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RELATÓRIO DO GRUPO TÉCNICO DE

POVOS
INDÍGENAS
Produto 2 | Relatório Final

Comissão de Transição Governamental 2022

Brasília, dezembro de 2022


COMISSÃO DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL
Coordenador-Geral do Gabinete de Transição Governamental
Geraldo Alckmin

Coordenação Executiva
Floriano Pesaro

Coordenação de Articulação Política


Gleisi Hoffmann

Coordenação de Organização da Posse


Rosângela Lula da Silva

Coordenação de Grupos Técnicos


Aloizio Mercadante

Coordenação do Grupo Técnico Povos Indígenas


Ailson dos Santos
Benki Piyãko
Célia Nunes Corrêa
Davi Kopenawa Yanomami
Eunice Antunes
João Pedro Gonçalves da Costa
Joenia Batista de Carvalho
Juliana Cardoso
Kleber Luiz Santos dos Santos - Coordenador Executivo
Luiz Henrique Eloy Amado
Márcio Augusto Freitas de Meira
Marivelton Rodrigues Barroso
Ricardo Weibe Nascimento Costa
Sônia Bone de Souza Silva Santos
Tapi Yawalapiti

Integrantes do Grupo Técnico Povos Indígenas


Adriana Soares Carvalho
Alvaro Luiz Travassos de Azevedo
Braulina Aurora
Cacique Cau
Clovis Moreira Saldanha
Cristiano Marioto
Dionedison Demecio Cândido
Elaine Jacome dos Santos Labes
Eliésio da Silva Vargas Marubo
Eriverto Vargas (Beto Marubo)
Fabiano de Lima Silva

1 RELATÓRIO FINAL
Hone Riquison Pereira Sobrinho
Jecinaldo Barbosa Cabral
Jerry Adriane Santos de Jesus
Juliana Tupinambá
Leonardo Lenin Covezzi do Val dos Santos
Luzia Silva Matos
Marcos dos Santos
Marcos Vesolosquzki
Maria Augusta Assirati
Naldo Tembé
Otoniel Ricardo
Paulino Montejo Silvestre
Quenes Silva Gonzaga
Raimundo Nonato Pereira Silva
Tani Rose Ribeiro
Tereza Arapium
Ubirajara Sompré

Relatora:
Lucia Alberta Andrade de Oliveira

Assessora Administrativa:
Luana Machado de Almeida

Equipe de monitoramento:
Gabriella Oliveira

Assessor Jurídico:
Carlos Gondim
Júnior Fidelis

Colabodoradores do Grupo de Trabalho:

2 RELATÓRIO FINAL
Sumário
Sumário 3

Sumário Executivo 4

1. Introdução: desmonte das Políticas Públicas da Política Indigenista 4

2. Balanço dos principais programas e ações 7

3. Sugestão de ações e medidas prioritárias 12

4. Gestão e área de suporte 14

5. Colegiados de participação social 14

6. Pontos de Alerta 17

7. Sugestões sobre Emergências Orçamentárias 27

8. Sugestões sobre revogações e alterações de atos normativos 45

9. Sugestão de Estrutura Organizacional do Ministério 49

10. Conclusões 58

Anexos 58

3 RELATÓRIO FINAL
Sumário Executivo
O sumário executivo é uma síntese dos itens do relatório, seguindo a
mesma sequência, contendo de 3 a 4 laudas (considerando 1 lauda = 2100
caracteres com espaço). É esta parte do documento que será utilizada para
produção do relatório global da Comissão de Transição Governamental. Coloque
aqui, portanto, o mais relevante.

1. Introdução: desmonte das


Políticas Públicas da Política
Indigenista
A Constituição Federal de 1988, reconheceu, aos povos indígenas a “sua
organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários
sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las,
proteger e fazer respeitar todos os seus bens” (Art. 231). Assim, a Carta Magna
reconhece o caráter multiétnico e pluricultural do Brasil, a multiplicidade de
existências e modos de vida, a diversidade de identidades, tão históricas quanto
contemporâneas. É dessa realidade que decorre o direito dos povos indígenas à
políticas específicas e diferenciadas.

Os direitos originários dos povos indígenas às suas terras tradicionalmente


ocupadas implicam no reconhecimento que esses direitos precedem a
quaisquer outros direitos, ou seja, é anterior ao projeto colonial e à constituição
do Estado Nacional

Ao reconhecer a organização social própria dos povos originários (Art. 231) e


afirmar que “suas comunidades e organizações são partes legítimas para
ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, com assistência do
Ministério Público” (Art. 232), a Constituição consagra também o direito dos povos
à autodeterminação, não cabendo mais a política indigenista integracionista,
paternalista, autoritária e tutelar que marcou ao longo de séculos a relação do
Estado brasileiro com os povos indígenas.

O pacto democrático instituído pela Constituição de 1988, certamente não se


materializou totalmente, como era esperado pelos povos indígenas. Todavia,
nunca na história recente do Brasil os direitos desses povos foram tão ultrajados e
ignorados, como no governo de Jair Bolsonaro. Neste período, os direitos dos
povos indígenas foram instrumentalizados e negociados para atender interesses

4 RELATÓRIO FINAL
da elite oligárquica e demais grupos políticos e econômicos que deram
sustentação ao Governo Bolsonaro dentro e fora do Congresso Nacional.

O Governo Bolsonaro promoveu, portanto, o desmonte da política indigenista e


das políticas públicas diferenciadas conquistadas pelos povos indígenas no Pacto
Constitucional de 1988.

(i) Perdas econômicas do setor

O governo Bolsonaro desmantelou a Funai, com a redução orçamentária ou não


aplicação dos recursos disponíveis para atividades finalísticas. Nota-se que 70%
do orçamento do órgão é atualmente destinado para manutenção de pessoal,
sendo apenas 30% destinados para atividades voltadas ao cumprimento de sua
função institucional. No Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2023,
apresentado ao Congresso Nacional, o orçamento da Funai sofreu um corte de
R$ 34 milhões, dos quais 14% destes seriam destinados às ações finalísticas,
sendo R$ 7 milhões a menos para ações de fiscalização, demarcação e
regularização fundiárias de terras indígenas.

O governo promoveu o desaparelhamento dos órgãos de controle e fiscalização


ambiental, principalmente do Ibama e ICMBio, bem como a supressão do papel
fundamental da Funai e da atuação das procuradorias federais na defesa dos
direitos territoriais dos povos indígenas.

Ademais, a Funai foi entregue totalmente ao controle político da bancada


ruralista, donos ou representantes do agronegócio no Congresso Nacional.

Nessa condição o órgão publicou várias normativas da Funai (portarias,


instruções, cartas circulares) que determinam: a não proteção de terras indígenas
não homologadas e territórios de povos voluntariamente isolados; a
disponibilização das terras indígenas para a agricultura extensiva, monocultura e
transgênicos, por meio de “parcerias” e arrendamentos e a volta de práticas
tutelares.

(ii) Desmonte das estruturas administrativas relacionadas ao tema

Contrariando a obrigação Constitucional do Estado, o então candidato Jair


Bolsonaro declarou que, se eleito, não haveria “um centímetro a mais para
demarcação” de terras indígenas no Brasil, com isso, cumpriu à risca essa
promessa de campanha, além de não ter sido emitido nenhum Decreto de
Homologação pelo Presidente da República, nem Portaria Declaratória pelo
Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, o governo ainda atuou no
sentido de dificultar novos procedimentos de identificação e delimitação.

No período dos últimos 4 anos ocorreu a paralisação total da demarcação e


proteção das terras indígenas, comprometendo a continuidade física e cultural
dos povos indígenas, particularmente aqueles em situação de isolamento
voluntário.

5 RELATÓRIO FINAL
Outra notória estratégia para desestruturação da política indigenista foi a
nomeação de profissionais sem experiência alguma no tema para ocupação de
cargos na Funai. Das suas 39 Coordenações Regionais, apenas duas contam com
chefes titulares servidores do órgão, já tendo sido nomeados 17 militares, três
policiais militares, dois policiais federais e seis profissionais sem vínculo anterior
com a administração pública.

(iii) Redução no orçamento dedicado ao tema

As políticas conquistadas ao longo de décadas nas áreas de saúde, educação,


agricultura familiar, promoção da cultura e do desporto, gestão territorial e
ambiental, foram sucateadas por meio da redução orçamentária ou a extinção de
espaços de participação e controle social.

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2023, apresentado ao Congresso


Nacional, prevê corte orçamentário de 59% (926 milhões a menos), em relação ao
orçamento de 2022, para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), sendo o
menor orçamento do órgão desde sua criação.

O governo Bolsonaro e sua base aliada insistiram permanentemente na


tramitação e aprovação de proposituras legislativas (Medidas Provisórias, Projetos
de Lei, Emendas Constitucionais, Decretos Legislativos) que visavam regredir ou
suprimir os direitos indígenas, e contrariamente legalizar a atuação de
organizações criminosas que agem nos territórios indígenas, em detrimento do
direito de posse e usufruto exclusivo dos povos indígenas.

(iv) Impacto na vida das pessoas

A invasão das terras e territórios indígenas se acentuou exponencialmente no


governo Bolsonaro, que foi omisso com o aumento de invasões nos territórios
indígenas, principalmente de garimpeiros, grileiros, madeireiros, pecuaristas,
pescadores e caçadores ilegais e narcotraficantes, que convergem no
desmatamento de áreas protegidas, não apenas no bioma Amazônia. Tudo isso,
implicou no aumento de conflitos e da violência contra os povos indígenas.

Dados consolidados pelo Relatório Conflitos no Campo, da Comissão Pastoral da


Terra, dão conta de que, em uma década (de 2011 a 2020), houve um aumento de
92% dos conflitos envolvendo terras no Brasil. Somente sob o Governo Bolsonaro,
o aumento foi de 25%. Do total de famílias afetadas pelos conflitos (171,6 mil), 56%
são indígenas (96,9 mil).

