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Engenharia Bioquímica: papel de transformar os conhecimentos agente biológico que estamos usando.

Precisamos entender
obtidos por microbiologistas e bioquímicos em processos então qual o meu agente microbiológico e como ele se porta
industriais; em um brioprocesso.
Objetivo: aperfeiçoar e otimizar processos, assim como aumen- O segundo desafio é o bioprocesso em si. A complexidade do
tar produtividade e rendimento. meio.
Oxigênio CO2
Fonte de C Biomassa
Fonte de N Metabbólitos
Outros Água
Placas de Petri Escala laboratorial Escala industrial
(Fleming 1928) Calor
Colocamos uma fase de meio de cultivo, o microrganismo e
A biotecnologia envolve a química, engenharia e a biologia. Dentro controlamos esse sistemas em condições adequadas para que
da interseção engenharia-biologia nós temos a engenharia um produto seja gerado naquele meio de cultivo. Estamos
bioquímica. falando em 3 variáveis de controle:
o meio de cultivo
microrganismo
produtos gerados

O terceiro desafio consiste no proceso. Trazer para uma base


quantitativa.
Temos que estudar as cinéticas envolvidas, controles e
balanços envolvidos. Depois fazer as otimizações (esgotar tudo
Engenharia bioquímica como uma área da engenharia tem a que há de processo para garantir que em uma escala superior
finalidade de proporcionar um controle matemático e a bioquími- estejamos trabalhando na melhor condição possível de
ca o entendimento biológico de rotas bioquímicas. Nosso papel é processo). Então começamos a estudar a elevação de escala.
de transformar os conceitos básicos de microbioquímica em Por último vemos a viabilidade de purificar o produto.
processos industriais, pois apenas assim eu consigo ter um
parâmetro quantitativo, um controle mais refinado do agente
biológico.
Nosso objetivo é otimizar os processos e conhecer esses
processos, buscando produtividade e rendimento.
Conseguimos sair de um conhecimento muito básico de quando
temos um microrganismo em uma placa de Petri, com pouco Processos fermentativos e enzimáticos:
meio para crescer. Conseguimos então fazer todos os ensaios
em uma escala posterior, a escala de laboratório, mas ainda Etanol; Vacinas;
estamos falando ainda de escalas reduzidas, com o objetivo de Ácidos; Bioinseticidas;
ver o potencial daqueles microrganismos em processos, come- Solventes; Enzimas;
çamos a entender um pouco o que aquele agente biológico é Vitaminas; Esteróides;
capaz dentro de um bioprocesso. Essa escala de laboratório Antibióticos; Papel e celulose;
pode acontecer em poucos mL’s e conseguimos transportar Polissacarídeos; Tratamento biológico de efluentes
isso já para escalas de um biorreator de bancada (5L, 10L, 15L). Aminoácidos;
Começamos gradativamente a elevação de escala, ou seja, Micro-organismos;
conseguir transportar os conhecimentos básicos para escalas
de grande porte. Falamos agora de escalas de metros cúbicos, a Processos Enzimáticos: Transformação química realizada por catalisado-
depender de que área estamos trabalhando. res biológicos (enzima) na ausência de seres vivos. Processos Fermenta-
Estamos acostumados a dividir o bioprocesso em 3 grandes tivos ou biológicos: Transformação realizada pelos microrganismos
dificuldades: (biocatalisadores).
O tipo de biorreator utilizado tem que ser adequado ao
O objetivo é ter esse processo funcionando e produzindo e, A velocidade da reação é explicada pela teoria das colisões. As moléculas
para isso: presentes em uma solução devem colidir com orientação apropriada e
É necessário conhecimento de estequiometria e cinética que a colisão deve levá-las a adquirir uma quantidade mínima de energia
de reações; que lhes permita atingir um estado reativo, chamado estado de transi-
É necessário um controle eficiente (grande importância da ção. Para levar todas as moléculas de ummol de uma substância até o
modelagem matemática e da computação); estado de transição, necessita-se de uma quantidade de energia definida
Deve-se buscar o aumento de produtividade e redução de como energia de ativação. Essa energia é, portanto, a barreira que
custos; separa os reagentes dos produtos. A velocidade das reações pode ser
Deve-se buscar equipamentos com versatilidade e aumentada pelo menos de três maneiras diferentes: (1) aumentando o
eficiência número de moléculas em solução, ou seja, sua concentração, como
previsto pela equação da velocidade; (2) aumentando o número de
Pré-aula 06/10 choques entre as moléculas; (3) diminuindo a barreira imposta pela
energia de ativação.
Uma reação quimica pode ser analisada quanto sua termodinâmi- Quando se eleva a temperatura de um sistema, as moléculas, no seu
ca ou quanto sua cinética.A Termodinåmica estuda a viabilidade e conjunto, adquirem um conteúdo energético maior (Fig1)mas é respeita-
a reversibilidade das reaçöes. a partir da análise do conteúdo do o mesmo padrão de distribuição de energia entre elas. Avelocidade da
energético dos estados inicial e final de uma transformação. reação será diretamente proporcional ao número de moléculas com
Nada esclarece, porém, sobre a velocida de com que a trans- energia igual ou maior do que a energia do estado de transição, o aumen-
formação ocorre. Essa informaçäo é dada pela Cinética. Uma to da temperatura de um sistema acarreta uma maior velocidade da
reação química pode ser termodinamieamente viável (isto é, se reação química (Fig2) Por outro lado, se a energia de ativação necessária
ocorrer o conteúdo energético dos produtos será menor do que para a reação ocorrer for menor, mesmo mantida a temperatura inicial,
o dos reagentes) mas não se efetivar em determinadas um número maior de moléculas conterá energia maior do que a do
condições (ou seja, ter velocidade igual a zero ou muito próxima estado de transição e estará, portanto, em condições de reagir (Fig. 3)
de zero). Nos parâmetros termodinâmicos, os organismos não Esquema da distribuição de
podem interferir. Sua intervenção incide exclusivamente sobre o energia entre as moléculas
aspecto cinético, isto é, sobre a velocidade das reações. Toman- componentes de um sistema; a
do o exemplo simples da conversão irreversível de uma substân- barra vertical assinala o valor
cia A em B, a velocidade da reação (V) será: da energia de ativação e a área
hachurada representa a polula-
ção de moléculas com energia
suficiente para reagir (a) Distri-
A unidade de V é moles por litro por segundo. buição de energia em uma dada
A última equação mostra que a velocidade da reação diminui à temperatura T. (b) Distribuição
medida que a reação prossegue e a concentração de A diminui. de energia em uma temperatu-
A velocidade é, portanto, proporcional à concentração de A: ra T. maior do que T.(c) Distribui-
ção de energia de um sistema
na temperatura T, mostra do a
A constante k é chamada constante de velocidade da reação, alteração provocada no valor
com unidade de s'. Essa é uma reação de primeira ordem, já que da energia de ativação pela
sua velocidade depende da concentração do reagente com introdução de um catalisador.
expoente 1.
A maior parte das reações químicas processadas nos organis-
mos são mais complexas, por envolverem pelo menos três
moléculas diferentes e por serem, geralmente, reversíveis. São
reações de segunda ordem, representadas, por exemplo, por:

As velocidades de reação eräo. respectivamente:


