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Indice:
capítulo 1: PROCESSOS INDUSTRIAIS 005
Bibliografia 177
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capítulo 1: PROCESSOS INDUSTRIAIS
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1. Conceitos Básicos
Qualquer processo químico, qualquer que seja a sua escala, pode ser decomposto
numa série coordenada do que se pode denominar “ações unitárias”, como moagem,
mistura, aquecimento, absorção condensação, lixiviação, precipitação, cristalização,
filtração, dissolução, eletrólise, entre outras. O número destas operações unitárias
básicas não é muito grande, apesar de que nos últimos anos há uma tendência
constante de introdução de novas técnicas de processamento.
• Destilação
• Absorção e “Stripping” de Gases
• Adsorção
• Extração Líquido-Líquido
• Lixiviação
• Secagem e Umidificação de Gases
• Secagem de sólidos
• Cristalização
• Troca Iônica
O Balanço de Massa (BM) é uma restrição imposta pela natureza. A lei da conservação
de massa nos diz que a massa não pode nem ser criada, nem destruída. Logo, não
havendo acúmulo de massa no interior de um equipamento, tem-se ao longo de um
determinado intervalo de tempo que: massa total na entrada = massa total na saída.
Fazendo o intervalo de tempo tender a zero, ao invés de quantidades de massa,
passamos a falar em termos de vazões: vazão mássica total que entra = vazão
mássica total que sai
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gás é borbulhado durante um certo tempo através do líquido. Ao final, a
passagem de gás é interrompida e o líquido retirado do reator.
3.1. Reciclo
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3.2. “By-pass”
3.3. Purga
A corrente de purga é uma corrente que é retirada de uma outra e é descartada. Seu
objetivo é promover o descarte de substâncias que, sem a purga, iriam se acumular,
principalmente em circuitos de reciclo.
Imagine que haja a formação de um produto secundário na reação e que o processo de
separação não seja capaz de separá-lo da matéria prima não reagida que é reciclada.
Desde modo, a corrente de reciclo conterá toda a quantidade deste produto
secundário. Assim, a corrente de purga retirada do reciclo é o único ponto de descarte
deste produto secundário. Caso isto não fosse feito, haveria um acúmulo deste produto
secundário, pois ele é continuamente formado na reação.
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3.4. “Make-up”
4.1. Definições
4.1.1. Medição
Ato de medir.
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4.1.2. Medida
Resultado da medição.
é o dispositivo pelo qual pode-se avaliar (medir) uma quantidade física, atribuindo-lhe
um valor numérico ou uma qualificação. Por exemplo : a quantidade a ser medida pode
ser uma temperatura, massa, pressão, velocidade, nível, etc. O valor numérico pode
ser 34 ºC, ou 45 kg, ou 3,5 kgf/cm2, ou 122 km/h, etc. Uma qualificação da medida
pode ser um aviso (luz de alerta) de pressão acima do permitido, ou um sinal (sonoro)
de temperatura muito elevada, etc.
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4.2.2.1. Controle por realimentação (feed-back):
O controle é feito com base nos dados de entrada. Para sua aplicação, o controlador
deve entender as relações de causa e efeito relativos ao comportamento do processo.
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4.3.2. Níveis de automação
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• Termômetros comuns:
o Expansão de fluído (de mercúrio ou outros líquidos como álcool)
o Bimetálicos
• Termistores: são resistores sensíveis à temperatura. Os elementos resistivos
são óxidos de metais como manganês, níquel, cobalto, cobre, ferro, titânio.
• Sensores de Semi–Condutor: É sabido que os parâmetros elétricos dos
semicondutores variam com a temperatura. E eles podem ser usados como
sensores térmicos.
• RTDs (Termoresistência): RTD é abreviação inglesa de "Resistance
Temperature Detector". A base do funcionamento é o conhecido fenômeno da
variação da resistência elétrica dos metais com a temperatura. Os metais mais
usados são platina, níquel, cobre, ferro, molibdênio e/ou ligas dos mesmos.
o Cobre.
o Molibdênio
o Níquel
o Níquel-Ferro
o Platina
• Termopares: Os sensores anteriores operam basicamente pela variação da
resistência elétrica com a temperatura. Isso significa que uma corrente elétrica
deve ser fornecida ao elemento sensor
• Medidores de contato:
o Bóia e fita
o Corpo Imerso
• Medidores de pressão diferencial:
o D/P Cell
o Caixa de Diafragma
• Medidores sonares ou por Raios γ
5. Engenharia de Processo
6. Materiais de Construção
• Fatores técnicos:
o quanto às propriedades mecânicas: o material deve resistir aos esforços
solicitados, o que também determina a espessura adequada.
o quanto às propriedades térmicas: maior ou menor capacidade que o
material tem de transmitir o calor, estabilidade à elevadas temperaturas e
tensões mecânicas originadas com dilatações térmicas.
o quanto às propriedades químicas: resistência à corrosão do material,
considerando o fluido de contato e tempo útil de vida dentro da vida
prevista para toda unidade.
o quanto ao serviço de uso: condições de escoamento do fluido de contato
sobre o material.
o quanto à segurança: quando o risco do equipamento ou do local onde se
encontra for alto, usa-se materiais mais nobres de forma a evitar a
ocorrência de problemas de vazamentos ou paradas.
o quanto às experiências anteriores e novas tecnologias: referências
anteriores, tanto em literatura, como também através da similaridade no
emprego de materiais em outras aplicações.
• Fatores econômicos
o quanto ao preço: é fator decisivo na escolha e tem implicação direta no
custo de fabricação e tempo de vida.
o quanto à disponibilidade: facilidade de obtenção, necessidade de
importação, prazo de entrega, quantidades mínimas de compra e outros
fatores de fornecimento.
o quanto à qualidade do fornecimento: as características de um mesmo
material podem variar entre vários fornecedores.
o quanto a urgência: quando a parada de certo equipamento,
principalmente os pequenos como válvulas, filtros, etc., implica em parar
toda uma grande unidade, esses devem ser fabricados com materiais
mais nobres.
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6.2. Classificação dos principais materiais
alumínios e ligas;
cobre e ligas;
metais não-ferrosos
níquel e ligas;
titânio, zircônio e ligas.
aços-carbono;
metais ferrosos aços-liga;
aços inoxidáveis
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materiais para tanques aços-carbono;
de armazenamento e metais ferrosos aços-liga;
outros reservatórios aços inoxidáveis.
sem pressão. alumínios e ligas;
cobre e ligas;
metais não-ferrosos
níquel e ligas;
titânio, zircônio e ligas.
concreto armado;
materiais não-metálicos materiais plásticos com
fibras.
• Aço Carbono
o O aço carbono é o que apresenta menor relação custo/resistência
mecânica, além de ser um material fácil de soldar e de se conformar. E,
por estes motivos, é o material mais largamente utilizado na indústria. Em
uma refinaria de petróleo, por exemplo, mais de 90% de todas as
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tubulações são feitas em aço-carbono. Emprega-se o aço carbono para
água doce, vapor de baixa pressão, condensados, ar comprimido, óleos,
gases e muitos outros fluidos corrosivos, em temperaturas desde –45°C,
e a qualquer pressão.
o Devido ao fato de que o aço carbono é bastante susceptível às condições
ambientais – umidade, temperatura e qualidade do ar, muitas vezes os
materiais são fornecidos com uma película de proteção de zinco, sendo
conhecido por galvanizado.
o São fatores limitantes ao uso:
Temperatura de operação inferior a 450°C
uso com álcalis, desde que a temperatura de operação não supere
a 40°C
O material não é recomendado para uso com ácidos ou para
aplicações que exijam o contato direto com o solo.
• Aços-Liga ou Inoxidáveis
o Denomina-se aço-liga a todos os aços que possuem qualquer quantidade
de outros elementos, além dos que entram na composição dos aços-
carbono. Dependendo da quantidade total de elementos de liga,
distinguem-se os aços de baixa liga - com até 5% de elementos de liga,
aços de liga intermediária – contendo entre 5 e 10%, e os aços de alta
liga – com mais de 10%.
o Os aços inoxidáveis sãos os que contém pelo menos 12% de cromo, o
que lhes confere a propriedade de não se enferrujarem mesmo em
exposição prolongada a uma atmosfera normal.
o Em geral, estes materiais somente são utilizados em condições especiais
devido aocusto. Os principais casos em que se justifica o emprego destes
aços são:
Altas ou baixas temperaturas: fora da faixa adotada pelos aços
carbono.
Alta corrosão; salvo em condições especiais, como por exemplo a
água salgada.
Exigência de não contaminação do fluido
Segurança de instalações.
• Ferro Fundido
o O ferro fundido é utilizado para água, gás, água salgada e esgoto, em
serviços de baixa pressão, temperatura ambiente, e onde não ocorram
grandes esforços mecânicos. Esses tubos têm boa resistência à corrosão,
principalmente ao solo, e grande duração.
Em geral, é um material cuja utilização vem sendo reduzido pela
excessiva fragilidade, pela dificuldade de manutenção e pelo tipo de
fabricação.
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6.3.2. Metais Não ferrosos
• Chumbo
o O chumbo é um material de baixa resistência mecânica, porém com
excelente resistência química. Resiste bem à atmosfera, ao solo, às
águas (inclusive salgadas ou ácidas), álcalis, halógenos e outros meios
corrosivos. É muito utilizado para equipamentos que operem com ácido
sulfúrico.
• Materiais Plásticos
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o Os materiais plásticos são atualmente o grupo mais importante dos
materiais não metálicos utilizados na indústria, especialmente pelo custo
dos materiais metálicos. Destaca-se dentre as vantagens do uso destes
materiais: baixo peso, alta resistência a corrosão e facilidade de
fabricação e manuseio. São desvantagens: baixa resistência ao calor,
baixa resistência mecânica, pouca estabilidade dimensional e risco maior
de propagação de incêndio.
Destacam-se duas classes específicas: os termoplásticos e os
termoestáveis, cuja diferenciação básica é que o primeiro pode ser
facilmente conformado sob calor. São exemplos de termoplásticos, o
polietileno e o PVC, e de termoestáveis, os epóxis e os poliésteres. Os
termoestáveis são normalmente utilizados com fibra de vidro para
aumentar a resistência mecânica do equipamento fornecido.
De um modo geral, os plásticos se comportam bem perante aos ácidos
inorgânicos diluídos, álcalis e halógenos. Resistem bem também à água
salgada e a outros produtos químicos, com exceção dos orgânicos. Para
alguns solventes, o ataque é muito rápido e o material é rapidamente
consumido.
Em geral, são utilizados em aplicações em temperatura ambiente, com
baixos esforços mecânicos e para produtos altamente corrosivos. São
largamente utilizados em plantas de tratamento de água ou de efluentes
industriais.
• Cimento ou Concreto
o São materiais utilizados especialmente para o tratamento de água e
efluentes. Não possuem resistência química, especialmente a soluções
ácidas e a álcalis fortes. Sua resistência mecânica é baixa. A grande
vantagem destes materiais é a baixa manutenção, quando bem aplicado.
• Vidro
o É material utilizado em condições bastante especiais, em processos que
os produtos sejam muito corrosivos. É utilizado como revestimento de
metais nestas condições, melhorando a resistência mecânica dos
equipamentos.
• Elastômeros
o São materiais naturais ou sintéticos, cujas resistências mecânica, térmica
e química variam entre os diversos tipos de materiais comercializados.
São empregados especialmente para tubulações flexíveis, possuindo
características similares ao plástico. Os materiais sintéticos mais
largamente utilizados são o neoprene e o SBR (estireno butadieno).
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capítulo 2: DIMENSÕES E UNIDADES
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1 – Conceitos Básicos:
• Dimensão: conceito básico de medida, como comprimento (L), tempo (t), massa
(M) e temperatura (T). Estes são exemplos de dimensões básicas. Essas
dimensões podem ser combinadas, através da multiplicação e/ou da divisão,
gerando dimensões que combinam os conceitos básicos. Por exemplo, o
conceito de velocidade combina a idéia de um comprimento percorrido durante
um certo intervalo de tempo, assim sua dimensão é comprimento por tempo
(L/t). Para expressarmos um volume necessitamos de indicar mais de um
comprimento, desta forma a sua dimensão é comprimento ao cubo (L3).
