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SUMÁRIO

1 Acompanhamento nutricional durante a gestação .......................... 4

2 Gestantes e suplementação .......................................................... 13

3 Por que suplementar a gestante ................................................... 18

4 Ômega-3 ....................................................................................... 19

5 Probióticos..................................................................................... 21

6 Multivitamínicos ............................................................................. 23

7 Zinco ............................................................................................. 26

8 Vitamina d ..................................................................................... 27

9 Colina ............................................................................................ 30

10 Magnésio ....................................................................................... 31

11 Ácido fólico .................................................................................... 33

12 Ferro .............................................................................................. 34

13 Vitamina e ..................................................................................... 36

14 Iodo ............................................................................................... 37

15 Gestantes e os fitoterápicos .......................................................... 38

16 A gravidez e a nutrição .................................................................. 43

17 Energia .......................................................................................... 46

18 Proteína ......................................................................................... 46

19 Hidratos de carbono ...................................................................... 47

20 Ácido fólico .................................................................................... 48

21 Ferro .............................................................................................. 49

22 Iodo ............................................................................................... 50

23 Cálcio e vitamina d ........................................................................ 51

24 Zinco ............................................................................................. 51

25 Magnésio ....................................................................................... 52

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26 Probióticos e prebióticos ............................................................... 53

27 Hidratação na gravidez ................................................................. 54

28 Sal ................................................................................................. 54

29 Cafeína .......................................................................................... 55

30 Alimentos a evitar .......................................................................... 56

31 Segurança dos alimentos e preparação ........................................ 56

32 Problemas relacionados com a alimentaçao na gravidez ............. 59

32.1 Náuseas, vómitos e azia ..................................................... 59

32.2 Obstipação.......................................................................... 60

33 Cuidados nutricionais durante a gestação .................................... 60

33.1 Deficiências nutricionais na gestação ................................. 63

Bibliografia ............................................................................................. 64

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1 ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL DURANTE A GESTAÇÃO

Fonte:pt.depositphotos.com

Durante a gestação, esta fase tão especial na vida da mulher, o estado


nutricional materno desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do
bebê e na prevenção de complicações durante a gestação.
O corpo da mulher passa por uma série de transformações, que o
deixarão pronto para abrigar uma nova vida. O ganho de peso, durante a
gestação deve ser gradual, totalizando ao final dos 9 meses de 9 a 12,5 kg.
Nesta fase são proibidas dietas de emagrecimento, mesmo que a
gestante esteja acima do peso. Porém o ganho de peso excessivo durante a
gestação pode levar a sérios problemas de saúde tanto na mãe quanto no bebê,
e um hábito alimentar adequado, inclusão de exercícios físicos e controle do

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estresse devem andar sempre juntos, com acompanhamento do nutricionista, do
educador físico e do médico.
Após toda a euforia causada pela descoberta da gravidez, muitas e muitas
perguntas surgem para as mamães de primeira viagem (e de segunda também!).
Dentre todas as dúvidas, muitas se relacionam aos hábitos alimentares
presentes e, principalmente, futuros, já que agora existe uma pessoinha
participando ativamente de todas as refeições. Por isso, neste artigo vou falar
um pouco sobre a importância da nutrição durante a gravidez.
A gravidez é um fenômeno que acarreta uma série de transformações no
organismo materno. Essas transformações irão garantir o crescimento e
desenvolvimento do bebê, e ao mesmo tempo, proteger o organismo da
gestante.
Comer é bom, e isso não deve mudar, mesmo quando você está grávida,
mas para atender a todas essas transformações faz-se necessário garantir um
suprimento adequado de calorias e de nutrientes.
Durante a gravidez, seus gostos, apetite e sistema digestório podem ficar
um pouco erráticos. É normal ter alguns desejos estranhos e fora do comum. No
início podem surgir os tão temidos enjoos matinais, ou então flagrar-se em busca
de comidas extravagantes, enquanto rejeita suas favoritas. Uma dieta nutritiva
para você e para o bebê não significa passar o dia inteiro na cozinha.
Lembre-se que a gravidez não é uma época para mudanças radicais,
portanto não passe de carnívora á vegetariana ou vice-versa. O melhor é
simplesmente adaptar seus hábitos para que o bebê receba a melhor nutrição
possível.
Algumas pessoas questionam o que exatamente acontece em uma
consulta com a Nutricionista, quais serão seus objetivos. A nutricionista irá tratar
alguns possíveis desvios ponderais que podem ocorrer como aumento
exagerado de peso, anemia, ou até mesmo ganho de peso; promover atividades
que visem a melhora no estado nutricional; orientar sobre hábitos de vida
adequados; acompanhar o crescimento e vitalidade fetal; além claro, de preparar
a gestante para o parto e para a lactação.
Uma das dúvidas mais frequentes é em relação ao ganho de peso. O
ganho de peso irá acontecer, não existe a possibilidade da gestante não ganhar

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peso. Temos que pensar que o ganho de peso normal se deve principalmente a
dois componentes que são: o aumento de tecidos maternos (aumento do volume
sanguíneo, aumento de depósitos maternos, crescimento do útero de das
mamas); e produtos da concepção (líquido amniótico, feto e placenta).

Fonte:nutricaosadia.com

Um ganho de peso insuficiente irá se relacionar a um maior risco de


retardo de crescimento intrauterino e mortalidade perinatal, já um ganho de peso
excessivo pode estar relacionado a patologias maternas como diabetes
gestacional, dificuldades no parto, além de risco para o feto no período perinatal.
Em casos onde a gestante apresenta Anemia Ferropriva é importante
orientá-la quanto á seleção de alimentos fontes de ferro heme (carnes vermelhas
e miúdos) ou mesmo ferro não heme (leguminosas, vegetais folhosos e cereais
integrais) juntamente com alimentos fontes de vitamina C, que irão auxiliar na
absorção do mineral, mas em alguns casos pode ocorrer também a
suplementação deste mineral por comprimidos para que sua absorção seja ainda
mais completa.

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Algumas regras não podem faltar no dia a dia da gestante, pois elas irão
auxiliar em uma melhor nutrição tanto para a mãe quanto para o bebê, por isso
alguns alimentos são indispensáveis. São eles:
 Água: em torno de 1.5 a 2.0 litros ao dia para auxiliar no transporte
de nutrientes, regulação na temperatura do organismo, envolver e
proteger o feto, além de auxiliar na lubrificação do trato digestório.
 Leite e derivados: irão auxiliar na formação das estruturas ósseas
e dentárias do bebê, e prevenir contra a hipertensão arterial
durante a gestação.
 Aveia e linhaça: irão auxiliar no funcionamento intestinal que muitas
vezes estará lento.
 Frutas: irão fornecer um aporte maior de vitaminas e minerais para
o organismo da futura mamãe e do bebê.
 Carnes e peixes: importante porque trazem junto deles vitaminas e
minerais que irão auxiliar na manutenção do organismo materno

Existe uma necessidade calórica aumentada no período gestacional de


aproximadamente 300g, o que significa que a gestante NÃO precisa comer por
dois!

FONTE:slideplayer.com.br

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Em cada fase da gestação, o que for ingerido pela grávida será
fundamental para a formação do bebê. A mãe é a única fonte de nutrientes da
criança nesse período. Existe uma necessidade maior de vitaminas e vegetais,
que é preciso ser suplementado além do que é fornecido pela dieta.
Muitos componentes são essenciais nessa fase, e os que você já deve ter
ouvido falar mais: ÁCIDO FÓLICO e o DHA (ácido docosahexaenóico, que é um
ácido graxo do tipo ômega 3, é um componente vital para o desenvolvimento e
manutenção da saúde, e é encontrado no leite materno, peixes de águas frias,
em sementes como a linhaça, na gema do ovo, e atua diretamente na proteção
das células nervosas).

Fonte:www.lersaude.com.br

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O ácido fólico é usado para prevenir defeitos do tubo neural, já que a
formação do cérebro do bebê se dá na fase uterina. O tubo neural, estrutura que
vai dar origem ao cérebro do bebê, é formado nas primeiras semanas de
gestação (entre 18 e 24 dias) e por volta da décima semana, são produzidos ali
cerca de 250 mil neurônios por minuto. É um período único chamado de “janela
de oportunidade”, onde os órgãos vitais do bebê estão se formando.
O DHA ou ácido docosahexaenoico é um ácido graxo poli-insaturado
(PUFAs) da série Ômega-3, sendo este um ácido graxo essencial, ou seja, não
podem ser sintetizados pelos tecidos dos mamíferos e devem necessariamente
ser obtidos a partir da dieta, que por sua vez, é enviado através da placenta
estimulando o cérebro do bebê com maior e melhor quantidade de sinapses, é
um componente vital para o desenvolvimento e manutenção da saúde.
Nos últimos anos, trabalhos da literatura tem mostrado que a
suplementação múltipla de vitaminas e minerais tem sido associada não
somente a este aspecto, mas com a prevenção de outros problemas como a
ocorrência de outros defeitos congênitos, prematuridade, a pré-eclâmpsia
(aumento da pressão sanguínea durante a gravidez), defeitos do palato e
hidrocefalia. Quanto mais estudos sobre o tema vêm sendo publicados, mais
entidades confirmam a eficácia da ingestão de DHA na gestação e nos primeiros
anos de vida das crianças.

Fonte:megustaestarbien.com

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O nutricionista irá avaliar cada caso e prescrever a suplementação
adequada a cada gestante.
Geralmente, ambas as suplementações são dadas já no período pré-
natal, e o ácido fólico é prescrito pelo médico.
Aqui algumas dicas muito importantes que podem ajudar bastante na
saúde da gestante:
 Fracionar a dieta em várias e pequenas refeições ao dia. Isto ajuda
no fornecimento de nutrientes, melhora o processo digestivo e
previne azia e má digestão;
 Evitar consumo de comidas salgadas ou agregar muito sal à
comida. Isso vale também para temperos prontos, que geralmente
vêm carregados de sódio, glutamato monossódico, conservantes e
afins que podem reter líquidos causando sensação de peso e mal-
estar, além de contribuir para o aumento da pressão arterial;
 Observe sempre o funcionamento intestino. É comum ocorrer
prisão de ventre (obstipação). Consuma diariamente fibras (através
das frutas, verduras, legumes, sementes, aveia, quinua, linhaça,
alimentos integrais) e hidrate-se de maneira correta;
 Dietas desbalanceadas podem levar à má formação de placenta, e
ainda atraso no desenvolvimento motor, celular e nervoso da
criança, além de predispor a depressão pós-parto e desvitalização
da mãe após nascimento do bebê. A diminuição drástica no
consumo de gorduras, por exemplo, diminui a absorção de vitamina
A, D, E K. A vitamina A é responsável pela formação das mucosas,
crescimento ósseo e de tecidos. A vitamina D na formação dos
ossos e outras funções primordiais. A vitamina E age como
antioxidante e anti-hemorrágica e a vitamina K como controladora
da coagulação sanguínea;
 Gengibre é um alimento que pode ajudar bastante no alívio das
náuseas e da azia, e pode ser consumido fresco ou em forma de
pó diluído em chás, sucos, água;
 Prefira sempre uma alimentação orgânica!

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EVITE:
 Deitar-se após comer, para evitar refluxo e mal-estar;
 Consumir comidas salgadas ou agregar muito sal à comida.
Isso vale também para temperos prontos, que geralmente
vêm carregados de sódio, glutamato monossódico,
conservantes e afins que podem reter líquidos causando
sensação de peso e mal-estar, além de contribuir para o
aumento da pressão arterial, o que é perigoso.
 Leia sempre o rótulo dos alimentos, e evite alimentos com a
presença de glutamato monossódico e gorduras do tipo
trans;
 Não fume e evite ficar próximo de pessoas que estão
fumando. O tabaco, que contém substâncias que podem ser
prejudiciais ao bebê;
 Converse sempre com seu Educador Físico para orientar
sua prática de atividade física;
 Peixes e frutos do mar crus, como ostras e sushi;
 Queijos de casca branca, como “brie” e “camembert”, e
queijos com fungos, como “roquefort” e “gorgonzola”.
 Carne bovina malpassada ou crua (como carpaccio), carne
de porco malpassada e ovos crus. A precaução é para evitar
bactérias que possam afetar o bebê e a mãe;
 Cação, peixe-espada e tubarão, que podem conter níveis
perigosos de mercúrio. O atum deve ser limitado a quatro
latas por semana ou dois filés frescos por semana, pelo
mesmo motivo. Outros peixes são seguros e fazem bem ao
bebê e à mamãe. As recomendações quanto ao mercúrio
valem também para quem está pensando em engravidar e
para o período de amamentação;
 Se a gestante tiver na família pessoas com alergias (a
nozes, castanhas ou amendoim, por exemplo), é bom evitar
esses alimentos na gravidez;

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 Bebidas alcoólica: o consumo de álcool pode causar sérios
problemas no bebê, por isso, converse com seu médico e
seu nutricionista sobre isso;
 Bebidas e alimentos com cafeína. Pesquisas ligaram o
consumo de mais de 300 mg de cafeína por dia ao risco de
aborto espontâneo e de a criança nascer com baixo peso;
 Muito cuidado ao alimentar-se fora de casa, principalmente
com alimentos crus ou malcozidos (frutas, verduras e
legumes, ovos, carnes), pois nem sempre é possível saber
se estes alimentos foram higienizados ou preparados
corretamente.

A gestação é uma fase de grandes alterações fisiológicas e por isso está


fase requer mudanças no aspecto nutricional. Para atender as demandas desse
estágio da vida é necessárias alterações nos níveis de macro e micronutrientes.
Infelizmente na literatura não constava um guia específico para gestantes, mas
Franklin Demétrio (2010), conseguiu desenvolver uma estratégia que pode se
mostrar muito eficaz na questão alimentar e nutricional desse grupo.
Ele desenvolveu um modelo de guia no formato de pirâmide alimentar
baseada nas diretrizes para a promoção de sistemas alimentares saudáveis. A
pirâmide serve como guia alimentar para gestantes eutróficas, com idades entre
19 e 30 anos om atividade física leve.
A pirâmide traz as porções diárias de acordo com cada grupo de alimentos
divididos em períodos: 1º trimestre e 2º e 3º trimestre.
Essa Pirâmide alimentar pode ajudar profissionais da nutrição a planejar
melhor a alimentação da mulher no período gestacional. Vale ressaltar que este
é apenas um guia baseado em mulheres eutróficas. Portanto, métodos
individualizados são sempre a melhor escolha.

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2 GESTANTES E SUPLEMENTAÇÃO

A gestação é uma fase em que o corpo da mulher sofre alterações


nutricionais e no metabolismo, que tem como objetivo o desenvolvimento
adequado do feto. No primeiro semestre de gestação, a mãe está em estado de
anabolismo, com aumento dos depósitos de gordura. Já no final, o rápido
crescimento do feto é garantido pelos nutrientes transferidos pela mãe, com
quebra do tecido adiposo (o estoque de gordura da mãe servirá de energia para
o feto – catabolismo).

Fonte:www.patricialeite.com

Junto a esse simples exemplo ocorrem várias alterações hormonais para


dar suporte não apenas a esta etapa, mas também à produção de leite para nutrir
o bebê após o nascimento. Portanto, uma alimentação com escolhas adequadas
e proporções equilibradas, disponibiliza os nutrientes necessários para essa
fase, é fundamental para manter a saúde materna e promover o desenvolvimento
de um feto saudável.
Dessa forma, o uso de suplementos torna-se dispensável, pois a
associação de uma maior eficiência na absorção e na utilização de nutrientes (o
que normalmente ocorre na gestação) ao aumento no consumo alimentar da
mãe, é suficiente para atender a maioria das necessidades aumentadas de
nutrientes.
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A suplementação para gestantes é necessária apenas quando não se
atinge as necessidades através da alimentação, em gestantes que já
apresentam deficiência de algum nutriente, em quadros de desnutrição ou em
populações de risco. Essa avaliação deve ser realizada por um (a) nutricionista
ou médico (a), pois, assim como a falta, o excesso de determinados nutrientes
também pode causar prejuízos à saúde materna e do bebê.
A exceção é para a suplementação de ácido fólico e ferro, que tem
demonstrado eficiência quanto a defeitos no tubo neural do feto e risco de
anemia. De acordo com o Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde
(OMS) gestantes devem receber dose profilática diária de ferro. A quantidade é
de 30 a 40 mg durante os últimos três meses de gestação, independente da
presença de deficiências do mineral. Quanto ao ácido fólico, a recomendação de
ingestão diária é de 600 mcg (DRI 1998) de “Equivalentes de Folato Dietético”
(ácido fólico ou folato). Suplementos devem ser 400 mcg, sendo o restante
adquirido pela alimentação (BERG et al. 2001).
Alguns estudos também mostram que o uso de óleo de peixe (presença
de ácidos graxos ômega-3) pela gestante ajuda no desenvolvimento cognitivo
(compreensão, intelectualidade), imunidade (sistema de defesa do organismo)
do bebê, retina do feto, como também na fase do nascimento aos 2 anos. A
necessidade desses óleos está aumentada no feto para atender à acelerada
produção dos tecidos cerebrais, já que o cérebro é constituído, em grande parte,
de lipídios (gorduras), dependendo de alimentos com esses ácidos graxos para
seu crescimento, estrutura e função.
Esses ácidos graxos são primariamente transferidos ao feto pela placenta.
Dessa forma, é aconselhável o consumo materno de alimentos que apresentam
esses ômega-3 em sua composição, como, por exemplo, peixes, de 2 a 3 vezes
por semana. Na impossibilidade do consumo de peixes, o óleo de soja e de
canola também são boas fontes. Neste caso, também pode ser feita
suplementação com 1 g de óleo de peixe por dia. É importante lembrar que os
lipídios não devem ultrapassar 30% das calorias diárias da gestante.

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Fonte:nutricaosadia.com

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Deve-se ter cautela com a suplementação durante esta fase, pois diversos
fatores devem ser analisados por um profissional nutricionista ou médico, a
considerar hábitos alimentares, idade da mãe (adolescentes necessitam de uma
dose maior de alguns nutrientes por ainda estarem na fase de desenvolvimento),
hábitos de vida, presença de doenças e outros.
Uma alimentação e suplementação adequadas para cada caso
contribuem para a saúde materna e bom desenvolvimento do feto, auxiliam na
aquisição de bons hábitos alimentares pela criança e reduzem riscos para
doenças crônicas na idade adulta.
Durante a gestação toda mulher sabe que deve cuidar melhor de sua
saúde e de seu bebê. Aqui vão algumas dicas de como cuidar da saúde de
ambos usando a alimentação como aliada.
Todos os nutrientes que a gestante consome são levados ao feto, que
necessita de ferro para produzir hemácias, cálcio para construir os ossos,
vitaminas para produzir células e defesas do organismo. Portanto toda gestante
deve se lembra de ingerir:
 Proteínas através de carne bovina, aves, peixes, ovos, leite e
derivados e leguminosas como feijão, ervilha, lentilha, grão de bico
e soja;
 Ferro (fígado, miúdos, carnes vermelhas, leguminosas e verduras
verde-escuro);
 Cálcio (iogurte, leite desnatado, queijos, peixe, vegetais verdes e
gergelim triturado);
 Alimentos ricos em vitamina C junto às principais refeições (goiaba,
caju, laranja, limão e mexerica), para auxiliar a absorção do ferro
vegetal;
 Alimentos ricos em ácido fólico/Vitamina B9 (verduras de folha
verde, legumes, frutos secos, grãos integrais e levedura de
cerveja);
 Aumentar a ingestão de verduras, legumes e frutas;
 Preferir alimentos em preparações simples (assados, cozidos,
grelhados, ensopados);

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 Consumir alimentos ricos em fibras como cereais integrais (arroz,
aveia, centeio e trigo), vegetais folhosos, leguminosas e frutas,
para auxiliar o funcionamento intestinal.

As gestantes também devem lembrar que o excesso de gorduras e


açúcares podem trazer prejuízos à saúde do feto, fazer com que ele ganhe muito
peso à pode até fazer com que a criança faça hiperglicemia, fator que pode levar
ao diabetes. Portanto lembre-se sempre de:
 Evitar o consumo de alimentos gordurosos, frituras, pasteis e
alimentos ricos em açúcares (doces, balas, chocolate e
refrigerante);
 Evitar o consumo de álcool, café, chá mate e preto;
 Preferir chá de erva cidreira, camomila, hortelã, erva-doce e
gengibre.

Para evitar Náuseas e Vômitos

Muito comum durante o início da gestação as náuseas e vômitos podem


fazer até com que a gestante perca peso, o que não é um bom sinal para uma
gestação saudável. Portanto lembre-se sempre de:
 Fazer dieta fracionada, ou seja, alimentar-se de três em três horas,
com menor volume;
 Preferir alimentos cozidos e de fácil digestão como verduras e
legumes cozidos e na forma de purê, carnes magras, macarrão e
sopas;
 Preferir temperos suaves e naturais como orégano ou alecrim;
 Preferir alimentos sólidos pela manhã, como biscoitos salgados e
torradas;
 Ingerir bastante líquido nos intervalos das refeições.
 Evitar deitar-se após as grandes refeições (almoço e jantar);
 Alimentos de sabor ácido como laranja, limão, kiwi, abacaxi e
outros podem aliviar a sensação do enjoo.

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Durante a amamentação a alimentação também deve ser controlada, pois
o que a mãe consome interfere na cor e sabor do leite materno. Muitos estudos
mostram que quando as mães bebem suco de laranja, por exemplo, durante a
gestação e amamentação, os bebês aceitam com mais facilidade as frutas, já as
mães que consomem muitos doces durante esses períodos têm mais
dificuldades de inserir alimentos mais diversificados na alimentação dos filhos,
como legumes e frutas.
Além disso, os nutrientes ingeridos pela mãe durante a alimentação
também são os nutrientes presentes no leite materno, portanto se a mãe
consome muita gordura trans, essa gordura é passada para a criança durante a
amamentação.
Lembre-se que os hábitos alimentares de seu bebê começam durante a
gestação e amamentação e é de extrema importância que desde cedo ele
aprenda a comer alimentos saudáveis!