Diagrama da reação quimica com e sem catalisador. São assinaladas a
energia livre padrão da reação,ou seja, a diferença entre o conteúdo
energético dos produtos e dos reagentes e a energia de ativação .
A redução no valor da energia de ativação pode ser obtida pela de sua superfície, chamada sitio ativo. O sítio ativo é uma cavidade com
presença de catalisadores, compostos capazes de aumentar a forma definida, aberta na superfície da molécula globular da enzima, consti-
velocidade da reação sem alterar a proporção entre reagentes e tuída por grupos R de aminoácidos que podem estar distanciados na estru-
produtos encontrada no final da reação e sem serem efetivamente tura primária da proteina, mas que os dobramentos da estrutura terciária-
consumidos durante o processo. O catalisador participa efetiva- trouxeram à proximidade uns dos outros. É essa forma definida do sítio ativo
mente da reação, sofrendo alterações de sua estrutura química que confere especificidade à catálise enzimática: para ser reconhecida
durante o processo; invariavelmente, porém, retorna à sua forma como substrato uma molécula deve ter a forma adequada para acomodar-
original no final da reação. consiste em criar um novo "caminho" de -se no sítio ativo e os grupos químicos capazes de estabelecer ligações com
reação, para o qual a energia de ativação requerida é menor. os grupos R ali presentes.

