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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

=ISCISA=
CURSO DE LICENCIATURA EM NUTRIÇÃO, 2° ANO
I SEMESTRE, PERÍODO-LABORAL

DISCIPLINA: FARMACOLOGIA- NUTRIÇÃO

GRUPOS ESPECIAIS DE MEDICAMENTOS E MEDICAMENTOS


USADOS NO PROGRAMA DE NUTRIÇÃO

Autores:
1. Atália Augusto Lapissone
2. Ismael Anselmo Sapuleta
3. Felizarda da Alegria Cossa
4. Olinda Vicente Langa

Docentes:

Dra. Ana Francisco

Dr. Afonso José

Maputo, Junho 2021


ÍNDICE

Conteúd

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1

1.1 Objectivos...........................................................................................................1

1.1.1 Geral............................................................................................................1

1.1.2 Específicos...................................................................................................1

1.2 Estrutura do trabalho................................................................................................2

1.3 Metodologia.............................................................................................................2

1.3.1 Tipo de Pesquisa...............................................................................................2

1.3.2 Procedimentos da Pesquisa...............................................................................2

2. REVISÃO DA LITERATURA..................................................................................3

2.1 Grupos especiais de Medicamentos e medicamentos usados no programa de


nutrição..........................................................................................................................3

2.1.1 Generalidades: alimentos, Medicamentos e suas Importâncias..................3

2.1.2 Programa de Reabilitação Nutricional.........................................................3

2.1.3 Medicamentos e suplementos utilizados no PRN e em programas especiais


do MISAU em diferentes faixas etárias.....................................................................7

2.1.4 Anti – Helmíticos......................................................................................12

2.1.5 Vitaminas, Sais Minerais e soluções para equilíbrio electrolítico.............13

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................19

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................20
Grupos especiais de Medicamentos e medicamentos usados no programa de nutrição. 2021

1. INTRODUÇÃO

O uso de medicamentos é importante e necessário e pode ter finalidade profilática,


curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico em caso de alguma enfermidade. A
alimentação é fundamental para que o indivíduo tenha saúde, para que consiga fornecer
ao organismo nutrientes necessários para a manutenção do corpo. É necessário um
equilíbrio entre ambos, para que se tenha uma absorção e o efeito desejado de cada um
deles (Moura et al., 2002).

Em todos os grupos populacionais é importante que exista harmonia entre estas duas
necessidades. Actualmente, o uso de medicamentos tem gerado preocupação quanto aos
gastos excessivos e aos possíveis efeitos, benéficos ou indesejáveis. O perfil de uso
obedece a peculiaridades de idade, género, inserção social, estado de saúde e classe
terapêutica (Rozenfeld, 2003).

Mediante o que acima foi exposto a presente pesquisa objectivou-se em compreender os


Grupos especiais de Medicamentos e medicamentos usados no programa de nutrição,
contemplando desde o Programa de Reabilitação Nutricional (PRN), os medicamentos e
suplementos utilizados no PRN, os Anti – Helmíticos, as vitaminas e Sais Minerais e
soluções para equilíbrio electrolítico e por fim a suplementação em diferentes grupos
etários e em programas especiais do MISAU.

1.1 Objectivos
1.1.1 Geral

i. Compreender os grupos especiais de Medicamentos e medicamentos usados no


programa de nutrição.

1.1.2 Específicos

i. Caracterizar o Programa de Reabilitação Nutricional;


ii. Identificar os medicamentos e suplementos utilizados no PRN;
iii. Descrever os Anti – Helmíticos, as vitaminas, os sais minerais e soluções para
equilíbrio electrolítico;

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iv. Identificar a suplementação em diferentes grupos etários e em programas


especiais do MISAU.

1.2 Estrutura do trabalho

O presente trabalho está organizado em capítulos, com isso para uma melhor ilustração
segue abaixo o resumo da estrutura: Capitulo I: Introdução (Contextualização),
Objectivos, Metodologia e Estrutura do trabalho; Capitulo II: Revisão da Literatura;
Capitulo III: Conclusão; Capitulo IV: Referências Bibliográficas.

1.3 Metodologia

1.3.1 Tipo de Pesquisa

Considerando a natureza e os objetivos deste estudo, trata-se de uma revisão


bibliográfica, que, é aquela que se efectiva tentando-se resolver um problema ou
adquirir conhecimentos a partir do emprego de informações derivado de material
gráfico, sonoro ou informatizado, ou seja, a partir principalmente de livros e artigos
científicos, nesse tipo de pesquisa são desenvolvidos objetivos que proporcionam uma
visão geral a cerca de determinado fato (Prestes, 2003).

Conforme Gil (2002), a pesquisa bibliográfica visa a um levantamento dos trabalhos


realizados anteriormente sobre o mesmo tema estudado no momento, podendo
identificar e seleccionar os métodos e técnicas a serem utilizadas, ou seja, este trabalho
tem por objectivo, o enriquecimento científico que trará a muitos. É uma revisão
integrativa no qual inclui a análise de pesquisas relevantes que dão suporte para a
tomada de decisão e a melhoria da prática clínica.

