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DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO BÁSICO

DISTÚRBIO ÁCIDO BÁSICO (pCO2) ou vice e versa. Essa resposta


compensatória acontece da seguinte forma:
As diversas reações que ocorrem no corpo
cooperam para a homeostase do líquido 1. Tem início quase imediato (minutos)
extracelular. Entretanto, sabe-se que esses 2. Detecta-se variações de pH plasmático
processos geram compostos tóxicos, que, em por sensores de pH no arco aórtico
situação fisiológica, são eliminados. Em 3. Aferência segue o nervo vago e chega
estados patológicos como a isquemia tecidual, ao centro respiratório bulbar
ocorre queda acentuada da perfusão tissular, o 4. A mensagem faz o bulbo estimular o
que restringe o fornecimento de O2, bem como aumento da frequência respiratória –
retirada de CO2 e toxinas provenientes do hiperventilação (respiração de
metabolismo. O acúmulo de ácido lático Kussmaul)
(formado pelo metabolismo anaeróbico) e 5. A hiperventilação elimina mais CO2
outras substâncias ácidas pouco conhecidas reduzindo a pCO2
são capazes de reduzir progressivamente o pH
Por outro lado, o aumento no pH – alcalose
do meio intracelular, cuja consequência é a
metabólica inibe o centro respiratório,
disfunção e morte celular. Essa acidez pode
promovendo hipoventilação.
ter repercussão sobre o pH plasmático como
na sepse por exemplo, levando à disfunção Distúrbios Respiratórios
orgânica e morte. Existem distúrbios ácidos
básicos que levam ao aumento do pH Essa resposta é mais lenta, demorando de 3 a
plasmático e à diminuição do pH plasmático: 5 dias para se iniciar e depende dos rins. O pH
das células tubulares acompanha o pH
1. Alcalose plasmático. Na acidose respiratória crônica, o
2. Acidose pH das células encontra-se baixo, o que
estimula a excreção renal de H+ e retenção de
Os distúrbios acidobásicos metabólicos são
HCO3-. Exemplo disso é o DPOC avançado –
definidos pela alteração nos níveis de
retentor crônico de CO2. Na alcalose
bicarbonato, enquanto os distúrbios
respiratória crônica, o pH das células está alto,
acidobásicos respiratórios são definidos pela
reduzindo a excreção renal de H+ e
alteração primária dos níveis de CO2. O
promovendo perda de HCO3-. Mas como
principal sistema que impede a variação
ocorre esse resgate/eliminação de H+ e
expressiva da relação HCO3/CO2 é o sistema
HCO3-? Esse processo é diretamente ligado à
tampão, porém ele consegue compensar
reabsorção de Na+ e pela secreção de K+. A
alterações de pH apenas por 2-3 horas. Após
cada H+ secretado pelo túbulo coletor, 1
isso, o H+ proveniente dos ossos, bem como
HCO3- é regenerado ao plasma. Lembrando
proteínas e íon fosfato são os responsáveis
que o H+ advém do metabolismo proteico. O
por realizar tal papel.
principal meio de excreção de H+ é através da
RESPOSTA COMPENSATÓRIA excreção de bases.
Distúrbios Metabólicos
Para manter o pH plasmático pelo menos mais
próximo ao normal nos distúrbios
ácidobásicos, a resposta compensatória faz os ACIDOSE METABÓLICA
níveis plasmáticos de base (HCO3)
acompanharem os níveis plasmáticos de acido
A acidose metabólica surge quando existe um diariamente na circulação mais de 500
excesso de H+ não derivado do CO2 ou mEq destes ácidos, uma quantidade
quando não há perda de HCO3 para o meio muito superior à capacidade de
externo. eliminação renal.
 Cetoacidose alcoólica e de jejum
prolongado - Ocorre em pacientes que
consomem uma grande quantidade de
bebidas alcoólicas, sem ingerir
alimentos. O álcool inibe a
gliconeogênese, desencadeando
hipoglicemia e diminuição da produção
pancreática de insulina. A insulinopenia
permite um aumento significativo da
produção de corpos cetônicos e
Causas cetoacidose. O quadro pode ser
prontamente revertido com a
Causas de acidose metabólica são divididas administração de glicose hipertônica,
em Ânion Gap Alto (normoclerêmicas) e pois a glicose estimula a produção de
acidoses com Ânion Gap Normal insulina pelas ilhotas do pâncreas.
(hiperclorêmicas). A normoclorêmicas podem Pacientes em jejum prolongado, mesmo
ser: sem história de etilismo, bem mais
raramente, também podem desenvolver
 Acidose láctica por: (causa mais comum
cetoacidose, por um mecanismo muito
de acidose metabólica com ânion gap
parecido com o da cetoacidose
alto e consiste em hipóxia + acúmulo de
alcoólica. O tratamento é idêntico, com
ácido láctico))
a infusão venosa de glicose
o Sepse
 Insuficiência renal (uremia) - Quando a
o Choque
função renal cai muito (clearance < 20
o PCR
ml/min), o H+ é retido juntamente com
o Hipoxemia grave
sulfato – ânion derivado da dissociação
o Insuficiência hepática do ácido sulfúrico, principal substância
o Isquemia mesentérica – ácida proveniente do metabolismo das
leucocitose e acidose metabólica proteínas. O sulfato acumulado é
importante responsável pelo aumento do ânion-
o HIV gap. A hipercalemia é outro fator que
o Cianeto leva à acidose, pois o K+ entra nas
o CO células em troca da saída de H+.
