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Resumo:
Além disso, a discussão em sala de aula sobre regimes totalitários proporciona uma
oportunidade para enfatizar valores fundamentais, como direitos humanos,
tolerância e respeito à diversidade, fortalecendo os alicerces de sociedades
inclusivas. Em um mundo globalizado, a aplicação de metodologias que incorporam
tecnologias e práticas culturais contemporâneas na sala de aula dinamiza o
aprendizado, aproximando os alunos do mundo digital e, por consequência, do
mundo cada vez mais digital a qual, naturalmente, já estão inseridos.
Palavras-Chave:
Introdução
“Para Paulo Freire (1983), a educação tem como função muito além do que ensinar
pessoas a apenas lerem e repetirem palavras. A educação precisa ter
comprometimento em ensinar as pessoas a lerem criticamente o seu mundo,
formando os educandos sujeitos críticos e criativos, por meio de uma prática de
crescente reflexão conscientizada e conscientizadora”.
(SANTOS, Vitor Hugo da Silva, Cultura Pop e Educação: Uma Proposta de Ensino
a Partir da Perspectiva de Paulo Freire, 2022, p. 4.)
Quadrinhos, animes, games, filmes e séries fazem parte da vida cultural de muitos
jovens. Esses processos midiáticos, como os filmes de super-heróis, chamam a
atenção de diversos grupos e podem ser usados para criar métodos didáticos que
incentivem os estudantes a aprenderem de uma maneira mais atrativa. Hoje em dia
a chamada cultura pop não está apenas no cinema, nos livros ou nos celulares, está
no imaginário popular dos jovens.
Dos quadrinhos aos filmes de heróis lançados em larga escala nos cinemas, das
séries populares em aplicativos de streaming, dos animes (animações japonesas)
de sucesso com produtos vendidos por todo o canto ou nos chamados idols do k-
pop, todos conquistaram muitos espectadores ao redor do mundo, estando acultura
pop permeando gerações, através das mídias digitais e redes sociais. A influência
das mídias audiovisuais no cotidiano dos jovens é notória.
Desenvolvimento
Durante a discussão sobre os objetivos do projeto e como este seria feito, surgiu a
ideia de utilizar discursos dos líderes destes regimes como forma de ensinar como
não apenas cartazes, panfletos e boletins influenciam o olhar das pessoas, mas
palavras e como elas são apresentadas ao público também exercem essa função.
Surgiu então, de repente uma ideia: E se utilizássemos de obras da cultura pop que
abordassem o mesmo tema (Regimes Totalitários) para representar como a arte e a
cultura também exercem, seja direta ou indiretamente, certa influência sobre as
pessoas?
A ideia não era de toda ruim, afinal:
Após uma reunião on-line entre os bolsistas foram, enfim, selecionados os trechos
que seriam exibidos na intervenção. O primeiro era o discurso do Rei de Britânia,
Charles zi Britania, antagonista principal do anime “Code Geass”. O discurso
consistia na promessa do triunfo da nação fictícia “Britania” sobre um inimigo
insurgente que desafiava diretamente seu poder, no caso, o protagonista. O
segundo foi um trecho do discurso do General Hux, um dos antagonistas do filme de
fantasia cientifica “Star Wars: O Despertar da Força”. Em seu discurso ele anuncia a
finalização de uma superarma com a qual a Primeira Ordem poderia conquistar a
galáxia e destruir a Nova República.
Junto aos trechos da cultura pop foram selecionados também exatamente trinta e
quatro imagens de posteres, boletins e panfletos de época, coletados durante e
após os regimes fascistas e nazistas na Europa durante a primeira metade do
século XX. Quatorze delas foram selecionadas para discutir as propagandas
italianas, doze para as propagandas alemãs e nove para as propagandas
japonesas. A decisão de focar-se nos países que compuseram o “Eixo” durante a
Segunda Guerra Mundial foi tomada para revisar a matéria de Segunda Guerra
Mundial, junto a matéria de regimes totalitários, para as provas bimestrais que
ocorreriam a semana posterior a data da intervenção e, pois, as propagandas
destes países foram muito bem-sucedidas em seus objetivos de manipulação e
convencimento das massas.
A segunda parte da intervenção foi voltada a dar aos alunos uma breve
contextualização do período entreguerras após a Primeira Guerra Mundial e as
condições sociais, econômicas e políticas que levaram estas ideologias a serem tão
populares na Alemanha e na Itália na primeira metade do século XX. A metodologia
utilizada foram mapas políticos da Europa pós-guerra, fotos reais e imagens
históricas para contextualizar de forma mais eficiente a difícil situação a qual a
Europa ficou após o término da chamada “Grande Guerra”.
Resultado:
Após toda a apresentação e o fim das aulas daquele dia, os bolsistas puderam
perceber que a intervenção havia dado resultados. Os alunos deixaram a sala de
aula com uma cabeça um pouco mais aberta. Eles aprenderam, de uma forma
dinâmica e familiar a seu cotidiano nas redes como uma propaganda é construída,
aprenderam a diferenciar seus objetivos e, certamente, conseguiram desenvolver
um raciocínio mais crítico quanto a forma como palavras podem impactar seu
cotidiano, sua vida e o futuro de uma sociedade.
Considerações Finais: