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Estudos Cinéticos em Bioprocessos

Disciplina EBP012

Prof. Dr. José Renato Guimarães


Instituto de Recursos Naturais
Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)
Estudos Cinéticos em Bioprocessos

O que é cinética?
Estudos Cinéticos em Bioprocessos
O coração de Por definição: catalisador é O desempenho das
um uma substância que afeta a reações catalíticas é
bioprocesso é taxa de reação sem alterar o caracterizado por
o (bio)reator equilíbrio da reação ou sofrer variáveis tais como a
ou Em muitos mudanças permanentes em si taxa de reação (r) e o
fermentador. bioprocessos, a própria. rendimento de
velocidade das produto a partir de
reações substrato (YPS).
Enzimas, complexos enzimáticos,
determinam a
organelas celulares e células inteiras
viabilidade
desempenham papel catalítico. Tais parâmetros
econômica do
projeto. devem ser
Biocatalisadores pode ser levados em conta
de origem microbiana, ao projetar e
Reações catalíticas vegetal ou animal. operar
são as de maior biorreatores.
interesse em O crescimento celular é uma reação
sistemas autocatalítica: o catalisador é um
biológicos. produto da reação.
Rendimentos no cultivo de células

 O conceito básico de rendimento de reação foi visto na aula de Estequiometria do Crescimento.


 Assumindo a mesma simplificação para o crescimento celular como sendo representado pela
equação de reação química:

os princípios de rendimento podem ser aplicados ao metabolismo celular para relacionar o fluxo
de substrato nas rotas metabólicas para a formação de biomassa ou outros produtos.
 Coeficientes de rendimentos permitem quantificar requisitos nutricionais e características de
produção de um dado organismo.
Rendimentos no cultivo de células

 Definição generalizada dos coeficientes de rendimento:

 F e G são substâncias envolvidas no metabolismo;


 ΔF é a variação de F em massa ou mols;
 ΔG é a variação de G em massa ou mols.
Rendimentos no cultivo de células
Símbolo Definição

Massa ou mols de biomassa produzida por unidade de massa ou mol de substrato consumido
 Rendimentos no cultivo de células

Massa ou mols de produto formado por unidade de massa ou mol de substrato consumido

Massa ou mols de produto formado por unidade de massa ou mol de biomassa formada

Massa ou mols de biomassa formada por unidade de massa ou mol de oxigênio consumido
Massa ou mols de dióxido de carbono formado por unidade de massa ou mol de substrato consumido

Mols de dióxido de carbono formado por mol de oxigênio consumido; quociente respiratório

Massa ou mols de biomassa formada por mol de ATP formado

Massa ou mols de biomassa formada por quilocaloria de calor liberado durante a fermentação
Rendimentos no cultivo de células

➢ Rendimento global: ➢ Rendimento instantâneo:

Intervalo de tempo finito e especificado. Intervalo de tempo infinitesimal; instante especificado.


Rendimentos no cultivo de células

➢ YXS em um dado instante de tempo:

Taxa de crescimento
Taxa de consumo de substrato
Rendimentos no cultivo de células

 Rendimento teórico x observado (ou real):

 Nem sempre é garantido que o rendimento teórico é igual ao observado.


 Particularmente importante para o metabolismo celular (muitas reações simultâneas).

 Exemplo: Yxs
 Do total de substrato consumido (ΔSt), alguma proporção é usada para crescimento (ΔSg) e outra
remanescente (ΔSr) é desviada para conversão a outros produtos ou atividades metabólicas não
relacionadas a crescimento.

Valor observado: Valor teórico:


Rendimentos no cultivo de células

Rendimentos observados de
biomassa para várias combinações
de microrganismos e substratos
Taxas de reação

 Taxa total de reação:


 Variação de massa ou de mols de determinada substância num dado intervalo
de tempo.

 Taxa volumétrica de reação:


 Taxa de reação especificada por unidade de volume do sistema.

 Taxa específica de reação:


 Taxa volumétrica de reação especificada por unidade de catalisador μA
do sistema (concentração de células ou de enzimas).
Cinética de reação

 Conforme a reação procede, as concentrações dos reagentes diminuem (são consumidos!)


