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RENDIMENTO GLOBAL E INSTANTÂNEO

Para reações químicas, utiliza-se o conceito de rendimento:

Esse conceito é diferente do aplicado na área de biotecnologia.

Uma estratégia importante ao acompanhar um processo fermentativo é o monitoramento do


rendimento. Apesar de toda a complexidade de uma célula, os processos são reprodutíveis. Assim, é
interessante utilizar o rendimento como um parâmetro de processo.

Na área de bioprocessos, a nomenclatura utilizada para o rendimento é:

: Rendimento (Y vem do Inglês, Yeld) , levando em consideração a variação de J, em relação à


variação de K

J, K: Podem ser parâmetros como consumo de substrato limitante, formação de produto, consumo de
oxigênio, aumento de biomassa

Lembre-se que o rendimento não assume valores negativos, assim, se estamos relacionando a variação
de substrato (a concentração vai diminuindo ao longo do tempo), usamos o termo - .

Podemos definir quatro tipos de rendimentos, que serão utilizados:

Rendimento

GLOBAL

INSTANTÂNEO

OBSERVADO OU APARENTE

TEÓRICO

Veja as definições abaixo:

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Rendimento Global  Refere-se às condições de início e fim do processo

Nesse caso, o rendimento global envolve o aumento total de biomassa (desde o início até
o final do processo, ) em relação à diminuição da concentração de substrato limitante no
meio de crescimento celular ( .

Se o aumento de biomassa é dado em gramas e o consumo de substrato também, teremos que


a unidade de será:

Nesse caso, podemos entender que para um aumento de biomassa, teremos o consumo de
uma certa massa de substrato.

Rendimento global expressa a quantidade de nutriente requerida para um microorganismo ou


célula. Esse valor depende das condições de cultivo e do tipo de célula empregado.

OBSEVAÇÃO: Monod em 1946 mostrou que para cultura de bactérias, quando as condições são
mantidas constantes, o rendimento é reprodutível.

Para o substrato limitante (S), quando a cultura está no máximo crescimento:

Isso significa se a cultura de microorganismo estiver na fase exponencial, em um crescimento


limitado por um único substrato, se graficarmos Xmax por S0 (Pirt 1975):

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Xmax
Coeficiente angular é YXS

S0

S0

S0
Rendimento Instantâneo  é obtido em um tempo particular do processo fermentativo.

Esse rendimento pode variar ao longo do período de fermentação.

Veja que o rendimento instantâneo nada mais é do que as taxas de reação instantâneas de
cada parâmetro avaliado.

Se em um processo fermentativo em sistema batelada for monitorado ao longo do tempo,


parâmetros como concentração de substrato (S), produto (P) e biomassa (X) são medidos ao
longo do tempo. Assim é possível construir as curvas de consumo de substrato, formação de
produto e geração de biomassa.

Em um determinado instante t, pode-se obter a derivada de cada um destes parâmetros e


assim, a taxa de reação instantânea é obtida:

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RENDIMENTO APARENTE E TEÓRICO

Para descrever a cinética de crescimento celular, é interessante a definição de parâmetros de


rendimento aparente.

O aparente significa que é resultado global do processo microbiano: NÃO leva em conta a
estequiometria da reação substratoproduto

Rendimento Aparente ou Observado (Y’)

 Variam de acordo com a fase do cultivo celular;


 Definidos com base no consumo de um material: Para cada grama de
glucose consumida,
Y’X/S = - X/S
há um aumento de
Y’P/S = - P/S 0,5 gramas de
biomassa.
Y’P/X = P/X
Por que será que
Valor típico do rendimento celular baseado no consumo de não é uma
glicose em condições aeróbicas:
proporção 1:1?
YX/S ~ 0,50 g biomassa/g glicose consumida

Nesse caso, a proporção não é 1:1 porque a glicose está sendo utilizada para outras atividades
além de gerar mais biomassa. Pode por exemplo, estar sendo usada para atividades de
manutenção, para garantir sua adaptabilidade em uma condição de pH externo diferente do
interno.

