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Nutrição

Básica I

8. Equilíbrio Energético
Livro base: Nutrição – Conceitos e
Controvérsias. 8ed, 2003.

2019
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Nutrição Básica I
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA MÓDULO I

Composição corporal: As proporções de músculo, osso, gordura e outros


tecidos que constituem o peso corporal de uma pessoa.

Tecido adiposo: O tecido gorduroso do corpo, que consiste em massas de


células armazenadas de gordura e vasos sanguíneos para nutri-las.

“Alteração nas reservas de energia = energia armazenada – energia


consumida”

A cada 3500 calorias que excede os gastos, aproximadamente ½ kg de


gordura é armazenada.

 A energia armazenada do balanço energético do corpo é medida em


calorias ingeridas por dia sob a forma de alimentos e bebidas. As
calorias dos alimentos e bebidas podem ser obtidas de tabelas
publicadas ou programas de computador para análise de dietas.

Efeito térmico do alimento (TEF): O metabolismo acelerado do corpo em


resposta à refeição ingerida. Também chamado termogênese induzida pela
dieta.

Metabolismo basal: O total da soma de todas as atividades involuntárias que


são necessárias para manter a vida, incluindo circulação, respiração,
manutenção da temperatura, secreção de hormônios, atividade nervosa e
síntese de tecido novo, mas descartando as atividades de digestão e
voluntárias. O metabolismo basal é o maior componente do gasto de energia
diário médio de uma pessoa.

Atividades voluntárias: Atividades intencionais (como andar, sentar ou correr)


realizadas pelos músculos voluntários.

Taxa metabólica basal (TMB): Taxa de energia que o corpo utiliza para prover
o seu metabolismo basal.

A necessidade de energia diminui 5% por década depois dos 30 anos.

Não se pode acelerar a TMB, no entanto, pode-se ampliar o segundo


componente do gasto de energia, as atividades voluntárias.

Qualquer refeição promove um dispêndio temporário de energia, aumentando


na forma do efeito térmico do alimento.

 Os dois componentes principais da “energia consumida” do balanço


energético do corpo são o metabolismo basal e as atividades

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voluntárias. Um terceiro componente dos gastos energéticos é o efeito


térmico do alimento.

TMB = 1 caloria por quilograma de peso corporal por hora para homens ou 0,9
para mulheres. Ex: 68(kg) x 1cal/hora = 68cal/hora – 1632 cal/dia.

FATORES QUE AFETAM A TMB:

- Idade: TMB é mais alta em pessoas mais jovens à medida que a massa
magra corporal declina com a idade, ocorre redução da TMB. Atividade física
continuada pode evitar parte deste declínio.

- Altura: Pessoas altas tem maior área de superfície, de modo que TMB é mais
elevada.

- Crescimento: Crianças e mulheres grávidas têm TMBs mais elevadas.

- Composição corporal: Quando mais tecido magro, mais alta a TMB.

- Febre: Febre aumenta TMB.

- Estresse: Hormônios de estresse elevam TMB.

- Temperatura ambiente: Ajuste ao calor ou frio eleva TMB.

- Jejum/inanição: Hormônios de jejum/inanição diminuem a TMB.

- Desnutrição: Desnutrição diminui a TMB.

- Tiroxina: Hormônio tireoidiano tiroxina é um regulador chave da TMB; quando


mais tiroxina produzida, mais alta TMB.

O segundo componente principal é a atividade física: Sedentário (homens 25%


a 40%; mulheres 25% a 35%); atividade leve (homens 50% a 70%; mulheres
40% a 60%); atividade moderada (homens 65% a 80%; mulheres 50% a 70%);
atividade pesada (homens 90% a 120%; mulheres 80% a 100%); atividade
excepcional (homens 130% a 145%; mulheres 110% a 130%). *Somar estas
porcentagens com a TMB

Sedentário: sentado maior parte do dia

Atividade leve: se move algum tempo como faria um professor durante


trabalho.

