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Atanásio de Alexandria

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Atanásio de Alexandria (em grego: Ἀθανάσιος


Ἀλεξανδρείας; transl.: Athanásios Alexandrías; em latim: Santo Atanásio de Alexandria
Athanasius), dito o Grande ou o Confessor, chamado
também de o Apostólico na Igreja Ortodoxa Copta, foi o
vigésimo arcebispo de Alexandria (como Atanásio I de
Alexandria). Seu episcopado durou 45 anos (c. 8 de junho
de 296 – 2 de maio de 373), dos quais dezessete ele passou
exilado, em cinco ocasiões diferentes e por ordem de quatro
diferentes imperadores romanos. Atanásio foi um
importante teólogo cristão, um dos "padres da Igreja", o
principal defensor do trinitarismo contra o arianismo e um
grande líder da comunidade de Alexandria no século IV.

O conflito contra Ário e seus seguidores, apoiados muitas


vezes pela corte em Roma, moldou a carreira de Atanásio.
Em 325, com 27 anos, começou a luta contra os arianos
como assistente de seu arcebispo, Alexandre, no Concílio
de Niceia, convocado pelo imperador Constantino I entre
maio e agosto de 325 para tratar da tese ariana de que o
Filho de Deus, Jesus de Nazaré, e Deus Pai seriam de
substâncias (ousia) diferentes[2]. Três anos depois de
Niceia, Atanásio sucedeu ao seu mentor como arcebispo.

Além do conflito contra os arianos, que incluía o poderoso e


influente partido liderado por Eusébio de Nicomédia, ele Ícone de Santo Atanásio
lutou também contra os imperadores Constantino,
Papa de Alexandria; Confessor; Doutor da Igreja
Constâncio II, Juliano, o Apóstata e Valente e, por isso, era
(Doctor Incarnationis)[1]
conhecido como "Athanasius Contra Mundum" em latim.
Nascimento c. 296 em Alexandria, no Egito
Apesar disso, poucos anos depois de sua morte, Gregório de Morte 2 de maio de 373 (77 anos) em
Nazianzo chamou-o de "Pilar da Igreja". Suas obras foram Alexandria, no Egito
celebradas por todos os padres da Igreja que vieram depois Veneração Praticamente todas as confissões
dele, tanto no ocidente quanto no oriente, que ressaltaram por cristãs
sua rica devoção ao Verbo-encarnado, sua grande Principal Catedral Ortodoxa Copta de São
preocupação pastoral e seu profundo interesse no nascente templo Marcos no Cairo, Egito
monasticismo. Atanásio aparece entre os quatro grandes Igreja de São Zacarias, Veneza, Itália

doutores da Igreja orientais da Igreja Católica Romana[3]. Festa 2 de maio (cristianismo ocidental)
litúrgica 15 de maio na Igreja Ortodoxa Copta
Na Ortodoxia, ele é chamado de "Pai da Ortodoxia". 18 de janeiro (demais igrejas orientais)
Algumas denominações protestantes chamam-no de "Pai do
Atribuições Bispo discutindo com um pagão; Bispo
Cânon". Atanásio se envolveu tanto contra Ário com aquilo segurando um livro aberto; Bispo
que o apóstolo Paulo chama de "a letra mata" que ele pisoteando um herético derrotado
esqueceu de ler Colossenses 1.15 que diz: "Este é a imagem Portal dos Santos
do Deus invisível, o primogênito de toda a criação". No
contexto em colossenses onde se encontra este versículo
podemos ver claramente Paulo mostrar a Jesus como um ser criado por Deus, mesmo que sendo o primeiro de
todas as criações Jesus foi criado e ordenado Deus Filho juntamente com o Espírito Santo formando assim a
trindade. Tem muitas passagens na bíblia que Deus sempiterno atemporal só existe um, e todos os demais são
criaturas: Jesus diz de si mesmo: "todo o poder é me dado no céu e na terra" já Deus diz de si também o
seguinte: "quem primeiro me deu para que eu o venha a restituir"? Ou seja Jesus mostra que de alguém recebeu
alguma coisa, Deus entretanto mostra que ninguém pode lhe dar nada justamente porque nele esta o tudo e o
todo.

