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análise
Apresentação
Os carboidratos, também conhecidos como glicídios, hidratos de carbono e sacarídeos, são
moléculas orgânicas compostas de carbono, hidrogênio e oxigênio, que resultam ser a forma
biológica primária de armazenamento e consumo de energia.
De acordo com o número de moléculas envolvidas em sua formação, encontram-se diferentes tipos
de carboidratos: os monossacarídeos (uma só molécula), os dissacarídeos (duas moléculas), os
oligossacarídeos (de três a nove moléculas) e os polissacarídeos (cadeias ramificadas com mais de
dez moléculas).
Os carboidratos são parte fundamental de qualquer dieta, esta estabelece que entre 55 e 60% da
energia diária que um organismo necessita deve vir dos carboidratos, seja através da ingestão de
alimentos ricos em amido, como é o caso das batatas e das massas ou, então, das reservas
acumuladas no corpo. No entanto, uma dieta correta e balanceada desaconselha o consumo
abusivo de alguns glicídios, como o açúcar, pelo seu alto poder oxidante que acelera o
envelhecimento celular.
Como exemplo de alimentos ricos em carboidratos, podem ser: cereais; pães; farinhas; doces; frutas
e tubérculos (mandioca, batata, inhame, entre outros).
Diversos métodos analíticos são utilizados para identificação e quantificação dos carboidratos nos
alimentos. Esses métodos são aplicados de acordo com o tipo de alimentos e das estruturas a
serem identificadas.
A apresentação da presença e quantidade dos carboidratos nas embalagens dos alimentos é uma
exigência obrigatória da ANVISA no Brasil. Os carboidratos devem estar declarados em gramas por
porção do alimento e ainda são utilizados para o cálculo do valor energético do produto.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai identificar a classificação dos carboidratos e sua
importância na dieta. Além disso, vai compreender os métodos utilizados na identificação e
quantificação dessas substâncias nos alimentos e como devem ser declaradas nos rótulos dos
produtos alimentícios.
Bons estudos.
Por outro lado, o consumo excessivo de carboidratos pode levar ao ganho de peso e ao
desenvolvimento de doenças como a diabetes tipo II.
Uma embalagem de bolo de 250 g contém uma tabela nutricional calculada com base na porção de
60 g de bolo. Nesta porção, o produto apresenta 35 g de carboidratos. Caso o consumidor venha a
ingerir todo o conteúdo do pacote, qual é a quantidade de carboidratos que estaria ingerindo?
No capítulo Carboidratos: composição química e análise, da obra Bromatologia, você verá como os
carboidratos são classificados, quantificados e identificados. Também entenderá como interpretar
sua apresentação em embalagens de alimentos.
BROMATOLOGIA
Introdução
Os carboidratos, também chamados de glicídios e açúcares, são molé-
culas orgânicas constituídas por carbono, hidrogênio e oxigênio. São
considerados a maior fonte de energia e também apresentam função
estrutural. São elementos essenciais na dieta e estão presentes em grande
parte dos alimentos, como vegetais, frutas e produtos de panificação. Os
carboidratos são classificados de acordo com o tamanho de sua estrutura
em monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos.
Existem diversos métodos utilizados para a identificação e a quantificação
dessas substâncias em alimentos. A presença e a quantidade de carboidra-
tos são informações obrigatórias nas embalagens dos alimentos no Brasil.
Neste capítulo, você vai compreender a classificação dos carboidratos,
conhecer alguns métodos utilizados para sua identificação e quantificação
e, ainda, identificar a apresentação da presença dessas estruturas nas
embalagens dos alimentos
2 Carboidratos: composição química e análise
hidrólise
C12H22O11 + H2O síntese
C6H12O6 + C6H12O6
(sacarose) (água) (glicose) (frutose)
A celulose, rica em glicose, para ser aproveitada pelos seres vivos, deve
ser digerida e transformada em unidades de glicose. Nos seres humanos isso
não ocorre, pois não temos a enzima celulase, mas a celulose é importante
para retenção de água nas fezes e o bom funcionamento do intestino. Animais
como os ruminantes têm em seu sistema digestório microrganismos, como
bactérias, que digerem a celulose. Os cupins podem aproveitar a celulose da
madeira por terem protozoários produtores de celulase em seu intestino.
Existem, ainda, os chamados glicoconjugados, que são compostos forma-
dos pela ligação de moléculas de carboidratos a lipídios e proteínas. Quando
unidos a proteínas, recebem o nome de glicoproteínas; e quando se unem a
lipídios, são chamados de glicolipídios. Essas formas são bastante comuns
4 Carboidratos: composição química e análise
Nos carboidratos complexos (não redutores), deve ser realizada uma hidró-
lise prévia, conhecida também por inversão, para que seja possível realizar a
titulação de oxirredução do método de Eynon-Lane. A hidrólise é a alteração de
uma substância complexa, a qual é quebrada em moléculas menores, utilizando
água juntamente com ácido ou enzima, como catalisadores (MCWILLIAMS,
Carboidratos: composição química e análise 7
2016). Bruice (2014) explica que, nos carboidratos, a hidrólise quebra moléculas
complexas, na presença de água fortemente acidificada juntamente com calor,
em moléculas simples de monossacarídeos. Esses monossacarídeos, caso
estejam presentes na amostra, não se hidrolisam.
