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Golpe de Estado no Brasil em 1937


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O golpe de Estado no Brasil em 1937, também


conhecido como golpe do Estado Novo, foi um golpe Golpe de Estado no Brasil em 1937
militar liderado pelo presidente Getúlio Vargas com o Parte de Período entreguerras
apoio das Forças Armadas em 10 de novembro daquele
ano.

Vargas havia chegado ao poder em 1930 com o apoio


dos militares, após uma revolução que encerrou a política
do café com leite, caracterizada pela alternância de uma
mesma oligarquia no poder. Vargas governou como
presidente em exercício até as eleições da Assembleia
Nacional Constituinte, em 1934. Sob uma nova
constituição, tornou-se o presidente constitucional do
Brasil, mas após uma insurreição comunista em 1935, as
especulações aumentaram sobre um possível autogolpe. Tropa cerca o Palácio Monroe, sede do Senado,
Os candidatos para a eleição presidencial de 1938 no dia do golpe de Estado
anunciaram suas candidaturas já no final de 1936. Vargas
Período 10 de novembro de 1937
não pôde concorrer a um novo mandato, mas ele e seus
aliados não estavam dispostos a abandonar o poder. Local Rio de Janeiro, Brasil
Apesar do afrouxamento da repressão política após a Características
revolta comunista, o forte sentimento por um governo Campanha
ditatorial permaneceu, e a crescente intervenção federal anticomunista
nos governos estaduais abriria o caminho para um golpe. Apoio das Forças
Armadas
Com o início oficial dos preparativos para o golpe em 18
de setembro de 1937, oficiais superiores militares Censura à imprensa
utilizaram o Plano Cohen, um documento fraudulento, Fechamento do
para provocar o Congresso Nacional a declarar o estado Congresso Nacional
de guerra. Depois que a Brigada Militar gaúcha foi
incorporada às forças federais por uma comissão Resultado
Revogação da
relacionada ao estado de guerra em seu estado, o
Constituição de 1934
governador Flores da Cunha, que se opunha a Vargas,
exilou-se em meados de outubro de 1937. Os Outorga da
governadores da Bahia e Pernambuco também foram Constituição de 1937
atacados por comissões em seus estados. Francisco Estado autoritário;
Campos redigiu uma nova e ambiciosa constituição para Getúlio Vargas se
que Vargas se tornasse um ditador. Em novembro, o
torna ditador
presidente detinha a maior parte do poder no país, e havia
pouco a ser feito para deter o plano. Na manhã de 10 de
novembro de 1937, os militares cercaram o Congresso Nacional. O ministério expressou a aprovação para
a nova constituição corporativa, e um discurso na rádio de Vargas proclamou o novo regime, o Estado
Novo.
Como consequência do golpe, um estado semifascista e autoritário, modelado nos países fascistas europeus,
foi instalado no Brasil. As liberdades e direitos individuais foram retirados, o mandato de Vargas foi
prolongado por seis anos, que passou a oito, e o poder dos estados evaporou-se. Um plebiscito para a nova
constituição foi prometido, mas nunca realizado. Vargas governou como ditador até que outro golpe de
Estado, em 1945, restabeleceu a democracia. As reações estrangeiras ao golpe de 1937 foram em sua
maioria negativas. Os países sul-americanos foram hostis ao ocorrido. A Alemanha Nazista e a Itália
Fascista apoiaram o golpe, mas nos Estados Unidos e no Reino Unido a reação geral foi desfavorável.

Contexto

Brasil no início do século 1930

A Primeira República Brasileira terminou com a Revolução de


1930. A crise econômica de 1929 minou o poder de uma oligarquia
que dominava a política brasileira desde a década de 1890 e
concentrava o poder nos estados de São Paulo e Minas Gerais.[1] A
oligarquia entrou em colapso quando o presidente Washington
Luís, de São Paulo, indicou para sucedê-lo outro político de seu
estado natal, Júlio Prestes, em vez de manter a política do café com
leite e nomear um candidato mineiro.[2] Em resposta, Minas Gerais Getúlio Vargas com outros líderes da
formou a Aliança Liberal com os estados do Rio Grande do Sul e Revolução de 1930 logo após a
da Paraíba para se opor ao movimento, nomeando Getúlio Vargas derrubada de Washington Luís
para a presidência na eleição de 1930. A vitória apertada de Prestes
em março, junto com o assassinato de João Pessoa, candidato a
vice-presidente na chapa derrotada, levou Vargas e seus partidários a iniciar uma revolução armada em
outubro daquele ano e a instalar um novo regime no Brasil.[3][4][5]

