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FACULDADE VÉRTICE-UNIVÉRTIX

CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

BIOQUÍMICA II

ACADÊMICA: Bárbara Silveira de Paula Santos

PROFESSORA: Gabriela

MATIPÓ
2024
ACIDOSE E ALCALOSE METABÓLICA E RESPIRATÓRIA

A acidose é caracterizada pelo acúmulo de íons de hidrogênio no sangue, declínio


na concentração plasmática de bicarbonato ou aumento na pressão sanguínea
parcial de dióxido de carbono. É uma intercorrência comum na clínica veterinária e é
subdividida em dois tipos: metabólica e respiratória. Tem implicação diagnóstica,
terapêutica e prognóstica tanto na medicina veterinária quanto humana, e é
correlacionada à taxa de sobrevivência em casos de cetoacidose diabética em cães.

Os sinais clínicos do distúrbio variam conforme a causa primária, e em casos de


acidose metabólica os sinais incluem depressão, apatia, menor resposta a
estímulos, no quadro inicial provoca aumento da frequência respiratória e já no
quadro terminal acarreta hipoventilação. Nos casos da acidose respiratória, os
sinais incluem taquicardia, vasodilatação e maior retenção de água e sódio.

A) Acidose Metabólica

Tipo de acidose caracterizada pela queda do pH e concentração de


bicarbonato. Tem como principais causas o acúmulo de ácido lático em casos
de esforço físico prolongado ou em estado de hipóxia; aumento de corpos
cetônicos em jejum prolongado e em condição de diabetes mellitus, na
cetose em vacas em lactação ou na toxemia da gestação em ovelhas e
cabras, nas perdas de bicarbonato oriundas de falhas renais ou diarréias
severas, pela ingestão de salicilatos, paraldeído, metanol ou etilenoglicol.

Os tipos de acidose metabólica são os quadros de acidose ruminal, acidose


láctica, acidose urêmica, quadros de intoxicação por salicilato ou por
etilenoglicol, ou em outros quadros como em diarréias intensas, diabetes
mellitus entre outros.

B) Acidose Respiratória

Ocorre devido a hipoventilação pulmonar que promove acúmulo de dióxido


de carbono no sangue que, consequentemente, diminui o pH. A
hipoventilação pode ter como causa o bloqueio dos mecanismos respiratórios
que provocam falhas na troca gasosa nos alvéolos (como em obstruções
respiratórias, pneumonias, pneumotórax, enfisema, edema pulmonar entre
outros) ou a depressão do sistema nervoso central que afeta de forma
depressora o centro respiratório (como nos casos de transtornos
neuro-musculares, infecções, traumatismos, drogas ou anestésicos tóxicos,
ou inalação de gás carbônico em excesso).

O tratamento da acidose respiratória deve preconizar remover a causa


primária deste quadro (como por exemplo remover a obstrução respiratória) e
depois compensar os danos que o quadro promoveu no organismo do
animal.

C) Alcalose Respiratória

A alcalose respiratória, também chamada de hipocapnia, ocorre quando a


ventilação alveolar excede o que é requerido para a eliminação do dióxido de
carbono produzido pelo organismo, elevando o pH sanguíneo e diminuindo a
pCO2. Tem como causa a hiperventilação pulmonar em casos de
compensação respiratória devido a hipoxemia associada a doenças
pulmonares, falhas cardíacas ou em quadros de anemia severa, distúrbios
neurológicos que estimulam o centro respiratório, quadros de sepse,
intoxicação por fármacos, doença hepática, hiperadrenocorticismo,
hipertermia em animais que utilizam a ventilação como forma de perda de
calor, anidrose em equinos, recuperação após acidose metabólica,
diminuição da pressão atmosférica em locais de grande altitude, ansiedade,
dor intensa ou estresse.

D) Alcalose metabólica

Caracterizada pela elevação do pH sanguíneo e na concentração de


bicarbonato, geralmente ocasionada pelo excesso de retenção de
bicarbonato ou pela maior perda de íons H+ pelo organismo.

O tratamento consiste em correção da causa primária para evitar a


descompensação da alcalose, sendo baseado principalmente em
fluidoterapia com solução salina, que auxilia na expansão do plasma e
consequente diminuição do pH sanguíneo e em pacientes críticos, pode-se
utilizar a acetazolamida como terapia adjuvante.

SOLUÇÕES TAMPÃO

Solução tampão tem capacidade de ser ácido fraco ou base conjugada. Quando há
uma quantidade alta de H+, a base conjugada irá neutralizá-la, e em caso contrário,
o ácido fraco atua doando mais H+. O sistema tampão controla a quantidade de H+
e tenta amenizar as alterações de pH.

Os principais sistemas tampão são: de bicarbonato (tampão extracelular, produção a


partir de CO2), proteína circulante (hemoglobina) que faz tamponamento intracelular
retendo o H+ dentro da hemoglobina, o fosfato que tem ação semelhante ao
bicarbonato, e o sistema tampão respiratório (atua em minutos controlando o CO2
no sangue - em caso de excesso de CO2, há hiperventilação) e renal (através da
capacidade de excretar urina ácida ou básica), sendo este último mais lento devido
ao processo da formação da urina.

HEMOGASOMETRIA

A hemogasometria é um exame laboratorial importante para caracterização e


avaliação da intensidade dos desequilíbrios hidroeletrolíticos, que habilitam o
médico veterinário a instituir intervenções terapêuticas apropriadas para cada
quadro clínico de um paciente.

FUNÇÕES DOS PARÂMETROS

● pH

Geralmente representam respostas compensatórias e não a causa do


desequilíbrio; indica acidez ou alcalinidade sanguínea.

● pCO2

Pressão parcial de gás carbônico: indica o funcionamento do pulmão e


fornece informações sobre a eficiência das trocas gasosas; representação da
relação entre perfusão e ventilação pulmonar.
● BE

Excesso de base: valores que refletem a quantidade de base presente no


sangue, indicando se há excesso, déficit ou se está em níveis normais. A
principal BE avaliada no sangue é o bicarbonato, e indica a quantidade de
bicarbonato de sódio requerida para corrigir caso de acidose.

● HCO3

Bicarbonato: um dos principais tampões que, quando em excesso, pode levar


à alcalose metabólica. Altera facilmente de acordo com o CO2 e por isto é
preciso ser avaliado juntamente com outros parâmetros (BE principalmente).

REFERÊNCIAS

DIBARTOLA S. P. Anormalidades de Fluidos Eletrólitos e Equilíbrio


Ácido-Básico na Clínica de Pequenos Animais 3 ed. São Paulo, Roca 2007

GONZÁLEZ, F. H. D.; SILVA, S. C. da. Introdução à bioquímica clínica. 2.ed.


Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006. 364p.

STOCKHAM S. L.; SCOTT M. A. Fundamentos da Patologia Clínica Veterinária.


2 ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2011. 779p.

THRALL, M.A.; In:.Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária.1.ed.São Paulo.


Roca. cap. 21 p.289-328. 2007.

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