Atividade moderada: se dedica a algum exercício intencional, como uma hora


de corrida (jogging) 4 ou 5 vezes por semana, ou ocupação solicita algum
trabalho físico.

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Atividade pesada: trabalho exige muito trabalho físico como telhador,


carpinteiro.

Atividade excepcional: treinamento intenso como atletas profissionais ou


universitários durante temporadas de jogos.

 Para calcular a energia gasta no metabolismo basal, utilize o fator 1,0


caloria (para homens) ou 0,9 calorias (para mulheres) por quilograma de
peso corporal por hora para um período de 24 horas. A seguir, some
uma porcentagem dessa quantidade, dependendo de quanta atividade
muscular diária a pessoa realize.

Obesidade é considerada por alguns especialistas como epidemia em


ascensão.

Consumpção (definhamento): Perda progressiva e incessante dos tecidos do


corpo, que acompanha certas doenças e reduz tempo de sobrevida.

Obesidade: Excessiva adiposidade com efeitos adversos para saúde,


determinado por medidas confiáveis e interpretado com bom julgamento
clínico. A obesidade é, as vezes, definida como índice de massa corporal de 30
ou mais.

Gordura visceral: Gordura armazenada na cavidade abdominal em


associação aos órgãos internos abdominais. Também chamada gordura intra-
abdominal.

Obesidade Central: Gordura excessiva acumulada no abdômen e em torno do


tronco.

 Adiposidade corporal deficiente ameaça à sobrevivência durante


períodos de jejum crônico ou doenças decorrentes de inanição.

Excesso de peso é composto de gordura, não musculo. Poucas pessoas


obesas permanecem sadias e têm vida longa. A gordura corporal excessiva
aumenta substancialmente o risco de doenças e morte prematura. Exemplo:
hipertensão, que contribui para um risco maior de derrame cerebral.

A obesidade foi declarada uma doença crônica. Além da doença


cardiovascular, risco de desenvolver diabetes. Alguns obesos também
apresentam alto índice de: lipídeos sanguíneos, apnéia de sono, osteoartrite,
hérnias abdominais, alguns tipos de câncer, varizes, doença da vesícula biliar,
mau funcionamento do fígado, complicações na gravidez e em cirurgias, pés
chatos, e até mesmo alta taxa de acidentes.

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A gordura visceral é facilmente liberada para corrente sanguínea contribuindo


para carga diária no sangue de lipoproteínas LDL. Gordura situada embaixo da
pele (subcutânea) também liberam gordura, mas lentamente.

A cintura do fumante tende a ser maior, levando a teoria de que fumar pode
afetar diretamente a distribuição de gordura do corpo. Dois outros fatores:
ingestões moderadas e altas de álcool tem associação positiva com obesidade
central e níveis mais altos de exercício têm associação negativa.

Fumantes tendem pesar menos que não fumantes. Nicotina mascara sensação
de fome.

Gordura Subcutânea: Gordura armazenada diretamente embaixo da pele


(sub= embaixo; cutâneo = pele).

Índice de massa corporal (IMC): Indicador de obesidade, calculado por meio


da divisão do peso pela altura ao quadrado da pessoa.

 Excesso de gordura apresenta desvantagens sociais e econômicas, bem


como uma série de males físicos. A obesidade foi considerada uma
doença crônica. A obesidade central pode ser mais perigosa a saúde do
que outras formas de obesidade.

O IMC é inadequado para: atletas, mulheres grávidas e amamentando, idosos.

 O índice de massa corporal correlaciona matematicamente a altura e o


peso com os riscos para saúde. É especialmente útil para avaliação dos
riscos da obesidade, mas não consegue medir composição corporal ou
distribuição de gordura.

Teste da dobra de gordura: Medição da espessura de uma dobra de pele no


dorso do braço (emcima do músculo tríceps), embaixo da escápula
(subescapular) ou em outros lugares, usando um compasso. Também
chamado de teste de dobra cutânea.

Pesagem hidrostática: Medida de densidade e volume usada para determinar


conteúdo de gordura.

