também é denominada legislativa e administrativa (art. 18). A auto-organização dos Municípios é
exclusiva. primordialmente expressa na elaboração de sua própria lei orgânica.

Em matéria tributária, porém, a competência residual foi atribuída à Hely Lopes Meirelles sustenta que diante de sua grande importância e
União, que mediante lei complementar poderá instituir impostos não autonomia na federação brasileira o Município é uma “entidade estatal de
previstos expressamente na CF, nos termos do seu art. 154, I. terceiro grau, integrante e necessária ao nosso sistema federativo”, ou seja,
nossa Federação é trina (tríplice), e não dualista.. No mesmo sentido
decidiu o C. STF na ADIn-MC 2.38 1/RS, DJU, 14-12-2001. O art. 87 do

Geografia 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ADCT, inserido pela EC n. 37/2002, e a Lei de Responsabilidade Fiscal (art. O governador do Território é nomeado pelo Presidente da República,
2º da LC n. 101/2000) incluem os Municípios entre os entes da Federação. após a aprovação do seu nome pelo Senado Federal (inciso XIV do art. 84
da CF), e naqueles Territórios Federais com mais de cem mil habitantes
José Afonso da Silva, por sua vez, leciona que “o município é haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instâncias, membros do
componente da Federação mas não entidade federativa”, destacando que Ministério Público e defensores públicos federais (§ 3º do art. 33 da CF).
por onze vezes (entre elas o § 1º do art. 5º e o inciso II do art. 60) a
Constituição Federal utiliza as expressões unidades da Federação e Conforme estabelece o parágrafo único do art. 110 da CF, “nos
unidade federada sem incluir os Municípios. Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes
federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei”.
Entre outros requisitos das unidades federadas, os Municípios não
dispõem de Poder Judiciário próprio ou representante exclusivo no Senado A Lei n. 8.185/1991 dispõe sobre a organização judiciária do Distrito
Federal. Federal e dos Territórios. O Distrito Federal integra a Federação, elege
senadores e deputados federais, tem eleição direta para governador, mas
A criação, incorporação, fusão (dois ou mais Municípios são extintos e não pode ser desmembrado em Municípios (art. 32, caput, da CF). Nele
formam uma nova cidade) ou desmembramento de Municípios depende de está situada a Capital Federal, Brasília, embora a sede do governo federal
estudos quanto à viabilidade do ente que se quer formar (EC n. 15, de 12- possa ser temporariamente transferida pelo Congresso Nacional (art. 48,
9-1996), da aprovação, por plebiscito, das populações dos Municípios VII, da CF).
envolvidos (segundo prevalece na doutrina e consta do art. 7º da Lei n.
9.709/1998, população da área desmembrada e da área que poderá ser Discute-se a natureza jurídica do Distrito Federal, prevalecendo tratar-
emancipada), da observância dos requisitos previstos em lei complementar se de pessoa jurídica criada diretamente pela Constituição Federal e que se
federal que disciplina a matéria e de lei estadual. equipara aos Estados-Membros, desfrutando das competências legislativas
municipais e estaduais.
Havendo empate no plebiscito, fica vedada a criação do novo
Município, conforme já decidiu o STF no julgamento da Ação Rescisória n. Tem capacidade de se autoconstituir, elaborando sua própria lei
798/1983. orgânica, votada em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Legislativa, que a promulgará
Prevalece atualmente que a EC n. 15/1996 depende de (art. 32 da CF). O povo do DF elege autoridades próprias (Câmara
regulamentação por nova lei complementar, razão por que inúmeras Legislativa, onde estão os deputados distritais, além de governador e vice-
Assembleias Legislativas suspenderam os procedimentos governador eleitos, nos termos do art. 32, §§ 2º e 3º). Funciona como sede
emancipacionistas. Quem sustenta a aplicabilidade imediata das regras da das decisões do Estado Federal.
EC n. 15/1996 argumenta que as normas anteriores (LC n. 1/1967 e Dec.-
Lei n. 411/1969) foram recepcionadas e disciplinam a questão. Observe-se, porém, que a autonomia do Distrito Federal não é tão
ampla quanto aquela verificada nos Estados-Membros, já que parte de sua
O C. Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a ADIn-MC 2.38 l/RS, estrutura administrativa é organizada e mantida pela União (Poder
concluiu: “Embora não seja auto-aplicável o § 4º do art. 18 da CF (nova Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Civil, Polícia Militar
redação dada pela EC 15/96) — que sujeita à lei complementar federal os e Bombeiro Militar, nos termos dos incisos XIII e XIV do art. 21 da CF). José
critérios para criação, incorporação, fusão e desmembramento de Afonso da Silva classifica o Distrito Federal como “uma unidade federada
municípios —, é imediata sua eficácia mínima, de modo a impedir a com autonomia parcialmente tutelada”.
instauração e conclusão de processos de emancipação de municípios em
curso, ate que advenha a lei complementar federal”. No mesmo sentido a SECESSÃO
liminar concedida pelo C. STJ no Mandado de Segurança n. 2.812-A,
suspendendo plebiscito emancipatório. Destaque-se, ainda, que a Federação brasileira é indissolúvel (princípio
da indissociabilidade — art. 1º, caput) . Essa indivisibilidade integra o
Em São Paulo, onde os projetos de emancipação estão conceito de Federação, forma de Estado explicitada como cláusula pétrea.
temporariamente suspensos na Assembleia Legislativa aguardando a nova Nem sequer por emenda constitucional, portanto, admite-se a secessão
lei complementar federal, a questão é disciplinada pela LC estadual n. (separação de um dos entes da Federação para a formação de um novo
651/1990. Estado soberano).
Ao julgar o Conflito de Competência n. 2.530/1992, o STJ concluiu que De acordo com o art. 11 da Lei n. 7.170/1983, tentar desmembrar uma
compete à Justiça Estadual, e não à Justiça Eleitoral, processar e julgar parte do Brasil para a formação de um novo país é crime punido com
mandado de segurança contra ato do plenário da Assembleia Legislativa reclusão de quatro a doze anos.
que determina a realização de plebiscito objetivando a emancipação de
distrito. A competência da Justiça Eleitoral, no processo emancipacionista, “Crime contra a Segurança Nacional, contra a Ordem Política e Social
restringe-se a prestar informações sobre o eleitorado da área e a proceder — Movimentos separatistas. Caracterização em tese do crime previsto no
à realização e apuração do plebiscito. art. 11 da Lei n. 7.170/83 — Providências requeridas pelo Ministro da
Justiça — Conduta que não se reveste de ilegalidade do abuso de poder
O art. 29 da CF dispõe que o Município se regerá por lei orgânica Habeas corpus preventivo denegado” (STJ, j. 3-6-1993, RT, 705/373).
votada em dois turnos, com o intervalo mínimo de dez dias e aprovada por
2/3 dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará. Compete ao Senado autorizar operações externas de natureza
financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
OS TERRITÓRIOS E O DISTRITO FEDERAL Territórios e dos Municípios, nos termos do art. 52, V, da CF,
regulamentado pela Resolução n. 43/2001.
Para a criação de um Território (tramitam propostas de criação de
Territórios na Região Amazônica), exige-se a aprovação da proposta pela AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTER-
população diretamente interessada, mediante plebiscito (a ser proposto por VENTIVA
1/3 dos deputados federais ou por 1/3 dos senadores), e a aprovação pelo
Congresso Nacional por lei complementar — que exige o voto favorável da Essa ação, por vezes denominada representação interventiva, tem por
maioria dos membros das Casas Legislativas (arts. 18, § 3º, e 69 da CF), objetivo garantir a observância dos princípios constitucionais sensíveis,
depois de ouvida(s) a(s) Assembleia(s) Legislativa(s) das áreas afetadas podendo culminar com a intervenção federal em um Estado ou no DF, a
(parecer não vinculante — art. 48, VI, da CF). intervenção federal em Município de Território ou, ainda, a intervenção
estadual em um Município.
Os Territórios podem ser divididos em Municípios (art. 33, § 1º, da CF)
e não são considerados entes da Federação (como são os Estados- São princípios constitucionais sensíveis, nos termos do art. 34, VII, da
Membros). São uma descentralização administrativa e territorial da União, Constituição Federal:
com natureza de mera autarquia. O Território não elege senador (pois não a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
é ente federado), mas sua população elege quatro deputados federais
(representantes do povo do Território). b) direitos da pessoa humana;