(v) Mudança na percepção internacional sobre o tema

Na base de toda essa política e projeto de morte contra os povos indígenas, o


governo pretendia a integração dos povos indígenas aos modos de vida da
sociedade envolvente, a modelos alienígenas de desenvolvimento econômico,
desprezando os diversos modos de produção da economia e culturas indígenas,
num processo etnofágico em que rotineiramente promovia a discriminação, o

6 RELATÓRIO FINAL
ódio e à violência contra os povos indígenas, buscando ao final de contas a
expulsão dos povos de suas terras e a disponibilização das riquezas preservados
por eles milenarmente a interesses corporativos, nacionais e internacionais.

Na contramão dessa postura genocida, os povos indígenas empreenderam


agendas internacionais para denunciar a negação e violação de direitos do
Governo Bolsonaro, principalmente no período da pandemia da Covid-19.

2. Balanço dos principais


programas e ações

7 RELATÓRIO FINAL
Situação atual (em
Decreto/
funcionamento,
Programa Portaria de Objetivo Proposição
paralisado ou
regulamentação
extinto)

Política Nacional de Garantir e promover a


Gestão Territorial e proteção, a recuperação, a
Ambiental de Terras conservação e o uso
Indígenas (PNGATI) sustentável dos recursos
naturais das terras e
territórios indígenas,
Retomar e valorizar os PGTAS
assegurando a integridade
que foram construídos;
do patrimônio indígena, a
Decreto Nº 7.747, de 5 Retomada de formação sobre
Paralisado melhoria da qualidade de
de Junho de 2012 PNGATI e PGTAS nos territórios
vida e as condições plenas
com orçamento para realização
de reprodução física e
e execução.
cultural das atuais e futuras
gerações dos povos
indígenas, respeitando sua
autonomia sociocultural,
nos termos da legislação
vigente.

Assegurar instrumentos de
Retomar parceria com
Programa das Nações contratações de técnicos
organismos internacionais e
Unidas para o especializados responsáveis
N/A Extinto ações com a PNUD para
Desenvolvimento pela realização da etapa de
viabilidade de demarcação de
(PNUD) identificação e delimitação
terras indígenas.
de terras indígenas.

8 RELATÓRIO FINAL
criação de uma rede para
elaborar, editar e publicar
Comissão Nacional de
material didático específico e
Apoio à Produção de Portaria SECAD nº 13 de
Extinto a organização de bibliotecas, Recriação
Material Didático julho de 2005
laboratórios de línguas e de
Indígena (Capema)
informática nas escolas
indígenas.
Criar condições para a
ampliação do acesso e
Programa de Apoio a permanência na educação
Planos de superior, no nível de
Reestruturação e DECRETO Nº 6.096, DE graduação, pelo melhor Criação de campus,
Paralisado
Expansão das 24 DE ABRIL DE 2007. aproveitamento da departamentos indígenas
Universidades Federais estrutura física e de
(Reuni) recursos humanos
existentes nas
universidades federais.
Concessão de auxílio
Portaria Ministerial n° financeiro a estudantes Reformular para atender a atual
Bolsa Permanência 389, de 09 de maio de Em funcionamento indígenas matriculados em demanda dos estudantes
2013 Instituições Federais de indígenas.
Educação Superior

Busca promover a formação


continuada de professores Reformular para atender a
Saberes Indígenas na Resolução nº 57, de 23
Em funcionamento da educação escolar demanda de formação para
escola de dezembro de 2013.
indígena, oferecer recursos atuação nas escolas indígenas.
didáticos e pedagógicos

Possibilita a organização da
Território DECRETO Nº 6.861, DE educação escolar indígena Necessidade de repactuação
Etnoeducacionais 27 DE MAIO DE 2009 em territórios com os Sistemas de Ensino.
Paralisado etnoeducacionais

9 RELATÓRIO FINAL
Reformular o programa casa
verde e amarelo restituindo o
Programa Minha Casa criar mecanismos de incentivo programa minha casa minha
DECRETO Nº 7.499, DE
Minha Vida; Programa à produção e à aquisição de vida fortalecendo e ampliando o
16 DE JUNHO DE 2011.
Nacional de Habitação novas unidades habitacionais, programa nacional de
Portaria
Rural; Programa à requalificação de imóveis habitação rural facilitando o
Interministerial nº 172,
Nacional de Habitação urbanos e à produção ou acesso às comunidades
de 10/05/2016 reforma de habitações rurais
Rural indígenas interessadas e
respeitando os seus modos de
Paralisado vida.
Destina-se à promoção do
acesso autônomo e
sustentável à água para
consumo humano e para a
Decreto N° 8.038, de 4
Programa de cisternas Extinto produção de alimentos às recriar
de julho de 2013
famílias de baixa renda
residentes na zona rural
atingidas pela seca ou falta
regular de água

Promover a inclusão social


Reinstituir a política com o
Implementar acesso a DECRETO Nº 4.873, DE das famílias rurais de baixa
objetivo de universalizar o
luz e águas para todos 11 DE NOVEMBRO DE Extinto renda por meio do
acesso a água e luz, priorizando
os povos indígenas 2003. fornecimento dos serviços
os territórios indígenas.
de distribuição de energia.

Proteção de acusados ou
Programa de Proteção a condenados que tenham
Vítimas e a LEI Nº 9.807, DE 13 DE voluntariamente prestado
Testemunhas JULHO DE 1999 efetiva colaboração à
Ameaçadas (Provita) investigação policial e ao
processo criminal

10 RELATÓRIO FINAL
Finalidade a articulação de
medidas para a proteção de
pessoas (física ou jurídica),
grupo social, instituição /
Programa de Proteção organização social ou
aos Defensores de Decreto 6.044 de 12 de movimento social que
Direitos Humanos fevereiro de 2007 promove, protege e garante
(PPDDH) os Direitos Humanos e que
em função dessas
atividades encontra-se em
situação de risco e /ou
vulnerabilidade.

Promover a inclusão digital


Promover a inclusão
Programa de GESAC nas Portaria MC nº 256, de e social, bem como
digital e social, bem
comunidades indígenas 13 de março de 2002, incentivar ações de governo
como
eletrônico para a população.

11 RELATÓRIO FINAL
3. Sugestão de ações e medidas
prioritárias
Órgão/entidade Prazo (até 100
Medida
responsável dias)

1. Criação de um Grupo de Trabalho Funai/INCRA/MPI/MJ 30 dias para criar o


Interministerial e intersetorial para análise da S/Casa Civil GT
demanda de regularização fundiária de terras 100 dias para
entrega dos
indígenas, das condições atuais do governo
resultados
para atendimento às demandas,
estabelecimento de critérios de priorização, e
formulação de proposta de um plano de ação
para a retomada das demarcações, garantido
a participação dos povos indígenas.

2. Criação do gabinete de crise 30 dias


interinstitucional e intersetorial sobre o SESAIMS/FUNAI/MPI/
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena Casa Civil
para avaliar a prestação do serviço integral do
SASISUS, recomposição do orçamento, formas
de contratação de servidores, convênios e 30 dias
formato da gestão.
Revisão da Portaria aprovada na 6ª CNSI para
incorporar a média complexidade no 60 dias
SASISUS. (parlamento)
Elaborar Projeto de Lei para alterar a
vinculação dos recursos da saúde indígena no
SUS e a responsabilidade do SASISUS e dos
entes federados da saúde referente aos povos
indígenas, os recursos do Incentivo para a
Atenção Especializada dos Povos Indígenas
(IAE-PI.

3. Retomada imediata do Programa Bolsa MEC 30 dias


Permanência do MEC (PORTARIA Nº- 389, DE
9 DE MAIO DE 2013), com a disponibilização
de bolsas de acordo com o número total de
indígenas ingressantes na Educação Superior,
com vistas ao redesenho e atualização do
valor de acordo com índice de inflação.

4. Criação orçamentária para o MPI e MPI/ 30 dias


recomposição orçamentária imediata para os FUNAI/SESAI/MEC/S
Órgãos Executores da Política Indigenista: ECADI/ CNEEI.

12 RELATÓRIO FINAL
Funai e SESAI

5. Retomar as atividades do Conselho MPI/MJ/FUNAI 30 dias


Nacional de Política Indigenista (CNPI)

6. Implementar o Plano Integrado da Política FUNAI/MJ/MPI/MMA 100 dias.


Nacional de Gestão Territorial e Ambiental das
Terras Indígenas (PNGATI) e incidir na
tramitação e aprovação do PL 4347/2021 que a
institui como Política de Estado, estruturante
e permanente.

7. Construir o Programa Nacional de MINC/MC/MPI/FUNAI 100 dias


Sustentabilidade Econômica dos Povos /MMA
Indígenas, no âmbito do Conselho Nacional
de Política Indigenista (CNPI) e consulta aos
povos e organizações indígenas, de todas as
regiões do país,, visando a promoção dos
diversos modos de produção e
sustentabilidade econômica desses povos e o
fortalecimento da proteção e integridade de
suas terras e territórios, identidade, cultura e
soberania alimentar.

8. Criar Grupo de Trabalho para propor a Funai/MPI 100 dias


implementação do Plano de Carreira
Indigenista, do Plano Especial de Cargos da
Funai, garantindo a efetiva regulamentação
do poder de polícia da Funai, com
qualificação de ação de fiscal e porte de arma
aos servidores que atuam em ação de
fiscalização na repressão a crimes ambientais
e todas as formas de ilícitos.

9. Instituir o Grupo de Trabalho Permanente Funai/MJS/MMA/MPI 100 dias


de Desintrusão de Terras Indígenas invadidas /CASA CIVIL
por garimpeiros, madeireiros e grileiros nas
distintas regiões e biomas do país, em
especial àquelas que possuem determinação
judicial.

10. Restabelecer as Portarias de Restrição de Funai 100 dias


Uso Ituna Itatá, Piripkura, Pirititi, Tanaru com
vigência até a conclusão dos estudos de
delimitação dos territórios, bem como a
publicação imediata das Portarias de
Restrição de Uso da TI Jacareuba Katawixi e
Mamoriá Grande até a conclusão dos estudos
de delimitação dos territórios.

