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Conceito de pH e pOH

Para medir os níveis de acidez e alcalinidade das soluções, utilizam-se as escalas de pH e


pOH, que medem os teores dos íons H+ e OH- livres por unidade de volume da solução.

Segundo a teoria de Arrhenius, os ácidos são compostos que reagem com água e
sofrem ionização, originando como único cátion o hidrônio (H 3O+(aq)). Já as bases são
compostos que, em meio aquoso, sofrem dissociação iônica, liberando como único
ânion a hidroxila (OH-(aq)).
Mas existem várias substâncias diferentes no cotidiano, além de soluções
químicas usadas em laboratórios e indústrias que apresentam diferentes níveis de
acidez e basicidade.
Só para citar um exemplo, o café é ácido, mas quase todos sabem que o ácido
sulfúrico é um ácido bem mais forte que o café. Assim, para medir o grau de acidez e
de basicidade das soluções, foram criadas as escalas de pH e pOH, respectivamente.
A sigla pH significa potencial (ou potência) hidrogeniônico e indica o teor de
íons hidrônio (H3O+(aq)) livres por unidade de volume da solução. Quanto mais hidrônios
houver no meio, mais ácida será a solução. Por consequência, podemos dizer que
quanto mais íons OH-(aq) houver no meio, mais básica ou alcalina será a solução.
Em uma solução aquosa, sempre há esses dois íons (H3O+ e OH-), pois a própria água
sofre uma autoionização. Veja:
2 H2O ↔ H3O+ e OH-
Assim, para ser ácida, uma solução deve ter uma concentração maior de cátions
H3O+ do que de OH- livres em seu meio, e o contrário ocorre com as soluções básicas.
Ácidas: [H3O+] > [OH-]
Básicas: [H3O+] < [OH-]
No caso da água, a quantidade desses íons no meio é igual ([H 3O+] = [OH-]), por
isso, ela é neutra. Isso nos ajuda a entender melhor a escala de pH, que costuma ser
usada entre os valores de 0 a 14, em temperatura de 25ºC.
A temperatura precisa ser especificada porque ela altera a quantidade de íons
no meio. Se aumentarmos a temperatura, por exemplo, a energia das partículas também
aumentará. Por isso, elas se movimentarão mais rápido, o que resultará em um maior
número de choques entre elas e, portanto, em uma maior quantidade de íons
produzidos.
Veja a escala de pH a seguir e algumas soluções do cotidiano com o seu pH
aproximado:

Escala de pH com exemplos de soluções com pH próximo ao indicado

Quanto menor o valor do pH, mais ácida é a solução, pois a escala de pH é


definida como o logaritmo negativo da concentração de íons H 3O+, ou H+, na base 10.
Veja como ele pode ser determinado a seguir:
colog [H+] = - log [H+]
pH = - log [H+]
[H+] = 10-pH, em mol/L

Se temos uma solução de concentração igual a 0,01 mol . L 1-, por exemplo, isso
quer dizer que seu pH é igual a 3. Veja:
0,01 mol . L1-= 10-2 mol . L1-
10-2 mol de H3O1+ ---------- 1000 mL
pH = - log [H3O1+]
pH = - log [10-2]
pH = - (-2)
pH = 2
Os cálculos acima também nos levam à conclusão de que, a cada unidade de
pH diminuída, a solução fica com 10 vezes menos íons H 3O+. Se temos uma solução
com pH igual a 2 e outra com pH igual a 3, por exemplo, a primeira possui dez vezes
mais íons hidrônio do que a segunda.
Agora vamos falar sobre o pOH ou potencial hidroxiliônico. Essa escala
refere-se à concentração dos íons OH- na solução. Analogamente ao cálculo que
mostramos para o pH, temos para o pOH:
pOH = - log [OH-]
[OH-] = 10-pOH, em mol/L
Voltando à autoionização da água, temos que a água destilada (totalmente pura)
possui pH igual a 7, por isso, é neutra. Dessa forma, o seu pOH também é igual a 7,
pois, conforme dito, a concentração desses dois íons na água é igual. À temperatura
ambiente de 25ºC, o Kw (produto iônico da água) é igual a 1,0 . 10 -14 (mol/L)2. Sendo
assim, chegamos à seguinte conclusão para a água:
Kw = [H+] . [OH-] = 1,0 . 10-14 mol/L
[H+] = [OH-] = 1,0 . 10-7 mol/L
pH = - log [H+] pOH = - log [OH-]
pH = - log 1,0 . 10-7 pOH = - log 1,0 . 10-7
pH = 7 pOH = 7
Visto que, como mostrado acima, [H+] . [OH-] = 1,0 . 10-14 mol/L, então, em todos os
casos, sejam as soluções ácidas, básicas ou neutras, a soma do pH com o pOH sempre
resuta em um total de 14. Veja como isso é verdadeiro quando aplicamos o fator (-log)
nos dois lados da equação:
- log ([H+] . [OH-]) = - log 1,0 . 10-14
- log [H+] - log[OH-] = 14
pH + pOH = 14
Se temos uma solução ácida, por exemplo, com pH igual a 4, sabemos que o seu pOH
é igual a 10. Os valores de 0 a 14 da escala de pH podem ser medidos precisamente
por meio de um equipamento chamado pHmetro (também chamado de peagômetro).

