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República de Angola

Ministério da Educação, Ciências e Tecnologias

Trabalho em Grupo de Assistência de Enfermagem Patológica


Médica Cirúrgica

Tema: Triagem de Manchester


- Suporte básico ao doente politraumatizado

A Docente
_______________________________
Isabel Mupa

Lubango, aos 20 de Abril de 2023


Instituto Técnico de Formação de Saúde da Huila
Trabalho em Grupo de Assistência de Enfermagem Patológica Médica
Cirúrgica
Tema: Triagem de Manchester
- Suporte básico ao doente politraumatizado
Grupo Nº: 4
Turma: A
Classe: 12ª
Sala: 20
Período: Tarde
Ano Lectivo: 2022/ 2023

Integrantes do Grupo
Nº Nome Nota Individual Nota Colectiva
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

A Docente
_______________________________
Isabel Mupa

Lubango, aos 20 de Abril de 2023


Introdução
Neste trabalho iremos abordar sobre a triagem de Manchester, sua utilização e
sua importância para o bom funcionamento dos serviços de urgência das
unidades hospitalares. Iremos aprofundar sobre assistência de enfermagem a
doentes politraumatizados.
Triagem de Manchester

É um protocolo de seleção de pacientes que baseia o nível de urgência por um


código de cores.

Essa metodologia surgiu em 1997, na cidade de Manchester, na Inglaterra, e não


demorou até que se tornasse um sistema global, por conta da sua eficiência. No
entanto, esse estilo de triagem chegou ao Brasil apenas em 2008, na tentativa de
reduzir as filas em hospitais e possíveis perdas de pacientes que se encontravam
em estados mais graves.

O protocolo de Manchester funciona a partir de um código de cinco cores,


anexadas às pulseiras de identificação dos pacientes.

Dessa forma, os profissionais poderão saber quais os casos que precisam de


atenção mais urgentemente e os que podem aguardar até que outros
colaboradores cheguem.

Muitas pessoas podem pensar que esse código tem uso somente em situações
de emergência, como acidentes. Entretanto, essa forma de triagem pode ser útil
em todas as clínicas e hospitais, mesmo que não existam classificações de risco.

Até os dias de hoje, a Triagem de Manchester ainda é um dos principais


protocolos utilizados no atendimento de pacientes de emergência, podendo
salvar vidas.

No entanto, utilizar um sistema de triagem em cores é uma maneira eficiente de


priorizar os casos mais graves, além de otimizar os trabalhos de outros
colaboradores que também atuam em busca do melhor atendimento.

Cores e seus significados

Vermelho: representa os casos de urgência máxima, com risco de morte.

Dessa forma, o paciente não pode aguardar nem mais um minuto até receber o
tratamento adequado, sendo prioridade máxima da equipe médica. Geralmente, a
cor vermelha está mais presente em situações de emergência, como acidentes,
onde existem feridos graves que precisam de atenção imediata.
Ainda, é comum que os pacientes classificados como vermelho recebam ajuda
imediata, de modo que os profissionais nem se dirijam a outro paciente até
oferecer atendimento.

Laranja: Enquanto isso, na triagem de Manchester, o laranja determina casos


muito graves, cuja espera de atendimento não pode ser superior a 10 minutos.

Dessa forma, a situação do paciente é extremamente grave, também com grandes


riscos para sua vida. No entanto, o profissional tem a liberdade de localizar ajuda
e chamar outras equipes para atender o caso também. O rápido atendimento é
essencial para essas situações, garantindo que o paciente tenha as melhores
chances.

Amarelo: Casos classificados como amarelo na triagem de Manchester


representam um nível intermediário de gravidade.

O tempo de espera por atendimento não pode ser maior do que 50 minutos,
indicando uma emergência moderada.

Nesse caso, o paciente pode esperar até que outros profissionais venham atendê-
lo, mas sua situação não pode ser menosprezada, também apresentando alguns
riscos.

Verde: indica pacientes pouco urgentes, que podem esperar até 120 minutos para
receber atendimento.

Geralmente, pacientes classificados nessa categoria costumam seguir para outros


centros de saúde para receberem os tratamentos apropriados de outras equipes.

É indicado que sua situação seja tratada o quanto antes, mas não existem riscos
muito graves para a vida do paciente.

Azul: indica casos não-graves, que podem aguardar atendimento em até 240
minutos.

Trata-se de situações que não oferecem riscos à vida e à saúde, além do


encaminhamento para outros centros ser mais fácil.

Além disso, caso o problema não seja resolvido no hospital ou clínica, é possível
procurar atendimento em outro horário, sem prejudicar a situação.
Importância da triagem de Manchester na saúde

A triagem de Manchester se tornou essencial para otimizar os atendimentos em


centros de saúde, podendo reduzir as chances de perdas graves em situações de
risco.

Esse protocolo permitiu que os profissionais pudessem realizar suas funções com
maior eficácia, potencializando seu tempo. Mesmo que sejam por apenas alguns
segundos, pode ser o suficiente para fazer a diferença.

Além disso, essa classificação também funciona com um filtro de atendimento,


evitando a superlotação em hospitais e ambulatórios, pois os pacientes recebem
o devido encaminhamento. Ainda, o protocolo de Manchester se tornou uma
alternativa eficiente para reduzir o nervosismo e ansiedade de pacientes que
esperam pelo atendimento, sobretudo em situações mais sensíveis.

Vale a pena mencionar, também, que esse sistema de triagem permitiu a criação
de um padrão no atendimento hospitalar, tornando-o muito mais organizado e
dinâmico. Com ele, todos os colaboradores podem trocar informações, mesmo
que não-verbalmente, otimizando o tempo de serviço de maneira considerável.

