Licenciatura em Relações Internacionais e Diplomacia

2° Ano Laboral

Disciplina: Práticas Diplomáticas

Tema:Diplomacia Pública

Discentes:

Boaventura Julião Macuácua Júnior

Catarina Domingos Artur Nhamue

Eliane Lúcia Leonardo Butelane

Lourenço Edilson Dias Fulau

Olga Daniela Pedroso

Sónia Figueiredo Langa

Docentes:

Fernando Conselho, PhD

Dionisio Missomal, MA
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Maputo, Setembro de 2023

Índice

1. Introdução...........................................................................................................................2

1.1. Objectivos...........................................................................................................................2

1.1.1. Objectivo geral.................................................................................................................2

1.1.2. Objectivos específicos......................................................................................................2

2.1. Conceito de Diplomacia Pública.........................................................................................4

2.2. Evolução Histórica da Diplomacia Pública.........................................................................4

2.3. Diplomacia tradicional VS Diplomacia pública.................................................................5

2.4. Diplomacia Púbica e Soft Power.........................................................................................6

3. Conclusão............................................................................................................................7

4. Referências bibliográficas...................................................................................................8
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Resumo: Esta pesquisa faz referência a diplomacia pública no que concerne a sua evolução
histórica e influência nas relações internacionais. Desde a Antiguidade, governos tinham a
intenção de transmitir mensagens aos políticos e populações dos territórios com os quais
mantinham relações diplomáticas. Já na Idade Média, príncipes faziam circular boletins sobre
seus principais feitos junto às cortes vizinhas. Foi no início do século XX, entretanto, que a
Diplomacia Pública começou a tomar forma como vemos hoje. O significado de Diplomacia
Pública, portanto, começa a ganhar sua roupagem contemporânea no desejo da disputa não-
bélica entre o mundo capitalista e o mundo socialista. Assim, percebe-se que a Diplomacia
Pública é uma área de estudo que se utiliza de conceitos e instrumentos da comunicação para
alcançar objetivos estabelecidos pelas Relações Internacionais.

Palavras-chave: Diplomacia pública;Estado;

1. Introdução.

O trabalho considerada uma questão de segurança nacional para alguns países, a diplomacia
pública também ganhou relevo devido a mudanças na arquitetura das relações internacionais
contemporânea, sobretudo no que diz respeito à crescente interdependência entre os Estados,
à atuação cada vez mais importante de atores não estatais e à evolução nas tecnologias de
comunicação e de informação. Os desdobramentos dessas mudanças deram um peso maior ao
estudo de temas como o papel da opinião pública estrangeira, da imagem e do
prestígio dos Estados.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

 Analisar a influência da diplomacia pública na relação entre actores das relações

internacionais.

1.1.2. Objectivos específicos

 Descrever a evolução histórica da diplomacia pública;

 Relacionar diplomacia pública com outros conceitos;
 Apresentar crítica à diplomacia pública.
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2. Diplomacia pública

2.1. Conceito de Diplomacia Pública

Teles (2013:23) citando Mannheim (1994)1 define a Diplomacia Pública como um conjunto
de medidas governamentais que visam influenciar a opinião pública e as elites estrangeiras a
favor da política externa nacional.

2.2. Evolução Histórica da Diplomacia Pública

De acordo com Tamburine (2015:11) a partir dos Quatorze Pontos de Wilson começou-se a
questionar o tabu de que Estados não poderiam emitir informações para os públicos de outros
países em tempos de paz. A existência da opinião pública internacional tornou-se mais
evidente e a sociedade passou a demandar maior participação no processo diplomático.

Segundo Iyamu (2004:235, citado por Tamburine, 2015:11) 2 “antes da Guerra Fria, não
[existia] uma linha divisora clara entre os assuntos domésticos e internacionais na hora de se
defender e de se promover a política exterior”. Assim sendo, o uso de ferramentas para a
promoção de soft power estatal foi essencial para a vitória dos Estados Unidos na Guerra
Fria, fortalecendo a diplomacia pública como instrumento de atração de interesses e de
interlocução com os públicos-alvo de um governo.

Carneiro (2011:50, citado por Tamburine, 2015: 11-12)3 afirma que “a evolução tecnológica
se deu em paralelo às transformações políticas do sistema internacional pós-Guerra Fria, que
fizeram do soft power um elemento central da relações internacionais” e essa evolução
tecnológica e política também provocou a transformação na manifestação do soft power no

1
Mannheim, J.B. (1994), Strategic Public Diplomacy & American Foreign Policy, Nueva
York/Oxford:Oxford University Press..
2
Iyamu, V. O. (2004) Diplomacia pública enlabibliografía actual. Ámbitos, n. 11-12, 2004,

p. 215-236. Disponível em: <http://grupo.us.es/grehcco/ambitos11-12/iyamu.pdf>.

Acesso em: 10 jan. 2015

3
Carneiro, R. P. (2011) Diplomacia pública digital: desafios e oportunidades para a

atuação do Itamaraty na internet. Dissertação de mestrado em Diplomacia. Brasília:

Instituto Rio Branco.

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sistema internacional. Na época da Guerra Fria, tratava-se de um poder a ser exercido entre
Estado, porém actualmente diversos actores existentes na arena internacional também
disputam por esse poder.