3 POR QUE SUPLEMENTAR A GESTANTE

A gestante de hoje não recebe a mesma quantidade de minerais em


comparação com uma gestante que vivia 30 ou 90 anos atrás. Em 1927,
pesquisadores de King’s College, da Universidade de Londres, começaram a
coletar dados sobre o teor de nutrientes dos alimentos (27 variedades de
vegetais e 17 de frutas, 10 cortes de carne, e alguns queijos e leites). Suas
análises foram repetidas em intervalos regulares desde então, dando-nos uma
imagem única de como a composição da nossa alimentação mudou ao longo do
século passado: os alimentos perderam de 20 a 60% dos seus nutrientes.
Essa perda de nutrientes é observada sob vários ângulos. E, mesmo que
as necessidades diárias recomendadas (NDR) apresentem-se de forma conser-
vadora – e muitas esperando por uma revisão com urgência frente às conclusões
de várias pesquisas modernas –, estudos vêm indicando uma carência
nutricional, entre gestantes, de vitaminas e minerais essenciais, como o
magnésio, folato, vitamina E, D, ou mesmo gorduras benéficas como o DHA.

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O DHA – um dos ácidos graxos poli-insaturados presentes no ômega-3 –
é um componente fundamental da membrana celular do cérebro e da bainha de
mielina em torno de cada nervo. Ele é transferido a taxas altíssimas da mãe para
o feto e essa distribuição é crucial para uma ótima saúde cerebral, ocular,
imunidade e desenvolvimento do sistema nervoso. Por ser um nutriente de alta
demanda do feto, a mãe pode apresentar carência trazendo consequências
como a depressão pós-parto.
Um estudo canadense, publicado em Applied Physiology, Nutrition, and
Metabolism, e conduzido por Cathrine Field, que comparou a ingestão dietética
de 600 mulheres grávidas e lactantes (grupo participante do estudo APrON),
descobriu que apenas 27% das mulheres grávidas e apenas 25% das lactantes
atendiam à dose de 200mg de DHA/dia.
A idade média das participantes foi de 31,6 anos e elas eram em sua
maioria casadas, com boa renda familiar, e possuíam formação universitária.
Aproximadamente 1/3 delas tomavam um suplemento de ômega-3 (DHA),
sendo estas as que se aproximaram mais da ingestão ideal. Quase 3/4 das
mulheres no estudo não estavam recebendo suficiente ômega-3 durante a
gravidez e lactação, e quase 90% das mulheres que confiavam na dieta por si
só não estavam recebendo suficiente DHA.
Segundo a conclusão do estudo, com o uso da suplementação de ômega-
3 ocorreu melhora significante da ingestão do DHA necessário para a saúde do
bebê e da mãe.

4 ÔMEGA-3

O cérebro humano é composto por quase 60% de gordura. Importante


para a formação da membrana externa das células cerebrais, ela permite uma
troca rápida e mais eficaz de ‘mensagens’ entre as células nervosas. No
momento de maior desenvolvimento da massa estrutural do cérebro do bebê –
durante o 2° trimestre e, principalmente, 3° trimestre gestacional, estendendo-se
para a lactação – a ingestão de ótimas quantidades de ômega-3 pela mãe pode
repercutir positivamente durante muitos anos na vida do seu filho.

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O ômega-3 engloba os ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs): α-
linolênico (ALA), eicosapentaenoico (EPA), docosapentaenoico (DPA) e
docosahexaenoico (DHA) – os 3 últimos referidos como sendo de cadeia longa
(n-3 LCPUFAs). Esses ácidos graxos essenciais – não produzidos pelo
organismo, devendo ser obtidos através de fontes dietéticas –, são os
componentes estruturais do sistema nervoso central e seu papel no aprendizado,
habilidades e memória já foram bem documentados.
Um estudo publicado em Pediatrics concluiu que a ingestão materna de
ácidos graxos de cadeia longa ômega-3, durante a gestação e lactação, mostrou
aumento no QI (quociente de inteligência) das crianças aos 4 anos de idade.

Fonte:www.saudedica.com.br

Recentemente, pesquisadores da Faculdade de Medicina da


Universidade de Tohoku, Japão, ao estudarem a correlação entre o consumo de
óleo de peixe durante a gestação e a saúde do cérebro de filhotes de
camundongos, descobriram que na ocorrência do desequilíbrio entre os níveis
de ômega 3 e 6, a consequência é um envelhecimento prematuro das células
neurais do feto – responsáveis pela produção de células cerebrais. Também
observaram níveis altos de ansiedade, mesmo depois quando criados com
dietas ricas nutricionalmente.
Como a dieta ocidental é majoritariamente rica em ômega-6 (alimentos
processados com o uso de óleo de soja, entre outros), os pesquisadores

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reafirmam a recomendação de consumo de óleo de peixe durante a gestação
para o bem da saúde da criança.
Os estudos apontando resultados enaltecedores do ômega-3 para a
saúde nos períodos pré, durante e pós-gestacional são muitos e impressionam,
abordando, inclusive, uma influência futura na vida da criança.
Crianças de mães suplementadas com ômega-3 apresentam melhor
processamento mental, aprendizado, memória, desenvolvimento psicomotor e
coordenação mãos-olhos, bem como prevenção do déficit de atenção.
Efeito positivo na visão da criança. O DHA é uma das principais gorduras
estruturais na retina do olho, sendo responsável por até 60% do total de ácidos
graxos poli-insaturados (PUFAs).
Níveis adequados de DHA na dieta parecem ser cruciais para a
construção da resiliência neuronal de longo prazo para um ótimo desempenho
cerebral, e ajudam na batalha contra doenças neurológicas.
Melhor saúde gestacional e no parto, melhor crescimento e
desenvolvimento dos bebês, maior adaptação ao estresse durante a gestação e
prevenção de depressão perinatal.
Devido à contaminação dos mares, para evitar a presença de mercúrio e
outras toxinas no organismo, ao se alimentar de peixes, escolha os de menor
porte e vida curta, ou, ao comprar o seu suplemento de ômega-3, procure um
que apresente certificação de pureza.

5 PROBIÓTICOS

Fonte:www.yakult.com.br

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De acordo com a ciência moderna, a saúde do intestino é de onde se
origina quase 70% do sistema imune. Edições anteriores da Revista Essentia já
abordaram, através de diversas literaturas, a importância dos probióticos não
apenas para o trato digestivo, mas também no equilíbrio do sistema imune, e a
inter-relação da saúde intestinal com a saúde geral física e psíquica.
Os probióticos são microrganismos vivos (lactobacillus) que podem afetar
positivamente a saúde. Uma absorção eficaz de nutrientes, vitaminas e minerais
de alimentos e suplementos depende de uma boa digestão e uma boa
distribuição de bactérias benéficas nos intestinos. Alimentos como iogurte, keffir,
bebidas fermentadas e suplementos probióticos aumentam o crescimento e
diversidade de microrganismos saudáveis no corpo.
Nas gestantes, os probióticos auxiliam no controle do excesso de peso,
diminuem os riscos de parto prematuro, além de diabetes gestacional82 e
infecção urinária, que são muito comuns nesta fase da vida da mulher.
Durante a gestação, quer seja pelas alterações hormonais ou pelas
alterações mecânicas no abdômen, a mulher tende a uma diminuição do
funcionamento do intestino, gerando constipação. Também ocorre uma maior
retenção de líquidos, o que torna as fezes mais secas, dificultando sua
passagem pelo intestino. Daí também a importância de uma alimentação rica em
fibras e/ou a suplementação com probióticos, e boa ingestão de água.
Um grande aliado dos probióticos – e das gestantes – é o consumo de
prebióticos (fibras), que funcionam como alimentos para estes microrganismos,
além de diminuir a absorção de gorduras pelo intestino, melhorando os níveis de
colesterol no sangue, atuando no controle da glicemia em pacientes com
diabetes, auxiliando na redução do peso corporal, fortificando o sistema
imunológico e intensificando a absorção de minerais.
O bebê também se beneficia da ingestão desses microrganismos. Uma
colonização bacteriana positiva auxilia em processos alérgicos e no
amadurecimento do sistema imune, impedindo uma série de doenças. Uma em
cada 5 crianças sofre de dermatite atópica, e algumas revisões sistemáticas de
estudos e meta-análise (Jama Dermato¬logy/2013; Allergy/2015; Journal of

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Dermatological Treatment/2015) concluíram que os probióticos podem limitar a
ocorrência ou sua severidade, produzindo proteção de longa duração.

6 MULTIVITAMÍNICOS

Enquanto uma severa deficiência possa não ser o problema mais


incidente, uma deficiência ‘marginal’ pode acontecer com mais frequência do que
o desejável, e, inclusive no caso de gestantes que usam suplementos pré-natais
prontos. Mas… como assim?

Fonte:www.minutobiomedicina.com.br

No Brasil, um multivitamínico pode ser classificado e fiscalizado pela


ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como um alimento ou
medicação. Infelizmente, ainda não existe uma categoria específica para os
multivitamínicos, e, mesmo que as regras possam ser rígidas, as legislações
pertinentes aos alimentos e medicações são diferentes, criando assim impasses
na produção de suplementos vitamínicos.
Todas as empresas ao produzirem um multivitamínico pré-natal ou não,
devem seguir os valores máximos de vitaminas e minerais da IDR (Ingestão
Diária Recomendada), que é definida pela ANVISA – conforme a legislação
seguida, dos alimentos ou medicações. Esses valores são baseados na RDA
(Recommended Dietary Allowances), um sistema de recomendações

23
nutricionais americano que é revisto periodicamente refletindo os avanços do
conhecimento científico. Além de um suplemento multivitamínico não ser um
alimento e nem uma medicação, outro problema é que a periodicidade das
revisões científicas não ocorre de forma ágil como desejaríamos ou
precisaríamos… e a mais recente edição (10a) é do ano de 1989.
De lá para cá, muitos estudos quantitativos e qualitativos já evidenciam
valores diferentes de alguns nutrientes. Isso posto, os multivitamínicos pré-natais
comerciais são fabricados com muitos de seus ingredientes em doses baixas,
pois a ANVISA não permite a comercialização de vitaminas e minerais acima da
IDR atual. Por exemplo, a IDR da vitamina D é de 200UI, no entanto, sabe-se
que a gestante precisa de, pelo menos, 2.000UI; a vitamina C conforme a IDR é
45mg, mas um valor mais benéfico evidenciado é de 300mg/dia.
Os nutrientes contidos em um multivitamínico, dependendo do fabricante,
podem se apresentar sob diversas formas, o que muitas vezes pode até
confundir o consumidor. Por isso, a importância do conhecimento do profissional
de saúde na hora da sua prescrição. Cada paciente é único, com seu histórico e
quadro de saúde. E, além dessa unicidade, outro ponto importante a ser
considerado é a prescrição das melhores formas ativas dos nutrientes
(vitaminas) para uma melhor absorção (biodisponibilidade) e minerais quelados
– isto é, envolvidos por aminoácidos, diferentes da forma de óxido de zinco,
magnésio e ferro, por exemplo, que não são tão bem absorvidos pelo organismo
quanto sob a forma quelada.
Tomar multivitamínicos durante a gravidez é um desperdício de dinheiro.
É o que sugere um estudo publicado recentemente na revista eletrônica
especializada Drug and Therapeutics Bulletin. Segundo o levantamento, os
suplementos não trazem benefícios para a saúde da gestante e nem para o feto.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores analisaram estudos já
realizados sobre o efeito dos suplementos multivitamínicos, que geralmente
contêm uma combinação de 20 vitaminas e minerais, como B1, B2, B3, B6, B12,
C, D, E, K, ácido fólico, iodo, magnésio, ferro, cobre, zinco e selênio, na saúde
das mães e de seus bebês. Os autores também analisaram estudos já
publicados sobre os potenciais benefícios de vitaminas e minerais individuais,
como ácido fólico, vitamina D, ferro, vitaminas C, E A.