Índice
1 Biografia
1.1 Primeiros anos
1.2 Educação
1.3 Início da controvérsia ariana
1.4 Patriarca
1.4.1 Primeiro exílio (11 de julho de 335—22 de novembro de 337)
1.4.2 Segundo exílio (16 de abril de 339—21 de outubro de 346)
1.4.3 Terceiro exílio (10 de julho de 356—21 de fevereiro de 362)
1.4.4 Quarto exílio (24 de outubro de 362—5 de setembro de 363)
1.4.5 Quinto exílio (5 de outubro de 365—31 de janeiro de 366)
1.4.6 Anos finais
2 Obras
2.1 Obras teológicas e polêmicas
2.2 Hagiográficas
2.3 Literatura copta
2.4 Obras incorretamente atribuídas a Atanásio
2.5 Cânon do Novo Testamento
3 Veneração
4 Personalidade
4.1 Aliados
4.2 Críticos
5 Ver também
6 Referências
7 Bibliografia
8 Ligações externas

Biografia
Primeiros anos

Atanásio nasceu em Alexandria ou, possivelmente, na cidade de Damanhur, perto do delta do Nilo, no Egito
romano em 296[4]. Alguns acadêmicos ocidentais consideram que seu domínio do grego, língua que Atanásio
utilizou na maioria das obras sobreviventes, evidenciam que ele seria de origem grega. Porém, na literatura
copta, ele é considerado como sendo o primeiro patriarca de Alexandria a fazer uso do copta juntamente com o
grego em suas obras[5].

A Enciclopédia Católica[4] afirma que Atanásio teria nascido entre c. 296 e antes de 298. O argumento para esta
última data começa com uma análise do compilador das famosas "Cartas Pascoais" logo depois de sua morte.
Este autor, anônimo, afirmou que os arianos haviam acusado Santo Atanásio, entre outras coisas, de não ter
ainda atingido a idade canônica (30 anos) e, por isso, não poderia teria ter sido ordenado patriarca de
Alexandria em 328. Como ele não foi julgado novamente por essas acusações, Atanásio deve ter pelo menos
parecido ter mais de 30 anos em 328 para a acusação ser minimamente plausível[6]. Além disso, em duas
passagens distintas (Hist. Ar., lxiv e De Syn., xviii), Atanásio afirma não se lembrar de ter sido testemunha
ocular do início da grande perseguição pelos tetrarcas Diocleciano e Maximiano em fevereiro de 303. Ao fazer
referência a estes eventos, ele nunca menciona lembranças próprias e se volta para as tradições, o que tende a
indicar juventude (menos de 10 anos de idade) em 303[4].

Educação

Alexandria era o mais importante centro comercial de todo o Império Romano durante a infância de Atanásio.
Intelectualmente, moralmente e politicamente, a fervilhante cidade egípcia era o retrato da diversidade étnica
do mundo greco-romano, mais do Roma, Constantinopla, Antioquia ou Massilia (Marselha, na França)[7]. Sua
famosa escola catequética, sem sacrificar em nada sua famosa paixão pela ortodoxia doutrinária que vinha dos
tempos de Panteno, Clemente, Orígenes, Dionísio e Teognosto, já havia começado a adquirir uma característica
quase secular e contava com estudiosos da cultura pagã entre os seus membros[8].

Rufino[9] relata a ocasião quando o bispo Alexandre convidou seus colegas para um café da manhã depois de
um importante serviço religioso. Enquanto esperava pelos convidados na janela, ele assistiu alguns jovens
brincando na praia. Ele logo percebeu que eles estavam imitando o elaborado ritual cristão do batismo. Ele
mandou chamar os garotos e descobriu que um deles (Atanásio) era o "bispo" do grupo. Alexandre determinou
que os batismos de mentira fossem considerados reais e estimulou Atanásio e seus companheiros a se
prepararem para receber funções clericais[7].

