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Técnico em

Enfermagem
Módulo IV
ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA
Estaleca 1
Triagem na emergência
Triagem na Unidade de Primeiro Atendimento (UPA) ou
Hospitais

É comum o profissional encontrar dualidades


para fazer a sua avaliação e tomar a decisão
mais correta ou pertinente.
De forma a amenizar dúvidas e incertezas, o
serviço de triagem dos hospitais desenvolveu
protocolos de atendimento multiprofissional,
que permitem auxiliar o enfermeiro na
tomada de decisão e, assim, aumentar a
precisão da triagem.
A Triagem numa Emergência segue algumas Premissas
Importantes
 É importante observar que, em uma emergência, a
triagem segue algumas premissas importantes, as quais
serão descritas a seguir:
– Identificar os pacientes que necessitam de cuidados imediatos;
– Encaminhar adequadamente os pacientes ao médico, de acordo
com a especialidade, observando-se os protocolos estabelecidos;
– Escolher o local adequado para que o paciente seja acomodado
e avaliado pelo médico, em caso de o atendimento ser
priorizado;
– Fornecer informações e orientações aos pacientes e seus
familiares na tentativa de amenizar ansiedades decorrentes da
procura por unidades de primeiro atendimento, muitas vezes
associadas ao estresse.
Perfil desejado para o enfermeiro
de triagem
 A competência exigida para o profissional que realiza a
triagem pode variar de hospital para hospital. Dentre as
competências exigidas, observam-se (DIAS; PAIVA, 2011):
– Conhecimento técnico-científico;
– Desejável: Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (da sigla em inglês
ACLS), Suporte Avançado em Vida em Pediatria (da sigla em inglês
PALS), Suporte Avançado de Vida em Trauma (da sigla em inglês ATLS);
– Experiência em unidade de emergência;
– Comunicação e relacionamento interpessoal adequados;
– Habilidades no uso do processo de enfermagem;
– Flexibilidade/adaptabilidade;
– Tomada de decisão/segurança;
– Raciocínio clínico.
Estrutura Disponível
O local da triagem de pacientes que dão
entrada em UPAs e Hospitais de emergência
está localizado na entrada principal do
Hospital, espaço no qual o paciente recebe
uma senha de atendimento fornecida por um
assistente administrativo que orienta quanto
aos procedimentos de atendimento.
Estrutura Disponível
Há três tipos de senhas de atendimento:
–Atendimento normal:
•É observado o atendimento normal para aqueles pacientes
que chegam caminhando com dificuldade ou em cadeira de
rodas, recebem a senha para atendimento normal e são
posteriormente chamados pelo enfermeiro. O tempo médio
de uma triagem é de 2 a 3 minutos para um adulto e 3 a 5
minutos para crianças e idosos.
Estrutura Disponível
Há três tipos de senhas de atendimento:
–Senha preferencial:
•São as senhas entregues pelo assistente administrativo aos
pacientes idosos, gestantes, deficientes físicos e mães com
crianças de colo, de acordo com a Lei n. 10.048/2.000.
•Caso o paciente chegue à recepção com sinais de gravidade,
ferimentos expostos ou ansiedade exacerbada, o assistente
administrativo é orientado a fornecer uma senha preferencial e
avisar ao enfermeiro.
•Neste caso, o enfermeiro, ao realizar a triagem, avalia se
realmente é necessário priorizar o caso para ser atendido pelo
médico ou se é possível acalmar o paciente e encaminhá-lo ao
cadastro.
Estrutura Disponível
Há três tipos de senhas de atendimento:
–Cadastro:
•Este tipo de senha é entregue ao paciente em situações de
retorno ortopédico (até 15 dias da consulta);
procedimentos com a equipe de enfermagem, tais como
curativos e troca de sondas; ou medicações com receita
médica anexada.
•Em casos assim, os pacientes não passam pelo processo de
triagem.
Instalações e Estrutura Física
 A Triagem na UPA é realizada em duas salas separadas,
permanecendo um enfermeiro 24 horas em cada uma delas.
 A chamada da senha é feita dentro de sala de triagem e o
paciente se dirige ao enfermeiro, que se apresenta e inicia o
processo de entrevista.
 A sala de triagem é composta por um balcão com impressos
e material de apoio, duas cadeiras, uma balança, 1 aparelho
depressão manual (esfignomanômetro e estetoscópio), 1
aparelho de glicemia capilar, 1 aparelho multifunção
automático com PA não invasiva e oxímetro (mensuração de
saturação de O² e FC), 1 termômetro individual do
profissional, além de gases, luvas, máscaras e um telefone
para solicitar a vaga do paciente ao local de destino.
Instalações e Estrutura Física
A triagem, também chamada de “avaliação inicial”, é
registrada em impresso próprio, servindo como guia para
as perguntas que devem ser feitas e, assim, adquirir
informações para o enfermeiro tomar as suas decisões e
classificar o nível de atendimentos e especialidades mais
adequados. O impresso consta de vinte questões iniciais.
As principais, para se chegar a uma decisão,
compreendem:
– Queixa principal e duração;
– Sinais vitais;
– Antecedentes pessoais e familiares (quando pertinente);
– Medicações de uso habitual e atual;
– Cirurgias prévias e alegrias.
Instalações e Estrutura Física
 Baseado nas questões do impresso, na inspeção e
observação e num rápido exame físico, além do suporte dos
protocolos, o enfermeiro é capaz de tomar a decisão e
classificar o paciente de acordo com a gravidade e
especialidade que deverá avaliá-lo. O processo para a
tomada de decisão do enfermeiro deve seguir alguns
critérios, conforme descrito a seguir:
– Durante a descrição da queixa do paciente, o enfermeiro deve utilizar
o raciocínio clínico para registrar e tomar a decisão com segurança.
Caso o paciente seja um mau informante, o enfermeiro deve tentar
aprofundar a sua entrevista, em busca de uma história mais
detalhada, considerando os dados subjetivos, a localização do
problema, irradiação, intensidade, história pregressa dos sintomas e,
também, dados objetivos, ou seja, observação da aparência física
(coloração da pele, como cianose ou palidez, sudorese, etc.);
Instalações e Estrutura Física
Baseado nas questões do impresso, na inspeção e
observação e num rápido exame físico, além do suporte
dos protocolos, o enfermeiro é capaz de tomar a decisão
e classificar o paciente de acordo com a gravidade e
especialidade que deverá avaliá-lo. O processo para a
tomada de decisão do enfermeiro deve seguir alguns
critérios, conforme descrito a seguir:
– Avaliação de sinais vitais e conhecimento de suas alterações
relacionadas com a queixa do paciente.
– Avaliação e associação com outros aspectos, como: uso de
medicamentos, problemas de saúde pregressos, antecedentes
cirúrgicos (destacando os mais recentes), alegrias, vacinação
(destacando o tétano para adultos com ferimento e vacinas da
infância para todas as crianças).
Instalações e Estrutura Física
Desta forma, a triagem da UPA-Hospitais é realizada com
o principal objetivo de classificar o paciente quanto à
urgência, à especialidade médica que irá atendê-lo e ao
local apropriado para este atendimento.
A maioria dos serviços utiliza três categorias de tomada
de decisão nas triagens:
– Emergência (vermelha), urgência (amarela e não urgência
(verde), mais alguns serviços utilizam um sistema de classificação
de cinco níveis, também empregado na Austrália, Canadá e Reino
Unido, que permite uma avaliação mais confiável e uma
classificação mais detalhada das diversas complexidades.
Instalações e Estrutura Física
Classificação de risco de Manchester
Fluxograma
Instalações e Estrutura Física
A UPA-Hospital utiliza o sistema de três
categorias de classificação de tomada de
decisão, identificadas pelas cores vermelho,
amarelo e verde, correspondentes aos níveis 1,
2 e 3, respectivamente.
Em relação às especialidades médicas
disponíveis na UPA-Hospital, o paciente poderá
ser encaminhado para um clínico, cirurgião,
pediatra, ortopedista, neurologista,
cardiologista ou ginecologista.
Instalações e Estrutura Física
A classificação de urgência estabelecida pelo enfermeiro,
assim como a especialidade médica indicada são
determinadas de acordo com protocolos de atendimento
multiprofissionais, médico e equipe de enfermagem,
instituídos na UPA a partir de 2004.
Estes protocolos auxiliam o enfermeiro na tomada de
decisão, pois se apresentam em forma de fluxograma,
divididos por queixas mais comuns (sinais e sintomas),
destino do paciente (sala de emergência, consultório ou
observação), especialidade médica indicada e intervenções
de enfermagem imediata (eletrocardiograma, monitorização
do paciente, oxigenoterapia, glicemia capilar).
Estaleca 2
Montar um floxograma com paciente grave e
não grave divididos por queixas mais comuns
(sinais e sintomas), destino do paciente (sala
de emergência, consultório ou observação),
especialidade médica indicada e intervenções
de enfermagem imediata (eletrocardiograma,
monitorização do paciente, oxigenoterapia,
glicemia capilar).
Instalações e Estrutura Física
Além das especialidades
médicas de plantão na UPA-
Hospital, o enfermeiro também
pode triar o paciente para
otorrinolaringologista e
oftalmologista, que ficam à
distância (retaguarda) da
Unidade de Primeiro
Atendimento, seguindo um
protocolo de tomada de decisão
aprovado pelos representantes
da equipe multiprofissional e
coordenação da UPA-Hospital.
Sala de atendimento de emergência
 O serviço de emergência devido sua diversidade de situações
exige alguns recursos materiais dispostos de forma ordenada e
de fácil acesso. A estrutura da unidade de emergência deve
ocupar o andar térreo.
 O planejamento físico da unidade tem alguns propósitos básicos
que são: a criação de espaços para abrigar equipamentos e
permitir livre circulação da equipe de trabalho; a eficácia nos
atendimentos, através de recursos; a redução de ações
improvisadas; a assistência será mais completa se aliada a
recursos materiais e ambiente físico adequados; atendimento
com segurança, eficácia no uso do pessoal e equipamento, que a
unidade pode desenvolver. Todos os equipamentos devem estar
em boas condições de uso e devem ser testados regularmente.
Sala de atendimento de emergência
Materiais necessários:
–Fontes de oxigênio e de ar comprimido;
–Fontes de vácuo para aspiração;
–Foco auxiliar;
–Drenos torácicos (diversos tamanhos);
–Prancha rígida longa;
–Colar cervical (diversos tamanhos);
–Materiais esterilizados para procedimentos
cirúrgicos de urgência (luvas, campos e aventais);
–Esfignomanômetro e estetoscópio;
Sala de atendimento de emergência
Materiais necessários:
–Carro de emergência com monitor cardíaco, oxímetro de
pulso, desfibrilador (cardiovesor), sondas de aspiração,
sondas vesicais e gástricas de diversos tamanhos, jelcos e
escalpes de diversos calibres, lâminas de bisturi e fios de
sutura. Além de gavetas para medicações específicas de
emergência;
–Cânula de Guedel e pinça de Magill;
–Reanimador (Ambul), lâminas curvas e retas de diversos
tamanhos e laringoscópio para intubação traqueal;
–Materiais para proteção individual, como luvas gorros e
máscaras descartáveis.
Considerações Finais
O enfermeiro que realiza triagem deve conhecer as
técnicas para entrevistar o paciente, ter conhecimento
técnico-cientifico para fazer uma boa avaliação e,
sobretudo, deve entender o seu papel profissional
capacitado para exercer esta função.

Embora as avaliações e tomada de decisão sejam


guiadas por protocolos institucionais, o enfermeiro
também deve levar em consideração sua
instituição/experiência e não se limitar a processos
que mecanizem o seu saber.
Considerações Finais
Atualmente, a UPA-Hospital utiliza a triagem de
pacientes de três níveis (vermelho, amarelo e
verde). Entretanto, a equipe de enfermeiros,
em parceria com a equipe médica, prevê a
implantação de triagem de quatro ou cinco
níveis, necessidade sentida em função do
aumento da demanda de pacientes, sobretudo
daqueles com queixas menos urgentes e que
aguardam o mesmo tempo de atendimento
daqueles com queixas mais agudas.
Considerações Finais
Outra perspectiva deste serviço é a criação de um
indicador de qualidade da triagem, que possibilite
avaliar qualitativamente a conduta tomada pelo
enfermeiro e, assim, propor melhorias e
treinamentos específicos para esta prática.

É importante destacar que a UPA-Hospital pretende


informatizar seus registros e, desta forma,
transformar seu sistema de triagem convencional
em um sistema eletrônico e de fácil acesso ao
enfermeiro.
Apresentação sobre Enfermagem
 A enfermagem possui um papel primordial em situações de
emergência, porém, para que o profissional exerça a sua função,
é necessário conhecimentos técnico e prático, associados ao
embasamento teórico, além de equilíbrio emocional para lidar
com as diversas situações que lhe são propostas.