1.3.2 Procedimentos da Pesquisa

Foi realizada uma revisão da literatura, nas bases de dados Medline, Pubmed, Lilacs,
Scielo e dos comités nacionais e internacionais de saúde, dos artigos publicados nos
últimos 15 (quinze) anos, abordando fármacos, nutrientes e suas interacções. Os
seguintes termos de pesquisa (palavras chaves e delimitadores) foram utilizados em
várias combinações: Alimento; Fármaco; Medicamento e Programa de Reabilitação

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Nutricional. A pesquisa bibliográfica incluiu artigos originais, artigos de revisão,


editoriais e directrizes escritas na língua inglesa e portuguesa.

2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Grupos especiais de Medicamentos e medicamentos usados no programa de
nutrição.
2.1.1 Generalidades: alimentos, Medicamentos e suas Importâncias

O alimento, independentemente da cultura do indivíduo e da época vivida, é um factor


essencial e indispensável à manutenção e à ordem da saúde. Sua importância está
associada à sua capacidade de fornecer ao corpo humano nutrientes necessários ao seu
sustento. Para o equilíbrio harmónico desta tarefa é fundamental a sua ingestão em
quantidade e qualidade adequadas, de modo que funções específicas como a plástica, a
reguladora e a energética sejam satisfeitas, mantendo assim a integridade estrutural e
funcional do organismo (Moura; Reyes, 2002).

No entanto, esta integridade pode ser alterada, em casos de falta de um ou mais


nutrientes, com consequente deficiência no estado nutricional e necessidade de
suplementação (regime dietoterápico). Medicamento é a forma farmacêutica acabada,
contendo o princípio activo ou fármaco, apresentado em variadas formas farmacêuticas:
sólido, líquido e semi-sólido (ANVISA, 2010).

A maioria dos fármacos administrados oralmente é absorvida por difusão passiva,


enquanto os nutrientes são absorvidos, preferencialmente, por mecanismo de transporte
activo. Quando se administra um fármaco por via oral, sua absorção pelo tubo
gastrintestinal e, consequentemente, sua concentração sanguínea, são dependentes de
vários fatores. Por outro lado, os nutrientes são também capazes de interagir com
fármacos, sendo um problema de grande relevância na prática clínica, devido às
alterações na relação risco/benefício do uso do medicamento (Roe, 1984).

2.1.2 Programa de Reabilitação Nutricional

O presente subcapítulo foi descrito baseando-se no Pacote de Formação para o


Programa de Reabilitação Nutricional, segundo o Ministério da Saúde (2012). Assim

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sendo, o Programa de Reabilitação Nutricional é considerado como forma a assegurar o


eficiente tratamento e reabilitação nutricional em casos de desnutrição aguda moderada
ou grave, o qual inclui os seguintes componentes:

1. Envolvimento comunitário: O envolvimento comunitário inclui a avaliação


comunitária, mobilização comunitária, busca activa consentida, referência e
seguimento.
2. Tratamento da Desnutrição no Internamento (TDI): É a componente do PRN que
se destina ao tratamento de doentes com desnutrição aguda grave (DAG) sem
apetite ou com complicações médicas. Em média dura 4 a 10 dias.
3. Tratamento da Desnutrição em Ambulatório (TDA): É a componente do PRN
que se destina ao tratamento de doentes sem complicações médicas através de
medicamentos de rotina e reabilitação nutricional com Alimento Terapêutico
Pronto para Uso (ATPU). Os doentes vão regularmente ao TDA (normalmente
de 15 em 15 dias até recuperarem o peso adequado). Em média dura 2 meses. E
esta dividido em:
a) Desnutrição aguda grave (DAG) sem complicações médicas: é
definida como sendo emagrecimento grave (Marasmo) ou desnutrição
edematosa (denominada Kwashiorkor em crianças, é acompanhada
de edema bilateral).
b) Desnutrição aguda moderada (DAM) é definida como emagrecimento
moderado (estágio que precede a desnutrição aguda grave).
4. Suplementação alimentar: fontes concentradas de nutrientes ou outras
substâncias com efeito nutricionais ou fisiológicos.
5. Educação nutricional e demonstrações culinárias. Como ilustra o fluxograma:

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Componentes do Programa
de Reabilitação Nutricional

Envolvimento
comunitário

Tratamento da
Desnutrição no
Internamento (TDI)

Tratamento da
Desnutrição em
Ambulatório (TDA)

Suplementação
alimentar

Educação
nutricional

Fonte: Autores (2021).