13 RELATÓRIO FINAL
4. Gestão e área de suporte
O Ministério dos Povos Indígenas, por tratar-se de uma nova pasta no
âmbito do Poder Executivo Federal, necessitará de suporte e investimento
para sua implementação, tanto em termos orçamentários quanto de
recursos humanos, para além dos cargos e funções.

O mesmo é válido para as atividades administrativas rotineiras executadas


pela área meio do MPM, que envolve atividades de planejamento e
orçamento, organização e modernização administrativa, contabilidade,
administração financeira, custos, contratações, administração dos recursos
de informação e informática, recursos humanos, serviços gerais,
transparência no acesso a informações necessários no âmbito do
Ministério.

A despeito deste fato, se tratando de um diagnóstico amplo da política


indigenista, o GT dos Povos Indígenas considera que os principais
contratos que devem ser observados para a continuidade da execução da
política indigenista em 2023 são da Fundação Nacional do Índio (Funai) e
da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

5. Colegiados de participação
social

14 RELATÓRIO FINAL
Situação atual
Ato que
(em Recomendação (recriação,
Lei de Decreto/ Portaria de revogou /
Nome do Colegiado Órgão funcionament alteração da composição,
criação regulamentação alterou o
o, paralisado alteração de finalidade)
colegiado
ou extinto)

Conselho Nacional de Política MJ N/A Decreto Nº 8.593, de 17 N/A Paralisado Reinstalação


Indigenista -CNPI de Dezembro de 2015

Comitê Gestor da PNGATI MJ e MMA N/A Decreto Nº 7.747, de 5 Decreto Nº Extinto Recriação
de Junho de 2012 9.759, De 11 De
Abril De 2019

Comitês Regionais da Funai Funai N/A Decreto Nº 7.056 De 28 Decreto Nº Extinto Recriação
De Dezembro De 2009; 11.226, De 7
Revogado Pelo Decreto De Outubro
Nº 7.778, De 27 De De 2022
Julho De 2012;
Revogado Pelo Decreto
Nº 9.010, De 23 De
Março De 2017

Comissão Nacional de MMFDH N/A Decreto Nº 8.750, De 9 N/A Sem alteração, Alteração da composição,
Desenvolvimento Sustentável De Maio De 2016 mas sem incluindo representantes do
dos Povos e Comunidades maiores Ministério dos Povos
Tradicionais (CNPCT) informações Originários, da Funai e de
sobre a representantes indígenas
situação de
funcionamento

Comissão Nacional de MEC N/A Decreto Nº 6.861, De 27 N/A Paralisado Alteração da composição,

15 RELATÓRIO FINAL
Educação Escolar Indígena De Maio De 2009 incluindo representante do
(CNEEI) Ministério dos Povos
Originários

Conselho Nacional de MEC Lei 9.131, - N/A Em Garantir vaga para um


Educação de funcionamento representante indígena
25/11/95

Conselho Nacional de PR Lei Nº Decreto Nº 6.272, De 23 N/A Paralisado Alteração da composição,


Segurança Alimentar e 13.502, De Novembro De 2007. incluindo representantes do
Nutricional (Consea) De 1º Ministério dos Povos
De Originários, da Funai e de
Novem representantes indígenas
bro De
2017.

Fórum de Presidentes dos MS


Conselhos Distritais de Saúde
Indígena

Comissão Nacional para MMA N/A Decreto Nº 8.576, De 26 Decreto Nº Em Alteração da composição,
REDD+ (CONAREDD+) De Novembro De 2015 10.144, De 28 funcionamento incluindo representantes do
De Novembro Ministério dos Povos
De 2019 Originários, da Funai e de
representantes indígenas

Conselho de Gestão do MMA Lei Nº Decreto Nº 8.772, De 11 N/A Em Alteração da composição,


Patrimônio Genético - CGen 13.123, De Maio De 2016 funcionamento incluindo a participação do
De 20 Ministério dos Povos Indígenas
De (e instituições vinculadas,
Maio como Funai) no plenário do
De 2015. CGen.

16 RELATÓRIO FINAL
6. Pontos de Alerta

17 RELATÓRIO FINAL
Pontos de Alerta

Programa Alerta Origem do Risco Critici- Medidas para mitigação


Alerta dade

0617 - Proteção Ineficiência Dados oficiais Agravamento da 3 - nível alto Homologação nos primeiros 30 dias de
e Promoção estatal do da Funai; situação de extrema de governo de 13 terras indígenas conforme
dos Direitos cumprimento da Relatório vulnerabilidade de criticidade relação em anexo; expedição de portaria
dos Povos missão Defensoria povos e comunidades declaratória das 12 terras indígenas devolvidas
Indígenas constitucional de Pública da privados do acesso aos na gestão do Ministro Sérgio Moro à Funai, com
demarcação e União; seus territórios, do base no parecer GMF nº 005/2017 do Ministério
proteção e Decisões do usufruto pleno de seus da Justiça e Segurança Pública; cumprimento
promoção dos STF territórios e de 98 decisões judiciais que determinam a
direitos respectivos recursos constituição ou recomposição pela Funai de
indígenas. naturais, e dos demais Grupos Técnicos a fim de concluir estudos de
direitos sociais. identificação e delimitação em curso; e de 150
Acirramento de processos destinados à emissão de declaração
conflitos fundiários. de reconhecimento de limites.
Degradação ambiental
de áreas que deveriam
estar sob a proteção
de comunidades
indígenas.

0617 - Proteção Reconhecimento Informação A não efetividade das 3 - nível alto Garantir a vigência das Restrições de Uso
e Promoção dos Povos da Funai TCU, ações de Estado na de conforme determinações decorrentes da ADPF
dos Direitos Indígenas STF (ADPF proteção e criticidade 991;
dos Povos Isolados no 709 e 991), reconhecimento Restabelecer a restrição de uso dos Territórios
Indígenas território Univaja, Opi e destes povos Indígenas conforme relação em anexo.
brasileiro e INA potencializa a violência Homologar e preservar a Terra Indígena Tanaru,
efetiva proteção contra eles, uma vez visando que o território cumpra sua função de

18 RELATÓRIO FINAL
territorial através que sofrem com a preservação da memória do povo vítima de
de localização, invasão de seus genocídio, bem como, enquanto área
monitoramento, territórios, o que protegida pertencente ao patrimônio da União,
regularização, perpetua processos de siga contribuindo para com a preservação
fiscalização e genocídio no país e ambiental da floresta amazônica na região.
desintrusão de impacta diretamente Regularizar as Terras Indígenas determinadas
seus territórios. o ordenamento em decorrência da ADPF 991, conforme relação
territorial, sobretudo em anexo;
na Amazônia brasileira. Elaborar e efetivar os planos de desintrusão em
Outro risco é o atendimento a ADPF 709 e 991, conforme
descumprimento pelo relação em anexo;
Governo das Elaborar e efetivar plano de trabalho para as
determinações ações de localização e reconhecimento dos 86
resultantes de duas registros em estudos pela Funai, cumprindo
Arguições de determinação ADPF 991;
Descumprimento de Alocar orçamento efetivo para atuação das
Preceito Fundamental, Frentes de Proteção Etnoambiental da Funai
ADPF 709 e 991. na região Amazônica através das Bases de
Proteção Etnoambiental, bem como plano para
novas unidades, e aumento de servidores.
Concurso diferenciado, capacitação
permanente e condições de trabalho ajustadas
aos seus direitos trabalhistas;
Elaborar e executar Plano de Segurança
Territorial e de Proteção Emergencial de
lideranças indígenas na Terra Indígena Vale do
Javari ACP 1004249-82.2018.4.01.3200 (TRF-1)
em consonância a proposta da criação das
Unidades Avançadas de Segurança Indígena –
UASI, destinando orçamento específico.

19 RELATÓRIO FINAL
Programa de Os Direitos dos Conselho Continuidade e 3. Alto Nível - Criar política e fundo para proteção de
Proteção de Povos Indígenas Indigenista acirramento do de indígenas e famílias em situação de ameaças
Defensores de têm sido Missionário - contexto de ameaças e Criticidade ou iminente risco de morte em razão da defesa
DH negligenciados CIMI, violências contra de direitos territoriais e ambientais.
nos últimos anos, Fundação lideranças e - Incumbir a FUNAI em ser a responsável por
por isso é Oswaldo defensores de direitos realizar articulações em proteger lideranças
importante que Cruz – indígenas. criminalizadas, inclusive o retorno da
o MPI seja um FIOCRUZ e Permanente risco de procuradoria na atuação em processos
lugar estratégico Relatório de morte de lideranças e criminais.
no âmbito Transição da defensores de direitos - Articular com o CNJ com intuito de promover
federal para o Defensoria indígenas. o desencarceramento de indígenas, com fulcro
desenvolvimento Pública da na resolução nº 287/CNJ- que visa um
e execução de União - DPU tratamento especial a indígenas que são réus
políticas públicas ou investigados.
que objetivem o - Promover políticas de combate a
cumprimento discriminação racial, visando o enfrentamento
dos direitos a violências contra indígenas e indigenistas.
humanos dos
povos indígenas
estabelecidos na
Constituição
Federal.

5022 - Corte do Relatório TCU Negação, mitigação, 3. Alto Nível Recompor o orçamento da saúde aos níveis de
Proteção, Orçamento 2023, e/ou dificuldades de de 2018, com execução transparente e eficiente;
Promoção e Redução e acesso a serviços de Criticidade retomar o Programa Mais Médicos; garantir a
Recuperação contingenciame atenção básica à Morte de implementação da política de forma
da Saúde nto 2022, saúde pelas mulheres, diferenciada, respeitando as diversidades
Indígena empenho comunidades grávidas, cultural e territorial; fortalecer o subsistema de
orçamentário indígenas, tornando idosos, atenção à saúde indígena no âmbito do
com mais vulneráveis suas adolescent Ministério da Saúde; nomear servidores para
incapacidade/bai condições de saúde, es e atuar no Subsistema de Atenção à Saúde
xa execução dos com risco de mortes. crianças Indígena, por critérios que qualifiquem o
recursos por acesso aos serviços, e que observem as

20 RELATÓRIO FINAL
empenhados ausência de especificidades culturais e territoriais, sempre
2022. tratamento mediante o diálogo e o consenso com as
primário e lideranças e organizações indígenas da
secundário, abrangência dos respectivos Distritos Sanitários
política da Especiais Indígenas.
saúde
mental.