24
Os resultados mostraram que os multivitamínicos não melhoram – nem
pioram– a saúde das gestantes e dos fetos. A vitamina D e o ácido fólico, por
outro lado, tiveram resultados positivos. Segundo os autores, o consumo de 400
mg de ácido fólico por dia pode proteger o feto contra anomalias no cérebro e na
coluna vertebral. Além disso, uma dose diária de 10 mg de vitamina D é
recomendada para que mãe e bebê tenham ossos saudáveis. É preciso tomar
cuidado, entretanto, com o excesso de vitamina A, por exemplo, que pode causar
danos ao feto.
Segundo os autores, as gestantes são bombardeadas com o marketing
sobre os supostos benefícios dos suplementos vitamínicos para a saúde. Entre
as vantagens estão a proteção contra diversos problemas de saúde causados
pela deficiência destes nutrientes como pré-eclâmpsia, crescimento fetal restrito,
deformidades no esqueleto do feto, além de baixo peso, defeitos cerebrais e na
coluna vertebral ao nascer.
Entretanto, de acordo com os autores, todos estes problemas podem ser
evitados com uma dieta balanceada e saudável que forneça todas as vitaminas
e minerais necessários. "Mulheres grávidas podem se sentir coagidas a comprar
suplementos multivitamínicos caros, mas elas precisam resistir ao marketing das
empresas. Os únicos suplementos recomendados para todas as mulheres
durante a gravidez são ácido fólico e vitamina D, disponíveis a custos
relativamente baixos", diz o estudo.
Atualmente, o Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas
(Acog, na sigla em inglês) recomenda que as mulheres grávidas sigam uma dieta
balanceada que inclua cinco grupos de alimentos: grãos, frutas, vegetais,
proteínas e laticínios. O Acog ressalta também que gestantes precisam de mais
ácido fólico e ferro do que mulheres que não estão grávidas.
Alguns especialistas e entidades que representam a indústria dos
suplementos alimentares contestaram os resultados da pesquisa atual. Eles
argumentam que existe uma proporção significativa de mulheres que não obtêm
a quantidade suficiente de nutrientes apenas com a alimentação. Os autores
ressaltaram ainda que nenhuma suplementação deve ser realizada sem a
orientação de um especialista.

25
7 ZINCO

Fonte:www.saudedica.com.br

O zinco cumpre um papel importante na formação do feto e no equilíbrio


da saúde da mãe. Durante a gestação, existe uma elevada demanda de zinco
por parte do bebê, e o risco de déficit para a mãe. A função deste nutriente é
regular o desenvolvimento cerebral durante a fase fetal e pós-natal. Melhorar o
nível de zinco pode ajudar quanto a uma possível depressão, visto que ele atua
como um importante cofator para a síntese de neurotransmissores. De fato, sob
condições de grande estresse, o organismo elimina rapidamente o zinco através
da urina, suor e saliva – quanto menor o nível de zinco, maior a probabilidade de
depressão e vice-versa.
Para o feto, o rápido desenvolvimento cerebral é muito vulnerável à
insuficiência nutritiva do zinco e ela pode alterar a regulação autônoma do
sistema nervoso e desenvolvimento hipocampal e cerebral.
Outro fator de proteção do zinco acontece diante da possibilidade de
infecções virais, bacterianas e fúngicas para o desenvolvimento do bebê. Esse

26
micronutriente é um grande responsável pelo funcionamento do sistema imune
– um importante ganho. Para prevenir viroses durante a gestação, talvez
devêssemos dosar os níveis séricos de zinco das gestantes e observar se seu
sistema imune não está debilitado por essa carência nutricional.
Normalmente, a população apresenta déficit de zinco, mas dentre os
grupos de maior preocupação, encontramos as gestantes, lactantes e bebês. Em
2005, o periódico Journal of Trace Elements in Medicine and Biology publicou
estudo que observou que, em média, 77% das mães e 3/5 dos bebês recém-
nascidos apresentavam deficiência de concentração sérica de zinco (abaixo de
13umol/L).
Parte dessa deficiência pode ser explicada porque algumas pessoas
podem apresentar dificuldade de absorção e processamento desse mineral,
alguns alimentos também podem intervir na sua absorção, e o bom
funcionamento do fígado está intimamente interconectado a esse processo.

8 VITAMINA D

Fonte:www.cpt.com.br

27
A vitamina D não é uma vitamina. Embora denominada como tal, ela é um
hormônio esteroide – um pró-hormônio solúvel em gordura que o organismo
pode produzir sob circunstâncias ideais. A exposição ao sol (radiação ultravioleta
UVB) sem filtro solar durante tempo adequado é o mecanismo principal projetado
pelo organismo para a sua produção.
Descobertas recentes e reveladoras demonstraram que todas as células
possuem receptores para a vitamina D. Pesquisadores da Universidade de
Oxford descobriram 2.776 pontos de ligação com receptores de vitamina D ao
longo do genoma. Isso seria como uma chave bioquímica que abre diferentes
portas com ampla influência sobre a saúde humana.
É comum nos consultórios, a preocupação com os níveis de glicose da
gestante, mas essa preocupação deveria se estender igualmente com os níveis
séricos de vitamina D. Um estudo da pediatra e neonatologista americana Carol
Wagner, da Universidade da Carolina do Sul, mostrou ainda que a vitamina D
reduz em 50% a possibilidade de complicações na gravidez. Ela interfere até no
humor.
Na gestação, sua deficiência está relacionada à pré-eclâmpsia, diabetes
gestacional, raquitismo, nascimento prematuro por cesárea, baixo peso ao
nascer, gordura corporal na infância tardia, autismo e outras desordens
psiquiátricas.

28
Fonte :forum.antinovaordemmundial.com

Teoricamente, a população brasileira não deveria apresentar deficiência


de vitamina D, afinal o Brasil é um país privilegiado em relação à incidência solar.
Mas, é surpreendente notar que mesmo o fator local onde se reside e, portanto,
a incidência de sol, pode não atestar a favor da produção de vitamina D, como
foi visto por estudo feito com 2.649 mulheres grávidas e 1.802 recém-nascidos
da Espanha, Itália, Grécia e Turquia, onde se constatou que sua deficiência
ocorria em até 90% das participantes.58 Durante e após a gestação, o conjunto

29
de estilo de vida mais medição dos níveis séricos é o que vai determinar a dose
ideal para a mãe, feto e criança.
Os cientistas temem que muitas gestantes acreditam erroneamente que
estão recebendo quantidade suficiente de vitamina D a partir de seu suplemento
pré-natal. Evidências crescentes revelam que essas mulheres podem precisar
tanto quanto 6.000 UI de vitamina D3 por dia, muito acima da recomendação
diária, para alcançarem os níveis sanguíneos adequados. A realidade é que as
doses da vitamina nos suplementos pré-natais geralmente se apresentam baixas
e sua deficiência durante a gestação pode afetar a vida da criança inclusive até
vários anos depois de seu nascimento.

9 COLINA

A colina é um nutriente essencial presente em alimentos, como fígado,


carnes bovinas, peixes, amendoim e gema de ovos, oferecendo diversos
benefícios tanto para danos hepáticos quanto para alterações neurológicas,
como depressão, perda de memória, entre outros. Um aumento de sua
necessidade aparece durante a gravidez e lactação porque a colina é necessária
para a produção da lipoproteína fosfatidilcolina – componente de todas as
membranas celulares –, e desempenha um papel central no desenvolvimento
cerebral da criança, em especial na área do hipocampo e encéfalo frontal
(regulação da memória e atenção), antes e após o nascimento.

30
Fonte:www.tuasaude.com

Nesse período, o aumento de sua necessidade (450mg/dia) se dá desde


que grandes quantidades de colina são transferidas para o feto através da
placenta – a concentração do nutriente no líquido amniótico é 10 vezes maior
que o presente no sangue da mãe. Durante a amamentação, sua necessidade
aumenta ainda mais (550mg/dia). No entanto, dados de avaliação do programa
de estudos americano NHANES (2007-2008) mostram que a média de consumo
de colina entre as gestantes é de 337mg/dia.
A professora da Divisão de Ciências Nutricionais, Universidade de
Cornell, Maurie Caudill, internacionalmente reconhecida por seus estudos sobre
folato e colina, estudou os efeitos da suplementação de colina no
desenvolvimento fetal e descobriu que o nutriente pode melhorar a maneira
como a criança responde ao estresse. As mães que consumiram níveis mais
altos de colina mostraram níveis de cortisol reduzidos. O Dr. Robert Freedman,
do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de
Colorado, EUA, autor de vários estudos clínicos e neurobiológicos sobre
esquizofrenia, participou de estudo sobre os efeitos da suplementação de colina
no período perinatal, e relata um melhor funcionamento cognitivo da criança,
bem como uma melhor fisiopatologia associada à prevenção do risco de
desenvolver, futuramente, esquizofrenia.76,77 Mas devemos lembrar também
que baixos níveis de colina são um fator de risco para defeitos do tubo neural,
tão importantes quanto o ácido fólico.

10 MAGNÉSIO

Com a crescente compreensão da importância de uma adequada


homeostase de magnésio durante a gravidez, um número cada vez maior de
estudos vem concluindo seu uso benéfico para o tratamento ou prevenção de
várias condições patológicas como a pré-eclâmpsia, câimbras nas pernas,

31
paralisia cerebral em ocorrência de parto prematuro, diabetes gestacional,
hipertensão gestacional e o risco futuro de doença coronária.

