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1.

Compreenda as 2 definições de fermentação, bioquimicamente (via metabólica) e no


contexto da biotecnologia industrial.
Do ponto de vista metabólico, a fermentação se trata de um processo do metabolismo com
o objetivo de se obter energia, precursores essenciais e poder redutor para a célula, a
fermentação em específico ocorre em condições anaeróbias, sem um aceptor de elétrons.
Do ponto de vista da engenharia, um processo fermentativo é qualquer processo que utiliza
uma cultura de células para se obter um produto de interesse comercial, mesmo este sendo
um processo aeróbico.
2. Cite exemplos de produtos que podem ser obtidos por processo fermentativos /
bioprocessos. Compreenda a diversidade de produtos obteníveis por esse tipo de
processo.
Podemos obter uma variada gama de produtos em processos fermentativos, os exemplos
mais clássicos dizem respeito a indústria de alimentos, como por exemplo a produção de
vinho, cerveja, salame e queijos. Porém também podemos usar esses processos para obter
ácidos, solventes, aminoácidos. Com a evolução das tecnologias de DNA recombinante
podemos obter ainda proteínas e enzimas, como por exemplo: insulina (fármaco) e lipases
(uso industrial normalmente).
Há três tipos principais de biorreatores, sendo os biorreatores utilizando microrganismos os
mais comuns, com eles é possível a produção de enzimas, antibióticos, vitaminas, ácidos
orgânicos, solventes, ou ainda no tratamento de resíduos orgânicos industriais ou
domésticos. Além disso, possuímos biorreatores com células animais, muito utilizados para a
produção de produtos ligados à saúde humana e animal como vacinas virais, anticorpos
monoclonais, hormônios e fatores de crescimento. No que se refere a reatores que
empregam células vegetais, há exemplos de produção de princípios ativos de medicamentos,
como morfina e quinina, e outros produtos de utilização em cosméticos.
3. Defina biorreator
Um dispositivo para a execução de um bioprocesso, ou reação química, catalisadas por
“biocatalisadores”, que podem ser enzimas ou células vivas (microrganismos, animais,
vegetais), de forma que as variáveis principais do processo sejam controlados de forma
automática, permitindo assim com que o processo seja feito desde escalas pequenas (até
algumas dezenas de litros) até escalas industriais (milhares de litros)

4. Entenda as diferentes escalas de biorreatores, e a importância de biorreator em escala


de bancada também para o contexto industrial (de produção).
Na escala de bancada é possível obter uma maior flexibilidade e menor custo de operação,
além do que os dados básicos sobre o processo são obtidos com um maior nível de detalhes.
Nessa escala são realizadas a seleção de microrganismos e o desenvolvimento do meio de
cultura, a partir da definição de condições ajustadas como temperatura e pH, assim como as
condições de operação do biorreator. É utilizado, além disso, o ajuste de oxigênio caso o
processo seja aeróbio, para isso deve-se conhecer a demanda ou a velocidade de consumo
de oxigênio.
Em uma segunda etapa aplica-se a escala piloto objetivando o teste de ampliação de escala
para a obtenção de desempenho igual ou próximo do observado na escala de bancada. A
maior diferença entre a escala de bancada e a escala piloto é a de que, na primeira, o
objetivo é a análise dos fatores que influenciam o processo, já na segunda, o objetivo é
testar a extrapolação destes dados para uma escala maior. Caso esse desempenho não seja
adequado nesta fase, devido aos grandes gastos de se fazer teste na escala piloto é
necessário voltar para a escala de bancada para mais análises e só depois testar novamente
em escala piloto, porém, caso o desempenho seja adequado nesta fase, conclui-se que o
critério fixado está correto e seguimos para a escala industrial. A escala industrial tem a
finalidade de operar o biorreator sob condições similares às ajustadas na escala piloto, que
permitem a obtenção de um desempenho adequado em larga escala.
Apesar da escala de bancada não poder ser utilizada para a produção em grandes
quantidades, ela ainda é muito importante na indústria. Tais sistemas são muito importantes
principalmente quando é necessário testar novos microrganismos ou novos lotes de
matéria-prima, ou ainda, analisar contaminações. Além disso, os fermentadores
intermediários podem ser usados como pré-fermentadores (preparo do inóculo) para o
reator principal.
5. Considerando reatores em fase aquosa (fermentação submersa), compreenda a
diferença entre:
a) reatores agitados mecanicamente
São um dos tipos mais simples, empregam agitação por meio da rotação de impelidores,
cuja geometria pode alterar as linhas de fluxo do meio. Normalmente o reator é equipado
com chicanas, cuja função é evitar a formação de vórtice durante a agitação do líquido.
Possui a desvantagem de criar tensões de cisalhamento altas, o que pode danificar tipos
celulares mais sensíveis.
b) reatores de coluna de bolhas
Caracterizam basicamente pela ausência do agitador mecânico, sendo assim, utiliza-se da
injeção de ar comprimido na base do reator para diminuir a densidade da solução e por
meio das forças de empuxo agitar o meio. Com isso, temos uma forma menos agressiva de
agitação, com menores tensões de cisalhamento, tornando-o atraente para o cultivo de
células animais e vegetais.