Exemplo:
• V (m/s) = V0 (m/s) + g (m/s2) * t(s) é dimensionalmente consistente
• V (m/s) = V0 (m/s) + g (m/s2) não é dimensionalmente consistente
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Uma observação cuidadosa das dimensões das grandezas envolvidas em um
problema pode ser de grande valia em sua solução. As dimensões conferem
significado físico aos números fornecidos e podem indicar a solução através de uma
simples análise dimensional. Por outro lado, descuidos levam a resultados sem
qualquer significado. São as seguintes as regras envolvendo operações com
grandezas dimensionais:
Estas regras podem ser facilmente entendidas com o auxílio dos exemplos a seguir:
2. Conversão de Unidades
Já vimos que para utilizarmos uma equação todos as suas parcelas devem possuir a
mesma dimensão e devem estar expressas nas mesmas unidades. Na prática, em
função dos diversos tipos de instrumentos utilizados (fabricação, princípio utilizado para
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a medição e calibração), é comum o recebimento de informações expressas em
unidades não coerentes.
Assim, para que estes valores possam ser utilizados em cálculos, suas unidades
devem ser transformadas para um conjunto coerente, tornando possível satisfazer o
conceito da consistência dimensional. Esta transformação é feita com a utilização dos
chamados fatores de conversão.
Com os fatores de conversão, problemas parecidos ao encontrado na equação b dos
exemplos anteriores podem ser eliminados. Nessa equação as duas parcelas têm
dimensão de massa/tempo, porém expressas em unidades diferentes. Para que a
operação possa ser efetuada e resulte em uma grandeza com significado físico as duas
unidades também tem que ser iguais. Assim, ao se escolher a unidade kg/s como
referência, a grandeza 7200 kg/h deve ser expressa também em kg/s. O fator de
conversão a ser utilizado é retirado da relação entre os tamanhos das unidades
envolvidas:
1 h = 3600 s ⇒
Note que, como o fator de conversão é originado de uma razão entre duas grandezas
que representam exatamente a mesma coisa, ele pode ser multiplicado em qualquer
parcela de uma equação sem interferir no valor relativo entre estas parcelas. Usando a
fator de conversão pertinente, tem-se:
3. Sistemas de Unidades
• Unidades básicas: são as unidades das dimensões básicas, que não são
necessariamente as mesmas nos diversos sistemas.
• Unidades derivadas: são obtidas a partir de relações envolvendo as unidades
básicas.
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No ano de 1960, ocorreu uma conferência internacional que definiu um dos sistemas
como referência, sendo ele chamado de Sistema Internacional. O início das tentativas
de unificação data de 1790, quando a França, recém saída da revolução, reconhece a
necessidade do desenvolvimento de um sistema de unidades que facilitasse as
relações comerciais. A Inglaterra foi procurada, mas como já tinha um sistema em uso
na ilha e em suas colônias, não participou com interesse da iniciativa francesa. Da
iniciativa francesa, originou-se o Sistema Internacional, que mesmo hoje ainda convive,
dentro dos processos, com sistemas de origem inglesa, principalmente o americano de
engenharia. Os sistemas são divididos em:
A tabela abaixo apresenta as unidades das dimensões mais utilizadas nos cálculos
envolvendo processos industriais, nos três sistemas mais comuns.
Dimensões
Sistemas
Comprimento Tempo Massa Força Temperatura Matéria
SI m s Kg N K ou °C mol
CGS cm s G Dina K ou °C mol
Inglês ft s lbm lbf R ou °F lb lb mol
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A tabela abaixo mostra algumas unidades derivadas do Sistema Internacional:
Existe um conjunto de unidades que são aceitas para uso com o SI, sem restrição de
prazo. Neste conjunto, com utilização na indústria de processos químicos, tem-se: o
litro (l); o grau (°), o minuto (‘) e o segundo (“) para ângulos sólidos; a unidade de
massa atômica (u); a tonelada (t); o minuto (min), a hora (h) e o dia (d) para tempo; e a
rotação por minuto (rpm).
Há ainda um outro conjunto formado por unidades fora do SI, mas que continuam
admitidas temporariamente. Entre elas, com importância na indústria de processos,
pode-se listar: a atmosfera (atm), o bar (bar) e o milímetro de mercúrio (mmHg), para
pressão; o quilograma-força (kgf) para força; a caloria (cal) para energia; e o cavalo-
vapor (cv) para potência. Apesar de admitidas, há uma recomendação para se evitar o
uso destas unidades.
Na tabela abaixo são apresentados os prefixos do SI.
5.1. Densidade
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O índice representa o material, podendo ser omitido quando não necessário. A
densidade de gases é função da pressão (P) e da temperatura (T). Na prática, para
líquidos e sólidos pode-se considerar que a densidade somente varia com a
temperatura, ou seja, estes estados podem ser considerados incompressíveis. Em
misturas, a densidade varia com P, T e a composição.
Isto significa que a densidade relativa de 0,6 foi obtida através da relação entre a
densidade da substância a 20°C e a da água a 4°C.
Há outras formas de se representar a densidade, que são originadas em
procedimentos de medições tradicionalmente utilizados em setores específicos da
indústria. Um exemplo clássico é o grau API, muito utilizado na indústria do petróleo.
Outros exemplos são o grau Baumé (°Be) e o grau Twaddell (°Tw). Estas formas
práticas de expressão da densidade estão relacionadas diretamente com a densidade
relativa através de relações específicas.
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Os processos contínuos envolvem a movimentação de matéria de um ponto para outro
em um fluxo. A taxa na qual esta matéria é transportada através de uma linha de
processo chama-se vazão. A vazão pode ser expressa como vazão mássica
(massa/tempo), vazão volumétrica (volume/tempo) ou vazão molar (mols/tempo). As
respectivas unidades no SI são: kg/s, m3/s e mol/s. Note que as vazões mássicas (M) e
volumétrica (Q) estão relacionadas da mesma forma na qual a massa está relacionada
com o volume, ou seja, através da densidade. ( ρ = m/V ).
É a razão entre a força (F), na direção normal, e a área sobre a qual ela atua (A).
Finalmente:
Note que A não aparece na fórmula indicando que. o diâmetro do tanque e a massa no
seu interior não têm influência direta na pressão exercida no fundo do tanque. O
parâmetro determinante é a altura do líquido no interior do tanque. Pode-se também
observar que o diferencial de pressão (P = P0) está diretamente relacionado à altura do
líquido no recipiente. Isso justifica a utilização de alturas de colunas de líquidos como
medições, ou mesmo unidades de pressão. Fatores para a conversão destas unidades,
tais como milímetros de mercúrio (mmHg) e metros de coluna de água (mca), são
normalmente achados em tabelas para expressar as unidades tradicionais de pressão.
É a pressão exercida pela atmosfera sobre os corpos, sendo também conhecida como
pressão barométrica. Pode também ser visualizada como a pressão exercida pela
coluna de ar atmosférico sobre uma superfície.
Valor padrão ao nível do ar:
Patm = 760 mmHg = 10,33 mca = 1,013 x 105 N/m2 = 1 atm
• Pressões Absolutas:
o Medidas em relação ao vácuo absoluto, para o qual: Pabs = 0.
• Pressões Relativas:
o São valores referenciados pelo valor local da pressão atmosférica. Assim,
a relação entre as pressões absoluta e relativa é dada por: Pabs = Prel +
Patm Quando a pressão relativa é inferior a zero, diz-se que há um vácuo
no local onde a pressão esta sendo medida. O engenheiro de processo
deve estar sempre atento para qual tipo de medição é adequada para
seus cálculos.
6. Temperatura
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6.1. Formas de Medição
• Medições Relativas:
o A temperatura é medida em diferentes escalas, que são definidas em
relação a fenômenos físicos envolvendo substâncias puras, tais como:
ebulição e fusão, que, para uma determinada pressão, ocorrem em
temperaturas fixas. As escalas são divididas em percentuais relativos,
onde os zeros são arbitrados.
Exemplos: escalas Celsius (°C) ou Fahrenheit (°F).
Medições Absolutas:
o O zero é a temperatura mais baixa que existe. O chamado “zero absoluto”
é caracterizado pela ausência de movimentação das moléculas de uma
substância. Exemplo: Kelvin (K) ou Rankine (R).
°C °F K R Referência
100 212 373 672 Ebulição da água
0 32 273 492 Fusão da água
-40 -40 233 420 °C = °F
-273 -460 0 0 Zero Absoluto
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capítulo 3: TUBOS E A CESSÓRIOS
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Os fluidos são freqüentemente encontrados numa gama muito diversificada de
processos químicos, sendo a sua movimentação assegurada entre as diferentes etapas
do processo através da utilização de tubos de secção circular.
1. Tubos
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Os tubos são fabricados a partir dos materiais de construção dentro de determinadas
gamas de especificação disponíveis no mercado, dependendo a opção de escolha das
propriedades corrosivas e da pressão de fluxo do fluido a ser transportado. Alguns dos
materiais de tubulações mais utilizados são os seguintes:
• Vidro;
• Concreto;
• Ferro fundido, galvanizado;
• aço comercial, aço inox, aço rebitado;
• plásticos (PVC);
• madeira, etc. ;
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onde:
P = Pressão de trabalho interna
S = Tensão de segurança admitida para o material à temperatura de trabalho.
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2. Tubos de Aço-Carbono
Tubos de aço inoxidável são tubos de aços-liga que contém pelo menos 12% de cromo
o que lhes confere a propriedade de não enferrujarem mesmo em exposição
prolongada a uma atmosfera normal.
Estes tubos são bem mais caros do que os de aço-carbono sendo de um modo geral o
custo tanto mais alto quanto maior for a quantidade de elementos de liga (no caos o
Cromo). Além disso a montagem e a soldagem desses tubos é também mais difícil e
mais cara.
Os principais casos em que se justificam o emprego desses aços especiais são os
seguintes:
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• Altas Temperaturas
o Temperaturas acima dos limites de uso dos aços carbonos.
• Baixas Temperaturas
o Temperaturas muito baixas que sujeitam o aço-carbono a fratura fácil.
• Alta corrosão
o Serviços com fluidos corrosivos.
• Necessidade de não contaminação
o Serviços para os quais não se possa admitir a contaminação do fluido
circulante (produtos alimentares e farmacêuticos por exemplo). A
corrosão ainda que só seja capaz de destruir o material do tubo depois de
muito tempo pode causar a contaminação do fluido circulante quando os
resíduos da corrosão são carregados pela corrente fluida.
• Segurança
o Serviços com fluidos perigosos (aquecidos, inflamáveis, tóxicos,
explosivos, etc.) quando seja exigido o máximo de segurança contra
possíveis vazamentos e acidentes.
4. Ligações de Tubos
• Roscas
o Este é um dos mais antigos meios de ligação usados para tubos de
pequenos diâmetros pois são de baixo custo e de fácil execução.
• Soldas
o A maioria das ligações de tubulações
industriais é feita por solda de fusão com
adição de eletrodo.
Este processo, embora apresente a
desvantagem da dificuldade de
desmontagem e necessidade de mão de
obra especializada apresenta uma boa
resistência mecânica, estanqueidade
perfeita, além de facilidades na aplicação
de isolamento térmico e pintura.
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• Flanges
o Uma ligação flangeada é composta
de dois flanges, um jogo de
parafusos ou estojos com porcas e
uma junta de vedação. Este tipo de
ligação é facilmente desmon tável
porém apresenta a desvantagem
de serem pontos de possíveis
vazamentos além de serem peças
caras, pesadas e volumosas. É
usada normalmente para unir os
tubos com as válvulas e
equipamentos (bombas, tanques,
etc.).
• Parafusos
o Os parafusos normalmente utilizados para este tipo de ligação são dos
tipos:
De Máquina
• São parafusos cilíndricos com cabeça
integral sextavada. A parte rosqueada
nunca abrange todo o corpo do
parafuso. Estes parafusos são
designados pelo comprimento (medido
da extremidade do parafuso até a base
da cabeça) e pelo diâmetro nominal da
rosca.
De Estojo
• São barras cilíndricas rosqueadas com porcas e
contraporcas independentes. A parte rosqueada pode ou
não abranger todo o com primento. Os estojos permitem
melhor aperto do que os parafusos de máquina porque a
parte mais fraca desses parafusos é justamente a ligação do
corpo com a cabeça podendo ser usados para quaisquer
pressões e temperaturas. Os estojos são designados pelo
comprimento total e pelo diâmetro nominal da rosca.
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• Juntas
o Em todas as ligações flangeadas existe sempre uma junta que é o
elemento de vedação.