 A tomada de decisão de forma eficaz, implica na redução de


riscos para o nosso cliente. Em emergência, muitas vidas são
alvas com medidas práticas, rápidas e relativamente fáceis, se
executadas de forma ordenada. O trabalho em equipe deve ser
feito de uma forma sistemática, na qual cada membro conhece
exatamente a sua função e interage com os outros em busca de
um objetivo comum: salvar vidas.
Apresentação sobre Enfermagem
Enfermagem em Emergência
–Há algum tempo, os profissionais que trabalhavam em
emergências ou em intervenções pré-hospitalares na
recebiam quase nenhum treinamento, ou seja, não
possuíam especialização suficiente para lidar com
determinadas situações.
–Somente com o passar dos anos, na década de 1980,
essa realidade foi se modificando e se observou que era
cada vez mais necessário que houvesse profissionais
capacitados para atuar nesses serviços, com o objetivo
de melhoria na qualidade do atendimento ao paciente.
Apresentação sobre Enfermagem
Conceitos básicos em enfermagem em
emergência:
–Emergência:
•Uma situação de emergência é aquela caracterizada como:
de gravidade excepcional, que obriga a tomar providências;
acontecimento inesperado; incidente; ato de emergir;
aparecimento; nascimento; surgimento; ocorrência
perigosa; situação crítica ou necessidade imediata.
Apresentação sobre Enfermagem
Conceitos básicos em enfermagem em
emergência:
–Atendimento de emergência:
•Denomina-se atendimento de emergência o conjunto de
ações empregadas para a recuperação de pacientes, cujos
agravos à saúde necessitam de assistência imediata, por
apresentarem risco de vida, uma vez que põem em risco
determinadas funções vitais que, com o passar do tempo,
diminuem sua chance de eventual recuperação.
Apresentação sobre Enfermagem
Conceitos básicos em enfermagem em
emergência:
–Urgência:
•A urgência se caracteriza enquanto pressa, rapidez,
brevidade ou necessidade imediata. O atendimento de
urgência são ações destinadas à recuperação dos pacientes
em condições agudas, mas não há perigo iminente de
falência de quaisquer de suas funções vitais. As condições
urgentes são graves, mas geralmente não perigosas, se o
suporte médico e o tratamento tiverem uma pequena
demora. O tratamento deve ter início num período entre 20
minutos e 2 horas.
Apresentação sobre Enfermagem
Conceitos básicos em enfermagem em emergência:
– Pronto atendimento:
•São os estabelecimentos de saúde que prestam assistência a doentes,
com ou sem risco de vida, cujos agravos à saúde necessitam de
atendimento imediato, mas que funciona durante 24h e dispõe de
leitos de observação. Todos os pacientes que procuram atenção
médica devem ser atendidos. No entanto, a função de pronto-socorro
é priorizar o atendimento de urgência e emergência.
•A organização dos serviços de emergência é complexa e está ligada ao
fato de que a assistência ao paciente deve ocorrer no menor tempo
possível, ser organizada, que possa garantir a prestação de cuidados
contínuos e coerentes com as suas necessidades. A recusa na
prestação de socorro é crime e o profissional pode sofrer as sanções
previstas em lei.
Apresentação sobre Enfermagem
Conceitos básicos em enfermagem em
emergência:
–Abandono:
•O artigo 133 do código Penal Brasileiro diz que:
»Abandonar a pessoa que está sob o seu cuidado, guarda, vigilância
ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos
riscos resultantes do abandono. Pena: Detenção, de seis meses a
três anos.
»§ 1º. Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Reclusão, se um a cinco anos.
»§2º. Resulta-se morte: Reclusão, de quatro a doze anos.
Bases Legais para o Exercício da Enfermagem

O profissional técnico de enfermagem desenvolve suas


atividades com competência, responsabilidade e
qualidade, garantindo uma assistência livre de danos
causados por imperícia, imprudência e negligência
(RESOLUÇÃO 311/07, ART.12).
Deverá prestar assistência a pacientes graves, porém,
sempre com a supervisão do enfermeiro, o qual deverá
garantir uma prática segura, aliada ao conhecimento
científico do qual é portador. Com o crescimento do polo
hospitalar em nosso país, é perceptível a formação de
profissionais cada vez mais habilitado para exercer a sua
função de forma compatível com a demanda hospitalar.
Bases Legais para o Exercício da Enfermagem

Legislação para urgência e emergência:


Portaria Assunto
Cria o Programa de Apoio à Implantação dos Sistemas
GM/MS 2923 Estaduais de Referência Hospitalar para atendimento de
urgência e emergência.
Estabelece os critérios para o credenciamento dos
GM/MS 479
hospitais em urgência e emergência nos níveis I, II e III.
Estabelece a criacao da Comissão Intra-hospitalar de
GM/MS 905
Transplante.
Aprova o regulamento técnico dos sistemas estaduais de
GM/MS 2048
urgência e emergência.
Exclui o recebimento do Índice de Valorização Hospitalar
GM/MS 1839 de Emergência IVH-E para os hospitais que não
cumprirem os critérios.
O Atendimento Pré-hospitalar
Portaria no 2.048 de 2002 prevê a
estruturação dos Sistemas Estaduais de
Urgências e Emergências envolvendo toda a
rede assistencial de forma regionalizada e
hierarquizada, desde a rede pré-hospitalar
fixa (unidades da atenção primária da saúde e
unidades não hospitalares de atendimento às
urgências e emergências), Serviço de
Atendimento Pré-hospitalar (SvAPH) móvel,
até a rede hospitalar de alta complexidade,
mediados pelo mecanismo de Regulação
Médica.
O Atendimento Pré-hospitalar
O Sistema de Atenção Integral às Urgências
compreende:
– 1) Pré-hospitalar Fixo: Unidades Básicas de Saúde,
Unidades de Saúde da Família e Agentes Comunitários,
Ambulatórios Especializados Serviço de Diagnóstico e
Terapia, Serviços de Atendimento às Urgências não
hospitalares (PS, Pronto Atendimento).
– 2) Pré-hospitalar Móvel, Sistema de Atenção Integral às
Urgências.
– 3) Hospitalar: Prontos Socorros das unidades hospitalares,
Leitos de internação: gerais terapia intensiva
especializados longa permanência.
– 4) Pós-hospitalar: Atenção domiciliar (assistência e
internação domiciliar) Reabilitação.
O Atendimento Pré-hospitalar
Atendimento pré-hospitalar (APH) é o atendimento
emergencial em ambiente extra-hospitalar (fora do
hospital). É um dos elos da cadeia de atendimento a
vítimas. Caracteriza-se por ser realizado fora do
ambiente tradicional da atenção à saúde.
No Brasil, o Atendimento Pré-hospitalar tem suas
diretrizes fixadas pela Portaria ministerial 814/GM
de 1° de junho de 2001, que, entre outras coisas,
Normatiza os Serviços de Atendimento Pré-
hospitalar Móvel de Urgências. Nesta portaria
também estão contidos todos os equipamento e
profissionais necessários para o bom funcionamento
do serviço de atendimento pré-hospitalar.
O Atendimento Pré-hospitalar
Ainda de acordo com essa portaria, o Ministério da
Saúde considera como nível pré-hospitalar móvel na
área de urgência o atendimento que procura chegar
precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à
sua saúde (de natureza traumática ou não, ou, ainda,
psiquiátrica), que possa levar ao sofrimento, sequelas
ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-
lhe atendimento e/ou transporte adequado a um
serviço de saúde devidamente hierarquizado e
integrado ao Sistema Único de Saúde.
Os profissionais necessários são: médico, enfermeiros,
técnicos de enfermagem, telefonistas, condutores,
radio-operador, bombeiros militares e profissionais
responsáveis pela segurança.
Técnico em enfermagem em
emergência médica
Profissional titular do certificado ou diploma de
Técnico de Enfermagem, devidamente registrado
no Conselho Regional de Enfermagem de sua
jurisdição. Exerce atividades auxiliares, de nível
técnico, sendo habilitado para o Atendimento Pré-
hospitalar Móvel, integrando sua equipe,
conforme os termos desta Portaria.
Além da intervenção conservadora no
atendimento do paciente, é habilitado a realizar
procedimentos a ele delegados, sob supervisão do
profissional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua
qualificação profissional (PORTARIA GM 814/01).
Técnico em enfermagem em
emergência médica
O perfil desejado para este profissional é
observado a seguir.
– Maior de dezoito anos;
– Disposição pessoal para a atividade;
– Capacidade física e mental para a atividade;
– Equilíbrio emocional e autocontrole;
– Disposição para cumprir ações orientadas;
– Disponibilidade para (re)certificação periódica;
– Experiência profissional prévia em serviço de saúde
voltado ao atendimento de urgências e emergências;
– Capacidade de trabalhar em equipe; e,
– Escolaridade: Ensino Médio Completo e curso regular de
técnico de enfermagem.
Os tipos veículos
As ambulâncias são classificadas por tipo:
–Tipo A: ambulância de transporte: veículo destinado ao
transporte em decúbito horizontal de pacientes que não
apresentam risco de vida, para remoções simples, de
caráter eletivo.
–Tipo B – ambulância de suporte básico: veículo
destinado ao transporte inter-hospitalar de pacientes
com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-
hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido,
não classificado com potencial de necessitar de
intervenção médica no local e/ou durante transporte até
o serviço se destino. Quando utilizado no atendimento
pré-hospitalar de vítimas e acidentes, deverá conter
todos os materiais e equipamentos necessários à
imobilização de pacientes.
Os tipos veículos
As ambulâncias são classificadas por tipo:
– Tipo C – Ambulância de resgate: veículo de atendimento de
emergências pré-hospitalares de pacientes vítimas de
acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com
equipamentos específicos de imobilização e suporte básico,
além de equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e
em alturas). Essas ambulâncias mistas deverão ter uma
configuração que garanta um salão de atendimento às
vítimas de, no mínimo, 8m, além do compartimento isolado
para a guarda de equipamentos de salvamento.
– Tipo D – Ambulância de suporte avançado: veículo
destinado ao atendimento e transporte de pacientes de
alto risco em emergência pré-hospitalares e/ou de
transporte inter-hospitalar, que necessitam de cuidados
médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos
médicos necessários para esta função.
Os tipos veículos
As ambulâncias são classificadas por tipo:
– Tipo E – Aeronave de transporte médico: aeronave de asa
fixa ou rotativa, utilizada para transporte inter-hospitalar
de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de
resgate, dotada de equipamentos médicos homologados
pelo Departamento de Aviação Civil (DAC).
– Tipo F – Nave de transporte médico: veículo motorizado
hidroviário, destinado ao transporte por via marítima ou
fluvial. Deve possuir os equipamentos médicos necessários
ao atendimento de pacientes, conforme a sua gravidade.
– Veículos de intervenção rápida: apoio rápido. Também
chamados de veículos leves, veículos rápidos ou veículos
de ligação médica. São indicados para transporte de
médicos com equipamentos que possibilitam oferecer
suporte avançado de vida nas ambulâncias do Tipo A, B, C.
Os tipos veículos

Ambulância Motolância

Ambulancha Aeronave de transporte médico


Sistema de Atenção Integral
às Urgências
O Sistema de Atenção Integral às Urgências compreende o
pré-hospitalar fixo e o pré-hospitalar móvel. O primeiro diz
respeito às Unidades Básicas de Saúde, Unidade da Família
e Agentes Comunitários, ambulatórios especializados,
serviços de diagnóstico e terapia, serviços de atendimento
às urgências não hospitalares (OS, Pronto Atendimento),
enquanto que o segundo se refere aos prontos socorros
das unidades hospitalares, leitos de internação: terapia
intensiva especializada de longa permanência, no que diz
respeito ao atendimento hospitalar, e atenção domiciliar
(assistência e internação domiciliar) e reabilitação, no que
diz respeito ao atendimento pré-hospitalar.
Os Principais Casos de Atendimento em Enfermagem em
Emergência

Serão observados a seguir os principais casos


de entrada de pacientes em unidades de
atendimento de emergência. Em primeiro
lugar, é importante que o profissional de
enfermagem conheça a anatomia do corpo
humano.
Breve revisão anatômica
A enfermagem deve conhecer minuciosamente a
anatomia do corpo humano, bem como as alterações
funcionais que este pode apresentar, para que se
possa descrever, ou seja, registrar, de forma clara e
precisa, qualquer tipo de anormalidade envolvendo o
corpo.

Sem um bom domínio da estrutura dos ossos e dos


músculos, por exemplo, não será possível relacionar o
mecanismo do trauma com as lesões que o paciente
poderá apresentar, sejam elas aparentes ou internas.
Breve revisão anatômica

Esquema esquelético
Breve revisão anatômica

Sistema muscular
Breve revisão anatômica
Quadrante abdominal:
–Os músculos, além de contribuírem para a forma externa,
representam a parte ativa do aparelho locomotor, fazendo a
ligação do sistema nervoso com os ossos.
Breve revisão anatômica
A pele é o maior órgão do corpo.
É formada por três camadas: epiderme, derme e
hipoderme, da mais externa para a mais profunda,
respectivamente.
Febre
 A febre é definida pela elevação da temperatura corporal
acima da variação fisiológica circadiana. A temperatura oral
varia de 37,2 oC (±0,4 oC) pela manhã a 37,7 oC (±0,4 oC) à tarde.
 A temperatura axilar, em geral, é 0,5 oC inferior aos valores
acima. Portanto, uma elevação da temperatura axilar acima de
37,7 oC pode ser considerada patológica.
 Febre é um sintoma muito comum na unidade de primeiro
atendimento, que deve ser avaliado dentro de um leque de
diagnósticos diferenciais.
 A doença decorrente de febre pode ser autolimitada ou incutir
risco à vida ou morbidade incluindo a internação em unidade
de terapia intensiva ou internação prolongada.
Febre
 Conforme López e Laurentys (2004) a maioria dos episódios de febre
está relacionado às infecções e destas, a maior parte é representada
pelas infecções virais. Os fatores de risco na investigação da febre
são:
– Retorno de viagem para zona endêmica de malária ou de doenças infecciosas;
– Infecção prévia pelo vírus HIV;
– Transplante de órgão;
– Quimioterapia ou radioterapia prévia nas últimas seis semanas;
– Esplenectomia;
– Uso de corticosteroides, drogas imunossupressoras, alcoolismo ou uso de
drogas ilícitas intravenosas;
– Neoplasia, cardiopatia ou pneumopatia com comprometimento funcional,
insuficiência renal e diabetes mellitus;
– Uso recente de antibióticos;
– Tremores, icterícia, vômitos, rash cutâneo, alteração do estado mental e sinais
neurológicos focais novos.
Febre
O controle de temperatura é regulado pelo
hipotálamo, a vasoconstrição produz sensação
de frio nas mãos e nos pés, há desvio do fluxo
sanguíneo para os órgãos internos que elevam
a temperatura em 1 a 2 graus.
Uma vez que a temperatura alvo é atingida, o
hipotálamo a mantém no estado febril, e
quando o limiar térmico volta ao normal, há
perda de calor por vasodilatação, sudorese e
transpiração
Febre
Do ponto de vista bioquímico, a febre é resultado
da secreção de citocinas pirogênicas (TNF-alfa,
Interleucinas -1 e -6).
Outras condições em que há ativação da resposta
inflamatória, como trauma e doenças inflamatórias,
também induzem a secreção de citocinas, que
induzem o hipotálamo a elevar o “set point” da
temperatura.
As citocinas estimulam e síntese de prostaglandina
E2 (PGE2) pelas células endoteliais, macrófagos e
nos neurônios.
Hematúria
Hematúria é a eliminação de hemácias na
urina.
Pode ser macroscópica quando vista a olho
nu ou microscópica quando só é percebida ao
exame microscópico do sedimento urinário
(urina tipo I).
Nas diferentes faixas etárias, as etiologias de
hematúria variam em natureza e prevalência.
Hematúria
Hematúria alta ou glomerular:
–É lesão da arquitetura dos capilares glomerulares, que
leva à hiperfiltração de hemácias que se deformam ao
passar pela parede dos vasos, dando origem a um
sedimento urinário com dimorfismo eritrocitário e
cilindros hemáticos.
Hematúria baixa ou não glomerular:
–É observada quando as hemácias do sedimento
urinário provêm de via urinária, não havendo
distorção da sua forma. Não há dimorfismo nem
cilindros hemáticos.
Dor Lombar
A dor lombar promove morbidade e
incapacidade, estando entre os distúrbios
dolorosos que acometem o homem, com
incidência apenas menor que a cefaleia. Para
o diagnóstico da dor lombar, a história tem
um caráter fundamental.
Dor Lombar
Os seguintes itens da anamnese devem ser
questionados:
–Na hérnia discal e nas lombalgias inflamatórias: a dor pode
ocorrer pela manhã;
–Na estenose degenerativa do canal vertebral: a dor piora no
decorrer do dia;
–No osteoma osteoide: a dor piora no final da tarde, após a
jornada de trabalho;
–Na lombalgia mecânico-degenerativa: a dor piora no final da
tarde, após a jornada de trabalho;
–Nas espondiloartropatias: a dor é material, melhorando ao
longo do dia.
Dor Lombar
Exame físico:
–Durante o exame físico, são observados:
–Flexão e extensão da coluna lombar;
–Manobra de Valsava;
–Manobra de Lasègue;
–Manobra de Romberg;
–Sinal das Pontas;
–Pesquisa de Reflexos;
–Pesquisa de força muscular nos membros inferiores;
–Sinais relacionados à dor lombar de causa psicossomática.
Dor Lombar
O diagnóstico diferenciado, observando-se os
sinais de alerta de afecções graves, ocorre diante
dos seguintes casos:
–Tumor maligno ou infecção;
–Fratura;
–Síndrome da cauda equina;
–Úlcera péptica perfurada;
–Pancreatite;
–Colite e Proctite;
–Distúrbio Gênito-urinário;
–Problemas na aorta.
Dor Lombar
Devem ser observados os seguintes exames
complementares:
–Radiologia simples;
–Tomografia computadorizada;
–Ressonância magnética;
–Mielografia dinâmica;
–Mielotomografia computadorizada;
–Discografia;
–Cintilografia óssea;
–Eletroneuromiografia.
Tratamento da dor lombar e
mecanismo postural