Em resumo, o protocolo de Manchester é um sistema de extrema importância para


a classificação e atendimento eficaz dos pacientes.

Suporte básico ao doente politraumatizado

A assistência de enfermagem a vítima de trauma se resume em uma avaliação


total e imediata desta vítima, numa sequência rápida em áreas vitais do corpo.

Antes de começarmos o atendimento por cada etapa, devemos avaliar


rapidamente o estado clínico do doente. Essa avaliação pode ser obtida logo
após nos apresentarmos ao paciente, através das seguintes perguntas: “Qual o
seu nome?” e “Você pode me falar o que aconteceu?”.

A depender das respostas, podemos ter uma noção da gravidade da vítima. Uma
resposta adequada sugere que, naquele momento, a via aérea do paciente se
encontra pérvia, a ventilação não está comprometida e o nível de consciência
não está rebaixado.
Após esta avaliação, que deve ser feita de maneira conjunta com o atendimento
inicial, há a possibilidade da enfermagem estabelecer uma classificação da
vítima e os critérios para a vigilância.

Além da anamnese, se possivel, é necessário realizar o exame físico seguindo


a sequência: cabeça; estruturas bucomaxilofaciais; coluna cervical e pescoço;
tórax, abdome e pelve; períneo, reto e vagina; sistema musculoesquelético e
sistema neurológico. Todos esses sistemas devem ser avaliados de forma
minuciosa e direcionada ao trauma. Todo doente politraumatizado deve ser
reavaliado constantemente, pois a qualquer momento, pode haver uma
deterioração dos achados já registrados.

Esse exame copleto inclui: inspecionar abdomen, parte inferior do tórax e


períneo, na procura de laceração, ferimento penetrante, evisceração, corpos
estranhos e gravidez.

Avaliação toráxica

Na inspeção torácica, devemos observar se os movimentos respiratórios estão


simétricos e se há lesões, como pneumotórax aberto, por exemplo. Na palpação,
procuraremos por crepitações e locais de hipersensibilidade. Na percussão, o
hipertimpanismo ou macicez sugerem lesões importantes. Por fim, devemos
auscultar o tórax bilateralmente a procura de murmúrio vesicular.

Avaliação abdominal e pelvica

Na ausculta, a ausência de ruídos hidroaéreos pode indicar sangue


intraperitoneal livre. Na percussão e palpação, a presença de dor pode indicar
irritação peritoneal. A compressão pélvica também deverá ser feita para avaliar
instabilidade.

O toque retal deve ser realizado para obter informações como a presença de
sangue na luz retal, fragmentos de ossos pélvicos e atonia do esfíncter, que pode
sugerir uma lesão raquimedular.
Além do exame físico, podemos lançar mão da Avaliação ultrasonográfica
direcionada para trauma (E-FAST), que é bastante sensível para detectar a
presença de líquido livre em cavidades. Deve ser obtida imagens do saco
pericárdico, espaço esplenorrenal, espaço hepatorrenal e pelve. É nessa etapa,
que será realizada a reposição volêmica.

Para isso, é necessário a obtenção de acessos periféricos, caso o paciente ainda


esteja sem.

Após a realização completa das etapas passadas, devemos iniciar a avaliação


terciaria, que inclui uma história clínica completa, a fim de obter informações
sobre alergias, medicamentos de uso habitual, passado médico, líquidos e
alimentos ingeridos recentemente e mecanismo do trauma. Essas informações
podem ser obtidas com familiares da vítima.

Tratamento para pacientes instáveis.

Se após todos os procedimentos, o paciente não estabilize, é recomendada a


hemotransfusão, seguindo a proporção de 1:1:1, ou seja, 1 bolsa de concentrado
de hemácias para 1 bolsa de plaquetas, para 1 bolsa de plasma.

É importante ressaltar que, a reposição volêmica contínua não substitui o


tratamento definitivo da hemorragia.

Todos os fluidos deverão ser pré-aquecidos antes de serem administrados, para


evitar o risco de hipotermia, coagulopatia e acidose metabólica, conhecidos
como Tríade Letal. Nessa etapa, ainda podemos utilizar de medidas auxiliares
para monitorizar o paciente, como:

Sondagem gástrica: indicada para diminuir a distensão gástrica, evitando


vômitos e aspiração, e avaliar hemorragias do trato gastrointestinal.

Sondagem vesical: avalia o débito urinário, que é um importante marcador de


volemia e perfusão renal.
No caso de sinais sugestivos de lesão de uretra (sangue no meato uretral e
equimose perineal), a integridade da uretra deve ser confirmada pela uretrografia
retrógrada antes da colocação da sonda.

Nota-se que durante o período de assistência a vítima de trauma, procura-se


atingir a restauração das estruturas danificadas. Nessa assistência, a
enfermagem tem duas responsabilidades gerais: prever e atender as
necessidades da vítima e controlar o ambiente e suas variáveis para que a
segurança da vítima seja resguardada.

Nesse sentido pode-se dizer que o desenvolvimento dos métodos para a


recuperação da vítima com trauma e o estabelecimento de meios que impeçam
a potencialização das perturbações das funções vitais são a causa de sucesso
nas ações em equipe

Caso a instituição que o paciente esteja não apresente recursos suficientes para
o seu tratamento, ele deve ser transferido para um centro de trauma mais
especializado.
Conclusão

Depois de confeccionarmos este trabalho, chegamos à conclusão que


assistência ao doente politraumatizado é de extrema importância e fundamental
para a estabilização e recuperação do doente, e qualquer erro da equipa de
trabalho pode ser prejudicial ou fatal. Por isso é necessário que todos os
membros da equipa estejam prontos para lidar com esta situação.

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