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10º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO

PORTUGUÊS tinha coragem de olhar a menina um pouco mais alta


da ponta direita do banco.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Adoração de infância. Ao menos você conhece um
Passeio à Infância passarinho chamado saíra? É um passarinho miúdo:
imagine uma saíra grande que de súbito aparecesse a
Primeiro vamos lá embaixo no córrego; pegaremos um menino que só tivesse visto coleiros e curiós, ou
dois pequenos carás dourados. E como faz calor, veja, pobres cambaxirras. Imagine um arco-íris visto na mais
os lagostins saem da toca. Quer ir de batelão, na ilha, remota infância, sobre os morros e o rio. O menino da
comer ingás? Ou vamos ficar bestando nessa areia onde roça que pela primeira vez vê as algas do mar se
o sol dourado atravessa a água rasa? Não catemos balançando sob a onda clara, junto da pedra.
pedrinhas redondas para atiradeira, porque é urgente Ardente da mais pura paixão de beleza é a adoração
subir no morro; os sanhaços estão bicando os cajus da infância. Na minha adolescência você seria uma
maduros. É janeiro, grande mês de janeiro! tortura. Quero levá-la para a meninice. Bem pouca coisa
Podemos cortar folhas de pita, ir para o outro lado eu sei; uma vez na fazenda rira: ele não sabe nem
do morro e descer escorregando no capim até a beira passar um barbicacho! Mas o que sei lhe ensino; são
do açude. Com dois paus de pita, faremos uma balsa, pequenas coisas do mato e da água, são humildes
e, como o carnaval é só no mês que vem, vamos coisas, e você é tão bela e estranha! Inutilmente tento
apanhar tabatinga para fazer formas de máscaras. Ou convertê-la em menina de pernas magras, o joelho
então vamos jogar bola-preta: do outro lado do jardim ralado, um pouco de lama seca do brejo no meio dos
tem um pé de saboneteira. dedos dos pés.
Se quiser, vamos. Converta-se, bela mulher Linda como a areia que a onda ondeou. Saíra
estranha, numa simples menina de pernas magras e grande! Na adolescência e torturaria; mas sou um
vamos passear nessa infância de uma terra longe. É homem maduro. Ainda assim às vezes é como um
verdade que jamais comeu angu de fundo de panela? bando de sanhaços bicando os cajus de meu cajueiro,
Bem pouca coisa eu sei: mas tudo que sei lhe ensino. um cardume de peixes dourados avançando, saltando
Estaremos debaixo da goiabeira; eu cortarei uma ao sol, na piracema; um bambual com sombra fria, onde
forquilha com o canivete. Mas não consigo imaginá-la ouvi um silvo de cobra, e eu quisera tanto dormir. Tanto
assim; talvez se na praia ainda houver pitangueiras... dormir! Preciso de um sossego de beira de rio, com
Havia pitangueiras na praia? Tenho uma ideia vaga de remanso, com cigarras. Mas você é como se houvesse
pitangueiras junto à praia. Iremos catar conchas cor-de- demasiadas cigarras cantando numa pobre tarde de
rosa e búzios crespos, ou armar o alçapão junto do brejo homem.
para pegar papa-capim. Quer? Agora devem ser três
horas da tarde, as galinhas lá fora estão cacarejando de Julho, 1945
sono, você gosta de fruta-pão assada com manteiga?
Eu lhe vou aipim ainda quente com melado. Talvez você Crônica extraída do livro 200 crônicas escolhidas, de
fosse como aquela menina rica, de fora, que achou Rubem Braga
horrível nosso pobre doce de abóbora e coco.
Mas eu a levarei para a beira do ribeirão, na sombra
fria do bambual; ali pescarei piaus. Há rolinhas. Ou
então ir descendo o rio numa canoa bem devagar e de 1. (Efomm 2019) Assinale a opção na qual a palavra
repente dar um galope na correnteza, passando rente sublinhada se formou por um processo diferente das
às pedras, como se a canoa fosse um cavalo solto. Ou demais.
nadar mar afora até não poder mais e depois virar e a) Estaremos debaixo da goiabeira; eu cortarei uma
ficar olhando as nuvens brancas. Bem pouca coisa eu forquilha com o canivete.
sei; os outros meninos riram de mim porque cortei uma b) Mas eu a levarei para a beira do ribeirão, na sombra
iba de assa-peixe. Lembro-me que vi o ladrão morrer fria do bambual (...).
afogado com os soldados de canoa dando tiros, e havia c) Tinha uma que era para mim uma adoração.
uma mulher do outro lado do rio gritando. d) Ardente da mais pura paixão de beleza é a adoração
Mas como eu poderia, mulher estranha, convertê-la da infância.
em menina para subir comigo pela capoeira? Uma vez e) Preciso de um sossego de beira de rio, com remanso,
vi uma urutu junto de um tronco queimado; e me com cigarras.
lembro de muitas meninas. Tinha uma que para mim
uma adoração. Ah, paixão da infância, paixão que não
amarga. Assim eu queria gostar de você, mulher
estranha que ora venho conhecer, homem maduro.
Homem maduro, ido e vivido; mas quando a olhei, você
estava distraída, meus olhos eram outra vez daquele
menino feio do segundo ano primário que quase não
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: sobre tecidos, cordas e ventos, instrumentos de