Após a revolução, Vargas tornou-se presidente em exercício, dissolveu o Congresso Nacional e outros
órgãos representativos, estabeleceu um regime de emergência, substituiu quase todos os presidentes
estaduais por "interventores" e assumiu todo o poder na formulação das políticas.[6][7][8][9] Naquele
momento, os militares o apoiavam.[10] Os paulistas instigaram uma breve guerra civil entre julho e outubro
de 1932, a Revolução Constitucionalista, mas não conseguiram derrotar o governo federal.[11] Vargas
permitiu que eleições ocorressem em maio de 1933 para eleger os membros da Assembleia Nacional
Constituinte, que se reuniu até 1934. Em julho de 1934, a Assembleia aprovou uma nova Constituição e
reelegeu Vargas para um novo mandato, de quatro anos, até maio de 1938, inaugurando um regime quase
democrático.[12][13][14][15]

Intentona Comunista (1935)

Em 23 de novembro de 1935, uma tentativa de golpe militar apoiada pelo Partido Comunista Brasileiro
teve início no Rio Grande do Norte. O movimento prosseguiu no Recife e no Rio de Janeiro, onde os
confrontos entre as tropas foram especialmente sangrentos e várias pessoas morreram. Uma junta governou
a capital do Rio Grande do Norte, Natal, por um curto período até que os levantes foram derrotados em 27
de novembro de 1935.[16][17][18] As consequências foram duras; os historiadores Boris e Sergio Fausto
observaram que o levante "abriu caminho para medidas repressivas de longo alcance e para uma escalada
do autoritarismo."[19] O governo federal ordenou uma repressão especialmente ao Partido Comunista, e à
esquerda política em geral, instruindo o Congresso a fazer o mesmo. Entre os novos órgãos governamentais
criados para este fim estava a Comissão Nacional para a Repressão do Comunismo e o Tribunal de
Segurança Nacional (TSN).[20] A comissão foi estabelecida em 24 de janeiro de 1936, atuando de forma
independente como uma agência de investigação, tendo um diretor
efetivo que certa vez disse a Vargas que fazer uma ou mais prisões
injustas era preferível a permitir que o Brasil experimentasse outra
insurreição comunista. O Congresso criou o TSN em 1936 para
investigar a revolta de 1935 e julgar suposta traição contra o povo
brasileiro, embora tenha se tornado uma organização permanente,
durando até 1945.[21][22]

A polícia invadiu o Congresso em março de 1936 e prendeu cinco


Militares desembarcam para proteger deputados que apoiavam a Aliança de Libertação Nacional, uma
o Palácio do Catete durante a frente de esquerda.[23][24][25] A Câmara dos Deputados permitiu a
Intentona Comunista retirada da imunidade constitucional desses parlamentares, com 190
votos a favor e 59 contra. Um deles, Abel Chermont, declarou em
maio de 1937 que dezesseis detetives o forçaram, juntamente com
sua esposa e seus dois filhos, a ir a uma delegacia, onde foi espancado e mantido prisioneiro; após resistir,
Chermont foi levado para a garagem da polícia, sendo novamente espancado por doze homens. Os cinco
foram mantidos em confinamento solitário nos primeiros dois meses e tiveram negado até mesmo o
privilégio de tomar ar fresco.[26] Um estado de emergência nacional de noventa dias foi declarado pelo
Congresso em 18 de dezembro de 1935 e, posteriormente, prorrogado cinco vezes.[27] A Constituição de
1934 existiu essencialmente apenas de jure, pois os estados de emergência e as ações policiais a violaram,
sendo as ações apoiadas por um clima anticomunista.[28] A primeira especulação de que Vargas poderia
estar iniciando um autogolpe e a importância da revolta surgiram após a insurreição comunista.[29] Vargas
encontrou apoio de todos os lados, com o Congresso aprovando três emendas constitucionais para reforçar
seu poder. Um número extraordinário de pessoas foi preso, e Vargas comentou a situação: "sem processo e
sem provas, centenas de presos que talvez fossem inocentes."[30] As estimativas do número de prisões
variam: jornais comunistas no Brasil e L'Humanité na França colocaram o número em 20 mil e 17 mil,
respectivamente, mas o historiador Robert M. Levine estimou entre 5–15 mil prisões. Os prisioneiros
sofreram negligência, exploração e superlotação severa.[31] Luís Carlos Prestes assumiu a responsabilidade
pela insurreição e foi condenado a dezessete anos de prisão pelo TSN.[32]

Especulação e fatores influentes (1935–1937)