O próprio Alexandre ordenou Atanásio diácono em 319[10]. Em 325, Atanásio serviu como secretário do bispo
no Concílio de Niceia. Já reconhecido como teólogo e asceta, ele era uma escolha óbvia para suceder seu velho
mentor como patriarca[11], apesar da oposição dos seguidores de Ário e de Melécio de Licópolis[10]. Enquanto
ainda era diácono à serviço de Alexandre ou nos primeiros anos de seu patriarcado, é possíve que Atanásio
tenha se encontrado com alguns dos eremitas do deserto egípcio, principalmente com Antônio, o Grande, cuja
hagiografia acredita-se que ele tenha escrito[7].

Ele havia tido uma boa educação e era versado em gramática e retórica e, apesar de ainda jovem e de não ter
ainda alcançado o episcopado, já dava provas aos que o conheciam de sua sabedoria e sagacidade"[12].

A primeira obra de Atanásio, "Contra os Pagãos - Sobre a Encarnação " (escrita antes de 319), revela traços da
influência do origenismo no pensamento alexandrino (como a citação frequente de Platão e a utilização de um
definição originada no "Organon" de Aristóteles), mas de forma ortodoxa. Atanásio conhecia também as
teorias das diversas escolas filosóficas e, em particular, os principais avanços do neo-platonismo da época.
Apesar disso, em obras subsequentes, Atanásio cita Homero mais de uma vez[13]. Em sua carta a Constâncio II,
ele apresenta uma defesa de si com traços evidentes da influência da obra "De Corona", de Demóstenes.

Atanásio conhecia o grego e admitia não saber nada de hebraico[14]. As passagens do Antigo Testamento que
ele cita frequentemente são quase todas da Septuaginta grega[15].

Início da controvérsia ariana

Por volta de 319, quando Atanásio era diácono, um presbítero chamado Ário entrou em conflito direto com o
bispo Alexandre de Alexandria. Ao que parece, Ário teria repreendido o bispo pelo que entender que doutrinas
heréticas estariam sendo ensinadas por ele[16]. A visão teológica de Ário (o pouco que sobrevive de sua obra
são citações feitas por inimigos) parece ter estado firmemente enraizada no cristianismo alexandrino e seus
pontos de vista certamente não eram radicais[17]: ele defendia uma cristologia subordinacionalista (que
defendia que o Filho de Deus, o Logos, era "criado" e não "gerado eternamente", "subordinado", portanto, ao
"criador"), fortemente influenciada por pensadores alexandrinos como Orígenes[18], uma visão comum na
cidade na época[19]. O apoio de bispos poderosos como Eusébio de Cesareia[20] e Eusébio de Nicomédia[21]
ajudam a entender como a cristologia de Ário era compartilhada por diversos outros cristãos por todo o
império.

Patriarca

O episcopado de Atanásio começou em 9 de


maio de 328 depois que o sínodo de
Alexandria elegeu-o para suceder o idoso
Alexandre. Este concílio também denunciou
várias heresias e cismas, problemas que
ocupariam Atanásio durante os 45 anos que
ocuparia o trono em Alexandria. Ele passou
dezessete fora de sua sé em cinco exílios
diferentes ordenados por quatro
imperadores romanos, sem contar
aproximadamente seis outros incidentes nos
quais Atanásio teve que fugir da cidade para
fugir da população que pretendia matá-lo.
Estes eventos deram origem à expressão
"Athanasius contra mundum ("Atanásio
contra o mundo"). Porém, durante seus
Gravura de Santo Atanásio sendo perseguido. primeiros anos como bispo, visitou as
igrejas de seu território, que abrangia todo o
Egito e a Líbia. Ele também estabeleceu
contato com os eremitas e monges do deserto, incluindo Pacômio, o que lhe seria muito útil no futuro. Porém,
logo em seguida Atanásio se envolveu nas variadas disputas contra o Império Bizantino e o arianismo que
tomariam o resto de sua vida[11].