Geografia 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) autonomia municipal; outra (intervenção espontânea e sujeita à apreciação do Congresso
Nacional);
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
III — pôr termo a grave comprometimento da ordem pública
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos (intervenção espontânea e sujeita à apreciação do Congresso Nacional);
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. IV — garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades
da Federação. Trata-se de intervenção provocada ou pelo Poder Executivo
O único legitimado para propor essa ação junto ao STF, visando à ou pelo Poder Legislativo de uma unidade da Federação, cabendo ao
intervenção federal em um Estado, no DF ou em Município de Território Presidente da República acolher ou não o pedido dentro da sua
Federal, é o Procurador-Geral da República, nos termos do inciso III do art. discricionariedade. Caso decrete a intervenção federal, o Presidente da
36 da Constituição Federal. Qualquer interessado pode encaminhar-lhe República deve dar ciência do ato ao Congresso Nacional em vinte e quatro
representação nesse sentido. horas, o qual manterá ou revogará o ato.
A intervenção é medida excepcional que restringe a autonomia Caso o poder impedido de exercer livremente suas atividades seja o
conferida pela CF aos Estados, ao DF e aos Municípios. Judiciário, cabe ao Presidente do respectivo tribunal coagido solicitar pro-
De acordo com a Lei n. 4.337/1964 (parcialmente recepcionada pela vidências ao STF, o qual poderá requisitar a intervenção ao Presidente da
CF de 1988), a autoridade ou o órgão responsável pelo ato impugnado terá República (intervenção provocada e vinculada);
trinta dias para se manifestar. Em seguida, o relator terá trinta dias para V — reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
elaborar seu relatório.
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos
Não há previsão de liminar em ação declaratória de consecutivos (ou seja, por um mínimo de três anos seguidos), salvo motivo
inconstitucionalidade interventiva da União nos Estados-Membros e no de força maior. Dívida fundada é aquela de exigibilidade superior a doze
Distrito Federal, mas o relator, em caso de urgência decorrente de meses, nos termos do art. 98 da Lei n. 4.320/64 e dos arts. 29 a 42 da Lei
relevante interesse da ordem pública, poderá requerer, com prévia ciência Complementar n. 10 1/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal);
das partes, a imediata convocação do Tribunal para deliberar sobre a
questão. b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei. Os arts. 157 a 162 da
Na sessão de julgamento pelo Tribunal Pleno poderão manifestar-se o Constituição de 1988 e 83 a 94 do Código Tributário Nacional cuidam da
Procurador-Geral da República e o procurador da unidade cuja intervenção chamada repartição de receitas, também conceituada como federalismo
se requer. cooperativo.
Dando provimento ao pedido, o STF requisitará a intervenção ao Nos dois casos (alíneas a e b) a intervenção é espontânea e está sujei-
Presidente da República, a quem incumbe decretar e executar o ato (art. ta à apreciação do Congresso Nacional;
84, X, da CF).
VI— prover a execução de Lei Federal. A intervenção é provocada e a
Inicialmente, o decreto pode apenas suspender a execução do ato requisição ao Presidente da República parte do STF (e não mais do STJ,
impugnado, não dependendo de qualquer manifestação do Congresso conforme se verificava antes da EC n. 45/2004), após representação do
Nacional (art. 36, § 3º, da CF). É a denominada intervenção normativa. Procurador-Geral da República.
Caso a suspensão do ato se mostre insuficiente, será decretada a no- VII— prover a execução de ordem ou decisão judicial. A intervenção é
meação de um interventor, afastando-se a autoridade local (Chefe do provocada e a requisição ao Presidente da República pode ser feita pelo
Executivo, Legislativo ou Judiciário) do cargo até que cessem os motivos STF, STJ ou TSE.
determinantes da medida.
Intervenção em município
A intervenção que decorre de requisição do Poder Judiciário não está
sujeita a controle político pelo Congresso Nacional, ainda que implique o De acordo com o art. 35 da CF, o Estado não intervirá em seus
afastamento do Chefe de um dos Poderes, conforme sustenta Manoel Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal,
Gonçalves Ferreira Filho e consta do § 3º do art. 36 da CF. Michel Temer exceto quando:
leciona em sentido contrário, sempre exigindo a prévia manifestação do
Congresso Nacional para que seja consumada a intervenção federal. I — deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
consecutivos, a dívida fundada (intervenção espontânea e sujeita à
Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas apreciação da Assembleia Legislativa para a sua manutenção);
retornam aos seus cargos, salvo impedimento legal.
II — não forem prestadas contas devidas (observados os requisitos
A intervenção federal é uma das limitações circunstanciais ao Poder de legais), na forma da lei (intervenção espontânea e sujeita à apreciação da
Emenda (art. 60, § 1º, da CF). Assembleia Legislativa para a sua manutenção);
Outras hipóteses de intervenção federal III— não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutenção e desenvolvimento do ensino (mínimo de 25% das receitas
Conforme leciona Hugo Nigro Mazzilli, “há dois tipos de intervenção, a dos impostos próprios e transferidos, nos termos do art. 212 da CF) e nas
espontânea, em que o Presidente da República age de ofício, e a ações e serviços públicos de saúde (15% da receita dos impostos próprios
provocada, quando o presidente agirá, conforme o caso, de forma e transferidos, nos termos do art. 77, III, do ADCT). Trata-se de intervenção
discricionária ou vinculada. Será discricionária quando de solicitação do espontânea e sujeita à apreciação da Assembleia Legislativa para a sua
Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, porque se manutenção;
aterá o presidente a critérios de oportunidade e conveniência, não estando
obrigado a decretá-la se entender que não é o caso. Por último, a IV — o Tribunal de Justiça der provimento a representação para
intervenção vinculada ocorre em duas hipóteses: a) quando de requisição assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual,
de um dos Tribunais Superiores indicados na Constituição; b) ou quando de ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. Trata-se
provimento de representação interventiva”. de intervenção provocada e vinculada, não dependendo sua manutenção
da Assembleia Legislativa.
Além da intervenção decorrente da representação interventiva,
(intervenção provocada e vinculada), o art. 34 da CF autoriza a intervenção Na hipótese de inobservância dos princípios indicados na Constituição
federal em um Estado ou no Distrito Federal para: do Estado ou da inexecução da lei, a iniciativa da Ação Direta de
Inconstitucionalidade interventiva junto ao Tribunal de Justiça do Estado é
I — manter a integridade nacional (intervenção espontânea e sujeita à exclusiva do Procurador-Geral de Justiça (chefe do Ministério Público no
apreciação do Congresso Nacional); Estado). Contudo, na hipótese de descumprimento de ordem ou de decisão
II — repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em judicial, qualquer interessado pode requerer a intervenção ao TJ.

Geografia 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A decisão do TJ do Estado que requisita do governador a intervenção e) liberação de mão-de-obra pela mecanização.
em um Município, em decorrência do descumprimento de ordem judicial,
não está sujeita a recurso extraordinário, pois de acordo com o C. Supremo 5. (ULBRA) "O município está assentado sobre a borda da bacia se-
Tribunal Federal não se reveste de caráter jurisdicional (Súmula 637 do dimentar do Paraná, tendo como embasamento rochas antigas tais
STF). como xisto e gnaisses do Grupo Araxá (Pré-Cambriano)." Sociedade
& Natureza, Uberlância, dez./1989
Em todo território autônomo existem divisões internas que servem para O trecho acima define:
facilitar a administração. No Brasil não é diferente, o país precisa ser geren-
ciado e controlado por entidades ligadas ao governo, sendo uma subordina- a) o sítio urbano do município;
da à outra. b) o sítio urbano e a situação urbana do município;
Diante da necessidade de dividir a administração e o controle do país, c) a situação urbana e a origem do município;
foi estabelecida uma fragmentação do território brasileiro em estados, muni- d) a posição geográfica do município;
cípios e distritos, além de outras regionalizações, como as regiões e os e) a situação no contexto regional do município.
complexos regionais. 6. (VUNESP) Segundo a hierarquia urbana, as cidades mais importantes de
Atualmente, o Brasil possui 26 estados, chamados também de unidades um país, que comandam a rede urbana nacional, estabelecendo áreas de
da federação; incluindo ainda o Distrito Federal, uma das unidades federati- influência, correspondem aos (às):
vas que foi criada com intuito de abrigar a capital do país, a cidade de Brasí-
lia. Grande parte das decisões políticas acontece na sede do governo fede- a) centros regionais
ral que se localiza nessa cidade. b) cidades-dormitórios
c) metrópoles nacionais
As delimitações dos territórios de muitos dos estados brasileiros ocorre- d) capitais regionais
ram, principalmente, no final do século XIX. Mas tivemos outras mudanças e) metrópoles regionais
mais contemporâneas, que aconteceram em 1977, quando surgiu o Mato
Grosso do Sul. Mais tarde, em 1988, Goiás foi dividido, dando origem a um 7. (CEFET - PR) Um conjunto de municípios contíguos e integrados socioe-
novo estado, o Tocantins. conomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infra-
estrutura comuns, define a:
Os estados possuem a liberdade de criar leis autônomas, mas que são
subordinadas à Constituição Federal Brasileira. Dentro dos estados existe
a) metropolização
ainda outra divisão, os municípios. Esses também possuem leis próprias,
b) área metropolitana
que devem seguir os moldes estipulados pela nossa constituição. Dentro
c) rede urbana
dos territórios municipais é possível encontrar outra divisão de proporção
d) megalópole
menor, que os subdivide em distritos. Por Eduardo de Freitas
e) hierarquia urbana
8. (FUVEST) Mandacaru, xiquexique e facheiro são algumas das espécies
PROVA SIMULADA vegetais que aparecem:
a) no cerrado
1. (PUC) Os “mocambos” e os “alagados” constituem áreas de habitações b) na caatinga
precárias que abrigam partes consideráveis das populações pobres das c) no manguezal
cidades de: d) na floresta tropical
e) n.d.a.
a) São Paulo e Rio de Janeiro
b) Vitória e Salvador http://www.passeiweb.com/
c) Recife e São Paulo Respostas
d) Manaus e Rio de Janeiro 01. E
e) Recife e Salvador 02. C
03. B
2. 02. (FUVEST) Imaginando um percurso de São Luis à Curitiba, encon- 04. E
traremos, quanto ao uso do solo, a predominância das seguintes ativida- 05. A
des: 06. C
07. B
a) lavoura de subsistência, lavoura comercial e extrativa vegetal. 08. B
b) extrativa vegetal, agricultura comercial e lavoura de subsistência.
c) extrativa vegetal, pecuária e agricultura comercial.
d) extrativa mineral, pecuária intensiva e agropecuária comercial. TESTES DE GEOGRAFIA
e) pecuária, lavoura comercial e extrativa vegetal. http://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/exercicios-
resolvidos-de-geografia/agricultura
3. 03. (PUC) O conceito de “hábitat” em Geografia compreende:
PROVA SIMULADA I
a) as formas de moradia nas diferentes regiões do globo.
b) as relações que se estabelecem entre as coletividades humanas e
Exercícios sobre agricultura
o meio natural.
Questões:
c) os tipos de habitações nas faixas intertropicais.
d) as relações entre os seres vivos e o meio ambiente.
01. De acordo com o mapa a seguir, assinale a alternativa cuja seqüência
e) a organização do espaço urbano.
numérica apresente a respectiva correspondência com os produtos de
destaque em sua economia:
4. (PUC) Nos países industrializados, a migração campo-cidade tem como
causa fundamental:

a) carência de melhores condições sociais no campo.


b) baixa produtividade agrícola.
c) pressão demográfica no campo.
d) dificuldade de aquisição de terras.

Geografia 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
07. (OSEC) "Nas encostas montanhosas, onde a erosão é mais intensa
devem-se cultivar (de preferência em cima de terraços) produtos permanen-
tes, como a arboricultura; os vales e as planícies ficam reservados para as
culturas temporárias."

