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CURSO: ODONTOLOGIA

DISCIPLINA: CLÍNICA DE ATENÇÃO AO ADULTO II


PROFESSOR: PROF. SAMARA QUEIROZ
ENCONTRO: CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO DE
FRATURAS FACIAIS
HISTÓRICO
• Osteossíntese com fo de aço.

• Fixação interna rígida (FIR) – década de 70 (Michelet)

• FIR com miniplacas de menor espessura e parafusos monocortcais.


(Champy)

• Fixação reabsorvível vem sendo amplamente pesquisada na últma


década
O sistema de fxação deve ser:

• Biocompatvel
• Mecanicamente estável
• Não provocar osteólise
• Não sofrer corrosão
• Baixo custo
• Fácil manipulação.
MATERIAIS:
Propriedades:

• Biocompatbilidade;
• Radiopacidade;
• Custo;
• Osteocondutvidade;
• Risco de infecção;
• Simplicidade no preparo e na aplicação.
PRINCÍPIOS BIOMECÂNICOS:
1. Redução anatômica precisa

2. Técnica operatória atraumátca

3. Fixação funcionalmente estável

4. Prevenção de dano ao tecido mole


htp://www.cirurgiamaxilofacial.com/tr
auma-face/
Cirurgia e
Traumatologia
Bucomaxilofacial

Trauma de Face
Cirurgia e
Traumatologia
Bucomaxilofacial

Trauma de Face
DIAGNÓSTICO
ANAMNESE

- História

• Natureza, força e direção da lesão


• Impacto lateral
• Impacto frontal

- Queixas
• Dor
• Parestesia
• Diplopia
• Alterações durante abertura bucal
Milloro et al., 2009
DIAGNÓSTICO
EXAME FÍSICO

- Avaliar :

• Osso

• Tecido mole circunjacente

Milloro et al., 2009


DIAGNÓSTICO
EXAME FÍSICO

- Inspeção

• Equimose periorbitária

• Edema periorbitário

• Alongamento do terço médio

• Respiração oral

• Hemorragia subconjuntval
DIAGNÓSTICO
EXAME FÍSICO

- Inspeção

• Enofalmo

• Hipofalmo

• Inclinação antmongolóide no canto lateral

• Trismo
DIAGNÓSTICO
EXAME FÍSICO

- Inspeção

• Rinoescoliose

• Coágulos intra-narinários

• Lacerações da mucosa nasal

• Distopia oclusal

• Hematoma sublingual

• Assimetria facial
DIAGNÓSTICO
EXAME FÍSICO

- Inspeção

• Acuidade visual

• Resposta pupilar a luz

• Exame de fundo de olho

• Movimentação ocular

• Posição do globo htp://neurootc.wordpress.com/page/6/


DIAGNÓSTICO

EXAME FÍSICO

- Palpação

Observar:

- Dor;
- Crepitação;
- Degraus;
- Mobilidade.
DIAGNÓSTICO
EXAME DE IMAGEM

- Radiografia

• Confirmação e documentação

• Estabelecer extensão da lesão óssea

- Tomografia Computadorizada

• Padrão ouro
PRINCÍPIOS BIOMECÂNICOS:

• Considerar:

• Localizações

• Abordagem cirúrgica

• Quantdade de rompimento do tecido mole


Tipos de cicatrização óssea:

• Cicatrização óssea primária

Por contato
Gap healing

• Cicatrização óssea secundária

Miloro et al., 2008


O tratamento depende:

• Posição da fratura

• Grau de deslocamento ósseo

• Estado oclusal e dentção.


Fratura
Panfacial
São aquelas que envolvem os terços superior,
médio e inferior da face.
Acometem o osso frontal, complexo
zigomatcomaxilar, região naso-orbito-etmoidal
(NOE), maxila e mandíbula.
Fratura de Osso Frontal
• Acidente de grande impacto;

• Associado com fraturas de terço médio;

• Acompanhamento por longo período;

• Equipe multidisciplinar.
MATERIAIS

• Enxertos ósseos

• Materiais aloplástcos

• Fio de aço

• Tela

• Miniplaca/parafuso
TIPOS DE FRATURAS

Fratura da parede anterior;

Fratura da parede posterior;

Fratura do assoalho do seio frontal;

Envolvimento do ducto nasofrontal;

Fratura cominutiva
TRATAMENTO
Objetivos:

Prevenção de infecção

Isolamento do conteúdo intracraniano

Correção de drenagem do líquido cefalorraquidiano

Restauração da função e da estética


ACESSOS
 Coronal

 Fronto-malar

 Palpebral

 Endoscopia

 Cicatriz
Coronal
Amplo campo
cirúrgico

Vascularização

Complicações
• Danos ao nervo facial;
• Diplopia;
• Telecanto;
• Necrose do retalho.
Coronal
Complicações

• Danos ao nervo facial;


• Diplopia;
• Telecanto;
• Necrose do retalho;
• Sinusite recorrente;
• Mucocele;
• Osteomielite do osso frontal;
• Meningite;
• Encefalite;
• Trombose do seio cavernoso;
• Abscesso cerebral.
Lesão do ducto nasofrontal  Complicações?
Fratura de Zigoma
EXAME DE IMAGEM

• PA mento-naso (Waters)

 Visualização da lateral das órbitas

 Dos arcos infra-orbitários e supra-


orbitários
EXAME DE IMAGEM

• Projeção submentovértex (axial de


Hirtz.)

 Para demonstrar os arcos


zigomátcos
 Deslocamentos mediais ou
laterais dos segmentos
fraturados
EXAME DE IMAGEM

• Tomografa Computadorizada

 Para defnir os padrões de fraturas


 Grau de deslocamento e cominuição
 Avaliar tecidos moles da órbita
CLASSIFICAÇÃO

• Padroniza a terminologia

• Melhor diagnóstco

• Planejamento do tratamento
CLASSIFICAÇÃO

Classifcação das fraturas do complexo zigomátco:

I – Sem deslocamento - não requer tratamento;


II – Fraturas do arco zigomátco, em que a deformidade apresenta três linhas
de fratura e dois segmentos;
III – Fraturas do corpo do osso zigomátco sem rotação;
IV – fraturas do corpo do osso zigomátco com rotação medial;
V – fraturas do corpo do osso zigomátco com rotação lateral
VI – fraturas complexas.
CLASSIFICAÇÃO

I – Baixa energia – pouco ou nenhum deslocamento;

II – Energia média – fratura completa com deslocamento de leve a


moderado;

III – Alta energia – cominuição na porção lateral com segmentação do arco


zigomátco.
CLASSIFICAÇÃO

I – Tipo A– um pilar;

II – Tipo B – “monofragmentadas” – Todas as 4 artculações;

III – Tipo C – “multfragmentados” – fragmentação, deslocamento e


cominuição.
TRATAMENTO

- Objetvos

a) Restauração da arquitetura facial

b) Restauração plena da função mastgatória e da oclusão


funcional

c) Restauração da função nervosa sensitva normal.


TRATAMENTO

- Opções

a) Observação até resolução do edema, disfunção muscular


extra-ocular e parestesia

b) Redução aberta e fxação interna


TRATAMENTO

- Fraturas de zigoma – Fixação?

- Vias de abordagem preconizadas:

- Intrabucal
- Fossa temporal
- Pré-auricular
- Frontomalar
TRATAMENTO

- Fraturas de zigoma – Fixação?

- Vias de abordagem preconizadas:

- Intrabucal
- Fossa temporal
- Pré-auricular
- Frontomalar
TRATAMENTO

- Fraturas de zigoma – Fixação?

- Vias de abordagem preconizadas:

- Intrabucal
- Fossa temporal
- Pré-auricular
- Frontomalar
TRATAMENTO

- Acesso subtarsal
Cerclagem do arco zigomátco
-O procedimento cirúrgico deverá ser preconizado, se houver:

1) fratura cominutva ou deslocada;


2) trismo;
3) deformidade estétca signifcante.
-O tratamento é baseado na avaliação pré-operatória completa
Fratura de Nariz
- Tipos de fratura:

- Envolvendo:

• Os ossos próprios do nariz;


• As cartlagens lateral superior e lateral inferior;
• Os ossos vizinhos (lacrimal, frontal, malar, etmoide e órbita).

Obs: Normalmente não há fratura de septo, mas quando ocorre é


classifcada como subcategoria da fratura nasal.
FRATURA DE NARIZ

- A reparação da fratura dá-se em três estágios:

- inflamação recente
- Reparação
- Remodelação

- O osso do nariz apresenta união óssea perfeita passados 30 dias


da redução
EXAME DE IMAGEM

SEIO FRONTAL

SEPTO SEIO MAXILAR

Incidência de Waters Perfil de nariz


TRATAMENTO

- Tratamento fechado X Tratamento aberto.