0617 - Proteção Aumento da Relatório da Agravamento do 3. Nível Alto - Criar Grupo de Trabalho Interministerial para
e Promoção exploração ilegal Defensoria contexto de graves de efetivar a desintrusão, recuperação da Terra
dos Direitos e indevida de Pública da violações e violências Criticidade Indígena Yanomami, bem como ações de
dos Povos recursos naturais União, aos povos indígenas, e reparação dos danos socioculturais causados
Indígenas em territórios Fundação aumento dos ao Povo pela prática ilícita de garimpo,
indígenas Oswaldo impactados aos seus conforme determinação do Supremo Tribunal
Cruz direitos à vida e à Federal (ADPF 709)
(FIOCRUZ), saúde. - Criar Unidades de Segurança Indígena - UASIs
Ministério Descumprimento de consolidando uma ação de caráter
Público medidas judiciais interinstitucional e multiagências no
Federal impostas ao Governo. enfrentamento a crimes ambientais em
(MPF), territórios indígenas
Hutukara - Realizar diagnóstico dos impactos do
Associação, mercúrio decorrentes da ação da mineração e
Articulação executar Plano Nacional de Erradicação da
dos Povos Contaminação por Mercúrio, tendo como
Indígenas do referência os trabalhos já desenvolvidos pela
Brasil (APIB). Fiocruz junto às Terras Indígenas Yanomami e
Munduruku
- Realizar desintrusão e adoção de Planos de
Fiscalização das Terras Indígenas Yanomami,
Karipuna, Uru Eu Wau Wau, Munduruku,
Kayapó, Trincheira Bacajá e Araribóia, conforme
determinação judicial proferida no âmbito da
ADPF 709

21 RELATÓRIO FINAL
- Suspender Cadastros Ambientais Rurais
(CARs) em terras indígenas emitidos com base
na IN 09 e rediscutir legislação e
procedimentos administrativos adotados para
emissão dos CARs;
- Regulamentar o poder de polícia da Funai,
para garantir as condições necessárias para que
o órgão possa atuar na fiscalização das terras
indígenas de forma efetiva.
- Criação de um grupo de trabalho para
debater como intervir nos arrendamentos de
terra, em especial no sul do país, a partir de
mecanismos de diálogo e pacificação das
comunidades, na construção de práticas de
auto sustentabilidade e de não degradação dos
recursos naturais das TIs..

0617 - Proteção Proteção e Relatório de A ausência e inações 3. Alto Nível Imediata constituição de previsão
e Promoção Promoção dos transição da do Estado nas regiões de orçamentária para combater organizações
dos Direitos Direitos dos Defensoria fronteiriças Criticidade criminosas de forma permanente na região
dos Povos Povos Indígenas Pública da proporcionam fronteiriça.
Indígenas que que vivem em União (DPU), crescimento de Força Tarefa Nacional (Polícia Federal, Força
vivem em regiões de Instituto organizações Nacional, Exército, MPF, FUNAI) para expulsão e
regiões fronteira. Socioambien criminosas e crimes prisão dos criminosos.
transfronteiriça tal (ISA), como tráfico de Implementação do plano de contenção de
s Conselho drogas, tráfico de invasores determinado pelo STF, nas ADPF's
Indigenista pessoas, estupros, 709 e 991.. Reconhecer no âmbito
Missionário roubo de madeiras, administrativo os graves crimes cometidos pela
(CIMI), caça e exploração Itaipu Binacional contra o povo Guarani no
Tribunal de ilegal de minérios, Brasil e Paraguai e estabelecer políticas de
Contas da assassinatos, esbulho reparações (Tendo por base a ACO 3555);
União (TCU), de terra, aliciamento e Reestabelecer os instrumentos multilaterais de
Estrategia de recrutamento de cooperação entre países para ação de proteção
Ações indígenas para o dos territórios indígenas com políticas

22 RELATÓRIO FINAL
transfronteiri crime. Estes afetam especialmente nas regiões com presença de
ças na região direta e indiretamente povos isolados,
Juruá/Yurua. os povos indígenas Propor políticas educacionais em região de
que vivem nessas fronteira, com garantia de livre trânsito nas
regiões e seus fronteiras (cidadania indígena anterior a
territórios, seja pelo nacional)
roubo de terras para Propor previsão orçamentária para direitos
rotas de tráfico, básicos, aos imigrantes indígenas, em
assassinatos de territórios demarcados e não demarcados
lideranças, aliciamento conforme sua particularidade local.
para o crime, tráfico de
drogas e pessoas, etc.
Além do risco de
expulsão de povos de
suas terras, genocídio
e crimes contra a
humanidade.

5011/5013 - Garantia de INEP/MEC Evasão Escolar, baixa 3. Alto Nível Criar no MEC a Secretaria de Educação Escolar
Educação de direitos matrícula no Ensino de Indígena.
Qualidade para educacionais Médio, desistência ou Criticidade Criar um fundo específico para a EEI de forma a
Todos e específicos para reprovação na garantir o financiamento da educação básica,
Educação os povos Educação Básica e assegurando a implementação do programa
Superior - indígenas através Educação Superior. PROLIND, do programa Saberes Indígenas na
Graduação, de políticas Escola, a consolidação do programa Bolsa
Pós-Graduação públicas de Permanência para graduação e pós-graduação
, Ensino, Estado. de forma a se constituírem como política de
Pesquisa e Estado.
Extensão Garantir a melhoria da infraestrutura física e
tecnológica das escolas indígenas.
Criar programas específicos para os povos e/ou
regiões e para os povos de recente contato com
casos graves de violação de direitos humanos à
educação.

23 RELATÓRIO FINAL
0617 - Proteção Povos Indígenas FUNAI - Há fragilidade 3. Alto nível Revisão da legislação vigente, para transformar
e Promoção Impactados por Política acentuada do de o licenciamento ambiental, em licenciamento
dos Direitos grandes Pública - cumprimento das Criticidade socioambiental para garantir a efetividade dos
dos Povos empreendiment Licenciament legislações que Curto prazo direitos indígenas, especialmente aqueles
Indígenas os. o Ambiental protegem os direitos e previstos nos artigos 231 e 232 da Constituição
(anexo) indígenas. Os permanent Federal, com foco nas especificidades dos
interesses econômicos e, visto a povos impactados pelos empreendimentos e o
Acórdãos se sobrepõem aos relação do obrigatório direcionamento de condicionantes
contra os direitos indígenas. Estado nas licenças ambientais para
indígenas - O risco iminente é a brasileiro e mitigação/anulação dos impactos em
Grandes continuidade de os povos comunidades tradicionais, respeitando os
Empreendim violações dos direitos indígenas. protocolos comunitários de consulta;
entos indígenas, bem como Garantia de recursos públicos para a elaboração
(exemplos): atraso significativo em de protocolos próprios de consulta, conforme o
ACÓRDÃO todos os projetos, uma interesse de cada povo e comunidade;
1567/2022 - vez que as violações Suspensão das licenças concedidas e
PLENÁRIO de direito geram assentimentos prévios para pesquisa e lavra de
TC Processo judicialização dos minérios em terras indígenas;
015.589/2021- projetos, aumentando Desintrusão das Terras Indígenas Apyterewa e
8. - TCU seu custo financeiro e Cachoeira Seca, em cumprimento às
ACÓRDÃO social. condicionantes da UHE Belo Monte.
632/2021 - Criação da Comissão Indígena da Verdade
PLENÁRIO Iniciar processos de reparações a todos os
povos que tiveram seus direitos violados, em
especial do povo Guarani violado por Itaipu
Binacional, Funai e Incra (ACO 3555)

0617 - Proteção Indígenas que IBGE, CIMI, 70% das cidades 2.Médio Recomenda-se: a criação de uma estrutura
e Promoção vivem fora de Fiocruz e brasileiras possuem nível de específica para elaboração e execução de
dos Direitos seus territórios REUNIU presença indígena criticidade. políticas públicas para indígenas em contexto
dos Povos tradicionais e segundo dados do A urgência urbano, e àqueles que vivem em territórios não
Indígenas não demarcados, IBGE. é patente demarcados, além de assentamentos e áreas
inclusive em Em média, nessas porque os de retomadas, sendo pensadas por indígenas e
cidades, há mais de indígenas indigenistas, ambos com atuação, experiência

24 RELATÓRIO FINAL
contextos cinco povos e em em e conhecimento em gestão de políticas
urbanos. alguns casos há mais contextos públicas;
de 20 povos distintos. urbanos Cumprimento da decisão do STF, na ADPF 709,
são que determina a eliminação de barreiras para
atingidos que os indígenas que vivem em contexto
por urbano tenham pleno acesso ao SUS;
inúmeros Cumprimento das propostas aprovadas na
problemas última Conferência Nacional de Política
sociais e Indigenista (2015) que estejam relacionadas aos
culturais. indígenas que vivem nas cidades;
Propor que os municípios que possuem
comunidades indígenas e municípios
indígenas, que possam receber royalties
referente ao crédito de carbono, para melhoria
de investimento, em direitos básicos dos povos
indígenas que estão no município (área
urbana), e territórios não demarcadas.