o Crise convulsiva Estima-se que o pH cai 0,1 ponto a
o Acidose D-láctica cada 0,4 mEq/L de aumento da calemia.
o Neoplasia maligna  Intoxicações
 Cetoacidose diabética - Uma deficiência o Salicilato: a ingestão de altas
insulínica grave, como ocorre no doses de ácido acetilsalicílico (>
diabetes mellitus tipo I, pode levar a 3 g para crianças e de 10 a 30 g
uma produção exacerbada de corpos para adultos) podem intoxicar e
cetônicos no fígado. Dos três corpos levar ao óbito. Esse ácido se
cetônicos, dois são ácidos: ácido dissocia, formando o salicilato e
acetoacético e ácido beta- interferindo no metabolismo por
hidroxibutírico. São liberados meio do aumento na produção de
ácido láctico e cetoácido. O  Insuficiência suprarrenal – pela falta de
aumento de salicilato, lactato e aldosterona, há acidose hipercalemica e
cetoânions justifica o aumento do hiperclorêmica
AG. Os sintomas iniciais são  Hipoaldosteronismo – ligado à acidose
tinidos, vertigens e vômitos pois há retenção direta de H+. Nesse
(labirintopatia). Segue-se um caso, a acidose pelo acúmulo de H+
quadro de hiperpeneia por acaba reduzindo HCO3- pela reação de
estimulação direta do centro equilíbrio e a falta de HCO3- é
respiratório pelos salicilatos. compensada pelo aumento de Cl-
Nesse momento, a gasometria  Excesso de soro fisiológico – pois o SF
mostra alcalose respiratória. Nos tem muito cloro e pode causar acidose
casos mais graves, o paciente metabólica por excesso de cloro
evolui com edema pulmonar não
cardiogênico e acidose O ânion-gap é o somatório de todos os ânions
metabólica. A gasometria mostra que contribuem para o equilíbrio plasmático
um distúrbio misto – alcalose eletroquímico. O principal cátion do plasma é o
respiratória + acidose Na+ enquanto os principais ânions são: Cl- e
metabólica. HCO3-.
 Rabdomiólise
As Hiperclorêmicas podem ser causadas por:
(e sua gênese é a perda de HCO3 para o meio
externo ou pela retenção direta de H+)
 Diarreia – pode perder HCO-, pois os
fluidos gastrointestinais produzidos
abaixo do piloro (suco pancreático,
entérico e bile são ricos em HCO3-)
 Fístula biliar, entérica ou pancreática
 Ureterossigmoidostomia
 Acetazolamida
 Diuréticos poupadores de K – inibem
parcialmente a reabsorção de Na+, Nesse sentido, a fórmula do ânion-gap é Na –
secreção de H+ e K+. Portanto, tem-se (Cl + HCO3). Isso serve, basicamente, para
acidose hiperclorêmica e hipercalêmica. ver que está causando acidose metabólica.
 Nutrição parenteral total Isso é feito pelo cálculo dos ânions (Na+, Cl- e
 Insuficiência renal crônica – em fases HCO-) para ver se tem um ânion estranho/não
mais precoces da síndrome urêmica mensurável, caso não haja um ânion estranho,
(20/50 ml/min) não ocorre retenção de significa que o problema é o HCO3-. O padrão
acido sulfúrico (isso ocorre quando a está do AG entre 6 e 16. Se o AG estiver
função renal cai pelo menos 10%). dentro do padrão e tiver acidose – ou você
Porém, a produção de amônia pelo rim perdeu bicarbonato ou você está com excesso
está comprometida e o principal meio de Cl-. Se AG der maior que 16, o problema é
de excreção de H+ está comprometido, que tem outro ácido que está causando
estimulando acidose metabólica. acidose.
Porém, isso ocorre apenas em
situações de hipercatabolismo – Tratamento da acidose metabólica
infecção, estresse. Para o tratamento, é mandatório diagnosticar a
etiologia.
do uso de diuréticos
(suspender a droga
já melhora)
Insuficiência A doença afeta a
Renal Crônica e manipulação renal
Acidoses acidobásica,
Tubulares Renais portanto, o rim não
consegue sozinho
eliminar H+ e
regenerar HCO3-
espoliado. Por isso,
o jeito é repor bases.
Mais comum na
infância.
Ureterossimoidos Reposição de bases
tomia 30-60 mEq/dia
Acidose com Acidose Cetoacid
ânion-gap alto - Láctica – ose –
Reposição não a hipóxia aqui
está indicada DE afeta o acumula
ROTINA na rim, H+ e
acidose láctica e acetuand cetoacido
na cetoacidose, o a . A
somente em retenção correção
Nesse sentido, a dosagem de Cl- e o cálculo
casos muito de H+ e do
do ânion-gap são essenciais para a refratários lactato. distúrbio
investigação. Um lactato plasmático acima de devemos Quando com a
2,5 mmol/L confirma o diagnóstico de acidose considera-la. a causa insulina
láctica. A pesquisa da glicemia e dos corpos é freia a
cetônicos na urina é importante para o corrigida, produção
diagnóstico de cetoacidose diabética e o lactato hepática
alcoólica. O cálculo do AG urinário pode vai para de
diferenciar as acidoses tubulares renais das o fígado, cetoácido
outras acidoses hiperclorêmicas. A natremia, onde é s e estes
calemia e a dosagem da ureia e creatinina são regenera são
importantes. A acidose urêmica é comum com do quase regenera
todo o dos em
uma azotemia acima de 100 mg/dl e 5,0 mg/dl
bicarbon HCO3.
de creatinina.
ato
Reposição de Bases perdido.