Esquema de uma reação do tipo A+B -> C+D. que consiste na transferência
de m grupo quimico do composto A para o composto B. A reação depende
da colisião entre as moléculas de A e B na posição favorável. Com a ligação
Mecanismo da hidrólise de um éster catalisada por H. A presença do dos substratos ao sítio ativo da enzima a reação é facilitada..
íon altera a distribuição de cargas elétricas do éster, criando um A relação espacial entre substrato e enzima não deve ser vista segundo um
caminho de reação que necessita energia de ativação menor do que modelo rígido de chave-fechadura. A aproximação e a ligação do substrato
o da reação não catalisada. à enzima altera o delicado balanço de forças responsáveis pela manutenção
Os catalisadores biologicos são proteinas chamadas enzimas. De da estrutura tridimensional da enzima, amoldando sua forma à forma do
fato, as reações catalisadas por enzimas têm velocidades muito substrato e fazendo-a adquirir uma nova conformação, ideal para a catálise.
altas, entre 106 e 10 12 vezes maiores que as reações não catalisa- Assim como a enzima, os substratos têm sua conformação tensionada e
das e algumas ordens de grandeza maiores que as reações catalisa- distorcida, aproximando-se da conformação do estado de transição. Além
das por catalisadores inorgânicos. disso, o substrato, corretamente posicionado no sítio ativo, está próximo de
Além disso, as enzimas apresentam sobre os catalisadores inorgân- grupos R decisivos para a catálise.
cos outras vantagens.graças à sua estrutura complexa, alto grau Uma solução de enzimas desnaturadas conserva a massa protéica mas a
de especificidade, propriedade ausente nos catalisadores inorgâni- propriedade catalítica está perdida. Desnaturações parciais podem levar
cos e, portanto, sua presença permite a seleção das reações . É duas soluções de mesma concentração enzimática a ter atividades muito
também devido às propriedades estruturais das proteínas que a diferentes. A dosagem de enzimas é sempre feita através da medida de sua
regulação da atividade enzimática se processa, permitindo um ajuste atividade, que é avaliada pela velocidade da reação que a enzima catalisa.
contínuo da velocidade da reação catalisada às condições celulares Dada a especificidade das enzimas, essa medida é possível, mesmo na
vigentes. presença de outras proteínas. Para efetuar essas dosagens, uma amostra
Resumindo, as enzimas (1) diminuem a energia de ativação, levando a da solução contendo a enzima é incubada com concentrações altas de
altas velocidades de reação, (2) são muito específicas, (3) são substratos (para garantir a velocidade máxima e impedir que pequenas
sintetizadas pelas próprias células onde atuam, (4) têm concentra- variações na concentração do substrato possam afetar as medidas). Uma
ção celular variável, de acordo com as condições fisiológicas e (5) Unidade Internacional (U) é a quantidade de enzima capaz de formar lumol de
podem ter sua atividade modulada, permitindo um ajuste fino do produto por minuto em condições ótimas de medida (pH, temperatura etc.),
metabolismo ao meio ambiente. O conjunto desses aspectos favorá- especificadas para cada caso.
veis justifica o alto investimento energético necessário para a A medida da atividade enzimática é imprescindível para monitorar a purifica-
síntese de enzimas e possibilita a manutenção da vida como a conhe- ção de uma enzima. Quando se pretende purificar uma enzima, inicia-se o
cemos. processo de isolamento a partir de um macerado de células, órgão ou tecido,
Ação catalítica das enzimas o extrato celular. Tomando uma amostra desse extrato, deve-se deter-
.O primeiro ponto a considerar é a grande diferença de tamanho minar a atividade da enzima de interesse (em U/mL, geralmente) e a quanti-
entre a enzima e seus substratos. . O investimento energético para dade total de Unidades presentes no volume total do extrato. Para adotar
a síntese de uma molécula protéica tão grande justifica-se pela um parâmetro que permita a comparação com outras preparações e com
obtenção de uma estrutura muito precisa, com reentrâncias de etapas posteriores do processo de purificação, é necessário usar um
forma apropriada e com grupos químicos localizados em posições referencial; a referência habitualmente utilizada é a concentração total de
exatas para servir à catálise. os reagentes (aqui chamados substra- proteína presente na preparação. Define-se, assim, a atividade específica.
tos) devem ligar-se à molécula da enzima em uma região específica Processada a primeira etapa em direção à purificação da enzima, são feitas
novas medidas de atividade e de concentração de proteína, e De fato, durante o desenvolvimento da reação, mesmo mantendo-se
calculada a ova atividade específica. Se a etapa de purificação foi constantes a temperatura e o pH, a concentração do substrato decresce
bem sucedida, a tividade específica encontrada deve aumentar. e a concentração da enzima, levando em conta sua labilidade, também pode
Esse aumento significa, naturalmente, que o procedimento adotado diminuir consideravel- mente, sem esquecer que, em muitos casos, os
eliminou proteínas indesejáveis. Novos processos de purificação são produtos formados podem atuar como inibidores da ação catalítica da
efetuados até que, no caso ideal, a atividade específica da prepara-enzima.
ção torna-se máxima e constante, indicando que a enzima está .A rigor, portanto, o único instante em que as condições experimentais são
pura. conhecidas é o instante inicial. Por esse motivo, a velocidade da reação
enzimática deve ser calculada, sempre que possível, no instante t=0,
obtendo-se assim a velocidade inicial ou de consumo do substrato, ou de
A Cinética de Reações Enzimáticas é, a rigor, um caso particular da formação do produto.
Cinética Química. Seus objetivos são: Muitas são as reações enzimáticas cujas velocidades iniciais podem ser
a) medir as velocidades das transformações que se processam; determinadas, desde que se tomem os devidos cuidados experimentais. Há,
b) estudar a influência de condições de trabalho (como, por exem- porém, casos mais complexos, em que a velocidade inicial não pode ser
plo, concentrações dos reagentes e das enzimas, temperatura, pH, medida, ou porque não existe uma técnica experimental que permita acom-
concentrações de ativadores e de inibidores) naquelas velocidades; panhar as variações das concentrações no sistema em estudo, ou porque
c) correlacionar (quer por meio de equações empíricas, quer por a transformação não pode ser representada por uma equação química
meio de modelos matemáticos) as velocidades das transformações com reagentes e produtos bem definidos. A velocidade da reação, nesses
com alguns dos fatores que as afetam; casos, é freqüentemente representada por uma velocidade média de
d) colaborar na otimização do processo considerado; consumo, ou de produção, de substâncias convenientemente escolhidas ou,
e) estabelecer critérios para o controle do processo; ainda, de variação de uma propriedade do sistema (viscosidade, textura,
f) projetar o reator mais adequado. absorbância, etc.) em um intervalo de tempo prefixado.

