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MATERIAL COMPLEMENTAR

Fisioterapia Neurofuncional

Profa. Ma. Kelly Sanches


Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: AVC

Fases clínicas:
 Aguda (flácida).
 Transição.
 Crônica (hipertônica).

 A intervenção fisioterapêutica deve ser precoce, assim que houver estabilidade clínica e
dependerá da fase de evolução do AVC.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: AVC

Objetivos da fase flácida:


 Normalizar o tônus muscular (aumentar).
 Estimular o retorno do movimento voluntário.
 Estimular a aquisição do controle de tronco e ajustes posturais.
 Estimular a sensibilidade superficial e profunda.
 Estimular as trocas posturais e transferências.
 Evitar as complicações vasculares e respiratórias.
 Evitar a subluxação de ombro.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: AVC

Condutas terapêuticas:
 Exercícios de mobilização passiva e ativa assistida combinados à estimulação sensorial (tátil,
pressão e propriocepção).
 Estimulação sensorial superficial e profunda com a utilização de objetos
de texturas diferentes.
 Facilitação das trocas posturais e transferências com estimulação dos ajustes posturais
estáticos e dinâmicos.
 Orientação ao cuidador e ao paciente sobre posicionamento nos decúbitos e prevenção das
complicações no complexo articular do ombro.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: AVC

Fig. 7
Fig. 16

Fonte: Alexandre et al. (2000, p. 165-73).


Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: AVC

Fonte: Alexandre et al.


Fig. 3
(2000, p. 165-73).

Ilustração da imobilização durante a


intervenção
Fonte: Vaz et al. (2008, p. 298-303).
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: AVC

Objetivos terapêuticos da fase espástica:


 Normalizar o tônus muscular (diminuir).
 Estimular a aquisição da motricidade voluntária.
 Ganhar força muscular nos músculos paréticos e antagonistas aos espásticos.
 Estimular os ajustes posturais e reações de equilíbrio, em especial no tronco.
 Melhorar o equilíbrio nas posturas altas e marcha.
 Minimizar os encurtamentos musculares e prevenir deformidades.
 Incentivar a independência para a realização das AVDS.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: AVC

Condutas terapêuticas da fase espástica:


 Exercícios de alongamento lento para redução da hipertonia espástica.
 Exercícios de fortalecimento muscular para músculos paréticos e antagonistas
aos espásticos.
 Recrutamento das posturas neuroevolutivas para estimular os ajustes posturais
compensatórios e antecipatórios.
 Eletroterapia: FES.
 Crioterapia: redução momentânea da espasticidade.
 Terapia do espelho, restrição e indução de movimento.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: AVC

Fonte: Medeiros et al. (2014, p. 264-270).

Ilustração da imobilização durante a


intervenção
Fonte: Vaz et al. (2008, p. 298-303).
Interatividade

A abordagem fisioterapêutica em pacientes após um acidente vascular cerebral contribui para


melhora de vida dessas pessoas. Sobre os recursos terapêuticos nessa condição clínica é
possível afirmar:

a) Os exercícios para a redução da espasticidade devem incluir o alongamento passivo rápido


dos músculos espásticos.
b) Durante a fase flácida, exercícios resistidos devem ser evitados para não resultar em
aumento da espasticidade.
c) A crioterapia contribui para a redução momentânea da espasticidade.
d) O controle de tronco está comprometido somente
durante a fase flácida.
e) A terapia de restrição e indução do movimento deve ser
utilizada somente para pacientes pós-acidente
vascular cerebral.
Resposta

A abordagem fisioterapêutica em pacientes após um acidente vascular cerebral contribui para


melhora de vida dessas pessoas. Sobre os recursos terapêuticos nessa condição clínica é
possível afirmar:

a) Os exercícios para a redução da espasticidade devem incluir o alongamento passivo rápido


dos músculos espásticos.
b) Durante a fase flácida, exercícios resistidos devem ser evitados para não resultar em
aumento da espasticidade.
c) A crioterapia contribui para a redução momentânea da espasticidade.
d) O controle de tronco está comprometido somente
durante a fase flácida.
e) A terapia de restrição e indução do movimento deve ser
utilizada somente para pacientes pós-acidente
vascular cerebral.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: lesão medular

Fases de evolução clínica:


 Fase aguda (choque medular).
 Fase de retorno da atividade reflexa medular.
 Fase crônica (lesão completa ou incompleta).