No tratamento da dor lombar, é contraindicado,


porém, o repouso relativo de 2 a 4 dias, com
orientação postural, melhora o conforto do paciente.
O mesmo deve ser posicionado em decúbito dorsal,
com os joelhos fletidos em 90 graus, bem como os
quadris.
Alguns pacientes preferem o decúbito lateral, com
um travesseiro entre as coxas. A extensão dos
quadris e das pernas (reproduzindo a manobra de
Lasègue) agrava os sintomas, principalmente nas
lombociatalgias.
Tratamento da dor lombar e
mecanismo postural

Alguns medicamentos podem ser úteis para o


tratamento da lombalgia e lombociatalgia,
podendo ser ministrados analgésicos comuns,
anti-inflamatórios não hormonais, relaxantes
musculares e antidepressivos tricíclicos.
As drogas devem ser prescritas por médico e
utilizadas por curto período de tempo, com
monitoração dos efeitos colaterais.
Tratamento da dor lombar e
mecanismo postural

Recomendam-se:
–Analgésicos comuns (não narcóticos);
–Anti-inflamatórios não hormonais (AINH);
–Relaxantes musculares;
–Analgésicos narcóticos;
–Corticosteroides;
–Infiltração de corticosteroide no espaço peridural;
–Infiltração de corticosteroide perirradicular
(foraminal).
Tratamento da dor lombar e
mecanismo postural

Cirurgia:
–O tratamento cirúrgico é realizado com base no
diagnóstico clínico e nos exames por imagens. Cada
vez mais, tal procedimento é indicado com menor
frequência, e a única indicação emergencial
corresponde à Síndrome da Compressão da cauda
equina.
Dor Abdominal
A dor abdominal aguda é comumente
definida como dor com menos de uma
semana de duração. Já o termo “abdome
agudo” se refere a um distúrbio agudo,
súbito, espontâneo, cuja principal
manifestação é a dor abdominal e que
frequentemente necessita de uma cirurgia de
urgência.
Dor Abdominal
Devemos ter em mente que, nesses casos, mais
importante que um diagnóstico apurado é a
conduta correta, que deve ser rapidamente
estabelecida com o tratamento dos desequilíbrios
hemodinâmicos e hidroeletrolíticos e a cirurgia
imediata.

Na maioria das vezes, existe tempo para se


estabelecer uma história, um exame físico e
organizar as investigações que irão ajudar no
diagnóstico e planejamento terapêutico.
Dor Abdominal
Epidemiologia:
– A dor abdominal é uma das principais causas de admissões nos
Departamentos de Emergências. A taxa de admissão por dor
abdominal varia de 18 a 42%, sendo de até 63% e pacientes com
mais de 65 anos. Em até 40% dos casos, não se consegue chegar
ao diagnóstico etiológico.
Fisiopatologia:
– A dor abdominal é classicamente dividida em três categorias:
visceral, parietal é referida. Em geral, a dor visceral
(autonômica) e parietal (somática) são consideradas as duas
causas básicas de dor abdominal. A dor referida pode ser
considerada separadamente como má interpretação cortical de
um estímulo aferente visceral ou parietal.
Dor Abdominal
Dor visceral:
–É geralmente causada por estiramento de fibras aferentes
C, que inervam a parede das vísceras e as cápsulas que
envolvem os órgãos parenquimatosos. Ocorre por
distensão, inflamação ou isquemia, que estimula os
neurônios receptores, ou por envolvimento direto da
inervação sensorial.
–Por exemplo: o estímulo das fibras viscerais na parede do
apêndice entra na medula ao nível de T10. Quando
ocorre a distensão do apêndice, na fase inicial, a dor é
percebida na cicatriz umbilical, que corresponde ao
dermátomo cutâneo de T10.
Dor Abdominal
Dor parietal:
–É medida pelas fibras nervosas Delta C e A, senso esta
última a responsável pela transmissão da dor mais aguda,
intensa e localizada. A dor é causada por irritação (pus,
bile, urina e outras secreções) das fibras que inervam o
peritônio parietal, que cobre a porção anterior da parede
abdominal.
–Sua distribuição cutânea corresponde às fibras de T6 -L1.
A dor parietal é localizada porque as fibras aferentes
somáticas são dirigidas a apenas um dos sistema nervoso.
A dor abdominal parietal costuma ser descrita em um dos
quadrantes ou na região epigástrica ou central.
Dor Abdominal
 Dor referida:
– A dor referida é aquela sentida num local distante do órgãos
primariamente acometidos. Caracterizada por produzir sintomas, e
não sinais, a dor referida costuma ser ipsilateral ao órgão envolvido.
Assim como na dor visceral, o padrão de dor referida também se
baseia no desenvolvimento embriológico.
– O ureter e os testículos, por exemplo, são anatomicamente contíguos
e, desta maneira, dividem a mesma inervação segmentar. Assim, a
obstrução uretral aguda é frequentemente associada com a dor
testicular.
 Observação:
– A localização da dor serve como guia ao diagnóstico, porém devemos
lembrar que o quadro clássico ocorre com apenas 2/2 dos casos. A
grande variabilidade é dada pelos padrões de dor atípica, evolução da
patologia e o estado imunológico do paciente.
Traumas
No que diz respeito à avaliação e ao atendimento inicial
ao politraumatizado, o grande objetivo em emergência é
identificar aquelas situações que representam risco
imediato à vida. O atendimento é multidisciplinar,
visando salvar vidas, não agravar lesões e do
restabelecimento das funções comprometidas.

O protocolo de atendimento a vítimas neste caso foi


estabelecido pelo Colégio Americano de Cirurgiões, e tem
como objetivo atender de forma sistemática e com
identificação e acesso rápido as lesões e tratamento
adequado ao paciente politraumatizado.
Traumas
O politraumatismo é um termo utilizado quando há
mais de uma lesão no corpo. É o resultado de grandes
acidentes, casos nos quais a vítima poderá apresentar
lesões de diversos tipos, como: óssea, musculares
dérmica, viscerais, vasculares e lesões em órgãos
internos.
A avaliação inicial compreende:
–a) avaliação das vias aéreas + imobilização da região cervical;
–b) avaliação respiratória;
–c) avaliação circulatória;
–d) avaliação neurológica (AVDI); e
–e) exposição.
Avaliação de hemorragia e sangramento
O tratamento inicial do choque hemorrágico é
direcionado no sentido de restabelecer a
perfusão celular e orgânica com sangue
adequadamente oxigenado.
Os objetivos do tratamento são o controle da
hemorragia e o restabelecimento do volume
circulante adequado. No tratamento do
choque hemorrágico, os vasopressores são
contraindicados porque eles pioram a perfusão
tecidual.
Avaliação de hemorragia e sangramento
Para avaliar a resposta ao tratamento e
reconhecer, tão logo quanto possível, o
agravamento no estado hemodinâmico do
doente, é necessário monitorar com frequência
os índices de perfusão.
A reavaliação ajudará a identificar os doentes
em choque compensado ou aqueles que são
incapazes de montar uma resposta
compensatória antes do colapso
cardiovascular.
Avaliação de hemorragia e sangramento
Tipos de hemorragia
Avaliação das vias aéreas com
controle da região cervical

A avaliação deve proceder, em primeiro lugar,


com a permeabilidade de vias aéreas, seus
sinais de obstrução por corpos estranhos,
sangue, secreções, dentes, próteses, ossos,
etc., fraturas faciais e fraturas mandibulares.
Realizam-se manobras para estabelecer a
permeabilidade das vias aéreas, tais como
proteção da coluna cervical.
Avaliação das vias aéreas com
controle da região cervical
 Manobra de Thrust:
– Nesta manobra, é importante procurar não hiperestender, hiperfletir ou
rodar a cabeça. Deve-se suspeitar de trauma cervical em todos os
pacientes que demonstrem rebaixamento do nível de consciência e
traumas acima da clavícula. Utiliza-se a manobra de deslocamento
anterior da mandíbula (Jaw Thrust), apoiando-se a mandíbula de cada
lado no ângulo. A mesma é deslocada para a frente, desobstruindo a
hipofaringe.
Avaliação respiratória
Assim como em qualquer atendimento de
emergência, a prioridade é garantir
oxigenação para os tecidos do corpo e,
principalmente, para o cérebro. É muito
importante avaliar o quadro respiratório do
paciente, pois as vias aéreas pérvias somente
não garantem ventilação adequada.
Avaliação respiratória
Utiliza-se a sigla VOS:
–Ver:
•Agitação, torpor;
•Cianose, tiragem intercostal;
•Uso da musculatura acessória.
–Ouvir:
•Ruídos aéreos anormais;
•Respiração ruidosa (significa obstrução).
–Sentir:
•Movimento do ar durante o esforço respiratório.
Avaliação circulatória –
sangramento e perfusão
As grandes perdas sanguíneos são umas das causas mais
frequentes de morte em pacientes politraumatizados,
pois evoluem com choque hipovolêmico. As hemorragias
externas devem ser tratadas com curativos compressivos,
cujo controle deve ser realizado nesta etapa, porque se o
sangramento não for controlado, o potencial de morte
aumenta muito.
A reposição volêmica deve ser realizada com acesso
venoso de grosso calibre e soluções de cristaloides de
1500 – 2000 ml. Os pacientes com hipovolemia podem
apresentar alterações de nível de consciência e alterações
de pulso.
Avaliação neurológica (AVDI)
Corrigindo-se todos os problemas elencados nos tópicos
anteriores, segue-se para a avaliação neurológica, no
qual se avalia o nível de consciência.
A avaliação rápida neurológica compreende a sigla AVDI:
– A – alerta.
– V – resposta ao estímulo verbal.
– D – só responde à dor.
– I – inconsciente.
É importante que seja utilizada a escala de coma de
Glasgow quando há rebaixamento de nível de
consciência e se o paciente apresentar TCE.
Avaliação neurológica (AVDI)
Exposição:
–Neste item, se observam a exposição e avaliação
cefalocaudal da vítima. A roupa da vítima deve ser
removida à procura de lesões. Não se deve se
esquecer do dorso, tomando cuidado com a coluna
cervical. A vítima deve ser protegida com cobertores
para o controle de hipotermia. A regra geral é
remover o tanto de roupa necessária para
determinar a ausência ou presença de lesões.
Traumatismo Crânio-encefálico (TCE)
Trata-se de uma ferida ou lesão, intencional ou
não, infligida ao crânio por um mecanismo
contra o qual este não pode se proteger. É
também denominado Traumatismo craniano. É
a principal causa de morte entre jovens, sendo
as mais frequentes: acidentes automobilísticos,
quedas e agressões.
Os grupos em mais alto risco de lesão cerebral
traumática são as pessoas com idade entre 15 e
24 anos e os indivíduos de sexo masculino.
Traumatismo Crânio-encefálico (TCE)
As lesões de couro cabeludo são observadas
em casos de arranhões, cortes, hematomas e
escalpelamentos:
Fraturas de crânio
As fraturas de crânio são comuns, mas nem sempre são
associadas à lesão cerebral, ou seja, pode ocorrer a fratura
do crânio sem que nenhuma estrutura cerebral seja
lesionada. As fraturas podem ser classificadas como simples,
cominutivas, deprimidas ou basilares. Uma fratura simples
(linear) é uma solução na continuidade do osso.

Uma fratura de crânio cominutiva designa uma linha de


fratura múltipla ou com estilhaços. Quando há fragmentos
ósseos incrustados do tecido cerebral, a fratura é deprimida.
São sinônimos de TCE grave e exigem observação rigorosa.
Fraturas de crânio
Um quadro muito preocupante é a fratura de base
de crânio que não permite a visualização do dano
ósseo. Deve se suspeitar deste tipo de fratura
quando houver saída de líquor pelo nariz
(rinoliquorreia ) ou pelo ouvido (otoliquorreia), ou
vítimas que apresenta equimose nas pálpebras
(olhos de guaxinim) ou na região mastoidea (sinal de
Batle).
Fraturas de crânio
Saída de líquor pelo nariz
(rinoliquorreia).
Equimose nas pálpebras (olhos de
guaxinim, vide ilustração) ou na região
mastoidea (sinal de Batle).
Saída de líquor pelo ouvido
(otoliquorreia).
Fraturas de crânio
 Rinoliquorreia.

 Olhos de guaxinim.