Quando em serviço a junta está submetida a uma forte compressão
provocada pelo aperto dos parafusos e também a um esforço de
cisalhamento devido a pressão interna do fluido circulante. Para que não
haja vazamento através da junta é necessário que a pressão exercida
pelos parafusos seja bem superior a pressão interna do fluido que tende a
afastar os flanges. Por esse motivo quanto maior for a pressão do fluido
tanto mais dura e resistente terá de ser a junta para resistir ao duplo
esforço de compressão dos parafusos e de cisalhamento de pressão.
A junta também deverá ser suficientemente deformável e elástica para se
amoldar as irregularidades das superfícies dos flanges, garantindo a
vedação.
Assim as juntas duras se por um
lado resistem a pressões mais
altas, por outro lado exigem
maior perfeição no acabamento
das faces dos flanges e no
alinhamento dos tubos e vice-
versa. O material das juntas
deverá ainda resistir a ação
corrosiva do fluido bem como
toda faixa possível de variação
de temperaturas.
Os tipos mais usuais de juntas
para flanges são:
Não-Metálicas
• são juntas planas cuja espessura variam de 0,7 até 3,0 mm
sendo a espessura mais comum a de 1,5 mm. Os principais
materiais empregados são Borracha natural e sintética,
Plásticos e Amianto (Papelão Hidráulico).
Metálicas e Semi-Metálicas
• Para estes tipos de juntas é recomendável o acabamento
liso para a face dos flanges. Normalmente é utilizado aço-
inoxidável para confecção dessas juntas porém existem
também de aço-carbono.
5. Juntas de Expansão
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Essas juntas são entretanto raramente utilizadas, na maioria dos casos o controle de
dilatação térmica dos tubos é feito simplesmente por um traçado conv eniente dado a
tubulação com diversas mudanças de direção de maneira que a tubulação tenha
flexibilidade própria suficiente.
Os principais casos em que se justifica o emprego destas juntas são:
6. Acessórios de Tubulação
• Raquetas e Figuras 8 –
utilizados para fazerem um
bloqueio rigoroso e absoluto
na tubulação.
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7. Suportes de Tubulações
Nos suportes de tubulação procura-se geralmente evitar o contato direto entre os tubos
e a superfície de apoio com a finalidade de permitir a pintura
na face inferior dos tubos e da própria superfície de apoio.
Um dos recursos usados para evitar esse contato direto é a
colocação de um vergalhão de aço, com as extremidades
viradas para cima, transversalmente aos tubos soldado na
superfície metálica do suporte, de modo a impedir que os
tubos caiam do suporte.
Tratando-se de tubos pesados este vergalhão poderá
danificar o tubo e neste caso utiliza-se chapas de reforço ou
berços soldados na parede do tubo com o intuito de
melhorar a distribuição da carga concentrada.
Em nenhum caso pode-se permitir que tubos com
isolamento térmico descansem diretamente nos suportes
porque o próprio peso dos tubos e o movimento de
deslizamento sobre os suportes em virtude da dilatação
danificariam completamente o isolamento. Neste caso são utilizados patins que devem
ter uma altura capaz de proteger o isolamento e um comprimento suficiente para não
caírem fora do suporte por efeito da dilatação do tubo. Para tubos pesados os patins
devem ser de forma a proporcionar uma adequada distribuição da carga concentrada.
Para os tubos de aços-liga ou de aços inoxidável é comum o uso de patins e berços
com braçadeiras aparafusadas para evitar a execução de soldas de campo na
tubulação.
8. Tubulações Subterrâneas
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quase sempre funcionam por gravidade. É usual também colocar enterradas as
tubulações de incêndio para evitar a possibilidade de colisões e outros acidentes.
Fora dos limites de uma instalação industrial, em cidades, estradas, ruas e campos,
todas as tubulações são subterrâneas, tanto por questões de segurança, aparência e
economia como para não interferirem com o movimento de pessoas e veículos.
Como a maior parte das tubulações subterrâneas é lançada diretamente no solo, sem
suportes nem fundações não há motivo para a arrumação dos tubos em feixes
paralelos de mesma elevação. Neste caso elas
devem ser paralelas a linha de centro da rua e
tomar o caminho mais curto entre dois pontos
extremos.
Em tubulações subterrâneas não se fazem
mudanças de direção para dar flexibilidade pois
a maioria das tubulações é fria e como não há
exposição ao sol as dilatações são
desprezíveis. Mesmo trabalhando a quente a
livre movimentação dos tubos no solo absorve
as dilatações, caso contrário devem ser
utilizados juntas de expansão.
Nos pontos de ligação de uma tubulação
subterrânea lançada diretamente ao solo, com
qualquer equipamento ou construção sobre
fundações deve-se tomar especial cuidado com
os recalques de terreno que podem causar
desnivelamento ou mesmo a ruptura da
tubulação. Uma das soluções parta este
problema consiste em adotar um traçado
sinuoso (como uma curva de expansão) para que a flexibilidade das curvas possa
absorver o desnivelamento causado pelos recalques diferenciais.
Tanto em áreas de processamento como em outras áreas dentro de uma instalação
industrial é as vezes necessário colocar tubulações de aço abaixo do nível do solo.
Para que seja possível a pintura, inspeção e manutenção essas tubulações são
usualmente instaladas dentro de canaletas de concreto com tampas removíveis. Essas
canaletas, além do custo elevado tem o grave defeito de serem focos de corrosão e de
possível acumulação de líquidos e gases perigosos. Por todas essas razões o uso de
canaletas deve ser reduzido ao mínimo, principalmente em instalações onde existam
fluídos inflamáveis. Todas as tubulações com isolamento térmico que tenha que correr
abaixo do nível do solo devem obrigatoriamente ser instaladas dentro de canaletas.
As canaletas devem ser construídas de maneira que seja possível e fácil a sua
drenagem, sendo assim os suportes em seu interior nunca devem se estender por toda
a sua largura. O fundo da canaleta deve ter um caimento para facilitar a drenagem.
• Corrosão Galvânica
o Todas as tubulações subterrâneas que sejam de materiais sujeitos a
corrosão pelo solo devem receber um revestimento ou um tratamento
externo protetor. Isto servirá também para atenuar possíveis danos
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mecânicos e controlará a ação eletrolítica de correntes elétricas
subterrâneas (corrosão galvânica).
No subsolo aparecem sempre correntes elétricas que caminham pelo tubo
em consequência das diferenças de potencial entre o tubo e o solo e de
um ponto para outro do próprio solo. Embaixo d’agua geram-se também
correntes análogas pelos mesmos motivos. Dependendo da intensidade
dessas correntes, a corrosão galvânica á as vezes violenta, perfurando
completamente em certos pontos a parede metálica do tubo em pouco
tempo.
O sistema de proteção usual para tubulações enterradas consiste na
pintura com tintas betuminosas e no envolvimento posterior do tubo com
uma fita impermeável para a proteção mecânica da pintura. Esse esmalte
betuminoso deve ser aplicado a quente após a completa limpeza da
superfície metálica e deve ter uma espessura final de 2 a 3 mm.
A fita impermeável pode ser de feltro
betuminoso ou de plástico adesivo (PVC ou
poliestireno). Ao se enrolar a fita
impermeável deve-se observar
cuidadosamente que a mesma fique
perfeitamente aderida ao tubo e também
que cada volta dê suficiente superposição
sobre a anterior a fim de impedir
completamente a penetração de água ou
de umidade. Esta proteção forma uma
barreira impermeável e isolante elétrica
impedindo a corrosão e a formação de
correntes galvânicas. Este revestimento externo deve ser reforçado
quando se tratar de solo particularmente agressivo (úmidos, salgados ou
ácidos).
È muito importante que este revestimento externo seja uniforme,
ininterrupto e completamente sem defeitos pois qualquer falha no mesmo
formará um ponto sujeito a corrosão alveolar localizada (pitting) que
poderá atacar a parede do tubo com muito maior intensidade do que se
não houvesse revestimento algum. A melhor maneira de examinar o
revestimento é com o emprego de um aparelho que mede
ininterruptamente a resistência elétrica pois em qualquer ponto onde
houver um defeito essa medida será menor.
• Proteção Catódica
o A proteção catódica é um sistema de controle da corrosão galvânica
recomendado para tubulações enterradas ou submersas, principalmente
quando em solos muito agressivos onde seja possível o aparecimento de
correntes galvânicas de grande intensidade.
Este sistema consiste essencialmente em obrigar-se a tubulação a
comportar-se como catodo ficando assim imune a corrosão. Isso é
conseguido através de “anodos de sacrificio” que são peças de metais
altamente anodicos (Mg, Zn, Al) enterrados no solo de espaço em espaço
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e ligados eletronicamente ao tubo. Na pilha galvânica que se forma esses
anôdos são consumidos, devendo se substituídos ao fim de um certo
tempo, ficando o tubo protegido.
Quando nas proximidades da tubulação enterrada houver uma via férrea
eletrificada a ação galvânica torna-se muito intensa devido ao desvio que
sofre a corrente de retorno pelos trilhos, exigindo sistema de proteção
mais aperfeiçoados.
Qualquer que seja o sistema de proteção catódica convém que sejam
colocados pontos de medição da diferença de potencial tubo/solo para
que seja possível estabelecer e manter a diferença de potencial correta
necessária. A intensidade que deve ter a corrente depende entre outros
fatores do isolamento elétrico do tubo e da resistividade do solo.
A proteção catódica quando bem feita assegura uma eficiente defesa
contra a corrosão por tempo indefinido.
9. Aquecimento de Tubulações
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calor por irradiação e convecção e aquecimento inicial lento. Apesar
dessas desvantagens este é o sistema mais comumente empregado em
tubulações industriais aquecidas.
• Tubos de Aquecimento Externo em Espiral
o Nesse sistema o tubo de aquecimento por onde corre o vapor é enrolado
em espiral no tubo a aquecer. Essa disposição é usada quando se deseja
uma troca de calor mais intensa ou para aquecimento de acessórios ou
equipamentos de formato irregular. Este sistema é bem mais caro e
complicado do que o sistema de tubos em paralelo permitindo entretanto
um aquecimento mais intenso e uniforme.
• Camisa Externa
o Nesse sistema o fluido de
aquecimento corre por um
tubo externo de diâmetro
maior envolvendo
completamente o tubo a
aquecer. A camisa externa
de aquecimento é uma
solução complicada de preço
elevado e de manutenção
cara. A dilatação diferencial
entre os dois tubos é sempre
difícil de ser compensada.
Existe ainda a possibilidade
de contaminação em
consequencia de qualquer vazamento que por sua vez também é difícil de
ser descoberto, localizado e reparado. Em compensação este sistema
permite um aquecimento rápido, intenso e controlado sendo por isso
empregado apenas quando houver necessidade desses requisitos.
• Aquecimento Elétrico
o Nesse sistema o aquecimento é feito
pela passagem de uma corrente
elétrica de baixa voltagem e de
grande intensidade em fios
colocados longitudinalmente ou em
espiral ao longo do tubo a aquecer.
A intensidade da corrente é regulada
por um termostato cujo bulbo é fixado
ao tubo medindo a temperatura na
parede do mesmo. Consegue-se
assim controlar o aquecimento com
bastante precisão.
Este sistema foi desenvolvido
recentemente e possuem custos
iniciais e operacionais relativamente altos, razão pela qual é pouco
empregado. As vantagens deste sistema são muito bom controle,
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aquecimento rápido, de partida instantânea e uniforme em toda a
tubulação e baixo custo de manutenção.
Este sistema é adequado no caso de tubulações de grande extensão para
os quais no sistema tradicional seria necessário transportar o vapor a
longas distancias (com alto custo e grandes perdas) para alimentar os
tubos de aquecimento.
O isolamento para linhas frias pode ainda ser necessário por uma outra razão que é
evitar a formação de orvalho (temperatura inferior a ambiente porém superior a 0º C) ou
de gelo (inferior a 0º C) na superfície dos tubos provenientes da condensação da
umidade do ar.
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Observações da tabela:
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11. Pintura
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12. Limpeza de Tubulações:
PIG:
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As figuras abaixo apresentam alguns modelos de pigs utilizados na limpeza e secagem
de tubulações e suas usuais aplicações:
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capítulo 4: VÁLVULAS INDUSTRIAIS
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1. Conceito:
A parede externa de uma válvula, isto é, sua carcaça compõe-se de duas partes
denominadas de corpo e de castelo.
O Corpo é a parte principal da carcaça onde estão o orifício de passagem do fluido e as
extremidades (flanges e roscas) para ligação da mesma as tubulações.
O Castelo é a parte superior da carcaça que se desmonta para acesso ao interior da
válvula. O sistema de fixação do castelo ao corpo da válvula mais comumente usado é
o aparafusado lembrando sempre que deve haver uma junta de vedação entre essas
duas peças.
