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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – Unidade Florianópolis

Curso: Relações Internacionais

Disciplina: Análise de Política Externa

O GOVERNO BOLSONARO E SEUS IMPACTOS NA POLÍTICA EXTERNA


BRASILEIRA: FAKE NEWS NO CENÁRIO DA PANDEMIA DE COVID-19

1. INTRODUÇÃO

Para alguns autores, o estudo de análise de política externa que usa somente a análise
doméstica ou somente a internacional é de fato desqualificado para a compreensão por
completo dos determinantes e objetivos da política externa de um Estado. Sendo mais do que
necessário um estudo em ''dois níveis'' entre a política doméstica e a internacional, que seja
capaz de explicar o vínculo entre elas. Assim, abordagens estadocêntricas de análise de
política externa são insuficientes para demonstrar o funcionamento da luta política nacional,
que abrange partidos, classes sociais e grupos de interesses econômicos e não-econômicos, e
a sua influência na política externa dos Estados.
De tal forma, enquanto no nível nacional, os grupos domésticos pressionam o governo
a adotar política favoráveis a seus interesses, no nível internacional, os governos buscam
satisfazer as pressões domésticas ao mesmo tempo que querem tentar diminuir qualquer
consequência negativa no tabuleiro internacional (PUTNAM, 1988). Ademais, vale ressaltar
que os grandes grupos econômicos possuem grande importância na política nacional e seus
interesses também refletem na política externa.
No governo de Jair Messias Bolsonaro percebe-se que ele busca mobilizar a política
externa para favorecer-se na política doméstica, usando qualquer método político ou não,
racional ou não, legítimo ou não.
Assim como a evolução tecnológica e suas mudanças na comunicação, a política
também passou por esse processo, uma vez que as redes permitiram a propagação de ideias,
conhecimento e ampliação da visão. A disseminação de informações facilita a forma de
influenciar indivíduos quanto aos temas relacionados à política, moldando uma situação ou
perspectiva sobre ela.
Reintegrando a importância que os grupos domésticos possuem dentro do atual
governo no processo de decisões políticas, o compartilhamento de informações via redes
sociais se torna uma forma de poder e manipulação por meio dessas pessoas, já que
conseguem manejar o modo que a informação é disseminada. Alterando a forma de se agir no
jogo político e consequentemente na dinâmica das relações de poder estabelecidas
anteriormente.
Desta forma, observa-se a tendência de instrumentalização das redes sociais, que se
convertem em uma ferramenta importante no processo de dominação política - seja para
legitimar um governante no poder, fomentar a insurgência de determinada classe ou minoria
etc. (OLIVEIRA, 2010).
Percebe-se que a evolução dos meios de comunicação e a popularização das redes
sociais permitiram um maior conhecimento sobre o ambiente político e a ampliação do
acesso a informações políticas a uma parcela maior da população, culminando, de certa forma
e em certo grau, no aumento da participação política da sociedade contemporânea (BRAUN,
2012). Assim, a Internet e as redes sociais são vistas como novos mecanismos de participação
social ativa em assuntos políticos.
Neste trabalho, busca compreender como este novo espaço comunicacional
proporcionado pelas redes sociais pode impactar na formulação e tomada de decisão de
política externa, tendo em vista justamente esta maior participação da opinião pública neste
processo.
Portanto, através desse contexto social e digital, será analisado no trabalho o
fenômeno da disseminação de fake news, que surge pelo meio virtual como consequência
dessa veiculação desenfreada de informações devido à popularização das redes sociais,
resultando em uma dificuldade de verificação da autenticidade das notícias e conteúdos
compartilhados (WARDLE; DERAKHSHAN, 2017).
As notícias falsas acabam por se tornar potentes instrumentos comunicacionais,
transformando informações erradas que não condizem com a realidade em conteúdos
legítimos aos olhos de uma grande parte da população, sendo capaz de intervir no jogo
político ao influenciar os pensamentos e decisões de uma sociedade, servindo assim como um
meio para que os diversos agentes possam atingir seus objetivos políticos (ALMEIDA, 2018;
CARDOSO, 2019).
Ao analisar o avanço das novas tecnologias da comunicação e a popularização das
relações sociais, repara-se na alteração das percepções individuais para a formação da opinião
pública, de tal modo, busca-se compreender com esse artigo se o uso das redes sociais para a
disseminação de fake news políticas pode ser instrumentalizada politicamente com o intuito
de influenciar a opinião pública como uma maneira de manipulação para a formulação de
política externa, analisando o caso brasileiro no governo Bolsonaro e a pandemia da Covid-
19.
Assim, o presente trabalho está estruturado em duas principais sessões, para tanto, na
primeira sessão abordamos a Política Externa e a Opinião Pública, sendo contextualizadas,
como se dá a relação entre elas e com a fake news. Na segunda sessão e nas suas subdivisões
foi tratado a disseminação das fake news como ferramenta política, contextualização do tema,
relação política, as fake news no Brasil, durante o governo Bolsonaro e o reflexo na pandemia
do Covid-19.