Enfraquecime Enfraquecimento Fundação A situação atual do 3. Alto nível Recomenda-se: 1. Implementação do Plano de
nto crônico da crônico da Força Nacional do quadro técnico da de Carreira Indigenista e Plano Especial de Cargos
Funai de Trabalho da Índio FUNAI reflete o criticidade da Funai; 2. Realização de concurso público
Funai na Política desmonte da política Prioridade para recomposição da força de trabalho da
Indigenista Relatório TC indigenista posto em alta; curto e Funai; 3. Concursos regionalizados que
008.223/2015- prática pelos governos médios contemplem cotas étnicas específicas para a
7 do TCU federais que prazos. incorporação de servidores indígenas; 4.
sucederam as gestões Estabelecimento de um sistema de
petistas. Há risco sério gratificações e incentivos como forma de
de paralisação de estímulo e valorização do trabalho executado
ações da política em locais remotos e de difícil fixação; 5.
indigenista por falta Regulamentação e implementação do
de servidores. pagamento de Adicional de Fronteira; 6.
Implementação de formas de contratação de
indígenas e outros profissionais de campo para
atuarem nas Frentes de Proteção

25 RELATÓRIO FINAL
Etnoambiental da Funai; 7. Regulamentação do
poder de polícia da Funai, para que a autarquia
possa lavrar autos de infração, expedir termos
de interdição e embargo e fiscalizar delitos
contra os povos indígenas e delitos ambientais;

Proposições Atos normativos Congresso Violação de direitos 3. Alto nível Recomenda-se a imediata paralisação da
legislativas que que violam Nacional dos povos indígenas de tramitação das seguintes proposições:
afrontam os direitos dos criticidade PL 490/2007 que dispõe alteração nos
direitos povos indígenas Alto grau procedimentos demarcatórios de terras
socioambientai de indígenas, adotando como base o fundamento
s e territoriais criticidade do marco temporal;
dos povos PL 191/2020 que restabelece condições
indígenas específicas para a realização de pesquisas e
lavra de recursos minerais e hidrocarbonetos e
recursos hídricos em terras indígenas;
PL 2633/2020 (PL da Grilagem) que flexibiliza e
desregulamenta os processos de regularização
fundiária, em especial na Amazônia Legal.
Favorece a grilagem das terras públicas,
causando insegurança jurídica e
potencializando conflitos fundiários e
desmatamento
PL 6299/2002 (PL do Veneno) que flexibiliza a
aprovação de uso de agrotóxicos no Brasil,
promovendo o aumento de contaminação do
meio ambiente e o adoecimento da população
PDL 177 que autoriza o presidente da República
a denunciar a Convenção 169 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
Obs. Mais detalhes sobre os demais Alertas estão no Anexo I deste Relatório

26 RELATÓRIO FINAL
7. Sugestões sobre Emergências
Orçamentárias - OK

27 RELATÓRIO FINAL
Prioridade Ação Dotação autorizada PLOA 2023 % Queda Impacto/Consequência
Orçamentária/ em 2022
EXECUTOR

1. REGULARIZAÇÃO, 20UF - R$ 53.598.372,00 R$ 40.417.893,00 A queda de recursos inviabiliza


PROTEÇÃO Regularização, 24,59% a proteção e fiscalização de
TERRITORIAL e Demarcação e terras indígenas em um
PROTEÇÃO DE POVOS Fiscalização de contexto de crescente violência
INDÍGENAS ISOLADOS Terras desses territórios. Da mesma
Indígenas e forma, impede a retomada do
Proteção dos processo demarcatório em
Povos todas as suas etapas, a proteção
Indígenas de povos indígenas em
Isolados* isolamento voluntário e as
ações de desintrusão após 4
anos de incentivo às atividades
ilícitas dentro das TIs.

* Necessidade de recomposição:
aumento de 180%, para
aproximados R$ 115 milhões
anuais.

TOTAL 20UF R$ 53.598.372,00 R$ 40.417.893,00 24,59%

28 RELATÓRIO FINAL
2. MINISTÉRIOS DOS 2000 - R$ 0,00 R$ 0,00 Não há previsão orçamentária
POVOS INDÍGENAS Administração para a implementação do
da Unidade Ministério dos Povos Indígenas,
Custos administrativos e tampouco o orçamento da
da implantação do LOA 2022 previu gastos para o
Ministério dos Povos funcionamento do Conselho
Indígena e do Nacional de Política Indigenista
Funcionamento do - CNPI os Comitês Regionais,
CNPI e de outras que devem ser de R$ 10
instâncias milhões. Os recursos devem
participativas incluir também o orçamento
para a implantação do
Ministério dos Povos Indígenas,
na casa de 60 milhões,
totalizando 70 milhões.

* Necessidade de recomposição:
R$ 60 milhões anuais para o
funcionamento mínimo do
novo Ministério.

29 RELATÓRIO FINAL
21BO - R$ 0,00 R$ 0,00 Não há no PLOA 2023 alocação
Proteção e de recursos destinados ao
Promoção dos financiamento dos espaços de
Direitos dos participação e consulta dos
Povos povos indígenas, espaços esses
Indígenas extintos ou suspensos pelo
atual governo.

* Necessidade de recomposição:
R$ 15 milhões anuais para o
funcionamento dos órgãos de
participação social com, no
mínimo, duas reuniões por ano.

TOTAL MPI e R$ 0,00 R$ 0,00


CNPI

30 RELATÓRIO FINAL
3. ESTRUTURA E 155L - R$ 2.000.000,00 R$ 1.000.000,00 50,00% As unidades descentralizadas
FORÇA DE TRABALHO Aprimorament da Funai carecem de melhorias
DA FUNDAÇÃO o da estruturais de maneira drástica,
NACIONAL DO ÍNDIO Infraestrutura como foi demonstrado nos
da Fundação acontecimentos do Vale do
Nacional do Javari, onde as bases
Índio etnoambientais vêm sendo
atacadas e a Coordenação
Orçamento Regional necessita de melhoria
Obrigatório de infraestrutura para atender e
proteger os povos indígenas da
região.

* Necessidade de recomposição:
R$ 25 milhões anuais para
reestruturação das unidades
descentralizadas da Funai.

31 RELATÓRIO FINAL
2000 - R$ 100.070.000,00 R$ 100.736.779,00 0,01% O valor de repasse para
Administração administração das unidades da
da Unidade Funai já está historicamente
defasado, e gera dificuldades
para a manutenção das
estruturas descentralizadas que
necessitam de alta capilaridade
no sentido de atender um
público-alvo muito específico. A
manutenção dos valores sequer
corrige a inflação, precisando
ser recomposta com urgência.

* Necessidade de recomposição:
aumento de 50%, para
aproximados R$ 150 milhões
anuais.

32 RELATÓRIO FINAL
0032 2004 R$ 429.722.037,00 R$ 413.623.968,00 3,75% Pagamento da Folha, com
0001 Implantação do Plano de
carreira Indigenista e Plano
0032 20 TP Especial de Cargos da Funai.
0001

0032 212B
* Necessidade de recomposição:
0032 216H 0001 aumento de 28%, para
aproximados R$ 530,0 milhões
anuais (Estima-se que o Plano
de Carreira custe R$ 128,0
Ativos, milhões por ano).
assistência,
benefícios e
ajuda de custo

Indenização zero Zero Implantação de Indenização a


Servidores da Funai em
Exercício em Localidades de
Fronteira

* Necessidade de recomposição:
R$ 7 milhões anuais, valor
estimado por ano para a
gratificação por localidade.

33 RELATÓRIO FINAL
(Folha de zero Zero Concurso Público para
pagamento) recomposição da Força de
Trabalho da Funai

Há necessidade urgente de
recomposição da força de
trabalho da Funai. A LOA 2023 e
a LDO são omissas nesse
sentido e a contratação de mais
servidores é uma das
necessidades mais estruturais
para dar cumprimento à
promoção e proteção dos
direitos dos povos indígenas.

* Necessidade de recomposição:
R$ 25 milhões para contratação
da banca de exame para
realização do concurso público.

TOTAL R$ 431.722.037,00 R$ 414.623.968,00 3,96%

ESTRUTURA E
FORÇA DE
TRABALHO DA
FUNAI

34 RELATÓRIO FINAL
4. SAÚDE INDÍGENA 20YP - R$ 1.487.039.433,00 R$ 609.968.067,00 59% O corte apresentado na PLOA
Promoção, inviabiliza o Subsistema de
Proteção e Saúde Indígena, paralisando as
Recuperação ações da Política Nacional de
da Saúde Atenção à Saúde dos Povos
Indígena Indígenas (PNASPI).

SESAI * Necessidade de recomposição:


aumento de 240%, para
aproximados R$ 2,1 bilhões
anuais, no sentido de alcançar
patamares de saúde indígena
de 2017.

35 RELATÓRIO FINAL
21CJ - R$ 47.236.410,00 R$ 54.641.358,00 Sabe-se que as principais
Saneamento causas de mortalidade infantil
Básico em da população indígena são
Aldeias evitáveis com ações de saúde
Indígenas para primária e saneamento. Além
Prevenção de disso, um terço da população
Doenças e indígena vive em áreas urbanas,
Agravos em sua maioria ocupando áreas
periféricas de grandes centros,
demandando ações urgentes
(IBGE, 2010). Necessidade de
recomposição para garantir o
mínimo de efetividade à política
e, na medida, fortalecimento
para expansão das ações em
saneamento. Importante: essa
ação não é específica para
povos indígenas, mas os inclui
como beneficiários da política
de saneamento da FUNASA.

* Necessidade de recomposição:
minimamente, manter o básico
de infraestrutura, e realizar
estudo mais detalhado para
recomposição.

36 RELATÓRIO FINAL
21CI - R$ 88.781.590,0 R$ 31.002.189,00 65% A 6ª CNSPI (Conferência
Implantação Nacional de Saúde para os
de Melhorias Povos Indígenas) deliberou
Sanitárias sobre alteração da PNASPI que,
Domiciliares ao incluir os povos indígenas
para Prevenção em contexto urbano
e Controle de (atualmente 36% da população
Doenças e indígena brasileira), ampliou o
Agravos em público alvo da ação.
Localidades Necessidade de recomposição
Urbanas de para garantir o mínimo de
Municípios efetividade. Os povos indígenas
com vivem processos de
População até recuperação populacional,
50.000 convergindo em taxas de
Habitantes fecundidade e de mortalidade
infantil superiores às de outras
populações. Sabe-se que as
principais causas de
mortalidade infantil são
evitáveis com ações de saúde
primária e saneamento.

