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Universidade Politécnica

Escola Superior de Gestão, Ciências e Tecnologia

Curso: Contabilidade e Auditoria & Gestão Financeira e Bancaria

Disciplina: Mercados Financeiros

Tema: Influência da política externa no mercado financeiro nacional

Docente: Maria Taio Conde Marizane


Discentes:
 Alaídes Laquita Manhiça
 Chanaya Adérito Chihale
 Delfina Lucia Vaz

Maputo, aos 9 de Maio de 2023


ÍNDICE
1. Introdução

O mundo hoje conta com mais de 190 países que se relacionam de forma pensada e planeada
entre si, de acordo com seus interesses e objetivos pretendidos. Esse planeamento é chamado de
Política externa. A política externa é uma política pública, ou seja, um conjunto de medidas,
decisões e programas utilizado pelo governo de um país. O objetivo dessa política é projetar e
direcionar suas ações políticas no exterior e essas projecções tem o seu impacto na economia
nacional deste mesmo país.

Neste presente trabalho pretendemos debruçar sobre as influências que a politíca externa de um
país pode ter no mercado financeiro nacional.

1.1 Objectivo Geral

O Objectivo geral deste trabalho foi estudar as politícas externas e sua influenca no mercado
financeiro nacional de um país.

1.2 Objectivos específicos

Os objectivos específicos foram abordados no âmbito da influencia das politicas externas no


mercado financeiro nacional.

 Analisar a influencia da politica externa no mercado nacional.


 Especificar os tipos de politicas externas e seus instrumentos.
2. Metodologia

Neste capìtulo apresentamos a metodologia usada para o desenvolvimento do trabalho de


investigação.

2.1 Tipos de Metodologia

Para a elaboração deste trabalho de pesquisa, foi utilizado o método qualitativo. Segundo
Richardson (2007) a pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como tentativa de uma
compreensao detalhada dos significados e caracteristicas situacionais apresentadas pelos
entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de caracteristicas ou
comportamentos. (Citado por Bruna Silveiro)

Para a elaboração desta pesquisa efetuou-se um levantamento bibliográfico em artigos científicos


e revistas buscados na internet e em livros.
3. Politica externa

A Política externa é o conjunto de objectivos políticos que um determinado Estado ou governo


almeja alcançar nas suas relações com os demais países do mundo.

A política externa é executada de modo a procurar proteger os interesses nacionais de um país,


tais como a segurança nacional, prosperidade economica. Uma política externa pode ter objetivos
concretos, visando negociações ou o estabelecimento de acordos comerciais, projecta interesses e
objectivos domésticos/internos para o exterior. É assim entendida como uma ferramenta
essencial no posicionamento dos actores no sistema internacional. O desenho, formulação e
implementação da política externa não é um processo simples e linear e não tem lugar de forma
isolada, revelando o carácter co-constitutivo das dimensões interna (doméstica) e externa
(internacional) que acompanham todo o processo da política externa. Política externa não é
sinônimo de Relações Internacionais. As Relações Internacionais é a área que representa os
interesses do Estado no plano internacional e seu objetivo último é a satisfação do Estado, seja
para sua sobrevivência ou a satisfação dos interesses de seus membros.

Política exterior é a forma como um Estado conduz suas relações com outros Estados, se projeta
para o exterior. É a formulação, implementação e avaliação das opções externas, desde o interior
de um Estado, vista a partir da perspectiva do Estado, sem atender à sociedade internacional
como tal. Assim, ela não é sinônimo de Relações Internacionais, pois esta se refere a um âmbito
mais amplo.

O objeto das Relações Internacionais é o meio internacional, ou seja, o conjunto das relações
interestatais juntamente com as relações transnacionais. Portanto, a política externa representa
uma das áreas de Relações Internacionais, porém com ênfase maior no papel do Estado. O
objetivo central da política externa é a ação estatal e os elementos de conflito e interesse
condicionantes a essa ação.

Na política externa o papel predominante é do Estado, uma vez que é ele que defini e
implementa a política externa, estando à sociedade civil, salvo alguns casos, fora desse processo.
Ela não deixa de considerar o papel da sociedade civil representada por empresas, associações de
classes, agregando uma dimensão transnacional às relações interestatais. O Sistema Internacional
possui um padrão de relacionamento entre os Estados em um determinado momento histórico,
padrão este, derivado, da definição do poder internacional dentro desse período histórico. E os
Estados que detêm maior poder apresentam a tendência de definir a ordem internacional de
acordo com a sua necessidade de manter a estabilidade mundial ou priorizar os seus interesses.