2. POLÍTICA EXTERNA E OPINIÃO PÚBLICA

O estudo da política externa para as Relações Internacionais está consolidado no que é


conhecido como Análise de Política Externa (APE), definida mais especificamente como o
estudo das ações internacionais de unidades particulares, isto é, “[...] tem como objeto o
estudo da política externa de governos específicos, considerando seus determinantes,
objetivos, tomada de decisões e ações efetivamente realizadas.” (SALOMÓN; PINHEIRO,
2013, p. 40).

É possível afirmar que a política externa nada mais é do que uma política
governamental formulada para atuação internacional, de modo a comprometer todos os
cidadãos de uma certa nação. Assim como qualquer outra política, a política externa é
elaborada de modo a colaborar com a execução dos interesses do país no âmbito
internacional, utilizando-se das ferramentas e vantagens que as dinâmicas de poder
internacional proporcionam - como uso de constrangimentos políticos e econômicos,
coalizões ou poder de barganha. Contudo, é importante ressaltar que a política externa
transborda o significado de política pública, devido ao fato de poder ser aplicada além das
fronteiras nacionais para atingir seus objetivos domésticos (SALOMÓN; PINHEIRO, 2013).

A partir desta trajetória sobre a APE através da perspectiva das teorias de Relações
Internacionais, é possível verificar que a política externa é uma conjunção de fatores
nacionais e internacionais, mas que é formada especialmente por demandas domésticas que
são refletidas no plano internacional. Assim, pode-se relacionar a política externa no que
abrange o conceito de política pública e por mais que possa não existir um consenso quanto
ao significado de política pública, ela pode ser considerada uma política governamental que
afeta todos os cidadãos de um determinado território onde ela contempla.

Pode-se observar a política externa como uma poderosa ferramenta de manipulação


para política nacional e que deriva de uma série de fatores domésticos que condicionam o
processo de formulação política (FARIA, 2008). Assim, percebe-se a importância de
considerar fatores domésticos na formação de política externa, por exemplo, ao verificar-se a
utilização dela, por governantes, com o intuito de agradar seu eleitorado e angariar votos,
como forma de se consolidar no cargo de poder. Nesta mesma lógica, porém sob outra
perspectiva, cada vez mais os governantes contam com o apoio da opinião pública de maneira
a legitimar a formulação e execução de política externa.

Salientando essa argumentação, vale citar o estudo de Robert Putnam, Diplomacy and
Domestic Politics: The Logic of the Two-Level Games, publicado originalmente em 1988,
sobre a interferência mútua das ações políticas tomadas nas esferas nacional e internacional.

Para explicar melhor como ambas se relacionam e interseccionam, o autor faz uma
analogia à dinâmica de um jogo de dois tabuleiros, no qual os representantes nacionais
estariam presentes em ambos os níveis, sendo responsáveis por representar os interesses
internos na esfera internacional e trazer propostas externas para serem avaliadas
nacionalmente. Por mais que cada um desses tabuleiros possuírem aspectos próprios, os dois
fazem parte do sistema político cada vez mais integrado e interdependente, com o avanço da
globalização e evolução dos meios de comunicação, sendo possível verificar impactos das
ações tomadas em um no outro nível e vice-versa.
Percebe-se que há certa relação dialética entre política externa e opinião pública, uma
vez que, em alguns casos, a política externa se torna uma arma eleitoral poderosa, usada e
fundamentada como ferramenta política para agradar e satisfazer as demandas das classes
domésticas mais influentes. Na mesma medida, a opinião pública é um fator condicionante ao
chefe de Estado ao elaborar as diretrizes de política externa de seu governo conforme
demandas internas.

Nas Relações Internacionais, os estudos sobre o vínculo entre opinião pública e


política externa fazem uma interconexão entre os assuntos domésticos e internacionais, os
quais, segundo Rosenau (1967), visam o impacto dos atores domésticos na formulação da
política externa, sendo ela uma simples resposta a uma série de estímulos internacionais, que
também foram constituídas internamente, por forças sociais que contribuem para a qualidade
e o conteúdo do comportamento do Estado no sistema internacional.

Ao analisar o comportamento dos atores, como suas visões e suas estratégias em


relação à formulação e a implementação da política externa servem como instrumento para
explicar o comportamento dos agentes e a influência dos atores domésticos que eles exercem
na política externa do Estado. Nessas interações, os elementos centrais são as preferências e
os valores das elites e da massa sobre a política exterior, como o papel da mídia e a formação
de grupos de interesse.