2.1.2.1 Grupo Alvo e Procedimentos na admissão no Programa de Reabilitação


Nutricional

O Programa de Reabilitação Nutricional Volume II foi desenvolvido com o propósito de


proporcionar um tratamento adequado e de qualidade para pacientes adolescentes e
adultos desnutridos com idade igual ou superior a 15 anos, tendo a devida atenção aos
pacientes com HIV/SIDA e/ou TB e mulheres grávidas e lactantes até aos 6 meses após
o parto.

a) Procedimento de avaliação e admissão: para crianças adolescentes e adultos

A avaliação e selecção das crianças adolescentes e adultos para o Tratamento no


Internamento (TDI) ou no Ambulatório (TDA) devem ser feitas na Unidade Sanitária
(US) ou numa Unidade de Reabilitação Nutricional (URN) por um profissional de saúde
experiente.

Passo 1: Receber a criança ou adolescente e a mãe ou o provedor de cuidados e


providenciar o cuidado inicial.

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a. Primeiro atender e diagnosticar e verificar as crianças e adolescentes muito


doentes;
b. A triagem rotineira das crianças ou adolescentes que esperam na fila deve
sempre ser feita para atender primeiro os casos mais graves, como por exemplo
aqueles com complicações médicas;
c. As crianças e adolescentes devem ser avaliadas imediatamente quanto ao risco
de morte e se sinais de perigo existem, e começar o tratamento o mais rápido
possível para reduzir o risco de morte;
d. A história clínica e o exame físico mais detalhados devem ser feitos após
superada a fase do risco imediato de morte;
e. Todas as crianças e adolescentes que percorreram longas distâncias ou que
esperaram por muito tempo até serem atendidas, devem receber água açucarada
a 10% (100 ml de água + 10 g de açúcar), de modo a prevenir a hipoglicémia. Se
a criança está consciente e consegue beber, deve-se dar a beber 50 ml ou meio
copo de água açucarada sempre que o doente quiser. Se a US não tiver água
açucarada disponível, pode-se oferecer F75 para beber.

Passo 2: Avaliação do estado nutricional

Depois da avaliação imediata do risco de morte, deve-se definir o estado nutricional da


criança ou adolescente com base em medições e controlo padronizados. A avaliação
nutricional inclui:

a. A avaliação clínica da presença de edema bilateral;


b. A Medição do perímetro braquial (PB);
c. A Medição de peso;
d. Medição de comprimento ou altura;
e. Utilizar os critérios de admissão para o tratamento no internamento ou
tratamento em ambulatório ou suplementação alimentar para orientar ou decidir
sobre o tratamento;
f. Registar a criança ou adolescente e anotar as suas medições na ficha individual
de CCR.

Passo 3: Avaliação clínica

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a. Recolher a história clínica da criança ou adolescente, realizar um exame físico e


determinar se a criança ou adolescente tem ou não complicações médicas;
b. Imediatamente encaminhar as crianças ou adolescentes com DAG e
complicações médicas para o internamento e iniciar o tratamento (não é
necessário testar o apetite; é necessário administrar a primeira dose de
antibiótico);
c. Informações referentes à criança tais como a história clínica, os resultados do
exame físico e da avaliação médica e nutricional devem ser registadas na ficha
individual de CCR.

Passo 4: Teste do apetite

a. Testar o apetite nas crianças e adolescentes com DAG sem complicações


médicas. O teste do apetite é um critério fundamental para determinar se uma
criança ou adolescente deve ser tratada em ambulatório ou no internamento
(atendimento na unidade sanitária).
b. Dar de imediato água açucarada a 10% (100 ml de água + 10 g de açúcar) ou
F75 a todas as crianças ou adolescentes que recusarem ATPU ou que foram
encaminhadas para tratamento em internamento. Se possível, nos dias de muito
calor, dê água açucarada à todas as crianças ou adolescentes que aguardam
tratamento em ambulatório.
c. Encaminhar para o tratamento em ambulatório as crianças ou adolescentes com
DAG sem complicações médicas e que passaram o teste do apetite.
d. Encaminhar para a Suplementação Alimentar as crianças ou adolescentes com
desnutrição aguda moderada (DAM), sem edema e sem complicações médicas.

2.1.3 Medicamentos e suplementos utilizados no PRN e em programas


especiais do MISAU em diferentes faixas etárias.

Como já havia-se definido anteriormente que o Medicamento é a forma farmacêutica


acabada, contendo o princípio activo ou fármaco, apresentado em variadas formas
farmacêuticas: sólido, líquido e semi-sólido (ANVISA, 2010).

A definição de suplementos alimentares utilizada para regulamentar o mercado na


União Europeia é da Directiva 2002/46/EC que identifica suplementos como alimentos

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com a função de suplementar uma dieta normal. São fontes concentradas de nutrientes
ou outras substâncias com efeito nutricionais ou fisiológicos, isolado ou em conjunto,
vendidos em forma de doses como cápsulas, pastilhas, comprimidos, pílulas e outras
formas similares; como saquetas com pó, ampolas com líquidos, frascos com conta-
gotas e outras formas de líquidos ou pó a serem tomadas em doses de pequenas
quantidades (EPCEU, 2002).

