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Carboxiterapia

Valéria Fontes
Orientações da Disciplina

• Carga horária: 16horas (4 períodos de 4 horas)


• Frequência mínima para aprovação: 12horas(75% da carga horária da
disciplina)
• Média final para Aprovação: 7,0
Relação de Materiais de responsabilidade dos alunos
para as aula práticas

• 01 Bandeja porta objetos inox (20 x 09 x 1,5cm)


• 06 pares Luvas
• 1 lápis para marcação
Relação de Materiais para Aulas Práticas

• Aparelho;
• Luvas descartável;
• Equipo descartável;
• Agulha descartável;
• Lápis ou caneta demográfica.
História

• O dióxido de carbono CO2 foi descoberto em meados de


1648, porém a partir da década de 1930 surgiram os
primeiros trabalhos sobre o tema.

• O reconhecimento das propriedades benéficas da


Carboxiterapia remonta à idade média, época na qual a
fumaça de CO2 (fumigação) era reconhecida como possuir
poder curativo contra um fungo (Clavips purpúrea).
Câmara de fumigação

Fonte: Https://archive.org/details/newmethodofcurin00lalo
História
• Seu uso terapêutico iniciou-se no ano 1932, na estação Termal
Spyde Royat (França), Dr. Pierre Laloutte passou a expor os
portadores de úlceras crônicas aos vapores, aplicada a cada
dois ou três dias semanais. Esse foi o primeiro método de
tratamento sistemático do CO2.

www.Thermes-de-royat.com
História
Também em 1932 foram realizados banhos secos em pacientes
que sofriam de arteriopatias periféricas. Seu uso era feito de
forma transcutânea submersão em água carbonada.

www.Thermes-de-royat.com
Histórico da utilização de CO2 com finalidade terapêuticas

• 1932 - Iniciou-se o tratamento de carboxiterapia por via


transdérmica,no tratamento de moléstias vasculares, na
Estação Thermal de Royat, na França;
• 1953 - Jean Baptiste Romuef (cardiologista), publicou sua
experiência com 20 anos da aplicação de CO2;
• 1994 - S. B. Curri publica: “La Carboxiterapia na PEF e
adiposidade localizada;
• 2006 – A técnica chegou no Brasil.
Anvisa

• Somente entre 1980 - 1990 a Agência Nacional de vigilância


Sanitária (ANVISA) e o Food and Drug Administration (FDA),
passaram a possuir registrados alguns equipamentos capazes
de controlar o fluxo de CO2 injetado, o que confere segurança ao
uso.
• É descrito como dispositivo médico, classe II b.
• CO2 é obtido através do aquecimento da pedra calcária à
850ºC, com sua queima completa o gás é separado dos outros
gases e passa por vários processos (purificar compressão e
armazenamento) em cilindros.

• O gás não é liquefeito, o mesmo é acondicionado em cilindros de


ferro ou alumínio.
Cilindros

eutox590 × 447Pesquisa por imagemIdentificação


Técnica dos Cilindros
• O cilindro deve ser armazenado na temperatura de 21ºC e
sempre deixe o mesmo fixado dentro do gabinete do
equipamento.

Fonte:
https://www.google.com.br/search?biw
=1242&bih=602&tbm=isch&sa=1&ei=Y
xteWsArx57CBKnCn7AF&q=equipame
nto+de+carboxiterapia&oq=equipamen
to+de+carb&gs
carboxiterapia cilindro de co2 com carga e valvula regulador. Carregando zoom.

Válvulas
• O sistema que controla a pressão de entrada do CO2 no aparelho insuflador
é composto pelo cilindro armazenador do gás e por uma válvula reguladora
da pressão do gás que sai do cilindro e um manômetro, indicador da
quantidade de CO2 no estado gasoso.

Fonte:https://http2.mlstatic.com/carboxiterapia-cilindro-de-co2-com-carga-e-valvula-regulador-
D_NQ_NP_13918-MLB3890693855_022013-F.jpg
Conceito

A carboxiterapia é definida como a administração terapêutica


subcutânea de gás carbônico medicinal CO2, um gás atóxico,
incolor, não embólico e inodoro. Se utilizada de maneira correta, o
CO2 é isento de complicações e não apresenta toxicidade (Lopez;
2005).
• Um dos principais produtos do metabolismo celular é o ácido
carbônico (H2CO3), excretado através dos pulmões sob a forma
de gás carbônico (CO2).

