Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NOVA SÍNTESE
SP 3.1 – TEMPOS DIFÍCEIS
• OBJETIVOS:
1. Entender o imc, suas variações e quais outros índices poderiam ser usados como
parâmetro para determinar obesidade.
Criado no século 19, pelo matemático Lambert Quételet, o Índice de Massa Corporal é um cálculo
simples que permite medir se uma pessoa está ou não com o peso ideal. Para fazer o cálculo, basta
dividir o peso pelo quadrado da altura. Mas, vale ressaltar que o IMC sozinho não é um indicativo
de desnutrição ou obesidade, por isso, é preciso associar a outros parâmetros, para chegar ao
diagnóstico final.
IMC = PESO
(ALTURA)²
RCQ = CINTURA
QUADRIL
A glicose é a principal fonte de energia das células. Após o catabolismo, a glicose libera energia e
resíduos, o que possibilita o funcionamento das reações metabólicas.
As milhares de reações químicas catalisadas por enzimas, que ocorrem nas células, são organizadas
funcionalmente em muitas sequências de reações consecutivas, chamadas de vias, nas quais o
produto de uma reação se torna o reagente da seguinte. Algumas vias degradam nutrientes orgânicos
em produtos finais simples e, assim, podem extrair energia química e convertê-la em formas úteis à
célula.
O conjunto de redes de vias catalisadas por enzimas, tanto as catabólicas quanto as anabólicas,
constituem o metabolismo celular. O ATP (e os nucleosídeos trifosfatados energicamente
equivalentes, trifosfato de citidina [CTP], trifosfato de uridina [UTP] e trifosfato de guanosina
[GTP]) é o elo entre os componentes catabólicos e anabólicos dessa rede. As vias de reações
catalisadas por enzimas que atuam sobre os principais constituintes das células – proteínas,
gorduras, açúcares e ácidos nucleicos – são praticamente idênticas em todos os seres vivos.
4. Definir e classificar os tipos de carboidratos.
De acordo com Lehninger, os carboidratos, também chamados de glicídios, açúcares ou hidratos de
carbonos, são as biomoléculas orgânicas mais abundantes na Terra e possuem uma grande variedade
de funções de teor energética, informativa e estrutural. São poli-hidroxialdeídos ou poli-hidroxi-
cetonas, ou substâncias que geram esses compostos quando hidrolisadas. Muitos carboidratos têm a
fórmula empírica (CH2O)n, alguns também contêm nitrogênio, fósforo ou enxofre. Possuem
funções de reserva energética, composição dos ácidos nucleicos, componentes estruturais de muitos
organismos, proteção, sinais de localização celular, lubrificação de juntas esqueléticas e adesão
intercelular. Existem três classes principais de carboidratos: monossacarídeos, oligossacarídeos e
polissacarídeos.
Os monossacarídeos são os açúcares simples, são constituídos por uma única unidade poli-
hidroxicetona ou poli-hidroxialdeído. São chamados de aldoses ou cetoses, segundo o grupo
funcional que apresentam, que são os aldeídos ou as cetonas. O monossacarídeo mais abundante na
natureza é o açúcar de 6 carbonos, d-glicose, chamado de dextrose. Monossacarídeos de quatro ou
mais carbonos tendem a formar estruturas cíclicas. A glicose é mantida no sangue como única fonte
de energia para o cérebro, no estado de não fome e como fonte de energia disponível para todos os
outros tecidos. De acordo com seu número de átomos de carbono, podem ser: • Trioses (EX:
Gliceraldeído, d-hidroxiacetona) • Tetroses (EX: Eritrose)• Pentoses (EX: Ribose, ribulose) •
Hexoses (EX: Glicose, frutose, galactose) • Heptoses (EX: Sedoheptulose).
Açúcares: - Piranose (EX: Glicose, galactose), contêm um anel de 6 membros.
- Furanose (EX: Frutose, ribose, desoxirribose), contêm um anel de 5 membros.
- Ácidos (EX: Ácido ascórbico (vitamina C), ácido glucurônico (reage com bilirrubina,
para produzir bilirrubina conjugada), glucurônico e GAG’s.