Da mesma forma, o processo de tomada de decisão nas ações externas e sua


interconexão com o ambiente social também são considerados objetos de análises da relação
dos fatores domésticos e da política externa do país. A análise de estruturas domésticas
permite a identificação dos vetores de força e autonomia do Estado em face da sociedade no
processo de política externa.

Nota-se também uma tendência de valorização da opinião pública dentro do processo


de tomada de decisão político, sobretudo nas democracias em que o governante tem como
preocupação central favorecer a sua continuidade no poder (RUIVO, 2015).

Sendo assim, a manipulação da opinião pública deve ser vista como uma importante
ferramenta política, não só para o chefe de Estado adquirir apoio nacional para tomar ações
internacionais, mas também no sentido contrário, isto é, agir no âmbito internacional de
forma a agradar os eleitores domésticos na tentativa de manter-se no poder.

Por mais que seja um fator importante e cada vez mais presente, a opinião pública tem
dificuldades de ser levada de forma ativa no processo de formulação política, muitas vezes
sendo um agente passivo e atuando de forma indireta. Contudo, destaca-se que, com o avanço
das tecnologias da informação, está cada vez mais fácil disseminar informações, opiniões ou
notícias para uma quantidade maior de pessoas. Nesta perspectiva, a ampliação dos meios de
comunicação possui um papel fundamental no novo processo de formação da opinião
pública, que se fortalece e ganha destaque na política ao conseguir exercer pressão na tomada
de decisão - porém, também se torna cada vez mais vulnerável e manipulável (HOWLETT,
2000). Como mais bem descrito, em outras palavras,

[...] a opinião pública não é só uma variável independente; pode ser também uma
variável dependente. Isto é, embora seja evidente que a opinião constitui importante
aspecto do ambiente político que afeta as ações do governo, também essas ações
podem afetar o ambiente político. Ou seja, os governos não são apenas recipientes e
reagentes passivos da opinião pública, mas podem ter, e frequentemente têm, um
papel ativo na conformação da opinião pública (HOWLETT, 2000, p. 183).

Compreende-se então, que a evolução dos meios de comunicação foi um grande


contribuinte para a importância da opinião pública no processo de tomada de decisão política,
a partir do estímulo da disseminação de informação via as redes sociais. Permitindo que uma
parcela maior da população passe a ter acesso a informações e participar politicamente da
sociedade.

3. DISSEMINAÇÃO DE FAKE NEWS COMO FERRAMENTA POLÍTICA

As redes sociais servem como forma de comunicação e de compartilhamento de


informações, que podem culminar em uma série de fenômenos e consequências na maneira
como vemos e participamos da política, e até mesmo na formação da opinião pública. E neste
panorama, é intensificado o que se conhece como compartilhamento de fake news quanto a
assuntos políticos, como ferramenta de manipulação de informações e de convencimento
popular, influenciando intenções políticas nacionais e internacionais.
Neste capítulo será desdobrado como as fake news surgiram e se alastraram pelo
mundo durante os últimos anos, dando ênfase no seu principal canal de disseminação, as
redes sociais. Posteriormente, serão tratados os impactos que a intensificação desses
compartilhamento de notícias falsas podem causar para formação de opinião pública e nos
processos políticos nacionais. Sendo assim, de maneira a investigar a tese defendida neste
trabalho, buscaremos compreender se o fenômeno das fake news de cunho político pode
afetar as relações internacionais de um Estado em questão ao influenciar a opinião pública.
Enfim, será apresentado o cenário político nacional brasileiro durante a campanha eleitoral e
o governo de Jair Messias Bolsonaro, a fim de elucidar a relação entre a disseminação de fake
news na formulação de política externa.

3.1 AS FAKE NEWS NO MEIO DIGITAL

Com a intensificação do acesso à internet e do consumo relacionado às redes sociais,


torna-se cada vez mais fácil a disseminação e compartilhamento de ideias ao redor do mundo.
Atualmente as notícias e informações são compartilhadas e consumidas em segundo, fazendo
com que não seja uma preocupação checar a sua veracidade, sem que haja necessariamente
compromisso com a realidade.

Porém, apesar de que a disseminação de ideias seja benéfica e importante para a


democratização e horizontalização do acesso a notícias e acontecimentos, a criação e
compartilhamento desenfreado de postagens tem prejudicado o processo de informação. Com
a facilidade de compartilhamento de ideias, aumenta-se a dificuldade para a fiscalização da
veracidade da mesma (OLIVEIRA, 2010). Assim, este contexto de transmissão de
informações via redes sociais propiciou a emergência de um fenômeno mundialmente
conhecido por fakes news - tradução literal, as notícias falsas.

