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I

O inibidor pode ser uma das substâncias que participa da reação, quer
como substrato, quer como produto. Por exemplo, a invertase (que
catalisa a hidrólise da sacarose, formando glicose e frutose) pode ser
A catálise enzimática pode ser impedida por compostos, que,
inibida pela sacarose quando esta se encontra presente em concentra-
quando presentes no meio, ligam-se diretamente à enzima,
ções relativamente altas, enquanto a alfaamilase (que catalisa a hidrólise
impedindo sua ação. Existem basicamente dois tipos de inibidores:
do amido produzindo dextrinas e maltose) é inibida pelas dextrinas e pela
competitivos e não-competitivos.
maltose.
Os inibidores competitivos são substâncias que têm forma
Consideraremos, apenas a inibição competitiva e inibição não-competiti-
estrutural suficientemente semelhante à do substrato para
va. Comecemos pela inibição competitiva. Diz-se que um inibidor é compe-
poderem ligar-se ao sítio ativo da enzima. Faltam-lhes, entretan-
titivo quando compete com o substrato, ocupando o sítio ativo da enzima.
to, grupos químicos que pudessem levar a reação a cabo; o
Indicando-se com la fórmula molecular do inibidor e com i sua molaridade
resultado da sua presença no meio de reação é o estabeleci-
inicial, o modelo de Michaelis e Menten, no caso mais simples possível,po-
mento de uma competição entre as moléculas do inibidor
de ser representado pelas seguintes equações químicas:
competitivo e as do substrato pela ligação com o sítio ativo da
enzima. Naturalmente, o porcentual de inibição resultante
dependerá de dois fatores: (1) as concentrações relativas de
substrato e inibidor competitivo; (2) da afinidade diferencial da
enzima pelo substrato e pelo inibidor. Por suas características,
a inibição competitiva é bastante específica.
onde v, velocidade de formação do produto P, é obviamente menor que
v, uma vez que parte da enzima está "bloqueada" na reação com o
inibidor I.
Teremos então, uma vez que, na prática, s>>xe i>>y:

Cumpre destacar que na reação entre a enzima e o inibidor pode não


Estrutura do substrato (succinato) e de tres inibidores competi-
ocorrer a formação do produto P', isto é, pode-se ter apenas:
tivos da succinato desidrogenase.
Inibidores não-competitivos. Sua forma estrutural não guarda
qualquer semelhança com a do substrato e a inibição é exercida
pela sua capacidade de ligar-se a grupos R específicos,
e, consequentemente, k=0
geralmente fora do sítio ativo. Essa ligação, altera a estrutura
Sendo dx/dt=dy/dt=0 (hipótese de Briggs e Haldane)
da enzima, impedindo a catálise.
Os inibidores competitivos, pela sua especificidade tem tido largo
emprego terapêutico e constituem um instrumento potencial-
mente interessante no controle de vias metabólicas. A presença
sendo
de inibidores não-competitivos nos organismos é, geralmente,
acidental.
A velocidade v será, então:
Chama-se inibidor da reação enzimática uma substância que
acarreta diminuição da velocidade da reação.
Quando o inibidor reage irreversivelmente com a enzima, bloque-
ando-a parcial ou totalmente, a inibição é do tipo denominado onde
irreversível. Se, porém, o inibidor reage reversivelmente com a
enzima, a inibição é do tipo chamado reversível. Esse último caso
é o que tem interesse prático.
I

Aplicando-se o método de Lineawer-Burk, teremos:


Em particular, se for possível trabalhar com concentrações de substra-
to relativamente altas (matematicamente, s->infinito), a influência do
inibidor pode se tornar desprezivel.
representada esquematicamente pelo gráfico abaixo.
INIBIÇÃO NÃO COMPETITIVA.
Nesse tipo de inibição, o inibidor não compete com o substrato pelo sítio
ativo, mas vai ocupar outro sítio da enzima (sítio regulativo ou de inibição)
como indicado, esquematicamente, a seguir:

A equação pode ainda ser graficamente representada colocan-


do-se, em abcissas, a concentração do inibidor em vez de 1/s.
Pode-se aqui demonstrar que as retas obtidas para diferentes
concentrações de substrato cruzam-se no ponto de abcissa -Ki
e ordenada, 1/V.
formando-se, além dos complexos ES e El, um terceiro complexo, enzi-
ma-inibidor-substrato (EIS). A velocidade da reação enzimática será,
neste caso:

Finalmente, parece-nos aconselhável examinar o caso de inibição não


competitiva irreversível, ou seja, quando o inibidor reage irreversivel-
mente com a enzima bloqueando-a em parte, como acontece quando o
inibidor é um metal pesado.
Sendo i a molaridade inicial do inibidor e indicando com z-i a molarida-
A equação abaixo nos permite calcular a relação entre as veloci-
de de enzima por ele bloqueada, o modelo de Michaelis e Menten pode
dades da reação sem inibidor e com inibidor:
ser representado pelas seguintes equações químicas:

Considereando

Onde
Teremos então:
Representação esquemática da influência das concentrações do
substrato e do inibidor competitivo na relação v/vi . Essa última
equação nos mostra a influência das concentrações do substra-
to e do inibidor na relação v/v.
Considerando que k3e = V, resulta: vo ou de brioprocesso, como pode ser algum produto formado que faça
uma retroinibição da via para aquela enzima. O substrato também pode
ser o inibidor a partir de uma certa concentração no nosso sistema. Os
parâmetros de controle, como Ph e temperatura, também podem
trazer o problema de inibição para o nosso sistema.
Dentro das inibições classificadas como reversíveis temos a inibição
competitiva e a inibição não-competitiva.