Fonte:nutricaotreinosaude.blogspot.com.br

Na hora do parto, o magnésio otimiza a pressão sanguínea e aumenta a


tolerância à dor. O Dr. Norman Shealy, um dos maiores especialistas no
tratamento da dor e fundador do Instituto Shealy, afirma: “Toda doença
conhecida está associada a uma deficiência de magnésio. O magnésio é o
mineral mais crítico necessário para a estabilidade elétrica de cada célula do
corpo. Uma deficiência em magnésio pode ser responsável por mais doenças do
que qualquer outro nutriente”.
No Brasil, segundo o IBGE (e outros estudos), os números demonstram
um risco de inadequação de seu consumo a partir dos 19 anos de idade –
comumente a idade inicial reprodutiva. A necessidade de ingestão de magnésio

32
aumenta no período da gestação e lactação (por volta de 350mg). Como
suplemento, o magnésio é associado a outros elementos, e dependendo dessa
associação sua biodisponibilidade no organismo será maior ou menor.
Atualmente, as formas bisglicinato e malato são consideradas as que provêm a
maior biodisponbilidade.
Existem estudos sobre os efeitos positivos do ácido fólico durante a
gravidez. Sua maior ingestão nesse período é necessária para a rápida
proliferação celular, regulação da expressão genética, metabolismo de
aminoácidos e síntese de neurotransmissores.

11 ÁCIDO FÓLICO

Já na segunda semana de gravidez, quando o bebê mede apenas três


milímetros, surge o tubo neural, estrutura embrionária que vai dar origem ao
cérebro e à medula espinhal. O ácido fólico (vitamina B9), já bem documentado,
ajuda a formar o tubo neural da criança, e é tão importante que os médicos o
indicam desde o período periconcepcional para a prevenção dos defeitos de
fechamento do mesmo (como spina bífida, hidrocefalia, meningomielocele).
Na natureza, a vitamina B9, pode ser obtida através de alimentos, como
folhas verdes, feijão, lentilha, couve¬-flor, beterraba, carnes e arroz integral.
Porém, existem organismos que não conseguem transformá-la em sua forma
ativa. Esse é um processo bioquímico que acontece no intestino e no fígado,
mas diante de alguma disfunção enzimática a conversão do ácido fólico na sua
forma ativa 5-MTHF pode não ocorrer. Dados mostram que 20 a 30% da
população apresenta uma mutação genética e não produzem doses adequadas
de MetilTetraHidroFolatoRedutase (MTHFR), a enzima responsável por
transformar ácido fólico na sua forma ativa (Metilfolato). Portanto, recomenda-se
a suplementação diária dessas formas mais ativas e biodisponíveis, dependendo
das particularidades da saúde da gestante e segundo o médico responsável.
Existem estudos sobre os efeitos positivos do ácido fólico durante a
gravidez, e sua maior ingestão nesse período é necessária para a rápida
proliferação celular, regulação da expressão genética, metabolismo de

33
aminoácidos e síntese de neurotransmissores. Em 2012, uma revisão
sistemática e meta-análise apontou um efeito positivo do ácido fólico sobre o
peso do bebê ao nascer, como também um estudo de 2015, publicado em
Journal of Obstetrics and Gynaecology, Canadá, afirmou que a suplementação
do nutriente deve ser mantida, mesmo por mulheres que apresentam riscos
mínimos de defeitos de fechamento do tubo neural durante a gravidez e
enquanto durar a lactação para a prevenção de outras anomalias.
Importante para a saúde materna, além de seus benefícios físicos, o ácido
fólico pode ajudar na prevenção ou minimização da depressão pós-parto. Outro
estudo, dessa vez finlandês, com 2.806 participantes, publicado no Journal of
Afective Disorders, constatou que, entre as participantes com maior ingestão do
suplemento, o risco de sintomas depressivos melancólicos foi quase 50% menor
do que entre aquelas com o menor consumo.

Fonte:ignotus.com.br

12 FERRO

A suplementação de ferro está dentre as mais disseminadas pela


medicina. Antes mesmo de engravidar, seu corpo precisa de ferro para realizar
uma série de funções, como a produção de hemoglobina (proteína do sangue
que ajuda a carregar oxigênio para as células do corpo) e a manutenção de um

34
sistema imunológico saudável. Já a anemia por deficiência de ferro materno na
gestação é um desafio mundial da saúde, sendo estimado que 41,8% das
gestantes são anêmicas.

Fonte:www.saudedica.com.br

Quando uma mulher engravida, ela precisa do dobro de ferro em


comparação com o período pré-concepcional, e muitas delas já começaram a
gravidez com estoques insuficientes. Essa reserva de ferro com certeza fará falta
se não suplementada com eficiência. Isso porque a quantidade de sangue
aumenta no seu corpo em até 50% durante a gestação, sendo necessária maior
produção de hemoglobina para o bebê.
O ferro em maior quantidade também será usado pelo bebê em
desenvolvimento e pela placenta, especialmente no segundo e terceiro
trimestres.
Com uma alimentação rica em ferro (fígado e carnes, oleaginosas, frutas
secas, feijão, lentilha) e seguindo a recomendação do médico responsável pela
prescrição de suplementos, a gestante irá manter adequado o nível do mineral,

35
mas faz-se necessário muita atenção, em especial às mulheres veganas e
vegetarianas.

13 VITAMINA E

Há oito formas conhecidas de vitamina E –quatro tocoferóis e quatro


tocotrienóis. Cada uma delas é responsável por ações específicas no corpo e
seus benefícios continuam a ser descobertos. Os tocotrienóis são encontrados,
entre outros, no óleo de palma, de coco, cevada e farelo de arroz, enquanto o
girassol, amendoim, nozes, gergelim e azeite de oliva contêm tocoferóis.
Recomenda-se ingerir um mix de suas formas para que o corpo faça uma
administração inteligente.
Durante a gravidez, a vitamina E é um importante antioxidante e ajuda a
defender as células. Em uma revisão de múltiplos estudos, publicada em
Advances in Nutrition, a investigadora Maret Traber verificou que, mesmo sendo
importante durante toda a vida, os níveis elevados de concentração de vitamina
E durante o nascimento foram associados com melhor função cognitiva em
crianças de 2 anos de idade.
“Muitas pessoas acreditam que a deficiência de vitamina E nunca ocorre.
Isso é um engano”, afirmou Traber, professora da Faculdade de Saúde Pública
e Ciências Humanas da Universidade do Estado de Oregon, USA, investigadora
principal do Instituto Linus Pauling e considerada uma expert sobre a vitamina E.
Estudos, como o publicado no conceituado periódico PLoS ONE, 2015,
constataram que, entre os que não suplementavam, foi encontrada uma alta
prevalência de baixos níveis da vitamina E. Ou seja, a dieta por si só pode não
satisfazer a necessidade do corpo.
Alguns dos resultados de uma ingestão inadequada são menos óbvios,
tais como o seu impacto sobre o sistema nervoso, o desenvolvimento do cérebro
e a resistência geral à infecção. Outros resultados podem se manifestar através

36
de anemia, nanismo, aborto e outras condições patológicas para a mãe e/ou
bebê.
Em geral, os efeitos da anemia durante a gestação incluem deficiente
ganho de peso, complicações no parto, nascimento prematuro, déficit cognitivo
e, em casos mais graves, mortalidade materna.

Fonte:www.cpt.com.br

14 IODO

O iodo é extremamente importante na biossíntese dos hormônios


tireoidianos T3 e T4, que desempenham um papel notável no crescimento e
desenvolvimento dos órgãos e, principalmente, do cérebro embrionário antes,
durante e após a gravidez. A ingestão de iodo nos níveis recomendados ajudará

37
a evitar uma má formação cerebral e preservar a capacidade de aprendizado da
criança. Mesmo uma deficiência leve pode prejudicar o desenvolvimento
intelectual da criança. Estudos recentes no Reino Unido e Austrália mostraram
que o QI é, de fato, reduzido em alguns pontos.
“De acordo com a OMS, toda mulher grávida deve consumir cerca de
250mcg de iodo por dia, e isso deve ser continuado até o término do período da
amamentação”, dizem os autores de um estudo publicado no European Journal
of Clinical Nutrition. No Brasil, desde o ano passado, definiu-se que todo
suplemento vitamínico para gestantes deve conter 150mcg de iodo.
Um estudo, publicado em The Lancet Diabetes & Endocrinology Journal
(2015), propõe, inclusive, que a suplementação de iodo seja efetuada mesmo
em países que apresentam baixa incidência de sua deficiência, desde que é uma
medida preventiva, resultando economia de custos para os sistemas de saúde e
sociedade. Ou seja: a prevenção gera uma positiva relação custo-benefício.
Outro ponto a ser levantado, é que por décadas a população tem sido
aconselhada a reduzir o consumo de sal, mas quando o sal iodado é evitado,
precisa-se cuidar muito para que os níveis de iodo se mantenham saudáveis.
Alimentos como frutos do mar, algas comestíveis, laticínios, e algumas verduras,
como vagem e agrião, são fonte de iodo. Já uma análise de algumas marcas de
sal comercialmente disponíveis nos EUA mostrou que, após a abertura do
produto, o iodo pode se perder. Uma vez que o sal fica exposto ao ar, a maior
parte do teor de iodo desaparece no prazo de quatro semanas depois – ainda
mais depressa em condições de umidade elevada.

15 GESTANTES E OS FITOTERÁPICOS

Acredita-se que pelo fato de serem produtos naturais, provenientes de


plantas, em sua maioria, os fitoterápicos não causam nenhum efeito colateral, o
que incentiva o consumo entre a população, inclusive entre gestantes e

38
lactantes. Porém, mesmo sendo de fontes naturais, os fitoterápicos podem
causar efeitos colaterais assim como qualquer outro medicamento. Os dados
sobre os efeitos colaterais de fitoterápicos em gestantes e lactantes ainda são
pouco consistentes, devendo haver, portanto, uma precaução quanto ao uso
desses produtos.
Outro cuidado que a gestante deve ter é o de informar ao seu médico caso
esteja usando algum fitoterápico. Pacientes raramente informam ao profissional
de saúde se estão fazendo uso de plantas medicinais, dificultando muitas vezes
a identificação de um possível efeito colateral.
Estudos já demonstraram que alguns fitoterápicos, quando utilizados
durante a gestação ou lactação, podem causar efeitos adversos como estímulo
da contração uterina, o parto prematuro e até o aborto. Outros possuem ainda
ação hormonal, podendo provocar alterações no desenvolvimento e
malformações fetais.