navegação não informam mais ou menos. Assim, eles
se tornaram cientistas, especialistas, cada um na sua –
juntos para navegar.
Chegou então o momento de grande decisão – para
onde navegar. Um sugeria as geleiras do sul do Chile,
outro os canais dos fiordes da Noruega, um outro queria
conhecer os exóticos mares e praias das ilhas do
Pacífico, e houve mesmo quem quisesse navegar nas
rotas de Colombo. E foi então que compreenderam que,
quando o assunto era a escolha do destino, as ciências
que conheciam para nada serviam.
De nada valiam, tabelas, gráficos, estatísticas. Os
computadores, coitados, chamados a dar seu palpite,
ficaram em silêncio. Os computadores não têm
preferências – falta-lhes essa sutil capacidade de gostar,
que é a essência da vida humana. Perguntados sobre o
porto de sua escolha, disseram que não entendiam a
2. (G1 - epcar (Cpcar) 2018) Sobre a tirinha da Mafalda,
pergunta, que não lhes importava para onde se estava
assinale a alternativa que apresenta uma análise
indo.
INCORRETA.
Se os barcos se fazem com ciência, a navegação faz-
a) O segundo quadrinho apresenta uma quebra de
se com sonhos. Infelizmente a ciência, utilíssima,
expectativa em relação ao que expressa o adjetivo
especialista em saber como as coisas funcionam, tudo
presente no primeiro.
ignora sobre o coração humano. É preciso sonhar para
b) O uso do pronome demonstrativo “este”, no primeiro
se decidir sobre o destino da navegação. Mas o coração
quadrinho, justifica-se por se referir a algo que ainda
humano, lugar dos sonhos, ao contrário da ciência, é
vai ser apresentado no próximo quadrinho.
coisa preciosa. Disse certo poeta: Viver não é preciso.
c) O vocábulo “droga”, terceiro quadrinho, passou pelo
Primeiro vem o impreciso desejo. Primeiro vem o
processo de derivação imprópria e, no contexto,
impreciso desejo de navegar. Só depois vem a precisa
apresenta-se como interjeição.
ciência de navegar.
d) Se substituirmos o pronome “nós”, no sexto
Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas
quadrinho, por “as crianças”, o verbo poderá ser
imagens na mente dos poetas. Ezra Pound inicia seus
flexionado na primeira pessoa do plural.
Cânticos dizendo: E pois com a nau no mar/ assestamos
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
a quilho contra as vagas... Cecília Meireles: Foi, desde
O homem deve reencontrar o Paraíso...
sempre, o mar! A solidez da terra, monótona/ parece-
Rubem Alves
nos fraca ilusão! Queremos a ilusão do grande mar /
multiplicada em suas malhas de perigo. E Nietzsche:
Era uma família grande, todos amigos. Viviam como
Amareis a terra de vossos filhos, terra não descoberta,
todos nós: moscas presas na enorme teia de aranha que
no mar mais distante. Que as vossas velas não se
é a vida da cidade. Todos os dias a aranha que é a vida
cansem de procurar esta terra! O nosso leme nos
da cidade. Todos os dias a aranha lhes arrancava um
conduz para a terra dos nossos filhos... Viver é navegar
no grande mar!
pedaço. Ficaram cansados. Resolveram mudar de vida:
Não só os poetas: C. Wright Mills, um sociólogo
um sonho louco: navegar! Um barco, o mar, o céu, as
sábio, comparou a nossa civilização a uma galera que
estrelas, os horizontes sem fim: liberdade. Venderam o
navega pelos mares. Nos porões estão os remadores.
que tinham, compraram um barco capaz de atravessar
Remam com precisão cada vez maior. A cada novo dia
mares e sobreviver tempestades.
recebem novos, mais perfeitos. O ritmo da remadas
Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber.
acelera. Sabem tudo sobre a ciência do remar. A galera
São muitos os saberes necessários para se navegar.
navega cada vez mais rápido. Mas, perguntados sobre
Puseram-se então a estudar cada um aquilo que teria
o porto do destino, respondem os remadores: O porto
de fazer no barco: manutenção do casco, instrumentos
de navegação, astronomia, meteorologia, as velas, as
não nos importa. O que importada é a velocidade com
cordas, as polias e roldanas, os mastros, o leme, os
que navegamos.
C Wright Mills usou esta metáfora para descrever a
parafusos, o motor, o radar, o rádio, as ligações
nossa civilização por meio duma imagem plástica:
elétricas, os mares, os mapas... Disse cero o poeta:
multiplicam-se os meios técnicos e científicos ao nosso
Navegar é preciso, a ciência da navegação é saber
dispor, que fazem com que as mudanças sejam cada
preciso, exige aparelhos, números e medições. Barcos
vez mais rápidas; mas não temos ideia alguma de para
se fazem com precisão, astronomia se aprende com o
rigor da geometria, velas se fazem com saberes exatos
onde navegamos. Para onde? Somente um navegador
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louco ou perdido navegaria sem ter ideia do para onde. cada vez maior, e ninguém questiona a direção. E é
Em relação à vida da sociedade, ela contém a busca de assim que as florestas são destruídas, os rios se
uma utopia. Utopia, na linguagem comum, é usada transformam em esgotos de fezes e veneno, o ar se
como sonho impossível de ser realizado. Mas não é isso. enche de gases, os campos se cobrem de lixo – e tudo
Utopia é um ponto inatingível que indica uma direção. ficou feio e triste.
Mário Quintana explicou a utopia com um verso: Se Sugiro aos educadores que pensem menos nas
as coisas são inatingíveis... ora!/ não é um motivo para tecnologias do ensino – psicologias e quinquilharias – e
não querê-las... Que tristes os caminho, se não fora/ A tratem de sonhar, com os seus alunos, sonhos de um
mágica presença das estrelas! Karl Mannheim, outro Paraíso.
sociólogo sábio que poucos leem, já na década de 1920
diagnosticava a doença da nossa civilização: Não temos Obs.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acordo
consciência de direções, não escolhemos direções. Ortográfico.
Faltam-nos estrelas que nos indiquem o destino.
Hoje, ele dizia, as únicas perguntas que são feitas,
determinadas pelo pragmatismo da tecnologia (o 3. (Efomm 2018) Chegou então o momento da grande
importante é produzir o objeto) e pelo objetivismo da decisão – para onde navegar. Um sugeria as geleiras do
ciência (o importante é saber como funciona), são: sul do Chile, outro os canais dos fiordes (...).
Como posso fazer tal coisa? Como posso resolver este
problema concreto em particular? E conclui: E em todas Todas as palavras pertencem à classe gramaticam da
essas perguntas sentimos o eco intimista: não preciso palavra sublinhada na passagem acima, EXCETO a da
de me preocupar com o todo, ele tomará conta de si alternativa
mesmo. a) São muitos os saberes necessários para se navegar.
Em nossas escolas é isso que se ensina: a precisa b) (...) a galera navega em direção ao progresso, a uma
ciência da navegação, sem que os estudantes sejam velocidade cada vez maior, e ninguém questiona a
levados a sonhar com as estrelas. A nau navega veloz e direção.
sem rumo. Nas universidades, essa doença assume a c) E conclui: ‘E em todas essas perguntas sentimos o
forma de peste epidêmica: cada especialista se dedica eco otimista: não preciso de me preocupar com o
com paixão e competência, a fazer pesquisas sobre o todo, ele tomará conta de si mesmo’.
seu parafuso, sua polia, sua vela, seu mastro. d) O ritmo das remadas aceleram. Sabem tudo sobre a
Dizem que seu dever é produzir conhecimento. Se ciência do remar.
forem bem-sucedidas, suas pesquisas serão publicadas e) E foi então que compreenderam que, quando o
em revistas internacionais. Quando se lhes pergunta: assunto era a escolha do destino, as ciências que
Para onde seu barco está navegando?, eles respondem: conheciam para nada serviam.
Isso não é científico. Os sonhos não são objetos de
conhecimento científico. 4. (Efomm 2018) Quanto ao processo de formação de
E assim ficam os homens comuns abandonados por palavras, o de conversão NÃO está presente na palavra
aqueles que, por conhecerem mares e estrelas, lhes sublinhada na alternativa
poderiam mostrar o rumo. Não posso pensar a missão a) Disse certo o poeta: ‘Navegar é preciso’, a ciência da
das escolas, começando com as crianças e continuando navegação é saber preciso (...)
com os cientistas, como outra que não a da realização b) O ritmo das remadas acelera. Sabem tudo sobre a
do dito poeta: Navegar é preciso. Viver não é preciso. ciência de remar.
É necessário ensinar os precisos saberes da c) (...) multiplicam-se os meios técnicos e científicos ao
navegação enquanto ciência. Mas é necessário apontar nosso dispor, que fazem com que as mudanças sejam
com imprecisos sinais para os destinos da navegação: A cada vez mais rápidas (...)
terra dos filhos dos meus filhos, no mar distante... Na d) Em relação à vida da sociedade, ela contém a busca
verdade, a ordem verdadeira é a inversa. Primeiro, os de uma utopia.
homens sonham com navegar. Depois aprendem a e) A nau navega veloz e sem rumo. Nas universidades,
ciência da navegação. É inútil ensinar a ciência da essa doença (...)
navegação a quem mora nas montanhas.
O meu sonho para a educação foi dito por Bachelard:
O universo tem um destino de felicidade. O homem
deve reencontrar o Paraíso. O paraíso é o jardim, lugar
de felicidade, prazeres e alegrias para os homens e
mulheres. Mas há um pesadelo que me atormenta: o
deserto. Houve um momento em que se viu, por entre
as estrelas, um brilho chamado progresso. Está na
bandeira nacional... E, quilha contra as vagas, a galera
navega em direção ao progresso, a uma velocidade
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia o texto a seguir e responda à(s) questão(ões). Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões).