A inibição irreversível não é estudada na área de bioprocessos, por se


tratar de algo grave, algo muito desbalanceado no sistema para que de
fato não tenha uma forma de reverter a inibição .
Representação esquemática da influência da concentração do
substrato na velocidade da reação na presença de um inibidor
não-competitivo, que reage irreversivelmente com a enzima.
A aplicação do método de Lineawer-Burk à equação nos dá:

O somatório de todas as formas presentes da enzima é:

Vai ter a presença de um substrato no sistema, adicionamos a enzima e


adicionamos o substrato no nosso modelo de bioprocesso e vamos ter
um deslocamento no equilíbrio para a geração de um complexo enzima-
-substrato e quando a enzima se complexa com o substrato é onde
Representação esquemática da aplicação do método de Linewe-
acontece efetivamente a catálise enzimática, vamos ter a liberação da
aver-Burk ao caso da inibição não-competitiva em que o inibidor
enzima mais o produto liberado da via. Quando temos a presença de
bloqueia irreversivelmente parte da enzima.
inibidor irreversível estamos deslocando o equilíbrio, a enzima livre vai
ser complexada com o inibidor e esta via não é irreversível, i.e., não
As equações nos mostram ainda que, enquanto na inibição
conseguimos mais ter enzima livre a partir do momento que ela comple-
competitiva a velocidade máxima não é afetada e a constante
xou, um exemplo seria metais pesados., temos então um complexo
de Michaelis é multiplicada por um fator maior que 1, na inibição
irreversível. Não há forma de deslocar o equilíbrio de tal maneira que
não-competitiva a constante de Michaelis não é afetada e a
temos a separação da enzima livre e o inibidor livre, a partir do momento
velocidade máxima é menor do que V.
que temos essa complexação perdemos a atividade da enzima. A carga
total de enzimas no sistema com o passar do tempo está sendo
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deslocada para a geração do complexo EI. Se com o passar do tempo
Reações com inibição
toda a enzima do sistema está sendo complexada com o inibidor e é
Problemas de inibição:
irreversível quer dizer que estamos perdendo cada vez mais a ação
Compostos presentes na solução;
daquela enzima tornando o sistema nulo.
Produto formado;
Substrato a partir de uma certa concentração.
Inibição:
Classificada conforme o modo de ação;
Inibidor compete diretamente com o substrato pelo sítio ativo
Reversíveis / irreversíveis.
I: semelhança estrutural com o substrato pelo SA
Vamos ter algum problema com um tipo de inibidor no sistema,
pode ser compostos presentes na solução, no meio fermentati-
perfeita com o substrato, mas agora temos o inibidor competindo por este
sítio ativo para reverter isso temos que aumentar muito a concetração de
substrato, naturalmente mexemos no Km, aumentamos o Km reduzindo a
velocidade relativa. Aumentamos o valor de ki, ou seja, reduzimos a afinida-
de da enzima por aquele substrato.
No gráfico de Lineaweaver-Burk, não mudamos o Vmáx que é o coeficiente
llinear mas temos uma variação no coeficiente angular.
O modelo cinético
pa esta inibição
A enzima livre vai se complexar com o substrato, mas se temos um
inibidor que compete com o sítio ativo ele vai se complexar com a
enzima livre no sítio ativo, formando um complexo EI, esse inibidor
também está no sítio ativo a questão é que o complexo é reversível,
agora conseguimos deslocar o equilibrio, em K5, para que volte a ter
enzima livre. Temos então que favorecer a abundância de substrato Ou outra forma de expressar :
para que conseguirmos deslocar o equilíbrio para a formação de
produto. Quanto mais substrato tiver disponível maior a probabilidade, Km aparente
a eficiência da enzima se complexar com este substrato de interes-
se, deslocando o equilíbrio para a geração de produto. Sendo Ki a constante de inibição e Kim a constante de Michaelis-Mente
aparente afetada pelo inibidor.
Temos um parametro que traz o ajuste para o modelo de Michaelis-Men-
ten quando temos um inibidor reversível e competitivo. Km agora é aparen-
te pois ele tem a influência de um inibidor, dependendo da sua concentração
de qual é a sua constante de inibição.
Exemplo prático: o produto gerado pela metabolização do metanol é o
formaldeído, temos uma das enzimas mais importantes do nosso fígado que
é a álcool desidrogenase, um complexo enzimático que faz a detoxificação
do etanol. Quando temos metanol no nosso organismo ela também vai
complexar e gerar um produto da complexação, só que o produto neste
caso é o formaldeído que é altamente tóxico para o nosso organismo. O
metanol é basicamente um inibidor. O tratamento é administrar uma quanti-
dade abundante de etanol para que a enzima complexe com o etanol e não
com o metanol.