Primeiro exílio (11 de julho de 335—22 de novembro de 337)

O primeiro problema de Atanásio foi Melécio de Licópolis e seus seguidores, que não aceitaram o resultado do
Concílio de Niceia, que havia anatemizado Ário. Um antigo adversário de Atanásio, Melécio já havia tentado
tomar o trono de Alexandria antes e era considerado um lapsi[22]. Acusado de maltratar os arianos e os
melecianos, Atanásio se defendeu das acusações num sínodo em Tiro, o Primeiro Concílio de Tiro, em 335.
Durante os trabalhos, o líder ariano Eusébio de Nicomédia e seus aliados depuseram Atanásio[10]. Em 6 de
novembro, ambos os lados da disputa se encontraram com Constantino I em Constantinopla[23]. Na reunião,
Atanásio foi acusado de tentar interferir com o suprimento de cereais do Egito e, sem nenhum julgamento
formal, Constantino exilou-o em Augusta dos Tréveros (Tréveris, na Alemanha), na Gália Bélgica[10][11].

Segundo exílio (16 de abril de 339—21 de outubro de 346)

Quando Constantino morreu, Atanásio recebeu permissão para retomar sua sé em Alexandria. Logo depois, em
338, o filho de Constantino, o novo imperador Constâncio II, renovou o banimento de Atanásio. Ele seguiu
para Roma e passou a ser protegido por Constante, o imperador romano do ocidente. Nesta época, Gregório da
Capadócia foi instalado no trono de Alexandria, usurpando o direito de Atanásio que, contudo, manteve-se em
contato com seu povo através das suas "Cartas Pascoais" anuais, nas quais ele também anunciava a data da
Páscoa anualmente[11].

Além disso, em 340, cem bispos se reuniram em Alexandria e se declararam a favor de Atanásio,
vigorosamente rejeitando as críticas feitas pelo partido de Eusébio em Tiro. O papa Júlio I escreveu para os
aliados de Ário exigindo fortemente que eles reinstalassem Atanásio, mas sem sucesso. O papa Júlio II
convocou um sínodo em Roma em 341 para tratar do impasse e o resultado foi que Atanásio foi inocentado de
todas as acusações[11][1].

No início de 343, encontramo-lo em corajoso exílio na Gália, para onde ele havia ido para se
“ consultar com o santo Ósio, o grande campeão da ortodoxia no ocidente. Os dois seguiram
juntos para o Concílio de Sárdica que havia sido convocado em deferência aos desejos do sumo ”
pontífice. Nesta grande reunião de prelados, o caso de Atanásio foi retomado novamente; e
novamente sua inocência foi reafirmada. Duas cartas conciliares foram preparadas, uma para o
claro e os fieis de Alexandria e a outra para os bispos do Egito e da Líbia, onde o desejo do
concílio se fez conhecer. Enquanto isso, o partido de Eusébio havia seguido para Filipópolis e,
lá reunidos, emitiram um anátema contra Atanásio e seus aliados. A perseguição contra o
partido ortodoxo reiniciou com renovado vigor e Constâncio II foi induzido a preparar medidas
drásticas contra Atanásio e os padres que ainda lhe eram fieis. Ordens foram recebidas
indicando que se o Santo [Atanásio] tentasse retomar sua sé episcopal, deveria ser executado.
Atanásio, por conta disto, fugiu de Sérdica para Naísso na Mísia, onde celebrou a Páscoa de
344[4].

Em 346, quando o detestado usurpador, Gregório, morreu, Constante usou sua influência para permitir que
Atanásio retornasse para Alexandria. A maior parte dos egípcios já havia então passado a considerar o bispo
como uma espécie de herói nacional e sua recepção foi calorosa. Este foi o início de uma década de paz e
prosperidade na região, durante a qual Atanásio reuniu diversos documentos sobre seus exílios e retornos numa
obra chamada "Apologia Contra os Arianos". Porém, com a morte de Constante em 350, outra guerra civil se
iniciou e o pró-ariano Constâncio II acabou tornando-se o único imperador. Um concílio local em Alexandria
em 350 reafirmou (ou recolocou) Atanásio em sua sé[4].