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2.3. Extremidades das Válvulas:
Todas as válvulas são peças sujeitas a manutenção periódica e por essa razão em
principio deveriam ser facilmente desmontáveis da tubulação para reparo ou
substituição.
O sistema usado em quase todas as válvulas de qualquer material empregadas em
tubulações industriais costuma ser o de extremidades flanqueadas. Para o ferro fundido
os flanges são sempre planos, para o aço os flanges são de face com ressalto ou face
para junta de anel de acordo com as condições de serviço.
Outro sistema também utilizado em tubulações de pequenos diâmetros é o de
extremidade rosqueada.
Com o desenvolvimento dos processos de solda passaram também a ser empregadas
as válvulas com extremidade para solda. A desmontagem dessas válvulas é bem mais
difícil porém não há riscos de vazamentos na tubulação sendo este processo
empregado quando há a necessidade de uma segurança absoluta contra vazamentos.
3 - Tipos de Válvulas:
• Válvulas de Gaveta
• Válvulas de Macho
• Válvulas Esfera
• Válvulas de Comporta
São válvulas destinadas a controlar o fluxo podendo por isso trabalhar em qualquer
posição de fechamento parcial. Esse tipo de válvulas são muitas vezes de diâmetro
menor que a tubulação.
Os tipos de válvulas de regulagem são:
• Válvulas de Globo
• Válvulas de Agulha
• Válvulas de Controle
• Válvulas Borboleta
• Válvulas de Diafragma
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As válvulas borboleta e de diafragma embora sejam especificamente válvulas de
regulagem também podem trabalhar como válvulas de bloqueio.
• Válvulas de Retenção
• Válvulas de Retenção e Fechamento
• Válvulas de Pé
Este é o tipo de válvula mais importante de uso mais comum. Até alguns anos atrás
este tipo de válvulas eram dominantes no uso industrial chegando a representar cerca
de 75% do total. Atualmente com o desenvolvimento de outros tipos de válvulas de
bloqueio mais leves, rápidas e baratas o sua utilização esta em torno dos 50%.
Os principais empregos deste tipo de válvula são em quaisquer diâmetros, para todos
os tipos de bloqueio em linhas de líquidos em geral desde que não sejam muito
corrosivos e nem deixem sedimentos ou tenham grande quantidade de sólidos em
suspensão. As válvulas de gaveta podem ser usadas em qualquer pressão e
temperatura porém não são adequadas para velocidades de escoamento muito altas.
O fechamento destas válvulas é feito pelo movimento de uma peça chamada de gaveta
que se desloca paralelamente ao orifício da válvula e perpendicularmente ao sentido
geral de escoamento do fluido.
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Quando totalmente abertas a trajetória de circulação do fluido fica reta e inteiramente
desimpedida de forma que a perda de carga causada é muito pequena. Conforme dito
acima essas válvulas devem operar completamente abertas ou fechadas pois, são
válvulas de bloqueio e não de regulagem. Quando parcialmente abertas causam perda
de cargas muito elevadas acompanhada de cavitação e violenta corrosão e erosão.
Este tipo de válvulas são sempre de fechamento lento sendo impossível fecha-las
instantaneamente, o tempo necessário para o fechamento será tanto maior quanto
maior for a válvula. Essa é uma grande vantagem das válvulas de gaveta porque deste
modo controla-se o efeito dos golpes de aríete.
As válvulas de gaveta dificilmente dão uma vedação absolutamente estanque
entretanto na maioria das aplicações práticas este tipo de vedação não é necessária.
Diz-se que uma válvula dá uma vedação absolutamente estanque quando com a
válvula completamente fechada submetendo-se um dos lados da válvula à máxima
pressão de serviço não se verifica o menor vazamento ou gotejamento do outro lado da
mesma.
Como estas válvulas possuem fechamento de metal contra metal são consideradas de
segurança em caso de incêndio desde que os metais empregados em sua confecção
sejam de alto ponto de fusão (acima de 1100º C). Uma válvula qualquer é considerada
a prova de fogo desde que seja capaz de manter a vedação mesmo quando envolvida
por um incêndio, por essa razão válvulas com o corpo ou peças internas de bronze,
latões, ligas de baixo ponto de fusão, matérias plásticas dentre outras não são de
segurança contra fogo e não podem ser usadas onde se exija essa condição.
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4.2. Válvulas de Macho:
Neste tipo de válvula o macho é uma esfera que gira sobre um diâmetro deslizando
entre anéis retentores de material não metálico tornando a vedação estanque. O
emprego deste tipo de válvula tem aumentado muito nos últimos anos pois, apresenta
inúmeras vantagens com relação às válvulas de gaveta tais como menor tamanho,
peso e custo, melhor vedação, maior facilidade de operação e menor perda de carga.
Além desta tem a vantagem de poderem ser utilizadas em fluidos que tendem a deixar
depósitos sólidos, por arraste, polimerização, coagulação e outros inúmeros processos.
A superfície interna lisa da válvula dificulta a formação desses depósitos enquanto que
para as válvulas de gaveta esses sólidos impedem o fechamento completo ou a própria
movimentação da gaveta. Algumas válvulas de esfera são à prova de fogo com
dispositivos especiais de dupla sede garantindo perfeita vedação mesmo no caso de
destruição dos anéis retentores durante um incêndio.
O macho nessas válvulas é furado em “T” ou em “L” dispond o a válvula de três bocais
para ligação de tubulações.
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4.3.Válvulas para Controle
As válvulas de globo fornecem uma vedação bem melhor do que as válvulas de gaveta
podendo-se conseguir uma vedação absolutamente estanque. Na maioria das válvulas
de globo o fechamento é de metal contra metal o que torna essas válvulas à prova de
fogo desde que todos os metais sejam de alto ponto de fusão (mais de 1100º C). Em
algumas válvulas tem-se o tampão com um anel não metálico, de borracha, neoprene,
plásticos, etc. Essas válvulas que estão limitadas as temperaturas de trabalho dos
materiais não metálicos do tampão dão uma vedação muito boa e destinam-se
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principalmente a serviços com fluidos corrosivos. Na maioria destas válvulas o tampão
costuma ser desmontável e a sede um anel substituível rosqueado no corpo da válvula.
Como regra geral essas válvulas devem ser instaladas de forma que o fluido entre pela
face inferior do tampão. Essa disposição tem a vantagem de poupar as gaxetas porque
a pressão não fica agindo permanentemente sobre elas e permite também em muitos
casos o re-engaxetamento com a válvula em serviço. Essas válvulas são comumente
usadas para serviços de regulagem e de fechamento estanque em linhas de líquidos
em geral, de vapor e de gases pois podem ser empregadas para qualquer pressão e
temperatura. Um tipo muito comum de válvulas de globo são as válvulas em “Y”
normalmente usadas em tubulações de água para combate de incêndio.
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4.3. 3. Válvula Borboleta
É uma das válvulas mais simples e também das mais antigas, que funciona por rotação
de um disco colocado no interior da conduta. O seu eixo de rotação é diametral e
perpendicular à direção do escoamento. Esta válvula ocupa pouco espaço, é leve e
facilmente adaptável a controle remoto para além da anterior função de bloqueio. É
fundamentalmente utilizada em escoamentos de gases.
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Repetindo e condensando as informações fornecidas até o presente momento segue
abaixo um quadro comparativo com os diversos tipos de válvulas de bloqueio e de
regulagem e suas características mais usuais.
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4.5. Válvulas de Segurança e de Alivio:
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4.6. Válvulas de Controle:
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capítulo 5: BOMBAS INDUSTRIAIS
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1 - Escoamento de Fluidos
Existem seis métodos pelos quais um fluído pode ser movimentado através de um
duto:
Força centrifuga
Apesar da aparência física dos diversos tipos de bombas e de compressores
centrífugos variarem muito, a função básica de cada um é produzir energia cinética
pela ação de força centrifuga e então converter parcialmente esta energia em pressão
pela redução eficiente de sua velocidade.
O compressor ou bomba de escoamento axial é um dispositivo que combina o uso de
força centrífuga com impulso mecânico para produzir um aumento de pressão.
De um modo geral esses dispositivos apresentam as seguintes características:
• A descarga é relativamente livre de pulsação;
• O projeto mecânico presta-se a alta vazão o que significa que raramente as
limitações de capacidade constituem problemas;
• Seu desempenho é eficiente dentro de uma larga faixa de pressões e de
capacidades mesmo em operação a velocidade constante;
• A pressão de descarga é função da densidade do fluido.
Deslocamento
A descarga de um fluido de um vasos por deslocamento parcial ou completo de seu
volume interno por um outro fluido ou por meio mecânico é o princípio segundo o qual
operam um grande número de dispositivos para transporte de fluido. Incluem-se nesta
categoria máquinas alternativas de pistão e de diafragma entre outros.
Devido a grande variedade de dispositivos que podem ser empregados neste método é
difícil determinar características comuns porém é correto estabelecer:
• São adaptáveis a operação em alta pressão;
• A descarga de muitos deles é pulsante a menos que se empregue um sistema de
amortecimento auxiliar;
• Considerações mecânicas limitam a capacidade máxima;
• Seu desempenho é eficiente em velocidade de descarga volumétrica extremamente
baixa.
Impulso Mecânico
Este principio se combina usualmente com um dos outros meios de produzir
movimento aos fluidos. Como exemplo deste processo temos:
• Compressores;
• Bombas de escoamento axial;
• Turbinas.
Transferência de Momento
A aceleração de um fluido com o fim de transferir seu momento para um segundo é um
princípio físico comumente usado ao se lidar com materiais corrosivos ou em
profundidades inacessíveis. Exemplos deste processo são os jatos e ejetores.
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Em geral o desempenho deste método é relativamente ineficiente, em alguns casos o
custo da operação será muito mais oneroso do que em outros métodos, por outro lado
a ausência de partes móveis e a simplicidade de construção justificam seu emprego em
trabalhos difíceis ou em locais inacessíveis.
Força Eletromagnética
Quando o fluido é um bom condutor de eletricidade como é o caso dos metais fundidos,
é possível estabelecer um campo magnético em trono do duto de modo a se criar uma
força motriz que provoca o escoamento. Bombas com esta característica foram
desenvolvidas para transporte de líquidos utilizados na transferência de calor
especialmente em reatores nucleares.
Gravidade
Quando houver diferença “positiva” de nível entre o fluido contido no recipiente
expedidor e no recebedor.
2 - Bombas Industriais
Definição
Seleção de Bombas
• Bombas Centrífugas ou
Turbo-Bombas, também
conhecidas como Hidro
ou Rotodinâmicas;
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Êmbolo ou Alternativas
Nestas bombas faz-se passar ou
flexionar para diante e para trás,
numa câmara, um pistão cilíndrico
ou um êmbolo aspirante ou um
diafragma circular. O dispositivo é
equipado com válvulas de entrada
e de descarga do líquido que esta
sendo bombeado. A operação
destas válvulas está relacionada de
maneira definido com o movimento
do pistão. Os tipos de bombas
alternativas são: de pistão, de
diafragma e de membrana.
Diafragma
Este tipo de bomba é bem comum em industrias. O
funcionamento destas bombas é semelhante ao das de pistão e
de êmbolo. A diferença é que o membro que produz o
movimento alternativo é um diafragma flexível de metal, borracha
ou plástico. A principal vantagem deste tipo é eliminar todas as
gaxetas e selos expostos ao líquido bombeado.
As bombas de diafragma acionadas pneumaticamente não
requerem outra fonte de potência que uma fonte de ar
comprimido.
O ponto mais importante a considerar na aplicação de bombas
de diafragma é que eventualmente ocorrem falhas no diafragma.
Rotativas
O deslocamento mecânico do líquido é produzido pela
rotação de um ou mais membros dentro de uma caixa
estacionária. Essas bombas podem ser usadas para
qualquer líquido que não contenha partículas finas ou
material abrasivo tais como óleos minerais, vegetais e
animais, gorduras, glicose, viscose, melaço, goma-laca,
cola entre outro. Os tipos de bombas rotativas são: de
Engrenagens; de Lóbulos; de Palhetas; de Fusos;
Peristálticas. As mais comumente usadas nas indústrias
são as de Engrenagem e as de Fuso.
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4 - Bombas de Engrenagem
Princípio de funcionamento
O princípio de funcionamento baseia-se no deslocamento da engrenagem interna
(palheta) em relação à engrenagem externa (rotor), isto é, a
engrenagem interna gira excentricamente ao eixo da bomba.
