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CARREIRAS JURÍDICAS – MÓDULO I
DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
CARREIRAS JURÍDICAS – MÓDULO I
PROF. EDUARDO SABBAG
ADVOGADO TRIBUTARISTA
DIREITO TRIBUTÁRIO
Sistema Constitucional Tributário; Princípios Gerais de Direito Tributário; Princípios Constitucionais Tributá-
rios. Imunidades; Conceito e espécies tributárias (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos com-
pulsórios e contribuições).
DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
(CONTINUAÇÃO)
ESTUDO DOS TRIBUTOS:
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
(CONTINUAÇÃO)
a) despesas extraordinárias (em virtude de calamidade pública ou de guerra externa). Observação: a situação
calamitosa deve ser limítrofe, por exemplo, hecatombes avassaladoras, cataclismos ou catástrofes. Além disso,
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quanto à guerra externa (iminente ou eclodida), veja que tal contexto pode ensejar DOIS tributos no Brasil: o
ECOM (agora estudado) E o IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO – ART. 154, II, CF.
CUIDADO: são dois pressupostos, apenas! Qualquer ECOM que venha com base em pressuposto distinto será
inconstitucional! Exemplo (Questão Delegado PF/CESPE): “É inconstitucional o ECOM criado em face de conjun-
tura econômica que exija a absorção temporária de poder aquisitivo da moeda”. Por quê? Primeiro: porque não
está na CF; Segundo: porque o art. 15, III, CTN não foi recepcionado pela CF/88.
DICAS FINAIS:
INCISO II: regra às DUAS anterioridades (anual e nonagesimal), não obstante a óbvia (porque única à época)
menção ao art. 150, III, “b”, CF.
DICA 2. Parágrafo único do art. 148 da CF: ali se mencionou que a receita do ECOM deve estar vinculada à sua
despesa. Não pode haver tredestinação ou desvio de finalidade! O comando entrou no texto constitucional em
1988!
X.X.X.X.X.X
TAXAS
A TAXA É...
A TAXA É...
4. TRIBUTO QUE DEVE OBEDECER AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS, EM GERAL, POR
EXEMPLO:
- LEGALIDADE;
- ANTERIORIDADES ANUAL E NONAGESIMAL;
- ETC.
A TAXA É...
5. TRIBUTO QUE NÃO SE CONFUNDE COM O IMPOSTO, POIS ESTE É UM TRIBUTO UNILATERAL, NÃO
VINCULADO À AÇÃO DO ESTADO (ART. 16, CTN);
6. TRIBUTO QUE SE APROXIMA DA CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA, UMA VEZ QUE AMBOS SÃO BILATE-
RAIS OU SINALAGMÁTICOS, TENDO A COBRANÇA VINCULADA A UMA AÇÃO ESTATAL.
AS PARTICULARIDADES
DO TRIBUTO
TAXA...
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Taxas (Art. 145, II, CF e arts. 77, 78 e 79, CTN)
A taxa é um tributo vinculado à ação do Estado. Portanto, o Estado “age”, e o contribuinte paga a taxa, como uma
contraprestação.
CUIDADO: O nome “taxa” costuma ser usado sem precisão pelas pessoas em geral (taxas bancárias, taxas esco-
lares). Tais preços não se confundem com o tributo taxa.
Temos duas ações estatais que podem levar à cobrança das taxas tributárias no Brasil:
• Um certo tipo de serviço público;
• O chamado Poder de Polícia.
Macete: toda taxa cujo nome vier com o elemento “... de fiscalização de...” será uma taxa de polícia. Exemplo:
Taxa de fiscalização Ambiental; Taxa de Fiscalização de Anúncios; Taxa de fiscalização de títulos e valores mobi-
liários etc.
Atenção: taxas de turismo criadas com o propósito de fomentar a preservação ambiental (não pode ferir o Princí-
pio da Liberdade ao Tráfego de Pessoas e Bens – art. 150, V, CF)
JURISPRUDÊNCIA RELEVANTE
Não viola a legalidade a lei que prescreve um teto e autoriza a fixação – por ato infralegal (regulamento) de Con-
selho Profissional – de um valor para a taxa, em proporção razoável com o custo da ação estatal.