Terceiro exílio (10 de julho de 356—21 de fevereiro de 362)

Constâncio II, retomando suas políticas anteriores em prol


dos arianos, baniu Atanásio de Alexandria mais uma vez.
Para tanto, emitiu uma carta que foi levada até o Egito pelo
conde Heráclio e o prefeito augustal Catafrônio, que
chegaram à cidade em 10 de julho.[24] Ao exílio se seguiu,
ainda em 356, uma tentativa de prendê-lo durante uma
vigília. O bispo deposto fugiu para o Alto Egito e se
escondeu em diversos mosteiros e eremitérios entre monges
e eremitas com quem havia mantido contato. Foi neste
período que Atanásio completou sua obra "Quatro Orações
contra os Arianos" se defendeu na "Apologia a Constâncio"
e "Apologia por sua Fuga". A persistência do imperador em
Mapa do Império Romano em 337. Em verde-
sua luta contra Atanásio combinada a relatos de
escuro, o território do aliado de Atanásio, o
perseguições contra os cristãos não-arianos pelo novo bispo
imperador Constante. Contudo, a sé de Alexandria
de Alexandria, o ariano Jorge de Laodiceia, estimularam
ficava no Egito, no território do ariano Constâncio II
Atanásio a escrever a emotiva "História dos Arianos", na
(verde água), o que resultou em diversos exílios do
qual ele descreve Constâncio como o precursor do
patriarca de Alexandria.
Anticristo[11].

Em 361, depois da morte do imperador, seguida logo depois pelo assassinato do tremendamente impopular
Jorge, Atanásio retomou sua sé. No ano seguinte, ele convocou um novo concílio em Alexandria e o presidiu
juntamente com Eusébio de Vercelli. Atanásio pediu união a todos os cristãos, mesmo que diferissem em
questões de terminologia, preparando o caminho para sua definição do que seria a doutrina ortodoxa da
Trindade. Porém, o concílio também tratou dos que negavam a divindade do Espírito Santo, a alma humana de
Cristo e a divindade de Cristo. Acordaram-se medidas leves contra os bispos que se arrependeram, mas penas
severas foram decretadas contra os principais líderes dos grandes movimentos heréticos[25].
Quarto exílio (24 de outubro de 362—5 de setembro de 363)

No mesmo ano, o novo imperador Juliano, conhecido por sua rejeição ao cristianismo, ordenou que Atanásio
deixasse Alexandria novamente. Ele seguiu para o Alto Egito e lá ficou até a morte do imperador em 363.

Quinto exílio (5 de outubro de 365—31 de janeiro de 366)

Dois anos depois, o imperador Valente, que também era favorável aos arianos, exilou novamente Atanásio.
Desta vez, porém, Atanásio se escondeu nos subúrbios de Alexandria, onde permaneceu por uns poucos meses
até que as autoridades locais convenceram Valente a mudar de ideia[11]. Alguns relatos indicam que ele teria
passado todo este período no túmulo ancestral de sua família[10].

Anos finais

Depois de retornar para o trono no início de 366, Atanásio passou seus últimos anos arrumando os danos
provocados pelos sucessivos períodos de violência, dissenção e exílios na sé de Alexandria. Ele voltou a
escrever e a pregar livremente e, caracteristicamente, re-enfatizou a visão sobre a Encarnação que havia sido
definida em Niceia. Em 2 de maio de 373, tendo consagrado o papa Pedro II de Alexandria, um de seus
presbíteros, como sucessor, Atanásio morreu dormindo, rodeado de fieis e aliados[7].