Impedância bioelétrica: Técnica para calcular adiposidade pela medição da


condutividade elétrica do corpo.

Técnicas de laboratório par estimar adiposidade corporal: Antropometria,


densidade e condutividade.

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A circunferência da cintura serve como indicador da adiposidade visceral.


Homens – 102 centímetros e mulheres – 88 centímetros. Maior que estes
padrões pode apresentar um risco aumentado de doença.

 Um avaliador pode determinar a porcentagem de gordura no corpo pela


medição de dobras de gordura, densidade corporal ou outros
parâmetros. A distribuição da gordura pode ser estimada pela
determinação da circunferência da cintura.

Atletas de resistência necessitam apenas de gordura corporal suficiente para


fornecer combustível, isolar o corpo e permitir atividade normal dos hormônios
lipossolúveis. Um pescador do Alasca, por exemplo, necessita de um cobertor
de gordura extra para se isolar do frio. Mulher em início de gravidez pode ser
comprometida se tiver muito pouca gordura no corpo. Abaixo de um limiar de
conteúdo de gordura corporal estabelecido pela hereditariedade, alguns
indivíduos tornam-se inférteis, desenvolvem depressão ou apresentam
regulação anormal do apetite, ou tornam-se incapazes de manter-se
aquecidos.

 Nenhum peso corporal único serve para todos; diferentes pessoas têm
necessidades distintas.

Fome: Necessidade fisiológica de comer, experimentada como um impulso


para obtenção de alimento; uma sensação desagradável que exige alívio.

Neuropeptídeo Y (NPY): Um neurotransmissor do hipotálamo cujas funções


incluem a estimulação do apetite, especialmente apetite por alimentos ricos em
carboidratos.

Apetite: Desejo psicológico de comer, uma motivação aprendida e uma


sensação positiva que acompanha à visão, o odor ou o pensamento de
alimentos atraentes.

Endorfinas, opiáceos endógenos: Compostos do cérebro cujas ações imitam


as ações das drogas opiáceas (morfina, heroína) de reduzir a dor e produzir
prazer. No controle do apetite, as endorfinas são liberadas ao se ver, cheirar ou
provar um alimento delicioso; consideradas como responsáveis pelo aumento
do impulso para comer ou continuar comendo.

A fome também pode ser afetada por outras substâncias (além do NPY). Como
nutrientes presentes na corrente sanguínea, tamanho e composição da
refeição precedente, padrões alimentares, tempo (calor reduz ingestões do
alimento e frio aumenta-as), exercícios, hormônios sexuais e estados de
doença física e mental.

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Estômago pode gradualmente adaptar-se a quantidades cada vez maiores de


alimento. Quando apetite e fome coincidem, o apetite intensifica a fome, mas
uma pessoa pode sentir apetite sem fome.

Fatores que afetam apetite: preferências, aversões e horários aprendidos;


condições ambientais; endorfinas; apetites inatos; interações sociais; alguns
estados de doença; algumas drogas.

Saciação: Percepção de repleção que se acumula com a refeição,


eventualmente atingindo o grau de enchimento e de satisfação que faz a
pessoa parar de comer. A saciação geralmente determina quanto alimento é
consumida em uma refeição.

Saciedade: Percepção de enchimento que se estende por horas após a


refeição e inibe o comer até a hora da refeição seguinte. A saciedade
geralmente determina a extensão de tempo entre refeições.

Leptina: Hormônio supressor do apetite, produzido nas células adiposas, que


transmite informações sobre adiposidade do corpo ao cérebro; considerado
envolvido na manutenção da composição corporal.

Quando estomago se distende, receptores nervosos no estômago disparam


enviando ao cérebro o sinal que estômago está cheio e fazendo pessoa parar
de comer. Quando nutrientes entram no intestino delgado, eles estimulam os
nervos receptores e desencadeiam a liberação de hormônios que fornecem ao
cérebro informações sobre a refeição acabada de comer. (um destes
hormônios é a colecistoquinina).