- Desoxirribose (Componente da estrutura de DNA)
- Álcoois de açúcar (EX: Glicerol, sorbitol, galactilol)
Glicerol → Substrato para gliconeogênese e para a síntese de triacilglicerol.
Sorbitol → Envolvido na catarata, neuropatia, retinopatia em diabetes mellitus.
- Amino açúcares ( EX: Glicosamina, galactosamina)
- Ésteres de açúcar ( EX: Glicose-6-fosfato)
Tabela: Características dos principais polissacarídeos. Fonte: POIAN, Andrea da; FOGUEL,
Debora; PETRETSKI, Marílvia Dansa; MACHADO, Olga Tavares. Bioquímica I. Rio de Janeiro:
Fundação Cecierj, 2009. 3 v.
• RESPIRAÇÃO CELULAR AERÓBIA - Utiliza oxigênio como aceptor final, para produzir
energia, com degradação total (completa) de moléculas orgânicas. Pode ser dividida em três etapas
básicas: Glicólise, ciclo de Krebs e fosforilação oxidativa.
Glicólise: Oxidação da molécula de glicose, formando duas moléculas de ATP e duas moléculas de
Ácido Pirúvico (piruvato). Acontece no hialoplasma e é um processo de catabolismo, anaeróbio e
aeróbio. A glicose é fosforilada por dois ATP e convertida em duas moléculas de
gliceraldeído−3−fosfato. As duas moléculas de gliceraldeído são oxidadas pelo NAD+ e
fosforiladas em reação que emprega o fosfato inorgânico. Então, é formado 2 moléculas de ATP, 2
de NADH e 2 piruvato. Em organismos e tecidos aeróbios, em condições aeróbias, o piruvato é
oxidado, originando o grupo Acetil-CoA, que depois é oxidado a CO2, durante o Ciclo de Krebs.
Em organismos e tecidos em condições de pouco oxigênio ou em condições anaeróbias, o piruvato é
reduzido a Lactato (fermentação láctica) ou convertido a Etanol + CO2 (fermentação alcoólica).
* Via das pentoses-fosfato: É uma via anaeróbica de produção de energia. Processos de síntese das
pentoses, CO2 e o NADPH, onde se trata de uma via metabólica alternativa à glicólise para a
oxidação da glicose, que não requer e não produz ATP. A via das pentoses-fosfato ocorre no citosol
em duas etapas: Etapa oxidativa e a etapa não−oxidativa.
Na etapa oxidativa a glicose−6−fosfato é convertida à ribulose−5−fosfato, acompanhada pela
formação de duas moléculas de NADPH.
A etapa não−oxidativa envolve a isomerização e condensação de várias moléculas diferentes de
açúcar. Três intermediários do processo são utilizados em outras vias: a ribose−5−fosfato, a
frutose−6−fosfato e o gliceraldeído−3−fosfato.
Alternativamente, a via das pentoses−fosfato pode ser concebida como um “desvio” para a
produção de frutose−6−fosfato, a partir da glicose−6−fosfato. Tanto a glicose−6−fosfato como o
gliceraldeído−3−fosfato, produzidos pela via das pentoses−fosfato, podem ser metabolizados a
piruvato e, finalmente, oxidado no sistema enzimático mitocondrial.
* Glicogênese: É a síntese do glicogênio a partir da condensação de muitos monômeros de glicose.
O glicogênio é armazenado em grânulos intracelulares, que também contêm as enzimas que
catalisam as reações para a sua síntese e degradação.
