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TEOREMA MILITAR

LISTA 4 – MORFOLOGIA – ADJETIVOS


PROF. MARCOS SIQUEIRA

tinha coragem de olhar a menina um pouco mais alta


da ponta direita do banco.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: Adoração de infância. Ao menos você conhece um
Passeio à Infância passarinho chamado saíra? É um passarinho miúdo:
imagine uma saíra grande que de súbito aparecesse a
Primeiro vamos lá embaixo no córrego; pegaremos um menino que só tivesse visto coleiros e curiós, ou
dois pequenos carás dourados. E como faz calor, veja, pobres cambaxirras. Imagine um arco-íris visto na mais
os lagostins saem da toca. Quer ir de batelão, na ilha, remota infância, sobre os morros e o rio. O menino da
comer ingás? Ou vamos ficar bestando nessa areia onde roça que pela primeira vez vê as algas do mar se
o sol dourado atravessa a água rasa? Não catemos balançando sob a onda clara, junto da pedra.
pedrinhas redondas para atiradeira, porque é urgente Ardente da mais pura paixão de beleza é a adoração
subir no morro; os sanhaços estão bicando os cajus da infância. Na minha adolescência você seria uma
maduros. É janeiro, grande mês de janeiro! tortura. Quero levá-la para a meninice. Bem pouca coisa
Podemos cortar folhas de pita, ir para o outro lado eu sei; uma vez na fazenda rira: ele não sabe nem
do morro e descer escorregando no capim até a beira passar um barbicacho! Mas o que sei lhe ensino; são
do açude. Com dois paus de pita, faremos uma balsa, pequenas coisas do mato e da água, são humildes
e, como o carnaval é só no mês que vem, vamos coisas, e você é tão bela e estranha! Inutilmente tento
apanhar tabatinga para fazer formas de máscaras. Ou convertê-la em menina de pernas magras, o joelho
então vamos jogar bola-preta: do outro lado do jardim ralado, um pouco de lama seca do brejo no meio dos
tem um pé de saboneteira. dedos dos pés.
Se quiser, vamos. Converta-se, bela mulher Linda como a areia que a onda ondeou. Saíra
estranha, numa simples menina de pernas magras e grande! Na adolescência e torturaria; mas sou um
vamos passear nessa infância de uma terra longe. É homem maduro. Ainda assim às vezes é como um
verdade que jamais comeu angu de fundo de panela? bando de sanhaços bicando os cajus de meu cajueiro,
Bem pouca coisa eu sei: mas tudo que sei lhe ensino. um cardume de peixes dourados avançando, saltando
Estaremos debaixo da goiabeira; eu cortarei uma ao sol, na piracema; um bambual com sombra fria, onde
forquilha com o canivete. Mas não consigo imaginá-la ouvi um silvo de cobra, e eu quisera tanto dormir. Tanto
assim; talvez se na praia ainda houver pitangueiras... dormir! Preciso de um sossego de beira de rio, com
Havia pitangueiras na praia? Tenho uma ideia vaga de remanso, com cigarras. Mas você é como se houvesse
pitangueiras junto à praia. Iremos catar conchas cor-de- demasiadas cigarras cantando numa pobre tarde de
rosa e búzios crespos, ou armar o alçapão junto do brejo homem.
para pegar papa-capim. Quer? Agora devem ser três
horas da tarde, as galinhas lá fora estão cacarejando de Julho, 1945
sono, você gosta de fruta-pão assada com manteiga?
Eu lhe vou aipim ainda quente com melado. Talvez você Crônica extraída do livro 200 crônicas escolhidas, de
fosse como aquela menina rica, de fora, que achou Rubem Braga
horrível nosso pobre doce de abóbora e coco.
Mas eu a levarei para a beira do ribeirão, na sombra 1. (Efomm 2019) Assinale a opção em que o adjetivo
fria do bambual; ali pescarei piaus. Há rolinhas. Ou sublinhado, quanto ao gênero, é uniforme:
então ir descendo o rio numa canoa bem devagar e de a) Não catemos pedrinhas redondas para atiradeira,
repente dar um galope na correnteza, passando rente porque é urgente subir no morro (...).
às pedras, como se a canoa fosse um cavalo solto. Ou b) (...) os sanhaços estão bicando os cajus maduros.
nadar mar afora até não poder mais e depois virar e c) (...) meus olhos eram outra vez os encantados olhos
ficar olhando as nuvens brancas. Bem pouca coisa eu daquele menino feio do segundo ano primário (...).
sei; os outros meninos riram de mim porque cortei uma d) (...) são humildes coisas, e você é tão bela e
iba de assa-peixe. Lembro-me que vi o ladrão morrer estranha!
afogado com os soldados de canoa dando tiros, e havia e) Mas o que sei lhe ensino; são pequenas coisas do
uma mulher do outro lado do rio gritando. mato (...).
Mas como eu poderia, mulher estranha, convertê-la
em menina para subir comigo pela capoeira? Uma vez
vi uma urutu junto de um tronco queimado; e me
lembro de muitas meninas. Tinha uma que para mim
uma adoração. Ah, paixão da infância, paixão que não
amarga. Assim eu queria gostar de você, mulher
estranha que ora venho conhecer, homem maduro.
Homem maduro, ido e vivido; mas quando a olhei, você
estava distraída, meus olhos eram outra vez daquele
menino feio do segundo ano primário que quase não
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2. (Efomm 2019) Assinale a opção em que a expressão TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
sublinhada NÃO tem valor de um adjetivo. FELICIDADE CLANDESTINA
a) Talvez você fosse como aquela menina rica, de fora, Clarice Lispector
que achou horrível nosso pobre doce de abóbora e coco.
b) Lembre-me que vi o ladrão morrer afogado com os Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos
soldados de canoa dando tiros (...). excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um
c) O menino da roça que pela primeira vez vê as algas busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos
do mar se balançando sob a onda clara, junto da pedra. achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos
d) Mas o que sei lhe ensino; são pequenas coisas do da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o
mato (...). que qualquer criança devoradora de histórias gostaria
e) Inutilmente tento convertê-la em menina de pernas de ter: um pai dono de livraria.
magras, o joelho ralado, um pouco de lama seca do Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para
brejo no meio dos dedos dos pés. aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato,
ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do
3. (Efomm 2019) O adjetivo é na essência um termo pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo,
modificador do substantivo e pode se antepor ou pospor onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas.
a este. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como
“data natalícia” e “saudade”.
Assinale a opção em que se percebe mudança de Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era
sentido quanto à posição do adjetivo. pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa
a) (...) os sanhaços estão bicando os cajus maduros. menina devia nos odiar, nós que éramos
b) Converta-se, bela mulher estranha, numa simples imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de
menina de pernas magras (...). cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o
c) Tenho uma ideia vaga de pitangueiras junto à praia. seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as
d) Mas eu a levarei para a beira do ribeirão, na sombra humilhações a que ela me submetia: continuava a
fria do bambual (...). implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
e) (...) são humildes coisas, e você é tão bela e Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer
estranha! sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente,
informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de
4. (Espcex (Aman) 2017) Assinale a alternativa que Monteiro Lobato.
contém, na sequência em que aparecem, os adjetivos Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se
correspondentes aos seguintes seres: ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E
completamente acima de minhas posses. Disse-me que
COBRE – PELE – BRAÇO – BODE – COBRA – PRATA eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o
a) CUPRÍCULO – EPIDÉRMICO – BRAÇAL – HIRCINTO – emprestaria.
COLUBRINO – ARGÊNTEO Até o dia seguinte eu me transformei na própria
b) CÚPRICO – EPIDÉRMICO – BRAQUIAL – HIRCINO – esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar
COLUBRINO – ARGENTINO num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
c) COBREMOL – CUTÂNEO – BRAÇAL – CAPRINO – No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo.
OFÍDICO – ARGÊNTEO Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa
d) CUPRÍCULO – EPIDÉRMICO – BRAQUIAL – casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus
HIRCINTO – OFÍDICO – ARGENTINO olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra
e) COLÚMBUM – CUTÂNEO – BRAÇAL – CAPRINO – menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-
COLUBRINO – ARGÊNTEO lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança
de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a
andar pulando, que era o meu modo estranho de andar
pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a
promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes
seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo
mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como
sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da
filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia
seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um
sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta
calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu
voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde,
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no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela Não era mais uma menina com um livro: era uma
ia se repetir com meu coração batendo. mulher com o seu amante.
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia
que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse Com base no texto acima, responda à(s) questão(ões)
todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar a seguir.
que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho.
Mas, adivinhando-me mesmo, às vezes aceito: como se 5. (Efomm 2016) Assinale a opção em que a
quem quer me fazer sofrer esteja precisando expressão sublinhada NÃO tem valor de adjetivo.
danadamente que eu sofra. a) (...) continuava a implorar-lhe emprestados os livros
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar que ela não lia.
um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve b) (...) o meu modo estranho de andar pelas ruas de
comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de Recife.
modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não c) (...) entregava em mãos um cartão-postal da loja do