Por isso, para muitos analistas, a Ordem Internacional é o conjunto de regras e normas que visam
regular as relações mundiais, refletindo a distribuição do poder no plano mundial. Um exemplo,
a Ordem Internacional depois da Segunda Guerra Mundial, decorre do Sistema Internacional
bipolar representando os interesses dos Estados com maior poder, processo de correlação de
forças.

O Processo de Correlação de Forças permite uma negociação constante de diferentes Estados na


busca de seus interesses.

3.1. Conceito da politica externa

Segundo Manfred Wilhelm, a política externa é o conjunto de atividades políticas, pelo qual cada
Estado promove seus interesses perante os outros Estados.

Já Russel afirma que a política externa possui três dimensões: político-diplomática, militar-
estratégica e econômica – e que se projeta no âmbito externo ante uma gama de atores e
instituições governamentais e não governamentais, tanto no plano bilateral como no multilateral.

O Estado, em sua política externa, representa os interesses das instituições, intermediando as


instituições do Estado com a sociedade civil e intermediando com o mundo.

Na visão da teoria realista, o interesse nacional é a sobrevivência e a integridade territorial e a


política da nação.

Na análise dos interesses de diferentes Estados devemos analisar as realidades interna e externa
para podermos compatibilizar as necessidades internas com as possibilidades externas.

A redefinição de inserção no Estado no sistema mundial deve-se as mudanças no Sistema


Internacional. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Europa perde a liderança mundial para
duas novas superpotências – EUA e URSS, tornando o mundo bipolar. Com ofim da Guerra Fria,
nasce um Sistema político mais complexo, em que as considerações de poder tonar-se diversas,
aumentando o espaço para manobras político –diplomática. A ruptura do sistema financeiro
internacional, estabelecido emBretton Woods e as crises do petróleo, induziram a uma
reestruturação da economia mundial. Adescolonizaçãopropiciou o surgimento de novos atores,
aumentando a possibilidade países menos desenvolvidos atuarem de acordo com suas
prioridades. Com a difusão do liberalismo, democracia e mercado, os EUA reafirmou sua
hegemonia.

Assim, com o fim da Guerra Fria houve duas macrotendências na América Latina: liberalização
(abertura de mercado) e economia internacional globalizada.

O Sistema Internacional influencia o comportamento externo dos Estados. Mas, isso não exclui o
comportamento dos Estados individualmente no Sistema, como reagem aos estímulos externos.

Assim, todapolítica externa é um esforço de compatibilizar o quadro interno de um país e o seu


contexto externo.

O Sistema Internacional (distribuição de poder) e as diferentes conjunturas são fatores que


condicionam a política externa. Isso significa que osfatores externoseinternosinfluenciam na
fixação das metas e na possibilidade de realização dos objetivos. Além disso, as variáveis
econômicas e políticas não são excludentes.

Além do mais, os Estados possuem fatores imutáveis (localização geográfica) e fatores externos
de maior durabilidade (estruturação do poder internacional), por isso, a Política Externa tem um
ritmo mais lento, quando comparado com a política interna

3.2. Caracteristicas da politica externa

Uma das caracteristicas importantes da politíca externa e que distingue-se das demais políticas, é
ter como campo de acção um espaço que escapa em grande parte ao seu próprio controlo. No
seio das restantes políticas públicas, a política externa assume hoje uma importância
extremamente relevante, derivada das rápidas e constantes transformações que se verificam ao
nível das relações internacionais.
3.3. Tipos de Política externa

As politícas externas de uma nação são os resultados da atuação econômica do governo no setor
externo, e essas politícas externas de um país podem ser classificadas em dois tipos:

 Política cambial, que refere-se as variações das taxas de câmbio e ao controle exercido
pelo governo;
 Política comercial, que refere-se ao fluxo de mercadorias e serviços no mercado, ao
estimulo das exportações, atravês de subsídio de juros e controle das importações, atravês
de imposição de barreiras fiscais com majoração de taxas.

3.4. Instrumentos da Política externa

Segundo Passos e Nogami(2008), as politícas externas podem ser geridas pelos seguintes
instrumentos:

 Tarifas/taxas sobre importações – ocorre em relações comerciais onde as tarifas/taxas


são elevadas o que resulta numa barreira comercial entre países, por sua vez estes optam
pela produção interna. Em caso onde ocorre a abertura comercial entre os países, as
tarifas/taxas são reduzidas e há liberação das importações;
 Regulamentação do comércio exterior: são regulamentados pelo governo o
estabelecimento de proibições às importações de determinados produtos, isto é,
representam uma barreira para importações
 Subsídios fiscais/ monetários para exportações: são incentivos que levam a exportar mais.