A PIPOCA
PROMESSA CONTRA SINAIS DA IDADE Rubem Alves
1
O tempo passa, e com ele os sinais da idade A culinária me fascina. De vez em quando eu
vão se espalhando pelo nosso organismo. Entre eles, os até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais
mais evidentes 2ficam estampados em nossa pele, e competente com as palavras que com as panelas. Por
rostos, na forma de rugas, flacidez e perda de isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado.
elasticidade. Um estudo publicado ontem no periódico Dedico-me a algo que poderia ter o nome de “culinária
científico Journal of Investigative Dermatology, no literária”. Já escrevi sobre as mais variadas entidades do
entanto, identificou um mecanismo molecular em mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de
células da pele que pode estar por trás deste processo, carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês,
abrindo caminho para o desenvolvimento de novos sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de
tratamentos para, se não impedir, pelo menos retardar um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o
o envelhecimento delas e, talvez, as de outros tecidos e filme A festa de Babette, que é uma celebração da
órgãos do corpo. comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas
Na pesquisa, cientistas da Universidade de limitações e competências, nunca escrevi como chef.
Newcastle, no Reino Unido, analisaram amostras de Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo –
células da pele de vinte e sete doadores com entre seis porque a culinária estimula todas essas funções do
e 72 anos, tiradas de locais protegidos do Sol, para pensamento.
determinar se havia alguma diferença no seu As comidas, para mim, são entidades oníricas.
comportamento com a idade. 3Eles verificaram que, Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca
quanto mais velha a pessoa, menor era a atividade de imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a
suas mitocôndrias, as “4usinas de energia” de nossas pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso
células. 5Essa queda, porém, 6era esperada, já que há que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos
décadas a redução na capacidade de geração de energia redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem,
por essas 7organelas celulares e na sua eficiência neste brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou
trabalho com o tempo é uma das principais vertentes psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com
nas teorias sobre envelhecimento. uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo
/.../ inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias
começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a
BAIMA, César. O Globo, 27 de fev. 2016, p. 24. relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um
bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura,
de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou
5. (Epcar (Afa) 2017) Ao abordar um tema científico em a mim, então, como um extraordinário objeto poético.
um jornal, é comum a prática de empregar recursos Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu
para torná-lo mais acessível e, portanto, mais atraente pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles
aos leitores comuns, não acostumados ao discurso das pipocas dentro de uma panela.
científico. Observa-se que o texto “Promessa contra Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A
sinais da idade”, com tal finalidade, apresenta os pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos,
seguintes recursos, EXCETO: religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo
a) emprego de título chamativo, cuja ideia de uma e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque
“promessa” contra o envelhecimento funciona como vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho
elemento de persuasão para os leitores. devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir
b) introdução narrativo-descritiva – considerando os juntas. Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a
dois períodos iniciais do texto –, com a finalidade de Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé baiano: que a
situar o tema como presente na realidade do leitor. pipoca é a comida sagrada do candomblé...
c) utilização da metáfora “usinas de energia” (ref. 4) A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.
para explicar, de maneira simbólica e mais acessível, Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus
a atividade das mitocôndrias. milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas,
d) uso do diminutivo com sentido afetivo no termo eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato
“organelas” (ref. 7), com o objetivo de criar é que, sob o ponto de vista do tamanho, os milhos da
proximidade entre o leitor e o tema. pipoca não podem competir com os milhos normais. Não
sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve
alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e
colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que
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assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Falando sobre os piruás com os paulistas descobri que
Havendo fracassado a experiência com água, tentou a eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que
gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter era gozação minha, que piruá é palavra inexistente.
imaginado. Repentinamente os grãos começaram a Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para
estourar, saltavam da panela com uma enorme confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o
barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo
com eles: os grãos duros quebra-dentes se William, extraordinário professor-pesquisador da
transformavam em flores brancas e macias que até as Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou
crianças podiam comer. O estouro das pipocas se cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com
transformou, então, de uma simples operação culinária, certeza ele tem uma explicação científica para os piruás.
em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de Mas, no mundo da poesia as explicações científicas não
todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver valem. Por exemplo: em Minas “piruá” é o nome que se
o estouro das pipocas! dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha
E o que é que isso tem a ver com o candomblé? prima, passada dos quarenta, lamentava: “Fiquei
É que a transformação do milho duro em pipoca macia piruá!” Mas acho que o poder metafórico dos piruás é
é símbolo da grande transformação porque devem muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais
passar os homens para que eles venham a ser o que que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham
devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o
deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: “Quem
da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios preservar a sua vida perdê-la-á.” A sua presunção e o
para comer, pelo poder do fogo podemos, seu medo são a dura casca do milho que não estoura.
repentinamente, nos transformar em outra coisa − O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira.
voltar a ser crianças! Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão
Mas a transformação só acontece pelo poder do dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre
fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não
a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece servem para nada. Seu destino é o lixo. Quanto às
com a gente. As grandes transformações acontecem pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser
quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo crianças e que sabem que a vida é uma grande
fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma brincadeira...
mesmice e dureza assombrosas. Só que elas não
percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito Disponível em
de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp.
a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Acessado em 31 de mai. 2016.
Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um
filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, Obs.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acordo
depressão – sofrimentos cujas causas ignoramos. Há Ortográfico.
sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem
fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da
grande transformação. 6. (Efomm 2017) No que tange ao processo de
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da formação de palavras, o termo destacado que se
panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense enquadra como formação-regressiva aparece na
que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua opção
casca dura, fechada em si mesma, ela não pode a) As comidas, para mim, são entidades oníricas.
imaginar destino diferente. Não pode imaginar a Provocam a minha capacidade de sonhar.
transformação que está sendo preparada. A pipoca não b) Um bom pensamento nasce como uma pipoca que
imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, estoura, de forma inesperada e imprevisível.
pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: c) É que a transformação do milho duro em pipoca
pum! − e ela aparece como uma outra coisa, macia é símbolo da grande transformação (...)
completamente diferente, que ela mesma nunca havia d) O estouro das pipocas se transformou, então, de
sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do uma simples operação culinária (...)
casulo como borboleta voante. e) O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-
Na simbologia cristã o milagre do milho de dentes, impróprios para comer (...)
pipoca está representado pela morte e ressurreição de
Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É
preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.
“Morre e transforma-te!” − dizia Goethe.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: com ela ia se repetir com meu coração batendo.
FELICIDADE CLANDESTINA E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela
Clarice Lispector sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não
escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes
excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um adivinho. Mas, adivinhando-me mesmo, às vezes aceito:
busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando
achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos danadamente que eu sofra.
da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa,
que qualquer criança devoradora de histórias gostaria sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro
de ter: um pai dono de livraria. esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu,
aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se
ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do cavando sob os meus olhos espantados.
pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, Até que um dia, quando eu estava à porta de
onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa,
Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a
“data natalícia” e “saudade”. aparição muda e diária daquela menina à porta de sua
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma
toda era pura vingança, chupando balas com barulho. confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco
Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho
imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa
cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa
seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e
humilhações a que ela me submetia: continuava a você nem quis ler!
implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. E o pior para essa mulher não era a descoberta
Até que veio para ela o magno dia de começar do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da
a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência
casualmente, informou-me que possuía As reinações de de perversidade de sua filha desconhecida e a menina
Narizinho, de Monteiro Lobato. loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse
para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro
E completamente acima de minhas posses. Disse-me agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por
que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me
o emprestaria. dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que
Até o dia seguinte eu me transformei na própria uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de
esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar querer.
num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. Como contar o que se seguiu? Eu estava
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu
correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando
numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que
meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a segurava o livro grosso com as duas mãos,
outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até
buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a chegar em casa, também pouco importa. Meu peito
esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava estava quente, meu coração pensativo.
na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia
de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter.
guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas,
dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais
amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde
ruas como sempre e não caí nenhuma vez. guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa
secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria
diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia.
casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor
resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, em mim. Eu era uma rainha delicada.
que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais Às vezes sentava-me na rede, balançando-me
tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase
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puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era 8. (Fuvest 2014) Sobre o elemento estrutural “oni”, que
uma mulher com o seu amante. forma as palavras do texto “onipotente” e “onisciente”,
só NÃO é correto afirmar:
Com base no texto acima, responda à(s) a) Equivale, quanto ao sentido, ao pronome “todos(as)”,
questão(ões) a seguir. usado de forma reiterada no texto.
b) Possui sentido contraditório em relação ao advérbio
“quase”, antecedente.
7. (Efomm 2016) Assinale a opção em que o processo c) Trata-se do prefixo “oni”, que tem o mesmo sentido
de formação da palavra sublinhada é diferente dos em ambas as palavras.
demais. d) Entra na formação de outras palavras da língua
a) Mas possuía o que qualquer criança devoradora de portuguesa, como “onipresente” e “onívoro”.
histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. e) Deve ser entendido em sentido próprio, em
b) Até que veio para ela o magno dia de começar a “onipotente”, e, em sentido figurado, em
exercer sobre mim uma tortura chinesa. “onisciente”.
c) Mas que talento tinha para a crueldade.
d) Comigo exerceu com calma ferocidade o seu TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
sadismo. A essência da teoria democrática é a supressão de
e) Como casualmente, informou-me que possuía ‘As qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou
reinações de Narizinho’, de Monteiro Lobato. na crença de que os conflitos e problemas humanos —
econômicos, políticos, ou sociais — são solucionáveis
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: pela educação, isto é, pela cooperação voluntária,
Leia o texto: mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro
que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos
Ora nesse tempo Jacinto concebera uma ideia... melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa
Este Príncipe concebera a ideia de que o “homem só é científica nos campos das ciências naturais e das
superiormente feliz quando é superiormente civilizado”. chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla,
E por homem civilizado o meu camarada entendia a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses
aquele que, robustecendo a sua força pensante com conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em
todas as noções adquiridas desde Aristóteles, e termos que os tornem acessíveis a todos.
multiplicando a potência corporal dos seus órgãos com
todos os mecanismos inventados desde Teramenes, Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.
criador da roda, se torna um magnífico Adão, quase
onipotente, quase onisciente, e apto portanto a recolher
[...] todos os gozos e todos os proveitos que resultam 9. (Fuvest 2013) Dos seguintes comentários linguísticos
de Saber e Poder... [...] sobre diferentes trechos do texto, o único correto é:
Este conceito de Jacinto impressionara os a) Os prefixos das palavras “imposição” e “imparcial”
nossos camaradas de cenáculo, que [...] estavam têm o mesmo sentido.
largamente preparados a acreditar que a felicidade dos b) As palavras “postulado” e “crença” foram usadas no
indivíduos, como a das nações, se realiza pelo ilimitado texto como sinônimas.
desenvolvimento da Mecânica e da erudição. Um desses c) A norma-padrão condena o uso de “essa”, no trecho
moços [...] reduzira a teoria de Jacinto [...] a uma forma “essa opinião”, pois, nesse caso, o correto seria usar
algébrica: “esta”.
d) A vírgula empregada no trecho “e a difusão desses
Suma ciência  conhecimentos, a mais completa” indica que, aí,
 ocorre a elipse de um verbo.
  = Suma felicidade
e) O pronome sublinhado em “que os tornem” tem como
Suma potência  referente o substantivo “termos”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