A glicose armazenada sob a forma de glicogênio no fígado e músculos destinam-se a diferentes
funções, como reservatório de glicose à corrente sanguínea e combustível para gerar ATP durante
atividade muscular. Tal processo ocorre logo após a ingestão do alimento, quando os teores de
glicose estão elevados na corrente sanguínea. O Lactado é formado nos eritrócitos por glicose, é
captado pelo fígado e convertido em Glicose-6-fosfato. Depois, a glicose−6−fosfato é convertida
reversivelmente à glicose−1−fosfato, pela fosfoglicomutase e, em presença da
UDP−glicose−pirofosforilase, a glicose−1−fosfato reage com a trifosfato de uridina (UTP), para
produzir UDP−glicose, uma forma “ativada” de glicose. A unidade glicosil de UDP−glicose é
transferida para uma extremidade não−redutora do glicogênio já existente, resultando na anexação
de uma nova unidade de glicose. A UDP é reconvertida a UTP, à custa de ATP, por meio de uma
reação de transferência do grupo fosforil, catalisada pela nucleosídio−difosfato– cinase. O
glicogênio é uma estrutura amplamente ramificada com pontos de ramificações a cada 8 a 14
resíduos. A ramificação é resultante da ação da enzima amilo-transglicosilase (enzima de
ramificação). Essa enzima transfere um fragmento de 6 ou 7 resíduos de glicose, da extremidade
não-redutora, de uma cadeia para o grupo OH do C6, de uma unidade de glicose na mesma ou em
outra cadeia de glicogênio, de modo a formar um enlace, onde é estabelecido um ponto de
ramificação. Após a ocorrência de ramificações, unidades de glicose podem ser acrescentadas a
partir de resíduos glicosil, provenientes da UDP−glicose aos terminais não−redutores de cada uma
das cadeias originais ou das ramificações, por meio da glicogênio−sintase. Na primeira etapa da
síntese, uma glicosil−transferase liga o primeiro resíduo de glicose a um grupo OH de uma proteína
chamada glicogenina, que atua como molde inicial. Essa, por autocatálise, incorpora novos resíduos
de glicose, até formar uma pequena cadeia de até sete resíduos, doados pela UDP-glicose,
produzindo uma molécula nascente de glicogênio. Nesse ponto, a glicogênio−sintase inicia a síntese
do glicogênio, enquanto a glicogenina desliga-se do polímero.
* Glicogenólise: É o processo de conversão do glicogênio em glicose, através da degradação do
glicogênio, em uma clivagem sequencial de resíduos de glicose, a partir das extremidades não-
redutoras das ramificações do glicogênio. A partir do rompimento das ligações pela enzima
glicogênio-fosforólise, há a formação do α−D−glicose−1−fosfato. A glicogênio-fosforilase remove
unidades sucessivas de glicose ao longo da cadeia, até restarem quatro resíduos de um ponto de
ramificação. A continuação da degradação ocorre depois da transferência de uma unidade de três
resíduos de glicose da ramificação, sob a ação da enzima de desramificação do glicogênio, para a
extremidade não-redutora de outra ramificação, ou seja, acontece o rompimento de uma ligação
com a formação de uma nova ligação. Em sua nova posição, os resíduos de glicose são liberados
pela ação da glicogênio-fosforilase. A remoção do resíduo glicosil restante, ligado à cadeia
principal, é realizada por hidrólise pela mesma enzima de desramificação, com a formação de
glicose e glicogênio não ramificado. Desse modo, é explicado o aparecimento de pequenas
quantidades de glicose livre. O produto final das reações de degradação do glicogênio é a
glicose−1−fosfato, que é convertida em glicose−6−fosfato pela fosfoglicomutase.
* Gliconeogênese: É o processo de formação de novas moléculas de glicose, a partir de moléculas
menores, como precursores não-glicídicos (lactato, piruvato, glicerol, cadeias carbonadas). Entre as
refeições, os teores adequados de glicose sanguínea são mantidos pela hidrólise do glicogênio
hepático. Quando o fígado esgota seu suprimento de glicogênio (exemplo, jejum prolongado ou
exercício vigoroso), a gliconeogênese fornece a quantidade apropriada de glicose para o organismo.
Considerando o piruvato como ponto inicial da gliconeogênese, as reações podem ser comparadas
com as da via glicolítica, porém, no sentido inverso. Muitas das enzimas e intermediários são
idênticos. Sete reações são reversíveis, no entanto, três são irreversíveis e devem ser contornadas
por meio de outras reações catalisadas por enzimas diferentes.
• Ciclo de Krebs: Via catabolítica cíclica de oxidação total da glicose a CO2 e H2O, com liberação
de energia. Tal processo só ocorre em condições aeróbicas, na matriz mitocondrial. Antes de entrar
no ciclo, após a oxidação da molécula de glicose a piruvato, este é transportado do citosol até a
matriz mitocondrial por uma translocase específica, para ser descarboxilado a Acetil-CoA. Para a
formação de Acetil-CoA, participa do processo o complexo multienzimático piruvato
desidrogenase, além de outras enzimas, como a CoA-ácido pantotênico e a vitamina B3 (NAD+).