Na entrada da bomba são formadas câmaras de sucção, entre
os dentes da palheta e os dentes do rotor, que puxam o
líquido para dentro da bomba. Logo após, o fluxo de líquido é
dividido pela meia-lua, que é fixa. Parte do fluxo é conduzida
entre os dentes da palheta e a outra parte é conduzida entre
os dentes do rotor. A meia-lua funciona como vedação entre a
saída e a entrada da bomba. Na etapa final, a palheta e o
rotor voltam a se engrenar, reduzindo os espaços entre os
dentes das engrenagens e expulsando o líquido pela conexão
de saída da bomba.
Válvula de alívio
Selo Mecânico
O selo mecânico apresenta um projeto
simples porém eficiente para a vedação
de produtos viscosos, que se baseia na
idéia de um acoplamento. Na partida
da bomba, o torque é integralmente
transmitido à parte rotativa do selo
através de 2 dentes, liberando de
quaisquer esforços as molas e os
elastômeros.
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5 - Bombas de Fuso
São uma modificação da bomba de engrenagem
helicoidal. Neste tipo de bomba o líquido entra ou pelo
centro ou pelas extremidades dependendo da direção
da rotação e continua axialmente nas cavidades
formadas pelas roscas ou dentes de encaixe.
As bombas de fusos em virtude das muitas barreiras
que evitam o desligamento, adaptam-se bem a casos
6 - Bombas Centrífugas
É o tipo mais utilizado na industria para transporte de
líquidos.
São bombas hidráulicas que têm como princípio de
funcionamento a força centrífuga através de palhetas e
impulsores que giram no interior de uma carcaça estanque,
jogando líquido do centro para a periferia do conjunto
girante.
Descrição
Constam de uma câmara fechada, carcaça, dentro da qual gira uma peça, o rotor, que
é um conjunto de palhetas que impulsionam o líquido através da voluta. O rotor é fixado
no eixo da bomba, este contínuo ao transmissor de energia mecânica do motor.
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A carcaça é a parte da bomba onde, no seu interior, a energia de velocidade é
transformada em energia de pressão, o que possibilita o líquido alcançar o ponto final
do recalque. É no seu interior que está instalado o conjunto girante (eixo-rotor) que
torna possível o impulsionamento do líquido.
A carcaça pode ser do tipo voluta ou do tipo difusor. A de voluta é a mais comum
podendo ser simples ou dupla.
Como as áreas na voluta não são simetricamente distribuídas em torno do rotor, ocorre
uma distribuição desigual de pressões ao longo da mesma. Isto dá origem a uma
reação perpendicular ao eixo que pode ser insignificante quando a bomba trabalhar no
ponto de melhor rendimento, mas que se acentua a medida que a máquina sofra
redução de vazões, baixando seu rendimento. Como conseqüência deste fenômeno
temos para pequenas vazões, eixos de maior diâmetro no rotor. Outra providência para
minimizar este empuxo radial é a construção de bombas com voluta dupla, que
consiste em se colocar uma divisória dentro da própria voluta, dividindo-a em dois
condutos a partir do início da segunda metade desta, ou seja, a 180o do início da
"voluta externa", de modo a tentar equilibrar estas reações duas a duas, ou minimizar
seus efeitos.
Para vazões médias e grandes alguns fabricantes optam por bombas de entrada
bilateral para equilíbrio do empuxo axial e dupla voluta para minimizar o desequilíbrio
do empuxo radial. A carcaça tipo difusor não apresenta força radial, mas seu emprego
é limitado a bombas verticais tipo turbina, bombas submersas ou horizontais de
múltiplos estágios e axiais de grandes vazões. A carcaça tipo difusor limita o corte do
rotor de modo que sua faixa operacional com bom rendimento, torna-se reduzida.
Classificação
A literatura técnica sobre classificação de bombas é muito variada, havendo diferentes
interpretações conceituais. Aqui apresentamos uma classificação geral a partir de
pesquisas bibliográficas e textos comerciais.
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Altura Manométrica
• baixa pressão (H < 15 mca);
• média pressão (15 < H < 50 mca);
• alta pressão (H > 50 mca).
Vazão de Recalque
• pequena (Q < 50 m3/hora);
• média ( 50 < Q < 500 m3/hora);
• grande (Q > 500 m3/hora).
Rotor
• aberto;
• semi-aberto ou semi-fechado;
• fechado.
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Número de Rotores
• estágio único;
• múltiplos estágios (este recurso reduz as dimensões e melhora o rendimento,
sendo empregadas para médias e grandes alturas manométricas como, por
exemplo, na alimentação de caldeiras e na captação em poços profundos de águas
e de petróleo, podendo trabalhar até com pressões superiores a 200 kg/cm2, de
acordo com a quantidade de estágios da bomba.
Entradas
• sucção única, aspiração simples ou unilateral (mais comuns);
• sucção dupla, aspiração dupla ou bilateral (para médias e grandes vazões).
Admissão do Líquido
• sucção axial (maioria das bombas de baixa e média capacidades);
• sucção lateral (bombas de média e alta capacidades);
• sucção de topo (situações especiais);
• sucção inferior (bombas especiais).
Saída
• de topo (pequenas e médias);
• lateral (grandes vazões)
• inclinada (situações especiais).
• vertical (situações especiais).
Velocidade de Rotação
• baixa rotação ( N < 500 rpm);
• média ( 500 < N < 1800 rpm);
• alta ( N > 1800 rpm).
Captação
• submersas (em geral empregadas onde há limitações no espaço físico - em poços
profundos por exemplo);
• afogadas (mais freqüentes para recalques superiores a 100 l/s);
• altura positiva (pequenas vazões de recalque).
Eixo
• eixo horizontal (mais comuns em captações superficiais);
• eixo vertical (para espaços horizontais restritos e/ou sujeitos a inundações e
bombas submersas em geral).
Carcaça
• compacta;
• bipartida (composta de duas seções separadas, na maioria das situações,
horizontalmente a meia altura e aparafusadas entre si);
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As Figuras ao lado e
abaixo mostram um corte
esquemático de uma
bomba centrífuga típica de
média pressão para
pequenas vazões e para
funcionamento afogado ou
com altura positiva, eixo
horizontal e carcaça
compacta, fluxo radial com
rotor fechado em
monoestágio de alta
rotação, sucção única,
entrada axial e saída de
topo.
7 - Associação de bombas
Dependendo da necessidade física ou da versatilidade desejada nas instalações o
projetista pode optar por conjuntos de bombas em série ou em paralelo. Quando o
problema é de altura elevada geralmente a solução é o emprego de bombas em série e
quando temos que trabalhar com maiores vazões a associação em paralelo é a mais
provável.
Teoricamente temos que bombas em série somam alturas e bombas em paralelo
somam vazões.
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Bombas em paralelo
É comum em sistemas de abastecimento de água, esgotamento ou serviços industriais,
a instalação de bombas em paralelo, principalmente com capacidades idênticas, porém
não exclusivas.
Esta solução torna-se mais viável quando a vazão de projeto for muito elevada ou no
caso em que a variação de vazão for perfeitamente predeterminada em função das
necessidades de serviço.
No primeiro caso o emprego de bombas em paralelo permitirá a vantagem operacional
de que havendo falha no funcionamento em uma das bombas, não acontecerá a
interrupção completa e, sim, apenas uma redução da vazão bombeada pelo sistema.
No caso de apenas uma bomba aconteceria a interrupção total, pelo menos temporária,
no fornecimento.
Na segunda situação a associação em paralelo possibilitará uma flexibilização
operacional no sistema, pois como a vazão é variável poderemos retirar ou colocar
bombas em funcionamento em função das necessidades e sem prejuízo da vazão
requerida.
Bombas em série
Quando a altura manométrica for muito elevada, devemos analisar a possibilidade do
emprego de bombas em série, pois esta solução poderá ser mais viável, tanto em
termos técnicos como econômicos. Como principal precaução neste tipo de
associação, devemos verificar se cada bomba a jusante tem capacidade de suporte
das pressões de montante na entrada e de jusante no interior da sua própria carcaça.
Para melhor operacionalidade do sistema é aconselhável a associação de bombas
idênticas, pois este procedimento flexibiliza a manutenção e reposição de peças.
8 - Cavitação
No interior das bombas, no deslocamento das pás, ocorrem inevitavelmente rarefações
no líquido, isto é, pressões reduzidas devidas à própria natureza do escoamento ou ao
movimento de impulsão recebido pelo líquido, tornando possível a ocorrência deste
fenômeno e, isto acontecendo, formar-se-ão bolhas de vapor prejudiciais ao seu
funcionamento, caso a pressão do líquido na linha de sucção caia abaixo da pressão
de vapor (ou tensão de vapor) originando bolsas de ar que são arrastadas pelo fluxo.
Estas bolhas de ar desaparecem bruscamente condensando-se, quando alcançam
zonas de altas pressões em seu caminho através da bomba. Como esta passagem
gasoso-líquido é brusca, o líquido alcança a superfície do rotor em alta velocidade,
produzindo ondas de alta pressão em áreas reduzidas. Estas pressões podem
ultrapassar a resistência à tração do metal e arrancar progressivamente partículas
superficiais do rotor, inutilizando-o com o tempo.
Quando ocorre a cavitação são ouvidos ruídos e vibrações característicos e quanto
maior for a bomba, maiores serão estes efeitos. Além de provocar o desgaste
progressivo até a deformação irreversível dos rotores e das paredes internas da
bomba, simultaneamente esta apresentará uma progressiva queda de rendimento,
caso o problema não seja corrigido. Nas bombas a cavitação geralmente ocorre por
altura inadequada da sucção (problema geométrico), por velocidades de escoamento
excessivas (problema hidráulico) ou por escorvamento incorreto (problema
operacional).
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NPSH
Em qualquer cálculo de altura de sucção de bombas tem de ser levada em
consideração que não deve ocorrer o fenômeno da cavitação e, para que possamos
garantir boas condições de aspiração na mesma, é necessário que conheçamos o valor
do NPSH (net positive suction head). O termo NPSH (algo como altura livre positiva de
sucção) comumente utilizado entre os fornecedores, fabricantes e usuários de bombas
pode ser dividido em dois tipos: o requerido (NPSHr) e o disponível (NPSHd).
O NPSHr é uma característica da bomba e pode ser determinado por testes de
laboratório ou cálculo hidráulico, devendo ser informado pelo fabricante do
equipamento. Podemos dizer que NPSHr é a energia necessária para o líquido ir da
entrada da bomba e, vencendo as perdas dentro desta, atingir a borda da pá do rotor,
ponto onde vai receber a energia de recalque, ou seja, é a energia necessária para
vencer as perdas de carga desde o flange de sucção até as pás do rotor, no ponto
onde o líquido recebe o incremento de velocidade. Em resumo NPSHr é a energia do
líquido que a bomba necessita para seu funcionamento interno. Normalmente, o NPSHr
é fornecido em metros de coluna de água (mca).
O NPSHd é a energia disponível que possui o líquido na entrada de sucção da bomba.
Portanto os fatores que influenciam diretamente o NPSH são a altura estática de
sucção, o local de instalação, a temperatura de bombeamento e o peso específico,
além do tipo de entrada, diâmetro, comprimento e acessórios na linha de sucção que
vão influenciar nas perdas de carga na sucção.
Para que não ocorra o fenômeno da cavitação, é necessário que a energia que o
líquido dispõe na chegada ao flange de sucção, seja maior que a que ele vai consumir
no interior da bomba, isto é, que o NPSH disponível seja maior que o NPSH requerido,
NPSHd > NPSHr.
Vórtice
Denomina-se de vórtice o movimento em espiral gerado a partir da superfície livre de
um líquido quando este escoa por um orifício, quando este orifício encontra-se a uma
profundidade inferior a um determinado limite. Como a entrada de líquido na sucção de
um bombeamento assemelha-se a situação descrita, caso não sejam tomadas
precauções, poderá haver condições favoráveis ao aparecimento do problema. O
crescimento contínuo do vórtice pode dar origem a entrada de ar no interior da bomba
provocando cavitação no interior da mesma.
Escorvamento
Escorvar uma bomba é encher de líquido sua carcaça e toda a tubulação de sucção, de
modo que ela entre em funcionamento sem possibilidade de bolhas de ar em seu
interior. No caso de bombas com sucção positiva este escorvamento é mantido com a
utilização das válvulas de pé, principalmente em sucções com diâmetros inferiores a
400mm, sendo o enchimento executado através do copo de enchimento para pequenas
bombas e de by pass na válvula de retenção no recalque. Para grandes instalações
recorrem-se às bombas de vácuo ou ejetores. Para grandes valores de NPSHr utilizam-
se instalações com bombas afogadas ou submersas, onde temos o chamado auto-
escorvamento .
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Precauções
Para evitar que aconteça cavitações nas instalações de bombeamento alguns
procedimentos são elementares, tanto na fase de projetos como na de operação, a
saber:
• tubulação de sucção a mais curta possível;
• escorvamento completo;
• NPSHd > NPSHr;
• medidas antivórtices;
• limitação da velocidade máxima de aspiração em função do diâmetro;
• indicação clara da posição de abertura e de fechamento das peças especiais;
• ligeira inclinação ascendente em direção à entrada da bomba nos trechos
horizontalizados (para facilitar o deslocamento das bolhas de ar na fase de
escorvamento);
• conexão da sucção com a entrada da bomba através de uma redução excêntrica
(também para facilitar o escorvamento);
• não projetar registros nas sucções positivas;
• emprego de crivos ou telas na entrada da sucção;
emprego de válvula de retenção nas sucções positivas.
9 - Manutenção
As bombas centrífugas são
equipamentos mecânicos e,
portanto, estão sujeitas a
problemas operacionais que
vão desde uma simples
redução de vazão até o não
funcionamento generalizado
ou colapso completo. Mesmo
que o equipamento tenha
sido bem projetado, instalado
e operado, mesmo assim
estará sujeito a desgastes
físicos e mecânicos com o
tempo. Os problemas
operacionais podem surgir
das mais diversas origens
como imperfeições no
alinhamento motor-bomba,
falta de lubrificação ou lubrificação insuficiente ou qualidade inadequada do lubrificante,
etc., colocação e aperto das gaxetas, localização do equipamento, dimensionamento
das instalações de sucção e recalque, bem como suas próprias instalações, fundações
e apoios na casa de bombas, qualidade da energia fornecida, etc. Entrada de ar,
sentido de rotação incorreta do rotor e entrada de sólidos no interior das bombas
também não são ocorrências raras de acontecerem, principalmente nas fases iniciais
de operação do bombeamento.
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De um modo geral operar uma bomba com vazão reduzida implica em aumento do
empuxo radial e da temperatura do líquido bombeado, além de gerar um retorno de
fluxo, extremamente prejudicial a estrutura do rotor. Por outro lado vazões excessivas,
aumentam a possibilidade de surgimento de cavitação. Também o excesso de vazão
aumentará a potência requerida podendo, com isso, causar danos significativos ao
sistema de fornecimento de energia mecânica (motor).
Os principais defeitos que ocorrem em bombas centrífugas são descarga insuficiente
ou nula, pressão deficiente, perca da escorva após partida, consumo excessivo de
energia, rápidos desgastes dos rolamentos e gaxetas, aquecimentos, vibrações e
ruídos. E as principais causas são presença de ar ou vapor d’água dentro do sistema,
válvulas pequenas ou inadequadamente abertas, corpos estranhos no rotor, problemas
mecânicos, refrigeração inadequada, lubrificação má executada, desgaste dos
componentes, desvios de projeto e erros de montagem.
Seleção
São condições fundamentais para
seleção das bombas, o ponto de
funcionamento do sistema, a
natureza do projeto, as
características do líquido a ser
recalcado, os equipamentos
existentes no mercado e a
similaridade com os já instalados e
em operação para flexibilizar a
reposição de peças defeituosas ou
desgastadas. Além disso, também
deve ser elaborado um estudo
intensivo da dimensão da obra e
etapas de construção, e um programa
de que facilite a operação e
manutenção dos serviços.
Manual de instruções
Seguir as instruções recomendadas pelos fabricantes dos equipamentos quanta a sua
instalação, operação e manutenção é essencial para um bom desempenho e garantia
técnica dos conjuntos. Para grandes máquinas os fabricantes, geralmente, além de
fornecerem os manuais acompanham supervisionando toda a montagem e o
funcionamento inicial visando corrigir eventuais problemas na montagem, tais como
desalinhamentos, fundações, apoios, chumbamentos, conexões com as tubulações,
operações de partida, manobras das válvulas, parada, etc.
Casa de bombas
As bombas deverão está alojadas em uma edificação denominada de casa de bombas.
Este edifício deverá ter dimensões tais que tenham espaços suficientes para
permitirem com certa comodidade montagens e desmontagens dos equipamentos e
circulação de pessoal de operação e manutenção, de acordo com as normas técnicas
em vigor e com as recomendações dos fabricantes. Estudos sobre a disposição dos
equipamentos, drenagem dos pisos são essenciais. Na elaboração de projeto
arquitetônico é importante o estudo da iluminação, ventilação e acústica. O emprego de
degraus deve ser restrito, mas sempre que for necessário não poderão ser
economizados corrimãos.
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Nas sucções positivas torna-se obrigatório o emprego de válvulas para manutenção do
escorvamento. Instalações de manômetros na saída da bomba são muito importantes
nas tarefas de inspeção do equipamento.
A conexão da tubulação horizontal de sucção, quando existir, deverá ser conectada a
entrada da bomba através de uma redução excêntrica voltada para cima de modo a
facilitar o escorvamento do trecho a montante.
Todas as tubulações deverão ser dispostas de maneira que possam permitir reparos e
manutenção das peças especiais e conexões com um mínimo de perturbações no
sistema, principalmente sem provocar tracionamentos nas demais peças. As aparentes
deverão ser em ferro fundido flangeado (juntas rígidas) e com juntas de dilatação e de
fácil desmontagem visto que estas tubulações estão sujeitas as intempéries, vibrações
e choques acidentais no dia a dia operacional.
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capítulo 6:
TANQUES DE ARMAZENAGEM E
VASOS DE PRESSÃO
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1. Conceitos:
Os processos industriais em geral utilizam tanques e vasos – submetidos ou não a
pressão – para efetuar diversos serviços essenciais à sua continuidade, seja nos
serviços de acumulação como nos de separação.
Define-se por TANQUE como aquele equipamento que acumula produtos (recipiente)
em pressões inferiores a 15 psig (condição de operação) e, como VASO, como aquele
equipamento que opera com pressões acima de 15 psig.
Para produtos tóxicos, estes vents devem estar interligados a sistemas de captação e
inertização dos vapores gerados.
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2. Estocagem de Produtos
O serviço de estocagem é normalmente
desenvolvido por tanques. Desta forma,
em geral, os acumuladores podem ser
horizontais (utilizado para pequenos
volumes), mas geralmente são verticais,
cilíndricos e submetidos à pressão
atmosférica ou ligeiramente acima
desta. Para gases – inclusive os
liquefeitos -, entretanto, são utilizados
vasos de pressão. Possuem volumes
bastante variados até mais de 100.000
m3 de produto estocado.
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3. Tipos de Tanques de Armazenamento
• cônico:
o o teto possui forma de um cone reto (mais comum)
• curvo:
o o teto possui forma de uma calota esférica (abóboda), sendo
normalmente auto-portante.
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3.2. Tanques de Teto Móvel (Lifting Roof)
Consiste essencialmente se um
lençol de chapas. O teto é
enrijecido por uma estrutura
metálica na sua parte superior para
lhe conferir a necessária
estabilidade. É o tipo mais simples
e de construção mais barata. A
flutuabilidade é precária. Dos tipos
de teto flutuante é o que apresenta
maior perdas por evaporação pois o
teto está em contato direto com o
produto armazenado e transmite
mais facilmente a energia solar incidente.
Possui dois lençóis de chapas ligados, internamente, por uma estrutura metálica
formando compartimentos estanques. É uma estrutura robusta e de excelente
flutuabilidade. É o tipo de teto flutuante mais caro, porém apresenta a menor perda por
evaporação, pois os dois lençóis de chapas formam um colchão de ar que funciona
como isolamento térmico entre a superfície do líquido armazenado e a superfície
externa do teto.
Os tetos flutuantes duplos apresentam, principalmente, os seguintes problemas:
• Maior custo de fabricação e montagem;
• Fundações mais caras devido à exigência de menores recalques;
• Possibilidade de graves danos (trincas nas soldas das anteparas) em tanques
com movimentação muito freqüente;
• Considerável volume de produto imobilizado por causa da necessidade de
manter sempre o teto flutuando. O apoio desigual das pernas de sustentação do
teto sobre o fundo pode provocar trincas por fadiga junto aos reforços das
pernas de sustentação e nas junções das anteparas dos flutuadores com o
lençol inferior do teto. Tais trincas podem provocar o alagamento do teto e até o
seu afundamento.
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3.3.3 Teto Flutuante com Flutuador (Pontoon Flooting-Roof)
5. Esferas ou Cilindros
Vasos de pressão em formato esférico ou
cilíndrico, utilizados para a estocagem de
gases. Por operarem sob pressão, possuem
válvula de alívio para segurança.
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6. Tanques Horizontais
Vasos de pressão horizontais, geralmente com calota toroesférica, para a estocagem
de líquidos. Da mesma forma como as esferas, possuem válvulas de segurança como
dispositivos básicos.
Devido a condição de operação destes equipamentos, devem ser submetidos a
inspeções mais freqüentes e detalhadas.
Em geral, este tipo de equipamento é utilizado mais freqüentemente para os serviços
de acumulação e separação, seja na posição vertical ou horizontal.
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7. Diques de Contenção
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devem possuir válvulas de bloqueio, externamente à bacia de contenção, que devem
permanecer fechadas por motivo de segurança.
As normas brasileiras determinam alguns requisitos para construção de diques e
bacias de contenção tais como:
• Dimensões do dique;
• Agrupamento de tanques;
• Instalação de diques intermediários;
• Volume da bacia de contenção;
• Espaçamento entre tanques;
• Distanciamento de outras instalações (rodovias, ferrovias, limites de propriedade
e outros).
Apresentamos abaixo uma tabela com os tipos de tanques e suas respectivas perdas
por evaporação e outras características:
9. Operação
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10. Limpeza interna.
• Bloqueio do tanque;
• Drenagem do produto remanescente;
• Abertura das bocas de visita e da boca de inspeção;
• Instalação de exaustores para desgaseificação;
• Limpeza do tanque com auxílio de jatos de água;
• Limpeza da respectiva tubulação e equipamentos.
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capítulo 7:
INTERPRETAÇÃO DE UMA FISPQ
1.
Número Rótulo de
Nome do produto
ONU risco
1198 FORMALDEÍDO
2. Finalidade
Os empregados devem ser treinados a agir conforme o prescrito nas fichas. Nos EUA,
a desobediência a esta legislação tem implicações legais e até criminais, se houver,
por exemplo, morte de algum funcionário. Além disso, a OSHA divulga listas
atualizadas das empresas processadas, o que é uma propaganda bastante negativa.
3. A NBR 14725
A ficha de segurança no Brasil deve ser elaborada de acordo com a norma NBR 14725,
escrita tendo como base a ISO 11014. Os dados contidos em uma FISPQ não são
confidenciais. Por isso, informações sobre os ingredientes podem ser fornecidas de
maneira não explícita. Basta que os produtos perigosos e os riscos a eles inerentes
sejam indicados, isto significa que o fornecedor deve tornar disponível ao
109/177
receptor/usuário uma FISPQ completa para cada substância ou preparo, na qual estão
relatadas informações relevantes quanto à segurança, saúde e meio ambiente.
O fornecedor tem o dever de manter as FISPQs sempre atualizadas e tornar disponível
ao usuário a edição mais recente.
Por sua vez, o usuário é responsável por agir de acordo com as instruções nelas por
tomar as medidas de prevenção necessárias numa dada situação de trabalho e por
manter os trabalhadores informados quanto aos perigos relevantes do seu local
individual de trabalho.
A ficha deve ainda conter o número de página no formato “1 de 9”, “2 de 9” etc, data de
elaboração e número da revisão.
No item 2, deve constar o número CAS do produto (se puro), ou de cada um dos
componentes perigosos em caso de misturas (chamadas de “preparados” pela norma).
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Muitos profissionais têm dúvidas sobre o que é o número CAS e como obtê-lo. Trata-se
do número de registro no Chemical Abstracts Service, o mais conhecido e abrangente
banco de dados na área química. Estima-se que nele estejam resumidas de 70% a
80% de todas as publicações mundiais na área química, bioquímica, engenharia
química e ciências relacionadas. Os dados são tirados de cerca de 8 mil periódicos,
patentes de órgãos oficiais de 29 países e duas organizações internacionais, relatórios
técnicos, livros, revisões, conferências e dissertações.
Quando um produto é citado pela primeira vez no banco, recebe um número de
identificação, ou seja, seu número CAS.