Insuficiência Aguda: Crônica
Acidoses A reposição de Renal Grave - há recomen Na
Hiperclorêmicas bases está indicada retenção do H+ e da-se a insuficiên
em todas as sulfato, reposiçã cia renal
acidoses provenientes do o de 30- crônica,
hiperclorêmicas. metabolismo 60 recomen
Exceto – ATR tipo IV proteico. mEq/dia da-se a
e de reposição
hipoaldosteronismo NaHCO3 de 20-40
(aqui é só corrigir a , quando mEq/dia
hipercalemia) e HCO3 < de
acidose decorrente 17 NaHCO3,
mEq/L. quando Paciente com alcalose metabólica pode cursar
HCO3 < com sonolência, tremor de extremidade,
20 mEq/L podendo estar associada a crise convulsiva.
Para se diagnosticar essa condição, sugerem-
se os 4 passos seguintes:
1. História clínica detalhada,
especialmente em relação à história
ALCALOSE METABÓLICA medicamentosa recente, uso de álcalis,
presença de diarreia ou vômitos
Distúrbio frequente na prática médica e tem 2. Dosagem do cloro sérico e avaliação do
como causa frequente: estado volêmico do paciente
1. Vômitos – perdas digestivas altas (do 3. Dosagem do cloro urinário
piloro para cima) O cumprimento desses passos vai guiar para o
2. Uso de diuréticos tiazídicos ou de alça diagnóstico dos quatro grandes grupos,
Frequentemente associa-se à hipocalemia. baseados na origem da alcalose e na resposta
Inicialmente, é necessário entender que a ou não a cloretos:
eliminação de bicarbonato ocorre nos rins em Alcaloses extrarrenais responsivas a
situação fisiológica – simplesmente por não cloreto
reabsorção. Quando a concentração de Renais responsivas a cloreto
HCO3- no plasma excede 28 meq, já existe Extrarrenais não responsivas ao cloreto
bicarbonatúria. Entretanto, existem situações Renais não responsivas a cloreto
que aumentam a reabsorção de HCO3-:
1. Depleção de cloreto
2. Hipovolemia
Sabe-se que em condições hipovolêmicas, o
rim aumenta a reabsorção de Na+, o que
também ascende a reabsorção de HCO3-, pois
a reabsorção de ambos está atrelada. Quando
a volemia é corrigida, todo o excesso de
HCO3- é eliminado, acabando a alcalose
metabólica. No caso do íon cloreto, no néfron
distal, o HCO3- pode ser secretado em troca
da reabsorção de cloreto.
Alcaloses Extrarrenais Responsivas a Cloreto
Causas
São consequências de estados que induzem
 Hiperaldosteranismo Primário perda de cloreto em secreções do tubo
 HAS reno-vascular digestivo, exteriorizadas, normalmente por
 Adenoma viloso de cólon (perde K+) vômitos ou drenagem nasogástrica e, menos
comum, por algumas causas de diarreia. A
Cloro e Potássio estão baixos clínica do paciente é:
 Sinais de depleção volêmica
Laboratorialmente, há hipocloremia e cloro
DIAGNÓSTICO E CLÍNICA urinário diminuído (< 20 mEq/L). A perda
aassociada de volemia, de cloreto e K+
perpetuam a alcalose e geram acidúria
paradoxal. A entidade clínica que cursa com Portanto, tem-se
vômitos de repetição e que pode levar a um fezes ácidas com
quadro grave de alcalose metabólica perda fecal de
hipocalêmica e hipoclorêmica é a estenose cloreto. Ocorre,
hipertrófica de piloro. Outras causas são: então, retenção de
HCO3- que é trocado
Adenoma Viloso de Exceção à regra – com cloreto nas
Cólon embora perdas células parietais
digestivas abaixo gerando alcalose.
do piloro levem à
acidose metabólica,
por serem ricas em Alcalose Extrarrenal não responsiva a cloreto
HCO3-, essa Aqui se incluem as alcaloses devidas ao uso
entidade faz
de bases como o citrato ou bicarbonato ao
alcalose. Isso
excesso de cátions circulantes (acetato) ou a
devido ao fato de
que esses depleção de ânions (albumina). Isso estimula a
adenomas retenção compensatória de HCO3-, que é um
secretam fluido ânion, para manter o gradiente eletroquímico.
pobre em HCO3- e
Hemotransfusão Anticoagulante
muito rico em K+.
Maciça mais utilizado nos
Como se sabe,
concentrados de
hipocalemia leva à
hemácia é o citrato.
alcalose por via
Citrato é
renal.
metabolizado em
Cloretorreia Patologia HCO3- no
Congênita autossômico hepatócito. Daí o
recessiva em que motivo da alcalose
ocorre um defeito metabólica
nos canais transitória (as
trocadores de vezes grave)
Cl/HCO3- na mucosa ocorrer com
colônica. Ocorre frequencia após
perda fecal crônica uma
de cloreto, associada hemotransfusão
a um déficit de maciça
excreção do HCO3-
Síndrome Leite- Ingestão crônica
por via fecal. O
álcali abusiva de leite pode
resultado é alcalose
levar a uma discreta
hiperclorêmica
hipercalcemia e
Sindrome de Ocorre alcalose metabólica
Zollinger-Elisson hipersecreção de
Administração Causa importante de
gastrina por um
Exógena de alcalose em
tumor normalmente
NaHCO3 – alcalose pacientes internados,
localizado no
iatrogênica geralmente por uso
duodeno ou no
incorreto
pâncreas – o
gastrinoma. Os altos
níveis de gastrina Alcaloses Metabólicas Renais não responsivas
estimulam uma a cloreto
grande secreção de
HCl no estômago.
