toda energia nos organismos vivos é o sol. Pelo processo de fotossíntese, as plantas verdes captam uma porção da luz solar que penetra em suas folhas e a retêm dentro das ligações químicas da glicose. As proteínas, lipídios e outros carboidratos são sintetizados a partir deste carboidrato básico para atender às necessidades da planta. Os animais e os seres humanos obtêm esses nutrientes e a energia contida neles consumindo vegetais e a carne de outros animais. O corpo faz uso da energia a partir dos carboidratos, proteínas, lipídios e bebida alcoólicas na dieta; essa energia é armazenada em ligações químicas do alimento e é libertada por meio do metabolismo. A energia deve ser fornecida com regularidade para suprir as necessidades do organismo e para sobrevivência. As necessidades energéticas são definidas como a ingestão de energia dietética necessária para o crescimento ou a manutenção em pessoas de idade, sexo, peso e estatura definidos e o grau de atividade física desempenhada por elas. O corpo possui a capacidade única de alterar o abastecimento da combinação de carboidratos, proteínas e lipídios para adequar-se às necessidades energéticas. Entretanto, com o tempo, o consumo excessivo ou deficiente de energia resulta em alterações no peso corporal. O peso corporal é um indicador de adequação ou inadequação de energia. Em decorrência de o peso corporal ser afetado pela composição corporal, uma pessoa com maior massa livre de gordura em relação à massa corporal gorda ou massa corporal gorda em relação à massa livre de gordura pode exigir diferentes quantidades de ingestão de energia em comparação com o padrão médio de uma pessoa. A energia é despendida pelo corpo humano na forma de Gasto energético basal (GEB), Efeito térmico do alimento (ETA) e Termogênese por atividade (TA). Esses três componentes constituem o gasto energético total (GET) diário de uma pessoa. O GEB, ou a taxa metabólica basal (TMB), é a quantidade mínima de energia gasta compatível com o estilo de vida da pessoa. O GEB de um indivíduo reflete a quantidade de energia utilizada durante 24h em repouso e descanso mental, em um ambiente termoneutro que impede a ativação de processos de geração de calor, tais como calafrios. As medições do GEB devem ser realizadas antes de um indivíduo fazer qualquer atividade física (de preferência ao acordar) e 10 a 12 horas após a ingestão de qualquer alimento, bebida ou nicotina. O GEB permanece notavelmente constante em uma base diária, representando 60% a 70% do GET O gasto energético de repouso (GER), ou taxa metabólica de repouso (TMR), é a energia gasta nas atividades necessárias para manter as funções corporais normais e a homeostase. Tais atividades incluem respiração e circulação, a síntese de compostos orgânicos, e a bomba de íons através das membranas. O GER inclui a energia exigida pelo sistema nervoso central e para a manutenção da temperatura corporal. Hoje em dia, por razões práticas, o GEB é raramente medido. “O cérebro humano representa, aproximadamente, 2% do peso corporal, e consome 20% do oxigênio e da glicose do organismo”
’’Em estado basal, o cérebro pode
consumir 350 calorias em 24 horas, isso é, 20% do que costumamos gastar’’ Diversos fatores fazem o GER variar de indivíduo para indivíduo, porém a composição e o tamanho corporal têm o maior efeito. Em razão de o GER ser altamente afetado pela proporção de massa corporal livre de gordura (MCLG), ele é maior durante os períodos de rápido crescimento, especialmente nos primeiro e segundo anos de vida A energia adicional necessária para sintetizar e depositar o tecido corporal é de aproximadamente 5 kcal/g de tecido ganho (Roberts e Young, 1988). Os bebês em crescimento armazenam de 12% a 15% do valor energético de seu alimento na forma de tecido novo. Idade Após o início da idade adulta, há um declínio no GER Felizmente, o exercício pode ajudar a manter maior MCLG e maior GER. A história que mais surpreende é da fisiculturista de 85 anos, que começou aos 56.
Ernestine Shepherd é de Baltimore, nos
Estados Unidos. Ela é considerada uma das mais velhas atletas do mundo e faz parte do fisiculturismo. Até hoje ela participa de eventos internacionais. E nas horas vagas, também gosta de correr maratonas. Adelmira Adão 110-year- old Fauja Singh sets fitness goals for younger generation Composição Corporal A massa livre de gordura (MLG), ou MCLG, compreende a maioria do tecido metabolicamente ativo no corpo e é o principal determinante do GER. A MLG contribui com 80% das variações do GER. Em razão de sua MLG ser maior, os atletas com desenvolvimento muscular maior possuem um metabolismo basal aproximadamente 5% mais alto do que os indivíduos não atletas. Aproximadamente 60% do GER pode ser responsável pelo calor produzido pelos órgãos de taxa metabólica alta (OTMA), ou seja, fígado, cérebro, coração, baço e rins Tamanho Corporal Em geral, pessoas maiores possuem taxas metabólicas mais elevadas que pessoas menores, mas pessoas altas e magras possuem taxas metabólicas mais elevadas que pessoas baixas e gordas. Se duas pessoas possuem o mesmo peso, porém uma delas é mais alta, a pessoa mais alta possui uma área de superfície corporal maior e uma taxa metabólica maior Clima O GER é influenciado pelos extremos na temperatura ambiente.