Após formado, o Acetil-CoA entra no ciclo e, através de uma reação de condensação com o
Oxaloacetato, forma o Citrato. A reação é catalisada pela enzima citrato sintetase. Neste processo,
há a liberação da coenzima A, que fica livre para atuar na descarboxilação oxidativa de outra
molécula de Piruvato e formar uma nova molécula de Acetil-CoA, capaz de entrar no ciclo. Após
formado o Citrato, através de uma reação de desidrogenação, este é convertido a Isocitrato via Cis-
Aconitato, através da enzima aconitase. O Isocitrato sofre de desidrogenação pela ação da enzima
isocitrato desidrogenase (enzima ligada à coenzima NAD+), resultando na formação da molécula de
Alfa-Cetoglutarato e CO2. Nessa reação irreversível há a liberação de NADH + H+. Após a
formação do Alfa-Cetoglutarato, através de uma reação de descarboxilação oxidativa, o mesmo é
oxidado a Succinil-CoA e CO2 pela ação do complexo alfa-cetoglutarato desidrogenase, enzima
ligada à coenzima NAD+. Nessa reação irreversível, também há a formação de NADH + H+. O
Succinil-CoA é um composto de alta energia. Fosforila a Guanosina Difosfato (GDP) a Guanosina
Trifosfato (GTP) pela ação enzimática da succinil-CoA sintetase. Nesta reação de fosforilação em
nível de substrato, ocorre a liberação do Succinato, da coenzima A e a formação de um grupo
fosfato terminal de alta energia do GTP a partir de GDP + Pi. Após a formação do Succinato pela
reação reversível, o mesmo passa por uma reação de desidrogenação até a formação da molécula de
Fumarato. Tal processo é catalisado pela enzima succinato desidrogenase, a qual contém FAD
ligada covalentemente, formando FADH2. Através da catalização do Fumarato a partir da enzima
fumarato desidrogenase (fumarase) e de uma reação reversível de hidratação, há a formação do
Malato. Por fim, na última reação do Ciclo de Krebs ocorre a desidrogenação do malato a
Oxaloacetato e o início de um novo ciclo. Esta reação é catalisada pela enzima malato
desidrogenase, a qual está ligada à coenzima NAD+. Nessa reação reversível, há a formação de
NADH + H+.
• Fosforilação Oxidativa: Após o Ciclo de Krebs, este é um processo metabólico de síntese do ATP
a partir da energia liberada pelo transporte de elétrons na cadeia respiratória. Ocorrendo nas cristas
mitocondriais, é um sistema de transferência de elétrons provenientes do NADH e FADH2 (estas
coenzimas são carreadoras do O2, o qual serve como aceptor de H+). Durante o fluxo de elétrons,
há liberação suficiente de energia livre para a síntese de ATP nos sítios de fosforilação oxidativa.
Neste fluxo, os elétrons são passados de molécula para molécula nos citocromos presentes nas
cristas mitocondriais. Estes “pulam” de um citocromo para outro até chegar no O2 e fazer a
liberação de energia convertida em ATP. Neste processo, o NADH se liga ao complexo I e transfere
seus elétrons para este complexo, iniciando a cadeia de transporte de elétrons. Este complexo é um
canal de prótons e bombeia 4 prótons para o espaço intermembranar e transfere elétrons para a
ubiquinona (uma proteína inserida na membrana). A ubiniquona transfere os elétrons para o
complexo III (bomba de prótons), que bombeia mais 2 prótons para o espaço intermembranar. Os
elétrons são transportados pelo complexo III até o citocromo C (que só transfere elétrons) e deste
para o complexo IV, que, além de ser uma bomba de prótons (bombeia 4 prótons), transfere elétrons
para o oxigênio, reduzindo-o até H2O. Desta maneira, a cada um NADH que inicia esta via, 10
prótons são bombeados para o espaço intermembranar. O FADH2 possui afinidade ao complexo II,
que não é uma bomba de prótons, transfere seus elétrons para a ubiquinona e daí em diante tudo se
repete. O FADH2 é responsável pelo bombeamento de 6 prótons para o espaço intermembranar.