Os avanços tecnológicos impulsionaram a evolução da diplomacia, passando, dessa forma, a

dar-se mais atenção ao papel representado pela opinião pública e mais cuidado no uso da
informação. Criou-se, assim, espaço para um “novo campo de acção e estudo, fruto da ideia
wilsoniana”, o qual, em 1965, no lançamento do Edward R. MurrowCenter
ofPublicDiplomacy, foi denominado“diplomacia pública”, por Edmond Gullion, diplomata
norte-americano de carreira e reitor da FletcherSchoolof Law andDiplomacy. A partir da
emissão do National Security DecisionDirective 77 (NSDD-77), no ano de 1983, a
diplomacia pública afirmou-se como um instrumento e como campo de estudo (Tamburine,
2015:12).

2.3. Diplomacia tradicional VS Diplomacia pública

Teles (2013: 30) diz que os meios de comunicação são um importante factor que
proporcionam uma diferença entre a diplomacia tradicional e a diplomacia pública. As
diferenças verificam-se também nos agentes (as vezes convergem), nos destinatários e nas
temáticas de abordagem. Ambas têm em comum o objetivo a que se propõem, isto é,
influenciar o centro de decisão no exterior no sentido de adotar uma postura favorável aos
interesses estratégicos do ator internacional, seja ele um Estado ou uma Organização
Internacional.

Javier Noya (2007, citado por Teles, 2013: 30) 4 discorda e afirma que a diplomacia
tradicional nunca foi totalmente indiferente a opinião pública, dando como exemplo o ato de
apresentação de cartas credenciais a chegada no país, considerando que se converteu num
ritual de comunicação desde a idade média, em que o Embaixador era um símbolo do povo e
do país representado no país de destino.

Sendo assim, apesar de ser um conceito autónomo da diplomacia clássica, a diplomacia

pública não a substitui, pois a primeira é mais abrangente, secreta, possui alvos concretos e é
justificada quer por razões de eficácia (dada a necessidade de acautelar e de precaver

4
Noya, J. (2007). Diplomacia Pública para elsiglo XXI. La gestión de laimagen exterior y
laopinión pública internacional. Madrid: Ariel.
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possíveis riscos e fracassos dos processos de negociação diplomática, segundo uma estratégia
de prevenção) quer por considerações de cortesia quer de respeito pela (s) parte (s) contrária
(s), sendo que ambas coabitam e deverão continuar a coabitar, como dois instrumentos de
execução da política externa dos Estados que se complementam (Teles, 2013:31).

2.4. Diplomacia Púbica e Soft Power

Teles (2013:32) afirma que a diplomacia pública é um instrumento do soft power. Este termo
foi popularizado no século XX por Joseph Nye. O soft power é uma ferramenta que consegue
que os outros sigam os seus objetivos, ou seja, que é o poder de convencer ao invés de coagir,
contrariamente ao hard power que ordena ou força os outros. Assim este é considerado um
instrumento positivo que deveria ser usado por todos os Estados.

A medida que um Estado que um Estado desenvolve a capacidade convencer outros Estados
sem o uso da força ou sanções cria um Soft Power reforçado. Logo, é visível que o Soft
Power pode ser desenvolvido através de relações com os aliados, o apoio económico e os
intercâmbios culturais, que, por sua vez, resultaria em uma opinião pública mais favorável
(Ibid.). O mesmo soft power pode ser high (direccionado as elites) e low (dirigidos ao público
em geral). Existe também o hard power de caracter militar e o smartpower, que é a junção de
dois (Ibid.).

Anthony Pratkanis (2009:111) afirmam que diplomacia analisa os preconceitos e emoções de

um alvo. Por exemplo, Hitler e Goebbels mobilizaram sentimentoanti-semitistas para
promoverem as suas noções de supremacia ariana e um programa contra os judeus. No
Ruanda, no início da década de 1990, a propaganda Hutu retratou os Tutus como uma raça
separada e maligna, cometendo atos de violação e assassinato. Em meados da década de
1990, as forças sérvias assumiram as principais linhas de comunicação e utilizaram estes
meios de comunicação para apresentar relatos distorcidos da Batalha do Kosovo de 1389 e do
“genocídio croata” dos sérvios na Segunda Guerra Mundial (Segunda Guerra Mundial),
criando assim uma crença no martírio eterno dos sérvios.
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3. Conclusão

O presente trabalho teve como tema: a diplomacia pública. Este trabalho procurou reflectir
em torno da diplomacia publica no campo diplomático, visto que este é ainda um termo
recente na ciência de Relações Internacionais. Assim sendo, a condução do trabalho foi feita
nesta perspectiva com vista a aprofundar sobre este novo conceito que tem suscitado muitos
debates no campo da Diplomacia. Desta forma, concluímos que a Diplomacia Publica é
extremamente importante para a condução da política externa dos Estados e no cenário actual
com reforço da opinião pública internacional torna-se imprescindível que os Estados invistam
nesta.
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4. Referências bibliográficas

Pratkanis, A. (2009) ‘”Public diplomacy in Internacional Conflicts: A Social Influence

Analysis”, em Snow, N. & Taylor, P. M. (ed.) Public Diplomacy. New York: Routledge, PP.
111-114.

Tamburine, N. R. (2015).Breve História da Diplomacia Pública: Um estudo comparativo

entre o caso estadunidense e o brasileiro. Dissertação de mestrado em Especialização em
Relações Internacionais. Brasília: Instituto de Relações Internacionais.

Teles, F. B. M. (2013). A Diplomacia Pública no Contexto das Organizações Internacionais

– O Caso da CPLP. Dissertação de mestrado em Diplomacia e Relações Internacionais.
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Lisboa: Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.