E durante dias, do Odeon à Sorbona, foi Todo o barbeiro é tagarela, e principalmente quando
louvada pela mocidade positiva a Equação Metafísica de tem pouco que fazer; começou portanto a puxar
Jacinto. conversa com o freguês. Foi a sua salvação e fortuna.
O navio a que o marujo pertencia viajava para a
Eça de Queirós, A cidade e as serras. Costa e ocupava-se no comércio de negros; era um dos
combóis que traziam fornecimento para o Valongo, e
estava pronto a largar.
— Ó mestre! disse o marujo no meio da conversa,
você também não é sangrador?
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— Sim, eu também sangro... que tudo isso, a questão racial revela, de forma
— Pois olhe, você estava bem bom, se quisesse ir particularmente evidente, nuançada e estridente, como
conosco... para curar 1a gente a bordo; morre-se ali que funciona a fábrica da sociedade, compreendendo
é uma praga. identidade e alteridade, diversidade e desigualdade,
— 2Homem, eu da cirurgia não entendo 3muito... cooperação e hierarquização, dominação e alienação.
— Pois já não disse que sabe também sangrar?
— Sim... Octavio Ianni. Dialética das relações sociais.
— Então já sabe até demais. Estudos avançados, n. 50, 2004.
No dia seguinte 4saiu o nosso homem pela barra
fora: a 6fortuna tinha-lhe dado o meio, cumpria sabê-lo 11. (Fuvest 2011) As palavras do texto cujos prefixos
aproveitar; de oficial de barbeiro dava um salto mortal traduzem, respectivamente, ideia de anterioridade e
a médico de navio negreiro; restava unicamente saber contiguidade são
fazer render a nova posição. Isso ficou por sua conta. a) “persistente” e “alteridade”.
Por um feliz acaso logo nos primeiros dias de viagem b) “discriminados” e “hierarquização”.
adoeceram dois marinheiros; chamou-se o médico; ele c) “preconceituosos” e “cooperação”.
fez tudo o que sabia... sangrou os doentes, e em pouco d) “subordinados” e “diversidade”.
tempo estavam bons, perfeitos. Com isto ganhou e) “identidade” e “segregados”.
imensa reputação, e começou a ser estimado.
Chegaram com feliz viagem ao seu destino; tomaram 12. (Fgv 2009) "Há anos o Itaú investe na cultura
o seu carregamento de gente, e voltaram para o Rio. brasileira e é desse compromisso com o país que nasceu
Graças à 5lanceta do nosso homem, nem um só negro o Itaúbrasil".
morreu, o que muito contribuiu para aumentar-lhe a ("Veja", 09.07.2008)
sólida reputação de entendedor do riscado.

Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento Assinale a alternativa CORRETA.


de milícias. a) Considerando os sentidos da frase, está correto
quanto à concordância o enunciado: "Muitos bancos,
como o Itaú, veem investindo na cultura brasileira".
10. (Fuvest 2011) Das seguintes afirmações acerca de b) A expressão "Itaúbrasil" funciona sintaticamente
diferentes elementos linguísticos do texto, a única como objeto direto do verbo "nascer".
correta é: c) Na frase, poder-se-ia substituir "Há anos" por "Fazem
a) A expressão sublinhada em “para curar a gente a anos", mantendo-se o registro padrão da língua.
bordo” (ref. 1) deve ser entendida como pronome d) Na frase, o pronome esse, em desse "compromisso",
de tratamento de uso informal. não tem sua referência explícita.
b) A fórmula de tratamento (ref. 2) com que o barbeiro e) O processo de formação de palavras de "Itaúbrasil"
se dirige ao marujo mantém o tom cerimonioso é o mesmo que ocorre com "norte-americano".
do início do diálogo.
c) O destaque gráfico da palavra “muito” (ref. 3) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
produz um efeito de sentido que é reforçado pelas TEXTO
reticências.
d) O pronome possessivo usado nos trechos “saiu o Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda
nosso homem” (ref. 4) e “lanceta do nosso
íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse,
homem” (ref. 5) configura o chamado plural de
e razões não tivesse para julgar, que este amor assim
modéstia.
absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós.
e) A palavra “fortuna”, tal como foi empregada (ref.6),
pode ser substituída por “bens”, sem prejuízo Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais;
para o sentido.
1
nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque
soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia,
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É
A questão racial parece um desafio do presente, mas este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel,
trata-se de algo que existe desde há muito tempo. o único que, como a própria vida, resiste às idades e às
Modifica-se ao acaso das situações, das formas de épocas. Tudo se transforma, tudo varia - o amor, o
sociabilidade e dos jogos das forças sociais, mas reitera- ódio, o egoísmo. 2Hoje é mais amargo o riso, mais
se continuamente, modificada, mas persistente. dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam,
Esse é o enigma com o qual se defrontam uns e 3
levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis.
outros, intolerantes e tolerantes, discriminados e Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior,
preconceituosos, segregados e arrogantes, o amor da rua.
subordinados e dominantes, em todo o mundo. Mais do João do Rio. A alma encantadora das ruas.
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13. (Fuvest 2009) Prefixos que têm o mesmo sentido d) composição por aglutinação.
ocorrem nas seguintes palavras do texto: e) composição por justaposição.
a) íntima / agremia.
b) resiste / deslizam. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
c) desprazeres / indissolúvel. Os leitores estarão lembrados do que o compadre
d) imperturbável / transforma. dissera quando estava a fazer castelos no ar a respeito
e) revelado / persiste. do afilhado, e pensando em dar-lhe o mesmo ofício que
exercia, isto é, daquele arranjei-me, cuja explicação
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: prometemos dar. Vamos agora cumprir a promessa.
Com a sociedade de consumo nasce a figura do Se alguém perguntasse ao compadre por seus pais, por
contribuinte. Tanto quanto a palavra consumo ou seus parentes, por seu nascimento, nada saberia
consumidor, a palavra contribuinte está sendo usada responder, porque nada sabia a respeito. Tudo de que
aqui numa acepção particular. No capitalismo clássico, se recordava de sua história reduzia-se a bem pouco.
os impostos que recaíam sobre os salários o faziam de Quando chegara à idade de dar acordo da vida achou-
uma forma sempre indireta. Geralmente, o Estado se em casa de um barbeiro que dele cuidava, porém que
taxava os gêneros de primeira necessidade, nunca lhe disse se era ou não seu pai ou seu parente,
encarecendo-os. Imposto direto sobre o contra-cheque nem tampouco o motivo por que tratava da sua pessoa.
era coisa, salvo engano, inexistente. Com o advento da Também nunca isso lhe dera cuidado, nem lhe veio a
sociedade de consumo, contudo, criaram-se as curiosidade de indagá-lo.
condições políticas para que o imposto de renda Esse homem ensinara-lhe o ofício, e por inaudito
afetasse uma parcela significativa da classe milagre também a ler e a escrever. Enquanto foi
trabalhadora. Quem pode se dar ao luxo de consumir aprendiz passou em casa do seu... mestre, em falta de
supérfluos ou mesmo poupar, pode igualmente pagar outro nome, uma vida que por um lado se parecia com
impostos. a do fâmulo*, por outro com a do filho, por outro com
(Fernando Haddad, Trabalho e classes sociais. Em: a do agregado, e que afinal não era senão vida de
Tempo Social, outubro de 1997) enjeitado, que o leitor sem dúvida já adivinhou que ele
o era. A troco disso dava-lhe o mestre sustento e
14. (Fgv 2008) Sobre os processos de formação de morada, e pagava-se do que por ele tinha já feito.
palavras, é correto afirmar que há a formação de um
a) substantivo por prefixação em supérfluos. (*) fâmulo: empregado, criado
b) adjetivo com sufixo com sentido de profissão em
contribuinte. (Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento
c) substantivo com prefixo com sentido de negação em
de milícias)
impostos.
d) substantivo por sufixação em consumidor.
e) adjetivo com prefixo com sentido de distanciamento
em advento. 16. (Fuvest 2003) No excerto, temos derivação
imprópria ou conversão (emprego de uma palavra fora
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: de sua classe normal) no seguinte trecho:
Pastora de nuvens, fui posta a serviço por uma campina
a) fazer castelos no ar.
tão desamparada que não principia nem também b) daquele arranjei-me.
termina, e onde nunca é noite e nunca madrugada. c) dar acordo da vida.
(Pastores da terra, vós tendes sossego, que olhais para d) nem tampouco o motivo.
o sol e encontrais direção. Sabeis quando é tarde, sabeis e) por inaudito milagre.
quando é cedo. Eu, não.)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Eu te amo
Esse trecho faz parte de um poema de Cecília Meireles,
intitulado Destino, uma espécie de profissão de fé da
autora. Ah, se já perdemos a noção da hora,
Se juntos já jogamos tudo fora,
Me conta agora como hei de partir...
15. (Fgv 2007) A palavra "desamparada" é formada por
a) derivação prefixal e sufixal. Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios,
b) derivação prefixal. Rompi com o mundo, queimei meus navios,
c) derivação parassintética.
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Me diz pra onde é que inda posso ir... TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Só os roçados da morte
(...) compensam aqui cultivar,
e cultivá-los é fácil:
Se entornaste a nossa sorte pelo chão, simples questão de plantar;
Se na bagunça do teu coração não se precisa de limpa,
Meu sangue errou de veia e se perdeu... de adubar nem de regar;
as estiagens e as pragas
(...) fazem-nos mais prosperar,
e dão lucro imediato;
Como, se nos amamos como dois pagãos, nem é preciso esperar
Teus seios inda estão nas minhas mãos, pela colheita: recebe-se
Me explica com que cara eu vou sair... na hora mesma de semear.
(João Cabral de Melo Neto, MORTE E VIDA SEVERINA)
Não, acho que estás só fazendo de conta,
Te dei meus olhos pra tomares conta,
Agora conta como hei de partir... 20. (Fuvest 2001) O mesmo processo de formação da
palavra destacada em "não se precisa de LIMPA" ocorre
em:
(Tom Jobim - Chico Buarque)
a) "no mesmo VENTRE crescido".
b) "iguais em tudo e na SINA".
17. (Fuvest 2003) O prefixo assinalado em "DESVARIO" c) "jamais o cruzei a NADO".
expressa d) "na minha longa DESCIDA".
a) negação. e) "todo o VELHO contagia".
b) cessação.
c) ação contrária. FIM DA PROVA DE PORTUGUÊS
d) separação.
e) intensificação.
FÍSICA
18. (Fgv 2002) É comum que, na formação das palavras
da língua portuguesa, algumas se tenham consagrado 21. (Unesp 2022) Duas pessoas estão paradas de
com prefixo latino e outras se tenham consagrado com frente e à mesma distância de uma parede vertical,
prefixo grego, ambos com o mesmo significado. Isso segurando, cada uma, a extremidade de uma corda
acontece em qual alternativa? elástica, que tem a outra extremidade fixa nessa
parede, na posição horizontal e em repouso.
a) Ditirambo e exaltação.
Simultaneamente, essas pessoas começam a fazer
b) Progresso e pregresso.
essas cordas oscilarem e, em um mesmo intervalo de
c) Diversidade e desgarrar.
tempo, as duas cordas assumem as configurações
d) Diáfano e tranquilo.
mostradas nas figuras 1 e 2.
e) Ambidestro e anfibologia.