Estes prótons retornam através da ATP síntase e são responsáveis pela maior síntese de ATP que
acontece na mitocôndria.
Rendimento total (em ATP) do processo metabólico:
A partir da oxidação de uma molécula de glicose, durante o metabolismo aeróbico, tem-se um saldo
final de 38 ATP. Na glicólise, através da oxidação de glicose em Ácido Pirúvico, há a formação de 2
moléculas de ATP, através da fosforilação no nível de substrato e, ainda, com produção de 2
NADH, há a formação de 6 moléculas de ATP através da fosforilação oxidativa na cadeia de
transporte de elétrons. Na etapa preparatória, através da formação de Acetil-CoA e produção de 2
NADH, há a formação de 6 moléculas de ATP, através da fosforilação oxidativa na cadeia de
transporte de elétrons. E por fim, no Ciclo de Krebs, na oxidação de Succinil-CoA, a Ácido
Succínico, ocorre a formação de 2 GTP (equivalentes a ATP) na fosforilação no nível de substrato;
18 ATP através da produção de 6 NADH, na fosforilação oxidativa na cadeia transportadora de
elétrons, e 4 ATP através da produção de 2 FADH2 na fosforilação oxidativa na cadeia de transporte
de elétrons. Mesmo com o saldo teórico final de 38 ATP, na maioria das células eucarióticas,
somente há a formação de 36 ATP, visto que alguma energia é perdida quando os elétrons são
transportados através da membrana mitocondrial, que separa a glicólise (no citoplasma) da cadeia
transportadora de elétrons (nas cristas mitocondriais).
Na boca, a enzima amilase salivar inicia a digestão dos carboidratos → O pH ácido do estômago
inativa a amilase salivar → O pâncreas libera a amilase pancreática → No duodeno, as células
intestinais liberam as enzimas que completam a digestão dos carboidratos, transformando-os em
monossacarídeos → Os monossacarídeos são absorvidos pelas células intestinais, por meio de
transporte ativo ou difusão simples.
Após a absorção, a glicose em excesso se transforma em gordura.
9. Estudar como ocorre a transformação de glicose em gordura e quais são as vias.
Não existe exatamente uma via metabólica que transforma glicose em gordura. O que acontece é
que o excesso de glicose no sangue, que não foi usado durante o catabolismo do organismo, é
transportado para o fígado, onde é armazenado como glicogênio, isso pode ocorrer também nos
músculos. Após uma refeição, os carboidratos são quebrados em glicose. O excesso de glicose fica
acumulado no fígado, na forma de glicogênio ou, com a ajuda da insulina, é convertido em ácidos
graxos, circulado para outras partes do corpo e guardado como gordura nos tecidos adiposos. Os
principais sítios de armazenamento de glicogênio são o músculo e o fígado. Nestes tecidos, o
glicogênio é armazenado na forma de grânulos, aonde estão presentes, também, as enzimas
responsáveis pela sua metabolização. A síntese e a degradação do glicogênio estão diretamente
relacionadas à ação de duas enzimas, a glicogênio sintetase (síntese) e a glicogênio fosforilase
(degradação), as quais estão sob a regulação dos hormônios insulina e glucagon. A glicose
circulante entra nas células hepáticas e musculares, através do transportador de alta capacidade do
tipo GLUT, sendo que a concentração elevada de glicose intracelular provoca a dissociação da
hexoquinase da sua proteína nuclear reguladora. Uma vez ativa, a hexoquinase fosforila a glicose,
formando glicose 6-fosfato, o que estimula a glicólise (nas células musculares) e fornece o material
para a síntese do glicogênio. O glicogênio hepático serve como reservatório de glicose para os
tecidos, quando a glicose da alimentação não está disponível. Quando os níveis de glicose
sanguínea diminuem, ocorre um aumento na secreção do hormônio glucagon, que tem a função
principal de sinalizar a liberação de glicose para a circulação, proveniente da degradação do
glicogênio hepático. O glucagon liga-se ao seu receptor de membrana nos hepatócitos e acarreta na
ativação de uma enzima denominada PKA (Proteína Quinase A). Essa enzima, por sua vez,
inativará, por fosforilação, a enzima glicogênio sintetase, bloqueando a síntese de glicogênio. A
PKA também inativa a PFK-1 (fosfofruto quinase), reduzindo a glicólise. Nessa condição, o fígado
produz glicose 6-fosfato pela quebra do glicogênio e por gliconeogênese, e cessa o emprego da
glicose, tanto para alimentar a via glicolítica, como para a síntese do glicogênio, maximizando a
quantidade de glicose que ele pode lançar na corrente sanguínea.