 Em geral, como a taxa de reação depende da concentração dos reagentes, a taxa também decai ao
longo da reação.

 Taxas de reação também variam com a temperatura!

 Expressão cinética para a taxa volumétrica de reação:


 k: constante de taxa; depende da temperatura.
Efeito da temperatura sobre a taxa de reações

 A variação da constante de taxa (k) com a temperatura é descrita pela equação de Arrhenius:

onde A é a constante de Arrhenius ou fator de frequência; E é a energia de ativação para a reação; R é a


constante dos gases ideais e T é a temperatura absoluta (em Kelvin).

 Conforme T aumenta, k aumenta exponencialmente.

 Linearizando:

 Gráfico ln k x 1/T: reta com coeficiente angular –E/R; permite determinar a energia de ativação.

Mas de onde vem k? Experimental!


Cálculos de taxas de reação a partir de dados
experimentais
(a) Variação da concentração de reagente com o tempo durante a reação;
(b) Diferenciação gráfica dos dados plotando uma tangente.

A concentração de um reagente A A taxa volumétrica da reação é


é medida em função do tempo; dCA/dt, que é dada pela inclinação
CA decai ao longo da reação. da reta tangente à curva.

A taxa de reação também cai ao longo da reação.


Cinéticas de reação para sistemas biológicos

 As cinéticas de muitas reações biológicas são de ordem zero, de primeira ordem e uma combinação
destas (cinética de Michaelis-Menten).

 Cinética de ordem zero

 Se uma reação obedece a cinética de ordem zero, a taxa de reação é independente da


concentração de reagente.

 A expressão cinética é: r = k0

 Integrando, temos:
Cinéticas de reação

 Cinética de 1ª ordem

 Se uma reação obedece a cinética de primeira ordem, a relação entre a taxa de reação e a
concentração de reagente é dada por:

 Integrando:

 Linearizando:
Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Cinética do crescimento celular


Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Cinética do crescimento celular


Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Cinética do crescimento celular


Cinética de Crescimento em Bioprocessos
Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Cinética do crescimento celular

 A cinética do crescimento celular é expressa usando equações similares à de cinética de reações


enzimáticas.

 Do ponto de vista matemático, há pouca diferença entre as equações cinéticas para enzimas e para
células (crescimento).

 Afinal, o metabolismo celular depende da ação integrada de uma grande variedade de enzimas.
Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Cinética do crescimento celular


Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Cinética do crescimento celular


Fase estacionária
Fase Descrição Taxa específica
de crescimento Fase de
declínio
As células se adaptam ao novo Fase de
morte
ambiente; nenhum ou pouco
crescimento.
Aceleração Crescimento começa.
Crescimento Crescimento atinge taxa máxima. Fase de crescimento

Declínio Crescimento desacelera devido a


exaustão de nutrientes ou
formação de inibidores.
Fase de aceleração
Estacionária Crescimento cessa.
Morte Cél. perdem viabilidade e morrem.
tempo
Curva de crescimento típica em batelada
Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Equacionamento matemático

 Durante as fases de crescimento e declínio, a taxa de crescimento celular é dada por:

Taxa volumétrica de produção de biomassa, kg/m³/s


Concentração de células viáveis, kg/m³

Taxa específica de crescimento, s-1


Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Equacionamento matemático

 Comparando à cinética de 1ª ordem:

❖O crescimento celular é uma reação autocatalítica de 1ª ordem.

 Num sistema fechado, onde o único processo afetando a concentração celular é o crescimento:
rX = dx/dt

 Integrando (μ constante e condição inicial x = x0 em t = 0):

➢ Crescimento exponencial
Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Equacionamento matemático

 Linearizando:

 Gráfico de In(x) vs. tempo → reta com coeficiente angular μ


 Válido somente para μ constante → gráfico usado geralmente para verificar essa hipótese;
 μ é geralmente constante durante a fase de crescimento.
Cinética de Crescimento em Bioprocessos
Sempre recomendado plotar ln(x) vs. tempo antes de identificar as fases de crescimento!

Curva de crescimento para S. cerevisiae:


(a) dados plotados diretamente; (b) linearização dos dados de crescimento plotando log [células].