19. (Fgv 2001) Assinale a alternativa em que se observe


o mesmo processo de formação de palavras que ocorre
em EMPOBRECER.
a) Apogeu.
b) Apelar.
c) Circular.
d) Crucifixo.
e) Apedrejar.
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d) progressivo e retrógrado.
Sendo v1 e v2 as velocidades de propagação das ondas e) progressivo e constante.
nas cordas nas figuras 1 e 2, respectivamente, temos
que: 24. (Fuvest-Ete 2022) Uma força de tração T é aplicada
a) v 2 = 1,0  v1 em um ângulo 0  θ  90 sobre um bloco de peso P,
b) v 2 = 0,6  v1 que permanece em repouso. Estão agindo também a
c) v 2 = 0,8  v1 força normal N e uma força de atrito Fat , conforme
d) v 2 = 1,2  v1 mostrado no diagrama:
e) v 2 = 1,6  v1

22. (Unesp 2022) Quando a luz de um semáforo fica


verde, um veículo parado parte com aceleração escalar
constante, a1, e se move por uma rua retilínea até
atingir uma velocidade máxima, Vmáx, em um intervalo
de tempo T1. A partir desse instante, inicia um processo
de frenagem, também com aceleração escalar
constante, até parar novamente, no semáforo seguinte,
em um intervalo de tempo T2. O gráfico representa a
variação da velocidade desse veículo em função do
tempo, nesse movimento.

Indique a alternativa que relaciona corretamente as


forças F, P, N e Fat :

Note e Adote:
Assuma as direções e sentidos das forças conforme
desenhado, mas as magnitudes são arbitrárias e não
representadas em escala.
a) T  Fat e N  P
b) T  Fat e N = P
c) T = Fat e N = P
d) T = Fat e N  P
e) T  Fat e N  P

RASCUNHO
No trajeto entre os dois semáforos, a velocidade escalar
média desse veículo foi de:
a) 2  a1  T1
a1  (T1 + T2 )
b)
2
c) 2  a1  (T1 + T2 )
a1  T1
d)
2
e) a1  T1

23. (Espcex (Aman) 2022) Dois carros, A e B,


percorrem uma mesma estrada, e suas respectivas
funções horárias da posição são dadas por
S A (t) = 2t − 5 e SB (t) = t 2 − 4 onde S é dado em
metros e t é dado em segundos. No instante em que os
carros se encontram, o movimento do carro B é
classificado como:
a) retrógrado e acelerado.
b) retrógrado e retardado.
c) progressivo e acelerado.
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25. (Unesp 2022) Um garoto gira uma esfera de 500 g


ao redor de seu corpo, mantendo o braço esticado na
vertical e segurando um fio ideal de comprimento 65
cm, conforme a figura. A esfera gira em uma trajetória
circular contida em um plano horizontal de raio de
curvatura 60 cm.

No final do intervalo de tempo T1 + T2 , a velocidade


escalar adquirida pelo veículo foi de:
F(T1 + T2 )
Adotando g = 10 m/s2 e desprezando a resistência do a)
M
ar, a intensidade da força de tração que atua no fio é
a) 18 N. F(T1 + 2T2 )
b)
b) 12 N. M
c) 13 N. F(T1 + T2 )
c)
d) 15 N. 2M
e) 8 N. F(2T1 + T2 )
d)
M
26. (Unesp 2022) Uma pequena esfera é abandonada F(3T1 + T2 )
do repouso no ponto 1 e, após deslizar sem rolar pela e)
3M
pista mostrada em corte na figura, perde contato com
ela no ponto 2, passando a se mover em trajetória
RASCUNHO
parabólica, até atingir o solo horizontal.

Adotando g = 10 m/s2, desprezando o atrito e a


resistência do ar, quando a esfera passar pelo ponto 3,
ponto mais alto de sua trajetória fora da pista, a
componente horizontal da velocidade vetorial da esfera
terá módulo igual a
a) 1,0 m/s.
b) 1,8 m/s.
c) 2,0 m/s.
d) 1,5 m/s.
e) 2,5 m/s.

27. (Unesp 2022) Dois amigos reuniram-se para


empurrar um veículo de massa M, em linha reta, a partir
do repouso, sobre uma superfície plana e horizontal.
Entre as posições inicial e final, atuou sobre o veículo
uma força resultante (FR) que variou em função do
tempo, em dois intervalos T1 e T2, conforme o gráfico.
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28. (Fcmscsp 2022) A figura mostra uma prateleira


horizontal formada por uma tábua homogênea de peso
20 N sustentada por dois apoios, X e Y, equidistantes
das extremidades da tábua. Sobre a prateleira, há dois
vasos, V1 e V2, de pesos 50 N e 40 N, respectivamente.

Adotando os valores para a constante universal dos


gases e para o calor específico molar desse gás a
As intensidades das forças aplicadas na tábua pelos
volume constante, a quantidade de calor absorvida pelo
apoios X e Y valem, respectivamente,
gás para que sofresse tal transformação foi de
a) 52 N e 38 N.
a) 16.000 J.
b) 62 N e 48 N.
b) 14.000 J.
c) 45 N e 45 N.
c) 18.000 J.
d) 50 N e 40 N.
d) 12.000 J.
e) 55 N e 55 N.
e) 10.000 J.
29. (Fmp 2022) Um recipiente encerra uma certa
RASCUNHO
quantidade constante de gás, considerado ideal. As
transformações FG, GH, HI e IF, sofridas por esse gás,
são mostradas a seguir, no diagrama Pressão (P) versus
Temperatura (T).

As transformações nas quais a vizinhança executa


trabalho mecânico sobre o gás são
a) FG e GH
b) HI e IF
c) IF e GH
d) FG e HI
e) GH e HI

30. (Unesp 2022) Em um recipiente de paredes rígidas,


estão confinados 4 mols de um gás monoatômico ideal
que, ao absorver determinada quantidade de calor,
sofreu uma transformação isovolumétrica entre dois
estados, I e II, representada no diagrama P  V.
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31. (Fmj 2022) Um balão meteorológico, preenchido QUÍMICA


com gás hélio, foi lançado com volume de 3,0 m3,
temperatura de 300 K e pressão interna de 1,0  105 Pa. 33. (Espcex (Aman) 2020) Um experimento usado nas
aulas práticas de laboratório da EsPCEx para
Ao atingir certa altitude, o balão explodiu quando a
compreensão da reatividade química é pautado na
pressão e a temperatura do gás no seu interior eram,
reação entre magnésio metálico (Mg0 ) e ácido
respectivamente, 2,0  103 Pa e 220 K. Considerando
clorídrico (HC ). Experimentalmente consiste em
que o gás hélio se comporte como um gás ideal, o
volume do balão no momento da explosão era mergulhar uma fita de magnésio metálico numa solução
a) 150 m3. de concentração 0,1 mol L de ácido clorídrico.
b) 125 m3.
c) 180 m3. Acerca do processo acima descrito e considerando-se
d) 110 m3. ocorrência de reação, são feitas as seguintes
e) 220 m3. afirmativas:

32. (Unesp 2022) Em um experimento de calorimetria I. A ocorrência da reação é evidenciada pela formação
realizado no nível do mar, um estudante colocou 600 g de bolhas do gás oxigênio.
de água a 10 °C e 100 g de gelo a –40 °C em um II. Um dos produtos formados na reação é o óxido de
calorímetro ideal, onde já existiam 800 g de água a 5 magnésio.
°C, em equilíbrio térmico com o calorímetro. III. O coeficiente estequiométrico do ácido clorídrico,
após a escrita da equação da reação corretamente
balanceada, é 2.
IV. O agente oxidante dessa reação de oxidorredução é
o ácido clorídrico.
V. Considerando a solução inicial do ácido clorídrico de
concentração 0,1 mol L como 100% ionizado (ácido
forte), o pH dessa solução é 2.