Escala da ASIA: determinação do nível neurológico.

Classificação do comprometimento motor: tetraplegia ou paraplegia (lesões abaixo de T1).


Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: lesão medular

Quadro 1 – Classificação dos pacientes baseada no


quadro neurológico de acordo com Frankel.

CLASSIFICAÇÃO DE FRANKEL
A – Ausência de função motora ou sensitiva abaixo
da lesão
B – Ausência de função motora, com algum grau de
sensibilidade preservada abaixo da lesão
C – Algum grau de função motora, mas sem utilidade
Fonte: American Spinal Injury Association, 1992.
prática
D – Função motora útil abaixo da lesão
E – Função sensitiva e motora normais, podendo
ocorrer alteração dos reflexos
Fonte: adaptado de: Mattana et al. (2011, p. 424-30).
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: lesão medular

Objetivos e condutas terapêuticas:


 Minimizar os efeitos deletérios do repouso prolongado no leito.
 Manter a função respiratória.
 Prevenir complicações como TVP e úlceras de decúbito.
 Prevenir complicações como hipotensão postural.
 Manter função motora acima do nível de lesão.
 Manter a ADM.
 Estimular as transferências e orientar adequação postural na cadeira de rodas.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: lesão medular

Fonte: Gianini et al. (2006, p. 44-47).


Interatividade

A lesão traumática medular é uma das causas mais frequentes na população jovem com
resultados devastadores na vida de seu portador e sua família. Sobre o trauma raquimedular e
a intervenção fisioterapêutica é possível afirmar:

a) A fisioterapia é indicada apenas na fase crônica da lesão.


b) No choque medular, a fisioterapia auxilia na prevenção e no tratamento das consequências
da síndrome do imobilismo.
c) As úlceras de decúbito podem ser desenvolvidas somente na fase aguda da lesão.
d) A utilização da prancha ortostática é indicada somente na fase crônica.
e) Os exercícios de fortalecimento aos músculos preservados
após a lesão medular devem ser iniciados somente após a
resolução da fase de choque medular.
Resposta

A lesão traumática medular é uma das causas mais frequentes na população jovem com
resultados devastadores na vida de seu portador e sua família. Sobre o trauma raquimedular e
a intervenção fisioterapêutica é possível afirmar:

a) A fisioterapia é indicada apenas na fase crônica da lesão.


b) No choque medular, a fisioterapia auxilia na prevenção e no tratamento das consequências
da síndrome do imobilismo.
c) As úlceras de decúbito podem ser desenvolvidas somente na fase aguda da lesão.
d) A utilização da prancha ortostática é indicada somente na fase crônica.
e) Os exercícios de fortalecimento aos músculos preservados
após a lesão medular devem ser iniciados somente após a
resolução da fase de choque medular.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: Doença de Parkinson

Características clínicas: Tabela 1 – Sintomas e sinais não motores associados


 Bradicinesia/acinesia. à doença de Parkinson
 Rigidez muscular (hipertonia plástica). Principais sintomas não motores da doença de Parkinson
 Tremor de repouso. • Depressão
 Instabilidade postural. • Demência
 Fraqueza e encurtamentos musculares. • Ansiedade
• Alucinações, ilusões, psicose
 Risco progressivo de quedas. • Perda de peso
 Complicações respiratórias. • Transtornos do sono
• Disfunção autonômica
• Disfunção sexual
• Apatia
Fonte: adaptado de: Melo et al. (2007, p. 176-183).
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: Doença de Parkinson
Anexo I. Escala de Estadiamento de Hoehn & Yahr
 Escala de Hoehn e Yahr: estágios da DP. (1967) modificada 10.
Nome:_____________________________I:_____________
Neurologista______________________________________
Data:____/_____/____
ESTÁGIOS SINAIS
Estágio 0 Sem sinais da doença.
Estágio 1 Doença unilateral.
Estágio 1,5 Acometimento unilateral mais axial.
Estágio 2 Doença bilateral, sem comprometimento
dos reflexos posturais.
Estágio 2,5 Doença bilateral leve, com recuperação nos
testes de reflexos posturais.
Estágio 3 Doença bilateral de leve a moderada. Há
instabilidade postural, independente das
atividades diárias.
Fonte: adaptado de: Estágio 4 Alto grau de incapacitação; ainda consegue
Gasparim et al. (2011, p. andar ou ficar em pé com auxílio.
181-188).
Estágio 5 Confinado à cama ou à cadeira de rodas, a
menos que ajudado.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: Doença de Parkinson