Medida da velocidade
Consideremos o caso em que, em solução aquosa, um dado substra-
to, de fórmula molecular S, é transformado em produtos de
fórmulas moleculares P, Q, etc., em uma reação catalisada por uma
enzima de fórmula molecular E. Esquematicamente:

Como exemplo, poderíamos citar a decomposição da água oxigenada


em água e oxigênio, na presença da enzima catalase:

O primeiro problema que se nos apresenta, ao pretendermos


estudar a cinética da reação, é a medida de sua velocidade em
condições experimentais conhecidas. Medida da velocidade média de formação do produto no intervalo de tempo
Suponhamos que seja possível, no sistema que nos interessa, medir
a concentração do substrato (ou de um dos produtos) durante o
desenvolvimento da reação a partir de seu início. Essas medidas
Consideremos uma dada reação enzimática cuja velocidade inicial pode ser
conduzirão a curvas do tipo das representadas na Fig, 7.1. Essas
determinada experimentalmente. Imaginemos vários ensaios diferindo, um
curvas nos mostram que a velocidade de consumo do substrato (ou
do outro, apenas pela concentração inicial da enzima. A experiência mostra
de formação do produto escolhido) varia com o tempo, porque,
que, dentro de certos limites, a velocidade da reação é proporcional à
como conseqüência da reação, variam as condições em que o
concentração da enzima.
sistema se encontra.

Representação esquemática das


variações das concentrações do
substrato e do produto, Medidas
das velocidades no instante te das
velocidades iniciais (t=0).
Se, porém, os ensaios realizados diferirem entre si apenas pela
concentração inicial do substrato, a velocidade inicial da reação será
afetada. Em outras palavras, a curva obtida é análoga à que se
observa em fenômenos em que ocorre saturação: a velocidade da
reação é função crescente da concentração do substrato até um Supondo, ainda, que após um regime transiente inicial muito curto (da ordem
determinado valor dessa concentração, mantendo-se praticamente de alguns microssegundos), a concentração do complexo se mantém
constante para concentrações de substrato superiores a esse constante (hipótese de Briggs e Haldane), isto é, dx/dt=0.
valor.

O modelo cinético de Michaelis e Menten é, ainda hoje, um dos mais


aceitos com o objetivo básico de explicar a influência das concentra-
ções iniciais de enzima e de substrato na velocidade inicial da reação
enzimática. As hipóteses básicas desse modelo são:
a) o substrato e a enzima reagem reversivelmente entre si forman-
do um composto intermediário denominado complexo enzima-subs-
trato;
b) o complexo formado ou se decompõe, ou reage com outra subs-
tância, regenerando a enzima e formando os produtos da reação.
Consideremos o caso mais simples possível, caracterizado pelos se-
guintes pontos:
a) a formação do complexo enzima-substrato se dá na proporção
de 1 mol de substrato para 1 mol de enzima, produzindo 1 mol do
complexo; A eq. (7.3) permite, agora, calcular a velocidade de formação do pro-
b) o complexo formado se decompõe, sem reagir com outras subs- duto:
tâncias existentes no sistema.
Esquematicamente, teremos, em um dado instante :
O máximo valor da velocidade será alcançado quando toda a enzima se
encontrar na forma de complexo, isto é, quando x=e. Indicando-se com V
sendo: essa velocidade máxima, teremos V =k3e.
k1= constante de velocidade de formação do complexo
k2= constante de velocidade de dissociação do complexo
k3 = constante de velocidade de decomposição do complexo
formando o produto
v= velocidade de formação do produto que é a equação de Michaelis e Menten, representada na figura abaixo:
s= molaridade inicial do substrato
e= molaridade inicial da enzima
x= molaridade do complexo no instante t

