Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Contextualização
O que é mudança de es- Imagine que uma bruxa entediada lançou um feitiço
cala e qual a sua impor- em um rato para que ele ficasse do tamanho de um
tância? elefante para ver o que acontecia. Primeiro o ratofante
começou a suar. Depois a derreter até, para espanto da
bruxa, se transformar em uma poça de sete toneladas
de gosma cozida. A bruxa e principalmente o rato fo-
ram vítimas de uma mudança de escala mal planejada!
Um rato tem metabolismo muito mais rápido que um
elefante, seu coração bate algumas centenas de vezes
por minuto enquanto o do elefante não chega a trinta.
Um rato com metabolismo de rato, mas tamanho de
elefante vai gerar muito mais calor do que é capaz de
trocar com o meio e terá um fim trágico se a bruxa
não lembrar de ajustar seu metabolismo para a nova
dimensão.
1
Figura 1: Escalas de trabalho no projeto de biorreatores
Dificuldades
2
Critérios para ampliação
de escala
3
Figura 2: Número de potência em função do Número de Reynolds
para o tanque agitado com dimensões padrão.
DT2
V =π H (5)
4 L
Onde DT é o diâmetro do tanque e HL é a altura da
coluna de líquido. Como se pretende manter a seme-
lhança geométrica na ampliação de escala e uma vez
que DT ∝ Di e HL ∝ Di (geralmente DT = HL = 3Di ),
V ∝ Di3 (6)
P
∝ ω2 (regime laminar) (7)
V
P
∝ ω3 Di2 (regime turbulento) (8)
V
Portanto, para se manter a razão entre potência trans-
mitida e o volume do reator ao se mudar de uma escala
1 para uma escala 2, é preciso levar em conta o regime
de escoamento. Para o escoamento laminar (e de tran-
sição, no caso do impelidor tipo hélice)
ω13 Di1
2
= ω23 Di2
2
(10)
4
Quando e como se usa vtip Velocidade do impelidor constante: É importante
como critério? conservar a velocidade da extremidade do impelidor
(vtip ) quando as células no biorreator são muito sen-
síveis ao cisalhamento. Pode não ser necessário man-
ter vtip exatamente igual nas duas escalas, desde que
seu valor se mantenha na faixa aceitável entre 250 e
500 cm/s. Isso dá flexibilidade para se usar este critério
em conjunto com algum outro. A velocidade na extre-
midade do impelidor é dada por vtip = πDi ω. Assim, a
ampliação de uma escala 1 para uma escala 2 requer
5
Quando e como se usa kL a Mais uma vez, podemos ignorar propriedades físicas
como critério? dependentes da temperatura e pressão, como densi-
dade, viscosidade, difusividade (que aparece no número
µ
de Schmidt, Sc = ρD ), tensão superficial (σ ) do meio,
O2
etc. Além disso, podemos considerar o volume do meio
V ∝ Di3 . Ficamos então com
!0,35
Q Pg
kL a ∝ 3 (15)
Di Q
ω1,10 Q0,56
=⇒ kL a ∝
D 0,95
Assim, uma mudança da escala 1 para a escala 2 pre-
servando o valor do kL a pode ser feita igualando-se
E quanto aos outros crité- Outros critérios: Existem muitos critérios que podem
rios? ser escolhidos para o escalonamento além dos citados
acima, como a manutenção do número de Reynolds
constante (Re), bombeamento de líquido por unidade
de volume ( FVL ) constante, tempo necessário para
homogeneização da mistura constante (tm ), etc.
6
Tabela 1: Variação da frequência de rotação em uma ampliação de
escala 10 a 5000 L com φar = 0, 3vvm.
Critério de ampliação ω (rpm) (V = 5000 L)
P /V 175,9
kL a 91,3
vtip 88,2
tm 1174,9
FL /V 700
Re 11,1
7
Mudança de escala em reator tubular
Bibliografia
[1] R. Dutta. (2008). Fundamentals of Biochemical Engineering. Springer. 1a ed., Capítulo 9.
[2] G.D. Najafpour. (2007). Biochemical Engineering and Biotechnology. Elsevier. 1a ed., Capítulo 6.
[3] Wei-Shou Hu (2017). Engineering Principles in Biotechnology. John Wiley & Sons. 1a ed., Capí-
tulo 9.
[4] W. Schmidell et al. (2001). Biotecnologia Industrial. Volume 2 - Engenharia Bioquímica. Edgard
Blücher, 1a ed., Capítulo 8.