- Momento adequado para a cirurgia  Menor edema possível.

• Primeiras horas após o trauma

• Reavaliação - 3 a 4 dias  edema residual  mais 3 ou 4 dias.

• Período anterior à formação de fbrose – entre 5 a 10 dias.

- Anestesia local X Anestesia geral


TRATAMENTO

Período máximo para redução:

- Crianças

- Adultos

- Fraturas abertas
TRATAMENTO
Técnica

- Anestesia geral com intubação orotraqueal?

- Redução de fratura

- Estabilização da fratura

htp://www.naturale.med.br/images_rpl
astca/rino-7.jpg
TRATAMENTO
Instrumentos ultlizados:

- Pinças de Ash e Walsham


- Elevadores de Boies, Freer ou Goldman
- Pinça porta-agulha para fo de aço.
TRATAMENTO
Tamponamento

- Previne hemorragias pós-operatórias;

- Ajuda a manter o contorno da pirâmide nasal;

- Ajuda a evitar a formação de hematomas na porção anterior da


cavidade nasal;

Obs: Pode se tornar desconfortável por obliterar as narinas e


impedir ou reduzir a função respiratória nasal.
TRATAMENTO
Técnica

- Redução da fratura;

- Irrigação e aspiração da cavidade nasal;

- Inserção de sonda nasogástrica pelas


narinas;

- Tampão nasal.
Fratura de Maxila
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE LE
FORT

- Le Fort nível I

- Le Fort nível II

- Le Fort nível III


Le Fort I

- Fratura transversa / Fratura de Guérin


Le Fort II

- Fratura piramidal
Le Fort III

- Disjunção crâniofacial
CLASSIFICAÇÃO

- Fraturas de rebordo alveolar

- Lannelongue

- Walther

- Richet

- Fraturas complexas.
TRATAMENTO
- Objetvos

• Relações anatômicas

• Dimensão vertcal

• Projeção facial

• Oclusão dentária

• Função mastgatória
TRATAMENTO

• Técnicas

• BMM

• Osteossíntese

• Suspensão
TRATAMENTO

Acessos cirúrgicos

• Intra-oral

• Palpebral ou conjuntval

• Frontomalar

• Coronal
TRATAMENTO

Acessos cirúrgicos

• Intra-oral

• Palpebral ou conjuntval

• Frontomalar

• Coronal
TRATAMENTO

Acessos cirúrgicos

• Intra-oral

• Palpebral ou conjuntval

• Frontomalar

• Coronal
TRATAMENTO

Acessos cirúrgicos

• Intra-oral

• Palpebral ou conjuntval

• Frontomalar

• Coronal
TRATAMENTO

Fraturas Unilaterais ou Parciais – Alveolo-dentárias

• Redução

• Barra de erich

• Bloqueio maxilomandibular

• Osteossíntese
TRATAMENTO

Fraturas em nível de Le Fort I

• Barra de erich

• Desimpacção da fratura

• Bloqueio maxilomandibular

• Suspensão

• Osteossíntese
TRATAMENTO

Fraturas em nível de Le Fort II

• Desimpactação/refratura

• Bloqueio maxilomandibular

• Osteossíntese

• Suspensão
TRATAMENTO

Fraturas em nível de Le Fort III

• Osteossíntese

• Suspensão
COMPLICAÇÕES

- Parestesia

- Enofalmo

- Infecção

- Estruturas faciais expostas

- Septo desvidado
COMPLICAÇÕES

- Sinusite

- Má união ou má-oclusão

- Não-união

- Epífora

- Reações de corpo estranho


-A maioria das fraturas não se enquadra na classifcação de Le Fort,
difcultando a padronização.