Admitindo, o que é muito comum na prática, que a concentração do


substrato é muito maior que a da enzima e, portanto, muito maior
que a do complexo, podemos desprezar x em relação a s.
A constante Km, denominada constante de Michaelis da enzima (ou, A linearização da eq. (7.6) pode ser realizada por outros métodos, além
segundo alguns autores, constante de Michaelis do substrato, ou do de Lineweaver-Burk já citado. Faremos referência apenas a mais um
ainda constan te de Michaelis do sistema enzima-substrato), é a deles, o método de Hanes, que consiste simplesmente em multiplicar por s
concentração de substrato à qual corresponde uma velocidade igual ambos os membros da eq. (7.8):
à metade da máxima. De fato, fazendo s=Km, na equação (7.6),
resulta v=V/2. A tab. 7.1 reúne alguns valores de Km.

Neste último método, s/v varia linearmente com s e os coeficientes line-


ar e angular da reta correspondente são respectivamente iguais a K/V e
1/V. Qualquer que seja o método utilizado, uma boa determinação de K eV
requer uma cuidadosa análise estatística dos valores experimentais.

Se a constante de velocidade k3 for muito menor do que k2

iisto é, K será, neste caso, praticamente igual à constante de


equilíbrio de dissociação do complexo ES.
Quanto menor for o valor de K, maior será a afinidade da enzima
pelo substrato. A determinação de Km e V a partir de valores
experimentais de s e v, pode ser efetuada linearizando-se a eq.
(7.6).
A determinação de K. e V a partir de valores experimentais des e
v, pode ser efetuada linearizando-se a eq. (7.6). Para tanto, um
método muito utilizado, chamado método de Lineweaver-Burk, Representação gráfica dos valores da tabela.
consiste em inverter ambos os membros da eq. (7.6): Se aplicarmos, aos valores da Tab. 7.2, o método de Lineweaver-Burke e
o de Hanes, obteremos os resultados representados, respectivamente
nas Figs 7.8 e 7.9.
Essa última equação nos diz que 1/v varia linearmente com 1/s. Os
coeficientes linear e angular dessa reta são iguais a 1/V e K/V,
respectivamente.
Determinação de V e Km, pelo método de Lineweaver-Burk aplicado
aos valores da Tabela 7.2 (r=coeficiente de correlação).

S e E reagem reversivelmente formando o complexo Enzima-Substrato. Por


que é irreversível? Porque qualquer variação do meu processo, presença
de inibidor, variação de temperatura, variação de PH, o quelibrio pode ser
alterado e complexo pode se desfazer originando S e E novamente, sem
que este equilíbrio seja deslocado para a geração de produto.

Determinação de V e Km pelo método de Hanes aplicado aos valores


da Tabela 7.2 (r=coeficiente de correlação).
Se a concentração do substrato for muito menor que K, isto é, se

O complexo ES irá se decompor liberando a enzima livre e gerando o produ-


to de interesse. A enzima não é perdida no processo.
O modelo de Michaelis-Menten avaliou que a velocidade de uma reação
isto é, a reação se comporta como se fosse de primeira ordem. enzimática depende da concentração da enzima.
Se, porém, a concentração do substrato for muito maior do que Km,
de modo que teremos, pela eq. (7.6):

ou seja, a reação se comporta como se fosse de ordem zero.