c) reatores “air-lift”
Possui um princípio de funcionamento parecido com a coluna de bolhas, sendo agitado
pneumaticamente, porém, neste caso, a injeção de bolhas fica isolada numa região única, o
que cria uma região de fluxo ascendente e outra de fluxo descendente bem definidas no
meio reacional.

d) reatores com suporte em leito fixo


Possui um leito sólido no qual as células se encontram imobilizadas em um suporte inerte,
como, por exemplo, alginato, pectina, ou ainda materiais cerâmicos, vidro, sílica entre
outros, e o meio reacional flui em torno delas. A finalidade básica do emprego de células
imobilizadas num biorreator é a manutenção de elevadas concentrações celulares,
podendo-se atingir, consequentemente, elevada produtividade. Possui a vantagem de
proteger culturas delicadas de células, porém esse tipo de reator está sujeito a formação de
caminhos preferenciais de fluxo. Nos reatores com suporte em leito fixo, a movimentação
relativa das partículas ("pellets") é praticamente inexistente.

e) reatores com suportes em leito fluidizado


Semelhante aos reatores com suporte em leito fixo, possuímos células imobilizadas com
meio reacional fluindo em torno delas, porém, neste caso possuímos a intensa
movimentação relativa das partículas, sendo que a fluidização do leito pode ser provocada
pela injeção de ar. Consiste em suportes para as células de pequena massa e diâmetro, que
estão suspensas em um fluido em alta velocidade, que faz com que a massa se comporte
como um fluido. Possui a vantagem de proteger as células e de não formar caminhos
preferenciais.

f) reatores "hollow-fiber"

Os reatores de fibra oca ("hollow-fiber"), caracterizam-se por manterem as células


confinadas entre membranas semipermeáveis, as quais permitem o fluxo de líquido, mas
não a passagem de células. Nesse tipo de reatores com membranas, as tensões de
cisalhamento são mínimas, inferiores àquelas obtidas nos reatores "air-lift", o que os torna
indicados para utilização com alguns tipos de células animais extremamente sensíveis ao
cisalhamento. Comparativamente aos típicos reatores com células imobilizadas em suportes
inertes, tem-se neste tipo de reatores menores obstáculos difusionais, podendo-se
igualmente manter elevadas concentrações celulares.

6. A dorna é encamisada? Para que serve uma dorna encamisada? Compreenda como
é realizado o controle de temperatura no biorreator apresentado
Não, a dorna não é encamisada. A dorna encamisada serve para evitar as trocas de calor
entre o meio e o sistema, sendo assim ela mantém a temperatura do sistema constante.
Neste biorreator, por não possuir dorna encamisada há a presença de um sensor de
temperatura. Quando é necessário aumentar a temperatura, uma manta de aquecimento é
ativada, porém, quando é necessário resfriar o meio de fermentação, um banho
termostatizado resfria a água que passa por uma serpentina, esta serpentina fica em
contato com o meio de fermentação diminuindo sua temperatura.
7. Qual é o tipo de impelidor e que tipo de agitação é realizada no biorreator?
Os impelidores são as pás planas ("flat blade"), também conhecidas como turbina
"Rushton", elas realizam a agitação mecânica do fluido no biorreator.