A lipogênese converte a glicose e os intermediários excedentes, como piruvato, lactato e acetil-
CoA, em gordura, auxiliando na fase anabólica. Ocorre aumento de lipogênese quando há ingestão
de sacarose, em vez de glicose, pois a frutose (formada pela sacarose) escapa do ponto de controle
da fosfofrutocinase na glicólise e segue para a via lipogênica. A principal via para a síntese de
ácidos graxos (lipogênese) ocorre no citosol. Encontrado em muitos tecidos, como fígado, rins,
encéfalo, pulmões, glândulas mamárias e tecido adiposo. Os cofatores necessários incluem fosfato
de dinucleotídeo de nicotinamida e adenina (NADPH), trifosfato de adenosina (ATP), Mn2+,
biotina e HCO3 – (fonte de CO2). A acetil-CoAé o substrato imediato, e o palmitato livre é o
produto final.
- Proteínas são polímeros de aminoácidos, com cada resíduo de aminoácido unido ao seu vizinho
por um tipo específico de ligação covalente. As proteínas podem ser degradadas (hidrolisadas) em
seus aminoácidos constituintes por vários métodos. Vinte aminoácidos diferentes são comumente
encontrados em proteínas. O primeiro a ser descoberto foi a asparagina, em 1806. O último dos 20,
a treonina, não havia sido identificado até 1938. A asparagina foi descoberta pela primeira vez no
aspargo e o glutamato no glúten do trigo; a tirosina foi isolada a primeira vez a partir do queijo; e a
glicina foi assim denominada devido ao seu sabor adocicado. Todos os 20 tipos de aminoácidos
comuns são α-aminoácidos. Eles têm um grupo carboxila e um grupo amino ligados ao mesmo
átomo de carbono, diferem uns dos outros em suas cadeias laterais ou grupos R, que variam em
estrutura, tamanho e carga elétrica, e que influenciam a solubilidade dos aminoácidos em água.
Além desses 20 aminoácidos, há muitos outros menos comuns. Alguns são resíduos modificados
após a síntese de uma proteína; outros são aminoácidos presentes em organismos vivos, mas não
como constituintes de proteínas.
- Os carboidratos, também chamados de glicídios, açúcares ou hidratos de carbonos, são as
biomoléculas orgânicas mais abundantes na Terra e possuem uma grande variedade de funções de
teor energética, informativa e estrutural. São poli-hidroxialdeídos ou poli-hidroxi-cetonas, ou
substâncias que geram esses compostos quando hidrolisadas. Muitos carboidratos têm a fórmula
empírica (CH2O)n, alguns também contêm nitrogênio, fósforo ou enxofre. Possuem funções de
reserva energética, composição dos ácidos nucleicos, componentes estruturais de muitos
organismos, proteção, sinais de localização celular, lubrificação de juntas esqueléticas e adesão
intercelular. Existem três classes principais de carboidratos: monossacarídeos, oligossacarídeos e
polissacarídeos.
- A gordura é uma classe de lipídios, chamada de triglicerídeos. As gorduras são responsáveis pela
absorção das vitaminas A, D, e E, ajudam o corpo a produzir hormônios e energia e ajudam na
regulação da temperatura corporal. A característica em comum que as define é a insolubilidade em
água. Gorduras e óleos são as principais formas de armazenamento de energia em muitos
organismos. Os fosfolipídeos e os esteróis são os principais elementos estruturais das membranas
biológicas. Outros lipídios desempenham papéis cruciais, como cofatores enzimáticos,
transportadores de elétrons, pigmentos fotossensíveis, âncoras hidrofóbicas para proteínas,
chaperonas para auxiliar no enovelamento de proteínas de membrana, agentes emulsificantes no
trato digestivo, hormônios e mensageiros intracelulares. As gorduras e os óleos utilizados de modo
quase universal como formas de armazenamento de energia nos organismos vivos são derivados de
ácidos graxos. Os ácidos graxos são derivados de hidrocarbonetos
Existem quatro tipos de gorduras: - Monoinsaturada, - Poliinsaturada, - Saturada e – Trans.