era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob pai.
os meus olhos espantados. d) Ela toda era pura vingança, chupando balas com
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, barulho.
ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua e) (...) eu nadava devagar num mar suave (...)
mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e
diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, Minha amiga me pergunta: por que você fala sempre
entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora nas coisas que acontecem a primeira vez e, sobretudo,
achava cada vez mais estranho o fato de não estar as comparar com a primeira vez que você viu o mar? Me
entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou- lembro dessa cena: um adolescente chegando ao Rio e
se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas o irmão lhe prevenindo: “Amanhã vou te apresentar o
este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! mar.” Isto soava assim: amanhã vou te levar ao outro
E o pior para essa mulher não era a descoberta do que lado do mundo, amanhã te ofereço a Lua. Amanhã você
acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha já não será o mesmo homem.
que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de E a cena continuou: resguardado pelo irmão mais velho,
perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura que se assentou no banco do calçadão, o adolescente,
em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. ousado e indefeso, caminha na areia para o primeiro
Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e encontro com o mar. Ele não pisava na areia. Era um
calma para a filha: você vai emprestar o livro agora oásis a caminhar. Ele não estava mais em Minas, mas
mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto andava num campo de tulipas na Holanda. O mar a
tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o primeira vez não é um rito que deixe um homem
livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma impune. Algo nele vai-se aprofundar.
pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de E o irmão lá atrás, respeitoso, era a sentinela, o
querer. sacerdote que deixa o iniciante no limiar do sagrado,
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e sabendo que dali para a frente o outro terá que,
assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse sozinho, enfrentar o dragão. E o dragão lá vinha
nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como soltando pelas narinas as ondas verdes de verão. E o
sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o pequeno cavaleiro, destemido e intimidado, tomou de
livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o uma espada ou pedaço de pau qualquer para enfrentar
peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também a hidra que ondeava mil cabeças, e convertendo a arma
pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração em caneta ou lápis começou a escrever na areia um
pensativo. texto que não terminará jamais. Que é assim o ato de
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o escrever: mais que um modo de se postar diante do
tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois mar, é uma forma de domar as vagas do presente
abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, convertendo-o num cristal passado.
fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão Não, não enchi a garrafinha de água salgada para
com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o mostrar aos vizinhos tímidos retidos nas montanhas, e
livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as fiz mal, porque muitos morreram sem jamais terem
mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina visto o mar que eu lhes trazia. Mas levei as conchas, é
que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser verdade, que na mesa interior marulhavam lembranças
clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. de um luminoso encontro de amor com o mar.
Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor Certa vez, adolescente ainda nas montanhas, li urna
em mim. Eu era uma rainha delicada. crônica onde um leitor de Goiás pedia à cronista que lhe
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o explicasse, enfim, o que era o mar. Fiquei perplexo. Não
livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. sabia que o mar fosse algo que se explicasse. Nem me
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lembro da descrição. Me lembro apenas da pergunta. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Evidentemente eu não estava pronto para a resposta. A VELHO MARINHEIRO
resposta era o mar. E o mar eu conheci, quando pela
primeira vez aprendi que a vida não é a arte de Homenagem aos marinheiros
responder, mas a possibilidade de perguntar. de sempre... e para sempre.
Os cariocas vão achar estranho, mas eu devo lhes
28
revelar: o carioca, com esse modo natural de ir à praia, Sou marinheiro porque um dia, muito jovem,
desvaloriza o mar. Ele vai ao mar com a sem-cerimônia estendi meu braço diante da bandeira e jurei lhe dar
que o mineiro vai ao quintal. E o mar é mais que horta minha vida.
e quintal. É quando atrás do verde-azul do instante o Naquele dia de sol a pino, com meu novo uniforme