8. Como garantir a concentração adequada de oxigênio no meio de fermentação?


Neste biorreator possuímos monitoramento de oxigênio dissolvido e além disso, possuímos
um borbulhador. O borbulhador é o responsável por oferecer o oxigênio para o meio de
fermentação, como possuímos um reator de agitação mecânica, a agitação permite que as
bolhas de oxigênio sejam quebradas e possam se dissolver pelo fluido, dessa forma, é
possível regular a concentração de oxigênio no meio de fermentação.

9. Como pode ser realizado o controle de pH?


Neste biorreator possuímos um sistema que controla o pH através de bombas peristálticas.
Quando o sensor de pH identifica uma alteração, ele aciona uma bomba peristáltica que
automaticamente adiciona base ou ácido na solução, mas além disso, na tampa da dorna
ainda possuímos tubos no qual podemos adicionar base ou ácido manualmente.
1. Defina esterilização e compreenda as razões que justificam sua necessidade em
processos fermentativos.
Esterilização de um meio ou ambiente é a operação que tem por finalidade eliminar
ou destruir todos os microrganismos, até mesmo na forma de endósporos. Em processos
fermentativos, a esterilização do meio de cultura elimina microrganismos contaminantes, e
tem por objetivo evitar o consumo de nutrientes úteis por estes contaminantes, formação
de metabolismos dos contaminantes, que possam alterar o desenvolvimento da
fermentação ou interferir no processo de extração, bem como na produção de enzimas que
possam destruir o produto da fermentação.
2. Identifique os tipos de esterilização:
a) a quente ou a frio.
A quente: calor seco e calor úmido
A frio: radiação UV, filtração e agentes químicos
b) por remoção física ou por inativação.
Remoção física: filtração, sedimentação e adsorção
Inativação: radiação UV (ou ionizante), filtração e agentes químicos
3. Sabemos que o calor úmido é de extrema importância para esterilização em processos
fermentativos. Identifique e compreenda os fatores que influenciam a ação do calor na
esterilização em processos fermentativos.
O calor úmido é empregado na esterilização de biorreatores ou fermentadores vazios
ou com mosto e tubulações. Sendo responsável pela desnaturação irreversível de algumas
proteínas (e até mesmo carboidratos) de microrganismos, em razão das altas temperaturas.
Nesse processo injeta-se vapor até valores adequados de pressão e temperatura. Ao término
do tempo de esterilização, para evitar vácuo provocado pelo resfriamento e consequente
condensação, aplica-se ar estéril.
fatores que influenciam: a espécie do microrganismo, a idade do microrganismo, a
ocorrência de aglomerados (biofilmes), se há formação de cápsulas ou endósporos,
composição do meio, pH do meio, temperatura, tempo de exposição, tipo de calor (seco ou
úmido).
4. A esterilização de meio de cultivo por remoção física se dá pelo uso de membranas de
filtração. Identifique a vantagem e a desvantagem desse método em comparação com uso
de vapor.
A esterilização por filtração é muito utilizada em aplicações industriais, por causa dos
relativos baixos custos e em razão da disponibilidade de filtros confiáveis. O uso de
membranas de filtração, contudo, não realiza de fato a destruição das células, apenas
tirando o microrganismo do meio de cultivo. Há filtros hidrofílicos (filtragem de líquidos) e
hidrofóbicos (filtragem do ar). Filtros de materiais fibrosos, como os filtros HEPA ou de lã de
vidro, atuam pela atração eletrostática. Filtros de membrana a passagem do ar ocorre por
membranas microporosas, elaborada de materiais poliméricos (dimensões de 0,2;0,22 ou
0,45um).
Vantagem: preservação de nutrientes que podem ser sensíveis ao calor e
preservação da viabilidade das células.
Desvantagem: maior custo e tempo que os que empregam calor, pode ocorrer
entupimento da membrana e restrição no tamanho dos poros (vírus podem passar).
5. Empregando-se calor úmido (aquecimento com vapor), é possível realizar a esterilização
de meio de cultivo de forma descontínua ou contínua. Compreenda:
a) a forma de condução de cada um desses processos de esterilização de meio.
b) Vantagens e desvantagens de cada um desses processos de esterilização de meio.
c) o local de esterilização, a temperatura geralmente atingida e o tempo geralmente
requerido em cada um desses processos de esterilização de meio.
d) a possibilidade de diluição do meio (aumento do volume).
Esterilização contínua:
a) Prepara-se um caldo não esterilizado na concentração apropriada e circula através de
trocadores de calor, afim de submete-lo à temperaturas de esterilização, mantendo-a
por tempo necessário e esfriando até a temperatura de fermentação
b) Aquecimento instantâneo a altas temperaturas, elevação da pressão aumenta a
temperatura, menor tempo ocioso
c) Menor necessidade de água e menor custo de vapor. Porém, como desvantagem há
maior risco de contaminação.
d) O mosto é esterilizado no ambiente externo à dorna, sendo o tempo de 2 a 3 min e a
temperatura de 130°C a 165°C e pressão de 4 a 5 atm.
e) Não há diluição no meio.
Esterilização descontínua:
a) Prepara-se um meio correspondente a uma fermentação, de forma que a
concentração deste meio fique condicionada ao método de aquecimento e
esterilização conjuntamente o caldo e o fermentador. Uso de serpentina encamisada
ou vapor direto.
b) Manutenção de altas temperaturas durante um longo período de tempo, elevado
consumo de vapor de água, a prolongada exposição a altas temperaturas pode
desnaturar proteínas, degradar nutrientes e ocasionar reações químicas não
desejadas.
c) O local de esterilização é no próprio reator, com tempo de 20 a 30 min, 121°C a
125°C e 1 atm
d) Injeção de vapor dilui o meio.