PHmetro usado em laboratório para medir o pH de uma solução básica


Porém, em muitos casos, são utilizados também indicadores ácido-base, ou seja,
substâncias que mudam de cor de acordo com o pH da solução. Um indicador ácido-
base sintético, por exemplo, é a fenolftaleína, que apresenta cor rosa quando está em
contato com um meio básico, mas fica incolor se o meio é ácido.

Outros dois indicadores são o papel de tornassol, que fica vermelho na


presença de ácidos e azul na presença de bases, e o indicador universal, que apresenta
cores diferentes para cada valor de pH.

Exemplos de indicadores ácido-base sintéticos

Para saber mais sobre esses e outros indicadores, leia o texto Indicadores ácido-base.

Medição de pH de solução em laboratório com o uso de uma tira de indicador universal


Indicadores ácido-base
Os indicadores ácido-base são substâncias que, por suas propriedades físico-químicas,
apresentam a capacidade de mudar de cor na presença de um ácido ou de uma base.

Os indicadores ácido-base são substâncias naturais ou sintéticas que têm a


propriedade de mudarem de cor em função do pH do meio.
O pH é o potencial hidrogeniônico, ou seja, refere-se à concentração de íons [H+] (ou
H3O+) em uma solução. Quanto maior a quantidade desses íons, mais ácida é a solução.
Desse modo, os indicadores apresentam uma cor quando estão em meio ácido e outra
cor quando estão em meio básico.
A escala de pH geralmente varia entre 0 e 14, sendo que o 7 representa um meio neutro,
os valores abaixo de 7 são meios ácidos e quanto menor o pH, mais ácido é o meio,
enquanto os valores acima de 7 são meios básicos e quanto maior esse valor, mais
básico é o meio.
Abaixo temos alguns exemplos de soluções do cotidiano com o pH próximo ao indicado
pela escala, a 25ºC. No entanto, geralmente os valores de pH e pOH (potencial
hidroxiliônico – indica a concentração de íons OH-, sendo que quanto maior, mais básico
é o meio) são decimais.

Assim, os indicadores ácido-base são também usados para indicar os valores


aproximados de pH.
O sistema de funcionamento dos indicadores é o seguinte: geralmente eles são um
ácido fraco ou uma base fraca que entra em equilíbrio com a sua base ou ácido
conjugado, respectivamente, que apresenta coloração diferente. Veja um exemplo:
Indicador ácido + H2O ↔ H3O+ + Base conjugada
(cor A) (cor B)

Quando esse indicador genérico entra em contato com um meio ácido, segundo
o Princípio de Le Chatelier, o equilíbrio é deslocado no sentido de formação do ácido
fraco, ficando com a cor A. Por outro lado, se o indicador entrar em contato com um
meio básico, os íons OH- da solução básica irão reagir com os íons H3O+ do indicador.
Desse modo, o equilíbrio será deslocado no sentido de repor os íons H3O+, ou seja,
para a direita, que é também o sentido de formação da base conjugada, e o sistema
adquire a cor B.
Para que a mudança de cor possa ser vista a olho nu, deve haver uma alteração de
duas unidades no valor do pH.
Existem vários indicadores artificiais usados em laboratório, sendo que os três mais
usados são a fenolftaleína, o papel de tornassol e os indicadores universais, veja cada
um:

 Fenolftaleína: é um indicador líquido que fica incolor em meio ácido e rosa


intenso em meio básico:

 Papel de tornassol: Fica com cor azul na presença de bases e adquire


cor vermelha na presença de ácidos.

 Indicador universal: Eles são obtidos quando se imergem as tiras de papel em


soluções com uma mistura de indicadores, que depois são secas. Desse modo,
eles apresentam cores diferentes para cada valor de pH, sendo mais precisos do
que os anteriores.

Assim, no laboratório, quando se quer determinar o pH de alguma solução, basta


introduzir essas tiras na solução estudada e comparar a cor obtida com a escala que
aparece na embalagem do indicador.

Os indicadores são muito usados em titulações, técnica de laboratório para


descobrir a concentração de uma solução por meio do gotejamento de outra solução de
concentração conhecida.
O texto Titulometria traz mais detalhes, mas basicamente o indicador mostra o
momento de parar a reação, que é no ponto de viragem, quando há a mudança brusca
de cor.
No entanto, para se escolher o indicador certo, é preciso considerar as forças
relativas dos ácidos e das bases que participam da reação e também da faixa de
viragem do indicador. Por exemplo, a faixa de viragem da fenolftaleína é entre 8,2 e
10,0, então ela é indicada para reações em que o ponto de viragem ocorre em pH
básico, mas não em que o ponto de viragem ocorre em pH ácido.
Existem muitos outros indicadores, tais como os mostrados na tabela abaixo com
os seus respectivos valores de pH nos pontos de viragem:

A fenolftaleína é um exemplo de indicador ácido-base sintético que fica rosa em meio


básico e incolor em meio ácido

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