desejo se alucina num cardume de flores no jardim. O branco, 21senti-me homem de verdade, como se
mar é isso: é quando os vagalhões da noite se estivesse dando adeus aos tempos de garoto. 29Ao meu
arrebentam na aurora do sim. lado, as vozes de outros jovens soavam em uníssono
Ver o mar a primeira vez, lhes digo, é quando Guimarães com a minha, vibrantes, e terminamos com emoção, de
Rosa pela vez primeira, por nós, viu o sertão. Ver o mar peitos estufados e orgulhosos. 5Ao final, minha mãe veio
a primeira vez é quase abrir o primeiro consultório, fazer em minha direção, apressada em me dar um beijo.
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a primeira operação. Ver o mar a primeira vez é comprar Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de
pela primeira vez uma casa nas montanhas: que uniforme. 6O dia acabou com a família em festa; 11eu
surpresas ondearão entre a lareira e a mesa de vinhos lembro-me bem, fiquei de uniforme até de tarde...
e queijos! Sou marinheiro, porque aprendi, naquela Escola, o
O mar é o mestre da primeira vez e não para de ondear significado nobre de companheirismo. 7Juntos no
suas lições. Nenhuma onda é a mesma onda. Nenhum sofrimento e na alegria, um safando o outro, leais e
peixe o mesmo peixe. Nenhuma tarde a mesma tarde. amigos. Aprendi o que é civismo, respeito e disciplina,
O mar é um morrer sucessivo e um viver permanente. no princípio, exigidos a cada dia; depois, como parte do
Ele se desfolha em ondas e não para de brotar. A meu ser e, assim, para sempre. 23A cada passo havia
contemplá-lo ao mesmo tempo sou jovem e envelheço. um novo esforço esperando e, depois dele, um pequeno
O mar é recomeço. sucesso. 26Minha vida, agora que olho para trás, foi toda
de pequenos sucessos. A soma deles foi a minha
(SANT’ANNA, Affonso Romano de. O mar, a primeira carreira.
vez. In:_____. Fizemos bem em resistir: crônicas 19
No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era
selecionadas. Rio de Janeiro: Rocco,1994, novamente aluno. Todos sabiam das coisas mais do que
p.50-52. Texto adaptado.) eu havia aprendido. Só que agora me davam tarefas,
incumbências, e esperavam que eu as cumprisse bem.
2
Pouco a pouco, passei a ser parte da equipe, a ser
6. (Esc. Naval 2014) Em que opção o comentário sobre chamado para ajudar, a ser necessário. 8Um dia vi-me
as palavras sublinhadas está correto? ensinando aos novatos 12e dei-me conta de que me
a) “E o irmão lá atrás, respeitoso, [...].” (3º parágrafo) tornara marinheiro, de fato e de direito, um profissional!
32
- o sufixo “-oso” forma o adjetivo sublinhado a partir de O navio passou a ser minha segunda casa, onde eu
um substantivo. permanecia mais tempo, às vezes, do que na primeira.
b) “Não, não enchi a garrafinha de água salgada para Conhecia todos, alguns mais até do que meus parentes.
[...].” (4º parágrafo) - em “garrafinha”, o sufixo de Sabia de suas manhas, cacoetes, preocupações e de
diminutivo tem valor pejorativo. seus sonhos. Sem dar conta, meu mundo acabava no
c) “[...] o carioca, com esse modo natural de ir à praia, costado do navio.
9
desvaloriza o mar.” (6º parágrafo) - o prefixo “des-” A soma de tudo que fazemos e vivemos, pelo navio,
14
denota repetição em “desvalorizar”. é uma das coisas mais belas, que só há entre nós, em
d) “Ele vai ao mar com a sem-cerimônia que o mineiro mais nenhum outro lugar. 24Por isso sou marinheiro,
vai ao quintal.” (6º parágrafo) - “sem-cerimônia” é um porque sei o que é espírito de navio.
neologismo formado por aglutinação. Bons tempos aqueles das viagens, dávamos um duro
e) “[...] que surpresas ondearão entre a lareira e a mesa danado no mar, em serviço, postos de combate,
de vinhos e queijos!” (7º parágrafo) - o verbo adestramento de guerra, dia e noite. 30O interessante é
sublinhado é formado por prefixação. que em toda nossa vida, 15quando buscamos as boas
recordações, elas vêm desse tempo, das viagens e dos
navios. 16Até 13as durezas por que passamos são
saborosas 1ao lembrar, talvez porque as vencemos e
fomos adiante.
É aquela história dos pequenos sucessos.
A volta ao porto era um acontecimento gostoso,
sempre figurando a mulher. Primeiro a mãe, depois a
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namorada, a noiva, a esposa. Muita coisa a contar, a 7. (Esc. Naval 2013) Em “[...] vocês já perceberam que
dizer, surpresas de carinho. A comida preferida, o marinheiro velho dificilmente baixa a terra [...] .” (ref.
abraço apertado, o beijo quente... e o filho que, na 22), a posição do adjetivo é importante, pois, se
ausência, foi ensinado a dizer papai. escrevêssemos “velho marinheiro”, o valor semântico
31
No início, eu voltava com muitos retratos, seria outro. Em que opção a troca de posição dos termos
principalmente quando vinha do estrangeiro, depois, implicou uma mudança semântica?
com o tempo, eram poucos, até que deixei de levar a
máquina. 10Engraçado, 22vocês já perceberam que a) Os marinheiros, em seus uniformes brancos,
marinheiro velho dificilmente baixa a terra com máquina destacam-se nas paradas militares. / Os marinheiros,
fotográfica? Foi assim comigo. em seus brancos uniformes, destacam-se nas paradas
34
Hoje os navios são outros, os marinheiros são militares.
outros - sinto-os mais preparados do que eu era - mas b) Os alunos gostavam de ouvir as narrativas
a vida no mar, as viagens, os portos, a volta, estou certo tradicionais sobre os perigos do mar. / Os alunos