A principal idéia contida no texto é o fato de que:

a) As técnicas agrícolas variam de acordo com os tipos de cultivo.


b) As culturas, para defesa dos solos, devem-se distribuir de acordo com o
relevo.
c) As técnicas agrícolas estão na dependência dos tipos de relevo.
d) O relevo não pode interferir na escolha dos cultivos.
e) A erosão é mais intensa nas áreas montanhosas do que nas planas.
a) I – petróleo; II – algodão; III – cana-de-açúcar; IV – fumo.
b) I – babaçu; II – cana-de-açúcar; III – fumo; IV – tungstênio.
c) I – carnaúba; II – sal; III – petróleo; IV – cana-de-açúcar. 08. As primeiras áreas de cultivo do café em São Paulo e Paraná foram
d) I – cana-de-açúcar; II – petróleo; III – algodão; IV – cacau. respectivamente:
e) I – sal; II – cana-de-açúcar; III petróleo; IV – cacau.
a) a Mogiana e o Planalto de Curitiba;
b) a Alta Paulista e o norte do Paraná;
02. (UNIFENAS) O meeiro constitui, no Brasil, um tipo característico de c) o Vale do Paraíba e o norte do Paraná;
trabalhador rural: d) o Vale do Paraíba e o sul do Paraná;
e) o noroeste de São Paulo e do Paraná.
a) de cuja terra é co-proprietário.
b) que recebe em pagamento metade do salário pago na região.
c) que recebe em pagamento metade dos lucros do proprietário. 09. (STA. CECÍLIA - Santos) Os maiores produtores brasileiros de cana-de-
d) que paga ao proprietário metade do aluguel da terra ocupada. açúcar e cacau são, respectivamente:
e) que entrega ao proprietário metade do que produziu.
a) Pernambuco e Bahia
b) Pernambuco e Ceará
03. (PUC) O maior parcelamento das propriedades, a presença de culturas c) Ceará e Bahia
diversificadas em áreas de brejos constituem características no Nordeste, d) Paraná e Ceará
notadamente: e) São Paulo e Bahia

a) no Meio-Norte.
b) no Agreste. 10. (UNISA) Chamamos de sistemas agrícolas:
c) na Zona da Mata.
d) no Sertão a) As formas de divisão de glebas, em relação às culturas desenvolvidas.
e) no Recôncavo. b) O sistema de distribuição dos cultivos, em relação ao solo e todos produ-
tos agrícolas.
c) As formas de financiamento da produção e da comercialização dos
04. (PUC) Entre as explorações tradicionais do Nordeste, aquela tem sido produtos agrícolas.
melhor aproveitada pela indústria moderna é a: d) Aos sistemas planejados de produção agrícola.
e) Ao conjunto de técnicas empregadas para obtenção da produção agro-
a) de algodão mocó. pastoril.
b) da cana-de-açúcar.
c) do couro.
d) do agrave.
e) da mandioca. Resolução:
01. E
02. E
05. (FGV) O litoral sul da Bahia caracteriza-se pela presença da monocultu- 03. B
ra de: 04. A
05. D
a) cana-de-açúcar 06. E
b) algodão 07. B
c) amendoim 08. C
d) cacau 09. E
e) sisal 10. E

06. O produto que acusou uma rápida expansão nos últimos anos, estando PROVA SIMULADA II
entre os quatro mais importantes atualmente exportados pelo Brasil é:
Exercícios sobre comércio externo
a) o arroz, cultivado principalmente no Rio Grande do Sul e Goiás;
b) o fumo, cultivado principalmente em Santa Catarina e Bahia; Questões:
c) o amendoim, cultivado principalmente em São Paulo, Paraná e Mato 01. (CESGRANRIO) No 1º aniversário do Plano Real, festejou-se a queda
Grosso; das taxas de inflação de 50% para 2% ao mês. Para muitos analistas, no
d) o milho, cultivado principalmente em São Paulo, Paraná e Minas Gerais; entanto, o desempenho do Real, no início de 1995, esteve ameaçado,
e) a soja, cultivada principalmente no Rio Grande do Sul e Paraná. tendo em vista repercussões das dificuldades experimentadas pelos planos
da estabilização econômica dos governos do México e da Argentina, que
rediriam na manutenção prolongada de políticas de:

Geografia 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ção de bens de capital.
a) substituição de importações por similares nacionais.
b) transferência de tecnologias avançadas dos países desenvolvidos. b) A falta de competitividade da indústria brasileira resulta da fraca produti-
c) criação de empresas estatais em setores estratégicos. vidade de determinados setores e da baixa qualidade dos produtos coloca-
d) sobrevalorização da moeda nacional frente ao dólar norte-americano. dos no mercado.
e) atração de investimentos estrangeiros de longo prazo.
c) A indústria brasileira adotou, até bem recentemente, a estratégia de
aumentar receitas por meio de aplicações financeiras em detrimento de
02. (FEMM/FIO/VEST) As exportações de manufaturas destacam-se no investimentos produtivos na modernização do setor.
corredor de exportação de:
d) A maior parte dos setores dessa atividade é voltada apenas para o
a) São Paulo mercado interno que, embora se situe entre os maiores do mundo, é pouco
b) Minas Gerais – Espírito Santo exigente e não estimula a competitividade.
c) Rio de Janeiro
d) Paraná e) N. d. a.
e) n.d.a.

07. (BRAGANÇA PAULISTA) Para facilitar o aumento da produção brasilei-


03. (UNIFENAS) Sobre o comércio exterior brasileiro seria errado afirmar ra destinada à exportação, o governo federal criou os "corredores de expor-
que: tação", que podem ser assim definidos:

a) Houve grande aumento das exportações de manufaturados e semi- a) sistema de conjugação de transportes, portos, silos e frigoríficos para
industrializados superando exportações de produtos primários. receber, conservar e exportar os produtos para o mercado externo;

b) Menor dependência em relação ao mercado norte-americano. b) conjunto de rodovias que alcançam os mais distantes e interiorizados
centros de produção para conectá-los com os grandes eixos viários;
c) Grande diversificação quanto aos tipos de produtos exportados e quanto
aos parceiros comerciais. c) tratamento preferencial que, enfatiza os principais produtos locais, como
a soja em Paranaguá, o café em Santos, o minério de ferro em Vitória e
d) Apresenta diminuição gradativa do volume de mercadorias exportadas e outros;
do valor de exportações.
d) conjunto de normas e processos fiscais e financeiros que desburocratiza-
e) A balança comercial apresenta um superávit, desde 82, apesar de não ram e agilizaram as exportações;
poder ser considerado como lucro.
e) sistema de empresas de produção, transporte e armazenamento - as
trading companies - para escoamento e exportação de produção.
04. (UFPA) As regiões brasileiras exercem diferentes papéis no que diz
respeito a “divisão inter-regional do trabalho” ressaltando-se que:
08. O acordo com os europeus
a) a Região Sudeste coordenando o mercado nacional, caracteriza-se por
ser exportadora unicamente de produtos provenientes do setor primário. "O acordo de cooperação entre a União Européia e o Mercosul, assinado
nos dias 15 e 20 de dezembro de 1995, prevê o fomento do intercâmbio em
b) A Região Sul desempenha um papel eminentemente industrial, como diversos setores. Por este acordo, ficou acertado que os Estados-partes da
fornecedora de produtos do setor secundário. União Européia e os países-membros do Mercosul envidarão esforços a fim
de promover a cooperação empresarial com o propósito de criar um marco
c) A Região Norte, caracteriza-se pela exportação de matéria-prima de favorável de desenvolvimento econômico que tenha em conta seus interes-
origem diversa, com destaque para os minérios. ses mútuos. Para reafirmar as bases de tal acordo, particularmente o
presidente francês Chirac empenhou-se em convencer o Brasil das vanta-
d) A Região Nordeste, mesmo com seus problemas endêmicos consegue gens de atrelar os negócios nacionais preferencialmente à Europa em lugar
ser fornecedora de alimentos para a força de trabalho de outras regiões. de fazê-lo com os Estados Unidos. Chirac ofereceu a França como porta de
entrada para ampliar o comércio brasileiro com a União Européia."
e) A Região Centro-Oeste caracteriza-se principalmente pela exportação de (adaptado da Revista Mercosul, maio de 1996 e Revista Veja, março de
produtos agrícolas com destaque para o cacau e o fumo. 1997)

De acordo com o conteúdo do texto podemos afirmar que, exceto:


05. (UNIFENAS) São características do comércio exterior brasileiro na
década de 80, exceto: a) Os EUA vêem com maus olhos a concorrência que o Mercosul faz à
ALCA (Área de Livre Comércio das Américas.
a) Aumento das exportações e diminuição das importações.
b) Grande aumento nas exportações de produtos industrializados. b) O texto não corresponde à realidade, não há grande interesse em inte-
c) Saldos comerciais positivos a partir de 83. grar o Mercosul à U.E. (União Européia).
d) Diversificação dos mercados compradores.
e) Diminuição significativa do comércio com a Argentina. c) O esforço de ampliar os contatos com as economias emergentes, entre
outros o Brasil, e a preferência de negociações entre blocos.

06. (UFMG) Com a abertura das fronteiras brasileiras aos produtos manufa- d) Dentro da Nova Ordem Mundial a idéia é ampliar cada vez mais os
turados estrangeiros, evidenciou-se a fraca competitividade da maioria dos blocos econômicos.
setores industriais do país. Sobre esse aspecto da nossa indústria, todas as
alternativas estão corretas, exceto: e) O Mercosul já mantém relações amplas com a U.E.

a) A competitividade da indústria está comprometida pelas recentes e


generalizadas restrições à entrada de tecnologia estrangeira a à penetra- 09. (USP) Com base nas informações do gráfico abaixo, podemos afirmar

Geografia 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que, no período de 1966 e 1975:
a) Bacia de Carmópolis.
a) o valor das exportações brasileiras foi sempre inferior ao valor das impor- b) Bacia de Tabuleiro do Martins.
tações; c) Bacia do Meio-Norte.
b) o valor das exportações brasileiras atingiu seu ponto mais baixo no ano d) Bacia do Recôncavo Baiano.
de 1966; e) Bacia de Campos.
c) o valor das importações brasileiras atingiu seu ponto mais alto no ano de
1975;
d) sempre houve equilíbrio entre o valor das exportações e o valor das 06. (FGV) Sobre o consumo de energia no Brasil é correto afirmar que:
importações brasileiras;
e) a maior diferença entre o valor das exportações e o valor das importa- a) a Região Sudeste não consegue consumir toda a energia que produz;
ções brasileiras ocorreu em 1974. b) o setor residencial e de comércio representam 80% do consumo total de
energia;
c) mais da metade da energia consumida no país provém de fontes renová-
veis, como a hidráulica e a biomassa;
Resolução: d) nesta década, devido às sucessivas crises econômicas, não tem havido
01. D aumento do consumo de energia;
02. A e) o petróleo e o carvão mineral representam mais de 70% de energia
03. D produzida para consumo no país.
04. C
05. E
06. A 07. (TAUBATÉ) Usina brasileira que se revelou um verdadeiro fracasso em
07. A todos os aspectos: técnico, financeiro, social e ecológico. Inundou 2.360
08. B metros quadrados de floresta, sem qualquer aproveitamento, e vai gerar
09. E uma energia muito cara em relação ao investimento, sem atender à de-
manda da região:

PROVA SIMULADA III a) Tucuruí


b) Balbina
Exercícios sobre fontes de energia c) Xingó
d) Orocó
Questões: e) Paratinga
01. As jazidas brasileiras de carvão mineral localizam-se em terrenos,
datando geologicamente:
08. A energia elétrica, no Brasil, contribui de maneira significativa para
a) do proterozóico atender às necessidades do país em fontes de energia. O setor que mais
b) do triássico utiliza ou consome energia elétrica no Brasil é:
c) do plioceno
d) do cambriano a) a indústria
e) do permocarbonífero b) os domicílios
c) o comércio
d) a iluminação pública
02. (CEFET-PR) dentre as citadas assinale a alternativa que contenha e) os transportes
apenas as fontes de energia renováveis mais utilizadas no Brasil:

a) Solar, hidrelétrica e eólica. 09. O levantamento do potencial hidráulico das principais bacias hidrográfi-
b) Hidráulica, lenha e biomassa. cas brasileiras demonstra a grande supremacia dos rios da bacia:
c) Hidráulica, xisto e solar.
d) Petróleo, solar e lenha. a) Amazônica
e) Álcool, eólica e solar. b) do São Francisco
c) do Paraná
d) do Tocantins-Araguaia
03. (PUC) A Usina de Itaipu é um empreendimento conjunto: e) do Leste

a) Brasil – Paraguai;
b) Brasil – Argentina; 10. (OSEC) O conjunto hidroelétrico de Urubupungá, situado na divisa de
c) Brasil – Paraguai – Argentina; São Paulo com Mato Grosso do Sul, é constituído pelas usinas:
d) Argentina – Paraguai;
e) Brasil – Uruguai. a) Furnas e Mascarenhas de Morais
b) Volta Grande e Estreito
c) Três Marias e Furnas
04. (PUC) A área carbonífera de Santa Catarina compreende os municípios d) Jupiá e Ilha Solteira
de: e) Presidente Bernardes e Manguinhos

a) Brusque, Jaraguá do Sul e Lages;


b) Campos Novos, Chapecó e Aranguá; Resolução:
c) Joinville, Blumenau e Rio do Texto; 01. E
d) Criciúma, Lauro Müller e Urussanga; 02. B
e) Itajaí, Florianópolis e Laguna. 03. A
04. D
05. A bacia sedimentar do Brasil, que responde pela maior produção de 05. E
petróleo é: 06. C

Geografia 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
07. B suas áreas por meio de incentivos fiscais levou-os a travar uma "guerra
08. A fiscal". Um dos Estados que há pouco se valeu desse recurso foi o Rio de
09. A Janeiro. Assinale a opção que indica corretamente a região do Estado do
10. A Rio de Janeiro que mereceu, recentemente, destaque no noticiário dos
jornais pela instalação de grande indústria atraída por essa política da
PROVA SIMULADA IV "guerra fiscal":

Exercícios sobre indústria de transformação a) Turística da costa sul.


b) Campos, no norte fluminense.
Questões: c) Serrana norte.
01. (UNOPAR) As cidades de Volta Redonda (RJ) e Camaçari (BA) desta- d) Vale médio d rio Paraíba do Sul.
cam-se, respectivamente, na concentração de indústrias: e) Suburbana do Grande Rio.

a) siderúrgicas e alimentícias.
b) alimentícias e petroquímicas. 07. (UNIFOR) Os novos investimentos em regiões mais distantes do eixo
c) eletroeletrônicas e de calçados. Rio-São Paulo estão permitindo a algumas cidades nordestinas, um cres-
d) siderúrgicas e petroquímicas. cimento industrial maior do que alguns pólos econômicos do Centro-Sul.
e) eletroeletrônicas e têxteis. Essa expansão se deve, basicamente:

a) ao esgotamento do mercado consumidor no eixo Rio-São Paulo;


02. (UNIFOR) Ao processo contemporâneo de produção de bens industri- b) à resposta dos problemas sociais que até a década de 80 impediram a
ais, simultaneamente em vários países, através da padronização de mode- entrada de capital;
los tecnológicos e de consumo, suplantando as fronteiras nacionais pela c) ao aquecimento recente da indústria do turismo, exigindo maior tecnolo-
escala mundial, dá-se o nome de: gia para a Região;
d) à estabilidade da moeda que permitiu operar o significativo parque
a) internacionalização do capital. industrial nordestino;
b) globalização. e) ao crescimento do mercado consumidor nordestino associado às vanta-
c) terceirização. gens fiscais e ao baixo custo da mão-de-obra.
d) monopólio transnacional.
e) neoliberalismo.
08. (UNIMEP) Em relação à privatização da Vale do Rio Doce, existiu
argumentos pró e argumentos contra. Para os defensores da desestatiza-
03. (UEMA) São indústrias de ponta na terceira Revolução Industrial: ção:

a) metalúrgica – construção civil – naval. I. A Vale não tinha importância estratégica para o desenvolvimento econô-
b) petroquímica – automobilística – siderúrgica. mico-social do país.
c) elétrica – eletrônica – têxtil. II. O Estado deveria deixar a função de empresário.
d) informática – microeletrônica – biotecnológica. III. O financiamento da Vale seria um mau negócio para o Estado.
e) alimentícia – de bebidas finas – de cosméticos. IV. Privatizar a Vale não seria privatizar o solo brasileiro.
V. A própria empresa, livre de burocracia, poderia produzir mais, pagar
mais impostos e gerar mais empregos.
04. (UESPI) A respeito da indústria moderna, é correto afirmar:
Da relação anterior, são, particularmente, eram argumentos neoliberais:
a) com as inovações tecnológicas atuais, eliminou-se a divisão técnica do
trabalho. a) I e IV
b) seus trabalhadores, chamados de artesãos, possuem uma clara idéia de b) II e IV
como ocorre todo o processo de produção, trocando freqüentemente de c) III e IV
função dentro da empresa. d) V e IV
c) não mais se baseia no assalariamento, mas no regime de parceria. e) Todas
d) tende a absorver maior capacidade técnica e científica, deslocando
tarefas para a terceirização.
e) não se preocupa com a produtividade, passando a intensificar a competi- 09. (UNIMEP) A crise econômica por que passou o Brasil na década de 80 -
tividade. a "década perdida", como ficou conhecida - pôs fim ao período de extraor-
dinário crescimento econômico ocorrido nas três décadas anteriores. Da
década de 50 até a de 70, impulsionado por um processo de industrializa-
05. (ESCCAI) “No mundo capitalista a preocupação primordial é obtenção ção da sociedade, o Brasil apresentou bom desenvolvimento econômico
de lucros cada vez maiores. É dessa busca incessante de lucros máximos tanto em nível regional quanto mundial. Nesse período, os ingredientes
que resultam as estratégias de localização geográfica das empresas indus- básicos do grande crescimento econômico industrial do país foram:
triais, que em inúmeros fatores têm de ser considerados isoladamente e em
conjunto.” a) a forte participação de capital estatal e estrangeiro na economia;
b) o fácil endividamento externo;
A partir do texto acima conclui-se que os fatores mais importantes são, c) a abundância de mão-de-obra;
exceto: d) a grande disponibilidade de recursos naturais;
e) a crescente presença estrangeira na indústria de bens não-duráveis.
a) Mercado consumidor.
b) Energia.
c) Matéria-prima. 10. (UNIFENAS) A organização do espaço geográfico brasileiro após a
d) Legislação ambiental. industrialização sofreu mudanças profundas. Seria errado afirmar:
e) Mão-de-obra.
a) grande concentração de atividades e decisões no Sudeste, tendo São
Paulo como centro polarizador;
06. (UFF) O interesse dos governos estaduais em instalar indústrias em

Geografia 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) orientação da economia nacional com aplicação do modelo econômico
centro-periferia;
05. O Vale do Itajaí (SC) destaca-se por apresentar expressivo rebanho:
c) maior integração do espaço brasileiro com desenvolvimento da rede de
transporte e comunicações interligando o Sudeste ao resto do país; a) caprino
b) bubalino
d) maior interdependência entre as regiões com a divisão inter-regional do c) ovino
trabalho; d) eqüino
e) bovino de leite
e) produção industrial se desenvolve em função das exportações, devido à
inexistência de mercado interno.
06. (SANTA CECÍLIA - Santos) A maior parte do rebanho bovino brasileiro
Resolução: está concentrada na região:
01. D
02. B a) Sudeste
03. D b) Sul
04. D c) Centro-Oeste
05. D d) Nordeste
06. D e) Norte
07. E
08. E
09. E As questões 07 e 08 estão ligadas ao texto a seguir:
10. E
"O homem está destruindo, em poucas décadas, o que a natureza levou
milhões de anos para construir. A enorme capa de basalto, encobrindo o
PROVA SIMULADA V arenito, já está totalmente desaparecida, em virtude da erosão. A prática da
queima e o pisoteio dos campos pelo gado bovino e principalmente ovino,
não permitem uma margem de tempo para que a terra recupere suas
Exercícios sobre pecuária
qualidades naturais."
Questões:
07. O texto acima aplica-se melhor às áreas agropecuárias do:
01. (PUC) A Região Sul se destaca em termos de atividade criatória e entre
a) sul de Goiás
as regiões brasileiras é a que dispõe do maior rebanho de:
b) oeste de Mato Grosso
c) oeste de Mato Grosso do Sul
a) bovinos e eqüinos
d) norte do Paraná
b) eqüinos e asininos
e) oeste do Rio Grande do Sul
c) asininos e muares
d) suínos e ovinos
e) ovinos e caprinos
08. Qual das seguintes alternativas apresenta o tema mais abrangente do
texto?
02. (MACKENZIE) O Pantanal mato-grossense possui características
a) Degradação dos recursos naturais.
singulares que o individualizam e tornam uma unidade fisiográfica e morfo-
b) Empobrecimento de áreas agrícolas.
estrutural única no território brasileiro, com uma economia caracterizada
c) Erosão em solos de campos.
pela:
d) Conseqüências de atividades pecuárias.
e) Conseqüências do desmatamento.
a) criação extensiva de gado bovino.
b) criação intensiva de gado bovino.
c) extração mineral.
09. (UNISA) Na região Sudeste, dois Estados se destacam na criação de
d) elevada densidade de produção agrícola.
gado:
e) policultura comercial.
a) Espírito Santo e Rio de Janeiro;
b) Minas Gerais e Espírito Santo;
03. (CESGRANRIO) Que atividade econômica foi desenvolvida no Vale do
c) São Paulo e Rio de Janeiro;
Paraíba do Sul, como fase intermediária entre a cultura cafeeira e a indús-
d) Minas Gerais e São Paulo;
tria?
e) Rio de Janeiro e Minas Gerais.
a) plantação de milho
b) cultivo de videira
10. (FUVEST) "Até hoje, a produção leiteira é das mais importantes do vale
c) plantação de algodão
que se tornou uma das mais fortes áreas da zona de laticínios da Região."
d) pecuária leiteira
O vale e a Região a que se refere o texto são, respectivamente:
e) rizicultura
a) Vale do Paraíba e Região Sudeste;
b) Vale do Ribeira e Região Sudeste;
04. O rebanho ovino do Brasil, em razão das condições climáticas mais
c) Vale do Rio Doce e Região Sudeste;
favoráveis, concentra-se principalmente no Estado de:
d) Vale do São Francisco e Região Nordeste;
e) Vale do Itajaí e Região Sul.
a) São Paulo
b) Mato Grosso
Resolução:
c) Rio Grande do Sul
01. D
d) Rio de Janeiro
02. A
e) Pará

Geografia 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
03. D
04. C
05. E
06. C
07. E
08. A
09. D
10. A

PROVA SIMULADA VI
Exercícios sobre transportes

Questões:
01. (OSEC) Qual é o maior corredor de exportação do Brasil?