Fonte:www.marijuana.com/blog

A constipação intestinal, por exemplo, é um sintoma comum durante a


gestação e que muitas vezes é tratado com alguma planta medicinal definida
como laxante, a exemplo temos o sene, o ruibarbo, frângula e a babosa. Porém,
essas plantas possuem antraquinonas e não devem ser utilizadas durante a
gestação, principalmente nos três primeiros meses, podendo induzir contrações
39
uterinas na gestante, aumentar o fluxo sanguíneo para o útero seus e anexos,
aumentando assim as chances de ocorrer um aborto. Em lactantes essa
substância pode ser passada pelo leite e causar espasmos no bebê.
Outra principal causa que faz com que a gestante busque por
fitoterápicos, o enjoo matinal, tem o gengibre como principal planta utilizada para
amenizar o mal-estar, porém os estudos ainda não são conclusivos sobre os
possíveis efeitos colaterais desta planta. Sabe-se que o gengibre possui
compostos que podem atuar diminuindo a agregação plaquetária. Sendo assim,
é preciso ter muito cuidado com gestantes que estão em uso de anticoagulantes
e/ou próximo ao trabalho de parto.
Algumas plantas possuem seu efeito já bem estudado e devem ser
evitadas por mulheres gestantes e lactantes, essas plantas são consideradas
abortivas e emenagogas (que provocam a menstruação). Além de serem plantas
que podem provocar o aborto, quando utilizadas em altas doses ainda provocam
uma intoxicação sistêmica no organismo do indivíduo que a consumiu.
As dez principais plantas que devem ser evitadas durante a gestação e
lactação, principalmente durante os três primeiros meses, são: sene, arruda,
boldo, buchinha-do-norte ou cabacinha, marcela, canela, quina-quina, cravo,
aroeira e agoniada.
Além das plantas citadas acima, também deve ser restrito durante a
gestação o uso de fitoterápicos a base de carqueja, arnica, fucus, hibiscos, noz-
moscada, cascara-sagrada, romã, cavalinha, arnica, babosa e cardo-mariano,
principalmente, no primeiro trimestre gestacional ou de lactação.

40
Fonte:www.anutricionista.com

Diante do exposto é possível ver como é importante o acompanhamento


do médico e nutricionista durante a gestação, pois somente um profissional
habilitado pode dizer qual fitoterápico é bom para você e seu bebê!
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Fitoterapia é
um método que utiliza princípios ativos de origem vegetal na terapêutica clínica
na forma de chás, xaropes, extratos padronizados, banhos, compressas,
cremes, sabonetes, xampus, dentre outros usos.
Os métodos modernos de extração, identificação e padronização de
substâncias de origem vegetal, juntamente com o avanço de pesquisas,
permitiram ter maior confiabilidade e amplo conhecimento a respeito da eficácia
e segurança do uso desses remédios. Estima-se atualmente que cerca de 80%
da população mundial confia no tratamento com plantas medicinais para
tratamento e cura de algum tipo de doença.
O tratamento à base de plantas medicinais está crescendo a cada dia no
Brasil. Cerca de 2.000 produtos fitoterápicos com efeitos reconhecidos são
utilizados em tratamentos no nosso país e a facilidade do acesso aos remédios
fitoterápicos possibilita que muitas mulheres procurem o uso de chás e
compostos naturais para tratar determinados sintomas do cotidiano. A ideia de
que a Fitoterapia é “natural” faz com que muitos criem a noção de que não traz

41
malefícios, porém o uso indiscriminado dos fitoterápicos pode sim acarretar
danos à saúde.
Os fitoterápicos, sob suas diversas formas, são também muito utilizados
por mulheres em idade fértil, grávidas ou nutrizes e em sua maioria por uso
popular, ou seja, sem prévia avaliação de um profissional da área da saúde. O
princípio básico da indicação de fitoterápicos para gestantes e mães lactantes
baseia-se, sobretudo, no risco versus benefício e este, só um profissional de
saúde capacitado poderá avaliar, seja o médico obstetra ou o naturólogo.
No Rio de Janeiro, o Proplam – Programa de Plantas Medicinais da
Secretaria Estadual de Saúde – publicou uma resolução em fevereiro de 2002,
com o objetivo de orientar quanto ao potencial tóxico, teratogênico e abortivo de
diversas espécies vegetais. Neste documento foi relatado um amplo
levantamento bibliográfico sobre 103 espécies medicinais com o objetivo de
esclarecer a população e aos profissionais de saúde sobre o uso indiscriminado
e ação na gravidez e lactação. Entre as espécies listadas estão inclusive as mais
comumente utilizadas em infusões como Camomila, Melissa, Erva-doce, Boldo,
contraindicadas com justificativa de efeito abortivo.
E assim como no período gestacional, durante o aleitamento materno
também devem ser tomados cuidados em relação ao uso de plantas medicinais,
pois podem provocar gosto desagradável no leite materno, causando rejeição e
até causar danos à saúde do lactente.
O maior motivo da não recomendação indiscriminada de fitoterápicos para
gestantes e nutrizes é porque são poucos os estudos científicos a respeito do
consumo destes remédios durante a gravidez e lactação e, portanto, não há
como fixar uma dosagem-limite segura para seu uso, exceto quando condições
específicas existirem e assim sendo, estas devem ser acompanhadas pelo
profissional de saúde. Outro ponto levantando é o risco provocado à saúde de
contaminantes ambientais como agrotóxicos, ricos em metais pesados.
No entanto, com relação aos vários condimentos utilizados culinária, tais
como alecrim, tomilho, sálvia, orégano, hortelã-pimenta, manjerona e
manjericão, não há com que seu preocupar, nas pequenas quantidades usadas
durante o preparo dos alimentos não representam riscos.

42
Fonte:www.ciclodavida.org

Na gravidez, o cuidado se refere às duas partes envolvidas, a mãe e o


bebê e é por isso que o esclarecimento da grávida quanto ao consumo de plantas
medicinais e a orientação profissional qualificada é essencial para evitar riscos
à saúde durante este período. As terapias integrativas e complementares são
grandes aliadas para manter-se saudável durante a gestação e amamentação e
quando houver restrição de uma técnica, sempre haverá outra a se beneficiar,
sempre cuidando da saúde do binômio mãe-bebê.

16 A GRAVIDEZ E A NUTRIÇÃO

43
Fonte:saude.culturamix.com

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a gravidez corresponde aos


nove meses ou mais necessários para que uma mulher carregue, no seu ventre,
o embrião em desenvolvimento e o bebê.
 A garantia de saúde das mães e dos seus filhos é um tema
prioritário para Organização Mundial da Saúde (OMS). Acumula-se
a evidência, desde a avaliação de programas de nutrição em saúde
pública a estudos de intervenção nutricional, de que um adequado
estado nutricional da mãe pode trazer vantagens de saúde para a
própria e para o filho, ao longo da sua vida.
 Durante a gravidez, as necessidades nutricionais aumentam para
apoiar o crescimento e desenvolvimento do bebé bem como o
metabolismo materno. Assim, as recomendações alimentares e
nutricionais devem adaptar-se a cada mulher, considerando-se as
diferenças individuais. Desta forma, recomenda-se adoção de um
estilo de vida saudável, que deve iniciar-se mesmo antes da
gravidez, para otimizar a saúde da mãe e reduzir o risco de
complicações durante a gravidez e de algumas doenças no bebê.

44
 A gravidez é, para a maioria das mulheres, um momento de grande
felicidade e realização. No entanto, durante a gravidez, tanto a
mulher como a criança em desenvolvimento enfrentam vários
riscos de saúde. Por esta razão, é importante que todas as
gravidezes sejam monitorizadas pelos prestadores de cuidados
especializados.
 O conhecimento atual tem mostrado que a saúde do filho, é em
grande parte, programada durante a sua vida intrauterina, pelo que
uma gravidez programada e monitorizada trará vantagens para a
mãe e para a saúde futura do filho.

O consumo de uma mistura equilibrada e saborosa de alimentos, poderá


não só mantê-la saudável durante a gravidez, e abrir o caminho para um trabalho
de parto mais fácil, mas também poderá ajudar a estabelecer os alicerces
essenciais para o crescimento saudável do seu filho.
Durante a gravidez, é natural que o peso aumente, devido à formação da
placenta, líquido amniótico, crescimento do bebé, volume do útero e do sangue,
tecido mamário e gordura de reserva. Um inadequado ganho de peso está
associado ao aumento do risco de atraso de crescimento intrauterino e
mortalidade perinatal. Por seu lado, o elevado ganho de peso da grávida está
associado ao aumento de peso do bebé ao nascimento e, secundariamente, ao
aumento do risco de complicações na vida adulta. Assim, as recomendações
para o ganho de peso durante a gravidez foram formuladas de acordo com o
reconhecimento da necessidade de equilibrar os benefícios de um crescimento
fetal saudável, contra os riscos de complicações no parto e pós-parto para a mãe
e bebé.
Ter uma alimentação saudável durante a gravidez é essencial para o
crescimento saudável do bebé e para o bem-estar da mãe. As recomendações
alimentares para o período da gravidez não são muito diferentes das
recomendações alimentares para toda a população.

A grávida tem necessidades aumentadas de energia e de nutrientes,


sendo este aumento dependente do trimestre em que se encontra.

45
Mas não significa que deverá comer “por dois”.

17 ENERGIA

As necessidades de energia durante a gravidez vão aumentando de


acordo com o trimestre da gestação. Assim, porque o gasto de energia total não
se altera significativamente e o ganho de peso é mínimo durante o primeiro
trimestre, o consumo de energia adicional é recomendado apenas no segundo e
no terceiro trimestre da gravidez. Cerca de 340 e 450 kcal adicionais são
recomendadas, respetivamente, durante o segundo e terceiro trimestres, para
além das 2000 kcal recomendadas diariamente.

18 PROTEÍNA

Fonte:otomescriativas.blogspot.com.br

No segundo e terceiro trimestres as necessidades proteicas estão


aumentadas. No entanto, a “dieta normal” consegue suprir esses aumentos e a
biodisponibilidade das proteínas aumenta neste período.

46
O aumento das necessidades deve-se ao contributo proteico para a
formação da placenta, crescimento dos tecidos uterinos e desenvolvimento e
crescimento do bebé.
Ingira diariamente fontes proteicas a partir de:
 Laticínios (leite, queijo, iogurte)
 Utilize as leguminosas verdes e secas. São uma boa alternativa
proteica (feijão, grão de bico, favas, ervilhas, lentilhas), desde que
se inclua uma grande variedade destes alimentos e também de
cereais
 Ingira moderadamente fontes proteicas de origem animal (carne,
pescado e ovos)

19 HIDRATOS DE CARBONO

São a principal fonte de energia para a realização das funções do


organismo, pelo que é de elevada importância o seu consumo durante a
gravidez. Dos hidratos de carbonos que a mãe ingere, obtém-se glicose que é a
principal fonte de energia, e fundamental para o desenvolvimento do bebé. Por
isso, é importante a ingestão diária e várias vezes ao dia, de alimentos ricos em
hidratos de carbono como o pão integral, a batata, o arroz, a massa e a aveia
(grupo dos cereais derivados e tubérculos da Roda dos Alimentos).
Provêm essencialmente de alimentos de origem vegetal como:
 Cereais e seus derivados (arroz e massa, farinha, pão, flocos de
cereais)
 Tubérculos (batata, inhame, etc.)
 Leguminosas secas (feijão, grão de bico, ervilhas, etc.)
 Fruta

Gordura

47
A gordura de origem alimentar tem funções importantes no organismo
enquanto grande fornecedora de energia, transporte de algumas vitaminas (A,
D, E, K), proteção contra o frio, desenvolvimento do cérebro e visão. Não existem
recomendações específicas relativamente à ingestão de gordura para as
grávidas, no entanto, estas apresentam necessidades aumentadas de ácidos
gordos essenciais, nomeadamente o ácido linoleico (n-6) e ácido alfa-linolênico
(n-3). São boas fontes alimentares deste tipo de gorduras o azeite e o peixe
gordo (sardinha, salmão e cavala).