A inibição competitiva acontece muito no metabolismo. Já em bioprocessos


é muito difícil ocorrer, pois nós que administramos o substrato no sistema
e isso reduz a probabilidade de inibição por esse modo.
Em uma inibição não competitiva o inibidor se liga a enzima em um ponto
diferente do centro ativo, alterando sua estrutura e inviabilizando a reação.

Aumenta o Km da reação = menor afinidade pelo substrato


Menor o Km maior a velocidade da reação.
Temos um inibidor competindo por um sítio ativo, quando falamos de
sítio ativo falamos de afinidade, e quando a enzima tem uma afinidade
A enzima deixa todos os aminoácidos especificos para a catálise no Temos uma variação na valocidade, pois temos um inibidor que dificulta ou
sítio ativo. Então temos a enzima complexando com o substrato para impede a capacidade da enzima em gerar produto com eficiência. Porque
deslocar o equilíbrio para a formação de produto. A enzima tanto livre há alguma molécula que tá na estrutura fazendo com que ela mude e se
quanto complexada, como o inibidor vai se ligar a uma porção que não adapte a presença daquele composto. Estamos trazendo uma dificuldade
o sítio ativo, vamos ter o equilíbrio sendo deslocado no sentido para a na geração de poduto e produto gerado é medido pelo produto formado
formação de produtos tanto para a formação de complexos. A em função do tempo, ou seja velocidade. Mas não temos influência no Km,
enzima ainda com presença do inibidor ela também pode se conectar o Km vai ser igual ao Km aparente, pois não há competição pelo sítio ativo
com o sítio ativo, pois o inibidor não compete com o sítio ativo. Isso da enzima.
acontece bastante com coenzimas e com enzimas alostéricas. Temos uma alteração no coeficiente angular, mas Km é inalterado, ele sai
A enzima vem executando sua atividade enzimática máxima que é a do mesmo ponto no eixo 1/S. Vamos ver então coeficientes lineares e
geração de produto, seu sítio ativo está sempre livre para complexar angulares diferentes.
com o substrato, então não estamos mudando sua afinidade. Assim, O modelo cinético pa
não notamos influência no parâmetro cinético Km. A enzima é um
esta inibição Vmax aparente
produto biológico muito delicado, ela só vai ter aquele dimensionamen-
to, aquela formação para continuar ali expondo o sítio ativo. Qaundo
um inibidor se liga, ele vai fazer com que a enzima tenha um rearranjo
estrutural, consequentemente, ela vai ter mais complexidade/dificul-
dade para a formação de produto. Ou outra forma de expressar:
Estamos influenciando a siua capacidade de ser eficiente, mas não Concentração do inibidor
sua capacidade de complexar com o substrato.
Constante de inibição
O Km da reação continua sendo mesmo e temso um Vmax aparente que
Diminuiçao da leva em consideração a presença de um inibidor. Temos então uma corre-
Vmax ção do termo de velocidade máxima pela concentração do inibidor e pela
constante de inibição.

Não altera a afinidade


Km permanece inalterado

Temperaturas muito elevadas desnaturação da enzima


T de desnaturação: Pouco acima da T ótima

coeficien-
te angular
alterado

coeficiente linear alterado.


a velocidade muda
Em bioprocessos industriais é importante que a gente conheça a tempe-
ratura adequada daquela enzima. No gráfico temos que conforme
Km não muda
estamos longe da temperatura ótima, a velocidade não é adequada e
quando chegamos perto da temperatura ótima, começamos a acelerar a
velocidade da reação. Toda enzima tem uma faixa de temperatura ótima.
Quando fugimos muito dessa zona ótima, entramos em zoneamentos
onde temos um agravante muito significativo na enzima, temos a zona
de desnaturação enzimática.
A enzima está em sua estrutura mais estável para ter a catálise,
exemplo da estrutura terciária, conforme vamos fugindo desse
zoneamento de temperatura e vamos para uma zona muito alta, ela
vai perdendo o enovelamento natural , está perdendo a estabilidade e
a formação do sítio ativo. Sem sítio ativo não há compllexação.
Em um reator temos um controle muito fino da temperatura.

Valor de pH atividade máxima


Velocidade de reação pH afasta do ótimo.

Cada enzima tem uma faixa de pH ótima. Não queremos qua além da
inibição competitiva e não competitiva, temperatura e pH funcione Calcula, plota as retas. Pega a
como inibidores. equação das duas retas
EXERCÍCIO plotadas e calcula Vmax e Km
para ambas. Faça a análise.

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