Os suplementos alimentares podem conter vitaminas, minerais e outros componentes


dietéticos, bem como ervas e outras substâncias (Peklar et al., 2014). São utilizados para
auxiliar atingir as necessidades nutricionais de um indivíduo ou tratar uma deficiência
nutricional decorrente de uma doença (Marra & Boyar, 2009). Suplementos que contém
vitaminas e minerais essenciais são importantes quando as necessidades nutricionais de
um indivíduo não são atingidas através da alimentação (Rautiainen et al., 2016).

A combinação de suplementos alimentares e medicamentos pode ser usada


intencionalmente com objectivo terapêutico comum ou para satisfazer necessidades
diversas, mas ambos poderão resultar em risco ao utente (Peklar et al., 2014). O uso de
múltiplos medicamentos para tratamento de múltiplas doenças (a polifarmácia) em
idosos, poderá aumentar a probabilidade de interacção medicamento/nutriente e
influenciar na necessidade de determinados nutrientes.

Os suplementos alimentares podem interferir na dosagem e/ou na biodisponibilidade de


um medicamento (Marra & Boyar, 2009). O consumo de suplementos alimentares é
determinado por uma combinação de fatores sociais, psicológicos, de literacia e
económicos. Apesar de possíveis diferenças quanto as definições de suplementos e a
duração relatada da sua utilização, foi observado que o consumo de suplementos
vitamínicos está associado a um estilo de vida mais saudável e a utentes que se
preocupam com sua saúde (Rovira et al., 2013). A tabela 1 abaixo apresenta os
medicamentos e os suplementos utilizados no PRN e em programas especiais do
MISAU em diferentes faixas etárias.

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Tabela 1: Medicamentos de rotina e suplementos

Medicamento/Su Quando dar Idade/peso Prescrição Dosagem


plemento
Antibiótico Na admissão Peso igual ou maior Amoxicillina 15 mg/kg de peso corporal/dia
Se não tiver complicações a 2 kg 8 em 8 horas por 5 dias
Na admissão Todos Ampicilina com Ampicilina (200 mg/kg/dia de
Se houver complicações médicas, dar como Primeira Linha Gentamicina por 72 6/6h) combinada com
Se não responder a primeira linha durante 48 – 72 hora passe para horas Gentamicina (5– 7.5mg/kg/dia de
segunda linha. 12/12h) durante 72 horas

Depois de 72 horas 15 mg/kg de 8 em 8 horas durante


continuar com 5–7 dias (crianças menores de 3
Amoxicilina oral meses: 15 mg/kg/dia de
Amoxicilina de 12 em 12 horas)
Segunda Linha Todos Ceftriaxona 20–50 mg/kg/dia em casos graves
Pode ser administrada de acordo com a gravidade da infecção por via até 100 mg/kg/dia de 12/12h)
I.M. ou E.V. (2–4 min) ou em perfusão E.V. (20–60 min) em 1–2 durante 7dias
administrações diárias.
Doses de mais de 50 mg/kg em crianças deve ser administradas em
perfusão E.V., caso não se consiga localizar a veia, a injecção I.M. de
mais de 1 g deve ser dividida e aplicada em mais do que um local.

Terceira Linha Depende da Depende da Depende da patologia (doença) de


A não resposta a segunda linha deve esperar pelo teste de patologia (doença) patologia (doença) base
sensibilidade ao antibiótico e usar o antibiótico sensível como a de base de base
Terceira linha em dependência da patologia de base.

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Anti- Helmínticos Na segunda semana de tratamento. Se forem evidentes sinais de uma re- <12 Meses Não dar Não dar
infecção, passados 3 meses, administrar anti-helmínticos. Não dar <10 Kg Albendazol 200 mg (½ Dosagem única
desparasitante às crianças com menos de 1 ano de idade comprimido de 400
mg) ou

Mebendazol 250 mg
(½ comprimido de 500
mg)
≥ 10 kg Albendazol 400 mg
OU
Mebendazol 500 mg

Anti-malárico Deve-se fazer o teste na admissão, se não for possível, confiar na sintomatologia. Todos De acordo com o De acordo com o
Repetir o teste nos casos de teste inicial negativo, e suspeito de malária. protocolo de AIDNI protocolo de AIDNI

Vacina de Para crianças a partir dos 9 meses, se a criança não tiver sido vacinada contra o A partir dos 9 De acordo com o Dosagem única ou
sarampo sarampo, deve-se dar a vacina contra o sarampo na 4ª semana de tratamento ou no meses protocolo de CCS doses repetidas
momento de dar alta. Para crianças que já foram vacinadas (1ª dose), não se deve
dar a vacina contra o sarampo. No caso de uma epidemia de sarampo na área, ou
contacto com alguém com sarampo, deve-se dar a vacina contra o sarampo no
momento da admissão para o TDI, e repetir a vacina no momento de dar alta para
crianças que não tenham sido vacinadas; para crianças que já tenham recebido a 1ª
dose, deve-se dar o reforço no momento da alta.