A origem de Fake News vem de programas de sátira para assuntos políticos,


misturando notícias reais com o caráter sensacionalista. O uso de notícias falsas como
estratégia de perseguir e conquistar os interesses estatais não é novidade, uma vez que é
capaz de ocultar ou tirar a atenção de situações e por vezes controlar a opinião pública quanto
a determinados acontecimentos. Diante disso, foi no ano de 2017 que o fenômeno das Fake
News começou a ganhar força, a partir da propagação do ex-presidente estadunidense Donald
Trump em uma rede social, com intuito de caracterizar a desinformação online (MENESES,
2018; PAULA; SILVA; BLANCO, 2018; EGELHOFER; LECHELER, 2019). Conforme
Meneses (2018). Por definição em dicionário, as notícias falsas são “[...] quaisquer notícias e
informações falsas ou mentirosas que são compartilhadas como se fossem reais e verdadeiras,
divulgadas em contextos virtuais, especialmente em redes sociais ou em aplicativos para
compartilhamento de mensagens” (FAKE NEWS, 2021).

Meneses (2018) ainda cita que as Fake News são notícias que carecem de fontes e
veracidade de informações, criadas com o objetivo e intencionalidade de manipular os
leitores. Assim, classifica um propósito particular das notícias falsas de influenciar os
leitores, possibilitando traçar um paralelo com o fenômeno político. Porém, os conteúdos
falsos podem levar a duas consequências: a disseminação de informações erradas ou a
desinformação. Sendo a primeira representada por aqueles conteúdos falsos que foram
compartilhados sem que haja algum interesse por trás. E por outro lado, a desinformação -
originária do fenômeno das fake news-, por se tratar de notícias falsas criadas com a intenção
de prejudicar algo ou alguém. Assim, o estado de desinformação pode ser visto como uma
estratégia de manipulação da opinião pública para fins políticos (DOURADO, 2020).

Ademais, outro fator que contribui para a que as redes sociais se tornem espaços
convenientes para a criação e divulgação de notícias falsas, destaca-se o processo de uma
certa individualização, que é característico do meio digital e da dinâmica das redes sociais,
em que existe a ilusão de um espaço livre, sem regras, mediadores ou punições (CASTILLO;
SANTOS; CASTRO, 2020). Ainda, vale ressaltar a facilidade em obter algo em troca - em
destaque o financeiro - na divulgação desses compartilhamentos nas redes sociais, com o
processo de monetização de publicações, likes, comentários e interações.

Para Piccinin, Castro e Castillo (2019), existem mais três pontos que podem propiciar
o fomento da disseminação de notícias falsas nas redes sociais: Sendo a primeira, a facilidade
em que o usuário pode alterar, editar e redigir informações sem compromisso com os fatos, o
segundo sendo a falta de confiança da população em relação às instituições e os meios de
comunicação tradicionais e por fim, o aumento dos meios de comunicação online como fonte
de informação, favorecendo a permeabilidade das redes sociais ao compartilhamento de fake
news. Portanto, fica claro que o fenômeno de viralização de Fake News, assume importância
ao ser capaz de influenciar e moldar a opinião pública sobre acontecimentos, inclusive os
políticos.

Na próxima subseção serão abordadas as formas que as fake news impactam no


processo de tomada de decisão política, e na formação da opinião pública, com o objetivo de
apoiar a tese de que um alto índice de compartilhamento de notícias falsas em no âmbito
político doméstico de uma país gera impactos na formulação e execução de política externa
do mesmo, através da manipulação da opinião pública.

3.2 AS FAKE NEWS NA ESFERA POLÍTICA

O uso das redes sociais está sendo cada vez mais utilizado para o ingresso de
instituições governamentais, políticos e atores nos meios, a fim de ampliar as maneiras de
influenciar e formar a opinião pública a seu favor. De acordo com Joseph Nye (2002), e sua
fundamentação de soft power, a nova forma de comunicação colabora com a noção de que as
mídias exercem papel fundamental na formação e tomada de decisão política. Ou seja, apesar
das redes sociais não serem um agente estatal, as mesmas detêm a capacidade para serem
classificadas dentro da teoria de soft power, de forma que conseguem influenciar e
condicionar circunstâncias políticas, através de mudanças na formação da opinião pública.
Sendo assim, torna-se vital para um governo o acesso a todos os meios de comunicação para
exercerem maior influência na formulação de questões.

Ainda, acredita-se que o uso das notícias falsas seja usado como uma estratégia
política para invalidar os demais canais de informação, em especial, aquelas que poderiam
criticá-los e ou de alguma forma prejudicar sua reputação política. O objetivo seria gerar
desconfiança do público com relação aos meios de comunicação tradicionais.

