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Cuurrssoo ddee A
Atteennddiim
meennttoo PPrréé H
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TRAUMATISMOS DE EXTREMIDADES

OBJETIVOS:

Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a:

1. Conceituar fratura, luxação e entorse, citando suas causas bem como


enumerar 4 sinais ou sintomas que identificam tais lesões;
2. Reconhecer as condições que ameaçam a vida de vítimas com trauma de
extremidades
3. Citar duas razões para a imobilização provisória;
4. Reconhecer os imobilizadores e suas formas de utilização de acordo com o
tipo de lesão;
5. Demonstrar através de uma simulação, os passos para imobilizar fraturas em
extremidades superiores/inferiores e na pelve.
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CAUSAS GERAIS DE TRAUMATISMOS MÚSCULO-


ESQUELÉTICOS

1. Trauma direto: A lesão pode ocorrer no local do impacto ou diferente do seu


ponto de origem;

2. Forças de torção: O segmento ósseo ou articulação é exposto a uma força


contrária lesando o(s) tecido(s);

3. Espasmos musculares: contração violenta do músculo produzindo fratura;

4. Estresse: O osso submetido a esforço repetitivo pode sofrer uma fratura ou


luxação;

5. Condições patológicas: Processos destrutivos localizados que podem


enfraquecer o osso. Ex: câncer, osteoporose, tumores, etc.

CONCEITOS BÁSICOS

FRATURAS

Podemos definir uma fratura como sendo a perda, total ou parcial, da continuidade
de um osso. A fratura pode ser simples (fechada) ou exposta (aberta). Na fratura
simples não há o rompimento da pele sobre a lesão e nas expostas sim, isto é, o
osso fraturado fica exposto ao meio ambiente, possibilitando sangramentos e um
aumento do risco de infecção.
No caso de fraturas, a vítima geralmente irá queixar-se de dor no local da lesão. O
socorrista poderá identificar também, deformidades, edemas, hematomas,
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exposições ósseas, palidez ou cianose das extremidades e ainda, redução de


temperatura no membro fraturado.
A imobilização provisória é o socorro mais indicado no tratamento de fraturas ou
suspeitas de fraturas.
Quebra de um osso. Ruptura total ou parcial de um osso. Perda da continuidade
óssea.

Tipos de fraturas

 Fechada (simples): A pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas;


 Aberta (exposta): O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma
ferida associada que se estende desde o osso fraturado até a pele.
Sinais e sintomas de fraturas

1. Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação num local


que não possui articulação;
2. Sensibilidade: geralmente o local da fratura está muito sensível ou não há
sensação nos extremos do membro lesado;
3. Crepitação: se a vítima se move podemos escutar um som áspero, produzido
pelo atrito das extremidades fraturadas. Não pesquisar este sinal
intencionalmente, porque aumenta a dor e pode provocar lesões;
4. Edema e alteração de coloração: quase sempre a fratura é acompanhada de
um certo inchaço provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A
alteração de cor poderá demorar várias horas para aparecer;
5. Incapacidade ou Impotência funcional: perda total ou parcial dos movimentos
das extremidades. A vítima geralmente protege o local fraturado, não pode
mover-se ou o faz com dificuldade e dor intensa;
6. Fragmentos expostos: numa fratura aberta, os fragmentos ósseos podem se
projetar através da pele ou serem vistos no fundo do ferimento;
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7. Dor: sempre acompanha a fatura de forma intensa;


8. Secção de tecido: o osso ou parte dele rompe o tecido e se retrai para sua
posição original ou interna;
9. Mobilidade anormal: a vítima da fratura não consegue movimentar-se
normalmente, apresentando dificuldades ao se deslocar ou segurar algo;
10. Hemorragia: a lesão pode ser acompanhada de sangramento abundante
ou não, dependendo de secção ou não de artéria importante;
11. Hematoma: em caso de ferimentos fechados, é um bom indicador de
trauma ósseo ou suspeita deste;
12. Espasmos musculares: logo após a fratura, há a tendência de que, as
lesões em ossos longos, mais especificamente no fêmur, o músculo que trabalha
nesta região e que sempre permaneceu tenso, ao ter o osso fraturado, começa a
vibrar intensamente por alguns momentos até se relaxar e se contrair
bruscamente.