- Proximidade com estruturas anatômicas e reparação imprecisa tornam


as fraturas maxilares um problema complexo.
Fratura de
Mandíbula
CLASSIFICAÇÃO

• Padroniza a terminologia

• Melhor diagnóstico

• Planejamento do tratamento
CLASSIFICAÇÃO

• Quanto a direção da linha de fratura


CLASSIFICAÇÃO

• Quanto ao padrão da fratura

1. Fratura simples

2. Fratura composta

3. Fratura em galho verde

4. Fratura cominutva

5. Fratura complexa
CLASSIFICAÇÃO

• Quanto ao padrão da fratura

6. Fratura impactada

7. Fratura Indireta

8. Fratura direta

9. Fratura patológica
CLASSIFICAÇÃO

• Quanto a localização anatômica

1. Fratura dento-alveolar

2. Fratura da sínfse

3. Fratura da parassínfse

4. Fratura do corpo
CLASSIFICAÇÃO

• Quanto a localização anatômica

5. Fratura do ângulo

6. Fratura do ramo ascendente

7. Fratura do processo condilar


CLASSIFICAÇÃO

• Fratura de côndilo
PRINCÍPIOS BÁSICOS

1. Redução

2. Fixação

3. Imobilização

4. Terapias de suporte
PRINCÍPIOS BÁSICOS

Redução

• Técnica fechada (indireta)

• BMM
• Fixação externa

• Técnica aberta (direta)

• Osteossíntese
• Sistema Placa/parafuso
• Técnica do lag screw
PRINCÍPIOS BÁSICOS

Fixação

• Não-rígida

• Semi-rígida

• Rígida
PRINCÍPIOS BÁSICOS

Fixação

• Semi-rígida
PRINCÍPIOS BÁSICOS

Fixação

• Rígida
TRATAMENTO

- Objetvos

a) Restauração da arquitetura facial

b) Restauração plena da função mastgatória e da oclusão funcional


TRATAMENTO

- Redução fechada
TRATAMENTO

- Fechado

Conservador
• Indicações

 Oclusão inalterada após o trauma.


 Sem desvio do fragmento fraturado.
 Sem limitação à abertura de boca.
 Pacientes sem condições clínicas de tratamento cirúrgico.
 Crianças e idosos.
TRATAMENTO

- Fechado

BMM
• Indicações:

 Fraturas sem luxação do processo condilar para fora da fossa


glenóide
 Fraturas intracapsulares
 Pacientes impossibilitados de submeter-se a anestesia geral.
 Desvio do fragmento menor que 45º
 Elementos dentários sufcientes para o BMM ou possibilidade de
utlização de próteses.
TRATAMENTO

- Aberto

• Osteotomia vertcal do ramo mandibular ou sub-condilar na


incisura sigmóide em direção à borda posterior do ramo
mandibular.

 Recaptura o côndilo  interrupção do suprimento vascular 


reabsorção óssea  necrose

 Posição não fsiológica do côndilo  aumento da força funcional


 reabsorção condilar
TRATAMENTO

- Aberto

Indicações

• Desvios do côndilo maiores que 45º.


• Côndilo fora da cavidade artcular.
• Fraturas cominutvas.
• Fragmentos de corpos estranhos intra-artculares.
• Bloqueio à movimentação da ATM.
TRATAMENTO

- Aberto

Indicações

• Fraturas bilaterais
• Encurtamento do ramo ascendente
• Má oclusão associada
• Desvio medial maior que 30º
• Impossibilidade de obter oclusão pelo tratamento conservador
• Pacientes com mais de 8 anos de idade
TRATAMENTO

- Aberto

• Complicações

 Infecção;
 Paralisia facial;
 Fístula salivar;
 Síndrome de Frey;
 Disfunção do nervo auriculotemporal;
 Aparecimento de cicatriz hipertrófca ou quelóide.
TRATAMENTO
- Redução aberta
TRATAMENTO

- Redução aberta
TRATAMENTO

- Redução aberta
- O tratamento depende da posição da fratura, do grau de
deslocamento ósseo, do estado oclusal e da dentção.

- Os métodos de fxação variam pelo status dental.


Fixação Interna Não-rígida
Permite movimentação
Funcionalmente estável
Cicatrização de lacuna
Bloqueio maxilomandibular
FORÇAS DINÂMICAS:

Miloro et al., 2008


PRINCÍPIOS BIOMECÂNICOS:

• Uso de três parafusos por segmento

• 01 ponto de fxação X 02 pontos de fxação

• Altura óssea

• Torção e cisalhamento

• Áreas de tensão e compressão


Miloro et al., 2008
Fixação Interna Rígida
Não permite movimentação

Imobilização

Cicatrização por contato

Dispensa bloqueio
maxilomandibular
samaraqbucomaxilo@gmail.com
@samarabucomaxilo

OBRIGADA!

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