Monoinsaturada: A gordura monoinsaturada é um tipo de gordura vegetal, encontrada em alimentos
como o abacate, as nozes e óleos vegetais. Ela é considerada uma das “gorduras saudáveis”. Seu
consumo ajuda a reduzir os níveis do colesterol LDL (colesterol “ruim”), e na produção e
mantimento das células.
Poliinsaturada: A gordura poliinsaturada é outro tipo de “gordura saudável”, é encontrada em alguns
tipos de peixe, óleos vegetais, sementes de girassol e gergelim. Ela também ajuda a reduzir o
colesterol LDL e a fornecer os ômegas 3 e 6, que são tipos de gordura consideradas essenciais (não
são produzidas pelo organismo e precisam ser ingeridas).
Saturada: A gordura saturada é um tipo de “gordura não saudável”, está associada ao
desenvolvimento de doenças cardiovasculares causadas pelo aumento do colesterol. Comidas ricas
em gorduras saturadas são carnes processadas, pizzas e frituras, podendo resultar no aumento do
peso corporal.
Trans: A gordura trans também é uma “gordura não saudável”, geralmente, são encontradas em
produtos processados. Ela está associada ao aumento do colesterol LDL e da diminuição do
“colesterol bom”, o HDL. Além de ser um agente para o aumento de peso, ela também pode ser um
fator no desenvolvimento de diabetes tipo 2.
No nosso corpo existem 6 tipos de gordura:
1. Gordura essencial: É extremamente importante para o funcionamento do nosso corpo, é
encontrada nos órgãos e tecidos, incluindo nervos, cérebro, coração, pulmões, fígado e glândulas
mamárias. Serve como substrato energético para os órgãos, isolante térmico, reserva energética.
2. Gordura branca: Um pouco mais perigosa, essa gordura costuma se acumular pelo corpo.
Aparece em maior quantidade quando abusamos de uma dieta mais calórica e não fazemos
nenhuma atividade física. É a gordura responsável pela maior reserva de triglicerídeo do corpo. É a
chamada gordurinha localizada, acumulada debaixo da pele, mais difícil de sair. Por outro lado, ela
serve de proteção, principalmente, para os órgãos, absorvendo impactos do dia a dia. Mulheres têm
mais tendência a acumular gordura branca do que os homens.
3. Gordura marrom: É considerada a gordura boa. É responsável pelo isolamento térmico do
organismo, no qual estimularia a queima calórica e, consequentemente, o emagrecimento, ou seja,
se você está com frio, essa gordura trabalha para aquecer o seu corpo queimando calorias. Inclusive,
um estudo de Harvard mostrou que, de fato, essa gordura é ativada pelo frio, afetando diretamente o
estoque da temida gordura branca.
4. Gordura bege: Esse tipo de gordura é capaz de transformar a gordura ruim em gordura boa. Sua
origem é a gordura branca e a principal fonte de ativação destas células é uma molécula chamada
irisina. Pesquisas atuais feitas em camundongos trazem indícios de que a irisina seja liberada
durante a prática de exercícios, estimulando o corpo a queimar gordura.
5. Gordura subcutânea: A gordura subcutânea se localiza logo abaixo da camada mais externa da
pele, aquela que cobre os músculos abdominais.
6. Gordura visceral: Essa gordura precisa ser acompanhada com cuidado e atenção. Isso porque a
gordura visceral está localizada atrás da parede abdominal, nos órgãos e no interior da cavidade
peritoneal, afetando, de forma negativa, a saúde, o que aumenta o processo inflamatório do
organismo. Em parte, porque ele libera substâncias chamadas adipocinas, que são proteínas de
sinalização celular que aumentam a pressão arterial e influenciam a insulina. Essa gordura também
diminui a quantidade de adiponectina no corpo, um hormônio essencial para a queima de gordura,
que ajuda a acelerar o metabolismo. A combinação da diminuição da sensibilidade à insulina,
hipertensão e triglicérides elevadas, muitas vezes, pode resultar em aterosclerose, colesterol LDL
elevado e é um fator importante para o desenvolvimento de diabetes.