de que são iguais. Sou marinheiro, por isso sei como é. gostavam de ouvir as tradicionais narrativas sobre os
Fico agora em casa, querendo saber das coisas da perigos do mar.
Marinha. E a cada pedaço que ouço de um amigo, que c) Depois de muito tempo longe de casa, os homens do
leio, que vejo, me dá um orgulho que às vezes chega a mar sentem falta de uma comida gostosa. / Depois de
entalar na garganta. 4Há pouco tempo, voltei a entrar muito tempo longe de casa, os homens do mar sentem
em um navio. Que coisa linda! 35Sofisticado, limpíssimo, falta de uma gostosa comida.
nas mãos de uma tripulação que só pode ser muito d) Os navios e seus homens preparavam-se para
competente para mantê-lo pronto. 33Do que me cumprir um longo percurso, de acordo com a derrota
mostraram eu não sabia muito. Basta dizer que o último traçada. / Os navios e seus homens preparavam-se para
navio em que servi já deu baixa. 17Quando saí de bordo, cumprir um percurso longo, de acordo com a derrota
parei no portaló, voltei-me para a bandeira, inclinei a traçada.
cabeça... e, minha garganta entalou outra vez. e) Antigamente, o recebimento de uma mensagem
Isso é corporativismo; não aquele enxovalhado, que simples aplacava as saudades dos marinheiros. /
significa o bem de cada um, protegido à custa do Antigamente, o recebimento de uma simples mensagem
desmerecimento da instituição; mas o puro, que aplacava as saudades dos marinheiros.
significa o bem da instituição, protegido pelo
merecimento de cada um. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
27
Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista. O Outro Marido
Muitas vezes 25a lembrança me retorna aos dias da
ativa e morro de saudades. 18Que bom se pudesse voltar 14
Era conferente da Alfândega – mas isso não tem
ao começo, vestir aquele uniforme novinho — até um importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o
pouco grande, ainda recordo — Jurar Bandeira, ser eu irredutível nada tem a ver com as classificações
beijado pela minha falecida mãe... profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela
3
Sei que, quando minha hora chegar, no último casca. 9Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar
instante, verei, em velocidade desconhecida, o navio sempre, enquanto a situação exterior e familiar não
com meus amigos, minha mulher, meus filhos, mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os
singrando para sempre, indo aonde o mar encontra o outros não percebem.
céu... e, se São Pedro estiver no portaló, direi: Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23
– Sou marinheiro, estou embarcando. anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro).
3
Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um
Autor desconhecido. In: Língua portuguesa: leitura e do outro, sem derivativo. Tão perto que se
produção de texto. Rio de Janeiro: Marinha do Brasil, desconheciam mutuamente, como um objeto
Escola Naval, 2011. p. 6-8) desconhece outro, na mesma prateleira de armário.
10
Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de Dona
Glossário Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele?
- Portaló: abertura no casco de um navio, ou passagem Sim, mas com a diferença de que Dona Laurinha não
junto à balaustrada, por onde as pessoas transitam para procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era
fora ou para dentro, e por onde se pode movimentar de fato, objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e
carga leve. desagradado.
1
Ao aparecerem nele as primeiras dores, Dona Laurinha
penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as
relações do casal. Santos parecia 6comprazer-se em
estar doente. 11Não propriamente em queixar-se, mas
em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação,
emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-
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lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser realidade de Santos era tão destacada da sua, que o
dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos tornava outro homem, completamente desconhecido,
começou a cuidar do corpo como de uma planta irreconhecível.
delicada. E mostrou a Dona Laurinha a nevoenta – Desculpe, foi engano. 8A pessoa a que me refiro não
radiografia da coluna vertebral com certo orgulho de é esta – disse Dona Laurinha, despedindo- se.
estar assim tão afetado.
– Quando você ficar bom... (Carlos Drummond de Andrade)
– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.
Para Dona Laurinha, a melhor maneira de curar-se é
tomar remédio e entregar o caso à alma de Padre 8. (Espcex (Aman) 2011) No trecho, “Por falta de filhos,
Eustáquio, que vela por nós. 2Começou a fatigar-se com os dois viveram demasiado perto, sem derivativo”
a importância que o reumatismo assumira na vida do (ref.3), o termo sublinhado pode ser classificado
marido. E não se amolou muito 12quando ele anunciou morfologicamente como
que ia internar-se no hospital Gaffré e Guinle. a) substantivo.
– Você não sentirá falta de nada – assegurou-lhe b) adjetivo.
Santos. – Tirei licença com ordenado integral. Eu c) advérbio.
mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro. d) verbo.
Hospital não é prisão. e) conjunção.
– Vou visitar você todo domingo, quer?