02. (MACKENZIE) O Projeto Radam, entre outras coisas, tem mostrado a


grande riqueza florestal da Amazônia. O seu aproveitamento econômico
pela indústria madeireira é principalmente dificultado:

a) pela heterogeneidade e dispersão das espécies arbóreas;


b) pelas inundações das várzeas;
c) pelas dificuldades de circulação;
d) pela má qualidade das madeiras.
e) n.d.a.

05. As setas I, II e III indicam, respectivamente, importações brasileiras de:


03. (UNIMEP) Segundo o valor das exportações, os principais portos do
Brasil são, respectivamente: a) laticínios, cobre e estanho.
b) cobre, trigo e petróleo.
a) Santos, Rio de Janeiro e Porto Alegre. c) estanho, petróleo e laticínios.
b) Rio de Janeiro, Santos e Recife. d) petróleo, cobre e trigo.
c) Santos, Rio de Janeiro e Salvador. e) trigo, laticínio e cobre.
d) Rio de Janeiro, Santos e Vitória.
e) Santos, Paranaguá e Vitória.
06. Os principais portos de exportação de minérios no Brasil são:

04. (PUCC) A linha principal da Ferrovia do Aço destina-se a ligar: a) São Luis – Itaqui e Vitória – Tubarão.
b) Paranaguá e Santos.
a) Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. c) São Luis – Itaqui e Rio Grande.
b) São Paulo ao Rio de Janeiro. d) Santos e Rio Grande.
c) Belo Horizonte ao Espírito Santo. e) Vitória – Tubarão e Paranaguá.
d) Belo Horizonte a São Paulo.
e) Brasília a Belo Horizonte.
07. A grande importância da Estrada de Ferro Vitória - Minas está ligada:

Mapa para as questões 5 e 6 a) ao transporte de minério de ferro extraído do Quadrilátero Ferrífero;


b) ao escoamento da maior parte da produção agrícola de Minas Gerais;
c) à grande extensão de sua linha, permitindo a penetração ao interior de
Minas Gerais;
d) ao transporte de gado proveniente do Triângulo Mineiro até os frigoríficos
localizados nos grandes centros consumidores;
e) ao escoamento dos produtos oriundos do parque industrial mineiro.

08. (UNIMEP) A partir de 1860 e até 1879, houve a chamada expansão e


evolução do sistema paulista de transportes. Tal evolução se deve à ex-
pansão cafeeira. Nesse sentido, os transportes que ganharam primazia
foram, naturalmente:

a) os marítimos
b) os rodoviários
c) as ferrovias
d) os transportes aéreos
e) os transportes fluviais

09. (PUC) Relacione os portos de Santos, Paranaguá, Rio Grande, Tubarão


e Areia Branca, respectivamente, com os principais produtos exportados:

a) café, algodão, soja, manganês e sal;


b) manufaturados, soja, carne, ferro e sal;

Geografia 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) café, manufaturados, soja, ferro e sisal; d) no Triângulo Mineiro.
d) manufaturados, madeira, fumo, ferro e açúcar; e) no alto vale do Rio Grande.
e) banana, carne, manganês, manufaturados e sal.

05. (UnB) As jazidas de manganês no maciço de urucum, ao sul de Corum-


10. (MED. - Santos) O desenvolvimento da malha ferroviária no estado de bá, tem importância reduzida quando comparadas com as jazidas do Ama-
São Paulo, voltada para o litoral, com marcante afunilamento deve-se: pá, em decorrência:

a) à boa situação geográfica de Santos, que atraiu as ferrovias; a) do teor mais baixo do minério.
b) ao tipo de produção agrícola voltada para a exportação implantada no b) da pequena quantidade de minério.
Estado; c) das dificuldades de transporte.
c) à situação geográfica da capital paulista, próxima ao litoral; d) do grande consumo das proximidades.
d) aos problemas geográficos representados pela movimentação orogênica e) n.d.a.
do planalto;
e) aos incentivos estatais.
06. (UNIRIO) Muitos fatores geográficos favorecem a extração de sal
marinho na fachada litorânea do Rio Grande do Norte:
Resolução:
a) o clima tropical de altitude;
01. Porto de Santos. b) as fortes marés, cuja altura oscila entre 3 e 4m;
02. A c) as baixas temperaturas ali reinantes (18º - 36º em média);
03. E d) o clima equatorial superúmido.
04. D e) n.d.a.
05. D
06. A
07. A 07. (FAAP) A Companhia Vale do Rio Doce é uma empresa:
08. C
09. B a) de exploração madeireira
10. B b) hidrelétrica
c) siderúrgica
PROVA SIMULADA VII d) exportadora de minério de ferro
e) de navegação fluvial
Exercícios sobre indústria de extração mineral

Questões: 08. (PUCC) Em Geologia, o movimento tectônico responsável pela forma-


ção de montanhas é:
01. (PUC) O levantamento das potencialidades do meio natural constitui
toda a estratégia dos programas de desenvolvimento regional. Nesse a) epirogênse
campo, a maior contribuição para o conhecimento da Amazônia tem sido: b) diagênese
c) epigênese
a) da SUDAM d) morfogênese
b) da BASA e) orogênese
c) do Projeto RADAM
d) do INCRA
e) do MINTER 09. (PUCC) Pode-se relacionar manganês, carvão e sal com as seguintes
unidades político-administrativas do Brasil:

02. (CESGRANRIO) Porto salineiro mais importante, situado no Nordeste a) Amapá, Santa Catarina e Rio Grande do Norte;
do País: b) Amazonas, Pará e Acre;
c) Amapá, Rio Grande do Sul e Goiás;
a) Areia Branca d) Rondônia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul;
b) Aracati e) n.d.a.
c) Mucuripe
d) Camocim
e) Luiz Correia 10. A exploração das salinas no Brasil está mais desenvolvida nos Estados
do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro. Qual a combinação correta
dos dois maiores centros produtores desses dois Estados?
03. (CESGRANRIO) mais importante área de extração de sal no Brasil:
a) Macau - Macaé
a) região salineira de Cabo Frio (RJ) b) Açu - Cabo Frio
b) região salineira potiguar (RN) c) Macaé - Açu
c) região salineira do Ceará (CE) d) Macau - Cabo Frio
d) região salineira do Rio Grande do Sul (RS) e) Areia Branca - Cabo Frio
e) n.d.a.
Resolução:
04. (PUC) A exploração de reservas de ferro e de manganês do Brasil 01. C
Sudeste se desenvolve em Minas Gerais e, mais precisamente: 02. A
03. B
a) no vale do Jequitinhonha. 04. C
b) no vale do São Francisco. 05. C
c) nos vales superiores dos rios das Velhas, Doce e Paraopeba. 06. B

Geografia 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
07. D 05. “La Niña se adianta e deve atingir o Brasil em 1998”.O CPTEC (Centro
08. E de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), localizado em Cachoeira
09. A Paulista, no Vale do Paraíba, acredita que ainda este ano os efeitos do
10. E fenômeno La Niña que resfria a temperatura média das águas do Oceano
Pacífico Equatorial, atingirão o Brasil. Este dado faz parte do relatório
PROVA SIMULADA VIII divulgado pelo órgão, em junho de 1998. Se isto efetivamente acontecer, as
conseqüências poderão ser notadas no Brasil, com efeitos contrários aos
Exercícios sobre clima do “El Niño”.
Questões:
Assinale a alternativa que caracteriza essa situação no Sul e Nordeste do
01. (SANTA CASA) Para apoiar a regra de que “a temperatura diminui com país respectivamente:
o aumento da latitude”, deveríamos tomar como exemplo os dados referen-
tes às cidades de: a) Secas prolongadas com posteriores nevascas; aumentará a aridez do
Sertão.
a) Manaus, Cuiabá e Porto Alegre. b) Deficiência de chuvas no Sul e excesso de precipitação no Nordeste.
b) Recife, Cuiabá e Rio de Janeiro. c) Geadas nas “Serras Gaúchas” e intensas chuvas na Zona da Mata.
c) Recife, Rio de Janeiro e Porto Alegre. d) Fortes ventos com chuvas no Sul e ventos secos em todo Nordeste.
d) Manaus, Recife e Cuiabá. e) Estiagem no Sul seguida de estação chuvosa e aumento da seca em
e) Manaus, Rio de Janeiro e Porto Alegre. todo o Nordeste.

02. Leia os textos: 06. (PUC) As porções orientais do território brasileiro, em termos de clima,
sofrem maior intervenção da massa de ar:
I. Calcula-se que a poluição do ar tenha provocado um crescimento do teor
de gás carbônico na atmosfera, que teria sofrido um aumento de 14% entre a) Equatorial Continental (Ec)
1830 e 1930, aumentando hoje em dia de 0,3% ao ano. Os desmatamentos b) Equatorial Atlântica (Ea)
contribuem bastante para isso, pois a queimada das florestas produz gran- c) Tropical Continental (Tc)
de quantidade de gás carbônico tem a propriedade de absorver calor, pelo d) Tropical Atlântica (Ta)
chamado “efeito estufa”, um aumento da proporção desse gás na atmosfera e) Polar Atlântica (Pa)
pode ocasionar um aquecimento de superfícies terrestres.