Obras
Obras teológicas e polêmicas

Atanásio não era um teólogo especulativo. Como ele mesmo afirmou na sua "Primeiras Cartas a Serapião", se
agarrava "à tradição, ensinamentos e fé proclamadas pelos apóstolos e guardadas pelos padres"[10]. Ele
defendia não apenas que o Filho de Deus era consubstancial com o Pai, mas que também o era o Espírito Santo,
uma ideia que teve grande influência no desenvolvimento de doutrinas posteriores sobre a Trindade[10].

Sua "Carta sobre os Decretos do Concílio de Niceia" (De Decretis) é um importante relato histórico e teológico
sobre os procedimentos do concílio. Outra, de 367, é a mais antiga conhecida listando os livros do Novo
Testamento que inclui todos os livros aceitos universalmente como parte do Novo Testamento[10] (há listas
mais antigas que variam pela omissão ou adição de um ou outro livro; veja Desenvolvimento do cânon do
Novo Testamento).

Atanásio também escreveu uma obra em dois volumes. "Contra os Pagãos" e "Sobre a Encarnação do Verbo de
Deus". Provavelmente escritas no início de sua vida, antes da controvérsia ariana[26], elas são as primeiras
obras clássicas de uma teologia ortodoxa mais desenvolvida. Na primeira parte, Atanásio ataca diversas
práticas e crenças pagãs. Na segunda, ele apresenta sua tese sobre a redenção[10].

Entre as demais estão suas "Cartas a Serapião", que tratam da divindade do Espírito Santo numa polêmica
contra os macedonianos, e uma carta a Epiteto de Corinto, na qual Atanásio antecipa a controvérsia futura sobre
a humanidade de Cristo. Outra carta, esta para um tal Dracôncio, clama ao monge que deixe o deserto para
assumir encargos mais ativos como bispo[11].

Hagiográficas

Uma hagiografia de Santo Antão (ou "Antônio, o Grande"), intitulada Vita Antonii em latim[27] é sua obra mais
popular. Traduzida para diversas línguas, ela teve um importante papel na disseminação do ascetismo entre os
cristãos do ocidente e do oriente[11]. Ao representar Antão como um homem santo e analfabeto que, através de
sua existência num ambiente inóspito, mantinha uma conexão absoluta
Relíquias
com a verdade divina, a hagiografia dele lembra a de seu biógrafo,
Atanásio[28].

Literatura copta

Na literatura copta, Santo Atanásio é o primeiro patriarca de Alexandria


a fazer uso, além do grego, da língua copta em suas obras[5].

Obras incorretamente atribuída s a Atanásio


Sepulcro de Santo Atanásio na Igreja
Há várias outras obras atribuídas a ele, mas nenhuma outra conte com a de São Zacarias, em Veneza.
aceitação geral dos estudiosos. Entre elas está o Credo de Atanásio que
se acredita hoje em dia ter se originado no século V[10].

Cânon do Novo Testamento

Atanásio foi também a primeira pessoa a identificar os mesmos 27


livros do Novo Testamento utilizados hoje em dia como canônicos. Até
então, listas similares de obras a serem lidas nas igrejas eram utilizadas.
Um marco no desenvolvimento do cânon do Novo Testamento é a sua
carta pascoal escrita em 367, conhecida geralmente como "39ª Carta Sepulcro de Santo Atanásio na
Pascal". O papa Dâmaso I, bispo de Roma em 382, promulgou uma Catedral Ortodoxa Copta de São
lista de livros que continha os mesmos livros propostos por Marcos, no Cairo.

Atanásio[29]. Um sínodo em Hipona, em 393, repetiu a lista de Atanásio


e Dâmaso (sem a Epístola aos Hebreus) e um concílio em Cartago em 397 repetiram-na novamente.

Porém, estudiosos debatem se a lista de Atanásio em 367 era ou não a base das listas posteriores. Como o
cânon de Atanásio é, dentre os padres da Igreja, o que mais se parece com o cânon utilizado pelas igrejas
protestantes modernas, muitos teólogos protestantes apontam Atanásio como o "Pai do cânon". Eles são
idênticos, exceto que Atanásio inclui o Livro de Baruque e a Epístola de Jeremias, além de incluir o Livro de
Ester entre os "sete livros que não fazem parte do cânon, mas que devem ser lidos", juntamente com a
Sabedoria de Salomão, Sirácida, Judite, Tobias, a Didaquê e o Pastor de Hermas[30].