Vale ressaltar que os usuários que se informam somente através de redes sociais estão
mais propícios a passar por uma “segregação ideológica das informações''. Sendo assim, a
Internet acaba perdendo seu caráter de democratização de informações e cria um ambiente de
falso debate, onde as notícias e compartilhamentos são feitas conforme sua bolha de amizades
e interações. Esta segregação facilita a disseminação de notícias falsas, uma vez que a alta
quantidade de notícias direcionadas ao usuário e relacionadas aos conteúdos consumidos
passam certa credibilidade à informação, além de ser mais fácil a aceitação de notícias as
quais o usuário compartilha opiniões (FARIAS; CARDOSO; OLIVEIRA, 2020).

De forma a elucidar, pode-se citar três exemplos em que a opinião pública foi
influenciada pelas fake news disseminadas pelas redes sociais digitais: a eleição nos Estados
Unidos de 2016, as eleições na França de 2017 e o referendo do Brexit. Em todos os casos
citados, as notícias foram compartilhadas tanto pelas mídias tradicionais quanto pelas digitais
e ficou claro como a força e o impacto significativo as redes tiveram nas consequências de
cada cenário (CARDOSO, 2019)

Na próxima subseção deste trabalho será realizado um estudo de caso do cenário


político brasileiro, com o objetivo de apurar a possibilidade da disseminação de notícias
falsas e seus impactos na formulação de política externa.

3.3 AS FAKE NEWS NO BRASIL

Visto a influência das fake news, deve-se considerar a possibilidade desta relação
impactar a resolução de política externa de um país. Baseado na forte disseminação de
notícias falsas nos últimos anos, é oportuno avaliar o cenário político doméstico brasileiro.
Sendo possível analisarmos o uso das fake news durante o período que engloba desde a
campanha presidencial de 2018 até o governo de Jair Messias Bolsonaro (2018-2022), como
ferramenta para manipulação e seus impactos para a política externa. Será dissertado ao longo
desta subseção algumas das decisões e os eventos observados no âmbito da política externa
brasileira durante o período que podem evidenciar esta relação.

3.3.1 Cenário político brasileiro

No Brasil, as fake news tornaram-se ainda mais populares durante o período de


campanha eleitoral no ano de 2018, na qual ficou claro o início do processo de polarização
política presente no contexto doméstico brasileiro, o que propiciou o afloramento de variáveis
necessárias para instaurar um cenário de desinformação e disseminação de fake news,
principalmente através das redes sociais.
Além disso, vale ressaltar a crescente no sentimento de desconfiança entre o povo
brasileiro em relação às mídias tradicionais, o que gerou uma maior procura de informações
pela Internet, já que as mídias tradicionais passam a ser vistas como enviesadas e com
carácter de tendencionismo em relação ao compartilhamento de notícias. Ademais, com o
olhar sobre as revoluções comunicativa e informativa e com o aumento dos acessos às redes
sociais, o governo fez o uso de estratégias que pudessem beneficiá-los, aderindo às redes
sociais como canal de comunicação direta com os cidadãos. Conforme já discutido, as redes
sociais desempenham um papel fundamental como meio para a propagação de notícias falsas,
tendo em vista que as informações compartilhadas apelam para elementos sensacionalistas e
chamativos com alto teor emocional.

Tendo em vista a hipótese de que as fake news realmente podem impactar a formação
de opinião pública, será explanado na próxima subseção a relação de interferência mútua
entre opinião pública e formulação de política externa, com o objetivo de que seja
evidenciado os efeitos das fake news na política externa de um Estado. Sendo assim, será
analisado o cenário político nacional do Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro, minado
por notícias falsas, e seus possíveis impactos na formulação de política externa brasileira.

3.3.2 Fake News e Política Externa: o governo de Jair Bolsonaro

Jair Messias Bolsonaro é um militar reformado do exército brasileiro e também


deputado federal por sete mandatos consecutivos, entre os anos de 1991 e 2018. Bolsonaro
foi eleito presidente da República na eleição de outubro de 2018, filiado ao Partido Liberal. É
o 38.º presidente do Brasil desde 1.º de janeiro de 2019, tendo sido eleito pelo Partido Social
Liberal. No dia 28 de outubro de 2018, Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República com
58 milhões de votos (55% do total dos votos válidos). Em relação aos meios tradicionais de
informação, Bolsonaro tem uma entrada lateral por meio de programas com conteúdo
sensacionalista, como CQC, Superpop e Pânico na TV, em que divulga suas ideias polêmicas
(PIAIA; NUNES, 2018). De acordo com Nunes (2020) essas ideias são viralizadas na
internet, ganhando adeptos por ridicularizar a opinião dos outros.