– É melhor não ir. Eu descanso, você descansa, cada 9. (EEAR 2013) Em qual alternativa o termo
qual no seu canto. destacado não é locução adjetiva?
Ela também achou melhor, e nunca foi lá.
Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, A) “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar
ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a de crianças. Vinha da escravidão , fora senhora de
longos intervalos. 4Ele chegava e saía curvado, sob a escravos – e daquelas ferozes.”
garra do reumatismo que nem melhorava nem matava.
A visita não era de todo desagradável, desde que a B) “(...) o trem maior do mundo, tomem nota – foge
doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida minha serra, vai deixando no meu corpo e na paisagem
de hospital pode ser distraída: os internados sabem de mísero pó de ferro , e este não passa.”
tudo cá de fora.
– Pelo rádio – explicou Santos. C) “(...) Vão chegando as burguezinhas pobres, E as
Um dia, ela se sentiu tão nova, apesar do tempo e das criadas das burguezinhas ricas, E mulheres do povo , e
separações fundamentais, que imaginou uma alteração: as lavadeiras da redondeza. (...)”
por que ele não ficava até o dia seguinte, só essa vez?
– 5É tarde – respondeu Santos. E ela não entendeu se
D) “(...) Os dois apenas, entre céu e terra, Sentimos o
ele se referia à hora ou a toda a vida passada sem
espetáculo do mundo (...)”
compreensão. É certo que vagamente o compreendia
agora, e recebia dele mais que a mesada: uma hora de
companhia por mês.
Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio.
13
Dona Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta 10.(EEAR) O verde da bandeira brasileira representa
os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao nossas matas, nossa vegetação. O brasileiro não tem
hospital pela primeira vez, em alvoroço. Lá ele não era noção da importância dessa riqueza natural, por isso
conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos não defende nosso território.
falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço
da viúva? De acordo com o contexto, qual das palavras em
– Sou eu a viúva – disse Dona Laurinha, espantada. destaque classifica-se como adjetivo?
O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia
muito bem a viúva do Santos, Dona Crisália, fizera bons A) verde
piqueniques com o casal na Ilha do Governador. Santos B) riqueza
fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. C) brasileiro
Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara D) brasileira
três órfãos, coitado.
E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá
estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher,
os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu
marido. Contudo, 7a outra
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11.(EEAR 2011) Considere a seguinte frase: “Pouco a 13. (AFA 2014) Leia os fragmentos abaixo:
pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi
esboçando.” (Graciliano Ramos, Vidas Secas) Quietinhas, mas inquietas. ( l.45)
Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo. (l.56)
Assinale a alternativa em que, reescrevendo-se a frase,
os adjetivos ficam no grau comparativo. I. O grau superlativo absoluto sintético foi utilizado
para estabelecer a diferença entre as mulheres boas e
A) Pouco a pouco, a mais nova e confusa das vidas se as boazinhas.
foi esboçando. II. O paradoxo foi utilizado no primeiro fragmento para
B) Pouco a pouco, uma vida tão nova quanto confusa ressaltar a complexidade do comportamento feminino
se foi esboçando. por meio da coexistência de aspectos opostos.
C) Pouco a pouco, uma vida novíssima e ainda muito III. Ambos os fragmentos apresentam como recursos
confusa se foi esboçando. expressivos o jogo com palavras cognatas e o uso da
D) Pouco a pouco, uma vida supernova e ainda adversidade.
extremamente confusa se foi esboçando.
Estão corretas as alternativas:
12.(EEAR 2014) Leia:
a) I, II e III
A carona solidária é uma alternativa simples e eficaz b) I e III apenas
para o trânsito caótico da capital paulistana. É uma c) II e III apenas
medida que independe de decisão político- d) I e II apenas
administrativa. A ideia surgiu em vários lugares com
objetivo semelhante: economia de tempo e dinheiro. 14. (AFA 2017) Assinale a alternativa em que a
mudança de lugar do vocábulo em
Analise as afirmações: destaque NÃO provoca modificação no sentido da
frase.
I. Há no texto apenas dois adjetivos uniformes. São
eles: simples e eficaz. A) “Graças a ela temos acesso a toda informação do
mundo (...)” => Graças a ela temos acesso à
II. O plural do adjetivo composto político- informação toda do mundo (...)
administrativa é político-administrativas. B) “...um admirável mundo novo abriu-se ante nossos
olhos...” => um admirável novo mundo abriu-se ante
III. Paulistana é um adjetivo simples. nossos olhos...
C) “As redes sociais desfraldaram um mundo
IV. Não há adjetivo derivado no texto. completamente novo...” => As redes sociais
desfraldaram um mundo novo completamente...
Estão corretas apenas D)“...trouxe para perto das pessoas comuns os
amigos distantes...” => ...trouxe para perto das
A) I e IV. pessoas comuns os distantes amigos...
B) I e III.
C) II e III.
D) II e IV.
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Um dos aspectos mais sedutores do ciberespaço é