TOTAL SAÚDE R$ 1.623.057.403,00 R$ 695.611.614,00 60%

37 RELATÓRIO FINAL
5. GESTÃO AMBIENTAL 21BO - R$ 44.052.035,00 R$ 39.160.551,00 11% Nos dois últimos anos, a ação
E TERRITORIAL, E Proteção e de promoção e proteção de
PROMOÇÃO DOS Promoção dos direitos sociais foi executada
DIREITOS SOCIAIS E DE Direitos dos quase que exclusivamente
CIDADANIA Povos para a distribuição de cestas
Indígenas de alimentos durante a
pandemia. No entanto, todas
as atividades relacionadas à
gestão territorial indígena,
participação social,
licenciamento entre outros
FUNAI direitos estão inseridos nesta
ação orçamentária. A queda
de orçamento inviabiliza a
atuação da Funai para garantir
tais direitos.

* Necessidade de
recomposição: aumento de
125%, para aproximados R$ 90
milhões anuais, no sentido de
atender o passivo de
demandas dos povos
indígenas.

TOTAL 21BO R$ 44.052.035,00 R$ 39.160.551,00

38 RELATÓRIO FINAL
6. PROTEÇÃO DE 21AQ – R$ 43.329.707,00 R$ 39.946.564,00 8% Acompanha-se uma escalada
LIDERANÇAS Proteção do da violência contra povos
INDÍGENAS E direito à vida indígenas, que estão nas linhas
INDIGENISTAS de frente da defesa dos direitos
humanos. Necessidade de
ampliação orçamentária para
garantir efetividade entre a
população indígena, que está
MMFDH entre o público-alvo da ação em
políticas de proteção a
testemunhas ameaçadas e
proteção de defensores de
Direitos Humanos. As
consequências da ausência de
recomposição são aumento da
impunidade, risco de vida às
testemunhas ou violação de
especificidades culturais.
Importante: essa ação não é
específica para povos indígenas,
mas os inclui como
beneficiários.

39 RELATÓRIO FINAL
21AR - R$ 208.032.840,00 R$ 56.186.914,00 72% Por seu protagonismo na
Promoção e defesa de direitos humanos e,
Defesa de sobretudo, na defesa do meio
Direitos ambiente, os povos indígenas
Humanos para estão a sofrer diretamente as
todos consequências do aumento da
violência em seus territórios
tradicionais. Entre esse grupo,
as mulheres indígenas são
MMFDH vítimas diretas de crimes contra
a honra, integridade física,
patrimônio ou sexuais,
tornando-se urgente ações
públicas de enfrentamento à
violência que as atinge e
proteção de seus direitos, com
foco na interculturalidade, sob
pena de risco de vida.
Necessidade de se garantir a
dotação prevista na fase
autorizada. Importante: essa
ação não é específica para
povos indígenas, mas os inclui
como beneficiários.

TOTAL R$ 251.362.547,00 R$ 96.133.479,00 61%

40 RELATÓRIO FINAL
7. POLÍTICAS SOCIAIS e Ministério da R$ 638.552.040,00 R$ 31.927.602,00 95% Necessário que seja realizado
de CIDADANIA PARA 219E - Ações de pelo Ministério da Cidadania
POVOS INDÍGENAS Proteção Social um programa para
Básica atendimento qualificado,
indigenista e bilíngue nas
unidades do CRAS que
possuam atendimento a povos
Ministério da indígenas. Para tanto é
Cidadania necessário aporte de
1.000.000,00 para contratação
de recepcionistas bilíngues ou
semelhantes, e qualificação
das equipes. Também é
necessário que sejam
implementadas Centrais de
Comunicação sobre Benefícios
Sociais para Povos Indígenas,
com aporte do MC para os
municípios. R$ 500.000,00.
Total de R$ 1.500.000,00.

41 RELATÓRIO FINAL
R$ 327.000.000,00 R$ 16,350.000,00 95% Necessário realizar aporte, pelo
MC, a Casas de Passagem para
a permanência em trânsito
nas cidades de indígenas que
219F - Ações de busquem por serviços em
Proteção Social contexto urbano, ou para
Especial venda de produtos, mas não
tenham condições de ficar nas
cidades sem passar por
situação de vulnerabilidade.
Ministério da Necessário aporte urgente e
Cidadania emergencial de R$ 1.000.000,
00 para as Casas de Passagem
Indígenas. Também é
necessário o
acompanhamento por parte
dos CREAS das situações de
violência familiar e Direito à
Convivência Familiar e
Comunitária de crianças e
jovens indígenas, no valor de
R$ 500.000,00.

20I7 - R$ 9.376.444,00 R$ 8.958.018,00 4% Necessário apoio emergencial


Promoção da para as ações destinadas a
Política erradicar o subregistro de
Nacional de documentação civil entre
Justiça povos indígenas, em especial
na região amazônica e estado
do Mato Grosso do Sul.
Orçamento necessário mínimo
de R$ 500.000,00.

42 RELATÓRIO FINAL
Ministério da
Justiça

TOTAL R$ 974.928.484,00 R$ 57.235.620,00 94%

POLÍTICAS
SOCIAIS PARA
INDÍGENAS

8. EDUCAÇÃO 20RP – Apoio à R$ 119.145.964,00 R$ 3.457.299,00 97,10% Constata-se uma queda na


ESCOLAR INDÍGENA Infraestrutura qualidade da educação para
para a povos indígenas durante os
Educação últimos anos em vários
Básica aspectos. Segundo o Censo
Escolar 2021, das 4.634 escolas
sem prédio, 879 seriam
indígenas, ou seja, quase 20%.

A defasagem estrutural da
educação escolar indígena é,
pois, já muito significativa; é
necessário, para avançar
minimamente, corrigir os
valores correspondentes,
acrescidos de 5%.

TOTAL R$ 119.145.964,00 R$ 3.457.299,00 97,10%


EDUCAÇÃO
ESCOLAR
INDÍGENA

43 RELATÓRIO FINAL
44 RELATÓRIO FINAL
8. Sugestões sobre revogações
e alterações de atos
normativos

45 RELATÓRIO FINAL
Sugestão de atos normativos a serem revogados
Tipo de ato normativo a Número do Data de edição do Objeto do ato Autoridade que Necessidade Nível de urgência
ser revogado/ alterado Ato ato (explicar em poucas palavras) editou o ato de edição de (Imediata, 1 mês e 100
(Decreto, Portaria, (Presidente, Ministro, outro ato dias)
Instrução Normativa, Secretário, Outro) normativo
Resolução, Outro)

Parecer Normativo 001 20/07/2017 Aprovado pelo Presidente da Presidente da Imediata


GAB/CGU/AGU República Michel Temer, na forma República e Não
do art. 41, § 1º da LC nº 73, de Advogado-Geral
fevereiro de 1993, vincula a da União
Administração Federal quanto às
condicionantes estabelecidas pelo
STF no caso da Terra Indígena
Raposa Serra do Sol (Pet. 3388),
acolhendo a tese do marco
temporal.

Decreto 10.965 11/02/2022 Altera o Decreto nº 9.406/2018, em Presidente da


específico insere o § 2º do art. 39 República Não Imediata
para criar o licenciamento
automático do aproveitamento
minerário, incidindo, inclusive,
dentro de Terras Indígenas.

46 RELATÓRIO FINAL
Decreto 10.966 11/02/2022 Cria o “Programa de Apoio ao Presidente da Não
Desenvolvimento República Imediata
da Mineração Artesanal e em
Pequena Escala” (Pro-Mapa), que,
na prática, facilita a
legalização de atividades minerárias
irregulares já em curso na
Amazônia, impactando diretamente
as terras indígenas com processo de
demarcação em curso.

Instrução Normativa 09 16/04/2020 Permite que terras indígenas não Presidente da Sim Imediata
homologadas – ou seja, que não Funai
possuem o processo demarcatório
concluído – sejam excluídas do
Sistema de Gestão Fundiária -
SIGEF.

Instrução Normativa 01 22/02/2021 Dispõe sobre licenciamento Presidente da Não Imediata


Conjunta Funai e ambiental em TI cujo Funai e
Ibama empreendedor seja organização Presidente do
indígena, e permite participação ICMBio
conjunto de indígenas e não
indígenas na exploração econômica
dos territórios, sem consulta aos
afetados, implicando na prática de
arrendamentos e esbulho de
territórios indígenas.

Resolução da Funai 04 22/01/2022 Define critérios específicos de Presidente da Não 100 dias
heteroidentificação a serem Funai
observados pela FUNAI

47 RELATÓRIO FINAL
Parecer 763 07/07/2020 Confere interpretação restritiva à Ministro da Não 100 dias
CONJUR-MJSP/CGU/ decisão do Ministro Luís Edson Justiça
AGU Fachin sobre a suspensão do
Parecer Normativo 001 da AGU

Portaria 3.021 04/11/2020 Determina a exclusão da Ministro da Sim 100 dias


GM/Ministério da participação social nos Conselhos Saúde
Saúde Distritais de Saúde Indígena

Resolução Agência 81 06/07/2022 O seu art. 30, exige de forma ilegal a Diretoria da Não 100 dias
Nacional de autorização da Funai para viagens ANTAQ
Transportes marítimas dos Povos Indígenas, sob
Aquaviários uma perspectiva tutelar do Estado.

