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Método de Classificação de Risco

protocolo de Manchester
P R O F. R A M O N
• A adolescente A.M. de 15 anos de idade, chega a uma unidade de
saúde sozinha, andando, visivelmente angustiada. Diz estar com
muita dor na barriga. A profissional que a recebe avalia que ela
pode ficar na fila. Depois de 35 minutos esperando, A.M. volta à
recepção e diz que a dor está aumentando, mas é reconduzida a
esperar a sua vez na fila. Passados outros 15 minutos, A.M. cai
no chão e é levada para o atendimento, em coma, por ter ingerido
veneno para interromper uma gravidez indesejada.
• O que esta história nos indica?
Urgência de reversão e reinvenção dos modos de operar
os processos de acolhimento no cotidiano dos serviços.
A melhoria do acesso dos O aperfeiçoamento do trabalho em
usuários, mudando a forma equipe com a integração e
tradicional de entrada por filas complementaridade das atividades
e ordem de chegada. exercidas pelas categorias
profissionais;
A mudança das relações entre A pactuação com o usuário
profissionais de saúde e usuários da resposta possível à sua
no que se refere à forma de escutar A abordagem do
demanda, de acordo com a
este usuário em seus problemas e usuário para além
capacidade do serviço.
demandas. da doença e suas
queixas.
PROTOCOLO DE MANCHESTER
O sistema seleciona os pacientes com maior prioridade e
funciona sem fazer quaisquer presunções sobre o diagnóstico
médico, uma vez que os atendimentos de urgência são, na sua
maioria, orientados pelos sinais e sintomas apresentados.

O Grupo de Triagem de Manchester foi formado em 1994, com


o intuito de estabelecer um consenso entre médicos e
enfermeiros dos Serviços de Urgência a fim de criar normas de
triagem.
TRIAGEM E ACCR
• A palavra triagem tem origem da palavra francesa trier
que significa escolha, seleção (GILBOY, 2005).

• A expectativa de acesso rápido ao atendimento em saúde


é crescente embora as unidades de saúde muitas vezes
não disponham de estrutura física, recursos humanos e
equipamentos adequados para atender tal demanda.
TRIAGEM E ACCR
• Triagem significa classificar ou priorizar itens e
classificação de risco não pressupõe exclusão e sim
estratificação a partir de protocolos preestabelecidos.
• Pelo menos alguma forma de Avaliação de Risco ou
“triagem” sempre foi feita em serviços de urgência e
emergência no Brasil.
QUEM FAZ O ACCR
• Conforme a lei do exercício profissional, o enfermeiro é o profissional
habilitado para a realização da triagem (BRASIL, 2005*).

Diante desse cenário e mediante as necessidades de implantação da


classificação de risco na Rede de Atenção à Saúde no Brasil, o
COFEN, conforme a Resolução Nº 423/2012, ressalta que o
acolhimento com classificação de risco pode ser realizado pelo
enfermeiro desde que:
• Não haja exclusão de pacientes;
• Que o atendimento médico seja garantido;
• Que sejam firmados protocolos, promovendo a
agilidade do atendimento de forma digna e
harmonizada (BRASIL, 2005; COFEN, 2012).
• Uma adequada avaliação clínica é essencial para a tomada de
decisão e prestação de cuidados seguros e de qualidade!

Dessa forma, a tomada de decisão deve ser orientada por


05(cinco) passos de acordo com este sistema:

1- Identificação do problema:

2- Coleta e análise das informações - solução do problema: fluxograma

3-Avaliação de todas as alternativas discriminadores e seleção de um


4 -Implementação da alternativa selecionada – atribuição da prioridade

5. Monitorização da implementação e avaliação dos resultados:


Método de triagem
• Prática centrada na queixa principal.
• O protocolo de Manchester estabeleceu 52 problemas pertinentes para a
triagem e, dentre eles, para o paciente adulto:

Sendo 50 fluxogramas de classificação tradicional e 2 de


classificação de múltiplas vitimas.
Discriminadores
• Os discriminadores gerais se aplicam a todos os pacientes,
independentemente da condição que apresentam e surgem
repetidamente ao longo dos fluxogramas. Ex: Dor aguda
• Os discriminadores específicos nos remetem aos casos
individuais ou a pequenos grupos de apresentações e tendem a se
relacionar com características-chave de condições particulares.
Ex: dor pré-cordial e dor pleurítica
Discriminadores gerais

Discriminadores específicos
Discriminadores específicos

Discriminadores gerais
RECLASSIFICAÇÃO
• Todo paciente que for classificado, e o tempo esperado
chegar, e o mesmo não tiver sido atendido ainda, devera ser
classificado novamente;
• Alterações de estado do paciente prevê nova avaliação,
sempre sendo classificado para mais urgente.
Exercitando
• Imagine que você está recebendo um paciente masculino, de 22 anos,
vítima de acidente de carro em sua unidade.

A informação que você tem é de que se trata de um caso de grande traumatismo. O


paciente refere que após o acidente acordou dentro da ambulância. Apresenta queixa
de dor moderada em maléolo esquerdo e um sangramento continuo, porém de
pequena intensidade.

Quais serão então os passos da avaliação deste paciente? Geralmente ansioso,


ECG=15, respira espontaneamente e sem dificuldade, refere que o carro estava a
110 Km/h quando da colisão frontal.
Os sinais vitais na admissão são: Pa100/76, SatO2-97%, fc: 108 e FR: 22.
Hemorragia que não é rapidamente
controlada por compressão direta
sustentada: o sangue continua a fluir
levemente ou a a escorrer
Classificação não urgente - Azul
• Mediante a um tempo relativamente longo de existência de um
problema;
• Sem agravamento nem sinais de risco;
• Se houver outros discriminadores gerais ou específicos relevantes
para situação apresentada, o paciente ser5a classificado em
prioridade superior.’
Classificação – cor branca
• criada pelo grupo português que identifica casos
administrativos ou uso para procedimento eletivos ou
não urgentes;
• Auxilia na quantificação dos problemas nos serviços e
planejamento de recursos disponíveis;
• Problemas administrativos:
• Uso do serviços para exames complementares;
• Óbitos que precisam de registro administrativo;
• Terapêutica não programada;
• Paciente readmitido apos 24 h de transferência para outro serviço
para interconsulta;
• Problemas clínicos:
• Paciente referenciados por médicos sem estar em situação de
urgência.
• Paciente referenciado por medico para inclusão em estudo cientifico,
sem estar em situação aguda ou de urgência.
• Pacientes admitidos para reavaliação por terem sido observados
anteriormente no serviço de urgência, mas não estão em situação
aguda.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• A triagem de Manchester não é um processo difícil, pelo contrário,
ela norteia a tomada de decisão para o estabelecimento de uma
prioridade clínica.
• Assim, dentre os requisitos para executá-la adequadamente,
ressaltamos: o critério clínico, a metodologia reproduzível, uma
nomenclatura comum, as definições comuns, um programa
permanente de formação e atualização, auditoria e acompanhamento.
Referência
• 1- FREITAS, P.. Triagem no serviço de urgência/emergência: grupo de triagem de
Manchester. Portugal: Grupo Português de Triagem –BMJ-PublishingGroup, 1997.
154p.
• 2- COFEN. Resolução COFEN Nº 423/2012. Normatiza, no âmbito do sistema
Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, a participação do enfermeiro na
atividade de classificação de riscos.
• 3- GILBOY N, TANABE P, TRAVERS DA, ROSENAU AM, EITEL DR.
Emergency Severity Index, Version 4: Implementation Handbook. Agency for
Healthcare Research and Quality. May 2005.

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