15. (EPCAR 2009) Considere o fragmento abaixo. o seu poder de articulação social. Foi no fim da década
“Agradeço ao mestre que me despertou a dúvida, de 1990 que os usuários da Internet descobriram uma
mostrou-me o caminho e chorou quando errei. Pode ferramenta facilitadora da interação escrita entre
até ser que, hoje, esteja lendo seus livros, esquecido diferentes pessoas conectadas em uma rede virtual:
do mundo, sem mais lecionar. Mas ele sabe, os weblogs, que logo ficaram conhecidos como blogs.
orgulhoso, que um dia já teve o sorriso sincero do O termo é formado pelas palavras web (rede, em
aluno que aprendeu a lição. E eu gostaria de, como inglês) e log (registro, anotação diária). A velocidade
criança levada que recebeu um presente, dizer: de reprodução da blogosfera é assustadora: 120 mil
– Muito obrigado, meu professor.” novos blogs por dia, 1,4 blog por semana.

Analise as afirmativas a seguir. O blog se caracteriza por apresentar as


observações pessoais de seu "dono" (o criador
I) A situação proposta ocorre no presente e retrocede do blog) sobre temas que variam de acordo com os
ao passado quando se refere à figura do mestre: interesses do blogueiro e também de acordo com o
“...me despertou...”, “...mostrou-me...”. tipo de blog. As possibilidades são infinitas:
II) Em “Muito obrigado”, o adjetivo concorda com o há blogs pessoais, políticos, culturais, esportivos,
gênero do locutor. jornalísticos, de humor etc.
III) No trecho que vai de “Mas ele sabe, ...dizer:”
prevalece a intransitividade verbal.
Os textos que o blogueiro insere no blog são
IV) Infere-se que o mestre é atuante, ele educa e
chamados de posts. Em português, o termo já deu
ensina verdadeiramente.
origem a um verbo, "postar", que significa "escrever
V) As palavras “despertou”, “caminho” e “errei”
uma entrada em um blog". Os posts são cronológicos,
referem-se à decisão de seguir a carreira militar.
porém apresentados em ordem inversa: sempre do
Estão corretas apenas
mais recente para o mais antigo. Os internautas que
visitam um blog podem fazer comentários aos posts.
A I e V.
B I, II e IV.
C II, III e V. Justamente porque facilitam a comunicação e
D III e IV. permitem a interação entre usuários de todas as
partes, os blogs são interessantes ferramentas
Eles blogam. E você? pedagógicas. Se a escola é o espaço preferencial para
a construção do conhecimento, nada mais lógico do
que levar os blogs para a sala de aula, porque eles
Após o surgimento da rede mundial de
têm como vocação a produção de conteúdo. Por que
computadores, no início da década de 1990,
não criar um blog de uma turma, do qual participem
testemunhamos uma revolução nas tecnologias de
todos os alunos, para comentar temas atuais, para
comunicação instantânea. Nós, que nascemos em um
debater questões polêmicas, para criar um contexto
mundo anterior à Internet, aprendemos a viver no
real em que o texto escrito surja como algo natural?
universo constituído por coisas palpáveis: casas,
máquinas, roupas etc. O contato se estabelecia entre
seres humanos reais por meios "físicos": cartas,
telefonemas, encontros. 16.( COLÉGIO NAVAL 2009)

Assinale a opção em que ocorre alteração de sentido


Em um mundo concreto, a escola não poderia ser
com a troca de lugar entre adjetivo e substantivo.
diferente: livros, giz, carteiras, quadro-negro, mural.
Esse espaço é ainda hoje definido por uma série de
A "Os alunos atuais... " (2 ° § )
símbolos de um tempo passado e tem se mantido
B " ...entre diferentes pessoas ... " (3 ° § )
relativamente inalterado desde o século XIX. Os alunos
C "...são interessantes ferramentas..." (6° § )
atuais, porém, são nativos digitais. Em outras
D" ...para debater questões polêmicas... " (6° § )
palavras: nasceram em um mundo no qual já existiam
E" ...para criar um contexto real... " (6° § )
computadores, Internet, telefone celular, tocadores de
MP3, videogames, programas de comunicação
instantânea (MSN, Google Talk etc.) e muitas outras
ferramentas da era digital. Seu mundo é definido por
coisas imateriais: imagens, dados e sons que trafegam
e são armazenados no espaço virtual.
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17. (ITA 2017) Considere os enunciados abaixo, 20.(ESFCEX 2017) Analise as afirmativas abaixo,
atentando para as palavras em negrito. colocando entre parênteses a letra “V”, quando se
tratar de afirmativa verdadeira, e a letra “F” quando se
I. Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a
atividade artística, um artista cuja arte contenha maior alternativa que apresenta a sequência correta.
universalidade que a de Charles Chaplin. (linhas 1 e 2)
II. Agrada por não sei quê de elegante que há no ( ) Em “Todos os candidatos foram ótimos nas tarefas
seu ridículo de miséria. (linha 17) teóricas e péssimos nas tarefas práticas.” há dois
III. [...] uma fita de Carlito nos Estados Unidos tem adjetivos superlativos absolutos.
uma significação muito diversa da que lhe dão fora de ( ) Em “Indivíduos anoréxicos geralmente apresentam
lá. (linhas 36 e 37) aparência macérrima e parcíssimo índice de nutrientes
IV. A interpretação cabe perfeitamente dentro do tipo no organismo.” há dois adjetivos superlativos
e mais: o americano bem sintéticos.
verdadeiramente americano, o que veda a entrada ( ) Em “José Teixeira fez o melhor projeto para a
do seu território a doentes e estropiados, [...] (linhas empresa, sendo considerado mais habilitado que os
47 e 48) outros candidatos para assumir a vaga de diretor
geral.” há dois adjetivos superlativos relativos.
As palavras em negrito têm valor de adjetivo
AV-F-F
A apenas em I, II e IV. BV-F-V
B apenas em I, III e IV. C F -V -V
C apenas em II e IV. DV-V-F
D apenas em III e IV. EF-F-V
E em todas.