 Sinal de Batle.
Lesão cerebral
 Concussão:
– Não se associa qualquer lesão identificável ao exame. O paciente apresenta
perda temporária da consciência ou da memória, cefaleia, náuseas e
vômitos. O paciente deverá ficar em observação até cessar a sintomatologia.
 Contusão:
– Há ferimento do tecido nervoso e manifestam-se mais distúrbios da função
cerebral do que na concussão, porque existe edema. Pode haver alteração
prolongada do estado de consciência, irritabilidade, desorientação, vômitos,
mudanças dos sinais vitais (bradicardia, bradipneia, hipertensão), que
tendem a ser progressivos.
 Hemorragias:
– Os hematomas são as lesões mais graves, podendo ser epidural (acima da
dura), subdural (abaixo da dura-máter) ou intracerebral (dentro do cérebro).
Os sintomas, muitas vezes, demoram a aparecer, até que o hematoma
esteja grande o bastante para causar distorção do cérebro ou aumento da
PIC (Pressão Intracraniana).
Lesão cerebral
Hematoma epidural:
–Coleção de sangue entre a dura-máter e o crânio.
Sua causa mais comum é o trauma direto de baixa
velocidade no osso temporal (pouco espesso)
resultando na lesão de artéria meníngea média. Os
sintomas são a perda da consciência, seguida de
lucidez, seguindo novamente a perda progressiva da
consciência e diminuição da força muscular do lado
oposto. A medida que o hematoma expande, a
pupila se torna dilatada e deixa de responder à luz.
Lesão cerebral
Hematoma subdural:
–Coleção de sangue entre a dura-máter e a aracnoide.
Geralmente resulta de uma lesão venosa durante um
impacto violento na cabeça, déficits neurológicos focais
podem aparecer imediatamente após o trauma ou
podem demorar dias ou até meses para se apresentar.
–Os sinais e sintomas mais comuns são: cefaleia,
irritabilidade, vômitos, alterações do nível de
consciência, assimetria de pupilas (anisocoria) e
alterações sensitivas e motoras, como distúrbios visuais,
alteração de personalidade e dificuldade de fala.
Lesão cerebral
Hematomas cerebrais:
–Podem ocorrer em qualquer localização, mas são
mais frequentes nos lobos temporais e frontais. O
déficit neurológico depende da área cerebral que foi
afetada e do tamanho da hemorragia.
Lesão penetrante
A lesão penetrante é causado pela penetração do corpo
estranho que não deve ser removido do local. A retirado
do objeto somente poderá ser realizada por profissionais
especializados, em centro cirúrgico. O corpo estranho
deve ser fixado para que ele não produza lesões
secundários ao transporte.
Para a avaliação do TCE, deve-se observar:
– História;
– Avaliação inicial: permeabilidade das vias áreas, circulação;
– Avaliação neurológica (nível de consciência – escala de coma de
Glasgow);
– Avaliação das pupilas.
Lesão penetrante
Escala de coma de Glasgow:
–É um dos parâmetros mais importantes para se
avaliar a evolução de um TCE. Por isso, esta
avaliação deve ser feita em intervalos regulares.
–Esta escala é universal e permite uma visão do nível
de resposta do paciente a partir de três reações
diferentes.
Lesão penetrante
Escala de coma de Glasgow
Lesão penetrante
Escala de coma de Glasgow 1
Lesão penetrante
Escala de coma de Glasgow 2
Lesão penetrante
Escala de coma de Glasgow 3:
–TCE grave: escala de coma menor ou igual a 8;
–TCE moderado: escala de coma entre 9 e 12;
–TCE leve: escala de coma entre 13 e 15.
Lesão penetrante
A assistência de enfermagem em casos de
TCE, o atendimento inicial deve ser
direcionado à prevenção de hipóxia,
manutenção do metabolismo cerebral e
prevenção e controle da pressão
intracraniana.
Lesão penetrante
 Deve-se observar:
– Estabelecer via aérea e mantê-la pérvia (controle de coluna cervical);
– Administrar O2 sob cateter S/N;
– Monitorar Sinais vitais;
– Avaliar nível de consciência;
– Puncionar acesso venoso;
– Avaliar tamanhos das pupilas e resposta a luz;
– Proteger ferimentos;
– Manter o paciente calmo e descrever todo o procedimento que irá fazer;
– Realizar sondagem nasogástrica;
– Realizar sondagem vesical monitorando o débito urinário;
– Encaminhar o paciente para exames radiológicos e
eletroencefalográficos;
– Administrar medicações prescritas.
Traumatismo Raquemedular (TRM)
Diz-se da lesão traumática da raqui (coluna) e medula
espinal, resultando em algum grau de
comprometimento temporário ou permanente das
funções neurológicas. Pode ocorrer uma lesão total, ou
seja, uma ruptura da medula (sintomas irreversíveis),
ou compressão (sintomas regridem com o tratamento),
ambas podendo levar ao choque neurogênico.
A hiperextensão, movimentos bruscos como uma
freada repentina de um carro ou pancadas muito
fortes, como mergulho em águas rasas, perfurações por
arma de fogo, podem causar uma lesão medular.
Traumatismo Raquemedular (TRM)
As manifestações do TRM dependem do nível
de sua localização, pois comprometem a
inervação do corpo abaixo do nível de sua
localização. Se a lesão na medula cervical for
alta, o comprometimento motor pode levar à
parada respiratória pela paralisia dos
músculos.
Traumatismo Raquemedular (TRM)
Hiperestensão
Traumatismo Raquemedular (TRM)
As vértebras mais frequentes envolvidas são a 5°,
6° e 7° do pescoço (C5-C7), a 12° vértebra
torácica (T12) e a 1° lombar (L1). Essas vértebras
são mais vulneráveis porque há maior
mobilidade da coluna vertebral nessas áreas.

Lesões cervicais altas: C3, C4 e C5 afetam o


padrão respiratório por paralisia diafragmática;
C2 e C3 causam apneia e morte; C5 paralisia dos
músculos acessórios.
Traumatismo Raquemedular (TRM)
Lesões ósseas vertebrais podem estar
presentes sem que haja lesões de medula
espinhal. Por isso, a vítima deve ser
imobilizada de forma correta preservando sua
coluna.
Traumatismo Raquemedular (TRM)
A coluna vertebral e os seus segmentos.
Traumatismo Raquemedular (TRM)
Para o tratamento da TRM deve-se observar:
imobilização da coluna cervical para prevenir
lesões secundárias; cirurgia para redução de
fraturas; realinhamento de coluna por meio
de fixação externa e interna.
Traumatismo Raquemedular (TRM)
 A assistência de enfermagem deve proceder tal como listado a abaixo:
– Realizar o protocolo para paciente vítima de trauma;
– Estabelecer via aérea e mantê-la pérvia (controle de coluna cervical);
– Administrar O2 sob cateter S/N;
– Monitorar sinais vitais;
– Puncionar acesso venoso;
– Manter o paciente calmo e descrever todo o procedimento que irá fazer;
– Examinar a coluna cuidadosamente com o paciente em posição neutra
(deformidades, edemas, equimoses, etc.);
– Valorizar as queixas de perda de força ou dormência;
– Realizar sondagem vertical, monitorando o débito urinário S/N;
– Encaminhar o paciente para exames radiológicas;
– Mobilizar o paciente sempre em bloco;
– Administrar medicações prescritas (manitol e corticoides).
Crise Convulsiva
 Crise convulsiva são contrações musculares múltiplas, involuntárias,
descoordenadas, resultantes de um estímulo cerebral anormal,
acompanhadas, na maioria dos casos, de perda da consciência.
 Principais causas:
– Epilepsia – causa mais comum;
– Trauma;
– Tumores cerebrais;
– Febre elevada (em crianças menores de 6 anos);
– Doença infecciosa como meningite e encefalites;
– Outras.
 O paciente em crise convulsiva não apresenta reflexo de deglutição e há
um acúmulo de saliva, sendo esta liberada em forma de espuma, pelo
estímulo excessivo dos músculos apresenta os dentes cerrados, a
respiração se torna irregular e ruidosa, o paciente também pode
apresentar a liberação dos esfíncteres
Crise Convulsiva
Sinais e sintomas:
– Perda da consciência;
– Agitação psicomotora;
– Pode ocorrer cianose
– Olhar ausente;
– Os olhos podem ficar fixos na parte superior ou lateral;
– Contrações e espasmos musculares, com movimentos de
contração e flexão muscular, que podem ser suaves a muito fortes;
– Sialorreia;
– Encerramento da boca com muita força, podendo haver o perigo
de morder a língua e lábios;
– Descontrole dos esfíncteres (urina e/ou fezes).
Crise Convulsiva
Tipos de crise epiléptica:
–Crise tônico-clônica generalizada: (crise convulsiva) abalos
crônicos movimentos violentos, rítmicos e involuntários;
–Crise de ausência: desorientação: olhos parados e é de
curta duração;
–Crise parcial simples: consciência preservada, abalos nos
lábios no lado afetado;
–Crise parcial complexa: olhos abertos, automatismo
mastigatório, movimentos repetitivos, consciência
prejudicada. Anota-se o tempo de duração da crise. Fala-se
com o paciente calmamente, conduzindo-o para um local
seguro.
Crise Convulsiva
Crise tônico-clônica generalizada:
Assistência de enfermagem
 Nos causos de crise convulsiva, devem ser observados os seguintes
procedimentos na assistência de enfermagem.
– Verificar se vias aéreas estão livres;
– Avaliar a respiração;
– Oferecer O2 a 100%;
– Se possível, lateralizar a cabeça do paciente e proteger contra trauma;
– Afrouxar roupas;
– Não conter o paciente;
– Certificar-se se há pulso arterial, bem como os outros parâmetros vitais (Pressão arterial,
frequência respiratória, saturação de oxigênio, glicemia capilar);
– Puncionar acesso venoso
– Administrar medicações prescritas – anticonvulsivantes.
– Aspirar secreções se necessário;
– Realizar sondagem gástrica se necessário;
– Registrar em prontuário: frequência, duração e tipo de crise;
– Dar apoio psicológico a família e ao paciente;
– Proteger a integridade moral do paciente.
Assistência de enfermagem
Sinais de gravidade da crise epiléptica:
–Crise convulsiva prolongada (maior ou igual a 5
minutos);
–Sem recuperação da consciência entre as crises;
–Gravidez;
–Ferimentos secundários à crise epiléptica;
–Primeira crise epiléptica (sem crises prévias).
Emergências Respiratórias
As crises respiratórias são classificadas em
asma brônquica, Insuficiência Respiratória
Aguda (IRA), obstrução das vias aéreas,
obstrução em vias aéreas por corpo estranho
(Ovace) em vítimas conscientes, Edema
Agudo do Pulmão (EAP).
Asma Brônquica
A asma brônquica constitui a 4° causa de
hospitalização pelo SUS, com cerca de 350.000
internações por ano. Na asma, há uma diminuição do
calibre das vias aéreas (broncoconstrição),
dificultando a passagem do ar.

Esta diminuição ocorre devido ao processo


inflamatório que produz muco em excesso e também
o edema. Este processo pode ser desencadeado por
estímulos, como o contato inalatório com poeira,
mofo, pólens, exercícios físicos exagerados e o frio.
Asma Brônquica
Muito embora seja uma patologia crônica, a
asma é reversível espontaneamente ou por
intervenção terapêutica e os cuidados são
realizados pela equipe de enfermagem. É
importante observar que, se não for tratada,
a asma poderá evoluir para o estado de mal
asmático, insuficiência respiratória ou
atelectasia.
Asma Brônquica
Asma Brônquica
Sinais e sintomas:
–Três sinais frequentes: tosse, dispneia, sibilos
(chiado ou chieira);
–Sudorese;
–Desidratação;
–Fala interrompida por dispneia;
–Uso da musculatura acessória;
–Esforço respiratório (retração dos espaços
intercostais);
–Batimento de asa de nariz.
Asma Brônquica
 Assistência de enfermagem:
– Manter VAS permeáveis;
– Administrar oxigênio por máscara ou cateter nasal;
– Reconhecer os sinais e sintomas da exacerbação da asma (aumento da dispneia,
cianose de extremidade, ansiedade);
– Transmitir segurança e tranquilidade para o paciente;
– Manter paciente em repouso na fase crítica;
– Manter o paciente em posição de flower, mudança de decúbito;
– Deambular, quando possível;
– Observar e anotar sinais e sintomas;
– Estimular a alimentação e ingestão de líquidos;
– Orientar paciente quanto à coleta de material para exames;
– Orientar evitar: fumo, extremos de calor e frio, fumaça, poeira, uso de lã, convívio
com animais domésticos e pessoas com infecções de trato respiratório;
– Ter cuidado com equipamentos de terapia respiratória;
– Administrar medicações conforme prescrição (corticosteroides, xantinas, agentes
anticolinérgicos).
Insuficiência Respiratória Aguda (IRA)
 Incapacidade do sistema respiratório de realizar suas funções
básicas de ventilação e oxigenação e promover adequada
oxigenação arterial para os tecidos e eliminação do gás
carbônico, resultando em prejuízo das trocas gasosas, que
leva à hipoxemia e/ou hipercapnia.
 É caracterizada por PaO2 ≤ 60 mmHg, saturação de O2 menor
que 90% e a PaCO2 ≥ 45 mmHg.
 A IRA é a falência respiratória que surge nos pulmões, cujo
funcionamento era normal antes do início da doença atual.
Após a IRA, o pulmão volta ao seu estado original, diferente
da insuficiência respiratória crônica, na qual a lesão é
irreversível, observada em pacientes com doença pulmonar
obstrutiva crônica, enfisema pulmonar e bronquite crônica.
Insuficiência Respiratória Aguda (IRA)
 Causas:
– Depressão no SNC, condições que afetam os nervos e músculos que
controlam a respiração;
– Trauma dos tecidos e costelas envolvendo os pulmões.
– Obstrução das vias aéreas;
– Overdose de drogas e/ou álcool. Isso afeta a área do cérebro que controla
a respiração;
– Doenças pulmonares, como doença pulmonária obstrutiva crônica,
pneumonia;
– Síndrome do desconforto respiratório agudo, embolia pulmonar, e fibrose
cística. Essas doenças podem afetar o fluxo de ar e sangue para dentro e
fora dos pulmões;
– Lesões pulmonares agudas (inalar gases danosos ou fumaça que podem
lesionar os pulmões);
– Pacientes de pós-operatório, devido aos efeitos dos anestésicos,
analgésicos e sedativos podem evoluir com IRA.
Insuficiência Respiratória Aguda (IRA)
Sinais e sintomas:
–Dispneia, taquipneia;
–Aumento do trabalho respiratório;
–Uso da musculatura acessória;
–Tiragem intercostal;
–Batimento de asa do nariz;
–Sudorese;
–Ansiedade;
–Agitação, confusão mental;
–Sonolência ou perda da consciência;
–Taquicardia, hipotensão;
–Choque.
Insuficiência Respiratória Aguda (IRA)
 Procedimentos de assistência de enfermagem:
– Manter VAS permeáveis;
– Administrar oxigênio conforme prescrição;
– Monitorar oxigenação com oximetria de pulso e gasometria arterial;
– Transmitir segurança e tranquilidade para o paciente;
– Manter paciente em repouso na fase crítica;
– Posição de Fowler, mudança de decúbito;
– Observação e anotar sinais e sintomas da evolução clínica do paciente;
– Puncionar acesso venoso calibroso para medicação e hidratação;
– Manter medicamentos de emergência em local de fácil acesso;
– Estar sempre alerta com o bom funcionamento dos equipamentos;
– Monitorar resposta ventilatória do paciente.
Obstrução das Vias Aéreas
O reconhecimento precoce da obstrução de
vias aéreas é indispensável para o sucesso no
atendimento. Pode ocorrer por obstrução
mecânica, que pode ser pela queda da língua
ocluindo a hipofaringe, ou simplesmente por
corpos estranhos, como alimento, próteses
dentárias dentes e etc.
Assegurar uma via aérea pérvia é a primeira
prioridade em qualquer situação de
emergência.
Manobras manuais
No paciente inconsciente, a língua fica flácida
e cai, obstruindo a hipofaringe, impedindo a
passagem do ar. Então, realiza-se a manobra
de Chin lift , estendendo a cabeça e
levantando o queixo, com o paciente em
decúbito dorsal. Esta manobra não pode ser
realizada em vítimas de trauma.
Manobras manuais
Manobra de Chin lift.
Manobras manuais
A manobra Jaw Trust é indicada no lugar da Chin lift,
em casos de vítimas de trauma com risco de lesão
cervical. Nesta manobra, a cabeça do paciente não é
estendida e apenas tracionam-se anteriormente os
ângulos mandibulares.
Manobras manuais
Aspiração:
–Alguns pacientes podem não ser capazes de eliminar com
eficiência algumas secreções, e estas podem obstruir a
passagem do ar para os pulmões. A aspiração de secreções
é muito importante para permitir a permeabilidade das
vias aéreas.
Acessórios básicos:
–São aqueles utilizados quando as técnicas manuais falham
ou quando se faz necessária uma manutenção continua
das vias aéreas. Dentre eles encontram-se as cânulas
orofaríngea, cânulas nasofaríngeas e cânulas de duplo
lúmen.
Cânula orofaríngea
As cânulas orofaríngeas recebem também o
nome de cânula de Guedel, utilizadas em
vítimas inconscientes para manter vias aéreas
pérvias e impedir que os paciente intubados
mordam o tubo. Se utilizadas em vítimas
conscientes, podem provocar vômito e até
laringoespasmos. É necessária a correta
técnica de colocação, para que não ocorra o
rebaixamento da língua.
Cânula orofaríngea
Cânula orofaríngea.
Cânula nasofaríngea
A cânula nasofaríngea também pode ser
utilizada em pacientes que não são capazes
de manter via aérea pérvia, é confeccionada
em látex, é bem flexível. É introduzida
delicadamente em uma das narinas até a
orofaringe, pode provocar hemorragias por
trauma na hora de sua colocação.
Cânula nasofaríngea
Cânula nasofaríngea.
Intubação traqueal
É o método para se conseguir controle
máximo sobre a via aérea de um paciente. É
introduzido um tubo por via oral ou nasal, até
a traqueia do paciente. Permite a ventilação
com 100% de oxigênio. Elimina a necessidade
de máscaras ajustadas, diminui os riscos de
aspiração e permite uma via adicional para
medicações. É um procedimento médico.
Intubação traqueal
Intubação traqueal
Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho (Ovace)