- Vitaminas são moléculas orgânicas, nutrientes essenciais para o funcionamento adequado do
organismo e são obtidas por meio de uma dieta balanceada e saudável. Atuam, principalmente,
como catalizadores de reação (substâncias que garantem que uma reação química aconteça de forma
mais rápida e utilizando menos energia). As vitaminas são importantes na transformação de energia,
algumas são antioxidantes e são essenciais para o funcionamento dos vários sistemas do corpo,
inclusive do sistema imunológico. As vitaminas são classificadas em hidrossolúveis e lipossolúveis.
Vitaminas lipossolúveis: São solúveis em gordura e caracterizam-se por se acumularem no fígado e
na gordura do corpo (tecido adiposo). Como exemplo, tem as vitaminas A, D, E e K.
Vitaminas hidrossolúveis: São solúveis em água. Como exemplo, tem a vitamina C e as vitaminas
do complexo B.
→ Cálcio: Esse sal participa da formação de ossos e dentes, da coagulação sanguínea e regulam
uma grande quantidade de funções celulares, incluindo-se o processo de contração muscular. Pode
ser encontrado em leite e derivados, gema de ovo, cereais e legumes verdes.
→ Fósforo: Junto ao cálcio, o fósforo participa da composição de ossos e dentes. Também está
relacionado com a produção de energia e é um dos componentes dos ácidos nucleicos. Pode ser
encontrado em leites e derivados, cerais, carnes, ovos e pães.
→ Potássio: Esse sal está relacionado com a contração muscular e atividades dos nervos, pois atua
promovendo a excitabilidade elétrica. Além disso, é um importante regulador dos batimentos
cardíacos. É encontrado em frutas, cereais, leite e carnes.
→ Magnésio: Fundamental para o funcionamento adequado de nervos e músculos. Além disso, está
relacionado com o metabolismo do cálcio e com a síntese de vitamina D. Esse sal mineral é
encontrado em verduras com folhas verde-escuras, cereais, frutas cítricas e leguminosas.
→ Ferro: Por ser o componente principal da hemoglobina, esse sal mineral está relacionado com o
transporte de oxigênio no nosso corpo. Encontrado em alimentos como fígado, rim, coração, gema
de ovo, vegetais verdes, beterraba, feijão, cereais.
→ Flúor: Atua na composição de dentes e ossos, está relacionado com a prevenção contra as cáries
dentárias. Encontrado principalmente na água fluorada.
• REFERÊNCIAS:
Pereira RA, Sichieri R, Marins VMR. Razão cintura/quadril como preditor de hipertensão arterial.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro. 1999;15(2):333-344.
Artigo Scielo• Rev. Assoc. Med. Bras. 52 (3) • Jun 2006 • https://doi.org/10.1590/S0104-
42302006000300016
Pontes LM, Pinheiro SS, Zemolin CM, Araújo TKC, Silva RL, Kumamoto FID et al. Padrão de
atividade física e influência do sedentarismo na ocorrência de dislipidemias em adultos. Fit Perf J.
2008;7(4):245-50
NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 7 Porto Alegre:
Artmed, 2019, 1278 p.
Site Harvard T.H. Chan, School of Public Health. Acesso em 29.03.2010. Disponível em
https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource
GUEDES, D. P. & GUEDES, J. E. R. P.- Controle de Peso Corporal. Rio de Janeiro, Shape, 2003.
Revisões Scielo • Arq Bras Endocrinol Metab 52 (3) • Abr 2008 • https://doi.org/10.1590/S0004-
27302008000300005
BRUICE, P. Y. Química Orgânica. 4ª. Ed. Pearson Prentice e Hall, São Paolo – SP, 2006. Vol. 2.
MASTROENI, M. F., GERN, R. M. M. Bioquímica: Práticas Adaptadas. Atheneu, São Paulo – SP,
2008.