Nesse grupo estão as alcaloses metabólicas 1. Vasoconstrição cerebral – confusão
com origem no túbulo coletor. O defeito mental, convulsões, torpor
primário não está na secreção de cloreto. Aqui 2. Excitabilidade neuromuscular – tetania,
ocorre estímulo à secreção de H+ nesses parestesias
túbulos, mediado por: 3. Excitabilidade cardíaca – arritmias
4. Hipoventilação pulmonar
 Ação direta da aldosterona
(compensatória)
 Hipocalemia 5. Aumento da produção de lactato
 Presença de ânions não reabsorvíveis 6. Redução do cálcio ionizado – tetania,
Hipocalemia convulsões, parestesiais
pode causar e 7. Precipitação da encefalopatia hepática
Hipocalemia perpetuar uma A conduta é:
alcalose
metabólica  Manter paciente euvolêmico;
Leva à tríade –  Manter normocalêmico;
hipertensão  Corrigir depleção de Cl-;
arterial volume-
Hiperaldosteronismo
dependente, Para isso utiliza-se SF 0,9% associado à
Primário
hipocalemia e reposição (VO ou IV) de KCl. No paciente
alcalose hipervolêmico e nas alcaloses não responsivas
metabólica a cloreto, dependendo da gravidade, pode-se
Mesma coisa do tentar acetazolamida (atentar pra hipocalemia
anterior, mas o que essa droga pode induzir) ou, em casos
problema está la
mais graves ou que não respondam a
hiperresponsivid
ade do túbulo acetazolamida, a infusão de ácidos minerais
Síndrome de Liddle (HCl ou monoidrocloreto de arginina).
coletor à
(pseudohiperaldosteroni Pacientes com hiperaldosteronismo ou
aldosterona.
mso) hipercortisolismo beneficiam-se da reposição
Níveis
plasmáticos do de K+ e do uso de diuréticos poupadores de K
hormônio estão como a espironolactona.
baixos (Sindrome
Genética) ACIDOSE RESPIRATÓRIA
Aumento do O mecanismo de acidose respiratório só pode
cortisol e este ser a hipoventilação. Geralmente é decorrente
em altas de patologia pulmonar grave que já levou à
Síndrome de Cushing concentrações é
fadiga quase completa da musculatura
capaz de ter feito
mineralocortici respiratória, ou à obstrução grave de VIAS por
Oide corpo estranho. O grupo da acidose
respiratória crônica tem como principal
Excreção de Ânions representante o paciente com DPOC
tituláveis avançado, retentor de CO2.

TRATAMENTO
A alcalose metabólica grave (pH > 7,70) pode
levar às seguintes consequencias clínicas
diretas: A acidose respiratória aguda deve ser
prontamente revertida. O paciente costuma
evoluir com a síndrome da carbonarcose. CO2 2. 30 mg/dL
é um potente vasodilatador cerebral e quando 3. 90 mg/dL
seus níveis plasmáticos estão agudamente
Alterações na osmolaridade efetiva
altos, o pH liquórico e cerebral caem
(concentração de solutos que não passam
vertiginosamente, dilatando os vasos
livremente pela membrana plasmática e,
cerebrais. Rapidamente o paciente evolui com
portanto, podem exercer um efeito osmótico
alteração do sensório – confusão mental,
entre os compartimentos LEC e LIC) provocam
agitação, convulsões, torpor, coma),
oscilações no volume das células,
papiledema e distúrbios hemodinâmicos
prejudicando, sobretudo, a função do neurônio
(choques, arritmias ventriculares malignas e
que não tolera tais variações. Os mecanismos
PCR). O tratamento efetivo é a intubação
de regulação da osmolaridade plasmática são:
orotraqueal e ventilação mecânica. Para
acidose respiratória crônica agudizada, intubar 1. ADH – age no ducto coletor. Pequenas
se: variações da osmolaridade (da ordem
de 1-2%) já são capazes de alterar os
 Alteração do sensório ou
níveis de ADH. O “osmostato” é o centro
 Fadiga respiratória ou
osmorregulador, presente no
 pH <7,25 na gasometria hipotálamo. Outro estímulo que estimula
ALCALOSE RESPIRATÓRIA a secreção de ADH é redução de
volume maior ou igual a 8% do volume
circulante, sendo este independente de
osmolaridade.
2. Centro da sede – está representado por
um grupo de neurônios no hipotálamo
anterior, ativado por aumentos de
osmolaridade sérica acima de 290
mOsm/l. A sede é o principal fator
protetor contra a hiperosmolaridade,
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO sendo ainda mais importante que o
ADH. Quando o corpo perde água, seja
DISTÚRBIOS DO NA+
qual for o motivo – suor, dia quente,
A natremia é o principal determinante da exercício etc, o hipotálamo faz liberar
osmolaridade dos fluidos do nosso corpo. ADH pelo aumento da osmolaridade.