JURISPRUDÊNCIA RELEVANTE
TAXAS DE POLÍCIA
O número de empregados da entidade OU o tipo de atividade exercida por ela NÃO podem ser dados suficientes
para a aferição do custo, como a base de cálculo da taxa de polícia em exame.
O tipo de serviço que pode ensejar essa taxa é o serviço público (...)
ESPECÍFICO E DIVISÍVEL
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Serviço Público Específico (ou Singular ou “ut singuli”): é aquele serviço prestado em unidades autônomas de
utilização, sendo possível identificar o beneficiário;
Existem alguns serviços públicos que se adaptam a essa configuração, todavia acabam não sendo custeados por
meio de taxas, mas sim, pelas famosas “tarifas”. Qual é a lógica desse exotismo?
De fato, para se cobrar um tributo, deve haver o respeito a vários princípios tributários (legalidade, anterioridade,
isonomia não confisco, etc.). Isso faz com que se prefira a tarifação à taxação. É mais simples e com menos en-
traves oriundos da CF.
(...)
O dado curioso é que o STJ andou alterando o seu modo de ver, aproximando-se da visão do STF:
Tal posicionamento, deu ensejo à Súmula n. 412 do STJ, segundo a qual “a ação de repetição de indébito de tari-
fas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil”, rechaçando-se as disposi-
ções previstas no CTN (arts. 165 e 168) para a garantia do direito à restituição do indébito.
Mais recentemente, em 2013, o STJ reafirmou o posicionamento acerca da natureza jurídica de TARIFA para o
serviço de esgotamento sanitário (REsp 1.339.313/RJ, de junho de 2013).
Por fim, em 2015, o STJ reiterou o termo “tarifa” para o serviço de coleta de água (REsp 1.513.218/RJ, de março
de 2015).
Por todo o exposto, o serviço de água e esgoto deve ser associado ao plano das TARIFAS, e não ao das taxas.
Entretanto, o mais importante para nós é saber que “o contrário” do tipo de serviço público acima (que é o serviço
público geral, universal ou “ut universi”) não poderá ensejar taxa no Brasil.
1. Segurança pública: não pode haver taxa de segurança pública no Brasil (Estado do Pará já criou...).
É curioso notar que alguns Estados brasileiros tenham conseguido exigir a conhecida taxa de bombeiro que, a
nosso ver, é igualmente inconstitucional.
JURISPRUDÊNCIA RELEVANTE
Entendeu-se que a segurança pública, como serviço público geral – a ser prestado pelo estado-membro (e não
por município!), conforme o art. 144, V, CF –, há de ser custeada por impostos (e não por taxas!).
2. Limpeza pública ou Limpeza de logradouros públicos (varrição, capinação, limpeza de bueiros): não
pode haver taxa de limpeza pública no Brasil. Entretanto, isso não se confunde com o serviço de coleta de lixo ou
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coleta de resíduos sólidos – um serviço dotado de especificidade e divisibilidade. Portanto, uma pode (taxa de
lixo), e a outra não pode (taxa de limpeza). Ver Súmula Vinculante nº 19, STF.
3. Iluminação Pública: não pode haver taxa de iluminação pública no Brasil, uma vez sendo geral tal serviço. Inú-
meras leis municipais, criadoras de tais taxas, foram consideradas inconstitucionais. Ver Súmula 670 STF, hoje
ratificada pela Súmula Vinculante n. 41 do STF. Com a derrota dos municípios no Judiciário, esses conseguiram
politicamente alterar a CF (EC 39/2002 – art.149-A), prevendo a “ressurreição” da derrotada taxa de iluminação
pública, a qual voltou com outro nome – Contribuição para o Serviço de Iluminação Pública (COSIP ou CIP, pre-
vista no art. 149-A, CF). É uma contribuição municipal, de competência dos municípios e DF, cuja cobrança pode
ser feita na conta de luz (Art. 149-A, parágrafo único, CF). É o que vem ocorrendo...
4. E outros tantos serviços públicos gerais (estenda os argumentos às taxas de pavimentação asfálti-
ca/asfaltamento/calçamento – Atenção: cuidado com a Súmula 129 do STF, de 1963, que já se encontra supera-
da!!!)