Vitamina A TDI e TDA: Na 4a semana ou no momento da alta; A vitamina A nunca deverá ser <6 Kg 50.000 IU Dosagem única
administrada se a criança tiver recebido uma dose nos últimos 4 meses; Crianças e 6-8 Kg 100.000 IU
adolescentes com manifestações clínicas de deficiência devem ser encaminhadas >8 Kg 200.000 IU
para o TD
Ferro e ácido TDI e TDA: Quando a anemia é identificada, o tratamento é dado em conformidade Todos De acordo com o De acordo com o
fólico com o protocolo de tratamento de AIDNI; Nunca dar ferro e ácido fólico juntamente protocolo de AIDNI protocolo de
com um tratamento de malária e nem em doentes com edema AIDNI
Mulheres grávidas e lactantes, igualmente aos adultos e adolescentes, enquanto estiverem em tratamento
de desnutrição aguda com F75, F100, ou ATPU não devem tomar suplementos de ferro nem de ácido

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fólico. Esta excepção é devida ao risco de intoxicação por ferro e ácido fólico uma vez que os produtos
terapêuticos F75, F100, e ATPU já contêm quantidades suficientes destes micronutrientes.
F75 Adolescente 65 ml/kg/dia ou 50
(15-18 Anos) kcal/kg/dia
Adulto (19-55 55 ml/kg/dia ou 40
Anos) kcal/kg/dia
Idoso ( > 55 45 ml/kg/dia ou 35
Anos) kcal/kg/dia
F100 Adolescente 65 ml/kg/dia ou 65
(15-18 Anos) kcal/kg/dia
Adulto (19-55 55 ml/kg/dia ou 55
Anos) kcal/kg/dia
Idoso ( > 55 45 ml/kg/dia ou 45
Anos) kcal/kg/dia
ATPU Adolescente IMC/Idade ≥ –3 e <
(15-18 Anos) –2 DP e PB ≥ 21,0 e
< 23,0 cm
Adulto (19-55 IMC ≥ 16,0 e < 18,5
Anos) kg/m2 e PB ≥ 21,0 e
< 23,0 cm
Idoso ( > 55 IMC ≥ 18,0 a < 21,0
Anos) kg/m2 e PB ≥ 18,5 e
< 21,0 cm

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2.1.4 Anti – Helmíticos

As helmintoses constituem um problema grave socioeconómico, pela alta prevalência


entre os animais domésticos e silvestres e por algumas delas serem classificadas como
zoonoses. O controlo dos helmintos baseia-se basicamente na utilização de anti-
helmínticos. A finalidade é limitar a eliminação de ovos e larvas nas fezes, e com isto,
diminuir o número de estágios infectantes no meio onde vivem os hospedeiros.

Os medicamentos classificados como anti-helmínticos são usados no controle de


endoparasitos nematódeos (vermes cilíndricos), cestódeos (vermes de corpo achatado e
segmentado) e trematódeos (vermes cilíndricos e não segmentados) que estão
localizados nos órgãos e tecidos do animal parasitado.

O anti-helmíntico ideal caracteriza-se por: apresentar composição química estável;


ação sobre os estágios adultos e imaturos em desenvolvimento ou inibidos; ação sobre
diversas classes de helmintos; eficácia contra cepas resistentes; não interferir na
imunidade; ter fácil administração e dose única ou de curta duração; boa tolerância
pelo hospedeiro com alta margem de segurança; boa palatabilidade; compatibilidade
com outros compostos; ausência de resíduos no leite e tecidos; favorável custo
benefício. A dose óptima é aquela que vai eliminar 95% de parasitos adultos.

As bases farmacológicas empregadas no tratamento dos helmintos interferem,


principalmente, na produção de energia, na coordenação muscular e na dinâmica
microtubular, causando destruição dos parasitos por inanição, quando são esgotadas
suas reservas energéticas ou a sua expulsão, decorrente de paralisia.

Os modos de ação de vários anti-helmínticos dependem da interferência com os


processos bioquímicos essenciais do parasita ou da integridade da célula, mas não, ou
em menor grau, daqueles do hospedeiro. Muitos dos medicamentos atuam no sistema
nervoso do parasita, resultando em paralisia e, em consequência, na sua expulsão do
hospedeiro.

O sistema nervoso é bem conservado entre as espécies, sendo muito complexo, em


termos de componentes neuroquímicos, possuindo vários receptores e interacções de
transmissores, não constatados nos hospedeiros mamíferos. Em alguns casos, as

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propriedades farmacocinéticas da droga no hospedeiro resultam na exposição do
parasita a maior concentração da droga do que nas células do hospedeiro.