• O CO2 é um produto endógeno natural do metabolismo das


reações oxidativas celulares, produzido no organismo
diariamente em grandes quantidades e eliminado pelos pulmões
durante a respiração.(Guyton et al., 2002).
• O gás carbônico é utilizado em cirurgias de videolaparoscopia,
histeroscopias e como contraste em arteriografias.
• CO2 é 20 vezes mais difundido que o O², portanto o aumento
de volume que ocorre após a aplicação é rapidamente
absorvido e eliminado, ficando somente o efeito vasodilatador
• O gás possui 99,9% de pureza.
• Ácido carbônico(H2CO3) é um dos principais produtos do
metabolismo celular excretado através dos pulmões sob a
forma de gás carbônico (CO2)

• Produzimos cerca de 200ml/min. de gás carbônico quando


estamos em repouso, esse número pode chegar até dez
vezes mais durante a atividade.
•Empresas fornecedoras no Brasil:
A.G.A.
Air Liquid.
White Martins
Oxigênio São Paulo
Efeitos Fisiológicos

• Efeito mecânico;
• Efeito farmacológico (Bohr)
Indicações

• Flacidez cutânea (rejuvenescimento);


• Celulite;
• Estrias;
• Gordura Localizada.
Contra Indicações
• Cardiopatias;
• Tromboflebite;
• Infecções localizadas;
• Epilepsia;
• Insuficiência respiratória e renal;
• Gravidez;
• Neoplasias;
• Distúrbios psiquiátricos;
• Anti – inflamatório.
Efeitos Adversos

Segundo (Goldman et al. 2006) equimoses, sensação de


crepitação, hiperêmia transitória, aumento da temperatura
local, dor no local da aplicação, pequenos hematomas,
sangramento com retirada da agulha, sensação de pernas
pesadas por algumas horas depois da administração do gás
está relacionado a velocidade do fluxo e limiar do paciente.
Complicações
• Contaminação por manuseio do profissional ou paciente;
• Infusão de ar ambiente.
Complicações

Imagem gentilmente cedida pelo Dr. Juan Lopez


Planos de Aplicação

Intradérmico (superficial)

• Rejuvenescimento;
• Flacidez cutânea;
• Estrias;
• Sequelas de acne.

I M AG E N S C E D I DA S D R . J UA N
Planos de Aplicação

Subcutâneo (profundo)
• Lipólise
• Celulite

I M AG E N S C E D I DA S D R . J UA N
Flacidez Cutânea

• Segundo Brandi et al. 2001, o gás através do trauma mecânico,


promove: neocolagênese, neoelastogênese, aumento da
espessura da derme evidenciando um aumento de colágeno.
Aplicação Facial
Rugas;

Sulco nasogeniano e periorais;

Contorno mandibular;

Pescoço (volume gás);

Cicatrizes distensíveis;

Pálpebras.

I MAG E N S C E D I DA S D R . J UA N
Modo de Aplicação

I M A G E N S C E D I D A S D R . J U A N

Luvas; área higienizada com gaze e álcool 70%; aparelho ligado deve-se aguardar 5 a
10 s para preenchimento total do gás até o equipo (DRENAR); agulha paralela a pele;
bisel para cima; introduzir apenas o bisel; velocidade entre 60 e 150ml/min; observar
uma isquemia transitória. Repetir os pontos na área a ser tratada.
I M AG E N S C E D I DA S D R . J UA N
I M AG E N S C E D I DA S D R . J UA N
I M AG E N S C E D I DA S D R . J UA N
Protocolo

• Velocidade de infusão CO2: até 100ml/min;


• Número de sessões: 10 sessões;
• Intervalo entre as sessões: 7 -14 - 21 dias;
• Modo de aplicação: Introduzir apenas o bísel para cima;
• Agulha 30° média de 100ml/min.