Crescimento
parece lento no Não há fase lag;
início; falsa fase lag. crescimento sempre
parece muito mais lento
no início do cultivo
porque o nº de células
presentes é baixo.
Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Equacionamento matemático

 Taxas de crescimento celular são frequentemente expressas em termos do tempo de duplicação (td).

 Na equação de concentração de células (x) em função do tempo (t):

 Se a concentração em t = 0 é x0, a concentração em t = td é x = 2 x0.

 Substituindo:

 Tomando ln de ambos os lados:


Cinética de Crescimento em Bioprocessos
Relação entre μ e a concentração do substrato limitante
 Efeito da concentração do substrato do crescimento nos cultivos de células

 Durante as fases de crescimento e de declínio, a taxa


específica de crescimento (μ) depende da
concentração de nutrientes no meio.

 Geralmente, um único substrato exerce influência


dominante sobre μ: o substrato limitante do
crescimento, que frequentemente é a fonte de Eq. de Monod:
carbono ou a de nitrogênio, ou ainda o oxigênio
(cultivos aeróbios).

 A equação de Monod relaciona μ à concentração do


substrato limitante (s).

Equação homóloga à de Michaelis-Menten.


Alguns valores de Ks

μmáx
Ks = s μ =
2
Relembrando a definição de μ

 Taxa volumétrica de crescimento:


 Unidades: g/L/s; kg/m³/h. dx
rX =
dt

 Velocidade específica de crescimento:


 Como X aumenta durante um cultivo descontínuo, convém especificar as velocidades com relação a X.
 Unidades: s-1; h-1.

1 dx rX
μX = μX =
x dt x
Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Como os valores típicos de Ks são muito pequenos (mg/L para carboidratos), a concentração do
substrato limitante em um meio de cultivo é normalmente muito maior do que Ks.

 Se s >> Ks: cinética de ordem zero (taxa independente de s)


s > 10 Ks

 Quando o meio está praticamente exaurido do substrato limitante, o que ocorre depois de um tempo
de cultivo, a taxa de crescimento cai rapidamente, pois o substrato residual é rapidamente consumido
pelo grande número de células então presentes.

 Se Ks >> s: cinética de 1ª ordem (taxa diretamente proporcional a s)


Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Efeito da concentração do substrato

(A) Perfis típicos de concentrações de biomassa e de (B) Taxa específica de crescimento (μ = 1/x dx/dt)
substrato limitante durante um cultivo em batelada; em função da concentração de substrato.
Cinética de Crescimento em Bioprocessos

 Determinação dos parâmetros cinéticos da equação de Monod:

 Linearização:
 Invertendo ambos os lados: 1 Ks + s
=
μ μmáx s

 Aplicando a distributiva:
1 Ks 1 1
= +
μ μmáx s μmáx

Coeficiente
y x linear

Coeficiente
angular

Gráfico de 1/μ vs. 1/s → reta com coeficientes angulares que permitem obter os parâmetros da equação de Monod.
Outros modelos cinéticos

Equação de Monod: s Bom ajuste no


início ou final
▪ Tem
É a expressão
aplicabilidade
maislimitada
frequentemente
a níveis muito
usada para da fermentação
relacionar μ e s;
baixos de concentração de substrato;
▪ Tem aplicabilidade limitada para s muito baixo; 3 parâmetros
▪ ÉAlém
válida
disso,
somente
ela nãopara
se aaplica
fase de
se ocrescimento
crescimentoe é
inibido
não deve
porseraltas
aplicada
concentrações
se as condições
de substrato
variam;ou
▪ Não
de produto.
se aplica se o crescimento é inibido por ↑ [cél]
substrato ou produto.

➢ Várias outras equações empíricas são


encontradas na literatura e, em algumas situações,
oferecem melhor correlação com dados
experimentais.
Outros modelos cinéticos

Quando há inibição por produto: Quando há inibição por substrato:

Modelo  max CS K IP Modelo  max CS


de Hoppe = de Andrews =
CS + K S K IP + C P CS 2
CS + K S +
K IS
Modelo de  max CS
Aiba-Shoda- = e ( − K IPCP )
Nagatani CS + K S max CS
Modelo
= 
de Wu  CS 
n CS + K S + CS  
Modelo de  max CS C P   K IS 
Levenspiel = 1− *
CS + K S  C P 

Cinética de processos fermentativos

 Conceito de estudos cinéticos:


 Análise da evolução das concentrações dos componentes
em função do tempo de cultivo.

 Aplicação dos estudos cinéticos:


 Ponto de partida para descrição quantitativa de uma
fermentação (duração do processo, dimensionamento,
comparação de cultivos).
Cinética de consumo de substrato e de formação de
produto

• Assim como a concentração celular (X) varia com o tempo


de cultivo num sistema fechado em batelada:

X = X(t)

• A concentração de substrato (S) e de produto (P) no meio


também são funções do tempo:

• Formação de produto (interesse econômico):

P = P(t)

• Consumo de nutrientes ou substratos (limitante):

S = S(t)
Cinética de consumo de substrato e de formação de
produto

dS
• Taxa volumétrica de consumo de substrato rS = −
dt

dP
• Taxa volumétrica de formação de produto rP =
dt

1 dS rS
• Velocidade (ou taxa) específica de consumo de substrato q S = − =
x dt x

1 dP r
• Velocidade (ou taxa) específica de formação de produto qP = x dt = xP
Classificação dos processos fermentativos

 Tipo 1: Fermentação alcoólica

 μX, qS e qP têm perfis semelhantes

 Formação de produto (metabólito primário)


associada ao crescimento e ao consumo de
substrato

 Etanol, butanol, acetona, ácido acético


Classificação dos processos fermentativos

 Tipo 2: Fermentação cítrica

 1ª fase → qS relacionada a μX, sem formação de


produto
 2ª fase → semelhança entre os perfis de qS, μX
e qP

 Formação do produto parcialmente


associada ao crescimento

 Aminoácidos e ácido cítrico


Classificação dos processos fermentativos

 Tipo 3: Fermentação penicilínica

 Máxima qP depois de μX e qS sofrerem


redução significativa

 Antibiótico é formado depois que o


metabolismo se atenua (metabólito
secundário)

 Antibióticos, pigmentos e toxinas

1: antibiótico; 2: açúcar; 3: oxigênio; 4: microrganismo


Cinética de formação de bioprodutos

Classe de metabólito Exemplos


Produtos diretamente associados com a geração de energia Etanol, ácido acético, ácido glucônico, acetona, butanol,
na célula ácido lático, outros produtos de fermentação anaeróbica

Produtos indiretamente associados com a geração de Aminoácidos e seus produtos, ácido cítrico, nucleotídeos
energia

Produtos para os quais não há uma clara associação direta Penicilina, estreptomicina, vitaminas, pigmentos
ou indireta com a geração de energia

 Taxa de formação de produtos num cultivo celular em função da concentração de biomassa:

taxa volumétrica de formação de produto concentração celular ou de biomassa

taxa específica de formação de produto


Formação de bioproduto diretamente acoplada ao
metabolismo energético

 Para produtos formados em rotas metabólicas que geram ATP, a taxa de produção é relacionada à demanda de energia celular.
 O crescimento é geralmente a função celular que mais requer energia. Portanto, se a produção é associada ao metabolismo
energético, produto será formado sempre que houver crescimento.
 Entretanto, ATP também é requerido para atividades celulares de manutenção (por ex., mobilidade celular, reposição de
componentes celulares, ajuste de pH celular). Ocorrem nas células vivas mesmo quando não há crescimento.
 Expressão cinética considerando as duas contribuições:

taxa volumétrica de formação de produto taxa específica de formação de produto devida a manutenção

rendimento teórico de produto a partir de biomassa taxa volumétrica de formação de biomassa

dx 1 dx rX
 Podemos reescrever: rX =
dt
μX =
x dt
μX =
x

dP 1 dP rP
qP =
 E ainda: rP =
dt
qP =
x dt x

contribuição associada ao crescimento celular contribuição associada ao metabolismo de manutenção


Cinética de consumo de substrato em cultivos celulares

 As células consomem substrato do meio externo e o direcionam para diferentes rotas metabólicas: de crescimento, de síntese
de produtos e de manutenção.
 Os requerimentos de substrato para manutenção variam com o organismo e as condições de cultivo.

coeficiente de manutenção

 Expressão da taxa de consumo de substrato durante um cultivo celular em função da concentração de biomassa:

dS
rS = −
dt
1 dS rS
taxa volumétrica de consumo de substrato concentração celular ou de biomassa qS = − =
x dt x
taxa específica de consumo de substrato
Cinética de consumo de substrato SEM formação de
produto extracelular

 Em alguns cultivos, há pouca ou nenhuma formação de produto extracelular.


 Por exemplo, a biomassa celular em si é o produto de fermentação na fabricação de levedura de padaria e
proteína unicelular.
 Na ausência de síntese de produto extracelular, todo o substrato que entra na célula é usado para crescimento e
manutenção.
taxa volumétrica de crescimento celular

 A equação de taxa fica definida como:


coeficiente de manutenção
rendimento de células a partir de substrato
rX
 Aplicando a definição de taxa específica: μX = contribuição associada ao crescimento celular
x

 Aplicando Monod:

contribuição associada ao metabolismo de manutenção


Cinética de consumo de substrato COM formação de
produto extracelular

Formação de produto associada ao Formação de produto não associada ao


metabolismo energético metabolismo energético

Substrato para Substrato para


crescimento crescimento
Substrato para
manutenção
Substrato para Substrato para
manutenção formação de produto

 Quando produtos são diretamente associados à geração de energia, as equações para a taxa de consumo de substrato não
incluem um termo separado para a formação de produto.
 Os requerimentos de substrato para a formação de produto já estão sendo considerados nos termos representando o
consumo de substrato para crescimento e manutenção.
Logo, valem as mesmas equações já vistas para o caso de consumo de substrato SEM formação de produto extracelular.
Cinética de consumo de substrato COM formação de
produto extracelular

 Em cultivos nos quais a síntese de produto é apenas indiretamente associada ao metabolismo energético, a taxa
de consumo de substrato é uma função de três fatores: da taxa de crescimento, da taxa de formação de produto
e da taxa de consumo de substrato para manutenção.

 A equação pode ser escrita como:


Produtividades em bioprocessos

 Produtividade em biomassa
 Velocidade média de crescimento referente ao tempo total de fermentação

Xmáx − X0
PX =
Δtc

 Produtividade do produto
 Velocidade média de obtenção de produto no tempo total de formação do produto de interesse
 Δtfp não necessariamente igual a Δtc
 Em geral, Pm >> P0
Pmáx − P0
PP =
Δtfp
Cinética de Morte Celular

 A cinética de morte celular é importante no projeto de processos de esterilização e na análise de


fermentações nas quais perdas subtanciais de viabilidade são esperadas.

 Num ambiente letal, as células de uma população não morrem todas ao mesmo tempo;

 A desativação da cultura ocorre ao longo de um período de tempo finito que depende do número
inicial de células e da severidade das condições impostas.

 A perda da viabilidade celular pode ser descrita matematicamente, na maioria dos casos, da mesma
forma que a desativação enzimática.
Cinética de Morte Celular

 Em geral, a morte celular é assumida seguir uma cinética de 1ª ordem:

rd= kd N ou rd= kd x

Taxa de morte celular, Número de células [células] viáveis,


cél/s viáveis, células células/m³

Constante específica
de morte, s-1
Cinética de Morte Celular

 Num sistema fechado, onde o único processo afetando o número de células viáveis é a morte
celular:
rd = – dN/dt = kd N

 Integrando (kd constante e condição inicial N = N0 em t = 0):

 Linearizando:

Gráfico de ln(N) vs. t é uma reta com coeficiente angular (– kd).


Cinética de Morte Celular
Relação entre temperatura e taxa de morte térmica para
células vegetativas de Escherichia coli.

 Como outras constantes cinéticas, kd depende


da temperatura segundo a equação de Arrhenius
(T em Kelvin!)

ln

 Para a destruição térmica de microrganismos,


valores típicos de Ed são altos (≈ 250 kJ/mol).
 Por isso, pequenos aumentos de temperatura
têm efeito significativo sobre kd e,
consequentemente, sobre a taxa de morte.
jrenatoguimaraes@unifei.edu.br

Obrigado e até a próxima!

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