6. Considerando um biorreator de grande dimensão (20 mil Litros, por exemplo), qual seria
o problema em se realizar a esterilização do equipamento completamente preenchido
com meio (esterilização simultânea de equipamento e meio por esterilização em
batelada).
A esterilização do equipamento pode ser feita vazia ou com meio. O único problema
de ser feita simultânea com o meio e o equipamento é a necessidade de um tempo maior de
esterilização.
7. Quando se esteriliza um biorreator industrial com vapor direto (121ºC e 1 atm), qual a
importância de se injetar ar frio (esterilizado) em seguida?
A injeção de ar frio após o uso de vapor direto tem como objetivo: impedir o excesso
de umidade por meio do acúmulo da condensação da etapa anterior, criar condições para as
etapas seguintes, proteger o equipamento evitando choque térmico, evitar vácuo (o que
pode estragar vedações).
8. Identifique como o ar pode ser esterilizado por método de destruição do microrganismo
ou por remoção física. Qual é o método mais empregado em escala industrial?
A esterilização do ar pode ocorrer por três meios: esterilização por radiações,
esterilização por aquecimento e esterilização do ar por filtração.

A esterilização por radiações é utilizado com frequência em salas assépticas, sobre


locais de trabalho, visando à esterilização do ar circundante e das superfícies. Na
esterilização por aquecimento, a resistência do calor seco é superior ao do calor úmido, já
que o calor seco exige temperaturas altas, assim como maiores tempos de exposição. A
esterilização por filtros, no entanto, é muito mais utilizada em aplicações industriais, por
causa dos relativos baixos custos e em razão da disponibilidade de filtros confiáveis.