LUXAÇÃO

A luxação é uma lesão onde as extremidades ósseas que formam uma articulação
ficam deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem contato entre si. É o
desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo com que as
superfícies articulares percam o contato entre si.
O desencaixe de um osso da articulação (luxação) pode ser causado por uma
pressão intensa, que deixará o osso numa posição anormal, ou também por uma
violenta contração muscular. Com isto, poderá haver uma ruptura dos ligamentos.
Os sinais e sintomas mais comuns de uma luxação são: dor intensa, deformidade
grosseira no local da lesão e a impossibilidade de movimentação.
Em caso de luxação, o socorrista deverá proceder como se fosse um caso de
fratura, imobilizando a região lesada, sem o uso de tração. No entanto, devemos
sempre lembrar que é bastante difícil distinguir a luxação de uma fratura.
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Sinais e Sintomas

Geralmente são bastante similares com as fraturas:

1. Deformidade: mais acentuada na articulação luxada;


2. Edema;
3. Dor: aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação;
4. Impotência Funcional: perda completa ou quase total dos movimentos
articulares.

ENTORSE

Entorse pode ser definida como uma separação momentânea das superfícies
ósseas, ao nível da articulação.
É a torção ou distensão brusca de uma articulação além de seu grau normal de
amplitude.
A lesão provocada pela deformação brusca, geralmente produz o estiramento dos
ligamentos na articulação ou perto dela. Os músculos e os tendões podem ser
estirados em excesso e rompidos por movimentos repentinos e violentos. Uma
lesão muscular poderá ocorrer por três motivos distintos: distensão, ruptura ou
contusão profunda.
A entorse manifesta-se por um dor de grande intensidade, acompanhada de
inchaço e equimose no local da articulação.
O socorrista deve evitar a movimentação da área lesionada, pois o tratamento da
entorse, também consiste em imobilização e posterior encaminhamento para
avaliação médica.
Em resumo, o objetivo básico da imobilização provisória consiste em prevenir a
movimentação dos fragmentos ósseos fraturados. A imobilização diminui a dor e
pode ajudar a prevenir também uma futura lesão de músculos, nervos, vasos
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sangüíneos, ou ainda, da pele em decorrência da movimentação dos fragmentos


ósseos.
Se a lesão for recente, esfrie a área aplicando uma bolsa de gelo ou compressa
fria, pois isso reduzirá o inchaço, o hematoma e a dor.

Sinais e sintomas de entorse

Também são similares às luxações. Nos entorses os ligamentos geralmente


sofrem ruptura ou estiramento, provocados pelo movimento brusco.

RAZÕES PARA A IMOBILIZAÇÃO PROVISÓRIA

1. Evitar ou minimizar a dor: prevenindo a movimentação de fragmentos


ósseos fraturados ou dos ossos de uma articulação luxada ou com entorse.

2. Prevenir ou minimizar:
a. Lesões futuras de músculos, nervos e vasos sangüíneos pelos fragmentos
ósseos.
b. Rompimento da pele e conversão de uma fratura fechada em aberta (mais
perigosa devido à contaminação direta e possível infecção).
c. Diminuição do fluxo sangüíneo como resultado da pressão exercida pelos
fragmentos ósseos sobre os vasos sangüíneos.
d. Sangramento excessivo para os tecidos ao redor do local da fratura
causado pelas extremidades ósseas instáveis.
e. Paralisia das extremidades como resultado de uma lesão da medula
espinhal por vértebras fraturadas ou luxadas.
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TIPOS DE IMOBILIZADORES

1. Talas rígidas: seguem um formato no alinhamento do membro;


2. Talas moldáveis: permitem moldagem na forma do segmento lesado;
3. Prancha longa: imobilização de corpo inteiro em plano rígido;
4. Bandagens triangulares: fixador de talas e imobilizador para luxações e
entorses de membros superiores;
5. Colete Imobilizador Dorsal, conhecido por KED - Kendrick Extrication
Device: aplicado invertido em caso de trauma no quadril.