É uma situação emergencial, em que há uma


obstrução do fluxo de ar pelas vias áreas. Esta
obstrução pode ser parcial ou total. A
restauração desta via tem que ser realizada
de forma rápida e efetiva, para que o paciente
não fique por muito tempo sem oxigenação.
Pode ser causada por: alimentos, vômitos e
por ingestão de objetos em geral.
Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho (Ovace)

Classificação da obstrução:
Total Parcial
Não tosse Tosse
Não respira Respira
Movimentos paradoxais Ruídos
Fala
Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho
(Ovace)
Sinais e sintomas:
–Tosse ou tentativa de tossir;
–Respiração ruidosa;
–Dificuldade respiratória;
–Movimentos respiratórios ineficazes;
–Aflição;
–Não conseguir falar;
–Engasgado – sinal clássico.
Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho
(Ovace)
Na desobstrução, pode ser utilizada a
manobra de Heimlich, que consiste na
realização de uma série de compressões em
nível da parte superior do abdômen, mais
precisamente abaixo do esterno.
Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho (Ovace)

Manobra de Heimlich.
Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho (Ovace)

Estas compressões devem ser rápidas, pressionando


para dentro e para cima, na região acima da cicatriz
umbilical. Devem ser realizadas manobras até a saída
do objeto. Entretanto, em caso de perda de
consciência, deve-se parar imediatamente de
executar a manobra.
É preciso estar atento, pois isso pode acontecer a
qualquer momento, se o objeto não for removido.
Devem-se chamar serviços de emergência e pedir
ajuda imediata, ou que alguém faça isso, sempre que
possível, para economizar tempo.
Edema Agudo do Pulmão (EAP)
 Insuficiência respiratória súbita e progressiva,
correspondente ao extravasamento de líquido para o espaço
intersticial e/ou alvéolos pulmonares, resultando em:
hipoxemia, comprometimento das trocas gasosas (V/P) e
diminuição da complacência pulmonar.

 O edema agudo de pulmão é uma condição clínica grave,


frequentemente secundária à insuficiência cardíaca, em que
há um acúmulo de sangue nas veias e capilares pulmonares, a
tal ponto que acontece um extravasamento de fluidos para os
espaços aéreos dos pulmões. Isso deixa o pulmão menos
elástico e com menos superfície de contato entre os gases
inspirados e o sangue.
Edema Agudo do Pulmão (EAP)
Causas:
–Infarto do miocárdio – é a causa mais comum;
–Disfunção do músculo cardíaco;
–Doenças das válvulas aórtica ou pulmonar;
–Sobrecarga circulatória: administração exagerada de
líquidos, comum em crianças ou pacientes que
recebem líquidos (soros) em excesso pelas veias;
–Lesões pulmonares, inalação de fumaça.
Edema Agudo do Pulmão (EAP)
Sinais e sintomas:
– Dispneia rapidamente progressiva;
– Taquipneia;
– Tosse;
– Escarro espumoso e sanguinolento (róseo);
– Ansiedade, pânico, confusão mental;
– Cianose com sudorese intensa;
– Palidez;
– Taquicardia e pulso fino;
– PA aumentada;
– Respiração ruidosa – estertores bolhosos e roncos bilaterais;
– Ritmo de galope;
– Sopros cardíacos.
Edema Agudo do Pulmão (EAP)
 Tratamento/medicações administradas:
 O principal alvo do tratamento é reduzir o influxo de sangue
sistêmico no átrio D- e reduzir o retorno venoso:
– O2 100% + monitor + oximetria + via venosa;
– Tratar a causa subjacente (HAS - ↓ PAD);
– Corrigir fatores contribuintes;
– Restrição de fluidos e de sódio;
– Morfina – diminui a ansiedade e melhora a circulação arteriolar e venular;
– Diuréticos – reduzem o volume de líquido, aumenta de forma intensa a
excreção de urina e sódio pelo organismo;
– Nitroprussiado de sódio (reduz a pressão arterial e pulmonar);
– Aminofilina (atua como vasodilatador, diurético e broncodilatador);
– Digitálicos (aumentam a força contrátil do coração).
Edema Agudo do Pulmão (EAP)
Assistência de enfermagem:
– Posicionar o paciente em posição sentada – pés e pernas para
fora do leito, para favorecer a retenção do sangue nos
membros diminuindo o retorno para o coração;
– Oferecer O2 em grande concentração;
– Manter acesso venoso pérvio;
– Administrar medicações prescritas;
– Realizar sondagem vesical para controle de diurese e balanço
hídrico;
– Atentar para depressão do quadro respiratório;
– Monitorar sinais vitais;
– Descrever sinais, sintomas e evolução clínica do paciente.
Edema Agudo do Pulmão (EAP)
É importante salientar que a morfina pode
aumentar a hipotensão, por isso é necessário
deixar sempre à disposição o antagonista da
morfina – naloxone.
Emergências do Trauma – Trauma Torácico
Como ocorre com outras formas de lesões, o trauma
torácico pode ser causado por mecanismos contusos ou
penetrantes. Uma força exercida contra o tórax pode
causar ruptura da anatomia e fisiologia normal dos
órgãos torácicos.
Os órgãos torácicos são intimamente envolvidos na
manutenção da oxigenação, ventilação e oferta de
oxigênio. As lesões de tórax são a principal causa de
morte por trauma (uma em cada quatro) a cada ano,
embora a grande maioria de todos os traumas torácicos
(90% dos traumas fechados e 80% dos ferimentos
penetrantes) seja tratada sem cirurgia.
Emergências do Trauma – Trauma Torácico
 Vários mecanismos de trauma, incluindo colisões de veículos
motorizados, quedas, lesões por prática de esportes, lesões
por esmagamento e ferimentos por arma branca ou por
projétil de arma de fogo, podem causar trauma no tórax. As
lesões de tórax podem ser penetrantes ou fechadas.
 As lesões penetrantes são causadas por forças distribuídas
por uma área pequena que penetram dentro da cavidade
torácica. Ex.: causadas por projétil de armas de fogo e armas
brancas ou quedas sobre objetos afiados.
 Lesões contusas: as forças são distribuídas sobre uma área
maior e as lesões ocorrem devido à compressão e às forças de
cisalhamento.
Fraturas de costelas
Mesmo sendo protegidas
pela musculatura
subjacente, as fraturas de
costelas são comuns no
trauma torácico. A
localização mais comum
das fraturas de costelas é a
face lateral da 4ª a 8ª
costela, pois são finas e
menos protegidas. As
pontas das costelas podem
ocasionar lesões no
músculo, pulmões e vasos.
Fraturas de costelas
 Os sinais e sintomas de fratura de costelas são dor à
movimentação, à palpação do local, podendo ocorrer falta de
ar e, eventualmente, crepitação óssea. O tratamento inicial
dos doentes com fraturas simples de costelas é a redução da
dor por meio de imobilização e diminuição do movimento
das costelas.
 Isto pode ser realizado usando o braço do doente e uma
tipoia. Vibrações anormais e tosse devem ser encorajadas,
apesar da associada. Estes cuidados evitam atelectasias.
 Os sintomas associados às lesões de tórax são como em
outras áreas do corpo: quando presentes, indicam lesão.
Entretanto, a ausência de sinais e sintomas não indica que
não exista lesão.
Tórax instável
Diz-se tórax instável, quando duas ou mais costelas
adjacentes são fraturadas em pelo menos dois lugares,
ocasionando segmento de flutuação livre. A parede
torácica perde a estabilidade e ocorre o comprometimento
respiratório. O segmento da parede torácica que está
instável perdeu o suporte ósseo e a fixação à caixa torácica.

Este segmento “livre” irá se mover em direção oposta à do


resto do tórax durante a inspiração e a expiração, O
resultado destes dois movimentos paradoxais da parede do
tórax é a diminuição da ventilação, levando à hipóxia e a
hipercapnia.
Tórax instável
Tórax instável
Tratamento/assistência de enfermagem:
– O tratamento nestes casos é voltado para o alívio da dor, suporte
ventilatório e monitoramento de uma possível piora do quadro.
– Administrar oxigênio;
– Puncionar acesso venoso calibroso;
– Administrar medicações prescritas, conforme prescrição
(analgésicos e outros);
– Incentivar a respiração profunda;
– Monitorar oximetria de pulso e controle de sinais vitais –
rigorosamente;
– Para casos graves, se faz necessário que o médico realize a
intubação traqueal e o paciente receba ventilação mecânica.
Contusão pulmonar
 Uma contusão pulmonar ocorre quando o tecido pulmonar é
lacerado ou rompido por mecanismos contusos ou
penetrantes. A contusão pode resultar de trauma fechado,
como no tórax instável, mas pode também ser resultado de
ferimento penetrante.

 Entretanto, quer tenha como causa um trauma fechado ou


um ferimento penetrante, a contusão pulmonar apresenta o
mesmo problema clínico: áreas do pulmão sem ventilação.
Mesmo sem a presença associada de um tórax instável, a
contusão pulmonar é uma lesão torácica comum e
potencialmente letal. Insuficiência respiratória grave pode se
desenvolver rapidamente ao longo das primeiras 24 horas.
Contusão pulmonar
Tratamento e assistência de enfermagem:
–Administrar oxigênio suplementar;
–Deve-se avaliar repetidamente a avaliação da FR,
oximetria de pulso, bem como os demais sinais vitais;
–Acesso venoso – manter via pérvia;
–Se o paciente não apresenta grande perda sanguínea,
limitar a infusão de fluidos;
–Para casos graves, se faz necessário que o médico
realize a intubação traqueal e o paciente receba
ventilação mecânica.
Pneumotórax
Envolve a entrada de ar para o espaço
pleural, que normalmente apresenta 15ml de
líquido, sendo este apenas para lubrificação e
facilitar o deslizamento das pleuras. Os três
tipos de pneumotórax representam níveis
crescentes de gravidade.
Pneumotórax simples:
–É causado pela presença de ar no espaço pleural. À
medida que o ar aumenta, o pulmão daquele lado
sofre colabamento.
Pneumotórax
Pneumotórax aberto:
–Ocorre devido a um defeito na parede torácica que
permite que o ar que vem de fora entre e saia do
espaço pleural com esforço ventilatório. O
tratamento inicial envolve a realização do curativo
de três pontos, o que evita a entrada de ar na
inspiração ao mesmo tempo em que o ar escapa
pelo lado aberto durante a expiração.
Pneumotórax
Pneumotórax aberto:
Pneumotórax
Pneumotórax hipertensivo:
– Ocorre quando o ar continua a entrar no espaço pleural, sem
um trajeto por onde sair, causando o aumento da pressão
dentro deste espaço, fazendo colabar ainda mais o pulmão no
lado acometido e empurrando o mediastino (coração e vãos
sanguíneos) para o lado oposto (contralateral).
– O paciente apresenta fome de ar, agitação, hipotensão,
taquicardia e cianose.
– O paciente deve receber imediatamente alta concentração de
oxigênio e deve ser realizada a descompressão com uma
agulha intravenosa de grosso calibre, para que haja um escape
de ar. Esse procedimento torna o pneumotórax hipertensivo
em pneumotórax aberto simples.
Pneumotórax
Pneumotórax hipertensivo
Pneumotórax
Tratamento para pneumotórax hipertensivo:
–O tratamento de um doente com pneumotórax
consiste em diminuir a pressão no espaço pleural,
mediante descompressão com agulha
(toracocentese) ou drenagem com dreno torácico
sob selo d’água. Administração de O2 suplementar e
acesso venoso calibroso.
Hemotórax
É a presença de sangue no espaço pleural. O
sangramento pode ter origem na parede da
musculatura torácica, nos vasos intercostais
ou no tecido pulmonar. O tratamento consiste
em toracocentese ou instalação de um dreno
ligado ao selo d’água.
Hemotórax
Hemotórax
Assistência de enfermagem na drenagem torácica:
– Preparar o doente, explicando todo o procedimento;
– Trocar diariamente o curativo (cuidados no local da inserção do
dreno);
– Avaliar o funcionamento do tubo torácico diariamente;
– Observar nível de água;
– O frasco de selo d’água deve estar no mínimo a 50cm abaixo do
tórax do paciente:
– Tubos devem ser fixados com látex que não impeçam a
locomoção do paciente, cuidando para que não fiquem dobrados;
– Realizar ordenha s/n;
– Manter em fácil acesso duas pinças Kelly, em caso de quebra de
frasco ou desconexão.
Hemotórax
É importante observar os casos em que o
dreno deve ser retirado: quando a drenagem
for inferior a 50ml nas 24 horas, após o
paciente recuperar a sua função respiratória
normal, se não existe oscilação na coluna de
líquido ou borbulhar (após excluída hipótese
de obstrução ou deslocamento do dreno), e
após avaliação por RX.
Contusão cardíaca
A causa mais comum da lesão cardíaca é a aplicação
de força na região anterior do tórax. O coração ocupa
uma grande parte do centro do tórax e está situado
entre o esterno e a coluna torácica.