Aula 06/10
Por que estudar a cinética enzimática?
Cinética é quando avaliamos o comportamento, a velocidade daquela
reação catalizada por uma enzima. Enzimas são catalizadores biológi- A geração de produto é maior quando temos mais enzimas em solução.O
cos, reduz a energia de ativação (teoria das colisões) e acelerar a nosso objetivo é trabalhar com uma concentração ótima de enzima. Temos
velocidade de uma reação. É uma proteína que tem uma estrutura um perfil de crescimento linear (gráfico da direita), isso significa que a
química especial, que é o sítio ativo, este vai complexar com o velocidade depende da concentração da enzima no sistema.
substrato para que gere o produto, nesse momento medimos a Outro fator que influencia é a concentração de substrato. A concentração
velocidade dessa enzima numa solução. de substrato é um dos fatores mais importante que determina a velocidade
Fatores que alteram a velocidade das reações enzimáticas: das reações enzimáticas.
Concentração de substrato;
Concentração da enzima;
Presença de inibidores;
Temperatura;
PH.
Velocidade = produto formado/ tempo de reação
A concentração do substrato em solução tem influência na velocida-
de. A concentração da enzima também tem influência na velocidade.
Presença de inibidores.
Equação de Michaelis-Menten
Equação mais básica para avaliar a velocidade de uma reação
enzimática.
Quanto maior a concentração de substrato, maior a velocidade da Vamos calcular a velocidade da minha atividade enzimática com base numa
reação. Em um momento temos uma reação de primeira ordem, i.e., velocidade máxima atingível do meu sistema . O Km é uma medida específi-
a velocidade tem um ganho proporcional ao aumento da concentra- ca de uma enzima com um substrato. Temos a concentração de substrato
ção de substrato, a partir de determinada concentração de como parâmetro manipulável do meu sistema., ou seja, conforme eu vario
substrato a cinética de reação vai para uma reação de ordem zero. a concentração de substrato eu vou atingir uma velocidade de trabalho que
tende à maxima velocidade.
Conforme temos um Km menor a velocidade tem uma ascensão, um pico
de cresimento que vai levar a velocidade de trabalho tendendo à máxima
atingivel do sistema.

DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS Km E Vmax


1. Equação de Lineweaver-Burk
2. Equação de Hanes
3. Equação de Eadie-Hofstee
Modelos que linearizaram Michaelis-Menten.

Toda a concentração de enzima que temos no meio já está comple- 1. Equação de Lineweaver-Burk
xada com o substrato. Por isso que há um balanço ótimo do sistema. ênfaze em valores de baixa velocidade obtidos em baixas {S}, onde valores
O ponto de inflexão demonstra a máxima velocidade do sistema. de V são mais imprecisos.

Mesma limitação de Michaelis-Menten. Se temos uma concentração de


substrato muito baixa, pode dar erro para o cálculo de Vmax pois vai variar
muito o coeficiente linear.
Pelo gráfico de michaelis-menten, conseguimos extrair dois
parâmetros cinéticos essenciais: a velocidade máxima da enzima e 2. Equação de Hanes
o valor de Km. Ajustou a Equaçao de Lineweaver-Burk, multiplicando pelo substrato.
Quanto temos uma concentração de substrato muito grande, Quando aumentamos a velocidade onde a equação anterior não serve como
vamos ter uma velocidade relativa tendendo a máxima. Isto é, modelo, temos o modelo de Hanes que trabalha com valores mais altos de
consigo trabalhar com altas concentrações de substrato, fazendo velocidade. Sendo um modelo intermediário.
com que eu atinja a máxima velocidade do sistema. Tende a espalhar os valores mais altos e mais precisos de V, tornando
1/Vmax com boa precisão. Como a interseção é próxima a 0 , traz erro ao
Km.
3. Equação de Eadie-Hofstee ,MODELO DE HANES
Pegou o modelo de Lineweaver-Burk e fez um ajuste relativo ao -Intersecção próximo de zero;
principal conceito de velocidade. Eu vou maximizar a velocidade -Ajuste pela {S}
conforme o Km for menor, o que leva a máximas velocidades. Faz
um ajuste no modelo para trabalhar em velocidades mais altas.
Boa distribuição dos pontos. Precisa de altas {S} para fornecer bom
Vmax. No entanto, apresenta V nos dois eixos, o que pode provocar
erros.

MÉTODO DE LINEWEAVER-BURK
-Valores de velocidade baixos;
-Baixas concentrações de substratos.

MODELO DE EADIE HOFSTEE


-Necessita de altas {S} para fornecer um bom Vmáx

Muito distante dos


outros modelos
sdsdsd

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