Existem muitos antielmintos, contudo os principais anti-helmínticos actualmente


utilizados no tratamento de infecções causadas por nematódeos, trematódeos e
cestódios são: Os benzimidazóis incluem tiabendazol, parbendazol, oxibendazol,
fembendazol, oxfendazol, albendazol, triclabendazol e ricobendazol (óxido de
albendazol). Três outros compostos químicos, febantel, netobimina e tiofanato (pró-
benzimidazóis).

O grupo imidazotiazol contém dois compostos, tetramisol e levamisol.


Avermectinas/milbemicinas (grupo 3-ML): As avermectinas incluem abamectina,
doramectina, eprinomectina, selamectina e ivermectina e os Derivados do
aminoacetonitrilo (grupo 4-AD); Salicilanilidas/fenóis substituídos: bromossalanos,
clioxanida, oxiclozanida, brotianida, niclosamida, rafoxanida e closantel (salicilanilidas)
e nitroxinila, disofenol, bitionol, hexaclorofeno e niclofolana (derivados fenólicos).

2.1.5 Vitaminas, Sais Minerais e soluções para equilíbrio electrolítico

As vitaminas e os sais minerais recebem o nome de micronutrientes. São essenciais para


o bom funcionamento do corpo e para a manutenção da saúde. Diferentemente dos
macronutrientes (carbohidratos, proteínas e gorduras) são necessários em quantidade
reduzida, obtida por meio da alimentação. As vitaminas podem ser dívidas em dois
grupos (Rautiainen et al., 2016).

As lipossolúveis necessitam da gordura para serem adequadamente absorvidas e são


representadas pelas vitaminas A, D, E, e K. Já as hidrossolúveis necessitam de água, tal
grupo compreende as vitaminas do complexo B e a vitamina C. Os minerais
desempenham inúmeras funções em nosso organismo. Eles fazem parte da estrutura dos
tecidos corpóreos, participam da regulação dos impulsos nervosos, da actividade
muscular e do balanço ácido- base, além de serem componentes activadores ou
reguladores de muitas enzimas. Fazem parte deste grupo o ferro, iodo, cálcio, fósforo,
entre outros (Borg et al., 2015).

Destacam-se as vitaminas e minerais cujas deficiências mais afectam a população. A


vitamina A está presente em alimentos de origem animal e de origem vegetal. Ela é

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essencial no processo visual, sendo importante no combate da cegueira nocturna e vista
cansada. Além disso, ajuda no crescimento, desenvolvimento ósseo, desenvolvimento e
manutenção do tecido epitelial, defesa do organismo e reprodução. Sua deficiência
constitui um problema de saúde pública em várias regiões. Suas principais
manifestações são: a cegueira nocturna e a xeroftalmia (Nascimiento et al., 2017).

O ferro é um componente fundamental da hemoglobina e de algumas enzimas do


sistema respiratório. Sua deficiência é a mais frequente no mundo, produzindo anemia
em homens, mulheres e crianças sendo mais comum em mulheres devido às perdas
sanguíneas durante a menstruação. Para aumentar a absorção de ferro, principalmente o
das fontes de origem vegetal, recomenda-se ingerir junto a estas, fontes de vitamina C
(como o suco de limão) (Helena et al., 2013).

O iodo é importante para o crescimento e o desenvolvimento adequados, além de ser


essencial para o controle dos processos metabólicos do organismo. Sua deficiência pode
causar o bócio aumento de tamanho da glândula tireóide e o cretinismo com
prometimento grave do desenvolvimento cerebral. O iodo, desde a década de 60, vem
sendo adicionado ao sal de cozinha com o intuito de evitar as possíveis deficiências do
mineral. Veja na tabela 2 as principais fontes dos nutrientes que foram destacados (Juan
et al., 2015).

2.1.5.1 Equilíbrio electrolítico

Os electrólitos têm um papel importante na manutenção da homeostase no organismo.


Nos mamíferos, os líquidos e electrólitos estão distribuídos nos compartimentos intra e
extracelular, cuja manutenção de volume e composição, é essencial para processos
metabólicos fundamentais à vida. Por serem moléculas ionizadas, os electrólitos
adquirem cargas negativas (aniões) ou positivas (catiões) sendo responsáveis por regular
a pressão osmótica (Rebelo, 2007).

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O sódio, o potássio e o cloro são electrólitos típicos encontrados no organismo. Esses
são componentes essenciais de fluidos corporais, como sangue e urina e, ajudam a
regular a distribuição de água ao longo do organismo além de desempenhar um papel
importante no equilíbrio ácido básico. O rim é o órgão mais importante na regulação do
volume e da composição dos fluidos corporais, mesmo que outros órgãos como o
coração, o fígado, os pulmões e a glândula pituitária ajudem a manter o equilíbrio
electrolítico (Péter, 2014).