II. Inversão térmica é período em que o ar fica estagnado sobre um local, 07. (MACK) Dominam no inverno austral as massas de ar procedentes de
sem a formação de ventos ou correntes ascendentes na atmosfera. Sabe- áreas anticicloniais localizadas no Atlântico Sul e na Argentina, as quais
se que o ar mais elevado é mais que o que se encontra embaixo; esse fato invadem o Planalto Brasileiro e implicam na formação:
dá origem a correntes ascendentes na atmosfera, pois o ar quente é mais
leve que o ar mais frio. Mas sobre o efeito de uma inversão térmica ocorre o a) das brisas
inverso: o ar mais quente está acima do ar mais frio, impendido-o de subir. b) dos ventos contra-alísios do Nordeste
O ar fica estagnado e carregado de poluentes. As inversões térmicas c) do terral
ocorrem bastante no Sul do país, principalmente em São Paulo, no período d) dos ventos alísios do Sudeste
do inverno. e) dos ventos do Noroeste

As afirmações I e II estão:
08. (OSEC) O deslocamento das massas de ar, que dão origem aos ven-
a) totalmente corretas. tos, se fazem sempre:
b) totalmente erradas.
c) a I correta e a II errada. a) das áreas mais elevadas para as mais baixas;
d) a I errada e a II correta. b) das áreas de temperaturas mais altas para as de temperatura mais
e) as duas parcialmente corretas. baixa;
c) das áreas de alta pressão para as de baixa pressão;
d) das áreas mais úmidas para as mais secas;
03. (FUVEST) Explique as características e as causas da ocorrência do e) de oeste para leste.
clima subtropical no Brasil.
09. (OSEC) (...) "Ventos periódicos beneficiam toda a extensa orla litorâ-
04. Observe as afirmações e coloque V verdadeiro ou F falso: nea: são... que, como alhures se apresentam sob a forma da "viração" ... e
do "terral"... (Areldo de Azevedo)
( ) I. Domínio é o conjunto natural onde há uma interação entre os elemen-
tos da natureza com um deles predominando. a) os ventos alísios do Sudeste;
b) os ventos alísios do Nordeste;
( ) II. Faixa de transição é a área de terra onde há uma certa homogenei- c) os ventos variáveis, "Pampeiro e Noroeste";
dade dos elementos naturais. d) as brisas marítimas e terrestres;
e) as frentes frias do Sul.
( ) III. O domínio morfoclimático inclui, além do clima e do relevo, elemen-
tos da vegetação, hidrografia e pedologia.
10. (OSEC) A "friagem" consiste na queda brusca da temperatura, na
( ) IV. Clima e relevo são os elementos mais importantes do domínio por região amazônica. Sobre ela pode-se afirmar que:
se constituírem na causa dos demais.
I. O relevo baixo, de planície, facilita a incursão de massas de ar frio que
( ) V. A vegetação não é considerada um dos elementos definidos da atingem a Amazônia.
paisagem, pois é o elemento mais resistente da paisagem. II. A massa de ar responsável pela ocorrência de friagem é a Tropical
Atlântica.
III. A friagem ocorre no inverno.

Geografia 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
período compreendido pelos anos:
De acordo com as afirmativas acima, assinale:
a) 1860 a 1912
a) se apenas I estiver correta; b) 1900 a 1940
b) se I e II estiverem corretas; c) 1910 a 1950
c) se II e III estiverem corretas; d) 1870 a 1930
d) se I e III estiverem corretas; e) 1890 a 1950
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

05. (PUC-SP) O maior produtor mundial de borracha sintética é:

Resolução: a) Rússia
b) Canadá
01. E c) Inglaterra
d) França
02. A e) EUA

03. As características do clima subtropical no Brasil são:


1. Temperatura média anual baixa, entre 16°C e 20°C. 06. Os estados brasileiros que se destacam (1º lugar) na produção de
2. Amplitude térmica relativamente acentuada. babaçu e carnaúba são, respectivamente:
3. Chuvas regularmente distribuídas nas quatro estações.
4. Índices pluviométricos entre 1000 - 1500 mm / anuais. A existência a) Piauí
desse clima no sul do país está ligada à posição geográfica (região situada b) Maranhão e Ceará
abaixo do Trópico de Capricórnio) e à maior penetração da massa de ar c) Maranhão e Piauí
Polar Atlântica (mPa). d) Piauí e Ceará
e) Maranhão e Rio Grande do Norte
04. I – V, II – F, III – V, IV – V, V – F
05. B
06. D 07. O vale dos rios Maerim, Itapecuru, Parnaíba e Pindaré destacam-se na
07. D produção de:
08. C
09. D a) carnaúba
10. D b) caroá
c) oiticica
PROVA SIMULADA IX d) piaçava
e) babaçu
Exercícios sobre formações vegetais

Questões: 08. (PUC - SP) A exploração da seringueira é importante atividade da


Região Amazônica; todavia, a sua atuação se restringe atualmente às
01. (FUVEST) Mandacaru, xiquexique e facheiro são algumas das espécies porções:
vegetais que aparecem:
a) setentrionais
a) no cerrado b) orientais
b) na caatinga c) norocidentais
c) no manguezal d) sudocidentais
d) na floresta tropical e) meridionais
e) n.d.a.
09. (UNIMEP) O castanheiro, nativo da Amazônia e que tem seu principal
02. (FUVEST) O primeiro e segundo produtores de borracha natural são, reduto na Região de Marabá, no Pará, ocorre principalmente:
respectivamente:
a) na mata de Igapó
a) Ceilão e Malásia. b) na mata de Várzeas
b) Indonésia e Birmânia. c) na Mata de Terra Firme
c) Malásia e Indonésia. d) nas manchas de campos inundáveis
d) Malásia e Tailândia. e) nas ilhas fluviais
e) Malásia e Brasil.
10. A Bahia destaca-se na produção de piaçava (Attalea), mas existem
03. (FUVEST) A Cia. Ford racionalizou o plantio da seringueira no Brasil. outras áreas produtoras, como é o caso do:
Para isso, fundou Fordlândia e Belterra. Atualmente, essas áreas não mais
pertencem a Ford. Tal tentativa foi desenvolvida no baixo rio: a) alto e médio rio Negro
b) baixo Amazonas
a) Tocantins c) alto e médio Tocantins
b) Araguaia d) alto Amazonas
c) Amazonas e) baixo e médio Tapajós
d) Xingu
e) Tapajós Resolução:
01. B
02. C
04. (FUVEST) O Brasil dominou o mercado mundial de borracha natural no 03. E

Geografia 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
04. A e) drenagem endorréica, predomínio de rios perenes e regime de alimenta-
05. E ção pluvial.
06. B
07. E
08. D 06. (ENG. - Santos) Aponte a afirmativa correta:
09. C
10. A a) No rio Paraná, entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, está localizado o
Complexo Hidrelétrico de Urubupungá.

PROVA SIMULADA X b) O rio Paraguai nasce na serra de Araporé, em Mato Grosso, com o nome
de rio das Pedras, de Amolar.
Exercícios sobre hidrografia
c) Durante as cheias do rio Paraguai, no início de outono, todo o Pantanal
Questões: vê-se invadido pela águas do rio, constituindo, então, a lagoa Xarajes.

01. (UFPA) Define-se “LAGOS DE VÁRZEA” como sendo aqueles oriundos d) O rio Uruguai é formado pelos rios Canoas e Pelotas.
da acumulação de aluviões fluviais. Deduz-se que tais formações devem
ser encontradas: e) O rio Uruguai é o principal rio da Bacia Platina em potencial hidrelétrico.

a) de modo abundante no país.


b) no Rio Grande do Sul (como as Lagoas dos Patos e Mirim). 07. (PUCC) Assinale a alternativa correta:
c) na Amazônia.
d) no baixo Paraná. a) Barra Bonita e Armando Laydner são hidrelétricas no Paranapanema.
e) no alto São Francisco. b) O Salto de Urubupungá localiza-se no rio Grade, assim como o de Ma-
rimbondo.
c) A hidrelétrica Lucas Nogueira Garcez faz parte do conjunto de hidrelétri-
02. (UFRJ) A bacia hidrográfica brasileira com maior possibilidade de cas do rio Paraná.
navegação é: d) Estreito e Salto Grande são hidrelétricas da Bacia do Paraná.
e) Tucuruí e Itaparica são hidrelétricas do rio São Francisco.
a) Bacia do São Francisco;
b) Bacia do Paraná;
c) Bacia do Uruguai; 08. (UNIV. CATÓLICA - Pelotas) A Bacia Platina é formada por grandes
d) Bacia Amazônica; bacias secundárias, possuindo o maior potencial hidrelétrico instalado no
e) Bacia do Paraíba do Sul. Brasil, e a maior usina hidrelétrica construída até hoje. Esse potencial é
localizado na bacia do rio:

03. (FGV) “Em virtude da existência de inúmeros fatores históricos e eco- a) Piratini
nômicos, os baixos cursos dos rios geralmente apresentam elevadas den- b) Uruguai
sidades demográficas”. Comprovam a afirmação os rios: c) Paraguai
d) Paraná
a) Mackenzie e Volga. e) São Francisco
b) Yukon e Reno.
c) Nilo e Ganges.
d) Ob e Mississipi. 09. (UNIV. ESTÁCIO DE SÁ) Aponte a afirmativa incorreta:
e) Ienissei e São Francisco.
a) O regime dos rios brasileiros depende das chuvas de verão.
b) Talvegue é a linha de maior profundidade do leito do rio.
04. (UNOPAR) A expressão “Bacia Hidrográfica” pode ser entendida como: c) Os rios brasileiros possuem um regime pluvial, excetuando-se o Amazo-
nas que é complexo.
a) o conjunto das terras drenadas ou percorridas por um rio principal e seus d) Todos os rios do Brasil podem ser caracterizados como perenes.
afluentes. e) A foz de um rio pode ser de dois tipos: o estuário, livre de obstáculos, e o
b) a área ocupada pelas águas de um rio principal e seus afluentes no delta, com ilhas de luvião separadas por uma rede de canais.
período normal de chuvas.
c) o conjunto de lagoas isoladas que se formam no leito dos rios quando o
nível de água da água baixa. 10. (FAC. AGRONOMIA E ZOOTECNIA de Uberaba) Leia as afirmativas
d) o aumento exagerado do volume de água de um rio principal e seus abaixo sobre a hidrografia brasileira:
afluentes quando chove acima do normal.
e) o lago formado pelo represamento das águas de um rio principal e seus I. É a maior das três bacias que formam a Bacia Platina, pois possui
afluentes. 891.309 km2, o que corresponde a 10,4% da área do território brasileiro.

II. Possui a maior potência instalada de energia elétrica, destacando-se


05. (FUND. OSWALDO CRUZ) A rede hidrográfica brasileira apresenta, algumas grandes usinas.
dentre outras, as seguintes características:
III. Em virtude de suas quedas d'água, a navegação é difícil. Entretanto,
a) grande potencial hidráulico, predomínio de rios perenes e predomínio de com a instalação de usinas hidrelétricas, muitas delas já possuem eclusas
foz do tipo delta. para permitir a navegação.
b) drenagem exorréica, predomínio de rios de planalto e predomínio de foz
do tipo estuário. Estas características referem-se à bacia do:
c) predomínio de rios temporários, drenagem endorréica e grande potencial
hidráulico. a) Uruguai
d) regime de alimentação pluvial, baixo potencial hidráulico e predomínio de b) São Francisco
rios de planície. c) Paraná

Geografia 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
d) Paraguai 06. A ausência de países importantes como a Alemanha e a Itália que são,
e) Amazonas reconhecidamente, algumas das maiores economias mundiais; a 8ª posição
ocupada pelos EUA, que é maior economia do mundo.
Resolução:
01. C PROVA SIMULADA XII
02. D
03. C Exercícios sobre urbanização
04. A Questões:
05. B
06. E 01. Quais alternativas estão corretas?
07. D
08. D (1) As maiores e mais bem equipadas metrópoles das regiões Norte, Nor-
09. D deste, Sudeste e Sul são, respectivamente, Manaus, Salvador, São Paulo e
10. C Porto Alegre.
PROVA SIMULADA XI
(2) Caxias (RS), Blumenau (SC), Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP), Cam-
Exercícios sobre condição sócio-econômica pos (RJ) e Feira de Santana (BA) são exemplos decapitais regionais.

Questões: (3) Dentre as características de uma metrópole, podemos citar a função de


01. A partir de 1990, a ONU passou a classificar os países pelo seu grau de polarização e de organização de espaço ao seu redor.
desenvolvimento através do _________ ou seja, o Indicador de Desenvol-
vimento Humano. (4) Comparando-se as redes urbanas das regiões Norte e Sudeste, pode-
mos dizer que a primeira não apresenta uma nítida hierarquia urbana ao
passo que a segunda é bem caracterizada hierarquicamente.
02. Passou-se a utilizar essa fórmula de cálculo, pois o
________________________, Produto Interno Bruto, não servia para
diferenciar corretamente o nível de desenvolvimento dos países. No antigo 02. (PUC) Os “mocambos” e os “alagados” constituem áreas de habitações
cálculo, um país como a Arábia Saudita, com uma renda per capita de U$$ precárias que abrigam partes consideráveis das populações pobres das
7.040, não possuía o mesmo nível de um país europeu, não se consideran- cidades de:
do diversos outros fatores, como nível de desenvolvimento, taxas de natali-
dade, de mortalidade etc. a) São Paulo e Rio de Janeiro
b) Vitória e Salvador
c) Recife e São Paulo
03. No cálculo do _____________________, contabilizam-se três indicado- d) Manaus e Rio de Janeiro
res: nível de instrução, representado pela taxa de __________________ e) Recife e Salvador
dos adultos e pela média dos anos de estudo; nível de saúde, representado
pela ___________________ de vida; e a renda, representada pelo PIB por
habitante, levando em conta o poder de compra de um país para outro. 03. (FUVEST) Imaginando um percurso de São Luis à Curitiba, encontra-
remos, quanto ao uso do solo, a predominância das seguintes atividades:

04. Os países são classificados de 0 a 1, após analisados todos os fatores a) lavoura de subsistência, lavoura comercial e extrativa vegetal.
de ponderação, sendo que, quanto mais próximo de 1, mais b) extrativa vegetal, agricultura comercial e lavoura de subsistência.
____________________ é o país e, conseqüentemente, quanto mais c) extrativa vegetal, pecuária e agricultura comercial.
próximo de 0, mais _______________________ é o país. d) extrativa mineral, pecuária intensiva e agropecuária comercial.
e) pecuária, lavoura comercial e extrativa vegetal.

05. Observe a tabela a seguir com dados de 2001


04. (PUC) O conceito de “hábitat” em Geografia compreende:

a) as formas de moradia nas diferentes regiões do globo.


b) as relações que se estabelecem entre as coletividades humanas e o
meio natural.
c) os tipos de habitações nas faixas intertropicais.
d) as relações entre os seres vivos e o meio ambiente.
e) a organização do espaço urbano.

05. (PUC) Nos países industrializados, a migração campo-cidade tem como


causa fundamental:
Comente a posição do Brasil em relação a sua localização na tabela.
a) carência de melhores condições sociais no campo.
b) baixa produtividade agrícola.
06. O que causa surpresa em relação a essa classificação? c) pressão demográfica no campo.
d) dificuldade de aquisição de terras.
e) liberação de mão-de-obra pela mecanização.
Resolução:
01. IDH
02. PIB 06. (ULBRA) "O município está assentado sobre a borda da bacia sedimen-
03. IDH/ alfabetização/ expectativa. tar do Paraná, tendo como embasamento rochas antigas tais como xisto e
04. desenvolvido/ atrasado. gnaisses do Grupo Araxá (Pré-Cambriano)."
05. Devido aos indicadores sociais apenas razoáveis, o Brasil mantém uma Sociedade & Natureza, Uberlância, dez./1989
posição modesta, apesar de contar com um dos maiores PIBs do mundo.

Geografia 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O trecho acima define: Exercícios sobre movimentos migratórios
Questões:
a) o sítio urbano do município; 01. Escolha as alternativas corretas e que justificam a diminuição acentua-
b) o sítio urbano e a situação urbana do município; da na imigração do Brasil a partir da década de 1930.
c) a situação urbana e a origem do município;
d) a posição geográfica do município; (0) A crise da Bolsa de Valores de Nova York e a conseqüente crise eco-
e) a situação no contexto regional do município. nômica do Brasil.
(1) As medidas constitucionais de 1934 e 1937 regulamentando e restrin-
gindo a imigração.
07. (VUNESP) Segundo a hierarquia urbana, as cidades mais importantes (2) A cota dos 2%, medida segundo a qual a partir de 1934 só poderia
de um país, que comandam a rede urbana nacional, estabelecendo áreas entrar no Brasil 2% do total de imigrantes de cada nacionalidade entrados
de influência, correspondem aos (às): nos últimos 50 anos.
(3) Dificuldades impostas pelos países de emigração para evitar a saída de
a) centros regionais indivíduos.
b) cidades-dormitórios (4) A Lei Eusébio de Queiroz, proibindo o tráfico de escravos.
c) metrópoles nacionais
d) capitais regionais
e) metrópoles regionais 02. Sobre a imigração alemã (1850 – 1870) não é certo afirmarmos:

a) Radicou-se principalmente em Santa Catarina, no Vale do Itajaí e no Rio


08. Em relação às cidades, é correto afirmar: Grande do Sul, no Vale do Jacuí e Vale dos Sinos.

a) A cidade de São Paulo corresponde a uma metrópole nacional, situada b) Praticaram a policultura, introduziram no país os minifúndios, ou peque-
nas margens do Rio Paraíba do Sul. nas propriedades.
b) A cidade de Washington corresponde a uma metrópole nacional.
c) O êxodo rural é um dos fatores que mais têm contribuído para o inchaço c) São Leopoldo (RS), Novo Hamburgo (RS), Itajaí (SC), Brusque (SC),
das metrópoles brasileiras. Joinville (SC), Colatina (ES) e Santo Amaro (SP) são localidades em que se
d) No Brasil, verifica-se o predomínio de população rural. fixaram um grande número de alemães.
e) A partir da década de 1980, o êxodo rural deixou de ocorrer devido ao
assentamento dos sem-terra pelo Incra. d) Integrou-se facilmente na comunidade brasileira, especialmente nos
estados sulinos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

09. (CEFET - PR) Um conjunto de municípios contíguos e integrados socio- e) Influenciaram a alimentação, as construções e costumes, notadamente
economicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infra- em Santa Catarina.
estrutura comuns, define a:

a) metropolização 03. (MED. ABC) “Muitos colonos gaúchos e catarinenses estão ajudando na
b) área metropolitana conquista de uma nova fronteira agrícola: a região de Dourados, responsá-
c) rede urbana vel por 50% da produção de soja de Mato Grosso do Sul. Rondônia, nossa
d) megalópole última fronteira, recebeu, nos últimos três anos, cerca de 200.000 migran-
e) hierarquia urbana tes. Só 10% de sua população economicamente ativa nasceu ali.” (Jornal
da Tarde,de 16/5/81)

10. Sobre o surto de urbanização que se verifica no mundo, é correto Identifique, no mapa abaixo, a seta que corresponde à direção do fluxo
afirmar que: populacional descrito no texto anterior.

a) é verificado com a mesma intensidade nos países desenvolvidos e


subdesenvolvidos;
b) é provocado em todo o mundo pelos altos índices de natalidade;
c) é um fenômeno característico dos países industrializados europeus;
d) é mais intenso nos países subdesenvolvidos, tendo como causa o êxodo
rural;
e) é mais intenso nos países desenvolvidos, devido ao desenvolvimento
industrial.

Resolução:

01. 1-F; 2-V; 3-V; 4-V


02. E a) 5
03. C b) 3
04. B c) 3
05. E d) 1
06. A e) 4
07. C
08. C
09. B 04. (UNIFOR) A região que forneceu o maior contingente de colonos-
10. D migrantes para a ocupação da fronteira agrícola, no Mato Grosso, Rondô-
nia e Acre, durante os anos 70 e 80, foi a:
PROVA SIMULADA XIII
a) Norte

Geografia 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) Nordeste a) italianos
c) Centro-Oeste b) franceses
d) Sul c) alemães
e) Sudeste d) espanhóis
e) portugueses