No trauma torácico fechado grave, como ocorre em


colisões frontais com veículos motorizados, primeiro
o tórax atinge o painel ou a direção e, então, o
coração é comprimido entre o esterno e a coluna.
Pode haver vários tipos de lesão cardíaca, mas a mais
comum é a contusão miocárdica.
Contusão cardíaca
Esta contusão pode causar destruição das células da
parede, ruptura da própria parede do coração ou danos
as suas válvulas. O ventrículo direito (VD) é mais
comumente lesado devido à sua localização subesternal.

Uma contusão parcial ou que atinja toda a espessura da


musculatura pode ser sinalizada pela diminuição do
débito cardíaco ou por arritmias. O tratamento consiste
em suporte farmacológico para arritmias,
oxigenoterapia, monitorização e, dependendo da
extensão da contusão, correção cirúrgica da lesão.
Tamponamento cardíaco
Ocorre quando há um acúmulo agudo de líquido
entre o saco pericárdico e o coração. O saco
pericárdico é composto de um tecido fibroso
inelástico e normalmente há pouco líquido.

Este acúmulo de líquido ocasiona o aumento da


pressão dentro do saco pericárdico, impede o
retorno venoso ao coração e leva à diminuição do
debito cardíaco e da pressão arterial.
Tamponamento cardíaco
O sangue pode entrar no espaço pericárdico se os
vasos sanguíneos do pericárdio se romperem por
trauma fechado ou penetrante ou se houver ruptura
ou penetração do miocárdio. Esta condição, chamada
de hemopericárdio, pode levar ao tamponamento
cardíaco.

O tamponamento cardíaco é mais frequentemente


devido a ferimentos por arma branca. O tratamento
envolve e remoção do sangue do pericárdio
(pericardiocentese) e a interrupção do sangramento.
Tamponamento cardíaco
Manifestações clínicas:
–Enquanto manifestações clínicas, observam-se: veias
do pescoço distendidas, hipotensão arterial,
batimentos cardíacos abafados, ansiedade,
confusão, além de poder apresentar do precordial.
Tamponamento cardíaco
Assistência de enfermagem:
–Fornecer oxigênio em alta concentração;
–Reposição volêmica com acesso venoso de grosso
calibre;
–Tranquilizar o paciente explicando todos os
procedimentos que serão realizados;
–Controlar rigorosamente os sinais vitais já que podem
ocorrer alterações graves em um curto intervalo de
tempo;
–Preparar e manter sempre em ordem o material de
emergência e material para drenagem.
Emergências Cardiovasculares - Choque
Denomina-se choque cardiovascular o distúrbio agudo na
circulação com alteração na relação oferta-demanda de
oxigênio aos tecidos, causada por uma redução do
volume circulante, resultando em isquemia dos tecidos e
consequente morte celular.
Caso não haja correção, o choque pode ocorrer, por falha
no mecanismo que bombeia o sangue (coração), por
problemas no vaso sanguíneo (alterações na resistência
da parede dos vasos) e baixo nível de fluido no corpo
(sangue e líquidos corporais).
O choque pode ser classificado em hipovolêmico,
cardiogênico, séptico, anafilático e neurogênico
Emergências Cardiovasculares - Choque
Sinais e sintomas:
– Inquietude;
– Taquicardia;
– Pulso fino e taquicárdico;
– Pele fria e pegajosa;
– Sudorese abundante;
– Mucosas descoradas;
– Cianose;
– Resfriamento de extremidades;
– Hipotermia;
– Respiração superficial, rápida e irregular;
– Náuseas e vômito;
– Hipotensão;
– Alterações neurossensoriais.
Choque hipovolêmico
Ocorre por redução aguda no volume
circulante no corpo. Observa-se a perda de 15
a 25% de perda de líquidos corporais, o que
equivale a cerca de 700 a 1300ml de perda.
Causas:
–Perda sanguínea – hemorragia;
–Perda de líquido e eletrólitos por vômitos e diarreia;
–Perda hídrica interna (‘grande queimado’, ascite).
Choque hipovolêmico
Tratamento:
–Consiste em tratar a causa básica;
–Reposição hídrica e sanguínea;
–Redistribuição de líquido;
–Medicações vasoativas.
Derivados de sangue são indicados quando a
causa do choque hipovolêmico for
hemorragia. Deve-se administrar oxigênio por
máscara.
Choque cardiogênico
É a incapacidade de o coração bombear uma
quantidade adequada de sangue para os órgãos
nobres, causando queda da pressão arterial,
falta de oxigênio nos tecidos e acúmulo de
líquidos nos pulmões.

Diz-se de uma das maiores complicações do


infarto agudo do miocárdio e se não for tratada
com urgência, pode levar à morte em 50% dos
casos.
Choque cardiogênico
Causas:
–São de etiologia coronária;
–Infarto agudo do miocárdio (IAM);
–Falência miocárdica;
–Arritmias;
–Miocardites.
Tratamento:
–Trata-se a causa com o objetivo de limitar a lesão
cardíaca, preservar o miocárdio e melhorar a capacidade
do coração em exercer sua função de bomba. Pode ser
cirúrgico ou com o uso de drogas vasoativas.
Choque séptico
É decorrente de um processo infeccioso
disseminado, grave, em que ocorre a liberação de
mediadores, inflamatórios que produzem lesão do
endotélio do vaso, ocasionando a permeabilidade
do vaso e extravasamento de líquido.

O choque séptico tem como causas as infecções de


sítios diversos. O tratamento é feito a partir do
uso de antibióticos específicos para combater a
bactéria causadora das infecções.
Choque anafilático
O choque anafilático é desencadeado por uma reação
alérgica exacerbada determinando vasoplegia
generalizada, com consequente redução do volume
circulante.
Causas:
–Picadas de inseto;
–Drogas;
–Alimentos.
Tratamento:
–Adrenalina;
–Anti-histamínicos;
–Corticoides.
Choque neurogênico
No choque neurogênico ocorre vasodilatação
por perda do controle vasomotor.
Causas:
–Lesão no sistema nervoso central (SNC);
–Trauma raquimedular;
–Bloqueios anestésicos;
–Efeitos depressores de medicamentos.
Choque neurogênico
Tratamento:
–Consiste em restauração do tônus simpático, por
meio da estabilização da medula espinhal,
posicionamento correto do paciente, em caso de
anestesia espinhal.
Assistência de enfermagem:
–Manter posição antichoque;
–Controlar os sinais vitais (SSVV) com frequência;
–Administrar oxigênio conforme prescrição médica;
–Tranquilizar o paciente, transmitindo-lhe segurança;
Choque neurogênico
Assistência de enfermagem:
–Monitorar as condições cardíacas;
–Proporcionar conforto ao paciente;
–Administrar medicações prescritas;
–Promover balanço hídrico rigoroso;
–Realizar a punção venosa com jelco de grosso calibre,
para administração de hemoderivados (choque
hipovolêmico) e infusão de líquido;
–Observar quanto a reações alérgicas;
–Utilizar técnicas assépticas em todos os procedimentos.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Denomina-se parada cardiorrespiratória a interrupção
súbita dos batimentos cardíacos, resultando na
cessação de uma circulação efetiva. É um limite de
gravidade eu impõe atendimento imediato. Ocorre
perda de consciência, ausência de pulso e batimento
cardíaco inaudível.

O início da lesão cerebral irreversível começa com


aproximadamente 4 minutos de interrupção da
circulação. Por isso, se devem iniciar as manobras de
ressuscitação cardiopulmonar o quanto antes.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Sinais e sintomas:
–Ausência de pulso em grandes artérias;
–Ausência de respiração;
–Inconsciência;
–Dilatação pupilar;
–Palidez;
–Cianose.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Reanimação cardiopulmonar (RCP):
–Em 2015, as Diretrizes da American Heart Association
(AHA) propuseram novas recomendações sobre a
Ressuscitação (ou reanimação) Cardiopulmonar (RCP) e
Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE).
–Uma das alterações foi a utilização de “Cadeias de
Sobrevivência” distintas para pacientes que sofrem uma
PCR no ambiente intra ou extra-hospitalar. Essa alteração
aconteceu devido as diferenças existentes nos processos
até que os pacientes sejam encaminhados à unidade de
cuidados intensivos, onde serão fornecidos os cuidados
pós-PCR.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Reanimação cardiopulmonar (RCP):

Vigilância e Reconhecimento e RCP imediata de Rápida Suporte avançado


prevenção. acionamento do alta qualidade desfibrilação de vida e cuidados
serviço médico de pós-PCR
emergência.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Vigilância e prevenção:
–De acordo com Sakamoto (2016), os pacientes no ambiente
hospitalar dependem de um sistema de vigilância adequado, a
fim de prevenir a PCR. Entretanto, na ocorrência da PCR, é
preciso uma interação harmoniosa dos vários departamentos
e serviços da instituição e de um time multidisciplinar de
profissionais, incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas,
entre outros.
–A nova diretriz da American Heart Association preconiza o
acionamento imediato do time de resposta rápida na
iminência de pacientes com deterioração clínica aguda, com o
objetivo de prevenir a Parada Respiratório Intra-hospitalar
(PCRIH).
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Reconhecimento e acionamento imediato do
serviço médico de emergência:
–O profissional de saúde deve reconhecer a PCR. É
importante avaliar a responsividade (chamando o
paciente pelo nome), avaliar a respiração e pulso, de
forma simultânea, por dez segundos. Em casa de
detecção destes sinais, o profissional deve solicitar a
outro, clara e objetivamente, que acione a equipe
médica, traga o carro de emergência e o desfibrilador. De
modo geral, a instituição possui um protocolo para o
acionamento da equipe médica ou time de resposta
rápida.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Após os comandos acima descritos, deve-se
iniciar imediatamente a Sequência de
Atendimento C – A – B:
–C: Compressões torácicas de alta qualidade;
–A: Vias aéreas – abrir vias aéreas;
–B: Boa ventilação – garantir via aérea avançada.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
 RCP imediata, de alta qualidade:
– Após o acionamento do serviço médico, devem-se iniciar as compressões
torácicas e ventilação em todos os pacientes adultos com PCR, seja por causa
cardíaca ou não.
 As compressões torácicas de alta qualidade se dão conforme descrito
a seguir:
– a) Com as mãos sobre a metade inferior do esterno (região hipotenar), sem
flexionar os cotovelos;
– b) Frequência: 100 a 120 compressões/minuto;
– c) Profundidade: mínima de 2 polegadas (5 cm) e máximo 2,4 polegadas (6 cm);
– d) Permitir retorno total do tórax após cada compressão. Não apoiar-se sobre o
tórax entre as compressões;
– e) Minimizar as interrupções nas compressões. Não interromper as
compressões por mais de 10 segundos;
– f) Colocar a prancha rígida embaixo do tórax do paciente, assim que disponível.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
No que diz respeito à relação ventilação-
compressão adequada:
–a) Sem via aérea avançada:
–b) Realizar abertura de vias aéreas;
–c) Ventilação numa relação: 30:2, ou seja, 30
compressões: 2 ventilações (até a garantia de uma via
aérea avançada);
–d) Com via aérea avançada:
–e) Compressões contínuas a uma frequência 100 a 120/
minuto e 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações
por minuto).
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Rápida desfibrilação:
–a) De posse do Desfibrilador Externo Automático (DEA),
deve-se verificar o ritmo;
–b) Em caso de ritmo chocável (Fibrilação Ventricular ou
Taquicardia Ventricular sem Pulso), deve-se: aplicar 1
choque; reiniciar a RCP por 2 minutos até o DEA avisar
sobre a verificação do ritmo; continuar o Suporte
Avançado de Vida assuma ou a vítima se movimente;
–c) Em caso de ritmo não chocável, deve-se: reiniciar a RCP
por 2 minutos, até ser avisado pelo DEA para verificação
do ritmo e continuar até que o pessoal do SAV assuma ou
até que a vítima se movimente.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Sakamoto (2016) afirma que a utilização do DEA no
ambiente hospitalar pode ser considerada para facilitar a
desfibrilação precoce (meta de administração de choques
em tempo ≤ 3 minutos do colapso), especialmente nas
áreas cujo pessoal não esteja capacitado para reconhecer
ritmos ou em que o uso de desfibriladores não seja
frequente.

O DEA pode ser utilizado pelo Enfermeiro ou pela equipe


de enfermagem sob sua supervisão, na presença ou
ausência do profissional médico, conforme previsto no
protocolo de Suporte Básico de Vida.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
 Em alguns hospitais, não se encontra disponível o DEA,
somente o desfibrilador manual, e, nesse caso, necessita que
a equipe médica esteja disponível 24 horas, tendo em vista
que é um procedimento privativo do profissional médico e
segundo Parecer Técnico n. 0001/2012 do COREN-ES: “[…]
não é atribuição do enfermeiro o uso do desfibrilador manual
dentro do ambiente intra-hospitalar […]”.