Foi por meio das redes sociais que Bolsonaro construiu a narrativa que lhe permitiu
alcançar a vitória na eleição presidencial de 2018. Pesquisas mostram dados de 213 grupos
públicos de WhatsApp durante o período oficial de campanha estabelecido pelo TSE,
observou-se que os grupos de apoio à Bolsonaro se mostravam sendo mais ativos no
compartilhamento de informações durante o período da campanha eleitoral. Seus apoiadores
utilizaram de forma bastante espressiva o YouTube em relação ao restante dos analisados
(23.475 vezes), grupos de WhatsApp (4.448 vezes) e o “Jornal da Cidade” (346)”
(MONT’ALVERNE; MITOZO, 2019, p. 16). De acordo com Aldé et al (2019, p. 315) o
comportamento coletivo de 90 grupos de WhatsApp interconectados e de apoio aos seis
principais presidenciáveis nas eleições de 2018, concluem que “a apropriação bem- sucedida
do WhatsApp por apoiadores de Jair Bolsonaro resulta da cooperação de diversos grupos –
incluindo eleitores – e um conhecimento específico voltado para viralização sistemática de
conteúdo”.

Devemos voltar nossa atenção para outra rede social, de grande importância para a
disseminação das fake news, o Twitter, em particular pelo uso expressivo da sua
automatização - os chamados robôs - na campanha de Bolsonaro. De acordo com um
relatório da Diretoria de Análise de Política Públicas, da Fundação Getúlio Vargas,
DAPP/FGV, a instrumentalização de contas automatizadas no Twitter foi enorme na
campanha de Bolsonaro. De acordo com Ruediger (2018), das 852,3 mil publicações de robôs
identificadas no Twitter entre 10 e 16 de outubro, 602,5 mil vieram da base de apoio de
Bolsonaro.

Além dos robôs, outra característica da campanha de Bolsonaro foi o uso intensivo de
Fake News. Sendo o WhatsApp o sistema com maior facilidade para que isso aconteça, visto
que há dificuldades técnicas para o rastreamento da origem dessas notícias falsas, por ser um
sistema criptografado, o compartilhamento e criação delas avançaram com sucesso sem
qualquer controle regulatório.

Conforme já elucidado até o momento, o governo Bolsonaro foi marcado por Fake
News que circulavam os meios de comunicação com sucesso. Entre elas há também histórias
que buscam tirar a credibilidade das eleições, como a de que códigos das urnas eletrônicas
foram passados à Venezuela. Porém, foi durante o período de pandemia que as falsas notícias
relacionadas ao COVID-19 tiveram
3.2 COVID-19

Em janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-


19 representava uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).
Além disso, reconheceu que ainda havia pouca informação sobre o vírus, contudo era
necessário a implementação de estratégias de controle pelos governos, previstas no
Regulamento Sanitário Internacional, incluindo “isolar e tratar casos, rastrear contatos e
promover medidas de distanciamento social adequadas ao risco” (OMS 2020, p. 1).

Entretanto, no Brasil, as políticas de saúde se tornaram uma disputa, divergindo as


autoridades públicas sobre a gravidade, as formas de tratamento e os efeitos da quarentena.
Enquanto os estados aprovaram decretos emergências para suspender atividades não
essenciais e monitorar aglomerações, o governo federal diminuiu a importância da crise
sanitária e defendeu ações menos restritivas.

Bolsonaro, em seu primeiro pronunciamento acerca da Covid-19, preferiu caracterizá-


la como uma “gripezinha”, que os efeitos só seriam preocupantes em populações idosas e em
indivíduos com doenças crônicas e comorbidades. Para ele, não haveria a necessidade de
fechamento de escolas ou do comércio e as autoridades de saúde deveriam atender o
monitoramento e o tratamento experimental de sintomas. Enquanto a população
desenvolveria “imunidade de rebanho”, aqueles com maior risco ficariam seguros até que
vacinas fossem disponibilizadas, uma política de mitigação focada em grupos prioritários.

Segundo o presidente, ao seguir protocolos da OMS para ESPIIs, alguns governadores


e prefeitos estariam aderindo à histeria e adotando medidas que restringiam as liberdades
individuais e prejudicavam a economia, o que poderia gerar uma crise social nos meses
seguintes. A medida a ser tomada foram pautadas em duas estratégias, com o isolamento
vertical, que permitia o funcionamento de grande parte dos serviços e do setor produtivo e o
tratamento para aqueles que contraíram a doença seria feito por uma combinação de remédios
que não tinham a eficácia comprovada, seria a melhor solução disponível e cujos baixos
custos permitiriam aplicação em larga escala.
As disputas do governo federal com lideranças locais e a OMS caracterizaram as
diferentes respostas à pandemia como uma “batalha ideológica” do presidente contra
“argumentos racionais” (Caponi, 2020, p. 210). Nesse sentido, Bolsonaro representou a
negação do conhecimento científico e alimentou conflitos políticos com fake news sobre
formas alternativas de tratamento (Henriques; Vasconcellos, 2020), o que o tornou “a maior
ameaça às respostas do Brasil à Covid-19” (The Lancet, 2020, p. 1461), colocando o
presidente como um chefe da era da pós-verdade.