05. (UNOPAR) Dos imigrantes que vieram para o Brasil, a maior contribui- Resolução:
ção populacional populacional foi dada pelos:
01. 0-V;1-V; 2-V; 3-V; 4-V
a) portugueses e japoneses 02. D
b) italianos e alemães 03. A
c) alemães e espanhóis 04. D
d) japoneses e espanhóis 05. E
e) portugueses e italianos 06. E
07. A
08. E
06. (PUC) Entre os fatores que impulsionaram a migração européia para o 09. A
Brasil entre 1870 - 1930, podemos excluir: 10. C

a) o desenvolvimento da cafeicultura; PROVA SIMULADA XIV


b) as iniciativas dos fazendeiros de auxiliar colonos;
c) a abolição da escravatura e a conseqüente liberação da mão-de-obra; Exercícios sobre movimentos migratórios
d) a unificação política e industrialização tardia da Itália;
e) a Primeira Guerra Mundial. Questões:
01. Escolha as alternativas corretas e que justificam a diminuição acentua-
da na imigração do Brasil a partir da década de 1930.
07. (UFPA) A reduzida entrada de imigrantes no primeiro período pode ser
melhor explicada: (0) A crise da Bolsa de Valores de Nova York e a conseqüente crise eco-
nômica do Brasil.
a) devido à abundância de mão-de-obra escrava no período; (1) As medidas constitucionais de 1934 e 1937 regulamentando e restrin-
gindo a imigração.
b) pela suspensão de financiamentos para o imigrante em 1830 e a exigên- (2) A cota dos 2%, medida segundo a qual a partir de 1934 só poderia
cia de que 25% deles se destinassem à agricultura; entrar no Brasil 2% do total de imigrantes de cada nacionalidade entrados
nos últimos 50 anos.
c) pelo estabelecimento de cotas de imigração em 2%, segundo a naciona- (3) Dificuldades impostas pelos países de emigração para evitar a saída de
lidade, a partir de 1910; indivíduos.
(4) A Lei Eusébio de Queiroz, proibindo o tráfico de escravos.
d) pela tropicalidade do país;

e) devido à estabilidade política da Europa, que estimulava a fixação do 02. Sobre a imigração alemã (1850 – 1870) não é certo afirmarmos:
homem ao solo europeu, pois este não iria se aventurar em novas terras.
a) Radicou-se principalmente em Santa Catarina, no Vale do Itajaí e no Rio
Grande do Sul, no Vale do Jacuí e Vale dos Sinos.
08. (FEI) Migrações pendulares são:
b) Praticaram a policultura, introduziram no país os minifúndios, ou peque-
a) movimentos ligados a atividades pastoris; nas propriedades.
b) movimentos da população rural em direção aos grandes centros urba-
nos; c) São Leopoldo (RS), Novo Hamburgo (RS), Itajaí (SC), Brusque (SC),
c) troca de imigrantes entre as grandes regiões; Joinville (SC), Colatina (ES) e Santo Amaro (SP) são localidades em que se
d) deslocamento maciço de populações urbanas em direção ao campo; fixaram um grande número de alemães.
e) movimentos diários de trabalhadores entre o local de residência e o local
de trabalho. d) Integrou-se facilmente na comunidade brasileira, especialmente nos
estados sulinos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
09. (UNIUBE) Na história da imigração para o Brasil, no século XX, há de e) Influenciaram a alimentação, as construções e costumes, notadamente
se destacar a Lei de Cotas, de 1934. Por essa lei, só poderiam ingressar, em Santa Catarina.
anualmente, até 2% do total de imigrantes de uma mesma nacionalidade já
estabelecidos no país nos 50 anos anteriores. Com isso, o Governo Federal
visava a diminuir a importância política da mão-de-obra operária de origem: 03. (MED. ABC) “Muitos colonos gaúchos e catarinenses estão ajudando na
conquista de uma nova fronteira agrícola: a região de Dourados, responsá-
a) italiana vel por 50% da produção de soja de Mato Grosso do Sul. Rondônia, nossa
b) portuguesa última fronteira, recebeu, nos últimos três anos, cerca de 200.000 migran-
c) japonesa tes. Só 10% de sua população economicamente ativa nasceu ali.” (Jornal
d) sírio-libanesa da Tarde,de 16/5/81)
e) coreana
Identifique, no mapa abaixo, a seta que corresponde à direção do fluxo
populacional descrito no texto anterior.
10. (UNIUBE) Na segunda metade do século XIX, o Brasil recebeu um
grande contingente imigratório. Um dos grupos de imigrantes se destaca
por ter participado da fundação de várias cidades, tais como: Blumenau,
Joinville, São Leopoldo e Novo Hamburgo. O texto refere-se aos imigrantes:

Geografia 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) movimentos ligados a atividades pastoris;
b) movimentos da população rural em direção aos grandes centros urba-
nos;
c) troca de imigrantes entre as grandes regiões;
d) deslocamento maciço de populações urbanas em direção ao campo;
e) movimentos diários de trabalhadores entre o local de residência e o local
de trabalho.

09. (UNIUBE) Na história da imigração para o Brasil, no século XX, há de


se destacar a Lei de Cotas, de 1934. Por essa lei, só poderiam ingressar,
anualmente, até 2% do total de imigrantes de uma mesma nacionalidade já
estabelecidos no país nos 50 anos anteriores. Com isso, o Governo Federal
visava a diminuir a importância política da mão-de-obra operária de origem:

a) 5 a) italiana
b) 3 b) portuguesa
c) 3 c) japonesa
d) 1 d) sírio-libanesa
e) 4 e) coreana

04. (UNIFOR) A região que forneceu o maior contingente de colonos- 10. (UNIUBE) Na segunda metade do século XIX, o Brasil recebeu um
migrantes para a ocupação da fronteira agrícola, no Mato Grosso, Rondô- grande contingente imigratório. Um dos grupos de imigrantes se destaca
nia e Acre, durante os anos 70 e 80, foi a: por ter participado da fundação de várias cidades, tais como: Blumenau,
Joinville, São Leopoldo e Novo Hamburgo. O texto refere-se aos imigrantes:
a) Norte
b) Nordeste a) italianos
c) Centro-Oeste b) franceses
d) Sul c) alemães
e) Sudeste d) espanhóis
e) portugueses

05. (UNOPAR) Dos imigrantes que vieram para o Brasil, a maior contribui- Resolução:
ção populacional populacional foi dada pelos:
01. 0-V;1-V; 2-V; 3-V; 4-V
a) portugueses e japoneses 02. D
b) italianos e alemães 03. A
c) alemães e espanhóis 04. D
d) japoneses e espanhóis 05. E
e) portugueses e italianos 06. E
07. A
08. E
06. (PUC) Entre os fatores que impulsionaram a migração européia para o 09. A
Brasil entre 1870 - 1930, podemos excluir: 10. C

a) o desenvolvimento da cafeicultura;
b) as iniciativas dos fazendeiros de auxiliar colonos; PROVA SIMULADA XV
c) a abolição da escravatura e a conseqüente liberação da mão-de-obra;
d) a unificação política e industrialização tardia da Itália; Exercícios sobre relevo
e) a Primeira Guerra Mundial.
Questões:
01. Sobre o domínio amazônico, assinale a alternativa falsa:
07. (UFPA) A reduzida entrada de imigrantes no primeiro período pode ser
melhor explicada: a) Compõe-se em sua maior parte por baixos planaltos e planícies.
b) A hidrografia é riquíssima, com furos, igarapés, paranás-mirins e lagos
a) devido à abundância de mão-de-obra escrava no período; da várzea.
c) Devido a riqueza mineral orgânica das águas dos rios é grande a pisco-
b) pela suspensão de financiamentos para o imigrante em 1830 e a exigên- sidade.
cia de que 25% deles se destinassem à agricultura; d) Devido à exportação de peixes a matança tem-se descontrolado, colo-
cando em risco várias espécies.
c) pelo estabelecimento de cotas de imigração em 2%, segundo a naciona- e) O solo amazônico tem-se mostrado fertilíssimo, prestando-se a grande
lidade, a partir de 1910; monocultura exportadora.

d) pela tropicalidade do país;


02. (FUVEST) Da ação de solapamento realizado pelas ondas do mar na
e) devido à estabilidade política da Europa, que estimulava a fixação do costa brasileira resulta uma forma de relevo escarpado, que se apresenta,
homem ao solo europeu, pois este não iria se aventurar em novas terras. geralmente, mais vertical nas formações sedimentares que nas cristalinas.
São:

08. (FEI) Migrações pendulares são: a) os tômbolos.


b) os pães-de-açúcar.

Geografia 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) as falésias. b) Paranapanema.
d) os canyons. c) Paraíba do Sul.
e) os fiords. d) Piracicaba.
e) Jundiaí.

03. Geomorfologicamente a Serra do Mar é classificada como:


10. (ANÁPOLIS) Os terrenos cristalinos de origem proterozóica do Brasil
a) uma escarpa de planalto. caracterizam-se:
b) um altiplano.
c) uma sucessão de montanhas. a) por formarem extensas planícies aluvionais.
d) uma bacia de sedimentação. b) pela grande riqueza em minerais metálicos.
e) um dobramento terciário. c) pelas altitudes superiores a 3000m.
d) pela ocorrência de combustíveis fósseis.
e) pelo solo tipo terra roxa.
04. (FEI) No Sudeste Ocidental do Brasil, a decomposição de rocha vulcâ-
nica do tipo basáltico originou um solo típico de regiões onde se cultiva Resolução:
café, conhecido como: 01. E
02. C
a) látex; 03. A
b) arenoso; 04. D
c) pantanal; 05. A
d) terra roxa; 06. C
e) calcário. 07. C
08. A
09. C
05. (UNIFENAS) Podemos considerar agentes internos e externos do Globo 10. B
Terrestre respectivamente:
___________________________________
a) Tectonismo e intemperismo.
b) Vento e vulcanismo. ___________________________________
c) Águas correntes e intemperismo.
d) Vento e águas correntes.
___________________________________
e) N.d.a. ___________________________________
___________________________________
06. (UNIVEST) Os escudos ou maciços antigos brasileiros formaram-se na _______________________________________________________
era:
_______________________________________________________
a) cenozóica
_______________________________________________________
b) terciária
c) pré-cambriana _______________________________________________________
d) mesozóica
e) quaternária _______________________________________________________
_______________________________________________________
07. (UEMA) Entres os três tipos principais de estruturas geológicas é corre- _______________________________________________________
to afirmar que NÃO existe no território: _______________________________________________________
a) bacias sedimentares; _______________________________________________________
b) escudos cristalinos;
c) dobramentos modernos;
_______________________________________________________
d) terrenos pré-cambrianos; _______________________________________________________
e) jazidas petrolíferas.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
08. (VUNESP) Assinale a alternativa que apresenta o que têm em comum
as seguintes cadeias montanhosas: Andes, Himalaia, Alpes e Rochosas. _______________________________________________________
_______________________________________________________
a) Geologicamente recentes e resultantes de desdobramentos.
b) Geologicamente antigas e resultantes de desdobramentos. _______________________________________________________
c) Localizam-se nas porções orientais dos continentes por onde ocorrem.
d) Geologicamente constituídas por terrenos cristalinos antigos. _______________________________________________________
e) Os grandes desníveis foram provocados por falhamentos em terrenos _______________________________________________________
cristalinos.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
09. (ESAN) Área localizada entre as serras do Mar e Mantiqueira. Ocupada
por extensos cafezais no século passado, atualmente se caracteriza por _______________________________________________________
atividades pecuárias e grande desenvolvimento urbano industrial. O texto
se refere ao Vale do Rio
_______________________________________________________
_______________________________________________________
a) Ribeira.

Geografia 54 A Opção Certa Para a Sua Realização

Você também pode gostar