48 RELATÓRIO FINAL
9. Sugestão de Estrutura
Organizacional do Ministério
1) Introdução com análise da estrutura atual
Na atual estrutura ministerial do governo federal, a política indigenista é
coordenada pela Fundação Nacional do Índio, autarquia criada pela Lei nº
5.371, de 5 de dezembro de 1967, vinculada ao Ministério da Justiça e
Segurança Pública. Portanto, a construção do Ministério dos Povos Indígenas
(MPI) foi feita a partir da estrutura da Funai e de outros órgãos federais que
executam, de forma transversal, a política indigenista.
O MPI será o órgão coordenador da política indigenista do Estado brasileiro.
Terá como funções precípuas, a formulação, coordenação, o monitoramento,
articulação e a implementação de parte da política indigenista pública,
construída a partir do diálogo e da participação indígena, e com respeito às
diversidades culturais, aos distintos modos de organização, e a todas as
especificidades que marcam a vida dos mais de 305 povos que vivem no país.
A criação do Ministério assegura a expressão da perspectiva indígena na
execução da política pública e permite aumentar a visibilidade e a garantia da
pauta indígena em espaços privilegiados de debate, construção,
implementação de políticas públicas e decisões do Governo Federal.
O MPI contribui com a reconstrução da política indigenista e o fortalecimento
de seu órgão executivo, que passará a ser denominado Fundação Nacional
dos Povos Indígenas (Funai), autarquia responsável pela execução da política
indigenista. As competências do MPI foram pensadas de forma a preencher
lacunas institucionais, ampliando a garantia dos direitos indígenas,
potencializando a transversalidade da política indigenista.
Compete ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI):
I – Formular, coordenar, articular, monitorar e garantir o cumprimento pelo
Estado brasileiro da política indigenista, visando a plena efetivação dos
direitos dos povos indígenas;
II – Promover, fomentar, articular e coordenar a execução de ações de
reconhecimento, defesa e gestão de terras e territórios indígenas, visando
garantir que o usufruto pleno seja efetivamente de seus respectivos povos;
III – Coordenar e articular ações voltadas à garantia do bem viver dos povos
indígenas;
IV – Formular, coordenar, articular, monitorar e garantir o cumprimento de
ações voltadas à proteção dos povos indígenas isolados e de recente contato;
V – Referenciar os demais órgãos federativos no planejamento, elaboração e
execução de programas, projetos e ações visando o reconhecimento,
proteção e promoção dos direitos indígenas;

49 RELATÓRIO FINAL
VI - Promover, fomentar, articular e coordenar ações voltadas à
implementação dos direitos assegurados aos povos indígenas, em acordos e
tratados internacionais, em especial os direitos previstos na Convenção 169 da
Organização Internacional do Trabalho;

2) Sugestão de Organograma
Inserir

3) Sugestões de competências para as áreas da estrutura organizacional


Gabinete da(o) Ministra(o):
I - órgãos de assistência direta e imediata ao Ministro dos Povos Indígenas
a) Gabinete
1. Assessores Especiais (obrigatórias): Assuntos Internacionais; Assuntos
Parlamentares e Comunicação Social;
2. Assessores Especiais por Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata
Atlântica, Pampa, Pantanal;
3) Departamento de Mediação e Resolução de Conflitos Fundiários -
DMRC.
b) Secretaria Executiva
1. Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração;
2. Departamento de Gestão Estratégica;
3. Departamento de Recursos Externos;
4. Departamento do Fundo de Biomas Indígenas;
5. Departamento do Sistema Nacional de Política Indigenista;
II - Órgãos seccionais
a) Consultoria Jurídica
b) Auditoria
c) Ouvidoria – Disque Parente: 01 Ouvidor(a) – (pelo menos 03 posições)
III - Órgãos colegiados:
a) Conselho Nacional de Política Indigenista CNPI: Estrutura de
Secretaria do Conselho (pelo menos 03 posições);
b) Comitê Gestor do Fundo de Biomas Indígenas (a ser criado);
c) Comitê Gestor da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental
de Terras Indígenas - PNGATI;
d) Conselho da Política de Proteção e Promoção dos Direitos dos Povos
Indígenas Isolados e de Recente Contato.
IV – Entidade vinculada
a) Fundação Nacional do Índio, que passa a se chamar “Fundação
Nacional dos Povos Indígenas” - Funai

50 RELATÓRIO FINAL
V - Órgãos específicos singulares
a) Secretaria de Direitos Territoriais Indígenas – SEDITI:
1) Departamento Nacional de Demarcação Territorial – DNDT
2) Departamento de Proteção Territorial e Promoção de Direitos de Povos
Indígenas Isolados e de Recente Contato – DPIIRC
3) Departamento de Proteção Territorial e Promoção da Segurança em
Terras Indígenas – DPSEG

b) Secretaria de Promoção à Gestão e Ambiental Territorial Indígena – SPGATI:


1) Departamento de Gestão Ambiental e Territorial – DGAT
2) Departamento de Justiça Climática – DEJUC
3) Departamento de Promoção ao Bem Viver Indígena – DBEM
c) Secretaria de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas – SEAPRODI:
1) Departamento de Monitoramento e Avaliação – DMA
2) Departamento de Promoção da Política Indigenista – DPROPI
3) Departamento de Línguas e Memórias Indígenas - DLMI

COMPETÊNCIAS DE CADA SETOR


Assessores por Biomas: Serão responsáveis pela articulação das demandas
advindas dos respectivos biomas, de forma a garantir as especificidades das
sociobiodiversidades e das culturas dos povos indígenas nos programas e
ações do MPI.
Ouvidoria Indígena (Disque Parente): O Disque Parente é o setor responsável
pela oitiva de demandas e denúncias de violações de direitos indígenas, que
atua visando contribuir para solucionar conflitos, bem como produzir dados e
sistematizar informações, gerando conhecimentos para subsidiar a política
indigenista. Sua atuação se dará de forma colaborativa com Ouvidorias de
outros órgãos da Administração Direta e outros órgãos do Sistema de Justiça.
Conselho Nacional de Política Indigenista – CNPI: é uma instância
colegiada, de caráter deliberativo e permanente da política indigenista do
Estado brasileiro, integrante da estrutura organizacional do Ministério dos
Povos Indígenas (MPI). É a instância máxima de participação e controle social
na política indigenista.
SECRETARIAS
Secretaria de Direitos Territoriais Indígenas – SEDITI:
A Secretaria de Direitos Territoriais Indígenas – SEDITI visa articular, promover,
fomentar e coordenar as ações voltadas ao reconhecimento dos territórios
indígenas pelo Estado brasileiro, visando garantir o usufruto pleno desses
territórios aos seus respectivos povos

51 RELATÓRIO FINAL
Departamento Nacional de Demarcação Territorial – DNPT: Tem como
atribuições:
I - Planejar, articular, coordenar, promover e monitorar as políticas de
demarcação territorial, em articulação com os órgãos e as entidades da
administração pública federal, estadual, distrital e municipal;
II – Realizar interlocuções, orientar, acompanhar e monitorar as ações do
órgão indigenista vinculado, nos temas de sua competência no que se refere
às demarcações de terras indígenas.
Departamento de Proteção Territorial e Promoção de Direitos de Povos
Indígenas Isolados e de Recente Contato – DPIIRC: Tem como atribuições:
I – Monitorar e garantir o cumprimento da política indigenista de Estado,
atribuída ao seu órgão executivo, visando o exercício da liberdade e das
atividades tradicionais dos povos indígenas isolados, sem necessidade de
serem contatados e considerando a estratégia de isolamento como
manifestação clara de não consentimento para processos de licenciamento e
Planos de Gestão Territoriais e Ambientais em terras indígenas
compartilhadas com outros povos, bem como em relação às ações
intersetoriais e interinstitucionais referentes a áreas protegidas sobrepostas
ou contíguas;
II – Monitorar e garantir o cumprimento da realização efetiva e a conclusão de
processos de reconhecimento de povos indígenas isolados no território
brasileiro, nos casos de registros em situação de Referência em Estudo e/ou
iniciando novos estudos para qualificação de informações sobre a presença
de povos isolados;
III – Monitorar e garantir a efetividade de processos de regularização fundiária
e desintrusão de territórios dos povos indígenas isolados e de recente
contato, bem como planejar, articular, coordenar, promover e monitorar
ações de proteção aos territórios indígenas reconhecidos pelo Estado
brasileiro com presença de povos isolados e de recente contato, por meio de
convênios e cooperações com os órgãos de segurança pública e de
fiscalização ambiental;
IV – Monitorar e garantir o cumprimento das medidas de interdição de áreas
com registros de povos indígenas isolados partir das Portarias de Restrição de
Uso expedidas pela Funai com base no Princípio da Precaução e em
instrumento normativo específico a ser regulamentado, bem como garantir
as ações de proteção destes territórios;
V – Planejar, articular, coordenar, promover ações, programas e políticas
voltadas à proteção e promoção de direitos dos povos de recente contato, em
especial políticas sociais universais, de etnodesenvolvimento, saúde e
processos educativos, bem como garantir a protocolos de consultas
específicos para estes povos;
VI – Monitorar e garantir a execução, em articulação ao Ministério da Saúde,
do atendimento a situação de saúde da população do entorno aos povos
indígenas isolados e garantia da atenção de saúde diferenciada aos povos

52 RELATÓRIO FINAL
indígenas de recente contato, bem como promover e monitorar
interinstitucionalmente a efetivação de planos de contingência em eventuais
situações de contato com os povos indígenas isolados e de emergências
epidêmicas;
VII – Garantir a legitimidade e fomentar as políticas indígenas de proteção aos
povos isolados, executadas pelas comunidades do entorno ou de territórios
compartilhados com esses povos;
VIII – Captar recursos para a execução da Política de Proteção Territorial e de
Promoção de Direitos aos povos indígenas isolados e de recente contato, bem
como articular e celebrar convênios e acordos de cooperação com
organizações da sociedade civil e organizações e associações indígenas,
órgãos de pesquisa e científicos, entre outros que possam contribuir para a
política de proteção dos direitos dos povos indígenas isolados e de recente
contato.
Departamento de Proteção Territorial e Promoção da Segurança em
Terras Indígenas – DPSEG: Tem como atribuições:
I - Planejar, articular, coordenar, promover e monitorar ações de vigilância,
monitoramento, fiscalização e prevenção de conflitos em terras indígenas,
bem como ações de retirada dos invasores, em conjunto com os órgãos
competentes, especialmente a Funai, que atuará no exercício de poder de
polícia;
II – Realizar articulações e cooperações com os órgãos federais e estaduais de
segurança pública, para a efetivação das ações de fiscalização, proteção,
demarcação e desintrusão dos territórios indígenas, bem como acompanhar
eventuais reintegrações de posse visando garantir os direitos indígenas.