 Origem vegetal (azeite, óleos, margarina, frutos secos, alguns


frutos tropicais como pera-abacate e coco)
 Origem animal (manteiga, natas, gema de ovo, gordura de
constituição das carnes e pescado)

Fonte:pt.dreamstime.com

20 ÁCIDO FÓLICO

O ácido fólico desempenha um papel chave na redução do risco de


desenvolvimento de malformações do tubo neural do bebé. É recomendado o

48
aumento do consumo de frutos e hortícolas ricos nesta vitamina, bem como a
utilização de cereais integrais (pão integral, massa e arroz integrais) e
leguminosas (lentilhas, ervilhas, feijão, grão-de-bico, favas), sendo por vezes
necessária a toma de suplementos desta vitamina.
Habitualmente, a suplementação inicia-se 3 meses antes da concepção e
mantem-se durante os primeiros três meses de gravidez. A evidência da
associação, positiva, entre deficiência de ingestão de ácido fólico e
malformações do tubo neural é forte, pelo que o cumprimento das
recomendações nutricionais (600 μg/dia) deverá ser determinante na prevenção.
Aumente o consumo de:
 Hortícolas de folhas verdes
 Leguminosas
 Cereais integrais

21 FERRO

O Ferro em combinação com o Sódio, Potássio e Água, ajuda a aumentar


o volume sanguíneo e prevenir a anemia. É importante para o metabolismo
energético e para o desenvolvimento do sistema nervoso fetal. O défice deste
mineral pode originar: risco de baixo peso do bebé ao nascimento,
prematuridade e mortalidade perinatal e perturbações na formação e
organização neuronal. A ingestão diária de 27 mg é ideal durante a gravidez,
sendo por vezes necessária a toma de suplementos deste mineral.
 Aumente o consumo de:
 Alimentos de origem animal como: carne, peixe
 Leguminosas como: feijão e grão-de-bico
 Hortícolas de folhas verde escuro
 Nota: Para melhorar a absorção de Ferro:
 Incluir uma fonte de vitamina C (ex. sumo de laranja natural) ao
almoço e jantar;

49
 Evitar a ingestão de chá ou café às refeições principais (consumir
1-2 horas antes ou depois);
 Misturar diferentes fontes de Ferro (carne ou peixe com
leguminosas ou vegetais).

Fonte:revistacrescer.globo.com

22 IODO

A deficiência de iodo durante a gravidez comprometer o desenvolvimento


cognitivo fetal. As mulheres em preconcepção, grávidas ou a amamentar, devem
receber um suplemento diário de iodo sob a forma de iodeto de potássio – 150
a 200 µg/dia, desde o período preconcecional, durante toda a gravidez e
enquanto durar o aleitamento materno exclusivo, pelo que deverá ser prescrito
o medicamento com a substância ativa de Iodeto de Potássio na dose
devidamente ajustada.
De forma a contribuir para a ingestão apropriada de iodo há, naturalmente,
que assegurar uma alimentação variada, incluindo alimentos que, habitualmente,

50
são fontes de Iodo, em particular: pescado, leguminosas e hortícolas e, ainda,
leite e outros produtos lácteos. Recomenda-se, também, a substituição do sal
comum por sal iodado.

23 CÁLCIO E VITAMINA D

O Cálcio é importante para os ossos e dentes saudáveis quer da mãe quer


do bebé. A dose diária recomendada de cálcio é de 1000 mg/dia na grávida. As
melhores fontes de Cálcio são o leite, produtos lácteos e alguns cereais.
Tente escolher leite, queijo e iogurte com menores teores de gordura.
Estes fornecem mais cálcio do que as variedades com mais gordura.
A vitamina D é fundamental para a fixação do Cálcio e é fulcral para o
equilíbrio entre os ossos e a formação do esqueleto e dentes do bebé. São
exemplos de alimentos ricos em vitamina D o peixe gordo, como o salmão, ou
os ovos. A vitamina D é sobretudo produzida pela exposição ao sol (no entanto,
deve utilizar um protetor solar e um chapéu, e se evita o sol entre as 11h30 e as
16h00).

24 ZINCO

O Zinco desempenha funções cruciais em diversos processos biológicos


do organismo, tais como, síntese proteica, metabolismo energético, metabolismo
de hidratos de carbono e de lípidos, metabolismo do ADN e do ARN e é ainda
necessário para a diferenciação e divisão celular e bom funcionamento do
sistema imunológico.
É necessário para o bom desenvolvimento neurológico do bebé e a sua
deficiência pode provocar malformações congénitas, baixo peso ao nascimento

51
e morte prematura. As melhores fontes de Zinco são a carne, o peixe, as
leguminosas, produtos lácteos e cereais.

Fonte:pt.dreamstime.com

25 MAGNÉSIO

O consumo de teores adequados de Magnésio durante a gravidez está


associado à diminuição do risco de pré-eclâmpsia, de nascimentos prematuros
e de atraso no crescimento intrauterino. Em Portugal, um estudo de Elisabete
Pinto e colaboradores verificou um inadequado aporte deste micronutriente em
mulheres grávidas.

52
26 PROBIÓTICOS E PREBIÓTICOS

Um prebiótico é definido como "um ingrediente seletivamente fermentável


que leva a mudanças específicas, na composição e ou na atividade do microbiota
(flora intestinal), e assim poderá trazer benefícios à saúde do hospedeiro”.
De acordo com a FAO / OMS, os probióticos são "micro-organismos vivos
que, quando consumidos em quantidades adequadas, conferem benefícios à
saúde do hospedeiro”.
Os principais probióticos são bactérias lácticas usadas tradicionalmente
em fermentações alimentares, pertencentes aos géneros das bifidobactérias e
dos lactobacilos. Encontram-se principalmente nos iogurtes e em bebidas com
leite fermentado.
Atualmente é reconhecida a relevância do microbiota (ecossistema de
inúmeros micro-organismos) na saúde.
Sabe-se que uma alimentação desequilibrada, rica em gordura, pobre em
hortofrutícolas, altera a composição do microbiota, chamando-se a esta
modificação disbiose (desequilíbrio). Esta condição está atualmente relacionada
com muitas doenças, desde inflamatórias intestinais, obesidade, diabetes tipo 2,
depressão, autismo, entre muitas outras. Desta forma, também durante a
gravidez deve ser dada atenção à ‘saúde do microbiota’.
O fato do microbiota da mãe ser modulável, durante a gravidez, pela sua
dieta, muito em particular, pela ingestão de hortofrutícolas, prebióticos e também
de probióticos, vai ter influência no microbiota do bebé, porque há ‘passagem’
de bactérias da mãe para o filho durante o parto e durante a amamentação (o
intestino do filho é colonizado com bactérias da mãe durante o parto). O tipo de
parto, vaginal ou por cesariana, o tipo de alimentação (leite materno ou fórmula)
determinam a qualidade das bactérias intestinais do filho, e assim a sua saúde.
O microbiota da grávida influencia, assim, não só a saúde do filho como
se reconhece atualmente que esta influência de forma positiva a recuperação do
peso pós-parto.

53
27 HIDRATAÇÃO NA GRAVIDEZ

A hidratação adequada é essencial para uma gravidez saudável, dado


que a grávida acumula cerca de 6-9 L de água durante a gestação. A ingestão
adequada de água durante a gravidez [incluindo a ingestão de água e de outras
bebidas (como leite, sumos naturais e infusões) e de alimentos ricos em água
(sopas, saladas e fruta)] é de 3 L/dia. Isso inclui cerca de 2,3 L (cerca de 10
copos) como total proveniente de bebidas.

Fonte:dralexandrefaisal.blog.uol.com.br

28 SAL

Utilize pouco sal para cozinhar e evite o sal adicionado ao prato. Em


alternativa utilize as ervas aromáticas, como os orégãos, a salsa, o coentro, o
cebolinho, o tomilho, o manjericão, e tantas outras para temperar. Leia os rótulos
atentamente e compare as quantidades de sal.
Limitar o consumo de:

54
 Carnes e peixes salgados
 Caldos industriais
 Molhos e temperos prontos
 Aperitivos salgados
 Batatas fritas
 Enlatados
 Produtos de charcutaria e salsicharia
 Frutos gordos salgados

29 CAFEÍNA

Fonte:www.canalgravidez.com.br

Os efeitos da cafeína sobre o bebé não estão ainda bem estabelecidos.


O chá, o cacau e os refrigerantes com cafeína contêm aproximadamente a
mesma quantidade de cafeína, enquanto que o café contém cerca de duas vezes
mais cafeína. A posição atual da “American College of Obstetricians and
Gynecologists” é que as mulheres grávidas devem evitar a ingestão de cafeína
acima de 200 mg/dia.

55
30 ALIMENTOS A EVITAR

Na gravidez, siga rigorosamente os cuidados de higiene com a


alimentação e evite os alimentos não indicados para este período: carne,
pescado e ovos malcozidos, leite ou laticínios não pasteurizados e vegetais e
frutas crus não higienizados.
Limitar o consumo de:
 Laticínios não pasteurizados
 Queijos mal curados
 Queijo fresco e requeijão
 Enchidos e fumados
 Espadarte, tamboril ou tintureira
 Carne e peixe malcozinhados
 Legumes e fruta mal lavados
 Patês de qualquer tipo

31 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS E PREPARAÇÃO

Durante a gravidez deve ser particularmente cuidadosa em não contrair


uma doença de origem alimentar a partir de alimentos contaminados.
Algumas bactérias e parasitas podem ser prejudiciais para o bebé. Para
além disso, os alimentos poderão ser também uma fonte importante de outros
compostos com potencial tóxico (consulte o manual: Linhas de Orientação Sobre
Contaminantes de Alimentos/DGS).
Lavar as mãos com água morna e sabonete:
 Antes e depois de manusear alimentos
 Depois de utilizar a casa de banho
 Depois de estar em contato com animais
 Lavar muito bem os legumes com água corrente;
 Lavar todos os frutos, mesmo se pretender descascá-los;
 Separar os alimentos crus dos alimentos prontos a consumir;