Do final de 1936 ao início de 1937, os políticos apresentaram suas candidaturas à presidência para a eleição
de janeiro de 1938. O Partido Constitucionalista de São Paulo apoiou Armando de Sales Oliveira; o
governo Vargas apoiou José Américo de Almeida; e a Ação Integralista Brasileira (AIB) apoiou Plínio
Salgado.[33][34][35] Vargas não poderia suceder-se a menos que esperasse quatro anos pela próxima
eleição.[36] Segundo o historiador Richard Bourne, "Embora [Oliveira] fosse objetivamente um candidato
da oposição, ele iniciou uma espécie de campanha decorosa, falando mais para os empresários do que para
o público em geral e tentando minimizar qualquer ofensa ao governo federal."[37] Uma coalizão de
governadores reunida pelo governador mineiro, Benedito Valadares, selecionou Almeida como candidato
governista em maio de 1937.[38][39] Salgado entrou na disputa em junho, declarando ao eleitorado ser a
injunção de Jesus.[40] Seu partido era fascista, nacionalista e centrado na igreja, essencialmente um híbrido
entre catolicismo, misticismo e o lema Ordem e Progresso, com a capacidade de atrair as massas.[41] No
entanto, uma "atmosfera livre e saudável" para as eleições, declarada no discurso de ano novo do
presidente em 1937, enfrentava dificuldades. Fora do Brasil, a guerra ameaçava a Europa. No âmbito
interno, os estados tinham novas dificuldades, os militares pressionavam para intervir neles e a extrema-
direita se tornava militante.[42]
Com as eleições presidenciais, surgiram debates políticos, foram suspensas as medidas repressivas e o
ministro da Justiça, Macedo Soares, ordenou a libertação de 300 presos.[43][44] O Congresso recusou um
pedido para prolongar novamente o estado de emergência declarado em 1935.[45][46] Vargas e seus aliados
não estavam dispostos a abandonar o poder. Eles não confiavam em nenhum dos candidatos e parecia que
o Brasil corria o risco de seguir o caminho da Espanha, destruída pela guerra civil.[47] Nas Forças
Armadas, havia apoio crescente para "um Estado forte, uma solução ditatorial para os males do Brasil."[48]
Estados nazistas e fascistas na Europa influenciaram alguns oficiais; outros, como o general Newton
Cavalcanti, foram afetados pelo integralismo.[49][50] O crescente deslocamento de Almeida para a esquerda
complicou a situação com suas tentativas de satisfazer o eleitorado da classe trabalhadora.[51] Almeida não
se portou como um candidato governista e, em determinado momento, chegou a atacar Vargas, dizendo:
"Se Vargas quiser se perpetuar no poder, a nação cumprirá seu dever, irá às urnas e votará, mesmo que isso
seja diante de balas."[52]

Até 1937, o governo federal procurou resolver as dificuldades regionais.[53] Vargas ordenou intervenções
mais frequentes nos estados, incluindo Mato Grosso e Maranhão; o governador maranhense pró-Vargas
havia sido cassado pela oposição.[54] O interventor e governador do Rio Grande do Sul, Flores da Cunha,
que era contrário ao presidente,[55] agora encontrava Vargas tentando circunscrever sua influência. O
presidente aumentou o poder do comandante militar federal no Rio Grande do Sul na tentativa de contestar
a força armada de Cunha. Vargas também decretou estado de sítio em abril para atacar o governador. Os
militares se juntaram ao esforço, fazendo uma série de denúncias contra Cunha.[56][57] Lima Cavalcanti,
governador de Pernambuco, cuja relação com o governo federal estava se deteriorando, também foi um
alvo.[58] O governador da Bahia, Juracy Magalhães, tentou formar uma aliança secreta entre vários estados,
mas seu plano fracassou.[59] Surgiram rumores de que Vargas se preparava para cancelar as eleições, e o
jornalista Maciel Filho[60] descreveu a atmosfera em meados de setembro: "A força de Getúlio merece um
golpe para acabar com essa tolice. A Marinha está firme e ditatorial, assim como o Exército. Não há mais
soluções constitucionais para o Brasil."[61]

Preparação em 1937
A necessidade de Vargas de retirar Cunha do governo gaúcho abriu caminho para o cancelamento das
eleições e a anulação do sistema federativo, levando ao planejamento de uma nova constituição e do que
viria a ser o Estado Novo. Os organizadores do golpe decidiram, em vez de potencialmente provocar uma
guerra civil operando principalmente no sul, buscar intercessões nos estados contrários a Vargas e isolar os
aliados de Cunha na Bahia e em Pernambuco em preparação para a derrubada do governador. Com a
ascensão de Pedro Aurélio de Góis Monteiro como chefe do Estado-Maior do Exército em julho de 1937 e
a retirada dos oficiais adversários no comando, Vargas estava sob crescente pressão militar para agir a favor
deles ou ser deposto. O governo moveu-se continuamente em uma direção autoritária, apesar das garantias
do presidente de que deixaria o cargo.[62] Segundo o militar Ernâni do Amaral Peixoto, "o Golpe do
Estado Novo viria com Getúlio, sem Getúlio, ou contra Getúlio."[63]