Dica final: os serviços públicos gerais devem ser custeados difusamente pela receita dos impostos, e nunca por
taxas.
Pergunta-se: pode ser criada uma taxa com a mesma base de cálculo do IPTU, ou seja, valor venal do bem imó-
vel?
A base de cálculo do imposto é o valor do bem, enquanto a base de cálculo da taxa é o custo da ação estatal
(serviço público ou poder de polícia). Desse modo, não podemos ter uma taxa com base de cálculo de imposto
(Art.145, §2º, CF c/c Art. 77, parágrafo único, CTN; ver, ainda, a Súmula n. 595 do STF).
Art. 145, § 2º, CF: As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Art. 77, parágrafo único, CTN: A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspon-
dam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
Súmula n. 595, STF: É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de
cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural.
Exemplo: é inconstitucional uma taxa de coleta de lixo que traga como base de cálculo o valor venal do bem imó-
vel (base de cálculo do IPTU).
CUIDADO: Súmula Vinculante n. 29 do STF, editada em fevereiro de 2010: “É constitucional a adoção, no cálculo
do valor da taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não
haja identidade entre uma base e outra”.
(SABBAG, Eduardo de Moraes. Manual de Direito Tributário. 9. ed., 2017, pp. 483-490)
Desse modo, só podem ser fixadas por LEI, na visão do STF (RE 116.208/MG, de 1990) (...)
IMPORTANTE: quanto às taxas judiciárias – devidas em razão da atuação dos agentes públicos (juízes e promo-
tores) em procedimentos judiciais –, deve respeitar uma equivalência razoável entre o custo dos serviços e o valor
exigível, sob pena de ofensa aos princípios: (...)
(...)
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Da vedação do tributo com efeito de confisco (art. 150, IV, CF);
Do acesso à jurisdição (a inafastabilidade do controle judicial de lesão ou ameaça a direito; art. 5º, XXXV, CF).
(...)
(...)
Ademais, há de se mencionar a Súmula n. 667, do STF, editada em 2003: Viola a garantia constitucional de aces-
so à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.
Art. 98, § 2º, CF: As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às
atividades específicas da Justiça. (Incluído pela EC nº 45, de 2004)
Art. 130, CTN: Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a
posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a TAXAS PELA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS referentes a tais
bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste
do título a prova de sua quitação.
Art. 163, CTN: Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a
mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penali-
dade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará
a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas: (...)
Art. 177, CTN. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
O tributo pode ser federal, estadual, ou municipal (U, E, M e DF). Nas raras aparições, veio como tributo munici-
pal, perante as obras públicas de asfaltamento.
O fato gerador do tributo será a valorização imobiliária decorrente de uma obra pública.
Ilustração:
A contribuição de melhoria é um tributo vinculado, bilateral, contraprestacional ou sinalagmático (aqui, com total
aproximação das taxas).
A contribuição de melhoria depende de lei ordinária, não estando reservada à competência da lei complementar.
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A base de cálculo será o “quantum” de valorização experimentada pelo imóvel. Desse modo, a BC do tributo nun-
ca poderá ser:
Existem dois limites de cobrança do tributo: LIMITE INDIVIDUAL e LIMITE GLOBAL (ou TOTAL). No Brasil, preva-
lece tal sistema, o SISTEMA MISTO ou DE DUPLO LIMITE. Observemos os detalhes acerca de tais limites (o
tema é bastante cobrado em provas!):
LIMITE GLOBAL: respeita-se o teto de valor gasto com a obra, sob pena de haver um enriquecimento sem causa
por parte do Estado.
Quem vai pagar? É o proprietário do bem imóvel que receber os efeitos positivos da valorização imobiliária (zona
de influência). Nunca será, por força da lei, o inquilino (apenas por força de contrato, mas valendo tão somente
para o Direito Civil – art. 123 do CTN)
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA...
Muito obrigado!
#EstudeMais #EstudeSempre
Prof. Sabbag
Se você quiser fazer testes sobre a nossa matéria, envie-me um e-mail que eu lhe encaminharei bons simulados
acerca dos temas que estudamos.
Será um prazer!
TURMACARREIRASUM@PROFESSORSABBAG.COM.BR
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