A extensão na qual o metabolismo
energético aumenta em ambientes extremamente frios depende do isolamento disponível a partir da gordura corporal e das roupas de proteção Sexo As diferenças sexuais nas taxas metabólicas são primariamente atribuídas às diferenças no tamanho e composição corporal. As mulheres, que geralmente possuem mais gordura em proporção ao músculo que os homens, têm taxas metabólicas em torno de 5% a 10% menores que as dos homens de mesmos peso e estatura. Temperatura A febre aumenta o GER em aproximadamente 7% para cada grau de aumento da temperatura corporal superior a 98,6 °F (13% para cada grau maior que 37 °C) Estado Hormonal Os hormônios afetam a taxa metabólica. Os distúrbios endócrinos, como hiper e hipotireoidismo, aumentam ou diminuem o gasto energético, respectivamente. A estimulação do sistema nervoso simpático, durante períodos de excitação emocional ou estresse, libera epinefrina, que promove a glicogenólise e o aumento da atividade celular. A grelina e o peptídeo YY são hormônios intestinais envolvidos na regulação do apetite e da homeostase energética . A taxa metabólica das mulheres flutua com o ciclo menstrual. Durante a fase lútea (i.e., período de tempo entre a ovulação e o início da menstruação), a taxa metabólica aumenta ligeiramente. Durante a gravidez, o crescimento uterino, placentário e do tecido fetal, juntamente com a frequência cardíaca aumentada da mãe, contribui para um aumento gradual no GEB O metabolismo basal (Gasto Energético Basal/ GEB) é a energia utilizada por todas as células do organismo humano, para a manutenção do seu funcionamento. O Gasto Energético com Atividades Físicas (GAF), somado ao e ao GEB determinam o GET. Para estimar o GET de indivíduos fisicamente ativos é necessário que se conheça o tipo de exercício praticado, a frequência de treinamentos, duração e intensidade Efeito Térmico do Alimento O efeito térmico do alimento (ETA) é o aumento no gasto energético associado ao consumo, digestão e absorção de alimento. O ETA é responsável por aproximadamente 10% do GET (Institute of Medicine, 2002). O ETA também pode ser chamado de termogênese induzida pela dieta, ação dinâmica específica ou o efeito específico de alimento. Termogênese por Atividade Além do GER e do ETA, a energia é despendida em atividade ou exercício relacionado ou parte do trabalho diário e movimento
termogênese por atividade (TA) e
termogênese por atividade de não exercício (TANE). O consumo excessivo de oxigênio após o exercício (EPOC, do inglês, excess postexercise oxygen consumption) afeta o gasto energético. A duração e a magnitude da atividade física aumentam o EPOC, resultando em uma elevada taxa metabólica mesmo após o término do exercício. Calorimetria Direta Calorimetria direta somente é possível com equipamentos muito especializados e caros. Um indivíduo é monitorado em uma sala (sala calorimétrica) que permite uma quantidade moderada de atividade. Calorimetria Indireta A calorimetria indireta (CI) é um método utilizado com frequência para medir o gasto energético. O consumo de oxigênio e a produção de dióxido de carbono de um indivíduo são quantificados durante um determinado período. Um protocolo rigoroso deve ser seguido antes de realizar a medição de CD. Harris Benedict: Homens: GEB (Kcal) = 66.5 + [13.75 x peso (kg)] + [5.003 x alt (cm)] – [6.775 x idade (anos)] Mulheres GEB (Kcal) = 655.1 + [9.563 x peso (kg)]+ [1.850 x alt (cm)] – [4.676 x idade (anos)] Institute of Medicine (IOM): Homens e Mulheres: GEB (Kcal) = 247 – (2.637x idade) + [401.5 x alt (m)] + [8.6 x peso (kg)] Mifflin- St. Jeor: Homens: GET (Kcal) = [9.99 x peso (kg)] + [6.25 x alt(cm)] – [4.92 x idade(anos)] - 5 Mulheres: GER (Kcal) = [9.99 x peso (kg)] + [6.25 x alt (cm)] – [4.92 x idade(anos)] - 161 Homens Normais, com Sobrepeso ou Obesos de 19 Anos e Mais Velhos (IMC ≥18,5 kg/m2) GET = 864 − 9,72 × Idade + AF × (14,2 × Peso [kg] + 503 × Estatura [m]) Em que: AF = Coeficiente de atividade física: AF = 1 se o GAF estima-se estar ≥ 1 < 1,4 (Sedentário) AF = 1,12 se o GAF estima-se estar ≥ 1,4 < 1,6 (Baixo ativo) AF = 1,27 se o GAF estima-se estar ≥ 1,6 < 1,9 (Ativo) AF = 1,54 se o GAF estima-se estar ≥ 1,9 < 2,5 (Muito ativo) Termos-chave termogênese por atividade (TA) gasto energético basal (GEB) taxa metabólica basal (TMB) calorimetria direta gasto energético necessidade estimada de energia (NEE) consumo excessivo de oxigênio após o exercício (EPOC) termogênese facultativa massa livre de gordura (MLG) órgão de taxa metabólica alta (OTMA) calorimetria indireta (CI) quilocaloria (kcal) equivalentes metabólicos (MET) termogênese por atividade de não exercício (TANE) termogênese obrigatória grau de atividade física (GAF) gasto energético de repouso (GER) taxa metabólica de repouso (TMR) quociente respiratório (QR) efeito térmico do alimento (ETA) gasto energético total ( GET)