Algumas falas simbólicas mostram isso, como a proferida em live no dia 13 de agosto,
a respeito da hidroxicloroquina:

O meu exemplo, tomei [hidroxicloroquina] e duas doses depois, não estava com
sintoma nenhum. Curado. Os meus ministros tomaram cloroquina, no nosso prédio
da presidência, acho que mais de 100 pessoas tomaram. Todo mundo que eu fiquei
sabendo tomou hidroxicloroquina (Bolsonaro, 2020, citado por Baptista et al.,
2020).

Com a Covid-19 a produção em escala de notícias falsas sobre o coronavírus tornou


difícil para a população em geral encontrar informações oficiais e verdadeiras sobre o
assunto, levando a OMS a cunhar o termo infodemia, para designar uma verdadeira epidemia
de desinformação, deliberada ou incidental, que contribuiu expressivamente para aumentar os
riscos de contágio, estimular o afrouxamento do isolamento social e causar a desconfiança em
relação às vacinas.

As declarações públicas do presidente Jair Bolsonaro favoreceram a legitimação da


hesitação vacinal, gerando uma maior visibilidade e alcance a seus argumentos. No caso da
COVID-19, a convicção de que as vacinas não foram suficientemente estudadas, tendo em
vista o tempo rápido de seu desenvolvimento, foi um dos fatores associados à hesitação
vacinal, juntamente com a desconfiança quanto à origem da vacina e fatores políticos
ideológicos.

Assim, pode-se abordar a Política Externa Ideológica, aquela que prioriza princípios e
soluções doutrinárias pré-concebidas em detrimento de ações assertivas, podendo ser
associada e caracterizada por um planejamento de prazo relativamente curto e uma visão
personalizada das relações internacionais concernentes a um líder ou administração
específica, e não a um interesse nacional consistente (Gardini, 2011). Tal estudo ideológico
subsiste nas ações de PEB durante a pandemia do Covid-19, desempenhando alianças
ideológicas e defendendo medidas ao vírus contrárias às evidências científicas, pautadas na
disseminação de fake news, como a prescrição da cloroquina e a criação intencional do vírus
em laboratório pela China.

De modo geral, a resposta brasileira frente ao COVID-19 foi catastrófica, em todas as


suas facetas, desde o sistema de saúde brasileiro, até o cenário econômico, social e político.
Bolsonaro, diante ao cenário da propagação da pandemia e à elevação dos índices no Brasil,
minimizou a crise sanitária global, fez pronunciamentos desrespeitosos às vítimas do vírus e
utilizou-se de seus meios de comunicação oficial para a divulgação de inverdades sobre a
pandemia.

O plano da política externa, assim como o nacional, também foi marcado pela
ausência de coordenação política e pelo aumento do isolamento brasileiro em relação aos
principais diálogos internacionais e regionais. Juntamente com o declínio na área da saúde
global, cujo posicionamentos do governo colocaram o país na contramão da história. Tal
atitude se contrariou com anos de uma política externa desenvolvida na área da saúde, em que
o Brasil desempenhou papéis de relevância.

A concepção de dificuldades por parte do governo federal ao combate à pandemia


complicou o posicionamento do país frente a um plano global de combate ao vírus e a
distribuição de vacinas. Ocasionadas, em grande parte, pela disseminação das fake news
sobre a pandemia, algumas propagadas pelo próprio presidente, característica de sua
comunicação política.

As fake news foram manifestadas por pronunciamentos oficiais do presidente e, por


vezes, também por seus aliados. Dentre elas, podem ser citados alguns exemplos que
reverberaram na mídia e na opinião pública, como: a minimização da gravidade da doença,
chamando-a de “gripezinha” ou “resfriadinho” e referindo-se ao seu “histórico de atleta”
(Brasil, 2020b); a constante construção da China como responsável pelo vírus e até mesmo
apontando intencionalidade por parte do país para a propagação do comunismo, através de
termos como “comunavírus” e “vírus ideológico” (Araújo, 2020); e, por fim, o constante
questionamento e descredibilização da eficácia das vacinas, como quando o presidente
proferiu a seguinte frase “Se você virar um jacaré, é problema seu” ao referir-se aos possíveis
efeitos colaterais do imunizante da Pfzer/BioNTech (Diário De Notícias, 2020).