Há filtros de materiais fibrosos, como os HEPA, que atua por atração eletrostática
pela lã de vidro, além da retenção mecânica da camada filtrante, atuando no impacto,
interceptação, difusão, sedimentação e interação eletrostática. Há também os filtros por
membrana, no qual a passagem do ar se dá por membranas microporosas, elaboradas a
partir de materiais poliméricos e com dimensões menores que alguns microrganismos 0,2;
0,22 ou 0,45 um.
1. Qual a importância de se verificar o sistema de aeração para fornecimento de oxigênio
em um bioprocesso aeróbico? (para que serve o oxigênio, bioquimicamente?)
A importância do estudo da aeração advém do fato de grande parte dos
bioprocessos de interesse industrial ser aeróbia, como, por exemplo, produção de leveduras,
ácido acético, vitamina B12, ácido cítrico, aminoácidos, antibióticos, amilases, tratamento
biológico de água residuária etc. Como se sabe, quando se trabalha com culti-vos aeróbicos,
a energia provém da oxidação do carbono da fonte de carbono, de modo que no
catabolismo deste substrato há liberação de CO2, ou seja, a forma em que o carbono está
totalmente oxidado. Em outras palavras, as ligações C-H do substrato são substituídas por
ligações carbono-oxigênio.
A agitação e a aeração devem suprir o oxigênio em quantidade e velocidades
adequadas, de modo que sempre haja oxigênio dissolvido no meio de cultivo. É importante
notar que pode ter um substrato com necessidade de maior adição de oxigênio devido à sua
composição (hidrocarboneto, por exemplo), que pode ou não exigir maior velocidade de
fornecimento, pois está relacionada com a velocidade com que o micro-organismo consome
o oxigênio.
2. Em um processo aeróbico em baleada, todos os nutrientes podem ser adicionados no
início do processo. No entanto, o oxigênio precisa ser continuamente adicionado através
de um sistema de aeração. Por quê?
Levando em consideração a baixa solubilidade de gás oxigênio e o constante
consumo pela respiração aeróbia, é fundamental um sistema de aeração para garantir a
concentração de oxigênio. Além disso, a aeração promove o transporte de oxigênio e auxilia
na remoção de compostos voláteis que possam prejudicar os microrganismos.
2. Em um biorreator, é possível promover transferência de oxigênio do gás para o líquido
sem agitação mecânica? Como?
Sim, é possível promover a aeração a partir da agitação pneumática através da
aeração submersa que conta com o método de borbulhamento de ar por meio de
biorreatores de coluna de bolhas e pelo Air-lift. Na coluna de bolhas, um sistema emprega
serpentinas perfuradas localizadas na base do biorreator liberando bolhas de ar (para
microrganismos filamentosos). No sistema Air-lift há uma tubulação dentro do fermentador
pelo qual passa o líquido que é arrastado pelo ar que sai da base do fermentador, por meio
de um difusor (cultivo de células animais pela baixa tensão de cisalhamento).
3. Compreenda a relação da figura abaixo com Bioprocessos aerados.
Na região central poderia levar a uma boa condição de agitação e aeração. Em outras
condições, contudo, há sempre um problema associado. Por exemplo, nas condições de
agitação moderada e alta aeração pode-se levar a intensa formação de espuma.
4. Entenda como se dá a transferência de oxigênio nos 6 sistemas abaixo:

Aeração superficial:
(1) O oxigênio dissolve-se no mosto pela superfície de contato do mosto com o ar
(fermentação acética por processo lento ou fermentação cítrica)
(2) No enchimento por reator de leito, a formação de uma película de células no suporte
utilizado e a camada delgada de líquido que escorre pelo suporte e favorecem a
transferência de oxigênio (fermentação acética)
(3) Sistemas de coluna de bolhas que empregam serpentinas perfuradas localizadas na
base do fermentador liberando bolhas de ar.
(4) O sistema Air-lift há uma tubulação dentro do fermentador pelo qual passa o líquido
que é arrastado pelo ar que sai da base do fermentador, por meio de um difusor.
(5) Tanque agitado e aerado, os fermentadores possuem chicanas (evitar a formação
vórtice), agitadores tipo turbina com pás planas (⅓ do diâmetro do reator) e
difusores ( saída de ar - abaixo da turbina, que quebra as bolhas de ar)
(6) No sistema Draught-tube (aspiração) há um tubo cilíndrico acima do agitador tipo
turbina. A formação de agitação faz o líquido subir pelo tubo, ocorrendo turbulência
na superfície.
5. Entenda que diferentes tipos de impelidores podem ser empregados, gerando
diferentes tipos de escoamento. Entenda também a importância de chicanas no
biorreator.
Impelidor (ou agitador) levam a diferentes tipos de movimentos no fluido,
aumentando a homogeneização do meio, resultando em uma melhor mistura de gases e
remoção de dióxido de carbono (produto da respiração celular).
Os principais tipos de impelidores são:
● Turbina tipo disco com pás planas (flat-blade): que gera escoamento tipo radial e é
usado para promover a mistura de meio e dispersão de gases
● Impelidor tipo hélice: que resulta em escoamento axial e é importante para melhor
transferência de oxigênio, por promover distribuição uniforme e renovação do ar
● As chicanas impedem a formação de vórtice (pode resultar no extravasamento do
líquido) e promovendo turbulência do sistema, resultando em uma melhor mistura.
6. Os livros que tratam sobre a transferência de oxigênio, em Bioprocessos aeróbios,
mencionam a existência de 8 resistências (relacionadas a dissolução no meio líquido,
difusão nas células e consumo pelas células). Porém, 2 dessas resistências são
consideradas dominantes. Quais são?
Há tipos de resistência da película gasosa, resistência da interface gás-liquido e
resistência na película liquida. De oito resistências se destacam duas:
● Pelicula liquida estagnada que separa a fase gasosa e a liquida.
● Velocidade das reações enzimáticas responsáveis pelo processo de respiração.
7. O coeficiente volumétrico da transferência de oxigênio (kLa, h-1) é um parâmetro
importante a ser considerado em processos aeróbios, e frequentemente utilizado como
critério para ampliação de escala. Entenda que condições de operação influenciam esse
parâmetro e quais estratégias podem ser adotadas para aumentar o kLa e,
consequentemente, o fornecimento de oxigênio para a respiração celular.
O coeficiente volumétrico de oxigênio (Kla) corresponde a eficiência de transferência
do oxigênio. Esse coeficiente representa a velocidade específica de transferência de
oxigênio.
● Aumentar a agitação -> aumenta a (volume do líquido), aumenta Kla, aumenta
número de bolhas
● Aumentar a concentração de oxigênio -> aumenta o oxigênio saturado, aumenta Kla
● Aumentar a pressão do gás -> aumenta o oxigênio saturado e aumenta o Kla.