56
 No frigorífico, conservar a carne e o peixe crus sempre bem
embalados e na zona intermédia, e os produtos em fase de
descongelação na prateleira inferior, acondicionados em
recipientes que evitem o derrame de líquidos resultantes do
processo de descongelação;
 Os alimentos cozinhados nunca devem ser colocados em
recipientes onde estiveram alimentos crus, sem que o recipiente
seja bem lavado;
 Quando os alimentos são reaquecidos, devem ser levados à
fervura, ou então reaquecidos a altas temperaturas por algum
tempo;
 Aquecer completamente as refeições prontas-a-comer e as
“sobras” antes de servir;
 Cozinhar completamente a carne; certificar se a carne congelada
está corretamente descongelada antes de cozinhar;
 Se usar o micro-ondas, seguir as instruções do fabricante e
certificar-se de que o alimento está bem cozido no interior;
 Verificar sempre o prazo de validade na embalagem dos alimentos;
 Usar luvas quando fizer jardinagem e lavar as mãos após esta
prática;
 Usar luvas ao manipular os excrementos de gato: os gatos podem
ser a fonte de Toxoplasmose - infeção grave que pode causar
cegueira, atraso mental ou até mesmo a morte fetal.
 A alimentação da grávida deverá ser uma alimentação saudável,
ou seja, completa, equilibrada, variada e segura, de acordo com as
orientações da Roda dos Alimentos.
 Fazer 5 a 6 refeições por dia, mais ou menos de 3 em 3 horas:
pequeno-almoço, almoço e jantar e 2 a 3 pequenos lanches;
 Privilegiar o consumo de hortícolas, iniciando as refeições com
uma sopa de legumes;
 Preferir o peixe gordo (salmão, arenque, atum, sardinha) e as
carnes brancas, como as aves e o coelho;
 Limitar o consumo de carne vermelha a 2 ou 3 vezes por semana;

57
 Consumir cerca de metade dos cereais, como pão, arroz e massa,
sob a forma integral;
 Comer 3 a 4 porções de fruta por dia;
 Comer 3 porções de laticínios meio-gordos ou magros por dia;
 Preferir sempre os óleos vegetais, como azeite;
 Moderar o consumo de sal, utilizando pouco sal para cozinhar, não
adicionando sal no prato e evitando produtos e alimentos com
excesso de sal;
 Beber água suficiente para satisfazer a sede. Cerca de 2,3 L pode
ser uma referência;
 Praticar atividade física moderada;
 Evitar as bebidas alcoólicas.

Estudos indicam ainda que nas primeiras refeições “sólidas” os bebés


aceitam melhor os alimentos que fizeram parte da alimentação das mães durante
a gravidez.
Uma alimentação saudável durante a gravidez, para além de beneficiar a
saúde do seu bebé, pode contribuir para que ele tenha bons hábitos alimentares
no futuro.

58
32 PROBLEMAS RELACIONADOS COM A ALIMENTAÇAO NA GRAVIDEZ

Fonte:gravidezesaudedamulher.com

32.1 Náuseas, vómitos e azia

Estes sintomas ocorrem em cerca de 70% das mulheres, como resultado


das alterações hormonais, geralmente no início da gravidez.
Para aliviar estes sintomas, deve:
 Fazer pequenas refeições em ambiente arejado, com intervalos de
2 horas;
 Restringir os alimentos com odores fortes e consumi-los em
pequenas quantidades;
 Optar pelos cereais bem cozidos, as bolachas de água e sal, as
torradas com doce, as batatas bem cozidas, os ovos cozidos e a
carne magra;
 Evitar os alimentos irritantes (ex: o café, o chá preto/verde, o
chocolate e comida muito condimentada);
 Ingerir, de acordo com a tolerância individual, líquidos frios, cerca
de 1 a 2 horas, antes e após as refeições.

59
32.2 Obstipação

Cerca de 35-40% das mulheres grávidas sofrem de obstipação durante


gravidez.
Para aliviar este sintoma, deve:
 Beber bastantes líquidos, nomeadamente água (2 L por dia);
 Aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibra (pão integral, arroz
integral, cereais integrais, legumes e frutas frescas e secas
especialmente ameixas e figos);
 A prática regular de atividade física.

 Nota: lembre-se que os suplementos de Ferro podem por vezes


provocar ou agravar a obstipação. Se estiver a tomar suplementos
de ferro e notar o agravamento dos sintomas, consulte o seu
médico.

33 CUIDADOS NUTRICIONAIS DURANTE A GESTAÇÃO

Fonte:www.maternidadecolorida.com.br

60
A gestação compreende um período de grande vulnerabilidade para a
mãe, em razão das várias transformações em seu corpo, e para o feto, em razão
do seu crescimento e desenvolvimento. Tais transformações implicam em
aumento nos requerimentos de macro e micronutrientes.
As quantidades de energia, proteína e demais nutrientes são mais
elevadas a fim de atender as necessidades requeridas para o desenvolvimento
do feto e formação de estruturas maternas durante a gestação (placenta, útero,
glândulas mamarias e sangue), assim como a constituição de depósitos
energéticos da mãe utilizados durante o parto e lactação.
As necessidades energéticas variam com o peso pré-gestacional,
quantidade e composição do ganho de peso, estágio da gravidez, nível de
atividade física e aumento de seu metabolismo basal.
Para avaliação do peso corpóreo, tem sido recomendado diferentes
métodos, dentre eles, destaca-se a utilização do Índice de Massa Corpórea
(IMC) pré-gestacional. O IMC é calculado utilizando-se o peso em quilogramas
(kg) dividido pela estatura em metros ao quadrado. Com base em um estudo de
1990, do National Institute of Health, as diretrizes para o ganho ponderal na
gravidez são baseadas no IMC pré-gestacional.
Nas recomendações atuais, do ponto de vista calórico, a recomendação
da Recommende Dietary Allowances (RDA,1989), tem sido adicionar 300
calorias à dieta normal, com início no segundo trimestre da gestação.
Mulheres que iniciam a gravidez com baixo peso ou adolescentes (com
menos de cinco anos pós-menarca) devem aumentar sua ingestão calórica em
300 calorias desde o início da gravidez. Por outro lado, mulheres que iniciam a
gravidez com sobrepeso ou obesidade, nenhum aumento calórico é
recomendado, sendo importante acompanhar a evolução da gestante o que
permitirá nortear as orientações dietéticas.
Em relação as proteínas, a ingestão deve ser aumentada em razão da sua
contribuição específica para o crescimento e porque uma dieta pobre em
proteínas, quase sempre, carece de outros nutrientes. Recomenda-se a ingestão
de 60 gramas diárias, o que significa aproximadamente um adicional de 6g/dia.
A mulher adulta, sadia, em idade fértil, não grávida e com atividade física
moderada necessita ingerir aproximadamente 25 a 30 kcal por kg de peso

61
corporal por dia (25 a 30 kcal/kg/dia), para suprir suas necessidades energéticas
sem alterar seu peso corporal.
Durante uma gravidez normalmente são consumidas, para a geração do
feto e nos mecanismos de adaptação do organismo materno, cerca de 80.000
kcal (durante os 280 dias da gestação). Esse montante representa acréscimo
diário de cerca de 300 kcal na dieta da gestante e também da nutriz; em outras
palavras, a necessidade calórica diária passa de 25-30 kcal/ kg/dia para 30-35
kcal/kg/dia durante a gravidez.
Em termos alimentares, 300 kcal não representam grande volume de
alimento. Pequenas quantidades de alimentos muito calóricos, como os queijos
mais concentrados ou a carne, são suficientes. Para se ter uma ideia mais
precisa, 100 g de queijo “prato” (em torno de cinco fatias das utilizadas em
sanduíches) contêm por volta de 390 kcal, enquanto que 100 g de carne bovina
(um bife médio) contém cerca de 200 kcal.
É ilusão a ideia de que a gestante/nutriz necessita de alimentação
abundante. O excesso calórico não tem qualquer vantagem e seus malefícios
estéticos e fisiológicos são amplamente conhecidos. O ritmo do ganho de peso
na gestação é o principal indicador da ingestão calórica, excetuando-se,
naturalmente, as situações de edema.
A gestação é um fenômeno fisiológico que acarreta uma série de
modificações no organismo materno, com a finalidade de garantir o crescimento
fetal, proteger o organismo materno e ainda, possibilitar a recuperação da
puérpera e a nutrição de recém-nascido. Essas modificações se fazem evidentes
nos aparelhos cardiocirculatório, digestivo, respiratório, ósteo-articular, além de
modificações metabólicas, endócrinas, hematológicas e mamárias, o que exige
um maior consumo de nutrientes.
Por outro lado, sabe-se que vários fatores podem interferir no crescimento
fetal. Alguns estudos demonstram que a carga genética e o ambiente em que
vive a gestante influem neste processo, e algumas características maternas, tais
como idade, peso e estatura, paridade, condição de nutrição e saúde, e nível
socioeconômico, guardam correlação direta com o crescimento e
desenvolvimento.

62
33.1 Deficiências Nutricionais na Gestação

O estado nutricional da mulher, antes e durante a gestação, está


associado com o bem-estar do feto. Se a gestante apresentar menores reservas
nutricionais, há um maior risco do feto e do recém-nascido apresentarem déficit
do desenvolvimento neurocognitivo, malformações congênitas, prematuridade,
ganho de peso e/ou comprimento insuficientes, levando ao nascimento de
crianças pequenas para a idade gestacional (PIG). Portanto, a desnutrição
protéico-calórica e as deficiências de ferro, iodo, vitamina A e folato, principais
problemas nutricionais na gestação, deverão ser avaliados com base no impacto
que exercem não somente no organismo da gestante, como também na do
feto/recém-nascido.
Se a gestante possui estado nutricional prévio adequado e consegue
manter a qualidade de sua alimentação, não necessita de suplementos
nutricionais, com exceção do ferro que a OMS recomenda que todas as
gestantes, independente da presença de deficiências dietéticas ou bioquímicas
devem receber dose profilática de ferro elementar na quantidade de 30 a 40 mg
durante todo o terceiro trimestre.
Quando a gestante apresenta valores de hemoglobina abaixo de 11 g/dl
deve receber suplementação terapêutica de 60 a 120 mg diários de ferro
elementar, do momento da detecção até o final da gravidez.
A grande preocupação atual, principalmente nos Estados Unidos, é a
prevenção de ocorrências de má-formação do tubo neural por deficiência de
ácido fólico (folato). Esse fato pode ser comprovado com a observação das
novas recomendações (DRIS, 1998), cujos valores para o ácido fólico são de
400 mcg para mulheres adultas e 600 mcg para gestantes.

63
Fonte:ialismorais.blogspot.com.br

BIBLIOGRAFIA

BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de


atenção básica n. 23. Brasília, 2009.

CHEMIN S.M.S.S.; MURA J.D.P. Tratado de Alimentação, Nutrição e


Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2008.

Direção-Geral da Saúde, Aporte de iodo em mulheres na preconcepção,


gravidez e amamentação. 2013, Direção-Geral da Saúde: Lisboa.

FOSTER, Della A. et al. Herbal medicine use during pregnancy in a group of


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INSA, Tabela de Composição de Alimentos Portuguesa. Lisboa: Instituto
Nacional de Saúde Drº Ricardo Jorge. 2006.

Monteiro JP & Camelo Júnior JS. Caminhos da Nutrição e Terapia Nutricional:


da concepção à adolescência. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007

SOARES, Carolina Schilling. Fitoterapia na gestação: conceitos, reações


adversas e contraindicações. Revista Brasileira de Nutrição Funcional. Ed 46.
São Paulo, 2010.

Teixeira D, et al., Iodo – Importância para a Saúde e o Papel da Alimentação.


2014, Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, Direção-
Geral da Saúde: Lisboa.

65

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