O documento discute a política externa brasileira e como ela era tradicionalmente centralizada no Itamaraty, mas passou por mudanças na década de 1990 para se tornar mais permeável a outros atores. Também analisa como a opinião pública pode influenciar o processo de formulação de políticas externas e dá o exemplo dos Estados Unidos.
Descrição original:
Título original
A produção da PE brasileira tem um caráter isolado e centralizado no Itamaraty
O documento discute a política externa brasileira e como ela era tradicionalmente centralizada no Itamaraty, mas passou por mudanças na década de 1990 para se tornar mais permeável a outros atores. Também analisa como a opinião pública pode influenciar o processo de formulação de políticas externas e dá o exemplo dos Estados Unidos.
O documento discute a política externa brasileira e como ela era tradicionalmente centralizada no Itamaraty, mas passou por mudanças na década de 1990 para se tornar mais permeável a outros atores. Também analisa como a opinião pública pode influenciar o processo de formulação de políticas externas e dá o exemplo dos Estados Unidos.
A produção da PE brasileira tem um caráter isolado e centralizado no
Itamaraty;
Na década de 90 a gnt percebe uma alteração desse padrão, permitindo
que o processo seja mais permeável às articulações, interesses e demandas de uma diversidade de outros atores, estatais e societários.
Sendo necessário analisar a maneira como a opnião pública impacta
nesse processo, mas, esse estudo é escasso no brasil, para isso o autor no final do texto vai fazer uma análise sobre a PE EUA.
Compreendendo o insulamento do processo de produção da política
externa brasileira
A tradicional centralização do processo de formação da PE no Itamaraty
é compreendida pelo encontro de diversos fatores, listados pelo autor como
1- Arcabouço constitucional do país que concede grande autonomia ao
executivo, relegando o Congresso Nacional a uma posição marginal, o que não é singularidade brasileira
2- O fato de o legislativo brasileiro ter delegado ao executivo a
responsabilidade pela formação da política externa;
3- O caráter “imperial” do presidencialismo brasileiro;
4- O fato de o modelo de desenvolvimento por substituição de importações ter
gerado uma grande introversão nos processos políticos e econômicos do país, redundando em grande isolamento internacional do Brasil, revertido parcialmente a partir do início dos anos 90;
5- O caráter normalmente não conflitivo e largamente adaptativo da atuação
diplomática do país;
6- A significativa e precoce profissionalização da corporação diplomática do
país, associada ao prestígio de que desfruta o Itamaraty nos âmbitos doméstico e internacional.
Esses fatores explicam o baixo grau de politização da PE e justificam
esse insulamento/isolação do Itamaraty, que vê a PE como uma política de estado.
Assim, o Itamaraty pode ser visto como uma caixa preta.
Para o 1 ponto, o arcabouço constitucional, a Constituição federal de 1988 concede grande autonomia ao executivo na formação da PE, em que o executivo desfruta de uma quase hegemonia sobre o processo, já que cabe ao legislativo ratificar ou vetar os tratados internacionais e autorizar o presidente a declarar guerra e celebrar a paz.
Para o parlamento, a PE e o COMEX são objeto natural de delegação de
poder decisório do legislativo para o executivo, trazendo ganhos mútuos, já que a política de industrialização atendia aos interesses dos dois poderes.
A concentração de poderes pelo executivo denomina nosso
presidencialismo como imperial, já que o controle que o presidente tem com a agenda legislativa, o abuso de medidas provisórias e pela a possibilidade de reeleição, contribui para esse caráter insulado da produção da PEB.
Juntamente com a longa vigência de um modelo introvertido de
desenvolvimento, estruturado na busca de substituição de importações. Mais a própria constituição, a forma de atuação do Itamaraty e o prestígio de que desfruta a corporação diplomática no interior da máquina estatal e no sistema internacional.
A próxima seção do texto é dedicada a uma análise das razões e dos
indicadores de uma mudança no processo de formação da política exterior do país.