Setembro

O planejamento do golpe iniciou oficialmente em 18 de setembro de 1937, embora se acredite que no início
de 1936 Vargas já estava tentando estender seu mandato modificando a Constituição de 1934.[64] O humor
deprimido do presidente em julho mudou após uma reunião com Monteiro e Filho.[65] Vargas e o ministro
da Guerra, Eurico Gaspar Dutra, se encontraram, e o presidente explicou sua intenção de dar um golpe,
esperando o consentimento do Exército. Dutra garantiu seu apoio a Vargas, mas observou que precisaria
consultar os demais militares.[66] Dutra conseguiu ajuda do general Daltro Filho, comandante da 3.ª Região
Militar no Rio Grande do Sul. Nove dias depois (27 de setembro), Dutra convocou uma reunião de altos
oficiais do Exército, incluindo Monteiro. Os participantes chegaram
ao consenso de que havia a chance de outro levante comunista
ocorrer e criticaram a legislação brasileira, justificando o apoio dos
militares a um golpe do presidente. Um general acrescentou que a
oportunidade também deveria ser usada para combater o
extremismo da direita.[67] Com o conselho de Monteiro, Francisco
Campos, que admirava o fascismo e o corporativismo europeu e era
antiliberal e anticomunista,[68][69] trabalhava clandestinamente em
uma nova constituição corporativa que atingisse os desejos de
Vargas.[70] Matéria do jornal Correio da Manhã
sobre o Plano Cohen, em 1.º de
O problema era que não havia razão aparente para dar um outubro de 1937
golpe.[71] Em 28 de setembro, Monteiro afirmou que os rumores de
um golpe eram totalmente infundados. Em 30 de setembro, porém, Dutra, no programa de rádio A Hora do
Brasil, revelou publicamente um documento comunista — o Plano Cohen — que detalhava uma revolução
violenta com estupros, massacres, saques e incêndios de igrejas, e convocou um novo estado de
guerra.[72][73][74][75][76] Levine considera que o documento foi "uma falsificação flagrante";[77] os Faustos
o chamam de "fantasia" ou ficção.[78] As origens do texto são incertas.[79] O capitão integralista Olímpio
Mourão Filho, chefe de propaganda da AIB,[80] redigiu um plano para uma potencial revolta comunista.
Monteiro conseguiria o documento por meio de Mourão e o repassaria, supostamente apreendido de fontes
comunistas, a Dutra e outros. Anos depois, o capitão explicou que, como fazia parte do antigo Ministério da
Guerra, estava dando atenção a uma teórica insurreição comunista. Essa potencial insurreição seria então
divulgada em um boletim da AIB, descrevendo como a insurreição aconteceria e como os integralistas
reagiriam a ela. A versão do plano Cohen veiculada nos jornais e na A Hora do Brasil, acrescentou, difere
do documento inicial. O documento, que acabou fortalecendo o governo na preparação para o golpe,
também era antissemita, pois "Cohen" era um óbvio sobrenome judeu e uma possível variação do nome de
Béla Kun, um comunista judeu-húngaro.[81][82][83][84][85]

Outubro

Em 1.º de outubro de 1937, um dia após a revelação do documento, o paralisado Congresso se reuniu
durante a noite para declarar o estado de guerra e suspender as liberdades e direitos constitucionais. Apenas
alguns estados hesitantes e liberais se opuseram às medidas.[86][87][88] Vargas e os militares visitaram os
túmulos dos mortos em 1935 pelos comunistas, dizendo "que esta peregrinação seja uma lição e um alerta",
acrescentando que "as Forças Armadas estão alertas na defesa do país."[89] Governadores chefiaram
comissões relacionadas ao estado de guerra para reprimir a oposição em quase todos os estados.[90] Foram
notáveis exceções o governador gaúcho Cunha, que era o alvo da comissão, e o governador pernambucano
Cavalcanti, que foi impedido de participar nas reuniões da comissão.[91] Cunha foi quase destituído, mas
seu pedido de impeachment não foi aprovado por um voto. Quando a comissão do estado de guerra exigiu
a incorporação das milícias estaduais nas forças federais, o governador não tinha poder para se opor, o que
foi feito a 17 de outubro. O arcebispo Dom João Batista Becker transmitiu a notícia a Cunha, que se exilou
em Montevidéu no dia 18 de outubro, deixando um discurso de despedida ao seu estado.[92][93][94][95] A
liderança da 3.ª Região Militar declarou federalizada a Brigada Militar do Rio Grande do Sul.[96] O irmão
de Vargas, Benjamin, ligou ao presidente para lhe notificar que as coisas no Rio Grande do Sul estavam
indo bem.[97] Ao mesmo tempo, Vargas trabalhava estreitamente com o governador mineiro Valadares.[98]

O comandante militar na Bahia, outro estado onde o governador não chefiava a comissão,[99] o atacou
ferozmente. Em Pernambuco, as cartas do governador foram censuradas, os editores favoráveis a ele foram
perseguidos, e vários dos seus funcionários foram presos.[100] No final de outubro, o deputado Negrão de
Lima visitou os estados do Nordeste, para se certificar de que os governadores dos estados apoiavam um
golpe e para observar as suas reações. Houve um consenso quase unânime a seu favor.[101][102] A
campanha anticomunista estava no seu auge:[103] as igrejas falavam abertamente sobre a ameaça
comunista; estudantes universitários formaram uma oposição à ideologia em Curitiba; escolas secundárias
foram fechadas para uma investigação sobre o comunismo em Belém do Pará; e sociedades espíritas, um
incômodo constante para a igreja, foram extintas no Rio de Janeiro.[104]