 É essencial que a equipe de enfermagem esteja atualizada e


capacitada para a execução dos protocolos da instituição,
entendendo suas particularidades, uma vez que um bom
atendimento pode determinar a sobrevivência do paciente.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Suporte avançado de vida e cuidados pós PCR:
–Segundo Tallo e cols. (2012 apud SAKAMOTO, 2016), o
suporte avançado de vida (SAV) engloba recursos
adicionais como monitorização cardíaca, administração
de fármacos, desfibriladores, equipamentos especiais
para ventilação, marcapasso e cuidados após o retorno a
circulação espontânea.
–A desfibrilação manual é utilizada no Suporte Avançado
de Vida (SAV), em que a equipe multiprofissional está
presente, incluindo o Médico, e existe equipamento
disponível, preferencialmente desfibrilador manual
bifásico.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Suporte avançado de vida e cuidados pós PCR:
–Quando indicado, o choque inicial é aplicado de forma
única, na energia máxima do DEA ou do desfibrilador
manual disponível (360 J no aparelho monofásico ou 180
a 220 J no aparelho bifásico).
–É importante observar a diferença entre a Desfibrilação e
a Cardioversão, que eventualmente causam dúvidas
entre os profissionais. Na cardioversão elétrica, o
procedimento eletivo no qual se aplica o choque elétrico
de maneira ‘sincronizada’, ou seja, a descarga elétrica é
liberada na onda R, no período refratário da
despolarização cardíaca.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Suporte avançado de vida e cuidados pós PCR:
–É indicada no tratamento de taquiarritmias, tais como a
Fibrilação atrial (FA) flutter atrial, taquicardia paroxística
supraventricular e taquicardias com complexo largo e
com pulso. A desfibrilação elétrica é um procedimento
terapêutico que consiste na aplicação de uma corrente
elétrica contínua ‘não sincronizada’ no músculo cardíaco.
–Esse choque despolariza em conjunto todas as fibras
musculares do miocárdio, tornando possível a reversão
de arritmias graves como a TV e a FV, permitindo ao nó
sinusal retomar a geração e o controle do ritmo cardíaco.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Suporte avançado de vida e cuidados pós PCR:
– Enquanto o médico assume a responsabilidade quanto ao
desfibrilador, estabelecimento de uma via aérea avançada e
orientações sobre os medicamentos a serem administrados (dose e
frequência), a equipe de enfermagem necessita prestar assistência
de forma organizada, de acordo com cada competência:
• a) Enfermeiro: controle do carro de emergência (preparo das medicações) e
do tempo (intervalo entre as medicações e manobras de ressuscitação
cardiopulmonar);
• b) Técnico de enfermagem responsável pelo paciente: à beira leito,
administrando as medicações solicitadas pelo médico;
• c) Técnico de enfermagem auxiliar (“dupla): assistência ao médico na execução
da compressão torácica e suporte para demais atividades que se fizerem
necessárias;
• d) O fisioterapeuta realiza os cuidados com a via aérea e ventilação
(AMBU/ventilador mecânico), conforme orientação médica.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
 Os medicamentos mais utilizados na PCR:
– a) Epinefrina: vasopressor para ressuscitação, pode ser utilizada logo
após o início da PCR devido a um ritmo não chocável;
– b) Lidocaína e amiodarona: ambas são indicadas para evitar
recorrência da fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem
pulso;
– c) Difosfato de adenosina: a adenosina é recomendada como segura e
potencialmente eficaz para o tratamento e o diagnóstico inicial da
taquicardia de complexo largo monomórfica regular indiferenciada;
– d) Betabloqueadores: indicados para tratamento pós-PCR por FV ou
TVSP, pois estão relacionados com maior probabilidade de
sobrevivência. No entanto, devem ser avaliados caso a caso, pois
podem ocasionar uma grave instabilidade hemodinâmica, exacerbar a
bradiarritmia e insuficiência cardíaca. Para alguns pacientes que já
eram cardiopatas e faziam uso de Betabloqueadores antes, indica-se
manter a prescrição para melhor prognóstico.
Parada cardiorrespiratória (PCR)
 São observamos também os materiais necessários para o suporte
ventilatório, que são:
– a) Laringoscópio, com laminas de diferentes tamanhos;
– b) Ambu;
– c) Máscaras;
– d) Cânulas de Guedel;
– e) Pinça de Magill;
– f) Tubos endotraqueais;
– g) Cadarço para amarração do tubo;
– h) Seringas de 10 e 20cc, sondas para aspiração;
– i) Luvas e máscaras para EPI da equipe;
– j) Pontos de oxigênio;
– k) Ar comprimido e vácuo;
– l) Desfibrilador;
– m) Eletrocardiógrafo.
Emergências Digestivas – Trauma
abdominal
As lesões abdominais não reconhecidas são uma das
principais causas de morte nos pacientes traumatizados.
A morte pode ocorrer devido à perda intensa de sangue,
em decorrência de ferimentos nos órgãos.

As lesões abdominais podem ser causadas por


ferimentos penetrantes ou por trauma fechado. Pode
ocorrer lesão de múltiplos órgãos, nos ferimentos
penetrantes, embora isso seja menos provável nos
fermentos por arma branca que naqueles por arma de
fogo.
Emergências Digestivas – Trauma
abdominal
A compressão se dá quando os órgãos abdominais
são comprimidos entre objetos sólidos, como, por
exemplo, entre o volante e a coluna vertebral.

Forças de cisalhamento rompem órgãos sólidos


ou vasos sanguíneos na cavidade abdominal,
devido à tração exercida sobre os ligamentos de
fixação e os vasos. O fígado e o baço podem se
romper e sangrar com facilidade e a perda de
sangue pode ser rápida.
Emergências Digestivas – Trauma
abdominal
Observam-se os seguintes indicadores seguros para
suspeitar a presença de lesão abdominal:
–a) Mecanismo de lesão ou estrago no carro;
–b) Sinais externos de trauma;
–c) Choque de causa não explicada;
–d) Choque mais grave do que o explicado por outras
lesões;
–e) Presença de rigidez abdominal ou distensão.
É importante salientar que o indicador mais
confiável de sangramento intra-abdominal é a
presença de choque de origem não explicada.
Emergências Digestivas – Trauma
abdominal
Evisceração:
–A evisceração ocorre quando um segmento do
intestino ou outro órgão abdominal sai através de
um ferimento, ficando fora da cavidade abdominal.
–Não se deve tentar colocar o órgão de volta. O
conteúdo deve ser coberto com compressa estéril,
umedecida com solução fisiológica, regularmente,
para evitar o ressecamento dos órgãos expostos.
Emergências Digestivas – Trauma
abdominal
Objetos encravados:
–Um objeto encravado no abdômen nunca deve ser
mobilizado ou retirado antes que sua forma e
localização tenham sido identificadas
radiologicamente.
–Se houver sangramento à volta do objeto, deve ser
feita a pressão direta em volta do ferimento, com a
palma da mão, em torno do objeto. O abdômen não
dever ser apalpado, para que não provoque mais
laceração ou afunde ainda mais a ponta do objeto.
Emergências Digestivas – Hemorragias
digestivas
As Hemorragias Digestivas (HD) são situações
clínicas sem que há uma quantidade anormal
de sangue dentro do tubo digestivo.
Classificam-se em hemorragia digestiva alta
(HDA) e hemorragia digestiva baixa (HDB).
Emergências Digestivas – Hemorragias
digestivas
Hemorragia digestiva alta (HDA):
–Neste tipo de hemorragia ocorre o sangramento
proveniente do tubo digestivo, decorrente de lesões
localizadas entre o esôfago e o ângulo de Treitz. As
principais causas são:
•Ruptura de varizes esofagiana;
•Câncer de esôfago ou estômago;
•Ulcera péptica gastroduodenal;
•Gastrite erosiva medicamentosa.
Emergências Digestivas – Hemorragias
digestivas
Enquanto fatores de risco, observam-se: uso de
bebidas alcoólicas, politraumatismo, hepatopatia
com hipertensão porta, distúrbios de coagulação,
medicamentos (AINES, ASS e anticoagulantes).
Os principais sinais e sintomas da hemorragia
digestiva alta são observados a seguir:
–Hematêmese;
–Melena;
–Manifestações relacionadas à perda sanguínea – mucosas
decoradas, hipotensão arterial, taquicardia, sudorese,
choque hipovolêmico.
Emergências Digestivas – Hemorragias
digestivas
O tratamento da HDA é feito a partir da lavagem gástrica,
dieta zero ou líquida, manutenção do estado
hemodinâmico, administração de medicações como
ranitidina, omeprazol, somatostatina.

O tratamento endoscópico (escleroterapia ou injeção


endoscópica do polímero) é indicado nos casos preditivos
de ressangramento ou de mau prognóstico, tratamento
com o balão Sengstaken-Blakemore (utilizado quando há
falha no controle do sangramento, impossibilidade de
realizar EDA, ressecamento após 2 sessões de
escleroterapia) e tratamento cirúrgico.
Emergências Digestivas – Hemorragias
digestivas
Hemorragia digestiva baixa (HDB):
–Na HDB ocorre sangramento proveniente do trato
intestinal distal ao ângulo de Treitz. Exterioriza-se por
melena e/ou hematoquesia. Observam-se para este
tipo de hemorragia observam-se as principais causas:
•Sangramento do intestino grosso;
•Pólipos em cólon; Hemorroidas;
•Doenças inflamatórias intestinais;
•Ulceras ou lacerações (reto ou ânus);
•Câncer de cólon;
•Colite isquêmica.
Emergências Digestivas – Hemorragias
digestivas
 Para a assistência de enfermagem nos sangramentos gerais com sinais
de choque são observados os seguintes procedimentos:
– Oferecer oxigênio por cateter nasal;
– Instalar 2 acessos venosos de grosso calibre;
– Iniciar reposição volêmica;
– Conforme rotina da instituição, colher sangue para prova cruzada, hemograma
e etc.;
– Realizar sondagem vesical de demora e monitorar diurese;
– Monitorar balanço hídrico;
– Manter dieta zero;
– Realizar lavagem intestinal até retorno limpo;
– Aferir sinais vitais rigorosamente.
– Se houver indicação realizar a sondagem gástrica e lavagem gástrica,
observando o aspecto da drenagem;
– Proporcionar acomodação segura e confortável para os pacientes;
– Anotar todos os procedimentos que serão realizados no paciente e comunicá-lo
previamente.
Emergências do Sistema Tegumentar e
Musculoesquelético
As emergências do sistema tegumentar e
musculoesquelético são aquelas advindas de
ferimentos, traumas musculoesqueléticos,
fraturas e luxações, contusão e distensão, e
queimaduras.
Ferimentos
São qualquer rompimento de tecidos como mucosas ou
pele que resultam de uma agressão contra determinado
segmento, podendo ser por agressão física, química ou
biológica. Constituem ameaças por causar uma abertura
nos tecidos, colocando em contato o meio externo com o
interno, aumentando o risco de infecções e sangramentos.
Tipos:
– Laceração: ruptura da pele com bordas irregulares, causadas por
instrumento grosseiros.
– Avulsão: tecidos desprendidos das estruturas de sustentação.
– Abrasão: pele desnuda, queimadura por fricção da pele contra
superfícies rígidas.
Ferimentos
 Tipos:
– Laceração: ruptura da pele com bordas irregulares, causadas por
instrumento grosseiros.
– Avulsão: tecidos desprendidos das estruturas de sustentação.
– Abrasão: pele desnuda, queimadura por fricção da pele contra
superfícies rígidas.
– Contusão: sangue preso sob a superfície da pele, causado por impacto
de um objeto rombudo de encontro ao corpo.
– Hematoma: massa de sangue semelhante a um tumor presa sob a pele.
– Perfuração: incisão da pele com bordas bem definidas, geralmente
causadas por instrumentos pontiagudos.
– Cortes ou incisões: Incisão da pele com bordas bem definidas,
geralmente mais longa que funda.
– Moldada: feridas apresentando o contorno de um objeto que causou
(volante de carro).
Trauma musculoesquelético
 As lesões de extremidades, embora comuns nos
traumatizados, raramente apresentam riscos de vida, apenas
quando o paciente apresenta perda de sangue significativa
por conta desta lesão.
 O trauma musculoesquelético pode ser classificado em três
principais tipos: trauma isolado sem risco de vida, trauma
sem risco de vida, mas associado a trauma multissistêmico
com risco de vida, e lesões musculoesqueléticas com risco de
vida (fratura de bacia, fêmur- risco de vida pela perda
sanguínea).
 As lesões de extremidades resultam em dois problemas que
exigem tratamento ainda no atendimento pré-hospitalar: a
hemorragia e as instabilidades.
Hemorragias
A hemorragia é o extravasamento de sangue
de dentro dos vasos através de uma lesão que
ocasionou ruptura dos vasos. O sangue
vermelho escuro flui de capilares venosos, e o
vermelho vivo com fluxo pulsante é
proveniente de uma arteira.
A velocidade de sangue perdida e a velocidade
da sua perda determinarão a capacidade de o
paciente compensar a perda ou entrar em
choque.
Hemorragias
Controle de hemorragias externas:
–O tratamento das hemorragias externas envolve a
aplicação de pressão direta firme nas artérias
envolvida em um ponto que seja proximal à ferida.
Muitos sangramentos podem ser estancados por
pressão direta.
–É importante observar que um torniquete é aplicado
em uma extremidade unicamente como último
recurso em casos em que a hemorragia externa não
possa ser controlada de nenhum outro modo e uma
cirurgia imediata não seja possível (BRUNNER, 2009).
Hemorragias
Controle de hemorragias internas:
–Se o paciente não apresentar nenhum sinal visível
de sangramento, mas apresentar taquicardia,
hipotensão, sede, ansiedade, pelo fria e úmida,
suspeita-se de hemorragia interna. Geralmente se
administra o concentrado de hemácia para
reposição sanguínea e prepara-se o paciente para o
tratamento definitivo (cirurgia ou terapia
farmacológica).
Instabilidade/fraturas e luxações
As duas lesões que causam instabilidade de osso ou
articulação são as fraturas e as luxações:
Fraturas:
–Denominam-se fraturas a interrupção na continuidade de um
osso, sendo definida de acordo com o seu tipo e extensão. As
fraturas acontecem quando o osso recebe um impacto maior
do que aquele que pode receber. A lesão das estruturas pode
ocorrer pela força que ocasionou a fratura ou pelo
movimento das extremidades pontiagudas do osso fraturado,
podendo lesar vasos sanguíneos, causando hemorragias
interna ou externa, além de lesar o tecido muscular e os
nervos.
Instabilidade/fraturas e luxações
Tipos de fraturas :
– Fratura completa: envolve uma ruptura em todo o perímetro do
osso;
– Fratura incompleta: ruptura apenas em parte do perímetro do
osso;
– Fratura cominutiva: produz vários fragmentos ósseos;
– Fratura fechada: também conhecida como simples é aquela que
não causa ruptura da pele;
– Fratura aberta: também chamada de composta ou complexa, é
aquela em que a ferida na pele em torno dela se estende até o
osso fraturado;
– Fraturas compressivas: o osso foi corrompido até ocorrer, de fato,
a fratura;
Instabilidade/fraturas e luxações
Tipos de fraturas:
– Fratura depressiva: os fragmentos dos ossos são empurrados
para dentro;
– Fratura epifisária: fratura que atinge a extremidade do osso;
– Fratura em galho verde: é aquela que um lado do osso é
quebrado e o outro se inclina;
– Fratura impactada: o fragmento ósseo é empurrado contra o
outro fragmento e penetra nele;
– Oblíqua: forma um ângulo através do osso;
– Fratura patológica: ocorre numa área de osso doente;
– Fratura espiral: contorna a diáfise;
– Fratura transversal: é transversal ao osso.
Instabilidade/fraturas e luxações
Tipos de fraturas:
Instabilidade/fraturas e luxações
Os principais sinais e sintomas são a dor, a perda da
função, deformidade, encurtamento de extremidade,
crepitação, edema e mudança de cor. As formas de
tratamento podem ser:
Tratamento emergencial:
– Sempre que se suspeitar de uma fratura, é necessário que se
realize a imobilização. Durante este procedimento, deve-se
segurar a extremidade distal e a proximal ao local fraturado,
para evitar os movimentos de rotação e angular do membro
afetado. Nas fraturas abertas, as feridas devem ser cobertas com
compressa estéril, para evitar contaminações dos tecidos mais
profundos. Não se deve, em hipótese alguma, tentar reduzir a
fratura.
Instabilidade/fraturas e luxações
Tratamento médico:
–O tratamento médico inclui redução, imobilização e
recuperação da função normal do membro afetado.
Redução:
–É a restauração dos fragmentos da fratura ao alinhamento
e à rotação anatômica. Pode ser usada rotação aberta – os
fragmentos de algumas fraturas são reduzidos por
abordagem cirúrgica, colocando-se dispositivos de fixação,
como por exemplo: pinos metálicos, fios, parafusos, placas,
pregos e hastes. Na redução fechada: os ossos são
colocados em justaposição (extremidades em contato), é
realizada por manipulação ou tração manual.
Instabilidade/fraturas e luxações
Imobilização:
– A imobilização pode ser feita por fixação interna (talas internas e
implantes metálicos) ou externa (bandagens, gesso, talas, tração
contínua e fixadores externos). Os fragmentos ósseos devem ser
imobilizados e mantidos em posição e alinhamento correto, até
que haja a consolidação total do osso.
Assistência de enfermagem:
– Remover joias e relógios, para que não prejudique a circulação;
– Atentar para as queixas do paciente;
– Observar sempre a perfusão do membro imobilizado;
– Posicionar o paciente de forma correta e confortável;
– Estar atento a sinais e sintomas de complicações;
Instabilidade/fraturas e luxações
 Assistência de enfermagem:
– Depois da imobilização, considerar a elevação do membro para
diminuição do edema;
– Em caso de fratura com grande perda sanguínea, realizar a reposição
volêmica;
– Administrar medicações prescritas (analgésicos, antibióticos).