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Veja, a célula consome o substrato que pode entrar em diferentes rotas metabólicas.

Pode ser destinado para a formação de produto extracelular, para gerar energia para
crescimento e atividades de manutenção.

O consumo energético utilizado para atividades de crescimento e manutenção são ambos


associados ao metabolismo energético. Este caso será bem avaliado adiante.

Rendimento Aparente

as condições de
Os coeficientes de
cultivo podem
rendimento aparentes
alterar o padrão de
não são constantes
utilização de um
verdadeiras
substrato
Para uma dada fonte de carbono:
Biomassa

Produto extracelular
Substrato
Célula
Energia para crescimento

Energia manutenção
Metabolism
energético
S = Sbiomassa + Sproduto extracelular + Screscimento + Smanutenção

Já o rendimento teórico está associado, por exemplo ao envolvimento das quantidades em um


processo específico:

Rendimento Teórico (Y) versus Aparente (Y’)


Rendimento
teórico quando Teórico: baseado na estequiometria
da reação Substrato  Produto
conseguimos
encontrar uma X
YX / S  TEÓRICO
 S G
estequiometria X X
Y'X / S   OBSERVADO
direta.  ST  (SG  SR )
X : Variação de Biomassa
Representa a ST: Variação de substrato total
SG: Variação de substrato direcionado para o crescimento
situação de todo o SR: Variação de substrato direcionado para outras atividades

substrato
Rendimento máximo  Representa o rendimento sem competição com
limitante ser outras reações
direcionado para a
síntese do produto É como se todo o substrato fosse convertido em
de interesse produto. Não há consumo de substrato para outras
atividades

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Observação: Durante a fase de crescimento exponencial celular, quando praticamente todo o
substrato é direcionado para o crescimento, a parcela com gastos para atividades de
manutenção é desprezível. Nesse caso,

Isso é comum quando o produto é intracelular.

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Ainda existem outros termos aplicados:

Veja o exemplo abaixo, para consolidar os conhecimentos de rendimento teórico e aparente:

EXERCÍCIO:
Rendimento Teórico (Y) X Aparente (Y’)

A reação para a produção aeróbica do ácido acético a partir do etanol é:

C2H5OH + O2  CH3CO2H + H2O


(etanol) (ácido acético)

A bactéria Acetobacter aceti é adicionada em um meio vigorosamente aerado


contendo etanol a uma concetração inicial de 10g/l. Após algum tempo,
a concentração de etanol é 2 g/l e a Concentração de ácido acético produzido é
7.5 g/l.

Compare o rendimento aparente com o teórico.

Explique a razão das diferenças ou semelhanças dos valores encontrados.

Massas molares: Etanol: 46 g/gmol, Ácido acetic: 60 g/gmol

(tente fazer o exercício, antes de olhar a resolução!!)

Resolução: Usar base de cálculo de 1 litro.

Rendimento observado:

Rendimento teórico (estequiometria da reação):

O rendimento observado é 72% do teórico.

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Provavelmente parte do etanol (substrato) está sendo desviado para atividades de energia de
manutenção ou biomassa.

CINÉTICA MICROBIANA ASPECTOS GERAIS

Se considerarmos o processo fermentativo como uma reação do tipo:

Substratos + células  produtos extracelulares + mais células

Teremos:

Onde,

rp, rS, rx : Velocidades instantâneas de formação de produto, consumo de substrato e crescimento


celular, respectivamente.

qP: velocidade específica de formação de produto

qS: velocidade específica de formação consumo de subtrato (quociente metabólico)

µ: velocidade específica de crescimento

Normalmente:

Velocidades instantâneas rp, rS, rx  são ideais para o projeto de reatores

Velocidades específicas qP, qS, µ  são ideais para análise cinética

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CINÉTICA MICROBIANA ASPECTOS GERAIS

S P
dS

Concentração
dt
X

dX
dt

X
dP
dt
t
Tempo

A comparação entre velocidade de reação (taxa) e produtividade é sempre


interessante para elucidação dos conceitos envolvidos:

(Gaden, Fermentation Process kinetics, 2000)

Veja na figura acima a diferença entre velocidade de reação e produtividade.

A velocidade específica de formação de produto varia de acordo com o padrão


aplicado de produção.

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Já vimos anteriormente a cinética de crescimento celular (cinética de Monod), o
conceito de rendimentos (teórico e aparente). Agora vamos estudar a cinética de
formação de produto e depois de consumo de substrato. Em ambas cinéticas,
estaremos sempre associando à cinética de crescimento celular e também aos
rendimentos teóricos.

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Cinética da formação de produto
Um aspecto muito importante é identificar , para uma fermentação ocorrendo em regime
batelada, em que fase do crescimento celular ocorre a formação de produtos.

Existem produtos que são formados somente quando a célula está crescendo ou está em em
fase estacionária.

Outros produtos ocorrem em condições que não é possível identificar completamente em que
fase do crescimento ocorre a formação do produto. Nesse caso, pode-se fazer uma
identificação parcial ou pode-se chegar a conclusão que a síntese de produto não está
associada às fases de crescimento.

Esse comportamento pode dar uma ideia das rotas metabólicas que a célula está utilizando
para a síntese do produto.

Assim,

 Considerando a produção de compostos de baixa massa molar (etanol, aminoácidos,


antibióticos, vitaminas), que sejam produtos extracelulares e sejam obtidos por via
fermentativa.
 Estes produtos podem ser classificados de acordo com sua forma de síntese e sua relação
com a geração de energia da célula (crescimento e manutenção):

Metabolitas Classificação de produtos de baixa massa molar


primários e obtidos por processo fermentativo
Atividades de
secundários
crescimento e
(rotas que Classe de metabólitos (PRODUTOS) manutenção
Associação com a geração de energia Exemplos
envolvem
ATP) Diretamente associados Etanol, ácido acético, ácido glucônico,
acetona, butanol, ácido lático e etc

Indiretamente associados Aminoácidos e seus produtos,


Requerem ácido cítrico, nucleotídeos
energia
adicional Sem clara associação Penicilina, streptomicina, vitaminas

Reações não ligadas ao metabolismo energético

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É importante notar que metabolismo energético envolve as reações metabólicas que usam ATP.
Assim, atividades de crescimento e manutenção da célula são típicas.

Exemplos de produtos oriundos


de processos fermentativos

A partir dos comportamentos apresentados, avaliar a relação entre o crescimento de biomassa


e a formação de produto:

Ácido Cítrico produzido via fermentação


Utilizando Aspergillus niger
Massa seca micelar (g/L)

(Processo batelada)

Ácido cítrico
Ácido cítrico

Massa seca micelar

Tempo (h)
Roher et al., 1981

Para a produção de ácido cítrico, estamos vendo que a escala é linear para a massa seca
micelar. Lembre-se que micélios podem aumentar de massa, sem necessariamente aumentar o
número de células. Mas nesse caso, podemos ver claramente que com o aumento de micélio
ocorre o aumento da concentração de ácido cítrico. Mesmo quando a concentração de massa
seca micelar para de aumentar (indicando o fim da batelada), ainda há aumento de ácido
cítrico. Nesse caso, podemos associar a produção de ácido cítrico tanto na fase de aumento

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como de diminuição do crescimento. Essa informação se torna essencial para o
estabelecimento da hipóteses em um caso de modelagem.

Penicilina – sistema batelada

Bailey & Ollis, 1986

Para o caso da penicilina, a concentração de células (biomassa) em função do tempo também


se apresenta em escala linear. Assim, não podemos diretamente avaliar as fases de
crescimento. Apesar disso, podemos fazer uma análise geral.

Enquanto há aumento de biomassa, não se observa o aumento da concentração de penicilina.


O grande aumento da concentração de penicilina ocorre após 52h, sendo que a biomassa parou
de aumentar em cerca de 28h. Assim, não é possível fazer uma associação direta da pridução
de penicilina com o metabolismo energético.

Alcaloides produzido via fermentação


Utilizando C. purpurea (Processo batelada)
Em diversas concentrações iniciais de fosfato (p0)

Condições de cultivo modulam


a formação de produto

Alcaloides são normalmente


Utilizados como fármacos.
Mudando a concentração inicial
de fosfato, a formação
de alcaloides é modificada

TA: alcaloides totais


DW: massa seca
Linha contínua: modelos matemáticos

Pazoutova et al., 1981

Alcalóides são utilizados como fármacos.

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Neste exemplo, pode-se verificar que de acordo com a concentração inicial do substrato
limitante (fosfato- p0), diferentes cinéticas são encontradas. A formação de alcaloides totais
(TA) está associada ao aumento de células e também nas condições onde a biomassa (massa
seca – DW) se mantém seca.

Na busca da compreensão da relação entre síntese de produto e crescimento de biomassa,


pode-se destacar os seguintes casos:

Como interligar o crescimento celular com o consumo de


substrato e a formação de produto?

S P
dS
Concentração

dt
X

dX
dt

X
dP
dt
t
Tempo

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Para os produtos diretamente associados ao metabolismo energético:

Neste tópico será apresentado um modelo cinético para a síntese de produto, quando esse está
associado ao metabolismo energético.

Mas este é apenas um tipo de modelo cinético. Dependendo da célula e em que fase do
crescimento celular o produto é formado, outros modelos cinéticos podem ser estabelecido.

A taxa (velocidade) de formação do produto na célula pode ser expressa em função da


concentração de biomassa:

Onde,

rp = taxa volumétrica de formação do produto (kg/m3.s)

qp= taxa específica de formação do produto (h-1)  pode ser avaliado em qualquer hora
durante a fermentação.

Não é necessariamente constante


durante a fermentação em batelada.

Pode ser relacionado à energia do


metabolismo ou não

Dependendo de como o produto está associado à energia requerida para o metabolismo, q p


terá expressões diferentes, como função da taxa de crescimento e outros parâmetros
metabólicos.

FORMAÇÃO DE PRODUTO DIRETAMENTE ASSOCIADO À ENERGIA DO METABOLISMO:


(envolve atividades de crescimento e manutenção)

Normalmente são produtos no qual a rota metabólica de obtenção está associada à geração
de ATP.
O crescimento é a atividade que mais consome energia.

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Desta forma, se o produto está associado ao metabolismo energético, ele provavelmente será
formado quando houver crescimento.

ATP também pode ser requerido para outra atividade, como a de manutenção (atividades
mantidas pelas células sem crescimento)

Exemplos de atividades de manutenção:

 Motilidade celular
 Turn over de componentes celulares
 Ajustes de potencial de membrana e pH interno

Atividades de manutenção ocorrem na ausência de crescimento.

MODELAGEM:

A expressão cinética para a formação de produto associado à energia do metabolismo é:

mp: velocidade
específica de
formação de produto
devido às atividades
de manutenção

 YPX é o rendimento teórico, pois se refere à parcela referente ao crescimento celular

OBDSERVAÇÃO: qp pode ou não ser constante.

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Cinética de formação de produto

Exemplo de unidade!!

YPX = rendimento teórico

Veja nos slides abaixo que o mesmo modelo matemático é apresentado, usando outra
nomenclatura.

PADRÕES CINÉTICOS DE CRESCIMENTO E


DE FORMAÇÃO DE PRODUTOS EM BATELADA

Produtos associados ao crescimento

As taxas específicas de formação


do produto e de crescimento
X
celular são proporcionais:
ou
P
qP = (1/X)(dP/dt) =  .YPX

Exemplos: metabólitos primários


 enzimas constitutivas
 etanol tempo
 ácido glicônico

Neste caso, como a geração de produto está associada somente ao crescimento...

(não existe o termo de manutenção – para a síntese de produto).

Assim, simplificando o modelo cinético:

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Próximo caso:Formação de produto ocorre durante a fase estacionária (atividades de
manutenção):

PADRÕES CINÉTICOS DE CRESCIMENTO E


DE FORMAÇÃO DE PRODUTOS EM BATELADA

Produtos não associados ao crescimento

A formação do produto ocorre


durante a fase estacionária, quando
a taxa de crescimento celular é nula. X
ou
qP =  = constante P

Exemplos: metabólitos secundários


 antibióticos tempo
 vitaminas

A partir do modelo cinético:

Como não há formação de produto na fase de crescimento... Não faz sentido o termo:

Assim,

Quando o produto está associado ao metabolismo energético, incluindo formação durante a


fase de crescimento e estacionária (com atividades de manutenção), não é possível simplificar o
modelo:

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E este modelo também pode ser apresentado na forma da Equação de Luedeking-Piret (mesma
forma, outra nomenclatura):

PADRÕES CINÉTICOS DE CRESCIMENTO E


DE FORMAÇÃO DE PRODUTOS EM BATELADA

Produtos parcialmente associados ao crescimento

A formação do produto ocorre


durante as fases de crescimento
lento e estacionária. X
ou
P
Equação de Luedeking-Piret
qP =  X + 

Exemplos:
 ácido lático
 goma xantana tempo
Se α = 0  O produto não é associado ao crescimento
Se β = 0  O produto será somente associado ao crescimento e α = YPX

Cinética do consumo de substrato


Para estabelecer o modelo cinético de consumo de substrato, realiza-se a seguinte análise:

As células consomem o substrato e podem destiná-lo a diferentes rotas metabólicas:

 Diretamente direcionado para o crescimento celular


 Para a síntese de produto;
 Geração de energia para a manutenção celular (variam de acordo com o tipo de
microorganismo e condições de cultivo).

De modo geral a velocidade de consumo de substrato pode ser definida como:

Onde,

rS = taxa volumétrica de consumo de substrato (kg/m3.s)

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qS= taxa específica de consumo de substrato (h-1)  da mesma forma que qP, qS pode ser
avaliado em qualquer hora durante a
fermentação. Não é necessariamente
constante durante a fermentação em
batelada.

 É um quociente metabólico

Desta forma,

Crescimento celular (utiliza-se o rendimento teórico) :

Formação de produto:

Manutenção celular: mS.X

Assim:

Podemos ainda substituir a equação de Monod...

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Cinética de consumo de substrato

YPS e YXS = rendimentos teóricos!!

Dependendo da situação identificada (a partir da análise do perfil de consumo de substrato,


formação de produto e aumento de biomassa)é possível fazer as seguintes simplificações:

1. Produto associado à energia do metabolismo: qp=0


a. Isso significa qua não há gasto específico para o consumo de substrato para
formar produto. O produto será formado a partir da cascata de reações
metabólicas de crescimento e manutenção. O produto está na rota do
metabolismo energético.
2. Consumo de substrato associado ao crescimento: Exemplos levedura para a produção
de pão
a. Nesse caso não há formação de produto extracelular.
3. Consumo de substrato associado à formação de produto
4. Consumo de substrato associado à manutenção

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DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS CINÉTICOS A PARTIR DE DADOS OBTIDOS EM CULTURA
BATELADA

Para trabalharmos com reatores reais, necessitamos dos parâmetros cinéticos e de rendimento.

Necessitamos também de informações sobre as taxas de consumo de substrato, formação de


produto e de crescimento.

Culturas em sistema batelada são normalmente utilizadas para a investigação do


comportamento cinético, mas nem sempre é o melhor método.