Considerando os fluídos corporais, o sódio (Na+) é o principal catião extracelular, o


potássio (K+) é o principal catião intracelular e o cloro (Cl-) é o principal anião
extracelular (Tabela 1). As concentrações de Na+ e K+ são mantidas pela bomba Na-K
ATP as e das membranas plasmáticas, a qual transporta de forma activa o Na+ para o
exterior das células e K+ para o interior (Rock, 2007).

As diferenças na composição entre o líquido intra e o extracelular são mantidas


activamente pela membrana celular, que é semipermeável (totalmente permeável à água
e selectiva para outras substâncias como os iões). Como a água se difunde livremente
através da barreira celular, seu movimento é determinado pelas alterações na
concentração dos electrólitos osmoticamente activos (principalmente o sódio e o
potássio) de cada lado da membrana (Rebelo, 2007).

Oriundos da alimentação, os electrólitos não são totalmente absorvidos pelo trato


digestivo, havendo excreção do excesso (urina, fezes, suor, saliva e bile) quando há um
estado de saturação na circulação porta. Quando absorvidos, sofrem pouco ou nenhum
processamento hepático sendo transferidos aos tecidos periféricos para exercer suas
funções fisiológicas. Em termos fisiológicos os electrólitos devem ser considerados em
conjunto uma vez que as células necessitam de uma combinação específica de aniões e
catiões para funcionar de forma eficiente (Juan et al., 2015).

Os processos fisiológicos operar dentro de uma gama estreita das condições,


especialmente no que diz respeito ao pH. Assim, as mudanças no equilíbrio ácido-
básico têm uma ampla influência sobre a função das células e, o animal deve regular a
entrada e saída de iões para manter a homeostase. A falha em manter o equilíbrio
electrolítico correto dentro da célula significa que as vias metabólicas são incapazes de

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funcionar de forma eficiente e os recursos são desviados para alcançar a homeostase em
detrimento as demais funções tais como crescimento e produção (Helena et al., 2013).

O sódio é o electrólito responsável pela manutenção do equilíbrio osmótico sendo


absorvido no intestino delgado por transporte activo ligado a absorção de aminoácidos,
bicarbonato e glicose. Além de regular a pressão osmótica, o sódio também é
importante na manutenção do potencial de membrana, essencial em funções celulares
como contracções musculares e transmissão de impulsos nervosos e na regulação do
equilíbrio ácido básico, onde atua associado ao cloreto e ao bicarbonato (Russell, 2000).

A regulação da concentração de sódio no organismo é controlada endacrinamente


mediante mecanismos direccionados não somente para manter o nível de sódio
sanguíneo como também manter a relação Na:K no fluido extracelular. A aldosterona,
hormónimo secretado pelo córtex adrenal estimula a reabsorção de Na+ nos túbulos
renais ao mesmo tempo em que facilita e excreção de K+. O número de moléculas de
Na+ por unidade de água determina a osmolalidade do líquido extracelular, ou seja, se o
Na+ é perdido, a água é excretada na tentativa de manter a osmolalidade normal
enquanto, se o Na+ é retido, a água também deve ser retida para diluí-lo (Rebelo, 2007).

O potássio, que é o electrólito em maior quantidade no líquido intracelular, é absorvido


em todos os segmentos do trato digestivo (difusão), possui baixa concentração
plasmática e importantes funções na síntese de proteínas e glicogénio, na transmissão de
impulsos nervosos para contracção muscular (determinante do potencial eléctrico
transmembranal) e na correcção do desequilíbrio ácido-básico (Standa, 2009).

Além disso, o potássio é essencial na manutenção do volume celular, além de ser


requerido para correto funcionamento de enzimas como a piruvato quinase que age
transferindo o grupo fosfato para o ATP na fosforilação durante a glicólise. Nos
ruminantes, o K participa do sistema de tamponamento ruminal, favorecendo a
proliferação de microorganismos, principalmente bactérias celulolíticas. A importância
no equilíbrio ácido-básico se dá devido aos iões K+ competirem com os iões H+
(Standa, 2009).

Em situações de acidose, ocorre eliminação de um H+ para cada K+ retido, enquanto na


alcalose ocorre o contrário, ou seja, no caso de uma acidose, na tentativa de manter o

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pH do sangue, o potássio sai da célula com a entrada do H+, enquanto na alcalose o
potássio entra na célula com a saída do H+. Estudos com animais e observações em
pacientes humanos apontam que a acidose metabólica aguda possa estar associada com
um aumento de 0,6 mEq/L na concentração de potássio sérico para cada queda de 0,1 no
pH (Russell, 2000).

Assim como o sódio, a concentração de K é regulado principalmente pelos rins, através


dos níveis de aldosterona, que quando elevado estimula a eliminação de urina com
maior quantidade de K+. Aumento na concentração plasmática de K+ é o principal
estímulo para a secreção de aldosterona que após a secreção, no túbulo distal, aumenta a
actividade da Na-K-ATPase e o transporte de K+ do fluido peritubular para dentro das
células tubulares (Russell, 2000).