Os monossacarídeos glicose e frutose são açúcares redutores por apre-
sentarem grupos carbonílico e cetônico livres, capazes de se oxidarem na
presença de agentes oxidantes em soluções alcalinas. Os dissacarídeos que
não têm essa característica sem sofrerem hidrólise da ligação glicosídica são
denominados de açúcares não redutores. A análise desses açúcares é uma
atividade rotineira nos laboratórios das indústrias alimentícias, nas quais é
possível observar uma certa carência no que se refere a técnicas padronizadas
para análises (SILVA et al., 2003).
Diversos reativos são utilizados para demonstrar a presença de grupos
redutores em açúcares (VILLELA; BACILA; TASTALDI, 1973). De fato, os
monossacarídeos podem ser oxidados por agentes oxidantes relativamente
suaves, tais como os íons férricos (Fe3+) e cúprico (Cu2+).
Para se estimar o teor de açúcares redutores e açúcares redutores totais
em alimentos, existem vários métodos químicos não seletivos que fornecem
resultados, com elevado grau de confiabilidade, quando utilizados corretamente
após eliminação de interferentes (BORGES; PARAZZI; PIEDADE, 1987).
Outros métodos mais seletivos vêm sendo estudados e aplicados em menor
escala, como a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), que identifica
uma maior variedade de carboidratos na amostra, por ser mais sensível, além
de ter um tempo de análise pequeno (CANO; ALMEIDA-MURADIAN, 1998),
e as determinações enzimáticas, que, sendo muito específicas, não vão sofrer
ação de possíveis interferentes com grupos redutores livres (FROST, 1984;
SHORE; SARGENT, 1981).
Os testes qualitativos para açúcares estão baseados nos aspectos:
Leituras recomendadas
BERG, J. M.; TYMOCZKO, J. L.; STRYER, L. Bioquímica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-
-Koogan, 2004.
14 Carboidratos: composição química e análise
Nesta Dica do Professor, você vai compreender as principais estruturas e características dos
carboidratos, suas funções e aplicações.
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Exercícios
D) A sacarose é um açúcar comum e está presente em grande parte da alimentação nos doces,
sucos, refrigerantes, bolos, pães, entre outros produtos industrializados ou caseiros. O
aproveitamento da sacarose pela célula de qualquer organismo só é possível após sua
digestão por ação enzimática.
E) A retirada total dos carboidratos da dieta é uma forma saudável e eficiente de reduzir peso,
favorecendo o metabolismo e o sistema imunológico.
D) Os métodos óticos não podem ser utilizados para a análise de carboidratos, pois sofrem
influência de outros compostos presentes nos alimentos e apresentam resultados não
confiáveis.
4)
Um açúcar é dito redutor se ele possui na molécula um grupo aldeído ou cetona. Estão
também incluídos no grupo dos açúcares redutores os açúcares que não possuem esse
grupo, mas são capazes de formar esse grupo quando em solução por isomerismo.
A) Os métodos químicos clássicos conhecidos para a análise de açúcares redutores são, na sua
maioria, fundamentados na redução de íons cobre em soluções alcalinas (solução de Fehling).
B) Todos os polissacarídeos são açúcares redutores, pois, em solução básica, formam algum
aldeído e são capazes de reduzir os íons férrico (Fe+3) a íons ferroso (Fe+2) ou os íons cúprico
(Cu+2) a íons cuproso (Cu+); com base da reação de Fehling.
D) Os monossacarídeos glicose e frutose são açúcares não redutores, pois não apresentam
grupo carbonílico e cetônico livres capazes de se oxidarem na presença de agentes oxidantes
em soluções alcalinas.
5) O uso das informações nutricionais obrigatórias nos rótulos dos alimentos e bebidas
embaladas está regulamentado no Brasil desde 2001. A Resolução ANVISA RDC 360/03 -
REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE ROTULAGEM NUTRICIONAL DE ALIMENTOS
EMBALADOS torna obrigatória a rotulagem nutricional baseada nas regras estabelecidas
com o objetivo principal de atuar em benefício do consumidor e ainda evitar obstáculos
técnicos ao comércio.
A) A ANVISA determina que é obrigatório constar nos rótulos dos alimentos a lista de
ingredientes, o prazo de validade, o conteúdo líquido e o lote, ficando a tabela nutricional e a
origem do alimento a critério do produtor.
E) Os fabricantes podem declarar que o produto contém "zero" ou "não contém" quantidades de
carboidrato apenas no caso de o alimento não apresentar nenhum traço de carboidrato em
sua composição.
Na prática
O fato de os açúcares possuírem diferentes poderes de dulçor influencia diretamente no sabor e no
aroma dos produtos. Além disso, a identificação da presença dos açúcares em alimentos é essencial
para a produção e o controle de qualidade de muitos produtos.
Veja no Na Prática como funciona o trabalho de Juliana, uma nutricionista que verifica o controle
de qualidade e rotulagem do suco de uva de uma empresa.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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