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Variação de escala

Prof. Dr. José Renato Guimarães


Instituto de Recursos Naturais
Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)

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Variação de escala

Quando se opera instalação


Desenvolvimento de processos
industrial e se necessitam testar
fatores em pequena escala
Atingidos alta produtividade e alto
rendimento, deve-se ampliar a
Redução de escala
escala ("scale-up")
("scale-down“)

Critérios de ampliação de escala


Estudo da variação de escala

Selecionar um critério que permita


Transposição de dados de
reproduzir em escala maior as
escalas de laboratório e piloto
condições encontradas em
para industrial e vice-versa
escala menor

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Escala de bancada

• Dados básicos sobre o processo são obtidos dentro de uma ampla


faixa experimental;
• Seleções do microrganismo e do meio de cultura ideal;
• Define-se condições de temperature e pH; modo e as condições de
operação do biorreator;
• Para processos aeróbios, conhecer a demanda de oxigênio e
dimensionar adequadamente o sistema de transferência de O2;
• Levantamento de dados para a elaboração de modelos matemáticos
➔ simular o processo em condições não pesquisadas
experimentalmente.

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Escala Piloto

• Operação é mais onerosa em relação à escala de bancada;


• Deve-se manter constante meio de cultura, T, pH, modo de
cultivo,...;
• Define-se um critério de ampliação de escala (ex.: cisalhamento
no reator (células sensíveis) ou kLa (cultivo de células aeróbias),
entre outros);
• Desempenho adequado ➔ critério de desempenho correto;
• Desempenho inadequado ➔ testa-se outros critérios até
encontrar o ideal.

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Escala Industrial

• Devido à propria dimensão, visa o lado econômico do


processo;

• Produção em grande escala;

• Procura-se operar o biorreator sob condições similares às


ajustadas na escala piloto, as quais permitiram a obtenção de
um desempenho adequado do processo;

• Ajuste fino das condições em torno do ponto ótimo.

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Etapas de desenvolvimento de um Bioprocesso Industrial

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Critério de Ampliação de
Escala
Procedimento usual de uma ampliação de escala com base nos
critérios de ampliação:
• Mantendo-se a similaridade geometrica nos biorreatores de
maior escala, selecionar o critério e encontrar as condições
de operação (N e Q) na nova escala que, reproduziriam as
condições encontradas na escala menor;

• Princípio da ampliação de escala e a seleção do valor do


critério que maximiza o desempenho do processo.

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Critérios de Ampliação de Escala
para Biorreatores Convencionais

Potência no sistema não aerado por unidade de volume de meio (P/V)

Coeficiente volumétrico de transferência de oxigênio (kLa)

Critérios de ampliação Velocidade na extremidade do impelidor (vtip)

Tempo de mistura (tm)

Número de Reynolds (Re)

Pressão Parcial ou concentração de oxigênio dissolvido (C)

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Critério de Ampliação de Escala

Escala 1 (V1) ➔ Escala 2 (V2)

Conhecendo-se V2/V1 e definindo-se um dado critério de variação de escala, obter-se os impactos:


• Nas condições de operação N2/N1 e Q2/Q1;
• Nos outros critérios de ampliação de escala. Ex.: (P/V)2/(P/V)1 = constante; (kLa)2/(kLa)1 = ?

Índice 1: escala de partida ou escala menor (bancada ou piloto)


Índice 2: nova escala ou escala maior (piloto ou industrial)

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Constância da potência por unidade de volume (P/V)

Tanques cilíndros com chicanas, agitados por impelidores tipo turbinas de pás planas:
ρDi2 P
Re = e NP =
µ ρN3 Di5

• Regime laminar e transição (Re < 104):


1
NP = f
Re

• Regime turbulento (Re > 104):


NP = constante

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Constância da potência por unidade de volume (P/V)

Regime de agitação laminar e transição (Re < 104): Dt ∝ Di


1 HL ∝ Di
NP = f
Re V ∝ Di3
Cte Regime Laminar ➔
Logo: Cte

Dt ∝ Di
HL ∝ Di
Regime de agitação turbulento (Re > 104): V ∝ Di3

➔ Regime Turbulento ➔

Cte 12
Constância da potência por unidade de volume (P/V)

Escala 1 ➔ Escala 2

Regime Turbulento de Agitação

P/V = constante

Producão de penicilina (CP) em função da


potência fornecida em diferentes escalas
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Constância do coeficiente volumétrico de
transferência de oxigênio (kLa)

O consume da potência para o sistema não aerado (P) se relaciona com o consume de potência para o
sistema aerado (Pg)

P ∝ 𝑁3Di5

V ∝ Di3

Alta demanda de oxigênio

kLa

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Constância do coeficiente volumétrico de
transferência de oxigênio (kLa)

Escala 1 ➔ Escala 2

Regime Turbulento de Agitação

kLa = constante

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Constância do coeficiente volumétrico de
transferência de oxigênio (kLa)

Escala 1 ➔ Escala 2

kLa = constante

Ampliação de escala de um processo de produção de vitamina B12, utilizando-se como


critério kLa constante
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Escala 1 ➔ Escala 2
Constância da velocidade na
extremidade do impelidor (vtip)
vtip = constante
vtip determina:
• gradiente de velocidade máximo (γmáx); πNiDi

• diâmetro médio das bolhas;

• tamanhos dos aglomerados celulares;

• viabilidade celular de células sensíveis ao


cisalhamento.

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Constância do número de Reynolds (Re)

Cte

Critério de ampliação de escala


diretamente ligado ao grau de agitação e
de mistura no interior de tanques agitados
Cte

Escala 1 ➔ Escala 2

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Exemplo de ampliação de escala

Variação na frequência de rotação (N) numa ampliação de escala V1 = 10 L (ϕar = 0,3 vvm e 700 rpm)
para V2 = 5000 L ➔ 500 vezes

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Critério de Ampliação de Escala

Como a escolha de um critério de ampliação de escala pode afetar os demais?

Relação entre variáveis numa ampliação de escala (V1 = 60 L – V2 = 7,5 m3 ➔ 125 vezes

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Aplicação

Para garantir condições turbulentas e tempo mínimo de mistura durante a agitação com um impulsor de
turbina, o número de Reynolds deve ser de pelo menos 104.
a) Um fermentador agitado em escala de laboratório com um impulsor de turbina de 5 cm de diâmetro
é operado a 800 rpm. Se a densidade do caldo que está sendo agitado é próxima à da água, qual é o
limite superior para a viscosidade da suspensão se a mistura adequada deve ser mantida?
b) O sistema de mistura é ampliado para que o tanque e o impulsor tenham 15 vezes o diâmetro do
equipamento de laboratório. O agitador no recipiente grande é operado de modo que a velocidade
da ponta do agitador (velocidade da ponta (vtip) = πNiDi) seja a mesma que no aparelho de
laboratório. Como o aumento de escala afeta a viscosidade máxima permitida para manutenção de
condições de mistura turbulenta?

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Obrigado e até a prova!

jrenatoguimaraes@unifei.edu.br

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