Novembro

Em 1.º de novembro, houve um desfile da milícia integralista,


observado por Vargas e pelo general Cavalcanti.[105][106] Embora
os "contadores" de Vargas tenham encontrado apenas 17 mil
pessoas no desfile, Salgado, o candidato integralista, referiu-se
repetidamente ao evento como a marcha dos "50 mil camisas
verdes." Salgado proclamou que os participantes estavam
"aproveitando esta oportunidade para afirmar sua solidariedade
com o presidente da República e as Forças Armadas na luta contra
o comunismo e a democracia anárquica, e para proclamar os
princípios de um novo regime."[107] Salgado disse que a luta
também era contra o capitalismo internacional. O discurso sinalizou
sua saída da corrida presidencial, afirmando que desejava "não ser
presidente da República, mas simplesmente o conselheiro do meu
país."[108] Enquanto isso, circularam rumores sobre um golpe
Cópia da Constituição brasileira de vindouro, mas as atividades do governo continuaram como de
1937
costume.[109][110] Levine escreveu: "Parecia evidente que o país
estava se movendo para a extrema-direita e para o fascismo."[111]
Uma semana antes do golpe (3 de novembro), houve uma comemoração do sétimo ano de Vargas no poder.
Entretanto, o presidente estava ausente do evento, conversando com os assessores sobre o preço do café e
alocando a noite para uma longa discussão com Monteiro.[112]

Dutra, Monteiro e o general Cavalcanti concordaram que o novo regime continuaria provisoriamente até
que um plebiscito nacional, detalhado na nova carta magna, fosse realizado. Monteiro fez então uma
declaração pública de que os líderes militares não estavam buscando uma ditadura militar.[113] Na semana
que antecedeu o golpe, Vargas e Campos se encontraram e discutiram a nova constituição nacional que
Campos havia escrito. Uma notícia no Correio da Manhã, abordando uma conspiração no Exército, foi
censurada. O aparato voltado para a censura foi entregue à polícia do Distrito Federal pelo Ministério da
Justiça Civil. Em 7 de novembro, o presidente escreveu em seu diário que o golpe planejado, que levaria ao
fechamento do Congresso e à imposição de uma nova constituição, não poderia ser evitado.[114] Levine
considerou que Vargas agora detinha o controle "quase absoluto" do país.[115] Houve um claro apoio do
Exército, com uma proporção de três generais favoráveis a um contrário para a ideia de emendar a
Constituição de 1934.[116] Comandantes das regiões militares, generais do Rio e da Marinha apoiaram a
trama.[117] Intrigados depois de serem informados por Campos, os integralistas acreditavam que os eventos
os levariam para o governo nacional.[118] Campos lhes disse que se tornariam uma associação cívica, a
"base do Novo Estado."[119] Na realidade, eles seriam traídos.[120]

A data do golpe foi marcada para 15 de novembro, o aniversário da Proclamação da República. A oposição
havia se mobilizado apenas no início de novembro. A notícia das visitas de Negrão de Lima ao Nordeste
tinha se espalhado no início de novembro e, portanto, para dissuadir a imprensa, Vargas disse que se tratava
de uma consulta às opiniões dos estados para a substituição do candidato à presidência. Oliveira enviou um
manifesto aos militares em 8 de novembro, supostamente divulgado no quartel, instando-os a parar o golpe.
Isto foi um revés, e embora Oliveira e Almeida, os candidatos presidenciais, tenham atacado a trama, os
líderes golpistas se reuniram urgentemente com Vargas no Palácio Guanabara, onde estava trabalhando, na
noite de 9 de novembro para mudar a data até 10 de novembro; eles não podiam esperar até o dia 15.
Houve também comunicações entre Valadares e o interventor de São Paulo e as forças pró-governo do Rio
Grande do Sul. O ministro moderado da Justiça, Macedo Soares, que vinha tentando salvar a democracia,
renunciou ao gabinete em 8 de novembro;[nota 1] Campos o substituiu no dia
seguinte.[124][125][126][127][128] Com mais boas notícias vindas dos estados, não havia agora oposição no
caminho do presidente e do golpe de Estado.[129]