Pontos de aplicação:
• Pálpebras única punctura na parte lateral ou múltiplas puncturas.
• Face e pescoço: múltiplas puncturas com intervalo médio de 2cm.
Celulite
Segundo (Weimann; 2004), no tecido celulítico há um mau funcionamento
dos adipócitos, que retém um maior teor de lipídios, diferentes e alternados
e que estimulam a retenção de líquidos, levando assim ao aumento de
volume da célula, gerando compressão dos vasos e comprometendo a
circulação sanguínea.

O gás carbônico no tecido subcutâneo atua na microcirculação, na curva de


dissociação da hemoglobina e está ligado a ação lipolítica oxidativa, o que
nos faz pensar na histologia do tecido celulítico que apresenta uma
alteração bioquímica do interstício (aumento da viscosidade), estase
vênulo-capilar, com hipo -oxigenação, até um estágio de fibrose cicatricial,
atrófica, irreversível.
Modo de aplicação

• O plano utilizado é o profundo, com a agulha numa inclinação


de 45º , com o objetivo de destruir o adipócito com posterior
formação de fibras colágenas, elásticas e de vasos sanguíneos.
Protocolo

• Velocidade de infusão CO2: 100 a 180ml/min;


• Número de sessões: 10 sessões;
• Intervalo entre as sessões: 1 ou 2 vezes por semana;
• Agulha em 45°- média de 150ml/min. Celulite
Estrias

• As estrias são atrofias da pele adquirida devido ao rompimento


de fibras elásticas e colágenas, a princípio avermelhadas,
depois esbranquiçadas e abrilhantadas (nacaradas), há
evidências que seja de causa multifatorial, podendo ser:
(predisposição genética, familiar, mecânico e endocrina).
Surgem principalmente nas coxas, nádegas, abdome, peito e
dorso do tronco.
Estrias

Segundo (Borges; 2006), o gás carbônico provoca um processo


inflamatório, que responde com o aparecimento de um leve
edema e hiperemia, a fim de aumentar a capacidade de
replicação dos fibroblastos e, consequentemente a produção de
fibras colágenas e elásticas na pele estriada.
• Associações com peelings químicos irão promover uma
destruição controlada das camadas da pele, para posteriormente
ocorrer a reepitalização provocando uma melhor aparência da
pele danificada.
• O ácido mais utilizado é o ácido glicólico, pois apresenta
propriedade de reparação tecidual, é levemente irritante,
considerado com alto poder queratolítico pois é estruturalmente
pequeno com grande poder de penetração cutânea.
Modo de aplicação

• A aplicação deve ser feita de forma paciente, uma à uma,


preenchendo toda a sua extensão com o CO2 . O volume total a
ser injetado deve ser o necessário para provocar a distensão em
toda a extensão da estria. É comum o gás se disseminar para
estrias vizinhas em pacientes que apresentam estrias muito
próximas umas das outras.
Protocolo

• Velocidade de infusão CO2: de 80 a 180ml/min.;


• Número de sessões: 10 sessões;
• Intervalo entre as sessões: 1 ou 2 vezes por semana;
• Agulha em 20°- média de 100ml/min. Estrias
• Podendo ser associada a peelings químicos e físicos.
Gordura Localizada

• A atuação da carboxiterapia é na camada areolar, mas também


age na camada profunda em razão da vascularização e facilidade
de difusão de gás nessa localidade.

• Brandi et al. 2001, através da infusão do gás carbônico, mostrou


um aumento da perfusão tecidual, aumento da pressão parcial de
oxigênio (PO2) e a redução da circunferência das áreas tratadas.
Além disso, relataram aumento da espessura da pele, fratura da
membrana do adipócito e preservação total do tecido conjuntivo,
incluindo estruturas vasculares e nervosas.
• Ocorre a diminuição do PH da região, a lise do tecido ocorre pela
destruição mecânica do adipócito, ou seja, a velocidade
infundida e a oxidação dos lipídeos da célula gordurosa
induzidas pelo CO2 injetado no local.