Estimativa de µmax: Na fase de crescimento exponencial

Ks: A melhor estimativa é em cultura contínua (CSTR) (veremos em outro capítulo)

Efeito da manutenção nos coeficientes de rendimento

Coeficientes teóricos (YXS, YPX e YPS)  Normalmente são difíceis de serem obtidos .

Apesar de serem basicamente coeficientes estequiométricos, só é possível o cálculo para rotas


fermentativas simples.

Se a rota metabólica é complexa, os cálculos estequiométricos se tornam mais complicados.

Porém o rendimento teórico pode ser relacionado com o rendimento observado.

RELAÇÃO ENTRE RENDIMENTO TEÓRICO E OBSERVADO

Rendimento da biomassa a partir do substrato.


Caso específico: sistemas sem a formação extracelular de produtos ou
quando a síntese de produto está associada diretamente ao metabolismo energético celular

dX r 
Y' X / S   X Y'X / S 
 dSproduto rS 
 mS
YX / S
Considerando:

rX  X

X
rS   mS X
YX / S

Como podemos aumentar o coeficiente de rendimento observado Y’ XS ?

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COMO PODEMOS AUMENTAR O RENDIMETNO TERÓRICO?

RESPOSTA:

O coeficiente de rendimento observado pode ser elevado, reduzindo-se o coeficiente de


manutenção mS. Isto implica em criar condições nas quais as células consumam menos
substrato para as atividades de manutenção, através da modificação dos parâmetros:

- força iônica do meio,

- diminuição da temperatura do fermentador (CONTROLE),

- utilização de diferentes microorganismos ou linhagens que requerem menor energia


de manutenção.

Outra forma é elevar a taxa (ou velocidade) de crescimento.

Para culturas nas quais produto não está associado diretamente ao metabolismo energético, a
relação entre os rendimentos teórico e observado serão mais complicadas.

Para aumentar o coeficiente de rendimento


observado Y’X/S:
Pode-se reduzir o coeficiente de manutenção mS

criar condições nas quais as células consumam menos substrato


para as atividades de manutenção, através da modificação de
parâmetros como:
• forca iônica do meio,
• temperatura do fermentador (reduzir),
• emprego de diferentes microrganismos ou de linhagens
que requerem menor energia de manutenção
Opcionalmente, pode-se elevar a taxa de crescimento.
Quando o produto não está associado diretamente ao
metabolismo energético, a relação entre os rendimentos teórico
e observado é mais complexa. 38

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RELAÇÃO ENTRE RENDIMENTO TEÓRICO E OBSERVADO

Rendimento do produto a partir do substrato.


Caso específico: a síntese de produto está associada diretamente à
energia do metabolismo.

A partir da experiência adquirida anteriormente, obter


a relação entre o rendimento teórico (YPX) e observado (Y’PX)

RESOLUÇÃO:

O DESVIO ENTRE A RELAÇÃO (OBSERVADO) E (TEÓRICO) DEPENDE DA RELAÇÃO

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RELAÇÃO ENTRE RENDIMENTO TEÓRICO E OBSERVADO

Rendimento do produto a partir do substrato.


Caso específico: a síntese de produto está associada diretamente à
energia do metabolismo.

A partir da experiência adquirida anteriormente, obter


a relação entre o rendimento teórico (YPX) e observado (Y’YPX
PS’)

(YPS)

Não considerar o consumo de substrato para a síntese de produto.

RESOLUÇÃO:

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Veja o exemplo da Xilanase

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Bibliografia recomendada
o DORAN, P. M. - Bioprocess Engineering Principles, 2a edição, Editora
Academic Press Ltd., London, 1997.  cap. 11

oSHULER, M. L. E KARGI, F. - Bioprocess Engineering Basic Concepts,


Editora Prentice- Hall International Inc., Englewood Cliffs, 1992. 2a.
Edição  cap. 6

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