A atitude brasileira em relação à pandemia repercutiu internacionalmente, sendo


altamente criticado e excluído dentro do sistema internacional, com o fechamento de
fronteiras, comprometendo a imagem e gerando desconfiança. Não obstante, a pandemia
agravou o processo de desconstrução da agenda externa brasileira de direitos humanos
iniciada no primeiro ano de mandato.

As posições opostas aos protocolos da OMS e o negacionismo colocaram o Brasil em


um restrito grupo de países violadores de direitos humanos em relação à proteção de civis
durante a pandemia (Rodrigues et al., 2020). Denunciado no Tribunal Penal Internacional
(TPI) e no Tribunal Internacional de Haia por prática de genocídio e crimes contra a
humanidade.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho tem como finalidade verificar se o uso das fake news durante o
Governo Bolsonaro é capaz de afetar as relações exteriores do país em questão, visto a
tendência de aumento da relevância da opinião pública na tomada de decisão política e ações
internacionais. Fica claro que o uso de fake news na formação de opinião pública é uma
prática antiga, que vem se intensificando com a evolução dos meios de comunicação, mais
especificamente nas redes sociais.

No decorrer do texto foi utilizado o Jogos de Dois Níveis (1988) de Robert Putnam
com o intuito de melhor elucidar e verificar a relação entre os conceitos de opinião pública e
política externa, como tentativa de comprovar a influência entre o âmbito político nacional e
internacional, nos quais as decisões e ações tomadas em determinada instância afetam a outra
e vice-versa. Este conceito é importante para comprovar a hipótese de que há consequências
na política externa de um país conforme o apoio ou não da opinião pública, ao considerar este
um fator importante na formulação da política nacional.
Seguindo esse posicionamento, o presente trabalho segue a ideia de que os indivíduos,
com o poder da opinião pública, podem exercer influência nas relações exteriores, essa ideia
acentuada pelos meios de comunicação por muitas vezes não é aceita pelas principais
correntes teóricas das Relações Internacionais. Ademais, vale ressaltar que está relacionado à
maior abrangência de acesso à informações por parte dos indivíduos e não apenas pela
concretização da racionalidade da sociedade em relação aos temas políticos. E é a partir da
internet e das redes sociais que a sociedade passa a tomar conhecimento sobre os mais
diversos assuntos e acontecimentos, o que acaba gerando um maior espaço para o
compartilhamento de opiniões e consequentemente, julgamentos que alcançam números
significativos de visualizações e disseminação de informações. Assim, nota-se a tendência de
maior participação da sociedade na formulação das relações exteriores dos países.

Em uma última análise e com o intuito de evidenciar os efeitos de uma política


nacional minada por fake news na formulação da política externa, é avaliado o cenário
político brasileiro, a partir da campanha eleitoral e mandato de Jair Bolsonaro. Neste sentido,
pode-se verificar, com as informações observadas, que o aumento da disseminação de
notícias falsas via redes sociais - em escala mundial, mas neste caso em específico no Brasil -
têm impactado no processo de tomada de decisão de política externa brasileira.

Como foi o caso das notícias falsas sobre a COVID-19 durante a pandemia, com um
discurso populista e personalista, Bolsonaro fortaleceu uma via de diálogo com a sua base de
apoio através do uso corriqueiro das redes sociais. Antes mesmo da pandemia, o presidente já
fazia uso de uma política comunicativa de desinformação, o que só se agravou com a crise
sanitária, através da descredibilização da pandemia, da ciência e das mídias tradicionais.
Compreendendo assim, que essa prática prejudicou a contenção do avanço do vírus no país,
bem como trouxe consequências para os mais diversos âmbitos internos.

Observando um efeito indireto das fake news na política externa brasileira, como a
constante culpabilização da China sobre a origem do vírus, acarretando tensões diplomáticas
com o maior parceiro econômico do Brasil. Nota-se também, nas esferas multilaterais e
regionais, uma carência de interesse e consequente participação do Brasil nas ações
coordenadas ao combate à pandemia, contribuindo para o isolamento brasileiro, através do
fechamento de fronteiras e nos debates para a negociação de vacinas, assim como a exclusão
dos diálogos sobre programas de recuperação econômica e de saúde, juntamente com as
denuncias em instâncias internacionais por crimes contra a humanidade e genocídio.

De modo geral, percebe-se a deterioração da imagem externa do país frente ao sistema


internacional. O posicionamento tomado pelo governo Bolsonaro frente à pandemia
demonstrou o rompimento com a realidade histórica da PEB, levando em conta a frequente
atividade brasileira no campo da cooperação internacional em saúde. O posicionamento
automático brasileiro a um governo que não vigora mais somado ao isolamento internacional,
decorrente da atitude brasileira à pandemia, produziu incertezas sobre o futuro da PEB e da
imagem internacional do país.
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