Golpe
Na manhã de 10 de novembro de 1937, a cavalaria da Discurso de Vargas na rádio
polícia do Distrito Federal cercou o Congresso e sobre o estabelecimento do
bloqueou a entrada, impedindo o ingresso dos Estado Novo, em 10 de
parlamentares. [130] Dutra era contra o uso do Exército novembro de 1937
nesta operação. [131][132] Um visitante tentando entrar no 0:00 / 0:00
Palácio Monroe, a antiga sede do Senado, foi informado
por um guarda: "Quando um senador não pode entrar,
então como um estranho pode entrar?"[133] Como os Problemas para escutar este arquivo? Veja a
congressistas eram os funcionários mais bem pagos do ajuda.
estado, Vargas alegou ter economizado dinheiro ao enviá-
los para casa.[134] O presidente do Senado foi informado
sobre a dissolução da instituição.[135] Às 10h da manhã, cópias da nova constituição foram impressas e
distribuídas entre o ministério; foi-lhes pedido que assinassem a nova constituição. O único dissidente,
Odilón Braga, ministro da Agricultura, renunciou imediatamente e foi substituído pelo paulista Fernando de
Sousa Costa.[136][137][138] Dutra, entretanto, elogiou a "alta missão confiada às Forças Armadas
nacionais."[139] Muitos militares renunciaram, notadamente o coronel Eduardo Gomes.[140] Quase todos os
estados mantiveram seus interventores anteriores ao golpe, notadamente Minas Gerais, onde Valadares foi o
político mais envolvido com o golpe. Interventores no Rio Grande do Sul, São Paulo,[a] Rio de Janeiro,
Bahia, e Pernambuco, no entanto, foram substituídos.[142]

Em uma transmissão no rádio, Vargas afirmou que o clima político "permanece restrito aos simples
processos de sedução eleitoral", que os partidos políticos não tinham ideologia, que o atraso legislativo
impedia as promessas feitas na mensagem presidencial de abril de 1934, incluindo um código penal e um
código de minas, e que os caudilhos regionais (homens fortes) tinham prosperado.[143] Em vez disso,
Vargas apresentou um novo programa de atividades, incluindo novas estradas e ferrovias para o interior do
Brasil e a implementação de "uma grande siderurgia" que deveria fornecer minerais locais e oferecer
empregos. Declarou que o Estado Novo restauraria o Brasil à autoridade, à liberdade de ação e seria
fundado sobre "paz, justiça e trabalho."[144] "Vamos", disse Vargas, "restaurar a nação... deixando-a
construir livremente sua história e seu destino."[145] De acordo com Vargas, o Brasil estava à beira de uma
guerra civil. Campos também realizou uma coletiva de imprensa onde tornou pública a fundação de um
Conselho Nacional de Imprensa "para uma perfeita coordenação com o governo no controle de notícias e
material político e doutrinário."[146] Depois de ter iniciado o Estado Novo, Vargas partiu para a Embaixada
da Argentina para um jantar que aceitou antes de saber que o 10 de novembro seria o dia do golpe, e estava
surpreendentemente calmo no jantar.[147]
Apenas seis parlamentares se opuseram, incluindo o presidente do Congresso, Pedro Aleixo, embora esta
contagem não inclua os deputados correligionários de Oliveira, que estavam confinados incomunicáveis em
suas residências. Mesmo com o conhecimento de um potencial golpe, o Congresso havia passado seu
último dia de debates discutindo se deveria haver uma discussão sobre a criação de um Instituto Nacional
de Nutrição.[148][149][150] Praticamente nenhum protesto contra o novo regime era aparente.[151][152]

Consequências e reações

Um novo regime

O novo governo foi chamado de Estado Novo, derivando seu nome do governo português chefiado por
António de Oliveira Salazar e instalado apenas quatro anos antes, em 1933. A nova constituição
corporativista também extraiu ideias das constituições da Itália e da Polônia, ganhando o apelido de "a
polaca" pelos críticos em referência à constituição polaca contemporânea.[153][154] O texto deu amplos
poderes a Getúlio, extinguiu os partidos políticos, aboliu a liberdade de imprensa e instituiu a censura
prévia.[155] Segundo o historiador John W. F. Dulles, o texto da carta magna de 1937 "teria satisfeito o
ditador mais ambicioso."[156] Também foi declarado estado de emergência, permitindo ao presidente
suspender as imunidades parlamentares, prender e exilar cidadãos e invadir domicílios. Para afirmar a nova
unidade nacional, as bandeiras dos estados foram queimadas em cerimônia pública.[155]