21.(ESFCEX 2019- PROFESSOR DE PORTUGUÊS-


18. (ESFCEX- PROFESSOR DE PORTUGUÊS) Analise as OFICIAL DO EXÉRCITO)
alternativas abaixo e identifique em que sentença há
um grupo preposicionado equivalente a adjetivo. Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
A José adora comer feijão com ovo frito. Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
B Eu gosto de pão com manteiga. Que se escapa da boca de um cardíaco.
C João foi caçar com o cachorro.
D Maria vai viajar com a prima. A palavra produndissimamente é advérbio derivado da
E Ele comunicou o fato com tristeza. forma adjetiva profundíssima. Tal forma se encontra
flexionada no grau superlativo
19. (ESPCEX 2017) "(... ) uma sinistra cultura de
que bandido bom é bandido morto." A absoluto analítico.
O adjetivo em destaque apresenta, no texto, o B relativo analítico.
significado de: C absoluto sintético.
D relativo sintético.
A) errada E absoluto de superioridade.
B) maligna
C) desprezível
D) forte
E) correta
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em [E] a palavra destacada é um adjetivo, por


Gabarito: caracterizar o substantivo “mar”.

Resposta da questão 1: Resposta da questão 6:


[D] [A]

Relativamente à flexão de gênero, os adjetivos [B] Incorreta: o sufixo traz ideia de tamanho pequeno
uniformes dispensam a anteposição do artigo, [C] Incorreta: o prefixo “des-“ denota negação,
apresentando uma única forma, que serve tanto para o mostrando que o mar não é valorizado.
masculino quanto para o feminino, como o termo [D] Incorreta: “sem-cerimônia” é um substantivo
“humildes” da frase transcrita em [D]. composto.
[E] Incorreta: o verbo é formado por derivação sufixal.
Resposta da questão 2:
[B] Resposta da questão 7:
[E]
As locuções sublinhadas nas opções [A], [C], [D] e [E]
exercem função de adjetivo, pois caracterizam o Apenas em [E] a troca de posição implica mudança
substantivo a que se referem: “menina”, “algas”, semântica, uma vez que uma “mensagem simples”
“coisas” e “lama”, respectivamente. Poderiam ser indica que não há complexidade nela; já uma “simples
substituídas por adjetivos simples, como forasteira, mensagem” remete a algo comum, modesto.
marinha, silvestre e palustre, na mesma ordem.
Apenas em [B], a expressão “de canoa” exerce função Resposta da questão 8:
adverbial, de meio ou transporte. [C]

Resposta da questão 3: O advérbio, palavra invariável que indica as


[B] circunstâncias em que ocorre a ação, modifica um
verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, como
O adjetivo, cuja função é qualificar, geralmente fica acontece no segmento da oração “os dois viveram
depois do substantivo que ele modifica. No entanto, se demasiado perto”, onde o termo “demasiado”
a ordem for alterada, pode ocorrer mudança de estabelece relação de intensidade com o advérbio
sentido. Na expressão sublinhada da opção [B], o “perto”.
adjetivo “simples” apresenta noção semântica de
“comum”, normal”. Mas se estivesse posposto ao 09 A
substantivo, teria sentido de “modesta”: “simples 10 D
menina” (menina comum) / menina simples (menina 11.B
modesta). 12.C
13.A
Resposta da questão 4: 14.B
[B] 15.B
16.B
O adjetivo correspondente ao substantivo “cobre” é 17 B
“cúprico”, assim como “bode” a “hircino”, o que já 18 B
define como correta a alternativa [B]. Nas demais 19 B
alternativas, existe mais do que um adjetivo 20.D
equivalente ao substantivo: “pele” (epidérmico e 21 C
cutâneo), “braço” (braquial e braçal), “cobra”
(colubrino e ofídico) e “prata” (argênteo e argentino).

Resposta da questão 5:
[D]

Apenas em [D] a expressão sublinhada não tem valor


de adjetivo, acrescentando uma circunstância de modo
ao verbo.
Em [A], o trecho sublinhado indica uma Oração
Subordinada Adjetiva Restritiva; em [B] e [C], os
trechos são locuções adjetivas, caracterizando os
respectivos substantivos, “ruas” e “lojas”; finalmente,

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