HY Abordagem Fisioterapêutica

Apoio ao autocuidado/ Prevenir a inatividade e o


1
medo de cair

Manter transferências, equilíbrio, atividades


2-4
manuais e marcha

Manter a função respiratória, prevenir úlceras de


5
decúbito e contraturas
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: Doença de Parkinson

Objetivos e condutas fisioterapêuticas:


 Exercícios ativos visando ao fortalecimento, ao alongamento e ao equilíbrio.
 Treino das atividades funcionais: utilização de pistas visuais, auditivas e exercícios
de dupla tarefa.
 Treino de marcha: auxílio de pistas visuais, auditivas, circuitos e comando
verbal do terapeuta.
 Recursos terapêuticos: hidroterapia, dança sênior, realidade virtual.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: Doença de Parkinson

Fonte: Gomes et al. (2019, p. 456-463).


Interatividade

A fisioterapia colabora para a melhora de vida das pessoas portadoras da Doença de


Parkinson, uma das principais doenças degenerativas do Sistema Nervoso Central. Sobre essa
intervenção é possível afirmar:

a) A abordagem fisioterapêutica nos parkinsonianos é focada no sintoma motor do tremor.


b) A bradicinesia e a rigidez favorecem a realização de movimentos voluntários automáticos
de forma lenta e menor amplitude.
c) Os exercícios de equilíbrio devem ser solicitados desde o início dos sintomas motores, uma
vez que a instabilidade postural é a principal característica da fase inicial da doença.
d) A demência é um sintoma presente em todos os pacientes e
a fisioterapia deve solicitar exercícios cognitivos.
e) Para a rigidez muscular são indicados exercícios de
alongamento muscular lento.
Resposta

A fisioterapia colabora para a melhora de vida das pessoas portadoras da Doença de


Parkinson, uma das principais doenças degenerativas do Sistema Nervoso Central. Sobre essa
intervenção é possível afirmar:

a) A abordagem fisioterapêutica nos parkinsonianos é focada no sintoma motor do tremor.


b) A bradicinesia e a rigidez favorecem a realização de movimentos voluntários automáticos
de forma lenta e menor amplitude.
c) Os exercícios de equilíbrio devem ser solicitados desde o início dos sintomas motores, uma
vez que a instabilidade postural é a principal característica da fase inicial da doença.
d) A demência é um sintoma presente em todos os pacientes e
a fisioterapia deve solicitar exercícios cognitivos.
e) Para a rigidez muscular são indicados exercícios de
alongamento muscular lento.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: polineuropatias e lesões
periféricas
Características clínicas:
 Manifestações sensitivas com distribuição na forma “bota e luva”.
 Manifestações autonômicas.
 Manifestações motoras: fraqueza e hipotrofismo muscular de distribuição simétrica e
predominantemente distal.
 Comprometimento do equilíbrio e coordenação motora.
 Variabilidade na etiologia e progressão do quadro.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: polineuropatias e lesões
periféricas
Objetivos e condutas terapêuticas:
 Manutenção da ADM: mobilização e prescrição de talas e órtese de posicionamento.
 Exercícios de fortalecimento muscular.
 Exercícios de estimulação sensorial superficial e profunda.
 Exercícios respiratórios.
 Exercícios de equilíbrio: solicitação das trocas posturais e treino de marcha.
 Exercícios de coordenação motora voltados para as atividades funcionais.
 Orientações gerais para prevenção de úlceras de pressão com relação ao
vestuário, higiene, AVDS.
 Orientações e exercícios para evitar fadiga.
Aspectos práticos da Fisioterapia Neurofuncional: polineuropatias e lesões
periféricas
 Eletroterapia: FES deve ser analisado de acordo com o tipo e o prognóstico da lesão
periférica.