Osmolaridade refere-se à capacidade de uma Porém, o rim não consegue corrigir a
substância em atrair moléculas de água. A hiperosmolaridade, visto que o déficit de
osmolaridade plasmática depende do principal agua livre geralmente é maior do que o
soluto do LEC – o Na+ e do LIC o K+. No rim pode conservar. Por isso, há
entanto, outros solutos como ânions (Cl-, estímulo do centro da sede, que
HCO3-, sulfatos, proteínas – hemoglobina), também compõe o centro
glicose e ureia, também contribuem. A fórmula osmorregulador.
da osmolaridade plasmática é:

As quantidades normais de Na, Ureia e


Glicose estão abaixo:
1. 140 mEq/L
HIPONATREMIA (geralmente < 10 mEq/L), graças à intensa
reabsorção tubular de sódio mediada tanto
Distúrbio eletrolítico mais encontrado em
pela queda da “natiurese pressórica” quanto
pacientes hospitalizados (prevalência superior
pelo mecanismo aldosterona-dependente que
a 20%). Ela expressa, na maioria das vezes, o
promove reabsorção de Na+ no túbulo coletor.
estado hipo-osmolar ou hipotônico, definido
por uma Osmolaridade pl (efetiva) < 275 Hipovolêmica com Na+ urinário Alto
mOsm/L. Na prática médica, a hiponatremia
Ocorre nas síndromes perdedoras de sal por
hipotônica por ser a mais frequente e
via renal, nas quais o achado de Na+ urinário
importante causa de queda dos níveis séricos
> 40 mEq/L, na vigência de hipovolemia,
de sódio, muitas vezes é referida apenas como
direciona o diagnóstico. As causas nesse
“hiponatremia”.
grupo são os:
CAUSAS DE HIPONATREMIA HIPOTÔNICA
 diuréticos tiazídicos
Os principais exemplos são:  hipoaldosteronismo e
 síndrome cerebral perdedora de sal.
 Azotemia grave (aumento significativo
na concentração de ureia) Os diuréticos agem no túbulo contorcido distal,
 Intoxicação aguda por álcool inibindo a reabsorção de NaCl não
acompanhada de água, típica desse segmento
do néfron. A síndrome cerebral perdedora de
sal ocorre na primeira semana após uma
lesão cerebral grave. Dois mecanismos
parecem justificar a hiponatremia nesta
síndrome:
1. Hiperativação simpática (por
desregulação do SNA) – levando à
natiurese pressórica, ou seja, o
aumento da PA sistêmica (por efeito das
catecolaminas) promove aumento da
filtração glomerular e da natriurese.
2. Secreção anômala de peptídeo
natriurético cerebral (BNP), que
estimula diretamente a perda de
As causas de hiponatremia hipotônica podem sódio pelos túbulos renais. Por isso,
ser didaticamente divididas em: tais pacientes são hipovolêmicos,
apresentam sódio urinário e fração
1. Hipovolêmicas excretória de Na+ elevados e, pelo
a. Com Na+ urinário baixo menos na fase inicial, ficam poliúricos.
b. Com Na+ urinário alto Após esta, há redução do débito cárdico
2. Normovolêmicas à medida que a volemia se reduz e
a. Com diurese hipertônica ocorre aumento dos níveis de ADH, o
b. Diurese hipotônica que leva à excreção de urina
3. Hipervolêmicas concentrada. O quadro resolve
Hipovolêmica com Na+ Baixo espontaneamente em 2-4 semanas.
(000901794.pdf (unesp.br))
Ocorre nas perdas extrarrenais de volemia, em 3. Hipoaldosteronismo
decorrência de vômitos, diarreia e/ou
hemorragias. O sódio urinário é < 20mEq/L Hiponatremia Hipervolêmica
São as que cursam com aumento da água 2. Hipotireoidismo – a gênese é pouco
corporal total. A marca desse grupo é o compreendida
edema, seja periférico, seja de serosas (ascite, 3. Síndrome da antidiurese inapropriada
derrame pleural e pericárdico). Pode acontecer (SIAD). Existem 4 tipos de SIAD:
na: a. Secreção de ADH na ausência
de estímulos hemodinâmicos ou
 ICC e cirrose hepática – são causas
osmóticos, como nos casos de
comuns de hiponatremia na prática produção ectópica ou secreção
médica. Essas duas entidades induzida por drogas
promovem redução do volume b. Resposta normal do ADH aos
circulante efetivo – volume de sangue estados hipertônicos seguida de
presente no leito arterial. O líquido é falha em sua supressão quando
retido no sistema venoso (venoplegia), a osmolaridade se torna baixa.
no interstício (edema) e nas serosas, c. Reajuste do osmostato
sendo deslocado do leito arterial. Essa hipotalâmico, gerando um novo
hipovolemia relativa induz a secreção alvo para a osmolaridade do
de níveis elevados de ADH. plasma (típico de pacientes
 Insuficiência Renal – a queda na taxa desnutrido com caquexia)
de filtração glomerular abaixo de 10- d. Secreção de ADH abolida, porém
20% predispõe à hiponatremia, seja na com mutações genéticas do tipo
aguda ou crônica. Isso porque os ganho de função nos receptores
néfrons restantes tem que trabalhar V2 do ADH no túbulo coletor.