Uma pessoa que sofre horas sem comer com dores de fome pode comer em
excesso e ter um “binge eating” (ataque de comer).

Pesquisadores ofereceram aos sujeitos porções de alimento que eram iguais


em calorias e depois questionaram sobre sensações de fome. Alimentos ricos
em fibra ou proteína sustentam a saciedade por mais tempo, que aqueles ricos
em gordura, farinha branca ou açúcar. Batatas cozidas classificaram-se no
posto mais alto, mas razões não ficaram claras. É possível que alimentos
volumosos mantivessem os indivíduos sentindo-se cheios por mais tempo e
simplesmente porque forneceram mais alimentos ao trato digestório; visto que
a quantidade de alimento nos alimentos gordurosos é menor pela gordura ser
2x mais calórica que proteína ou carboidrato.

 A ingestão alimentar é regulada por fome, apetite, saciação e saciedade.


As descobertas de regulares neurais e hormonais do comportamento
alimentar podem levar a novos tratamentos farmacológicos eficazes de
combate à obesidade.

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Pessoa que tem um dos pais obesos a probabilidade de tornar-se obeso é de


60%; se ambos os pais forem obesos a probabilidade sobe para 90%. Gêmeos
idênticos tem 2 vezes mais probabilidade de terem o mesmo peso que gêmeos
fraternos.

Teoria do ponto ajustado (set-point): Teoria de que o corpo tende a manter


um certo peso por meio dos seus próprios controles internos.

LEPTINA

Camundongos com gene ob defeituoso não produzem leptina quando obesos.


Camundongo magro, geneticamente obeso, recebeu injeções de leptina e
permeneceu magro. Leptina: apetite declina, os gastos de energia aumentam,
células adiposas armazenam menos gordura e algumas células adiposas se
autodestroem.

A leptina suprime ação do neurotransmissor NPY. Maioria das pessoas obesas


já tem concentrações elevadas de leptina em seu sangue, dar-lhes mais não
causa nenhum efeito sobre apetite. Pessoas obesas sentem fome e
permanecem gordas apesar de suas concentrações elevadas de leptina;
parece provável a medida que adiposidade aumenta, a leptina sobe, e
receptores cerebrais à leptina tornam-se menos responsivos, assim como
diabetes tipo 2 (existe uma linha de pesquisa que sugere ligação entre leptina
aumentada e desenvolvimento de diabetes tipo 2). A leptina pode reduzir
seletivamente a gordura centralmente localizada.

TEORIA DO PONTO AJUSTADO

Maioria das pessoas que perdem peso recuperam rapidamente todo o peso
perdido. Evidencia sugere que sistemas biológicos determinam um ponto
ajustado de peso corporal. Toda vez que peso é perdido ou ganho, o
mecanismo de ponto ajustado dispara uma alteração no gasto de energia
metabólica na direção que restaura o peso corporal inicial.

TEORIA ENZIMÁTICA

Concentrações de enzima LPL ou lipase lipoproteica. Quando mais LPL, mais


facilmente as células adiposas armazenam lipídeo e é mais provável que o
corpo permaneça obeso. A fabricação de enzimas incluindo LPL é governada
pelos genes.

LPL (lipase lipoproteica): Enzima presente nas superfícies das células


adiposas, que divide os triglicerídeos do sangue em ácidos graxos e glicerol a
serem absorvidos pelas células para remontagem e armazenamento.

TEORIA DO NÚMERO DE CÉULAS ADIPOSAS

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Desenvolvimento de números excessivos de células adiposas durante infância.


O número de células adiposas aumenta durante anos de crescimento e nivela-
se durante idade adulta. O número aumenta mais rapidamente em crianças
obesas que crianças magras.

Células adiposas também contém mais LPL, de modo a atingir um grande


numero rapidamente. Portanto obesidade reflete não apenas células adiposas
em maior numero e maiores mas também mais eficientes. Medida de combate
à obesidade podem ser mais efetivas durante anos de crescimento.