Assinale a alternativa que apresenta todas as


afirmativas corretas, dentre as listadas acima.
a) I, II e III.
b) III e IV.
c) III, IV e V.
d) I, II e V.
Sabendo que o calor específico da água líquida é e) II e V.
1 cal (g  C), que o calor específico do gelo é
0,5 cal (g  C) e que o calor latente de fusão do gelo é 34. (Espcex (Aman) 2020) O fósforo branco, substância
química cuja estrutura é representada pela fórmula P4 ,
80 cal/g, depois de atingido o novo equilíbrio térmico
havia, dentro do calorímetro, é utilizado em algumas munições fumígenas (munições
a) 1 500 g de água líquida a 10 °C. que produzem fumaça). Ele pode ser obtido a partir da
b) 1 450 g de água líquida e 50 g de gelo a 0 °C. fosforita (Ca3 (PO 4 )2 ), um mineral de fosfato de cálcio,
c) 1 500 g de gelo a – 5 °C. por meio da reação com sílica (dióxido de silício – SiO2 )
d) 1 500 g de água líquida a 0 °C. e carvão coque (C) num forno especial a 1.300 C.
e) 1 500 g de gelo a 0 °C.
A equação não balanceada da reação é:
FIM DA PROVA DE FÍSICA
Ca3 (PO4 )2(s) + SiO2(s) + C(s) → CaSiO3(s) + CO(g) + P4(s)
RASCUNHO

Acerca deste processo, são feitas as seguintes


afirmativas:

I. Após o balanceamento da equação por


oxidorredução, a soma dos coeficientes
estequiométricos é igual a 35.
II. O dióxido de silício é uma molécula que apresenta
estrutura de geometria molecular angular.
III. O agente redutor do processo é o dióxido de silício.
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IV. Neste processo ocorre a oxidação do carbono. d) 6p5 e 5º período.

Assinale a alternativa que apresenta todas as e) 6p3 e 6º período.


afirmativas corretas, dentre as listadas acima.
a) I, II e III. RASCUNHO
b) I, III e IV.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) I e IV.

35. (Espcex (Aman) 2019- modificada) “As reações


químicas ocorrem sempre em uma proporção constante,
que corresponde ao número de mol indicado pelos
coeficientes da equação química. Se uma das
substâncias que participa da reação estiver em
quantidade maior que a proporção correta, ela não será
consumida totalmente. Essa quantidade de substância
que não reage é chamada excesso (...).

O reagente que é consumido totalmente, e por esse


motivo determina o fim da reação, é chamado de
reagente limitante.”

USBERCO, João e SALVADOR, Edgard. Química, Vol. 1:


Química Geral. 14ª ed. Reform - São Paulo: Ed. Saraiva,
2009, pág. 517.

Um analista precisava neutralizar uma certa quantidade


de ácido sulfúrico (H2SO 4 ) de seu laboratório e tinha
hidróxido de sódio (NaOH) à disposição para essa
neutralização. Ele realizou a mistura de 200 g de ácido
sulfúrico com 100 g de hidróxido de sódio e verificou
que a massa de um dos reagentes não foi
completamente consumida nessa reação. Sabendo-se
que o reagente limitante foi completamente consumido,
a massa do reagente que sobrou como excesso após a
reação de neutralização foi aproximadamente:

Dado: massa atômica do


H = 1u; O = 16 u; Na = 23 u; C = 35,5.
a) 52,4 g.
b) 230,2 g.
c) 384,7 g.
d) 122,5 g.
e) 77,3 g

36. (Espcex (Aman) 2020 - modificada) Considerando


a distribuição eletrônica do átomo de antimônio (51Sb)
no seu estado fundamental, conforme o diagrama de
Linus Pauling, pode-se afirmar que seu subnível mais
energético e o período em que se encontra na tabela
periódica são, respectivamente:
a) 5p5 e 5º período.
b) 5d9 e 6º período.
c) 6s2 e 6º período.
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37. (Espcex (Aman) 2018) Células galvânicas (pilhas) 38. (Fgv 2007) Na tabela, são apresentadas algumas
são dispositivos nos quais reações espontâneas de características de quatro importantes polímeros.
oxidorredução geram uma corrente elétrica. São
dispostas pela combinação de espécies químicas com
potenciais de redução diferentes. Existem milhares de
células galvânicas possíveis. Considere as semirreações
abaixo e seus respectivos potenciais de redução nas
condições padrão (25 C e 1 atm).

+
A 3(aq) + 3 e− → A (s) ΔEºred = −1,66 V
3+
Au(aq) + 3 e− → Au(s) ΔEºred = +1,50 V
2+
Cu(aq) + 2 e− → Cu(s) ΔEºred = +0,34 V

Baseado nas possibilidades de combinações de células


galvânicas e suas representações esquemáticas
recomendadas pela União Internacional de Química
Pura e Aplicada (IUPAC), são feitas as seguintes
Polipropileno, poliestireno e polietileno são,
afirmativas:
respectivamente, os polímeros:
I. a diferença de potencial (d.d.p.) da pilha formada a) X, Y e Z..
pelas espécies químicas alumínio e cobre e b) X, Z e W.
representada esquematicamente por c) Y, W e Z..
+ 2+ d) Y, Z e X..
A (s) | A 3(aq) || Cu(aq) | Cu(s) é de +1,52 V (nas
e) Z, Y e X..
condições-padrão);
RASCUNHO
II. na pilha formada pelas espécies químicas cobre e
ouro e representada esquematicamente por
2+ 3+
Cu(s) | Cu(aq) || Au(aq) | Au(s) , a reação global
corretamente balanceada é:
3+ 2+
3 Cu(s) + 2 Au(aq) → 3 Cu(aq) + 2 Au(s)

III. na pilha formada pelas espécies químicas cobre e


ouro e representada esquematicamente por
2+ 3+
Cu(s) | Cu(aq) || Au(aq) | Au(s) , o agente redutor é o
Cu(s) ;

IV. a representação IUPAC correta de uma pilha de


alumínio e ouro (A − Au) é
3+ +
Au(s) | Au(aq) || A 3(aq) | A (s) .