Secretaria de Promoção à Gestão Ambiental e Territorial Indígena –


SPGATI
A Secretaria de Promoção à Gestão Ambiental e TerritoriaI Indígena – SPGATI
visa articular, fomentar e coordenar a implementação de políticas de
promoção da sustentabilidade dos territórios indígenas, da justiça ambiental
e climática, da preservação da biodiversidade e das diferentes formas de bem
viver dos povos indígenas, com respeito a sua diversidade social e cultural.
Departamento de Gestão Ambiental e Territorial – DGAT: Tem como
atribuições:
I – Promover as interlocuções interinstitucionais e interfederativas necessárias
à implementação de ações, programas, projetos e ações voltadas à
sustentabilidade dos territórios indígenas, da justiça ambiental e climática, da
preservação da biodiversidade e das diferentes formas de bem viver dos
povos indígenas, com respeito a sua diversidade social e cultural;
II – Apoiar, fomentar, cooperar em processos de elaboração e implementação
de Planos de Gestão de territórios indígenas;

53 RELATÓRIO FINAL
III – Contribuir na captação de recursos para a implementação da Política
Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), por
meio de articulações, parcerias, cooperações com entes e instituições
nacionais e internacionais públicos ou privados;
IV – Coordenar e conduzir o funcionamento do Comitê Gestor da PNGATI e
suas Câmaras Técnicas e Temáticas, promovendo e fortalecendo a
participação plena e efetiva de representantes indígenas, de servidores/as da
Funai e de servidores/as dos órgãos governamentais pertinentes;
V – Apoiar a elaboração e monitorar a implementação de planos integrados
no âmbito da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras
Indígenas (PNGATI).
Departamento de Justiça Climática – DEJUC: Tem como atribuições:
I – Promover e articular ações voltadas à promoção de justiça ambiental e
enfrentamento a mudanças climáticas no âmbito da política indigenista,
coordenando essas ações sempre que envolverem povos indígenas;
II – Promover políticas de gestão ambiental para conservação e recuperação
do meio ambiente em territórios indígenas, em articulação e/ou cooperação
com orgãos ambientais públicos e outros entes e instituições que atuam na
defesa da justiça ambiental e climática;
III – Planejar, coordenar, propor, promover, implementar e monitorar ações
relativas a impactos ambientais decorrentes de empreendimentos e outras
interferências em territórios indígenas, em articulação com os órgãos
ambientais, bem como articular e promover ações de prevenção e controle
de desastres, danos, catástrofes e emergências ambientais nas terras
indígenas e entornos;
IV – Atuar em articulação e/ou cooperação com órgãos ambientais públicos
visando a regulamentação de atos normativos referentes a serviços
ambientais que envolvam ou afetem povos e territórios indígenas, de modo a
garantir que suas especificidades socioculturais sejam consideradas, e
buscando viabilizar a utilização de recursos financeiros decorrentes de
reparação por ilícitos ambientais e ligados a pagamento de serviços
ambientais.
Departamento de Promoção ao Bem Viver Indígena – DBEM: Tem como
atribuições:
I - Planejar, coordenar, propor, promover, implementar e monitorar políticas
de promoção às diversas formas de bem viver dos povos indígenas, em
articulação com os órgãos e as entidades da administração pública federal,
estadual, distrital e municipal;
II - Planejar, coordenar, propor, promover e monitorar ações de
etnodesenvolvimento, em articulação com órgãos e entidades da
administração pública federal, estadual, distrital e municipal;
III – Definir diretrizes, acompanhar, orientar, subsidiar e qualificar as políticas,
programas e ações de infraestrutura comunitária, garantindo-se a construção

54 RELATÓRIO FINAL
de equipamentos públicos específicos e diferenciados, para uso coletivo, em
todas as terras, aldeias e comunidades habitadas por povos indígenas, o
acesso dos povos indígenas às tecnologias sociais de acesso à água e
saneamento ambiental, a projetos de eletrificação, comunicação, habitação e
mobilidade.

Secretaria de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas – SEAPRODI:


A Secretaria de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas – SEAPRODI é
responsável por articular, fomentar, propor, organizar, coordenar e monitorar
ações, programas, iniciativas e instrumentos de fortalecimento da política
indigenista, visando a proteção e a promoção dos direitos indígenas.
Departamento de Monitoramento e Avaliação – DMA: Tem como
atribuições:
I – Monitorar as políticas públicas destinadas de modo universal ou específico
aos povos indígenas, formular indicadores e metas para avaliá-las, produzir
insumos para qualificar a política indigenista, com base nos programas e
ações previstas nos Planos Plurianuais do governo federal;
II – Receber, consolidar e sistematizar documentos e informações sensíveis
ligados ao tema de violações de direitos e segurança dos povos,
encaminhados por quaisquer setores do Ministério, da Funai, ou de outros
órgãos públicos, bem como de setores da sociedade civil, a fim de produzir
insumos voltados a contribuir com a proteção da vida e territórios indígenas.
Departamento de Promoção da Política Indigenista – DPROPI: Tem como
atribuições:
I – Articular, acompanhar e monitorar a política de saúde indígena executada
pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, em cooperação com a
Secretaria Especial de Saúde Indígena;
II – Formular, articular, acompanhar e monitorar ações, programas e políticas
voltadas à garantia da segurança alimentar e nutricional dos povos indígenas,
visando garantir suas especificidades socioculturais;
III – Articular, acompanhar e monitorar a política de educação escolar
indígena desenvolvida por órgãos federais, estaduais, distritais e municipais;
IV – Monitorar e garantir o acesso à documentação civil como direito básico
de cidadania, respeitando as especificidades socioculturais, linguísticas e
territoriais de cada povo indígena;
V – Planejar, coordenar, propor e monitorar o acesso pelos povos indígenas
aos benefícios sociais e previdenciários, de modo a garantir que suas
especificidades socioculturais sejam respeitadas;
VI – Articular, fomentar, propor, organizar, coordenar e monitorar ações de
combate e enfrentamento às violências contra pessoas e coletivos indígenas,
à perseguição e criminalização dos defensores e defensoras de direitos
humanos e socioambientais;

55 RELATÓRIO FINAL
VII – Articular, fomentar, propor, coordenar e monitorar políticas específicas
para povos indígenas que vivem em contexto urbano e/ou em territórios não
regularizados, retomadas e fora de seus territórios, com observância das
especificidades socioculturais;
VIII – Articular, fomentar, propor e monitorar políticas específicas voltadas a
garantir direitos das mulheres indígenas e assegurar que mulheres e meninas
indígenas tenham acesso pleno e efetivo a sistemas de justiça conforme sua
diversidade sociocutural e territorial, sem discriminação de gênero e
étnico-racial, preconceito, estereótipos e qualquer tipo de represálias e
violências;
IX - Articular, fomentar e propor medidas para que a população indígena
LGBTQIAP+ tenha todos os seus direitos respeitados a partir de suas
especificidades socioculturais, contribuir para o enfrentamento a todas as
formas de discriminação e violências e contribuir para o acesso equânime a
serviços de saúde e condições de trabalho e emprego;
X – Articular e atuar em cooperação com as diversas instâncias e organizações
da sociedade civil.

3) Departamento de Línguas e Memórias Indígenas - DLMI


I - Formular políticas e articular ações de salvaguarda da memória dos povos,
culturas, línguas e saberes indígenas;
II - Promover a justiça de transição, assegurar o direito à justiça, memória e
verdade, e reparação e não repetição de violações cometidas contra os povos;
III - Garantir a memória do indigenismo brasileiro;
IV - Formular, articular e coordenar a política linguística voltada para a
valorização e a proteção das línguas indígenas no Brasil;
V - Fomentar, apoiar e monitorar processos de cooficialização de línguas
indígenas nos municípios brasileiros;
VI - Garantir o respeito à diversidade linguística nos atendimentos voltados
aos povos indígenas nos órgãos públicos e privados.
Fundo Biomas Indígenas - FBI
Agência a ser criada para captação e gestão de recursos públicos e privados,
nacionais e internacionais ligada à estrutura do MPI, com o objetivo de
financiar ações nos territórios indígenas presentes nos biomas do país com
recursos financeiros decorrentes, dentre outros, de reparação por ilícitos
ambientais, como multas, ligados ao pagamento de serviços ambientais. O
FBI será um fundo não contábil a ser criado por Lei, garantindo:
I - recursos provenientes de sanções pecuniárias resultantes das
condenações, multas ou indenizações, determinadas ou aplicadas em face de
danos morais ou patrimoniais infligidos a direitos ou interesses dos povos
indígenas e seus territórios;

56 RELATÓRIO FINAL
II - percentuais de compensações, indenizações e multas, estabelecidas em
termos de ajustamento de conduta celebrados pelo Ministério Público, ou
resultantes de condenações em ações civis públicas, que tenham por objeto
compensar, reparar, conservar ou prevenir danos aos bens, valores e
interesses dos povos indígenas e seus territórios;
III - rendimentos auferidos da aplicação de seus recursos;
IV - dotações orçamentárias próprias do Estado;
V - receitas de convênios, consórcios, contratos ou outros ajustes celebrados
com órgãos ou entidades de direito público ou privado, nacionais ou
estrangeiras;
VI - contribuições, doações, legados ou outros atos de pessoas físicas ou
jurídicas de direito público ou privado, nacionais ou estrangeiras;
VII - transferências específicas de outros fundos correlatos, nacionais ou
estrangeiros;
VIII - recursos decorrentes do pagamento de serviços ambientais prestados
em terras indígenas, bem como incentivos decorrentes de REDD+,
licenciamentos ambientais, royalties e outros incentivos nessas áreas;
IX - outros recursos que lhe forem destinados.

10.Conclusões
Opcional. 1 página. Concluir, apresentando o resumo das
recomendações.

Anexos

Inclua aqui outras informações relevantes.

Incluir aqui o material disponibilizado pelos ministérios, inclusive lista de


contratos.

57 RELATÓRIO FINAL
58 RELATÓRIO FINAL

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