TEORIAS DE TERMOGÊNESE

Células de gordura branca comuns armazenam energia nas ligações químicas


da gordura e têm uma taxa metabólica lenta; célula adiposas marrons quebram
essas ligações e liberam ativamente sua energia armazenada sob forma de
calor. A gordura marrom é mais abundante e mais ativa nos animais magros
que nos gordos.

Há pouca gordura marrom nos seres humanos adultos. Pesquisadores


identificaram um sistema de enzimas de termogênese que ocorre não apenas
na gordura marrom mas em muitos tecidos distribuídos por todo o corpo. Essas
enzimas produzem calor durante exposição a baixas temperaturas; se adaptam
também a outras condições como condicionamento físico, superalimentação,
inanição, trauma, ou outros tipos de estresse produzindo mais ou menos calor
de acordo com a necessidade(termogênese adaptativa).

Os que fazem dieta de emagrecimento são logo contrabalançados por


produção reduzida de calor e metabolismo retardado. À medida que gordura
corporal diminui, um poderosos sistema de conservação de energia atua para
impedir perdas adicionais e restaurar adiposidade corporal ao seu nível
precedente.

O efeito térmico do alimento varia entre pessoas obesas e não obesas. Em


pessoas magras que acabaram de comer, o uso de energia acelera-se durante
algum tempo e depois volta ao normal; em obesos, nenhuma alteração de
energia ocorre depois da refeição.

Termogênese: A geração e a liberação de calor corporal associada à


degradação de combustíveis do corpo.

Gordura marrom: Tecido adiposo abundante nos animais que hibernam e em


lactentes humanos. As células adiposas marrons são cheias de enzimas
pigmentadas queimadoras de energia, as quais liberam calor em vez de
realizarem outras tarefas. Estas enzimas dão as células um aspecto escurecido
ao microscópio.

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Termogênese adaptativa: Ajustes no gasto de energia relacionados a


alterações no ambiente, tais como frio, e com eventos fisiológicos, tais como
subalimentação ou trauma.

 As teorias sobre causas genéticas da obesidade incluem genes de


obesidade, teoria da leptina, teoria do ponto ajustado, teoria enzimática,
teoria do número de células adiposas e teorias centradas em torno da
termogênese.

Um estudo encontrou uma correlação positiva entre alta adiposidade corporal e


dieta que apresenta larga variedade de doces, petiscos, condimentos e pratos
principais.

Qualquer tipo de estresse pode causar vontade de comer em excesso, talvez


porque sentimentos de excitação são tomados erradamente por fome (quando
indivíduo está triste ou festejando ele come). Estes comportamentos não
conseguem explicar de modo convincente o desenvolvimento da obesidade,
porque mesmo pessoas magras são suscetíveis a eles.

Excitação: Atividade aumentada de determinados centros cerebrais, associada


à atenção, estimulação e ansiedade.

Obesidade aumenta 2% a cada hora dispendida em assistir televisão


diariamente. Assistir televisão gasta menos energia do que simplesmente não
fazer nada.

Vários fatores contribuem para obesidade e o melhor tratamento é a dietética,


atividade física e modificação de comportamento.

 Estudos do comportamento humano identificam estímulos que levam a


hábitos de comer e de exercícios. A inatividade física é claramente
ligada ao excesso de adiposidade. O tratamento de obesidade envolve
dieta, exercício e modificação de comportamento.

ATIVIDADE FISICA PARA CONTRUIR MUSCULOS E ELIMINAR GORDURA

A atividade física: aumenta gasto de energia, aumenta TMB em longo prazo,


acelera a perda de gordura corporal, ajuda regular apetite, ajuda controlar
estresse e superalimentação ou subalimentação; aumenta a autoestima.

Atividade deve envolver movimentação voluntaria de músculos. Exercícios que


consomem aproximadamente 150 calorias de energia por dia ou cerca de 1000
calorias por semana são considerados atividades moderadas. Quando maior
intensidade, mais calorias queimadas.