Além disso, estimula a reabsorção de Na+ aumentando assim o gradiente eléctrico para
a difusão do K+ das células tubulares para o lúmen e, aumenta a permeabilidade da
membrana luminal ao K+ facilitando sua difusão para o lúmen. A secreção de insulina
endógena e a estimulação do receptor β2-adrenérgico pela adrenalina promovem
absorção celular de potássio no fígado e no músculo em razão do aumento da actividade
da enzima Na-K-ATPase na membrana celular (Helena et al., 2013).

Tanto do ponto de vista das forças osmóticas (dirigindo o movimento da água de um


compartimento para o outro no organismo), quanto do controle da hidratação total do
organismo, o sódio e o potássio são os elementos mais importantes dos líquidos
corporais. O cloro é essencial no equilíbrio hídrico e na regulação da pressão osmótica e
no equilíbrio ácido básico onde desempenha um papel especial no sangue pela ação do
desvio de cloretos (Helena et al., 2013).

Além disso, no suco gástrico o cloreto também tem importância especial na produção do
ácido clorídrico. O cloreto das secreções gástricas é derivado do cloreto do sangue e
normalmente é reabsorvido durante os últimos estágios da digestão no intestino grosso.
Tanto a ingestão quanto a excreção do cloreto é inseparável das do sódio. O hormônio
ADH intensifica a excreção de cloro e reduz a sua absorção pelos túbulos renais. Existe
uma estreita relação entre os iões sódio e cloreto. O cloreto está envolvido na regulação
da pressão osmótica extracelular e alcança mais de 60% dos aniões nos líquidos desse
compartimento (Comerford, 2013).

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A concentração dos iões cloreto está mais sujeita a maiores variações do que o ião
sódio, pois outros aniões especialmente bicarbonato podem ser trocados pelo cloreto. A
ingestão óptima de cloreto e sódio na deita 4 aproxima-se da proporção de 1:1, excesso
de cloreto e nível constante de sódio podem resultar em acidose enquanto um excesso
de sódio e um nível constante de cloreto podem resultar em alcalose (Comerford, 2013).

A concentração dos electrólitos é regulada pelos rins por meio da ação em cascata do
sistema renina-angiotensina-aldosterona que é um eixo endócrino no qual cada
componente de uma cascata é produzido por diferentes órgãos, todos engajados na luta
para manter a estabilidade hemodinâmica (WHO, 2015).

O angiotensinogênio é produzido pelo fígado, a renina é liberada pelos rins, enquanto a


enzima de conversão de angiotensina I em angiotensina II (ECA) é encontrada no
endotélio vascular de vários órgãos. Uma vez activada a cascata, a angiotensina I é
convertida em angiotensina II, que no córtex da adrenal estimula as células alvo a
secretar a aldosterona, que por sua vez regula a reabsorção e excreção dos electrólitos
(Comerford, 2013).

As relações de catiões e aniões de algumas dietas, especialmente para vacas leiteiras no


período de transição têm sido pensadas para auxiliar em alguns distúrbios metabólicos
que acometem esses animais. Nesse sentido, nos últimos anos, dietas aniônicas (aniões
em maior quantidade que catiões) têm sido utilizadas em vacas no pré-parto no sentido
de reverter e prevenir distúrbios relacionados com o Ca. Em casos de hipocalcemia, por
exemplo, o uso de sais aniônicos nas dietas causa uma pequena redução no pH
sanguíneo, ocasionando uma leve acidose metabólica que por sua vez favorece a ação
de hormônios que liberam cálcio do ossos e aumentam a sua absorção (WHO, 2015).

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de medicamentos é importante e necessário e pode ter finalidade profilática,


curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico em caso de alguma enfermidade. A
alimentação é fundamental para que o indivíduo tenha saúde, para que consiga fornecer
ao organismo nutriente necessário para a manutenção do corpo. É necessário um
equilíbrio entre ambos, para que se tenha uma absorção e o efeito desejado de cada um
deles. Existem muitos tipos de suplementos alimentares para diversos objetivos; alguns
suplementos ainda carecem de estudos para comprovar a real eficácia e efeitos adversos.
Os profissionais da área da saúde precisam orientar que os suplementos podem ser
utilizados para facilitar os ajustes nutricionais de indivíduos que não possuem
disponibilidade de efectuar uma dieta balanceada diariamente, o que significa ter o
objectivo de complementar a nutrição em casos específicos e não substituir a
alimentação diária. Apesar da grande variedade, os suplementos destacados na pesquisa
foram as vitaminas e sais minerais esse processo pode ser verificado no Programa de
Reabilitação Nutricional pois é considerado como forma a assegurar o eficiente
tratamento e reabilitação nutricional em casos de desnutrição aguda moderada ou grave.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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