O desencapsulamento da política externa do Brasil: uma mudança de
paradigma?
O principal fator a pressionar pelo desencapsulamento da produção da
PEB é o duplo processo de mudança no modelo de desenvolvimento e no padrão de inserção internacional do país.
A superação do modelo substituição de importações e a busca de uma
inserção internacional competitiva levaram a uma mudança significativa no impacto redistributivo doméstico da PE, gerando uma progressiva politização.
então O brasil intensifica e diversifica sua participação nas instâncias
multilaterais e passa a se envolver em uma multiplicidade de negociações internacionais.
A constituição de 88 favoreceu o processo de descentralização, que
ampliou a autonomia dos governos subnacionais, fazendo com que os estados e municípios passassem a defender os seus interesses particulares no que diz respeito as Ris. Ainda no que fala sobre os fatores que têm causado pressões para a alteração do processo de produção da PEB, é importante destacar o fato de política externa e política doméstica, hoje, serem sobrepostas, em função também da mudança nos padrões de impacto doméstico da PEB, que tem gerado custos e benefícios diferentes aos diversos segmentos sociais.
Como desdobramento desses processos, se tem a mobilização de uma
variedade de grupos de pressão e de organizações da sociedade civil no sentido da defesa de seus interesses específicos.
Toda esta mobilização doméstica gerou, de um lado, pressões no
sentido da reversão do padrão insulado de produção da PEB e, por outro, reações adaptativas da presidência e do Itamaraty.
Já a resposta do executivo/Itamaraty, tentado dialogar com os governos
subnacionais e com o empresariado, criando assessorias e escritórios regionais de representação.
A chamada “diplomacia federativa” do país tem, formalmente, o objetivo
de promover uma maior cooperação entre os entes federados, gerando coordenação nas estratégias internacionais e o compartilhamento de informações e de recursos materiais.
O autor ressalta uma incerteza com relação a essas medidas do
Itamaraty, afirmando que o setor empresarial funciona como massa de manobra para os negociadores brasileiros e a persistente postura autonomista dos operadores diplomáticos brasileiros, que resistem ao compartilhamento do processo decisório em política externa brasileira.
Mas aborda tb as propostas que tramitam no congresso que são
capazes de alterar o processo de produção da PEB, traz algumas questões do mercosul e finaliza essa sessão criticando a falta de atenção que se tem a opinião publica no processo de produção da PE e abre sua nova sessão falando da evolução desse estudo exemplificando com a PE EUA.
Opinião pública e política externa
Nos EUA existem 2 grandes fases nos estudos sobre a interação entre opinião publica e politica externa
1- vai do inicio da década de 40 até o final da de 60, o papel dos eua ao
final da 2 gm assumindo uma postura isolacionista, visando a preservação da sua liderança no cenário mundial 2- iniciada com a guerra do Vietnã, quando se passou a questionar as premissas, descobertas e proposições da análise de opinião pública do período precedente
Para assuntos da politica externa, o público tinha menos impacto junto
aos congressistas, não podendo ser confiável para fornecer aos formuladores de políticas em Washington um apoio consistente para um papel de liderança internacional eficaz.
Uma concepção em q a opinião pública norte-americana sobre a política
externa seria ignorante, emocional, vacilante e perigosa para a coerência do processo de produção da política pública.
Já com a guerra do vietna, perceberam que a opnião publica era
necessária para a produção de PE, concluindo que:
1- Geralmente, a opinião influencia a política, embora os formuladores de
política também afetem a opinião, principalmente através da mídia”;
2- Os principais efeitos da opinião pública normalmente se manifestam na
restrição e não na definição de políticas e
3- O que o papel exercido pela opinião pública parece estar crescendo.
“a opinião coletiva não é de fato frágil, desorganizada ou vacilante; é
geralmente coerente e consistente e, permitindo ajustes razoáveis aos eventos mundiais, tende a permanecer estável ao longo do tempo”
Serviço social e meio ambiente: a contribuição do Assistente Social em um Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e nas ações de educação socioambiental