Veneração
Atanásio foi originalmente sepultado em Alexandria, mas seus restos foram depois transferidos para a Igreja de
São Zacarias, em Veneza, Itália. Durante a visita do papa Shenouda III a Roma entre 4 e 10 de maio de 1973, o
papa Paulo VI presenteou o patriarca copta com uma relíquia de Atanásio[31] which he brought back to Egypt
on 15 May.[32], que está atualmente preservada na nova Catedral Ortodoxa Copta de São Marcos, no Cairo.
Porém, a maior parte dos restos de Santo Atanásio permanece em Veneza[33].

São Gregório de Nazianzo (330—390), ele também um Doutor da Igreja, afirmou em sua "Oração 21":
"Quando elogio Atanásio, a própria virtude é meu tema: eu nomeio cada virtude com virtude com a mesma
frequência com que nomeio a ele, que possuía todas as virtudes. Ele era o verdadeiro pilar da Igreja. Sua vida
e conduta eram a regra dos bispos e sua doutrina, a regra da fé ortodoxa"[7].

Personalidade
Aliados
Muitas denominações cristãs reverenciam Atanásio como santo, professor e "pai". Elas citam sua defesa à
cristologia descrita no primeiro capítulo do Evangelho de João (João 1:1-4) e a importância de suas obras
teológicas[34] como evidências de sua virtude. Elas também enfatizam a já citada relação próxima com Santo
Antão, que é universalmente reverenciado.

São Cirilo de Alexandria (370—444), em sua primeira epístola, diz: "Atanásio é um dos confiáveis: ele não
diria nada que não estivesse de acordo com as sagradas escrituras" (Ep 1).

Críticos

Por toda vida, Atanásio teve muitos detratores. O estudioso clássico Timothy Barnes relata as acusações da
época contra Atanásio: desde poluir um altar a vender os cereais que a Igreja havia destinado à alimentação dos
pobres para obter ganhos pessoais, passando por atos violentos e até mesmo assassinatos para calar oponentes,
nada faltou no rol das acusações[35]. Atanásio utilizava o termo "ariano" para descrever os seguidores de Ário,
mas também como um termo político depreciativo contra seguidores de ideias que ele considerava tão ruins
quanto as dele[36][37].

Estudiosos atualmente acreditam que o "partido ariano" não era monolítico[38], mas que defendia diversas
visões teológicas drasticamente diferentes que abrangiam todo o espectro teológico cristão[39][40][41]. Ele
apoiava os princípios do pensamento e da teologia origenista[42] e pouco mais em comum. Além disso, muitos
dos chamados "arianos" não se consideravam seguidores de Ário[43].

Ver também
Atanásio de Alexandria
(328 - 339 / 346 - 357 / 361 - 363 / 363 - 378)

Precedido por: Lista dos patriarcas / papas de Sucedido por:


Alexandria
Alexandre I Gregório da Capadócia
Gregório da Capadócia (ariano)
(ariano) 20.º Jorge I de Alexandria (ariano)
Jorge I de Alexandria (ariano) Lúcio de Alexandria (ariano)
Lúcio de Alexandria (ariano) Pedro II

Referências
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Ligações externas
«Sinaxário copta comemorando a morte de Santo
"St. Athanasius" na edição de 1913 daEnciclopédia Atanásio, o Apostólico (7 Bashans, 89 A.M.) língua =
Católica (em inglês)., uma publicação agora em inglês»
domínio público Atanásio. Migne, ed. Patrologia Graeca . Opera
«Atanásio» (em inglês). Site oficial do Patriarcado Omnia (em inglês). [S.l.: s.n.]
Grego Ortodoxo de Alexandria e Toda África
F. A. Forbes. «Atanásio» (em inglês)

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