O Chemical Abstracts impresso pode ser consultado nas grandes bibliotecas públicas
voltadas à Química, como a do Conjunto das Químicas da Universidade de São Paulo
(USP).
O acesso on-line é pago e feito via bases de dados, como o Scientific and Technical
Information Network (STN).
O representante deste último no Brasil é a Axonal Serviços de Informação Ltda. Não
havendo uso tão freqüente que justifique a associação, é possível contratar terceiros
para realização das buscas.
O número CAS também pode ser obtido de forma gratuita em alguns sites, como o
www.buyersguidechem.de, um guia de compras organizado na Alemanha. O
inconveniente dessas páginas é não serem completas, ou seja, pode-se não encontrar
neles o produto desejado.
Também é solicitada nas fichas a classificação dos ingredientes perigosos em sistemas
internacionais de risco. Os mais usados e seus respectivos sites são o do National Fire
Protection Agency (NFPA) e do Hazardous Materials Identification System (HMIS). Em
ambos, quanto maior o número, que varia de 0 a 4, maior a periculosidade do produto.
O NFPA utiliza o diagrama de Hömmel para apresentação dos valores, no qual cada
losângulo indica um tipo de risco, a saber:
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Nas publicações dessas instituições são encontrados os dados de
classificação de risco a serem incluídos nas FISPQs. A figura ao lado
apresenta a capa do Fire Protection Guide to Hazardous Materials,
editado pela NFPA, no qual se vê um exemplo do citado diagrama.
Algumas fontes úteis para elaboração das fichas são:
• Merck Index;
• Chemical Safety Data Sheets - coleção de cinco volumes publicada pela inglesa
Royal Society of Chemistry;
• Toxline - banco de dados sobre toxicologia Toxline (acesso gratuito limitato);
• Manual de emergências - Associação Brasileira da Indústria Química
(ABIQUIM);
• National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) -
www.cdc.gov/niosh/homepage.html;
• Livros de toxicologia;
• Biblioteca da Fundacentro;
• CETESB - www.cetesb.sp.gov.br/Emergencia/emergencia.asp;
• Sigma -
www.sigmaaldrich.com/Area_of_Interest/The_Americas/United_States/Safe
ty_Information.html;
• www.saudeetrabalho.com.br.
• Threshold Limit Value (TLV): menor nível capaz de produzir efeitos tóxicos;
• Time Weighted Average (TWA): tempo médio medido.
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4.3. Ítens 11 e 12 – Informações Toxicológicas e Ecológicas
A mesma dificuldade de entendimento pode ocorrer nos tópicos 11 e 12, que tratam de
informações toxicológicas e ecológicas. No item 11, devem ser listados valores de:
• toxicidade aguda,
• sensibilização,
• toxicidade crônica e
• efeitos indesejáveis (carcinogenicidade, mutagenicidade e teratogenicidade).
• mobilidade,
• degradabilidade,
• bioacumulação e
• ecotoxicidade
Além das já citadas, as outras fontes a serem consultadas para obtenção desses
parâmetros são:
O item 14 contém informações sobre transporte. Quando o produto for perigoso, deve
ser indicado o número ONU, nome apropriado para embarque e classe de risco. O
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número ONU (ou UN number) é composto de quatro algarismos. Só é atribuído a
substâncias perigosas de importância comercial. O sistema é elaborado pelo Comitê de
Peritos em Transportes de Produtos Perigosos das Nações Unidas. Alguns produtos
têm número ONU individual. Outros receberam números ONU diferentes para as
formas sólida ou líquida, porque suas propriedades de risco variam significativamente
com a mudança de estado. Há ainda grupos de produtos com propriedades similares
que recebem o mesmo número ONU.
A interpretação de todos esses dados é difícil para os usuários não familiarizados com
a terminologia. É recomendável, portanto, no item 16 da FISPQ, informar o significado
de todas as siglas usadas no documento.
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5. Exemplo de FISPQ
Número Rótulo de
Nome do produto
ONU risco
1198 FORMALDEÍDO
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capítulo 8: TROCADORES DE CALOR
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1. Transferência de Calor
Quando em duas regiões do universo existe uma diferença de temperatura, esta tende
a desaparecer espontaneamente pelo aparecimento da forma de energia CALOR. O
conjunto de fenômenos que caracterizam esta passagem da forma de energia calor é
que denominamos Transmissão de Calor.
Teoricamente a transmissão de calor pode ocorrer isoladamente por condução,
convecção ou radiação. Mas, praticamente as três formas citadas acima ocorrem
simultaneamente, ficando a critério do interessado o estudo da possibilidade de serem
desprezadas uma ou duas das formas em presença das demais.
As formas de transmissão de calor são definidas como:
119/177
forma de energia calor em um sentido amplo, apesar de ser assim denominada
em um intervalo conveniente de frequência. O efeito da radiação
eletromagnética neste intervalo somente aparece quando é cruzada a fronteira
de um sistema material absorvente. Quando isto ocorre há absorção de energia
sendo esta energia a causa do aumento da energia interna do sistema. Por outro
lado, convém lembrar que a forma de energia calor é uma forma de energia
desordenada, contrário da radiação eletromagnética que é perfeitamente
ordenada.
2. Trocadores de Calor
• Contato direto
• Contato indireto
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São exemplos de aplicação: torres de resfriamento e aquecedores de água de
alimentação.
Neste tipo, há um fluxo contínuo de calor do fluido quente ao frio através de uma
parede que os separa. Não há mistura entre eles, pois cada corrente permanece em
passagens separados. Este trocador é designado como um trocador de calor de
recuperação, ou simplesmente como um recuperador.
Alguns exemplos de trocadores de transferência direta são trocadores de “duplo-tubo”,
multitubulares, espirais e de placa.
Estes recuperadores constituem uma vasta maioria de todos os trocadores de calor.
São formados por dois tubos concêntricos. Pelo interior do tubo do primeiro (mais
interno) passa um fluido e, no espaço entre as superfícies externa do primeiro e interna
do segundo, passa o outro fluido. A área de troca de calor é a área do primeiro tubo.
Tem as vantagens de ser simples, ter custo reduzido e de ter facilidade de
desmontagem para limpeza e manutenção.
O grande inconveniente é a pequena área de troca de calor.
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Defletores (ou chicanas) são normalmente utilizados para aumentar o coeficiente de
película do fluido do casco pelo aumento da turbulência e da velocidade de
escoamento deste fluido.
São os mais usados na indústria, porque oferecem uma grande área de troca de calor.
A principal desvantagem destes trocadores é a área necessária para instalação,
obrigando que o projetista faça vários passes internos dos fluidos, dificultando a sua
fabricação e manutenção.
Se um dos fluidos do trocador condensa ou evapora, o trocador é também denominado
condensador ou evaporador, respectivamente.
Para facilitar a limpeza do equipamento, é possível projetar o trocador com feixe
removível.
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2.1.3.3. Espirais
2.1.3.4. De Placas
Este tipo de trocador normalmente é construído com placas planas lisas ou com
alguma forma de ondulações. Geralmente, este trocador não pode suportar pressões
muito altas, comparado ao trocador tubular equivalente.
O seu uso é extensivo nas indústrias químicas, devido à grande superfície de troca
térmica e ao pouco espaço ocupado na planta industrial, bem como a facilidade de
ajuste tanto no que se refere a capacidade de troca de calor, como pela perda de
pressão pelo aumento da quantidade de placas.
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Suas principais desvantagens são:
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capítulo 9:
CALDEIRAS E QUEIMADORES
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1. Sistemas Geradores de Vapor
• Seção pré-
caldeira: inclui
todos os
equipamentos e
tubulações
destinadas ao
acondicioname
nto da água
antes da sua
entrada na
caldeira;
• Caldeira: é
responsável,
pela geração
de vapor pelo
sistema;
• Seção pós-
caldeira: inclui
todos os equipamentos e tubulações após a caldeira, com exceção do
aquecedor-desaerador.
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Os geradores de vapor ou qualquer aparelho de vaporização são caracterizados pelos
seguintes elementos:
• peso,
• superfície dos superaquecedores de vapor,
• economizadores de água de alimentação ou de ar,
• volumes das câmaras de água e vapor.
2. Caldeiras a Vapor
Os condutos para descarga dos gases e a chaminé não formam parte integral da
caldeira, pois constituem construções independentes que são adicionadas ao corpo
resistente da mesma, não estando expostas à pressão do vapor.
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As caldeiras podem ser classificadas de acordo com:
• as classes de pressão;
• o grau de automação;
• o tipo de energia empregada;
• o tipo de troca térmica.
• manuais,
• semi-automática e
• automática.
• sólido,
• líquido,
• gasoso,
• caldeiras elétricas e
• caldeiras de recuperação.
• tipo de montagem,
• circulação de água,
• sistema de tiragem e
• tipo de sustentação.
• Caldeiras flamotubulares,
• Caldeiras aquatubulares e
• Caldeiras elétricas.
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2.1. Caldeiras Flamotubulares
• Verticais
o Com fornalha externa
o Com fornalha interna
• Horizontais
o Com fornalha externa
• Multitubulares
o Com fornalha interna
o Com uma tubulação central (Cornovaglia)
o Com duas tubulações (Lancashire)
• Locomotivas e Locomoveis
o Escocesas
o Marítimas
o Estacionárias
o Compacta
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As caldeiras flamotubulares apresentam as seguintes partes principais: corpo,
espelhos, feixe tubular ou tubos de fogo e caixa de fumaça. Tem a vantagem do custo
de aquisição mais baixo, de exigir pouca alvenaria e atender bem aumentos
instantâneos de demanda de vapor.
Como desvantagens, apresentam baixo rendimento térmico, partida lenta devido ao
grande volume interno de água, limitação de pressão de operação (máx. 15 kgf/cm²),
baixa taxa de vaporização (kg de vapor/m².hora), capacidade de produção limitada, e
dificuldades para instalação de economizador, superaquecedor e pré-aquecedor.
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• feixe tubular,
• parede de água,
• fornalha e
• superaquecedor,
• economizador,
• pré-aquecedor e
• soprador de fuligem.
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2.3. Caldeiras Elétricas
Atualmente o rendimento ou eficiência térmica total que pode ser obtido nas caldeiras
aquatubulares supera o correspondente às caldeiras flamotubulares, pois nas primeiras
têm-se obtido rendimento de 80 a 82 % ou maiores em caldeiras com
superaquecedores, economizadores e aquecedores de ar, sendo que as últimas não
superaram valores de 75 a 78 % nas melhores condições de limpeza.
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De acordo com a pressão de trabalho as caldeiras são classificadas conforme a Tabela
abaixo:
6. Purgadores de Vapor
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condensado, eliminam também o ar e outros gases incondensáveis (gás carbônico por
exemplo) que possam estar presentes.
Os motivos pelos quais o condensado deve ser retirado da linha de vapor são:
137/177
6.1.1. Purgador de Bóia
Consiste em uma caixa com uma entrada de vapor e uma saída de condensado que é
fechada por uma válvula comandada por uma bóia que flutua abrindo a saída de
condensado que é expulso pela própria pressão do vapor.
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6.1.3. Purgador de Expansão Metálica
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6.1.5. Purgador Termodinâmico
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6.2. Escolha e Dimensionamento
Abaixo temos um quadro resumo comparativo das principais características dos tipos
mais importantes de purgadores de vapor.
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7. Incineradores Para Gases e Vapores
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7.1.1.1. Recuperadores de calor
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7.1.1.2. Recuperadores de calor
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a incineração com chama direta mas na maioria dos casos há a necessidade de uma
câmara de pré aquecimento.
Os catalisadores mais comumente utilizados são feitos de metais e óxidos metálicos
(platina, paládio, rutênio). Ele aumenta a velocidade da reação e não é modificado pelo
processo de combustão que ocorre, sem chama, em sua superfície.
A temperatura na entrada do leito catalisador está na faixa de 340ºc a 540ºc. A
eficiência do incinerador catalítico é deteriorada com o tempo de uso e com os gases
que por ele passam e pode variar
desde alguns meses até vários
anos. Substâncias que entopem o
catalisador (resinas) devem ser
evitadas.
A principal vantagem do
incinerador catalítico sobre o
incinerador de chama direta é o
baixo custo operacional devido a
menor quantidade de combustível
auxiliar requerida. Como
desvantagem temos menor
eficiência e a disponibilidade do
catalisador no mercado interno.
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capítulo 10:
TRATAMENTOS DE ÁGUA
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1. Água Para Uso em Caldeiras Industriais
• incrustação,
• corrosão e
• arraste.