ACESSÓRIOS DE IMOBILIZAÇÃO

1. Fita crepe; Atadura de crepe; Compressas de gaze; Bandagem triangular.

REGRAS GERAIS PARA A IMOBILIZAÇÃO

1. Priorizar o atendimento das lesões que ameacem a vida, detectadas na análise primária.
2. Imobilizar fraturas antes de movimentar o acidentado, exceto, nos casos de
risco iminente de vida para a vítima ou socorrista, a posição da vítima estiver
obstruindo suas vias aéreas, sua posição impede a realização da análise primária
ou para garantir acesso a uma vítima mais grave.
Ex. explosão, local gaseado, risco de novos acidentes, etc.
3. Não perder tempo com imobilizações muito elaboradas nas situações em que houver
risco de vida imediato para o acidentado;
4. NUNCA tentar alinhar o osso fraturado.
5. NUNCA tentar reintroduzir um osso exposto.
6. Expor o local do ferimento e remover adornos como relógio, pulseiras e anéis das
extremidades afetadas.
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7. Cobrir ferimentos com gaze estéril seca, fixando com atadura de crepe ou bandagem
triangular.
8. Avaliar o pulso distal, perfusão capilar, cor, temperatura, sensibilidade, mobilidade e
motricidade da extremidade afetada.
9. Imobilizar o membro com o mínimo de movimentação possível, em posição mais
próxima da anatômica, conforme POP específicos.
10. Refazer exame da extremidade após imobilização; caso haja alterações vasculares ou
neurológicas, refaça a imobilização.
11. Na dúvida, se há ou não fratura, sempre imobilizar.
12. Não se distrair das prioridades por causa de uma fratura que cause uma deformidade
impressionante.
13. A imobilização de fraturas deve impedir a movimentação de uma articulação acima e
uma abaixo do local da fratura e, no caso de lesões em articulações, imobilizar um osso
acima e um abaixo da articulação lesada.
14. Nos membros superiores utilizar uma tala e nos membros inferiores utilizar três talas
para a imobilização provisória.

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DE IMOBILIZAÇÃO DE


LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS

CLAVÍCULA, ESCÁPULA E OMBRO.

1. Imobilizar o membro proporcionando sustentação para o braço.


2. Utilizar bandagem triangular e confeccionar uma tipóia:
3. Se o membro estiver afastado do corpo, colocar um apoio entre o braço e
o corpo para manter o membro na posição encontrada.

LUXAÇÃO DE OMBRO

1. Utilizar bandagem triangular e confeccionar uma tipóia:


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2. Se o membro estiver afastado do corpo, colocar um apoio entre o braço e


o corpo para manter o membro na posição encontrada.

ÚMERO

1. Envolver a articulação do ombro e do cotovelo:


a. Se a fratura for proximal (próximo ao ombro), utilizar 2 bandagens
triangulares, imobilizando o membro fletido;
b. Se a fratura for medial, utilizar tala rígida na face anterior do braço,
protegendo a extremidade da tala que estiver em contato com a
axila com uma atadura. Poderá ser utilizado tala moldável;
2. Se a fratura for distal (comum em crianças e pessoas idosas) utilizar a tala
rígida ou a moldável.

RÁDIO E ULNA

1. Envolver a articulação do cotovelo e do punho.


2. Utilizar a tala rígida ou moldável para imobilização de fraturas.

MÃO E DEDOS

1. Imobilizar a mão com os dedos semi-fletidos, deixando-os apoiados sobre


um rolo de atadura de crepe ou chumaço de gaze.
2. Utilizar tala rígida ou moldável.
3. Para os dedos, proceder da mesma forma; caso seja apenas um dedo e o
comprometimento é da falange distal, utilizar duas espátulas de madeira.

PÉLVE

1. Imobilizar na prancha longa, com auxílio da tala rígida e bandagem


triangular.
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2. Imobilizar envolvendo a articulação do joelho e impedindo a flexão do


quadril.
3. Colocar um cobertor enrolado entre os membros inferiores.
4. Poderá ser utilizado o colete imobilizador dorsal na posição invertida.

LUXAÇÃO DE ARTICULAÇÃO COXO-FEMURAL

1. Fazer imobilização de forma a sustentar o membro na posição encontrada,


utilizar tala moldável e cobertores enrolados.
2. Utilizar a prancha longa.

FÊMUR

1. Utilizar a tala rígida ou moldável.


2. Imobilizar de forma a impedir movimentação do quadril e do joelho.

JOELHO

1. Lesões ortopédicas de joelho, utilizar tala rígida ou moldável.


2. Imobilizar o joelho envolvendo o fêmur, a tíbia e a fíbula.

TÍBIA E FÍBULA

1. Utilizar tala rígida ou moldável.


2. Imobilizar envolvendo a articulação do joelho e tornozelo

PÉS

1. Utilizar tala aramada moldável.


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ATENÇÃO

 Nunca tentar realinhar um membro fraturado, devendo ser imobilizado na


posição encontrada, particularmente em casos onde houver suspeita de lesões
próximas às articulações.
 Na evidência de alteração de perfusão e ausência de pulso distal à fratura,
informar à Central de Operações onde o médico regulador determinará se o
SBV aguarda ou não o SAV; se vai ao encontro do SAV ou se vai ao hospital
de destino.
 Estar atento para a possibilidade de choque nas vítimas com fratura de pelve
e/ou fêmur pela grande quantidade de sangue no foco da fratura.

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