Os criadores do novo regime ansiavam por mudar o Brasil,


enfrentando o que acreditavam ser suas questões fundamentais —
uma população que acreditava no sistema parlamentarista de
governo e uma ausência de disciplina, orgulho nacional e liderança.
Os direitos civis foram encurtados, as liberdades individuais eram
simbólicas e o Congresso proposto nunca se reuniu. O mandato de
Vargas foi prolongado por seis anos, e ele agora era elegível para
concorrer à reeleição. Oliveira foi mantido em Minas Gerais por
seis meses em prisão domiciliar, sendo exilado em novembro de
1938 para viver na França, Nova Iorque, Buenos Aires e Santiago
antes de retornar ao Brasil, morrendo em maio de 1945. O poder
dos estados era agora inexistente. Os partidos políticos foram
banidos em 2 de dezembro de 1937.[157][158] A partir de então
empreendeu-se a perseguição de adversários políticos e foi
organizada uma intensa campanha publicitária a fim de criar uma
imagem positiva do novo regime, apoiando-o numa burocracia
estatal fortalecida[159] e estruturando-o sobre uma base militarista
com forte ascendência do Exército — agora expurgado de
elementos dissidentes — sobre as outras forças armadas.[160] Propaganda do Estado Novo
mostrando uma imagem idealizada
Levine rotula o novo governo como autoritário, escrevendo que de Getúlio com crianças
"Vargas, apesar de sua dura habilidade como caudilho para lidar
com personalidades ao seu redor, tinha pouco talento para a ditadura totalitária no sentido estrito da
palavra."[161] Lillian E. Fisher descreveu o novo Estado como "semifascista",[162] concordando com as
visões de Lourdes Sola e Guillaume Saes, que dizem haver aspectos em comum com o fascismo mas outros
significativamente divergentes.[163][160] O historiador Jordan M. Young afirmou que a nova constituição
foi "moldada ... ao longo de linhas totalitárias" e o país agora se tinha tornado uma ditadura, acrescentando,
"o Brasil foi governado de 1937 a 1945 por leis que foram emitidas pelo poder executivo, o governo
novamente era um homem, Getúlio Vargas."[164] Para Saes, "a linha de pensamento que caracterizou a
direita militar no poder durante o regime do Estado Novo se apoiava num nacionalismo militarista,
industrializador, elitista, anticomunista e antioligárquico, assim como numa 'ideologia de guerra' que serviria
como justificativa para a política autoritária e modernizadora do regime".[160]

Para Levine, Vargas não viu razão para construir apoio usando um partido político ou um programa
ideológico;[165] na opinião de Sola havia uma série de princípios gerais que eram muito enfatizados mas
não havia um sistema ideológico bem organizado e coerente, e para Saes o regime se apoiava "em
princípios fortes (Estado forte, desenvolvimento industrial, conciliação entre capital e trabalho,
anticomunismo), mas não num verdadeiro sistema doutrinário".[160] De qualquer maneira, a classe militar
exerceu influência decisiva em todos principais domínios da vida civil,[160][166] que deviam se subordinar
aos ideais patrióticos e militaristas, sempre aludindo a supostas "ameaças" externas ou internas, e banindo
manifestações de cunho esquerdista, liberal ou internacionalista.[160][163] Segundo Francisco Ferraz, "as
Forças Armadas se tornaram o sustentáculo e o ponto de coesão do sistema político", sendo a complacência
das elites civis para com o Estado militarizado também a base de sustentação da doutrina da segurança
nacional.[166]

As oligarquias agrárias que antes disputavam o poder foram em grande parte neutralizadas pela política de
industrialização e modernização, e um amplo apoio das classes trabalhadoras foi conseguido através da
consolidação de legislação trabalhista, que por um lado foi inovadora e atendeu a algumas antigas
reivindicações, e por outro teve um caráter paternalista, liquidou com a autonomia sindical e garantiu uma
dócil subordinação da mão de obra aos interesses do Estado, evitando a intensificação da luta de
classes,[160][163][167] mas esse apoio foi mais passivo e difuso do que ativo, pois já não havia espaço para
grandes mobilizações sociais,[163][167] a Constituição removera direitos civis, a imprensa foi controlada
através da censura, e a burocracia estatal se encarregou de controlar os sindicatos e abafar a cultura de
cidadania política da classe média, tolhendo sua capacidade decisória.[167] Já a Igreja Católica, à qual
pertencia a maioria da população e que exercia grande influência, já tinha uma tradição de combater as
esquerdas e os liberais e viu no apoio e colaboração que deu ao novo governo desde o início, embora não
de forma oficial, uma forma de garantir a continuidade de sua influência paternalista e disciplinar sobre a
sociedade e o combate dos seus tradicionais "inimigos".[168][169] O principal foco de resistência logo após
o golpe permaneceu sendo os integralistas, movimento que se revelara antes capaz de reunir multidões, e
que tentou um contragolpe em maio de 1938, mas eles logo foram proscritos e seu principal líder, Plínio
Salgado, partiu para o exílio.[160] Vargas governou como um ditador,[170] e as tendências e
desenvolvimentos que começaram durante a nova era permaneceram como parte da política brasileira por
muitos anos.[171]

Após uma série de aberturas democráticas no final da Segunda Guerra Mundial, porém, um Exército cada
vez mais inquieto temia que Vargas interrompesse a democracia novamente e permanecesse no poder por
meio de um golpe semelhante ao de 1937. O presidente foi deposto em uma rápida ação orquestrada por
Dutra e Monteiro, homens que haviam prolongado seu tempo no poder em 1937, e Gomes. Seu governo
terminou em 29 de outubro de 1945, após quinze anos na presidência. [172] Depois de Dutra ter presidido o
país de 1946 a 1951, eleito constitucionalmente, Vargas voltou ao cargo ao derrotar Gomes. Foi presidente
de 1951 a 1954, sendo seu governo perturbado por desunião política e problemas econômicos. Os militares
voltaram-se contra Vargas novamente após o surgimento de uma crise política, e o presidente se matou em
24 de agosto de 1954.[173] O governo foi novamente derrubado em 1964, dando início a um período de
ditadura militar.[174]