muito e portanto excretam maior
quantidade de Na e ureia. No SIAD ocorre hiponatremia hipotônica em
pacientes normovolêmicos. Isso devido à
Hiponatremia normovolêmica com diurese hiperativação dos receptores de ADH, em que
hipertônica o paciente possui urina inapropriadamente
O principal mecanismo da hiponatremia concentrada (hipertônica) para o grau de
nesses casos é a incapacidade renal de hiponatremia). Basicamente, a paciente
excretar água livre (excreção de urina excreta Na+ mesmo estando com sódio baixo,
concentrada), secundária à hipersecreção de o que leva ao estado de hiper-hidratação e
ADH. O sódio urinário é maior que 40 mEq/L e edema celular, prejudicando a função dos
a osmolaridade urinária está neurônios. A volemia é mantida, pois a
inapropriadamente elevada ( > 100 mOsm/L). tendência à hipervolemia é combatida com
As três causas são: liberação do peptídeo atrial natriurético, que
mantém uma elevada excreção urinária de Na,
1. Insuficiência suprarrenal (secundária) – impedindo a retenção volêmica. Ocorre
hiposecreção de ACTH pela hipófise. O uricemia, ou seja, uricusúria.
hipocortisolismo isolado estimula a
produção e liberação de ADH. A
diferença que na insuficiência
suprarrenal primária (síndrome de
Addison), há hipoaldosteronismo
associado ao hipocortisolismo,
promovendo hipovolemia e
hiponatremia. Na secundária, há
apenas hipocortisolismo, portanto,
hiponatremia normovolêmica.
Importante distinguir SIAD e CSWS (Sindrome
perdedora de sal) – a primeira é
normovolêmica e a segunda hipovolêmica.
Estar atento aos sinais de hipovolemia:
 Hipotensao postural
 Taquicardia responsiva a volume
 PVC diminuída especialmente se não
houve aumento após infusão de 1-2 L
de soro fisiológico
 Resposta favorável da natremia à
infusão de SF 0,9% (Na SIAD a
hiponatremia piora)
Hiponatremia com diurese hipotônica
É o único grupo que cursa com osmolaridade
urinária apropriadamente baixa (<
100mOsm/L). Aqui o distúrbio primário pode
ser pelo (a):
 Influxo de soluções hipotônicas
 Baixa ingestão de solutos
No primeiro caso, a resposta é adequada com
urina maximamente diluída, e a interrupção da
administração de fluidos hipotônicos dá início à
recuperação do quadro. No segundo, há déficit
de solutos, o que prejudica a excreção do
excesso de água.
DIAGNÓSTICO

Causas
Carcinoma broncogênico do tipo oat cell –
pacientes com história de tabagismo pesado
que evoluem com hiponatremia grave sem
causa aparente: investigar câncer de pulmão.
Pós operatório de cirurgias de grande porte
– devido à liberação de ADH no REMITE.
Lesões do SNC, doenças pulmonares e uso
de:
 Clorpramida
Carbamazepina
 Neurolépticos
 Ocitocina
 Antineoplásicos
 Coma
 HIC
 Lesão cerebral irreversível
 Herniação cerebral
 Apneia
 Óbito
 Convulsão
 Cefaleia
Importante citar que a hiponatremia hipotônica,
mesmo grave, instala-se de forma lenta e
progressiva (> 48 h = hiponatremia crônica).
Isso ocorre pois a célula se adapta, o que faz
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA os paciente com Na+ sérico muito baixo (ex:
110) estarem assintomáticos. Nesses
Em indivíduos sem lesões neurológicas, a pacientes, é perigoso corrigir a abruptamente a
hiponatremia hipotônica sintomática começa a hiponatremia.
se manifestar quando o sódio plasmático cai
agudamente (horas) para um valor inferior a
125 mEq/L. Como vimos, a hiponatremia
reflete, na maioria das vezes, um distúrbio de
hipo-osmolaridade plasmática. Neste estado,
há transferência de agua do extracelular para TRATAMENTO
o intracelular causando o edema celular. Os
neurônios são as células mais sensíveis ao
aumento de volume (intoxicação hídrica).
Assim, surge um tipo especial de edema
cerebral – o edema neuronal (citotóxico), que
pode levar a sinais e sintomas neurológicos
(Encefalopatia Hipo-osmolar):
 Cefaleia A primeira pergunta que devemos fazer antes
 Náusea/vômitos de tratar uma hiponatremia hipotônica é: o
 Cãibras paciente está ou não hipovolêmico?
 Tremor
Hiponatremia Hipovolêmica
 Nistagmo
 Ataxia O tratamento é a reposição volêmica com
 Fasciculações cristaloides, sendo SF 0,9% a solução de
 Distonias escolha. Nesse caso, há a correção da
 Sinais piramidais localizados – nesse hiponatremia por restaurar a volemia do
caso, o paciente já possuía lesão focal paciente, reduzindo o estímulo à secreção
prévia assintomática, que foi hipotalâmica de ADH. A meia vida de ADH é de
exacerbada pela hiponatremia. apenas 15-2m min, portanto, a supressão de
seu estímulo se acompanha de uma rápida
Na hiponatremia aguda grave – Na < 110-115 queda em seus níveis séricos. Na síndrome
mEq/L é frequente o surgimento de crise cerebral perdedora de sal, que também é uma
convulsiva tônico clônica generaliza (com causa de hiponatremia hipovolêmica, após a
mortalidade podendo chegar a 50%): normalização da volemia com SF, pode-se
 Estupor aumentar o aporte de sal na dieta do paciente.
