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HA H+ + A-
[HA]
Os colchetes indicam a concentração molar, ou seja, moles por litro. Para cada ácido, a quantidade Ka possui
um valor numérico fixo em dada temperatura. Esse valor é maior para os ácidos mais completamente dissociados;
quanto maior o valor de Ka, mais forte será o ácido.
A quantidade de íons hidrogênio livres nas soluções é quantificada pelo pH. Quanto maior a quantidade de íons
hidrogênio nas soluções, tanto mais baixo será o seu pH; ao contrário, as soluções com baixa concentração de íons
hidrogênio, tem o pH mais elevado.
A água é a substância padrão para comparação com as demais substâncias.
A dissociação da água é desprezível; apenas uma molécula, em cada 10 milhões, se dissocia. A água pura é,
portanto, uma substância neutra, ou seja, não é ácida e nem é alcalina. O pH da água é 7; a água ocupa o ponto neutro
da escala do pH, que vai de 0 a 14. As soluções com pH inferior ao da água, são consideradas ácidas; as soluções
cujo pH é superior a 7, são consideradas bases.
O metabolismo celular produz ácidos que devem ser neutralizados, a fim de preservar o pH ou, em outras
palavras, manter estável a concentração do íon hidrogênio.
A principal base do organismo é o íon bicarbonato, produzido a partir da combinação do dióxido de carbono
(CO2) com a água (H2O). O bicarbonato (HCO3-) e as demais bases do organismo atuam em associação com ácidos
da mesma natureza química, formando pares de substâncias chamadas sistema tampão.
A regulação do equilíbrio entre os ácidos e as bases do organismo depende de um mecanismo imediato,
representado pelos sistemas tampão e de um mecanismo respiratório rápido, que elimina ou retém o dióxido de carbono
e, portanto, reduz ou aumenta o ácido carbônico. Depende também do mecanismo renal, mais lento, que elimina íon
hidrogênio e retém ou elimina o íon bicarbonato, moderando a quantidade de bases disponíveis no organismo.
O sistema tampão bicarbonato/ácido carbônico é o mais importante e corresponde a 64% do poder tamponante
do plasma.
Composição do Sistema Percentual
Bicarbonato/Ácido Carbônico 64%
Hemoglobina/Oxihemoglobina 28%
Proteinas ácidas/Proteinas básicas 7%
Fosfato monoácido/Fosfato diácido 1%
Quando um ácido é produzido no organismo, o sal do sistema tampão reage com o mesmo, produzindo um
novo sal de sódio e ácido carbônico ou dióxido de carbono e água.
O dióxido de carbono em excesso é eliminado pelos pulmões.
Quando uma base é produzida no organismo, o ácido do sistema tampão reage com a mesma, produzindo
bicarbonato de sódio e água. O bicarbonato em excesso é eliminado pelos rins.
O princípio fundamental da regulação do equilíbrio ácido-base é a manutenção da relação constante entre o
sal e o ácido do sistema tampão. O organismo tenta preservar a relação, para manter sempre disponível o seu sistema
de defesa.
Além do sistema bicarbonato/ácido carbônico, existem os sistemas tampão fosfato, da hemoglobina e
das proteínas.
A função respiratória se processa mediante três mecanismos interligados: a ventilação pulmonar, através da
qual o ar atmosférico alcança os alvéolos; a perfusão pulmonar, através da qual o sangue venoso alcança os capilares
alveolares para as trocas gasosas e a difusão pulmonar, através da qual o dióxido de carbono do sangue é eliminado
para os alvéolos e o oxigênio do ar inspirado é captado pelo sangue venoso.
O dióxido de carbono (CO2) é o produto final do metabolismo aeróbico. O CO2 alcança o líquido extracelular e
o sangue para eliminação nos alvéolos. A quantidade de CO2 é expressa pela sua pressão parcial, representada pela
sigla PCO2. Como a PCO2 do sangue venoso é maior que a PCO2 do gás alveolar, o CO2 se difunde do sangue para
os alvéolos.
Quando o CO2 deixa o sangue, diminui a quantidade de ácido carbônico e em consequência o pH tende a se
elevar. Se, ao contrário, a eliminação do CO2 for reduzida, haverá acúmulo de ácido carbônico no sangue, com
consequente redução do pH.
A concentração do íon hidrogênio no sangue ou, em outras palavras, o pH do sangue, modifica a ventilação
pulmonar, através de estímulos do centro respiratório.
Quando o pH do sangue está baixo (acidose), o centro respiratório aumenta a frequência respiratória e, desse
modo, acentua a eliminação do CO2.
Quando o pH do sangue está elevado (alcalose), o centro respiratório diminui a frequência respiratória e, desse
modo, acumula CO2 no sangue, reduzindo a sua eliminação.
O mecanismo renal de compensação do equilíbrio ácido-base é o mais lento e demorado, embora o definitivo.
Quando o pH do sangue se altera, os rins eliminam urina ácida ou alcalina, conforme as necessidades, contribuindo
para regular a concentração de íons hidrogênio do sangue e demais líquidos orgânicos.
Os três principais mecanismos funcionais do sistema renal são: a filtração glomerular, a reabsorção tubular e a
secreção tubular.
Através o mecanismo de secreção tubular, os rins transformam o dióxido de carbono em ácido carbônico
ionizado. O íon hidrogênio é eliminado para a urina em troca por sódio ou potássio que ao se combinar com o íon
bicarbonato, retorna ao líquido extracelular, para alcançar a corrente sanguínea.
Quando há bicarbonato em excesso no sangue, os rins eliminam o íon bicarbonato em conjunto com o íon
hidrogênio, o que torna a urina alcalina e contribui para a regulação das bases existentes.
Os desvios da concentração de íons hidrogênio são ocorrências relativamente comuns nas práticas de
emergência, terapia intensiva e grandes cirurgias.
O pH indica o estado ácido-base do organismo. O pH normal do sangue oscila dentro da faixa de 7,35 a 7,45.
Quando o pH do sangue é inferior a 7,35, existe acidose; quando o pH é superior a 7,45 existe alcalose.
Os valores de pH abaixo de 6,85 ou acima de 7,95 indicam acidose e alcalose extremas, respectivamente e,
de um modo geral, são incompatíveis com a vida.
Os distúrbios do equilíbrio ácido-base podem ser produzidos por alterações respiratórias ou por
alterações metabólicas.
Os desvios do tipo respiratório devem-se à alterações da eliminação do dióxido de carbono. Os desvios do tipo
metabólico não sofrem interferência respiratória na sua produção, mas sim correspondem à produção excessiva de
ácidos, dificuldade de eliminação de ácidos, perda excessiva de bases do organismo ou à perda de ácidos.
As acidoses (pH inferior a 7,35), portanto, podem ser: respiratória ou metabólica.
As alcaloses (pH superior a 7,45), também podem ser respiratórias ou metabólicas, conforme a natureza da sua
produção.
Os valores normais dos parâmetros biológicos são representados por faixas, que representam pelo menos 95%
dos indivíduos.
A avaliação do equilíbrio ácido-base é feita pela determinação do pH, da PCO2, do bicarbonato e da diferença
de bases em amostras de sangue arterial. Para que o resultado seja confiável, a amostra de sangue deve ser coletada
em heparina, em condições anaeróbicas, refrigerada e imediatamente analisada.
A verificação do pH indica o estado do equilíbrio ácido base. Um pH abaixo de 7,35 indica a existência de
acidose, enquanto o pH superior a 7,45 indica a presença de alcalose.
EXERCÍCIOS DE BIOQUÍMICA
MECANISMOS DE REGULAÇÃO DO pH