Fig 1. Suporte para posicionamento de antebraço e mão


Fonte: adaptado de: Ecard et al. (2007, p. 642-646).
Interatividade

O sistema nervoso periférico pode ser envolvido em diferentes condições clínicas que podem
comprometer a independência funcional dos pacientes. Sobre a intervenção fisioterapêutica
nas polineuropatias e nas lesões periféricas, podemos afirmar:

a) A eletroterapia é o principal recurso fisioterapêutico utilizado nas lesões nervosas


periféricas.
b) Exercícios resistidos são contraindicados em pacientes com lesões nervosas periféricas
devido ao sintoma da fadiga.
c) Exercícios de equilíbrio podem ser realizados durante o treino da marcha.
d) A utilização de gelo auxilia na terapia para a diminuição do
tônus nessas doenças.
e) A hidroterapia está contraindicada para as polineuropatias
devido à fadiga.
Resposta

O sistema nervoso periférico pode ser envolvido em diferentes condições clínicas que podem
comprometer a independência funcional dos pacientes. Sobre a intervenção fisioterapêutica
nas polineuropatias e nas lesões periféricas, podemos afirmar:

a) A eletroterapia é o principal recurso fisioterapêutico utilizado nas lesões nervosas


periféricas.
b) Exercícios resistidos são contraindicados em pacientes com lesões nervosas periféricas
devido ao sintoma da fadiga.
c) Exercícios de equilíbrio podem ser realizados durante o treino da marcha.
d) A utilização de gelo auxilia na terapia para a diminuição do
tônus nessas doenças.
e) A hidroterapia está contraindicada para as polineuropatias
devido à fadiga.
Referências

 ALEXANDRE, N. M. C.; ROGANTE, M. M. Movimentação e Transferência de Pacientes:


Aspectos posturais e ergonômicos. Revista Esc. Enf. USP, v. 34, n. 2, p. 165-73, jun. 2000.
 ECARD, L.; SILVA, A. P. S.; NETO, M. P.; VEIGA, H.; CAGY, M.; PIEDADE, R.; RIBEIRO, P.
Os efeitos da estimulação elétrica funcional na assimetria cortical inter-hemisférica. Arq.
Neuropsiquiatr, 2007; 65 (3-A), p. 642-646.
 GASPARIM, A. Z.; JURKIEWICS, A. L.; MARQUES, J. M.; SANTOS, R. S.; MARCELINO, P.
C. O.; JUNIOR, F. H. Deglutição e Tosse nos diferentes graus da Doença de Parkinson. Arq.
Int. Otorhinolaryngol, São Paulo, Brasil, v. 15; n. 2, p. 181-188. Abr/Mai/Jun. 2011.
 GIANINI, P. E. S.; CHAMLIAN, T. R.; ARAKAKI, J. C. Dor no ombro em pacientes com lesão
medular. Acta Ortop. Bras. 14 (1), 2006, p. 44-47.
 GOMES, T. T.; SCHUJMANN, D. S.; FU, C. Reabilitação com
uso de realidade virtual: atividade física para pacientes
admitidos na unidade de terapia intensiva. Revista Bras. Ter.
Intensiva. 2019; 31 (4): 456-463.
Referências

 MATTANA, J. L.; FREITAS, R. R.; MELLO, G. J. P.; NETO, M. A.; FILHO, F.; FERREIRA, C.
B.; NOVAES, C. Estudo da Aplicabilidade do Escore de Tokuhashi Modificado nos Pacientes
tratados cirurgicamente de metástases vertebrais. Revista Bras. Ortop. 2011; 46 (4): 424-30.
 MEDEIROS, C. S. P.; FERNANDES, S. G. G.; LOPES, J. M.; CACHO, E. W. A.; CACHO, R.
O. Efeito da terapia de espelho por meio de atividades funcionais e padrões motores na
função do membro superior após o acidente vascular encefálico. Fisioterapia. Pesquisa.
2014; 21 (3):p.264-270.
 MELO, L. M.; BARBOSA, E. R.; CARAMELLI, P. Declínio cognitivo e demência associados à
Doença de Parkinson. Características clínicas e tratamento. Revista Psiq. Clín. 34 (4); p.
176-183, 2007.
Referências

 NEVES, M. A. O.; MELLO, M. P.; ANTONIOLI, R. S.; FREITAS, M. R. G. Escalas clínicas e


funcionais no gerenciamento de indivíduos com lesões traumáticas da medula espinal.
Revista Neurociências, 2007; 15/3: 234-239.
 VAZ, D. V.; ALVARENGA, R. F.; MANCINI, M. C.; PINTO, T. P. S.; FURTADO, S. R. C.;
TIRADO, M. G. A. Terapia de movimento induzido pela restrição na hemiplegia: um estudo
de caso único. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v. 15, n. 3, p. 298-303, jul/set. 2008.
ATÉ A PRÓXIMA!

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