Hiponatremia crônica “assintomática”, edematosos (que na verdade possuem
normovolêmica ou hipervolêmica excesso corporal de sal):
Deve-se tratar uma hiponatremia crônica  ICC
assintomática, pois, mesmo que o paciente  Cirrose hepática
não refira qualquer sintoma, estudos mostram  Insuficiência renal crônica
que essas mesmo quando moderadas (Na
entre 120-129), são acompanhadas de déficit Portanto, o tratamento inicial se baseia apenas
neurológico discreto, mensurados em restrição hídrica + furosemida (que
objetivamente em testes que avaliam a aumenta a excreção renal de água livre e
capacidade mental, social e motora. Isso é ajuda a reduzir o edema). Nos casos de SIAD
muito comum em idosos que apresentam com hiponatremia refratária, pode-se tentar a
alterações de marcha, déficit de atenção, dois adição de 30g/dia de ureia na dieta. O objetivo
importantíssimos fatores para risco de quedas. é aumentar a excreção obrigatória de solutos
Mas como fazer para aumentar Na+ sérico? na urina (ex: de 600 para 900). Se mesmo
Suspender fatores etiológicos removíveis: assim o Na+ sérico não melhorar ou em caso
de contraindicação a suplementação de sal e
 Inibidores da recaptação de serotonina ureia, por exemplo – cirrose, ICC ou IRC,
 Anticonvulsivantes como a podemos lançar mão de bloqueadores do
carbamazepina e diuréticos tiazídicos receptor de vasopressina (os vaptanos):
Insuficiência suprarrenal e hipotireoidismo  Conivaptan
devem receber reposição hormonal específica.  Tolvaptan
Se paciente estiver assintomático do ponto de
vista neurológico, a conduta básica para
correção de hiponatremia crônica é a
restrição hídrica (exceto nos casos de
hiponatremia hipovolêmica, na qual o
tratamento envolve reposição hidrossalina.

Em pacientes com SIAD, a ingestão de sódio


deve ser estimulada pois a restrição hídrica
isolada pode levar à hipovolemia. O tratamento
inicial de SIAD assintomática é:
 Restrição hídrica + dieta hipersódica
O acréscimo de diurético de alça deverá ser
considerado quando não houver resposta. No
entanto, lembre-se sempre de restringir a
ingesta de Na+ nos portadores de quadros
Hiponatremia Aguda Sintomática
Deve-se repor Na+ com urgência devido à
presença de sintomas e o risco de mielinólise.
Aí está o paciente que precisa de uma
reposição calculada de Na+ utilizando-se
soluções hipertônicas. Na prática, dá-se
preferência à salina a 3% (NaCl). Essa solução
já vem pronta ou pode ser feita misturando-se Normalmente, o centro da sede estimula o
150 ml de NaCl a 20% (30g de NaCl) com 850 organismo a procurar água em pessoas que
ml de água bidestilada. conseguem buscar a água. No entanto, em
indivíduos que não conseguem como idosos,
pacientes intubados, pacientes acamados e
enfermos ou com consciência rebaixada, a
reposição de água pode estar prejudicada.
Esses pacientes perdem água por diversas
formas como transpiração (perda cutânea,
relacionada à febre ou clima quente),
respiração e fezes (diarreia) e desidratam-se
conhecida como desidratação hipertônica.
Podemos dividir os casos de hipernatremia em
4 grupos:
1. Perda de água livre
2. Perda de fluidos hipotônicos (água + Na
e K em baixas concentrações)
Exemplo: 3. Redução patológica da ingestão de
água
4. Ingestão excessiva de sal ou ganho de
soluções hipertônicas
Perda de Água Livre
1. Aumento das perdas cutâneas – por
meio de queimaduras, suor (líquido
hipotônico), febre alta diária, exposição
a ambientes quentes (causa frequente
de desidratação hipertônica em
lactentes e idosos), exercícios
prolongados e extenuantes.
HIPERNATREMIA (Na > 145 mEq/L) 2. Perda respiratória – indivíduos com
hiperpneia ou taquipneia perdem uma
Para desenvolver hipernatremia são quantidade expressiva de água livre
necessárias: pela respiração.
1. Perda de água livre ou de fluidos 3. Diabetes Insipidus (DI) – é a situação
hipotônicos patológica de insuficiência do ADH seja
2. Incapacidade de ingerir ou ter acesso a por déficit de produção do hormônio no
líquidos hipotálamo ou de sua liberação da
neuro-hipófise (DI central), seja por
resistência à ação periférica (renal)
deste hormônio (DI nefrogênico). A
queixa principal desses pacientes pode
ser a poliúria e polidpsia. Por isso, o Diante de uma hipernatremia, deve-se cogitar
diagnóstco diferencial é o DM e qual o motiva dela e por onde o paciente
polidipsia primária. A diferenciação é perdeu agua livre. Se o paciente estiver
feita com dosagem da gliceia e pelo poliúrico, a perda principal é urinária, mas se
teste de restrição hídrica. estiver oligúrico, a perda pode ou não ser
urinária. No caso de perdas não urinárias
(febre, hiperpneia, diarreia) o paciente está
necessariamente oligúrico e com urina
hiperconcentrada (osmolaridade > 500
mOsm/L e densidade > 1025). Em pacientes
internados, o EAS revelará uma osmolaridade
<250 mOsm/L e o EAS mostrará uma
densidade urinária < 1010 (geralmente <1005)
mesma na vigência de hipernatremia, nesse
caso, o diagnóstico é o diabetes insipidus. Em
paciente ambulatoriais, o diagnóstico de
diabetes insipidus é mais difícil, pois eles se
apresentam com poliúria, polidipsia e com
natremia normal ou levemente elevada. O
Perda de fluidos hipotônicos teste de retenção hídrica é a maneira mais
confiável de se fazer o diagnótisoc diferencial
São causas de hipernatremia por perda de entre DI e polidispia urinária, pois esse teste
fluidos, causando hipovolemia e hipocalemia. responde à simples pergunta: o paciente urina
1. Diarreia osmótica – uso de laxantes muito por que bebe muita água ou beber muita
(laxantes salinos como hidróxido de água por que urina muito? Esse teste está
magnésio), sorbitol (presente em gomas contraindicado na vigência de
de mascar ou em alguns doces diet), hipernatremia.