 Atenção: em cada foco de fratura pode haver sangramento


importante devido a laceração de vasos ou pela lesão dos
músculos próximos ao local da fratura. Por exemplo, pode
ocorrer perda de 1000 a 2000 ml de sangue por coxa
fraturada. Outro local em que pode haver grande perda
sanguínea é a fratura da bacia.
Luxações
É a separação dos dois ossos de uma articulação, causada
por uma ruptura significativa dos ligamentos. Os ossos se
apresentam literalmente “desconjuntados”, criando uma
área de instabilidade óssea, fazendo-se necessária a
imobilização. Os indivíduos que já tiveram luxações
possuem ligamentos mais frouxos e podem estar
propensos a luxações mais frequentes, a menos que o
problema seja corrigido cirurgicamente.
As luxações podem ser congênitas (presente no
nascimento, como, por exemplo: luxação no quadril),
espontâneas ou patológicas (doença de estrutura articular)
e traumáticas (a articulação é rompida por uma força).
Luxações
Sinais e sintomas:
–Dor aguda;
–Alterações no contorno das articulações:
–E comprimento da extremidade, perda da mobilidade normal e
alterações no eixo dos ossos em luxação.
Tratamento:
–No hospital, o médico realiza a redução manual e imobiliza com
tala, gesso ou bandagens para preservar a função articular.
Utilizam-se analgésicos, anestésicos e relaxantes musculares para
diminuição da dor.
–É importante salientar que as luxações são emergências
ortopédicas, porque os nervos associados à estrutura, o
suprimento sanguíneo e estruturas articulares podem estar
comprometidos, podendo levar à necrose vascular.
Luxações
Assistência de enfermagem:
–Manter a imobilização do membro;
–Atentar para queixas do paciente;
–Promover conforto ao paciente;
–Preparar e informar ao paciente sobre a redução da
luxação;
–Preparar materiais para a redução;
–Administrar medicações prescritas.
Entorse
Trata-se de uma lesão em
que os ligamentos e fibras
musculares de sustentação
que circundam uma
articulação são estirados
ou até lacerados. Este
ligamento rompido perde
sua capacidade de
estabilização. As entorses,
são causadas por torção ou
puxão violento.
Entorse
Enquanto sinais e sintomas, observa-se a ruptura de
vasos sanguíneos, formando hematomas, edemas,
tornando a articulação muito sensível ao toque e ao
movimento. As entorses se classificam em:
– I grau: há ruptura de apenas algumas fibras de ligamento. Há
edema leve, hipersensibilidade e dor ao mover a articulação.
– II grau: há ruptura de mais fibras. Há um grau maior de
edema, instabilidade articular e perda parcial da função
articular.
– III grau: o ligamento se rompe totalmente: há dor interna,
movimento articular anormal, hipersensibilidade grave,
edema aumentado.
Entorse
Para o tratamento, se observa a utilização do
acrônimo RICE, para que não se esqueça da
conduta terapêutica:
–R (repouso);
–I (Ice, gelo em inglês);
–C (compressão);
–E (elevação do membro).
No que diz respeito à assistência de enfermagem,
estava deverá ser baseada na implantação do
tratamento, seguindo o protocolo para entorse.
Amputação
Em casos de amputação por acidente, a parte do
corpo é totalmente separada de um membro,
ficando sem irrigação sanguínea e, por conseguinte,
sem oxigenação e nutrição. Se não for prestado o
atendimento correto, esta parte do pode ter morte
celular (necrose) e não pode ser mais implantada.
A avulsão é a laceração e desprendimento de
partes moles. No início, o sangramento pode ser
volumoso, entretanto, o mecanismo de defesa do
corpo faz com que os vãos do local lesado se
contraiam.
Amputação
Princípios do atendimento para a parte amputada:
– A parte amputada deve ser limpa cuidadosamente com
solução de ringer lactato;
– Deve ser envolvido com compressas estéril umedecida com
solução de ringer lactato e colocar no saco plástico ou numa
caixa;
– Deve-se identificar o saco e colocá-lo em um recipiente com
gelo triturado;
– Não se deve colocar gelo diretamente na parte amputada.
Quanto mais tempo a amputação fica sem
oxigenação, menor é a probabilidade de ser
reimplantada.
Contusão e Distensão
A contusão é produzida por força não penetrante,
causada por uma pancada ou queda, ocasionando
uma lesão dos tecidos moles. Ocorre rompimento de
pequenos vasos sanguíneos, levando à formação de
hematoma.
A distensão é um estiramento ou ruptura do músculo
ou tendão, causado por esforço ou estresse excessivo.
A contusão quanto a distensão têm como sinais e
sintomas a dor, o edema e a mudança de cor. Assim
como na entorse, observa-se o RICE como forma de
tratamento.
Queimaduras
A queimadura é observada enquanto um
trauma de origem térmica nos tecidos
orgânicos, que resulta em dor e ansiedade. As
lesões de queimadura não se restringem
apenas à pele.
As grandes queimaduras podem causar lesões
extensas e multissistêmicas, podendo provocar
lesões com risco de vida, pois podem afetar
indiretamente o rim, o coração, o trato
gastrointestinal e o sistema imune da vítima.
Queimaduras
As queimaduras têm como causas:
– Agentes térmicos: causados por vapor úmido, valor líquido,
calor, objetos e produtos aquecidos, água quente, chama, etc.;
– Agentes químicos: temos vários produtos capazes de produzir
queimaduras químicas. As lesões são resultados de exposição
prolongada e podem ser agravadas enquanto a substância
permanece na pele. Ex.: potássio, bário e hidróxido de sódio;
– Eletricidade: as queimaduras por corrente elétrica só
devastadoras. A lesão aparente pode não refletir com exatidão
a lesão causada;
– De raios-X, raios ultravioleta, nucleares, etc.;
– Agentes biológicos: animais (lagarta-de-fogo, água-viva,
medusa, etc.) e vegetais (o látex de certas plantas, urtiga, etc.).
Queimaduras
Manifestações clínicas:
–Destruição dos tecidos: depende do fator que causou e d
intensidade da exposição;
–Dor: na queimadura, milhares de filetes nervosos ficam
expostos e a passagem do ar por estes ambientes causam
dor. Nas queimaduras mais profundas, esta dor tende a
diminuir devido à destruição total dessas terminações;
–Perda local de líquido: dá-se a vasodilatação e o aumento da
permeabilidade capilar, causadas pelo calor que leva à
passagem de plasma para os tecidos ao redor;
–Infecção: a intensa destruição dos tecidos favorece a
migração de micro-organismos para as lesões e até mesmo
para a corrente sanguínea.
Queimaduras
 Fisiopatologia:
– As principais alterações fisiológicas que ocorrem num processo de
queimadura são: aumento de permeabilidade capilar e edema; flictenas
e edemas generalizados ocorrem devido ao excesso de líquido intersticial
que sai da queimadura.
– A lesão térmica determina a exposição do colágeno no tecido afetado,
levando à liberação de histamina. A histamina, juntamente com outras
cininas liberam prostaglandinas.
– Todos esses mediadores inflamatórios aumentam a permeabilidade
capilar aos líquidos com consequente edema. Este acúmulo de líquido
pode, muitas vezes, pode comprometer a circulação sanguínea dos
membros.
– As queimaduras se classificam quanto à profundidade em primeiro,
segundo e terceiro graus, e quanto à extensão em pequeno, médio e
grande queimado, conforme se observará a seguir.
Queimaduras
Profundidade da queimadura
Queimaduras
De primeiro grau:
– As queimaduras de primeiro grau afetam apenas a epiderme,
que é a camada mais externa da pele. São avermelhadas e
dolorosas, como, por exemplo, a queimadura solar.
De segundo grau:
– Envolve a epiderme e a derme, apresenta pele avermelhada e
com bolhas (flictenas), além de dor severa.
De terceiro grau:
– Acomete a totalidade das camadas da pele, ossos, músculos,
nervos e vasos. O paciente apresenta pouca ou nenhuma dor. A
queimadura se aparenta cor branca, amarela ou marrom, não
cicatriza espontaneamente e necessita de enxerto.
Queimaduras
 A extensão da queimadura é determinada por meio da avaliação da
porcentagem da superfície corporal que sofreu a queimadura. Este
sistema atribui porcentagem em múltiplos de nove . Esta estimativa
é necessária para que se realize o tratamento e a reposição volêmica
correta e evite complicações associadas ao choque hipovolêmico.
Queimaduras
Pequeno queimado:
– Queimaduras de primeiro grau em qualquer extensão e/ou
de segundo grau com área corporal atingida até 5% em
crianças menores de 12 anos e 10% em maiores de 12 anos.
Médio queimado:
– Queimaduras de segundo grau, com área corporal atingida
entre 5% a 15% em menores de 12 anos e 10% e 20% em
maiores de 12 anos, ou de terceiro grau, com até 10% da
área corporal atingida em adultos, quando não envolver face
ou mão ou períneo ou pé, e menor que 5% nos menores de
12 anos ou qualquer queimadura de segundo grau
envolvendo mão ou pé ou face ou pescoço ou axila.
Queimaduras
Grande queimado:
–Queimaduras de segundo grau, com área corpora
atingida maior do que 15% em menores de 12 anos
ou maior de 20% em maiores de 12 anos, ou
queimaduras de terceiro grau, com mais de 10% da
área corporal atingida no adulto e maior que 5% nos
menores de 12 anos, ou queimaduras no períneo ou
por corrente elétrica, ou de mão ou pé ou face ou
pescoço ou axila, que tenha terceiro grau.
Queimaduras
Indicação de internação hospitalar:
–Lesão por inalação;
–Queimadura de terceiro grau em qualquer grupo etário;
–Queimadura de face, mãos, pés, genitália e região perineal;
–Queimadura elétrica;
–Intoxicação por fumaça;
–Lesões de via aéreas;
–Lesões de terceiro grau, atingindo mias de 10% da SCQ
adulto e 5% em crianças;
–Lesões de segundo grau, atingindo área superior a 20%
adulto e 10% em crianças.
Queimaduras
Princípios básicos para o atendimento à
vítima de queimadura:
–Avaliação do comprometimento das vias áreas;
–Estabilidade hemodinâmica;
–Controle rigoroso do balanço hidroeletrolítico.
Queimaduras
Assistência de enfermagem:
–Como toda a vítima de trauma, segue-se o protocolo do
trauma ACB, observando-se:
–Fazer a abordagem das vias áreas, aferindo a frequência
respiratória, atentando para queimaduras de pelos nasais,
cílios e sobrancelhas, tosse ou rouquidão;
–Administrar O2 conforme prescrição e, se necessário,
preparar o material para intubação;
–Manter acessos venosos calibrosos e seguros;
–Atentar para sinais de confusão mental, cianose perilabial,
agitação psicomotora, bem como sinais de instabilidade
hemodinâmicas;
Queimaduras
 Assistência de enfermagem:
– Remover roupas de formas delicada;
– Controlar a hipotermia;
– Determinar a extensão da lesão, o que ocasionou e profundidade;
– Realizar sondagem vesical nos pacientes graves e aqueles que tiverem
lesão de genitais;
– Monitorar rigorosamente o balanço hídrico;
– Controlar a dor administrando medicações prescritas;
– Caso necessário, realizar sondagem gástrica;
– Informar ao paciente todos os procedimentos que serão realizados;
– Tratar a queimadura conforme protocolo do serviço;
– Realizar a profilaxia antitetânica;
– Oferecer apoio psicológico;
– Auxiliar no cuidado às feridas;
– Aferir SSVV.
Queimaduras
Complicações das queimaduras:
–Alterações no sistema respiratório:
–Alterações no sistema gastrointestinais;
–Lesão renal;
–Infecções locais podendo evoluir para septicemia;
–Sequelas funcionais e estéticas que prejudicam a
autoestima do paciente;
–Choque.

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