Todos os factores que possam interferir no valor da moeda nacional ou estrangeira farão com que
a tomada de decisao sobre importar ou exportar seja alterada. Quando um país exporta mais do
que importa, este gera saldos positivos no seu balanço comercial, isto é, venda mais aos outros
paises do que compra e quando um país importa mais do que exporta, gera para si um saldo
negativo no balanço comercial, isto é, compra mais produtos do que vende.
3.5. POLÍTICA EXTERNA: DE GOVERNO OU DE ESTADO

A Política Externa representa os interesses nacionais (ou interesses permanentes), sendo, por
isso, umapolítica de estado. Portanto, possui uma relativa continuidade. Quanto aos governos, há
mudanças de estilo ligadas ao perfil dos atores e adequação aos constrangimentos conjunturais.

Além disso, a atividade diplomática possui tempo diferente do tempo da sociedade civil.
Ademais, a harmonização das necessidades internas com as possibilidades externas se faz em
três campos de atuação:

Estratégico-militar: traduz o que um país significa para outros aliados ou inimigo em termos de
riscos de guerra e desejos de paz;

Relações econômicas: potencial de um pais para outros no mercado;

Campo dos valores: importância de um país enquanto modelo mais ou menos a fim de vida em
sociedade.

A atuação de um país nestes três campos se faz em distintos contextos diplomáticos:

Grandes potências: países que pelo poder buscam estabelecer os parâmetros estruturados da
ordem mundial;

Contexto regional: resulta dos inter-relacionamentos que ocorrem entre países que compartilham
uma mesma área geográfica;

Contexto contíguo: interação entre países que têm fronteiras em comum.

3.6. DIFERENÇAS ENTRE DECISÃO E AÇÃO NA POLÍTICA EXTERNA

A decisão é uma intenção ou desejo resultante de um processo de identificação do problema,


produção de alternativas, definição e implementação. Já a ação é o comportamento prático para
obter um resultado, que pode ser diferente do proposto.
A decisão resultante de forma isolada ou conjugada de estímulos provenientes da sociedade, do
exterior ou de decisão governamental.

Os elementos de política externa são: análise da realidade interna; análise da realidade externa;
análise da compatibilização das realidades internas com as possibilites externas; processo e
tomada de decisão; implementação da decisão; ação e avaliação da política externa.

4. Política externa e a influencia directa e indireta no mercado nacional

A economia global está totalmente conectada, atravês da internacionalização economica, o que


cria um sistema de relações comerciais. É a partir desse sistema que percebemos que as políticas
externas afectam direta ou indiretamente o mercado nacional, partindo do pressuposto que as
decisões de cada país no seu sistema financeiro podem afectar os países com que se relaciona. As
medidas tomadas por um país podem afectar directamente os paises pelos quais se relacionam
causando: dificuldade de comercialização e expansão de empresas nacionais; atraso do
crescimento e desenvolvimento economico e financeiro; dificuldade de disponibilidade de
produtos exportados.

Por sua vez, essas medidas podem ter impacto na política interna, causando efeitos diretos na
produção industrial e comercial, e no consumo agregado.
5. Conclusão

Em suma, concluimos que a politica externa quando bem conduzida pode contribuir para o
desenvolvimento positivo, mas para o caso contrario nao ira sortir efeito nenhum, como pode
aprofundar o nivel de subdesenvolvimento de um pais. A politica externa desempenha um papel
importante no mercado nacional e pode influenciar para o desenvolvimento e crescimento
economico e financeiro de um pais como tambem os paises que se relaciona.
A politica externa pode servir de reforço para capacidade produtiva interna de um pais. Esta e
planeada de modo a proteger os interesses nacionais, prosperidade economicae valores.
6. Referências bibliográficas

https://www.positivecompany.com.br/bolsa-de-valores-entenda-como-o-cenario-politico-afeta-o-
mercado-financeiro/

https://core.ac.uk/download/pdf/303712979.pdf

https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/download/45835/pdf/114528

https://www.univali.br/Lists/TrabalhosGraduacao/Attachments/677/bruna_silveiro.pdf

https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/15479/15479_3.PDF

https://www.instituto-camoes.pt/images/stories/tecnicas_comunicacao_em_portugues/portugues
%20nas%20relacoes%20internacionais/Relacoes%20internacionais%20politica%20externa%20e
%20politica%20internacional.pdf

PASSOS, C. R. M., NOGAMI, O., Princípios de economia, 4ª Edição, São Paulo: Pioneira
Thompson Learning, 2008.

https://pt.linkedin.com/pulse/economia-e-suas-pol%C3%ADticas-externas-julio-cesar-s-santos?
trk=articles_directory

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