Estão corretas apenas as afirmativas


a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.
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39. (Espcex (Aman) 2013) Dada a seguinte equação 41. (Espcex (Aman) 2011) O quadro a seguir relaciona
iônica de oxidorredução da reação, usualmente utilizada algumas substâncias químicas e sua(s) aplicação(ões)
em etapas de sínteses químicas, envolvendo o íon ou característica(s) frequentes no cotidiano.
( )
dicromato Cr2O72− e o ácido oxálico (H2C2O4 ) :
Orde Substânc Aplicação(ões)/Caracterí
m ias stica(s)
Cr2O72− + H2C2O4 + H+ → Cr 3 + + CO2 + H2O Hipoclorito
I Alvejante, agente antisséptico
de sódio
Considerando a equação acima e o balanceamento de Ácido
II Indústria de explosivos
equações químicas por oxidorredução, a soma total dos nítrico
coeficientes mínimos e inteiros obtidos das espécies Hidróxido Produção de fertilizantes e
III
envolvidas e a substância que atua como agente redutor de amônio produtos de limpeza
são, respectivamente, Óxido de Controle de acidez do solo e
IV
a) 21 e ácido oxálico. cálcio caiação
b) 26 e dicromato.
c) 19 e dicromato. As fórmulas químicas das substâncias citadas nesse
d) 27 e ácido oxálico. quadro são, na ordem, respectivamente:
e) 20 e hidrogênio. a) I. NaC O ; II. HNO3 ; III. NH4 OH ; IV. CaO .
b) I. NaC O 4 ; II. HNO3 ; III. NH3 OH ; IV. CaO .
40. (Espcex (Aman) 2012) A tabela abaixo apresenta
c) I. NaC O ; II. HNO3 ; III. NH3 OH ; IV. CaO .
alguns dos produtos químicos existentes em uma
residência. d) I. NaC O ; II. HNO2 ; III. NH4 OH ; IV. CaO2 .
e) I. NaC O 4 ; II. HNO2 ; III. NH3 OH ; IV. CaO2 .
Um dos
Fórmula do
Produto componentes do RASCUNHO
componente
produto
Sal de cozinha Cloreto de sódio NaC
Açúcar Sacarose C12H22O11
Refrigerante Ácido Carbônico H2CO3
Limpa-forno Hidróxido de sódio NaOH

Assinale a alternativa correta:


a) O cloreto de sódio é um composto iônico que
apresenta alta solubilidade em água e, no estado
sólido, apresenta boa condutividade elétrica.
b) A solução aquosa de sacarose é uma substância
molecular que conduz muito bem a corrente elétrica
devido à formação de ligações de hidrogênio entre as
moléculas de sacarose e a água.
c) O hidróxido de sódio e o cloreto de sódio são
compostos iônicos que, quando dissolvidos em água,
sofrem dissociação, em que os íons formados são
responsáveis pelo transporte de cargas.
d) Soluções aquosas de sacarose e de cloreto de sódio
apresentam condutividade elétrica maior que aquela
apresentada pela água destilada (pura), pois existe a
formação de soluções eletrolíticas, em ambas as
soluções.
e) O ácido carbônico é um diácido, muito estável, sendo
considerado como ácido forte, não conduz corrente
elétrica.
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42. (Espcex (Aman) 2011) (


O íon nitrato NO3 − , a ) 44. (Espcex (Aman) 2012) O aspartame é um adoçante
artificial usado para adoçar bebidas e alimentos.
molécula de amônia (NH3 ) , a molécula de dióxido de Abaixo está representada a sua fórmula estrutural.
enxofre ( SO2 ) e a molécula de ácido bromídrico
(HBr ) apresentam, respectivamente, a seguinte
geometria:

Elem
N O H S Br
ento
(Nitrog (Oxig (Hidrog (Enxo (Bro
Quím
ênio) ênio) ênio) fre) mo)
ico
Núm
ero Z = Z =
Z=7 Z=8 Z=1
Atôm 16 35
ico
Sobre essa estrutura, são feitas as seguintes
afirmações:
a) piramidal; trigonal plana; linear; angular.
b) trigonal plana; piramidal; angular; linear.
I. As funções orgânicas existentes na molécula dessa
c) piramidal; trigonal plana; angular; linear.
substância são características, apenas, de éter,
d) trigonal plana; piramidal; trigonal plana; linear.
amina, amida, ácido carboxílico e aldeído.
e) piramidal; piramidal; trigonal plana; tetraédrica.
II. A fórmula molecular do aspartame é C13H15N2O5 .
43. (Espcex (Aman) 2020) Um aluno, durante uma aula III. A função amina presente na molécula do aspartame
de química orgânica, apresentou um relatório em que é classificada como primária, porque só tem um
indicava e associava alguns compostos orgânicos com o hidrogênio substituído.
tipo de isomeria plana correspondente que eles IV. A molécula de aspartame possui 7 carbonos com
apresentam. Ele fez as seguintes afirmativas acerca hibridização sp3 e 4 carbonos com hibridização
desses compostos e da isomeria correspondente: sp2 .
I. os compostos butan-1-ol e butan-2-ol apresentam V. O aspartame possui 6 ligações π (pi) na sua
entre si isomeria de posição. estrutura.
II. os compostos pent-2-eno e 2 metilbut-2-eno
apresentam entre si isomeria de cadeia. Das afirmações feitas está(ão) corretas:
III. os compostos propanal e propanona apresentam a) apenas I e III.
entre si isomeria de compensação (metameria). b) apenas II e III.
IV. os compostos etanoato de metila e metanoato de c) apenas III e V.
etila apresentam entre si isomeria de função. d) apenas II e IV.
e) apenas I e IV.
Das afirmativas feitas pelo aluno, as que apresentam a
correta relação química dos compostos orgânicos
citados e o tipo de isomeria plana correspondente são FIM DA PROVA DE QUÍMICA
apenas
a) I e II. RASCUNHO
b) I, II e III.
c) II e IV.
d) I, II e IV.
e) III e IV.
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REDAÇÃO

Texto I

Cada vez mais os filhos prolongam sua estada


na casa dos pais, desfrutando de carinho e apoio quase
inesgotáveis, liberdade, a comidinha predileta e outros
confortos. Os pais parecem aceitar essa adolescência
quase perpétua numa boa e, em muitos casos,
estimulam a permanência dos filhos em casa até como
uma estratégia para enfrentar o próprio envelhecimento.
Liane Alves

Texto II

Uma pesquisa que ouviu 2.425 jovens em seis


capitais e no interior de São Paulo aponta que 82%
deles têm pouca ou nenhuma vontade de morar longe
dos pais. A principal razão é o bom relacionamento
dentro de casa. Apenas 7% da garotada se dão mal com
o pai e só 3% não se dão bem com a mãe.
Revista Veja

Texto III

A adolescência vem se tornando cada vez mais


longa. Parece que boa parte dos jovens insiste em não
crescer, em não assumir tarefas e responsabilidades
que caracterizam a idade adulta. Ao mesmo tempo,
cresce a marginalização de jovens das classes média e
alta, o aumento do uso de drogas, da violência e do
consumismo, e o estabelecimento da cultura do prazer
e do lazer, que dispensa toda espécie de
responsabilidade.
Adaptado da Editora Record

Texto IV

O fato de jovens estarem optando por estudar


por um período de tempo mais longo, não só até a
faculdade, assim como a decisão cada vez mais
frequente de adiar casamento e
maternidade/paternidade, estariam mudando a
percepção das pessoas de quando a vida adulta começa,
dizem pesquisadores australianos em um artigo
publicado nesta semana na revista científica Lancet
Child & Adolescent Health. Para eles, a redefinição da
duração da adolescência seria essencial para assegurar
que as leis que dizem respeito a esses jovens
continuassem sendo asseguradas. Outros especialistas,
no entanto, dizem que postergar o fim da adolescência
pode mais adiante infantilizar os jovens.
Katie Silver, BBC News.

Redija uma dissertação argumentativa sobre a


resistência dos jovens ao amadurecimento e a tendência
de perpetuar a adolescência.

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