8. Sobre variação de escala, compreenda as diferenças entre scale-up e scale-down, e


como elas são conduzidas no contexto industrial.
● Scale-up (ou aumento de escala): se passa de uma escala menor para uma escala
maior, buscando otimizar o processo ao iniciar na escala de bancada, passar para
escala piloto e terminar na escala industrial, onde o objetivo é agregar o
desempenho das escalas anteriores a um visado lado econômico.
● Scale-down: passa-se para pequena escala para análise e verificação de certos
parâmetros: a introdução de uma nova linhagem de microrganismo, testagem de
mudança de novos lotes (meios de cultura complexos).
9. Em um processo de ampliação de escala de um novo produto biotecnológico produzido
em biorreatores, qual a importância de se operar uma escala piloto antes de partir para
escala industrial.
Na escala piloto há uma operação mais onerosa da escala de bancada, nela deve-se
manter constantes a maior parte das variáveis, usada para definição de um critério de
ampliação de escala e para manter constante a tensão de cisalhamento, por exemplo.
10. Na ampliação de escala de um processo biotecnológico em biorreatores, mantendo-se
a semelhança da geometria, quais são os principais critérios de ampliação de escala?
● Constância no sistema não aerado por volume (P/V)
● Constância no coeficiente volumétrico de transferência de O2 (Kla)
● Constância na velocidade do impelidor (Vtip)
● Constância no tempo de mistura (Tm)
● Constância na capacidade de bombeamento do impelidor (Fl/V)
● Constância no número de Reynolds (Re)
● Constância na pressão parcial ou concentração de O2 dissolvido (C)
1. Identifique os parâmetros físicos, físico-químicos e biológicos que podem ser
monitorados e/ou controlados em um biorreator.
Todo processo biotecnológico em biorreatores, desde a etapa de preparo do inóculo,
deve ser cercado de cuidado e controle, para que se possa garantir o sucesso na produção
desejada.
Variáveis biológicas: Biomassa (concentração de células), viabilidade, morfologia e
contaminação.
Variáveis físico-químicas: concentração de oxigênio no líquido e no gás, pH,
concentração de dióxido de carbono no líquido e no gás, substratos e produtos.
Variáveis físicas: Viscosidade, vazão de gás e de líquido, potência, espuma, pressão,
velocidade de agitação e temperatura.
2. Compreenda a diferença nas formas de quantificação de variáveis:
a) medidas off-line
Medida realizada por amostragem manual. Não é utilizada para controle de
processo.
b) medidas at-line
Medida realizada por amostragem automática na qual o equipamento de medida
encontra-se após o sistema de remoção e separação da amostra. A depender da frequência
de amostragem e do tempo decorrido entre a amostragem e sua obtenção, pode ser
empregada em estratégias de controle.
c) medidas on-line in-situ ou ex-situ.
On-line: Medida realizada em tempo real. Normalmente é utilizada no controle e
monitoramento de processos.
In-situ: Medida realizada em tempo real por sensor que se encontra dentro do
biorreator. Normalmente é utilizada para controle de processo.
Ex-situ: Medida realizada em tempo real por sensor que se encontra inserido na linha
de entrada ou de saída do biorreator. Normalmente é utilizada para controle de processo.
3. As medidas de concentração de biomassa ou células são importantes para monitorar o
sucesso de bioprocessos em biorreatores. Identifique as formas de se realizar esse tipo de
medida.
Os métodos utilizados para o controle da concentração de biomassa são:
● Método gravimétrico: massa seca/ volume de meio
● Método de contagem de células no microscópio (células/ ml)
● Densidade óptica de suspensão, empregando-se curva de calibração relacionando
DO com massa seca/volume ou cel/ml.
4. Qual a importância de se monitorar a contaminação em um biorreator e como isso