Outra estratégia é incorporar mais atividade física na programação diária, tais


como estacionar o carro mais longe, usar escadas, trabalhar no jardim, etc.

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Perda moderada vs perda rápida de peso

Quando se ingere menos energia alimentar do que necessita o corpo extrai


combustível armazenado para continuar funcionando. Se uma pessoa
exercitar-se de modo apropriado, restringir moderadamente as calorias e
consumir uma dieta equilibrada, que satisfaça as necessidades de proteína e
carboidrato, o corpo será forçado a utilizar sua energia de gordura
armazenada. Ocorrerá perda gradual de peso. Isto é preferível a uma perda
rápida, porque a massa corporal magra é poupada.

Resposta do corpo ao jejum

Glicogênio do fígado é essencialmente esgotado. O corpo subalimentado tem


de voltar-se para proteína de seus próprios tecidos magros. Os músculos,
coração e outros órgãos utilizam gordura como combustível, mas nesta fase o
sistema nervoso necessita de glicose. O principal combustível do corpo, a
gordura, não pode ser convertida em glicose, pois o corpo não possui enzimas
para essa conversão (glicerol que é 5% da gordura pode ser convertida em
glicose mas é uma fonte desprezível). O corpo, no entanto, possui enzimas que
são capazes de converter proteína em glicose.

Se o corpo continuasse a consumir seu tecido magro de modo ininterrupto, a


morte ocorreria em cerca de 10 dias, pois além do musculo esquelético, as
proteínas do sangue, fígado, musculo cardíaco e tecido pulmonar (tecidos
vitais) estão sendo queimados como combustível. Para evitar isso o corpo joga
seu ultimo curinga e começa converter gordura em compostos que o sistema
nervoso é capaz de adptar para seu uso e assim impedir o fim; processo
chamado cetose como adaptação ao jejum prolongado ou privação de
carboidrato.

Corpos cetônicos: Compostos ácidos derivados de gordura e de certos


aminoácidos. Normalmente raros no sangue, eles ajudam a alimentar o cérebro
durante períodos em que muito pouco carboidrato é disponível.

O corpo captura fragmentos de gordura parcialmente decompostos e combina


para fabricar corpos cetônicos. Também converte alguns aminoácidos, os que
não podem ser usados para fabricar glicose, em corpos cetônicos.

Metade das células cerebrais é capaz de fabricar as enzimas necessárias que


utilizam os corpos cetônicos para obter energia. Depois de 10 dias em jejum, o
cérebro e sistema nervoso são capazes de satisfazer a maior parte de suas
necessidades energéticas usando corpos cetônicos. Indiretamente o sistema
nervoso começa a alimentar-se das reservas de gordura do corpo. A cetose

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reduz a necessidade de glicose do sistema nervoso, poupa os músculos e


outros tecidos magros de serem devorados rapidamente. Graças a cetose, uma
pessoa sadia com conteúdo médio de gordura corporal pode viver totalmente
privada de alimentos durante 6 a 8 semanas.

A cetose pode prejudicar o corpo porque desequilibra o equilíbrio ácido básico


do sangue e promove perdas de minerais pela urina. Há fortes evidencias que
a privação alimentar leva uma tendência a comer em excesso ou mesmo
surtar.

Dieta apenas moderadamente restrita em calorias promove uma taxa maior de


perda de peso, uma velocidade mais rápida de perda de gordura e a retenção
de mais tecido magro que um jejum severo.

Resposta do corpo à restrição de carboidratos

Restrição calórica severa significa perda de água e tecido magro. As pessoas


listadas em um registro nacional como aqueles que perderam, com sucesso,
uma media de 13,5kg e mantiveram essas perdas durante 5 anos fizeram-no
comendo mais carboidrato que aquelas que fracassaram na perda de peso ou
manutenção; além de consumirem menos gordura.

