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Professora: Sandra Magri DIDÁTICA/2022

1) Agora leia o poema abaixo com atenção

Essa história conta a vida de um homem violento,


sua vida foi cercada de tragédia e de lamento.

Ainda muito moço viu sua família morrer,


Dessa data em diante prometeu não mais sofrer.

Tornou- se cangaceiro, matador profissional,


atirador de primeira, um bandido genial.

Não tinha medo de nada, desafiava volante


que era um tipo de polícia que prendia meliante.

Nada era capaz de deter o cangaceiro,


pois Lampião tinha o diabo como um valioso parceiro.

Juntou-se com ele um bando de cabra ruim de amargar,


Que com as ordens de Lampião aterrorizava o lugar.

O mais fiel entre eles era o valente Curisco,


cabra forte e corajoso sempre pronto a correr risco.

Era meio atrapalhado, o mais fiel ao capitão,


Que era como ele chamava o terrível Lampião.
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Lampião era temido, provocava alvoroço
metia medo em todos, inclusive no mais moço.

De mentira e cabra frouxo, Lampião não gostava,


roubava altas fortunas, mas dos pobres não roubava.

Eram muitas as lendas que o povo então dizia,


histórias interessantes de como eles faziam,
das maldades e bondades que seu bando cometia.

Lendas horripilantes, envolvendo o coisa ruim,


de como eles se encontraram e de como foi o seu fim.

Conta o povo de que um dia o demônio apareceu,


e uma linda garota para Lampião prometeu.

Disse o capeta tentador para o grande Lampião,


roube uma linda garota e ganhará seu coração.

Mate gente, fique forte, e ela vai se apaixonar,


nunca perdoa ninguém que eu não vou te abandonar.

Então numa bela noite Lampião a passear,


de longe viu uma moça e ficou a espiar.

Maria bonita era linda e roubou seu coração


com apenas uma flor derrotou o Lampião.

Os dois formaram um reinado de terror lá no sertão,


pois agora quem dava as leis era o grande Lampião.

Lampião era valente e não perdoava ninguém,


Homem, mulher, menino, nem velho perdoava também.

Os dois se amavam muito, mesmo sendo ruim,


como pode nessa vida um casal viver assim.

Um dia no meio da mata se chamando de meu bem


do outro matando gente sem ter pena de ninguém.

Vez ou outra o diabo para Lampião aparecia


transformado numa cobra a Lampião advertia:

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Lembre sempre nunca esqueça do trato que a gente tem,
nunca fique contra mim e nem perdoe ninguém.

Lampião só escutava sem nada poder falar


o diabo lhe avisava quando a volante ia chegar.

Com os conselhos do diabo conseguia se esconder,


com a proteção do capeta não tinha o que perder.

Mas um dia o coração de Lampião amoleceu,


perdoou um fazendeiro que com a volante se meteu.

Desobedeceu ao diabo e perdeu a proteção,


acabou com a sua cabeça no estaca no sertão.

Dizem que foi o coisa ruim que lesou o cangaceiro,


revelando para volante o esconderijo verdadeiro.

Na noite escura e assombrosa homens foram degolados


pelo rifles da volante Lampião foi apagado.

Da tramoia do diabo nem Lampião escapou,


pois a alma do seu bando o diabo carregou.

Fazer o mal só dá nisso ninguém nunca se dá bem,


espero que tenham aprendido com essa história também.

Versos e Roteiro: Francisco de Assis Oliveira


Uma produção Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Maquinário Laboratório de animação UFPE;
Núcleo de Design / CAA; Projeto Animando Histórias; Projeto Cordeis Animados. Apoio Estúdio Malunguim.

1. Podemos observar ao ler esta história que ela possui rimas.


Anote em seu caderno todas as palavras, desse poema, que fazem pares de rimas
entre si.

2. Podemos dizer que este tipo de texto se chama CORDEL.


Busque uma pesquisa com no mínimo de 10 linhas explicando o que é um cordel,
como ele se caracteriza como texto e onde é encontrado.

3. Para que serve esse tipo de texto?

4. Você conhece outros cordéis?


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5. Continue sua busca e traga um trecho de um cordel e que você acha interessante
apresentar para a turma. Prepare sua leitura!

6. Procure na internet a biografia do autor que usava o pseudônimo de Patativa do


Assaré, mas que se chamava Antônio Gonçalves da Silva.

7. Responda:

a) Explique o uso do verso " Não tinha medo de nada, desafiava volante
que era um tipo de polícia que prendia meliante". O que é um meliante? Em que
estrofe está essa informação?

b) Copie os versos da primeira estrofe que mostram como se sente o personagem


com o ocorrido no início em sua vida.

c) O narrador participa da história como personagem ou é apenas um observador?


Quem é ele?

d) Em que estrofe ficamos sabendo quem é essa pessoa que conta a história?

e) De que maneira a linguagem usada no poema ajuda a caracterizar a personagem?

f) O que o uso de versos e rimas proporciona a esse texto narrativo?

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