poderia ser realizado?
A presença de contaminantes resulta na perda de produtividade e de rendimento.
Isso ocorre devido a competição por recursos e, até mesmo, pode prejudicar a qualidade do
produto podendo introduzir componentes indesejáveis no meio.
O monitoramento pode ser feito por análise microscópica e por plaqueamento.
Alterações em parâmetros físico-químicos também podem indicar a presença de
contaminantes.
5. Qual a importância de se monitorar e controlar a concentração de substrato ao longo de
um bioprocesso? Realizando-se a determinação deste parâmetro, como seria possível
manter uma concentração ideal (ou próxima à ideal) de substratos?
O controle da concentração de substrato é de extrema importância para a eficiência
do processo (é necessário a concentração adequada para otimização tanto da taxa de
crescimento microbiano quanto a taxa de formação de produto). O controle do metabolismo
celular, garantindo a via metabólica de interesse, e ao manter a concentração de substrato
ideal para um rendimento e uma produtividade maiores.
Para manter a concentração de substrato ideal é importante o uso da alimentação
controlada, além do uso de medidas de monitoramento (Cromatografia líquida de alta
eficiência, cromatografia de fase gasosa, espectrofotometria, titulação.
6. Qual a importância de se monitorar e controlar valores de pH em um bioprocesso? Que
medidas podem ser tomadas para controlar esta variável dentro de faixas ótimas?
O pH afeta a atividade enzimática e, consequentemente, o metabolismo microbiano.
Para o controle desse parâmetro físico-químico, pode-se usar sensores (eletrodos) de pH,
tampões, bombas de adição de ácido e base e realizar a adição de nutrientes.
7. Compreenda a importância do controle de formação de espuma em um biorreator.
Como a formação de espuma pode ser controlada e qual a possível desvantagem dessa
ação?
A formação de espuma é um problema comum no processo fermentativo industrial.
A presença de espuma resulta na diminuição do rendimento, na perturbação da captação de
informações pelos sensores, no transbordamento do meio (perda de meio fermentado e
contaminação).
O controle da formação de espuma pode ser feito por meio da adição controlada de
nutrientes, da quebra mecânica e da adição de antiespumantes, que pode ser até de forma
automatizada devida a presença de sensores.
Antiespumantes são componentes hidrofóbicos, os quais quebram bolhas liberando
O2. São em geral, a base de silicone, óleos vegetais ou óleos minerais, sendo que eles não
devem apresentar nenhuma toxicidade ao microrganismo.
8. Relembre a importância de se controlar a temperatura em um bioprocesso e como isso
pode ser realizado.
A temperatura consiste em um parâmetro físico de extrema importância para o
metabolismo e crescimento microbiano, sendo que cada espécie de microrganismo possui
uma temperatura ótima e um intervalo de tolerância.
Temperaturas muito altas: leva a desnaturação de macromoléculas, incluindo
enzimas.
Temperaturas muito baixas: formação de cristais de gelo, causando danos às
estruturas celulares, como membrana plasmática, além da baixa atividade celular.
9. Compreenda como se dá os controles:
a) por realimentação (feedback control) : Ocorre um monitoramento instantâneo em que o
sensor capta a medida, a qual é passada para o sistema de controle. Ocorre a comparação
da medida ao valor desejado (set-point), realizando-se o controle.
b) por pré-alimentação (feedforward control): Ocorre o controle antecipado analisando a
perturbação.
c) inferencial: Controla-se as variáveis para permaneceram em valores desejados, usando
medidas secundárias (conseguimos manipular parâmetros relacionados, ao invés de mexer
no parâmetro alterado).

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