 Quando o balanço de energia é negativo, o glicogênio devolve glicose


ao corpo. E quando o glicogênio se esgota, a gordura fornece
combustível sob a forma de corpos cetônicos, mas a cetose pode ser
perigosa. Tanto aos jejuns quanto as dietas pobres em carboidratos não
são recomendáveis. As pessoas que perdem peso com sucesso e o
mantém, comem carboidratos em abundância.

Ganho de peso

Carboidrato é quebrado até formar açúcares. A gordura é quebrada até formar


glicerol e ácidos graxos. A proteína é quebrada até formar aminoácidos. O
álcool é absorvido intacto e convertido em gordura corporal.

As reservas de glicogênio alcançam cerca de 340 gramas. O álcool retarda até


1/3 do uso corporal da gordura como combustível, fazendo com que mais
gordura seja armazenada. O armazenamento se dá principalmente no tecido
adiposo visceral da “barriga do bebedor de cerveja” e também nas coxas,
pernas ou qualquer lugar onde a pessoa tenda a armazenar gordura
excedente. Portanto o álcool é engordativo.

Qualquer alimento pode engordar. A gordura é fácil de ser armazenada como


tecido adiposo. Proteína não é armazenada no corpo exceto em resposta ao
exercício. O álcool fornece calorias e estimula armazenamento de gordura
corporal. Pouca atividade física incentiva a acumulação de gordura corporal.

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 Quando o balanço de energia é positivo, o carboidrato é convertido em


glicogênio ou gordura, a proteína é convertida em gordura, e a gordura
do alimento é armazenada como gordura. O álcool fornece calorias e
estimula o armazenamento de gordura.

Estratégias de dieta: manter registros; estabelecer objetivos.

CIRURGIA E DROGAS PARA PERDER PESO

Bandeamento Gástrico: Um meio cirúrgico de produzir perda de peso com a


restrição do tamanho do estômago por meio de uma faixa ou bolsa constritiva;
recurso para pessoas cuja obesidade traz riscos extremos à saúde.

Bypass gástrico: Cirurgia que muda o caminho do alimento: a partir do


estômago, o alimento segue diretamente para a parte inferior do intestino
delgado; cria um estado crônico de má absorção, impedindo a digestão e
absorção normais de nutrientes.

Gastroplastia: Cirurgia que divide o estômago por grampeamento, separando


uma “bolsa” ou modificando de alguma outra forma o estômago, desse modo
reduzindo a ingestão total de alimento.

Fenilpropanolamina(PPA): Estimulante do sistema nervoso simpático usado


como agente para perda de peso e disponível em medicações vendidas sem
receita.

Serotonina: em estrutura, composto relacionado ao triptofano (e fabricado a


partir dele). É um dos principais neurotransmissores do cérebro.

Em um estudo cerca de 1/3 dos que passaram por procedimento cirúrgico


obtiveram sucesso em longo prazo. Os outros não perderam peso, não
mantiveram ou não sobreviveram à cirurgia.

Bandeamento gástrico parece ser mais segura que as cirurgias tradicionais.


Pacientes que sobreviveram tiveram recuperação mais rápida e menos
complicações.

Durante cirurgia pessoas obesas enfrentam mais infecções, mais problemas


respiratórios, mais coágulos sanguíneos, mais dificuldades na anestesia e
cicatrização mais lenta do que os pacientes de peso normal.

Além dos riscos, a pessoa pode enfrentar durante toda a vida problemas de
diarreia severa, vômito frequente, intolerância a doces e leite, desidratação,
ingestão dietética limitada e múltiplas deficiências nutricionais.

O bandeamento gástrico precisa às vezes ser repetido com riscos renovados.


Durante toda a vida, a supervisão medica é critica para aqueles que escolhem
cirurgia.

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Drogas atuais supressoras do aptite, fertemina e fenfluramina (fen fen)


oferecem problemas potenciais. Essas drogas aumentam a transmissão do
neurotransmissor serotonina e pessoas apresentam tendência a desenvolver
uma condição perigosa de pressão arterial elevada nos pulmões ou sofrer
lesões nas válvulas do coração.