lactulose (usado no tratamento de
encefalopatia hepática), manitol
(preparo pré-operatório preparo
intestinal)
2. Diuréticos de alça Para diferenciar entre DI central e DI
3. Poliúria osmótica nefrogênico, devemos dosar o ADH plasmático
e administra desmopressina intranasal
Redução patológica da ingesta de água
(dDAVP, um análogo de ADH) 10 mcg. No DI
Pacientes com lesão no hipotálamo, por tumor, central ocorre aumento > 50% na
doença infitlrativa (sarcoidose) ou doença osmolaridade urinária (em geral com valor
cérebro-vascular, possuem hipodipsia e são absoluto > 800 mOsm/L) após a dose de
cronicamente hipernatrêmicos. Os níveis de desmopressina e o ADH plasmático encontra-
ADH estão menores do que deveriam estar se reduzido. No DI nefrogênico, o aumento na
para o grau de hipernatremia. osmolaridade urinária ou não ocorre ou é <
50%.
Ganho de sal ou soluções hipertônicas
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Hiperaldosteronismo primário e ingestão de sal
ou infusão hipertônica. A hipernatremia aguda grave leva à
desidratação neuronal e cerebral, provocando
DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO
distúrbios neurológicos (encefalopatia
hiperosmolar), especialmente quando excede
160 mEq/L. Surge:
 Rebaixamento da consciência HIPOCALEMIA
 Coma
Isso significa que o K+ está indo muito para
 Crise convulsiva (mais comum durante
dentro da célula, que pode ser causado por:
a reidratação)
 Fraqueza e dor muscular são indícios 1. Alcalose
de rabdomiólise hipernatrêmica 2. B2 agonista
3. Cetoacidose (tratamento)
A mortalidade pode chegar a 40-60% e o dano 4. Vitamina B12
cerebral permanente pode ser observado em
até 1/3 dos casos. A desidratação abrupta do Porém, as causas podem estar relacionadas à
cérebro pode romper pequenas veias levando perda renal de K+:
à hemorragia intraparenquimatosa,
1. Hiperaldosteronismo primário ou
subaracnoide ou mesmo subdural (este é mais
secundário
comum em RN).
2. Vomitos/diarreia
TRATAMENTO 3. Diuréticos
4. Anfotericina B – também faz
insuficiência renal com hipocalemia
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA

 Aumento de onda P
 Diminuição de onde T
 Aumento de QT, presença de onda U
A reposição rápida faz edema.
TRATAMENTO
DISTÚRBIO DO POTASSIO
CONCEITO BÁSICO
Possui a função de excitabilidade
neuromuscular e seus níveis normais estão
entre 3 – 5,5. O controle do K+ é feito pela
A reposição é empírica!
aldosterona e pelo fluxo celular.
NaCl 0,45% (210 ml) + KCl 10% (40 ml).
FISIOPATOLOGIA
Correr em 4h. Evitar SG 5%, pois glicose
Estímulos Responsáveis pela Entrada de K+ estimula insulina e esta faz potássio entrar na
na Célula célula. Nos pacientes refratários, corrigir
hipoMagnesemia. As mesmas causas que
1. pH alcalino levam hipocalemia também levam a
2. Adrenalina hipomagnesemia. Se Mg estiver baixo,
3. Insulina
potássio não consegue aumentar, possui efeito TRATAMENTO
caliurético.
1º Medida
HIPERCALEMIA
Diante de um ECG alterado (K+ > 6,5),
Célula está liberando K+, em uma situação de fornecer gluconato de cálcio 10% IV (1 amp, 2-
acidose. Causado por: 5 min. Pode repetir em 5-10 min). Não altera o
K+ sérico. Esse gluconato estabiliza
 Rabdomiólise
membrana.
 Acidose
 Lise tumoral 2ª Medida
 Hemólise maciça Nesse caso, o ideal seria eliminar K via renal,
mas isso demora. Então deve ser feita a via
mais rápida que seria colocar esse K para
dentro da célula.
1. Glicoinsulinoterapia (IV, 10U de insulina
+ Glicose 50 g em 20 -60 min).
2. Outros: Beta 2 agonista inalatório
3. NaHCO3 IV só se houver acidose
Estimula via renal ou digestiva – furosemida ou
resina de troca (sorcal).
Hipercalemia refratária
Mas também pode ser por retenção renal:
Diálise
 Hipoaldosteronismo
 IECA/espironolactona
 Insuficiencia renal
 Heparina – pois antagoniza aldosterona

MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
Fraqueza muscular e manifestação cardíaca
(ECG)

 QT reduzido e onda P some


 QRS alargado

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