• No mesmo instante, a hipercapnia que se instala após a infusão


do gás carbônico nos tecidos e potencializa o efeito Bohr,
desviando a curva de dissociação, aumentando, assim a oferta
de oxigênio aos tecidos.
Soro Fisiológico e Carboxiterapia
• A prática de carboxiterapia no tratamento de gordura localizada
também envolve a injeção de soro fisiológico 0,9% (em torno de 1 ml
por ponto) no local a ser tratado antes da injeção do gás.

• O soro fisiológico em contato com o gás carbônico forma uma reação


química com liberação de íons H+, proporcionando um meio ácido no
local da aplicação.

• Essa acidez tecidual confere um aumento da oxidação lipídica


através da ativação da lipoproteína lipase, potencializando o poder
de queima da gordura (SCORZA & BORGES, 2008).
Localização para Aplicação

www.beautystetica.com.bre
Protocolo
• Velocidade de infusão CO2: 100 a 180ml/min.;
• Número de sessões: 10 sessões divididos em 2 ciclos;
• Intervalo entre as sessões: 3 vezes por semana 1 ciclo e 72
horas;
• Agulha em 90°- média de 150ml/min. Gordura localizada.
Associações:
• Termoterapia - Hidrolipoclasia HLC;
• Massagens;
• Radiofrequência;
• Cavitação.
Cuidados

1. Adquirir somente equipamento com registro ANVISA. Ficar atento à manutenção


preventiva do equipamento conforme manual deste;
2. Procedência legal do cilindro e recarga. Além da manutenção do cilindro também;
3. Fazer teste de aplicação para verificar se cliente tem perfil para o tratamento;
4. Verificar sinais vitais antes do procedimento, se possível teste de glicemia;
5. Na aplicação: verificar drenagem do equipo, uso de insumos descartáveis e normas
de biossegurança.
6. Alguns equipamentos tem um sistema de aquecimento do gás, segundo autores,
ocorre uma vasodilatação maior e temperatura do gás próximo do fisiológico.
Equipamentos
• Importados e nacionais, porém todos os equipamentos devem ser
aprovados pela Anvisa.

• O pioneiro Carbomed (Italiano); Carbtek Advanced® (Estek)

• Alguns equipamentos tem um sistema de aquecimento do gás,


segundo autores, ocorre uma vasodilatação maior e temperatura do
gás próximo do fisiológico.
Equipamentos
Gás carbônico medicinal

• Fluxo - velocidade da entrada de gás no organismo ml/min.

• Volume - quantidade de gás infundido no organismo em ml entre


600ml -1 litro por região.

• Máximo 2000ml por procedimento


Equipamentos

• Cilindro (Gabinete)
• Equipo
• Agulhas
Técnicas de Aplicação
Diferentes volumes e fluxos para cada disfunção estética:

Pode variar de 80 a 180 ml/min.


• Agulha em 90°- média de 150ml/min. Gordura localizada
• Agulha em 45°- média de 150ml/min. Celulite
• Agulha em 30° - média de 100ml/min. Flacidez
• Agulha em 20 °- média de 100ml/min. Estrias
Sucesso do Tratamento
• Avaliação;
• Mensuração;
• Fotos;
• Termo de consentimento;
• Resultados são obtidos à partir da 5 sessão, notando-se
progressiva melhora da qualidade da pele, contorno e redução
de medidas como resultado da melhora da perfusão.
Referências
• Lopez,J.C. Carbon Dioxide Therapy. University Hospital of Siena: Italy; 2005.
• Guyton et al. Tratado de Fisologia Médica, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2002.
• Brandi CD, Aniello C, Grimaldi L, Caiazzo E, Stanghellini E. Carbon Dioxide Therapy: Effects on
skin irregularity and its use as a complement to liposuction. Aesth Plast Sug, 2004.
• Goldman et al. Celulite Pathophysiology and Treatment. New York: Taylor&Francis, 2006:197-208.
• Brandi et al. Carbn Dioxide therapy in the tratament of localized adiposites: clinical study and
histopathological correlations. Aesthetic Plast Surg. 2001
• Borges,FS. Modalidades Terapêuticas Dermato Funcional nas Disfunções Estéticas.São Paulo
2006.
• Weimann, L. Análise da eficácia do ultra-som terapêutico na redução do fibro edema gelóide,2004
vfontes.8@gmail.com

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