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Proteínas plasmáticas.
No meio intracelular é o tampão mais eficiente (o que não ocorre no plasma). O
mecanismo de ação ocorre através dos aminoácidos, os quais podem associar ou
dissociar H+ de acordo com a necessidade do sangue e assim, atuar na manutenção do
pH fisiológico.
Hemoglobina.
Como proteína, ela mantém um grande número de grupos ácidos ou básicos. Como
transportadora de gases, ela aumenta ou diminui sua afinidade pelo gás carbônico,
permitindo sua maior liberação (em caso de acidose) ou sua retenção (na alcalose).
Grande parte do tamponamento na faixa fisiológica de pH ocorre devido às modificações
dos grupos imidazol da histidina (aminoácidos essenciais presentes na hemoglobina). Os
grupos tamponantes da hemoglobina estão associados com os átomos de ferro. Na
oxihemoglobina, o oxigênio é transportado pelos átomos de ferro. Quando o oxigênio é
removido, as modificações que ocorrem na estrutura eletrônica dos átomos de ferro
influenciam o imidazol e os outros grupos tamponantes. Modificações na dissociação do
grupo imidazol relacionam a capacidade tampão da hemoglobina com a sua oxigenação e
desoxigenação. O aumento da acidez favorece a liberação de oxigênio, enquanto que sua
redução facilita a fixação de oxigênio.
A maior porção do gás carbônico que entra nos eritrócitos é hidratada para formar ácido
carbônico por ação da anidrase carbônica e em seguida se converte em bicarbonato.
Estas reações ocorrem porque os produtos de reação são removidos do eritrócito à
medida que se formam, por intermédio de dois processos: a hemoglobina tampona a
maioria dos íons H+ e boa parte do íon bicarbonato difunde para o plasma.
DISTÚRBIOS ÁCIDO-BASE
Os distúrbios ácido base, poderão estar relacionados a parâmetros respiratórios (CO 2) ou
metabólicos (HCO3). Então, a acidose e a alcalose poderão ser metabólicas ou
respiratórias.
Acidose metabólica.
Causas:
• cetoacidose diabética; inibidores da anidrase carbônica; insuficiência renal com
perda da capacidade de reabsorver o sódio ; acidose láctica – choque; hipoxemia;
exercício; toxinas exógenas – etileno-glicol; ácido salicílico; acidificantes urinários;
diarréia.
Na diarréia, ocorre aumento do cloro porque os rins corrigem a acidose
acompanhando sódio com cloro.
Acidose ruminal
A acidose ruminal é problema muito frequente em bovinos, que ocorre em três
formas: a aguda, a subaguda e a crônica. É causada pela administração de dietas com
alta quantidade de concentrado em animais não adaptados. Isso leva a uma fermentação
rápida do concentrado, produzindo assim ácido láctico, que leva o pH ruminal a cair,
podendo chegar a <5,5. Isso pode ter varias consequências clínicas, como laminite, perda
de peso e ruptura da barreira ruminal, levando a translocação de patógenos para a
circulação causando inflamação em vários locais
Acidose urêmica
Seria a acidose metabólica que se desenvolve em animais com insuficiência renal
crônica que ocorre pela grande perda de HCO 3- , o que acaba por diminuir sua
concentração plasmática. No início da doença também ocorre uma hipercloremia,
posteriormente a acidose ocorre pela retenção de sulfatos, fosfatos e ácidos orgânicos.
A acidose metabólica pode ocorrer também durante a insuficiência renal aguda, inclusive
neste caso ela é muito mais grave, pois o rim não tem tempo para se adaptar a nova
condição, além disso, a septicemia e catabolismo tecidual acentuado, complicações que
às vezes acompanham a insuficiência renal aguda podem agravar o quadro de acidose
Alcalose metabólica.
Causas:
• vômito gástrico puro; overdose de bicarbonato de sódio (NaHCO3); diminuição do
LEC; diminuição do potássio (atualmente esta hipótese está sendo contestada);
desidratação; intoxicação pela uréia (em bovinos).
Alcalose respiratória.
A alcalose respiratória é uma condição na qual o sangue é alcalino porque a
respiração rápida ou profunda acarreta uma concentração baixa de dióxido de carbono no
sangue. A hiperventilação (respiração rápida e profunda) provoca uma eliminação
excessiva de dióxido de carbono do sangue.
Hiperventilação - causas:
• calor; ansiedade; medo; dor; lesões do SNC; anemia pronunciada; ventilação
mecânica aumentada.
Acidose respiratória
A acidose respiratória é a acidez excessiva do sangue causada por um acúmulo de
dióxido de carbono no sangue em decorrência de uma má função pulmonar ou de uma
respiração lenta. A velocidade e a profundidade da respiração controlam a concentração
de dióxido de carbono no sangue. Normalmente, quando o dióxido de carbono acumula-
se, o pH sanguíneo cai e o sangue torna-se ácido. A concentração alta de dióxido de
carbono no sangue estimula as partes do cérebro que regulam a respiração, as quais por
sua vez estimulam o aumento da frequência e da profundidade da respiração
Causas:
• enfisema, a bronquite crônica, a pneumonia grave, o edema pulmonar e a asma.
https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/05/I_simp_patol_clin2003.pdf
https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/acidoses.pdf
Trall, 2007