Reações no exterior
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mário de Pimentel Brandão,[175] informou diretamente ao
embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Jefferson Caffery, sobre os eventos, alegando que estavam
priorizando os norte-americanos em relação aos outros embaixadores. De acordo com a descrição dos
acontecimentos feita por Caffery, a campanha presidencial ameaçava gerar uma crise; Vargas não
conseguiu chegar a um acordo com os governadores da Bahia e de Pernambuco para outro candidato (em
referência à justificativa de Vargas para as visitas de Lima ao Nordeste); seria realizado um plebiscito para a
nova constituição, substituindo a débil Constituição de 1934; o governo aderiria a uma "política muito
liberal com respeito ao capital estrangeiro e aos estrangeiros que têm interesses legítimos no Brasil." Era
cético quanto à "preservação efetiva das instituições democráticas sob a nova constituição."[176] Suas
previsões se mostrariam corretas;[177] o plebiscito nunca foi realizado.[178]

O senador norte-americano William Borah acreditava que o novo regime


tinha todas as características do fascismo.[180] O The New York Times
afirmou que o novo governo no Brasil era fascista em 11 de novembro: "Os Nossas relações com
movimentos constitucionais e ditatoriais do presidente Getúlio Vargas do o presidente Vargas e
Brasil apareceram aqui hoje, com base em relatórios incompletos, para com seus associados
colocar o problema de um governo fascista neste hemisfério."[181] O New têm sido tão
York Post e o Daily Worker condenaram a neutralidade do Departamento de próximas e
Estado dos Estados Unidos e de Osvaldo Aranha, o embaixador brasileiro amigáveis durante
nos Estados Unidos. Aranha escreveu a Vargas que "comunistas e judeus estes últimos anos
americanos" eram culpados pela campanha antibrasileira. Aranha reagiu que eu, naturalmente,
mal, mas seu amigo próximo em Washington, D.C., Sumner Welles, não posso assumir
subsecretário de Estado,[182] era um aliado. Em 11 de novembro, Welles que essas relações
disse à imprensa que o golpe era um assunto interno brasileiro, não podendo serão de alguma
ser julgado pelos EUA. Três semanas depois, elogiou Vargas e criticou forma afetadas pela
aqueles que condenaram o Brasil por fazê-lo "antes que os fatos fossem recente mudança no
conhecidos." Aranha renunciou em 13 de novembro.[183][184][b] governo. Eu gostaria,
é claro, de ter
Os militares argentinos elogiaram o novo regime, mas isto foi contrário à garantias sobre este
opinião pública. Os jornais de lá atacaram o novo regime, numa tentativa de ponto.
limitar qualquer movimento à direita por parte do governo do presidente
Agustín Pedro Justo. No Chile, a resposta foi desfavorável. A rádio e a O secretário de Estado
imprensa no Uruguai, favoráveis a Cunha, atacaram o novo regime ainda norte-americano Cordell
mais duramente.[186] Hull ao embaixador
Jefferson Caffery, em 12 de
O ministro da Propaganda alemão, Joseph Goebbels, elogiou o realismo
novembro de 1937[179]
político de Vargas e a forma como ele agiu no momento certo. A imprensa
alemã e de língua alemã no hemisfério sul elogiou o governo autoritário
como um triunfo contra o bolchevismo. A reação italiana foi semelhante. No
entanto, os alemães mostraram menos entusiasmo em privado, eis que conheciam os esforços de Vargas
para subjugar o nazismo no Brasil. Os fascistas europeus foram os únicos a expressar opiniões de apoio.
No Reino Unido, a reação foi semelhante à dos Estados Unidos: comentaristas em ambos os países
advertiram que o Brasil estava se aproximando de uma ditadura fascista.[187][188]

Ver também
Lista de golpes de Estado no Brasil
Era Vargas

Notas
1. Soares foi demitido de acordo com Levine (1998) e renunciou de acordo com Bourne.
Soares renunciou de acordo com Levine (1970).[121][122][123]

a. Garantindo que não haveria resistência em São Paulo, o antigo interventor retornou ao
cargo após treze dias.[141]
b. Vargas rejeitou a renúncia em 18 de novembro. Aranha se tornaria ministro das Relações
Exteriores em março de 1938.[185]

De tradução

Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês
cujo título é «1937 Brazilian coup d'état», especificamente desta versão (https://en.wikipedi
a.org/w/index.php?title=1937_Brazilian_coup_d%27%C3%A9tat&oldid=1140658783).

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Brunswick, New Jersey: Rutgers University Press. ISBN 978-0-19-537455-1

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