1.1. Corrosão
1.2. Incrustação
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(floculação – decantação – filtração), ou até mesmo por um processo de filtração direta
da água bruta.
Para eliminar este sério inconveniente, deve-se proceder com um correto tratamento
químico interno da água do equipamento, através da adição de agentes
dispersantes/seqüestrantes, fosfatos (se for o caso) e um adequado regime de
descargas; o retorno de condensado para a caldeira é outra prática fortemente
recomendada, visto que o mesmo possui baixíssimo teor de sais e apresenta
temperatura elevada. Porém, é de fundamental importância que a água utilizada para
reposição na caldeira tenha um pré-tratamento satisfatório, através de processos de
floculação/decantação e filtração, se for captada de rios ou lagos e, adicionalmente,
passe por processos avançados de remoção de impurezas, tais como o abrandamento,
a desmineralização ou a osmose reversa. Nestes três sistemas, a presença de
materiais em suspensão pode prejudicar irreversivelmente as resinas ou membranas,
demandando uma especial atenção aos filtros que precedem estes equipamentos. A
presença de cloro livre ou outros agentes oxidantes também é um fator preocupante,
normalmente solucionado com a instalação de filtros de carvão ativo.
1.3. Arraste
O último dos “vilões” do sistema gerador de vapor, embora não menos preocupante, é
o arraste. Como o próprio nome diz, trata-se de um fenômeno caracterizado pelo
arraste de água da caldeira para a linha de vapor, causando os mais diversos
inconvenientes, como: formação de depósitos em superaquecedores, turbinas, válvulas
e acessórios da seção pós-caldeira, queda acentuada no rendimento de equipamentos
que utilizam vapor para aquecimento, formação de golpes de aríete nas linhas, entre
outros. O arraste é combatido através de alguns procedimentos simples, porém
eficientes, destacando-se: manutenção dos limites de sólidos dissolvidos e suspensos
na água da caldeira; evitando-se a contaminação por materiais orgânicos e dosagem
excessiva de soda cáustica; equilibrando produção e demanda de vapor, evitando as
elevações bruscas de consumo; operação com nível de água de acordo com
recomendações do fabricante e observação detalhada do projeto do equipamento,
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incluindo os dispositivos emprega dos para eliminação de gotinhas localizadas no
interior das caldeiras (chamados popularmente de “chevrons” ou “filtros de vapor”).
2. Águas de alimentação
• Controle de precisão;
• Controle de coordenação pH-PO4;
• Controle congruente pH-PO4;
• Tratamento zero sólido;
• Tratamento com sulfito de sódio;
• Tratamento com hidrazina;
• Tratamento convencional;
• Tratamento com quelatos;
• Tratamento com polímeros;
• Tratamento conjugado.
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dissociadas na água, como íons positivos (cátions sódio) e íons negativos (ânions
cloreto).
5.1. Clarificação
O lodo purgado do fundo dos decantadores é enviado por gravidade para uma caixa de
recuperação de água. Na entrada desta caixa é feita uma dosagem de polieletrólito
para realizar o adensamento do lodo no compartimento intermediário da caixa. Dessa
forma o sobrenadante mais limpo da caixa transborda para um tanque, sendo
posteriormente bombeado de volta para a entrada do tratamento com resina trocadora
de íons. O lodo adensado vai para o compartimento de saída da caixa e é bombeado
para um filtro prensa.
A última etapa da clarificação compreende a filtração do sobrenadante dos
decantadores, que consiste na passagem da água através de um leito poroso, capaz
de reter materiais em suspensão e até mesmo substâncias coloidais. O leito poroso é
formado por uma mistura de areia e antracito. Quando o filtro está limpo pode-se
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passar por ele maior volume de água e, à medida que ele vai sendo obstruído pela
sujeira, a vazão diminui gradativamente.
Como vimos anteriormente algumas aplicações industriais exigem uma água com
características específicas como, por exemplo, para alimentação de caldeiras. Essa
água não deve conter sais de Cálcio, Magnésio, Óxido de Silício e nem apresentar
substâncias dissolvidas ou ainda combinações dessas substâncias.
O processo normalmente utilizado para a obtenção de água, com as características e
condições acima é o da permutação iônica, onde íons dissolvidos na água entram em
contato com determinadas substâncias sólidas, insolúveis na água, pelas quais são
adsorvidos e permutados por outros íons. Essa permutação de íons, somente pode ser
efetuada com íons de mesma carga elétrica, isto é, permuta de cátions/cátions e
ânions/ânions. As substâncias que efetuam essas permutas de íons são resinas
obtidas sinteticamente, em forma de pequenos grânulos (~ 0,5mm) denominados de
resinas permutadoras de íons ou, mais comumente, resinas trocadoras catiônicas e
aniônicas.
O processo de tratamento que emprega as resinas trocadoras catiônicas e aniônicas é
denominado desmineralização. Neste tipo de tratamento temos a substituição dos íons
catiônicos (Ca, Mg, Na) por íons hidrogênio e dos íons aniônicos (Cloretos, Sulfatos,
Carbonatos, Sílicatos, Bicarbonatos e Nitratos) por íons hidroxila. Deste modo, elimina-
se grande parte dos sais presentes na água, tornando-a equivalente à água destilada,
eliminando assim os problemas de incrustações, cristalizações e corrosões.
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A troca iônica, sendo um fenômeno superficial, para ser bem efetuada, necessita que a
resina esteja com sua capacidade de troca prolongada o maior tempo possível.
Portanto, a água deve ser livre de materiais em suspensão e oleaginosos, pois a sua
presença produz a colmatação da resina, necessitando proceder nesse caso lavagem
freqüente.
A regeneração da resina catiônica é feita por meio de solução de Ácido Clorídrico, que
com a sua passagem, retira os íons de minerais retidos, deixando íons H+ em seu
lugar, permitindo obter uma água contendo somente os ácidos dos sais dissolvidos na
água.
Esta regeneração deve ser feita em contracorrente e após o abaixamento de nível.
A resina catiônica regenerada com solução ácida permite obter a redução completa da
alcalinidade e realizar assim uma desmineralização parcial por simples filtração. Após
passar pelo Trocador Catiônico, a água flui através do Trocador de Ânion, e em
presença de resinas aniônicas a água tratada desta forma ficará isenta de quase todos
os sais dissolvidos.
A regeneração da resina aniônica é feita por meio de solução de Soda Cáustica, que
em passagem retira da água os íons de minerais retidos, deixando íons OH+ em seu
lugar concluindo assim o processo de desmineralização com uma qualidade de água
superior a da água destilada.
Os vasos trocadores de cátion e ânion possuem distribuidores internos, para otimizar a
distribuição homogeneamente da água durante a operação, bem como a perfeita
distribuição da água em toda a área interna do vaso durante a fase de contra lavagem
das resinas. Estes vasos possuem internamente coletor e distribuidor superior de água,
para permitir o perfeito desempenho da unidade nas fases de operação e regeneração
das resinas trocadoras.
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Reiterando, a água tendo passado pelos Trocadores de Cátion e de Ânion, é
considerada uma água desmineralizada, sendo utilizada em processos industriais,
principalmente nos químicos, farmacêuticos, alimentação de caldeiras de média ou alta
pressão, na geração de vapor por turbinas, além de outras finalidades que necessitem
de água pura, com reduzido teor de sólidos dissolvidos e sem contaminantes. A pureza
é medida através da condutividade elétrica, provocada pela presença de íons
inorgânicos (cátions e ânions), sendo necessário removê-los para atingir a qualidade
requerida.
6. Efluentes Industriais
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Os processos de tratamento utilizados são classificados de acordo com princípios
físicos, químicos e biológicos:
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• Processos físicos: dependem das propriedades físicas do contaminante tais
como, tamanho de partícula, peso específico, viscosidade, etc.
Exemplos: gradeamento, sedimentação, filtração, flotação,
regularização/equalização, etc.
• Processos químicos: dependem das
propriedades químicas dos contaminantes o
das propriedades químicas dos reagentes
incorporados. Exemplos: coagulação,
precipitação, troca iônica, oxidação,
neutralização, osmose reversa, ultrafiltração.
• Processos biológicos: utilizam reações
bioquímicas para a eliminação dos
contaminantes solúveis ou coloidais. Podem ser
anaeróbicos ou aeróbicos. Exemplo: lodos ativados, lagoas aereadas, biodiscos
(RBC), filtro percolador, valas de oxidação, reatores sequenciais discontinuos
(SBR).
• Operações de óxido-redução
o Redução de Cr VI
o Oxidação de ions ferrosos, cianetos e matéria orgânica
• Operações de neutralização e precipitação
o Hidróxidos metálicos
o Sulfatos, fosfatos e fluoretos
• Operações de floculação e decantação
• Operações de desidratação de lamas
• Ácidos e bases
• Resíduos contendo metais pesados (Fe, Cu, Ni, Cr, Zn, Pb)
• Resíduos contendo cianetos (CN)
7. Tratamento de Esgotos
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A etapa preliminar de tratamento incluem o gradeamento para remover sólidos
grosseiros e a remoção de areia para proteger os equipamentos mecânicos. O
tratamento primário remove o material orgânico sedimentável, o substrato solúvel é
enviado para os tanques de aeração onde os microrganismos o utilizarão para obter
energia e sintetizar novas células.
A massa proveniente do tanque de aeração é enviada para os decantadores
secundários, onde será separada. O sobrenadante depurado é enviado para o corpo
receptor e uma parte da massa ativa retorna aos tanques de aeração e a outra parte é
descartada para ser tratada nos digestores anaeróbios.
Os digestores anaeróbios são utilizados para estabilizar o lodo (primário + secundário)
antes da prensagem e disposição final. Esse processo típico de tratamento secundário
é efetivo para remover o substrato orgânico contido nos esgotos, compreendendo a
remoção dos sólidos suspensos e a DBO. Sais dissolvidos e outros poluentes
refratários são removidos em pequena quantidade. No efluente final fica remanescente
cerca de 50% de sólidos totais voláteis, 70% de nitrogênio total e 70% de fósforo total.
A maioria dos carboidratos, proteínas e gorduras presentes nos esgotos estão na forma
de grandes moléculas que não podem penetrar na membrana celular dos
microrganismos.
O primeiro passo para a decomposição do composto orgânico pelas bactérias é a
hidrólise dos carboidratos em açúcar solúvel, das proteínas em aminoácidos e gorduras
em ácidos graxos de cadeia curta.
Na degradação aeróbia o composto orgânico é convertido em gás carbônico e água.
Na digestão anaeróbia, os produtos finais são ácidos orgânicos, álcoois, gás carbônico,
metano e gás sulfídrico.
De toda a matéria orgânica presente nos esgotos, 60% a 80% é rapidamente
assimilada para a biodegradação. Muitos compostos orgânicos, como a celulose,
hidrocarbonetos de cadeia saturada longa e outros compostos complexos são
considerados não biodegradáveis pois necessitam de um tempo muito longo para
serem assimilados.
Derivados de petróleo, detergentes, pesticidas e outros compostos orgânicos sintéticos
também são resistentes a biodegradação e alguns são tóxicos e inibem a atividade dos
microrganismos nos processos de tratamento biológicos.
Os microrganismos realizam a decomposição da matéria orgânica através de enzimas.
As enzimas são proteínas que agem como catalisadores, existem enzimas que atuam
externamente (extracelular) e outras que atuam internamente (intracelular). A ação das
enzimas são afetadas pelas condições ambientais como pH, temperatura e
concentração do substrato.
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8. Impacto Ambiental
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capítulo 11:
FLUXOGRAMA DE PROCESSOS
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1. Documentação de Processos
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1.3. Fluxograma de Processos
Os fluxogramas devem ter suas linhas numeradas, com a colocação de uma tabela
com todos os parâmetros de processo: vazão, pressão, temperatura, concentrações e
outros que se fizerem necessários.
Quando da elaboração de um projeto, este é o documento gerado na fase de
Engenharia Básica e que será detalhado na fase denominada como de Engenharia de
Detalhamento.
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1.4. Fluxogramas de Processo e Instrumentação (P&I)
Estes desenhos são também preparados pela equipe de processo, em fase mais
adiantada do projeto, com a colaboração da equipe de projeto mecânico e instrumental.
São os desenhos básicos a partir dos quais será feito todo o desenvolvimento do
projeto detalhado do sistema. Estes desenhos devem conter as seguintes informações:
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• Plantas de Tubulação e Isométricos –
o Desenhos que permitirão a montagem das tubulações na planta.
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Bibliografia:
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