Outra droga supressora é a sibutramina. Atua nos transmissores cerebrais e


eleva a pressão arterial.

A droga orlistat, recentemente aprovada pela FDA, inibe a produção de


enzimas digestivas de gorduras no pâncreas e reduz absorção de gorduras
cerca de 30%. O problema com a gordura não digerida é que sai do trato
digestória intacta, levando consigo vitaminas e fitoquímicos lipossolúveis. Os
efeitos possíveis assemelham-se ao olestra.

A fenilpropanolamina faz pessoas sentirem-se mais animadas porque uma de


suas ações é disparar resposta de estresse do corpo. Investigação de 3 mortes
de mulheres aparentemente sadias que tomaram a medicação está sendo
estudada.

Outro ingrediente a benzocaína supostamente reduz o desejo de comer e está


em estudo pela FDA.

A efedrina, na época teve mais de 800 vitimas que relataram resultados


nocivos, variando de cefaleia e vômito até ataques cardíacos e hemorragia
cerebral. Mais de 15 pessoas morreram. A OMS pediu regulamentação e
controle destes produtos.

Dietas que forneçam ingestões de energia mais baixas de 800 calorias


aproximadamente, são notoriamente malsucedidas para alcançar perda de
peso duradoura e podem ser perigosas.

Recomendações para uma dieta de emagrecimento:

Calorias – redução de aproximadamente 500 a 1000 calorias por dia da


ingestão atual

Gordura total – 30 % ou menos das calorias totais

Ácidos graxos saturados – 8% a 10% das calorias totais

Ácidos graxos monoinsaturados – 15% das calorias totais

Ácidos graxos poli-insaturados – 10% das calorias totais

Colesterol – 300mg ou menos por dia

Proteína – aproximadamente 15% das calorias totais

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Carboidrato – 55% ou mais das calorias totais

Cloreto de sódio – Não mais que 2.400mg de sódio ou 6g de NaCl.

Cálcio – 1000 a 1500 mg por dia

Fibra – 20 a 30 gramas por dia.

As pessoas que consomem pequenas refeições frequentes são descritas como


bem sucedidas na perda e manutenção do peso. Uma refeição que as pessoas
deveriam se esforçar para incluir é o desjejum; há fortes evidencias sobre seus
efeitos positivos e pessoas que tomam seu desjejum necessitam de menos
lanches antes do almoço e parecem consumir menos gordura durante todo o
dia.

 Para alcançar e manter um peso corporal sadio estabeleça objetivos


realísticos, mantenha registros, progrida lentamente, e evite fazer uso de
pílulas e comprimidos, ervas ou recursos que possam colocar em perigo
a saúde. Para uma dieta adequada, limite a gordura e as calorias,
reduza o álcool e coma regularmente.

Estratégias para ganhar peso

Treinamento de força combinado com dieta de alta caloria. Se a pessoa comer


exatamente o suficiente, construirá musculo, mas à custa da gordura corporal;
se comer mais ganhará ambos (músculo e gordura). Ganhar ½ quilograma de
músculo e gordura exige consumo de cerca de 3000 calorias extras. O
conselho é ingerir cerca de 700 a 1000 calorias por dia acima das
necessidades energéticas normais. O ganhador de peso necessita de
alimentos nutritivos ricos em calorias e gorduras (predominantemente
insaturadas). Do peso corporal ganho em um dia, somente 14 a 28 gramas é
tecido proteico. *Fumar inibe o apetite.

 Ganho de peso exige uma dieta de alimentos ricos em calorias


consumidos frequentemente ao longo do dia.

Auto eficácia: A crença de uma pessoa em sua capacidade de alcançar


sucesso em uma empreitada.

Ciclo do peso: Rodadas repetidas de perda de peso e subsequente


recuperação com redução da capacidade de perder peso a cada nova
tentativa. Também chamada dieta ioiô.

Estratégias para manter peso

Aceitar que o controle é um empreendimento para toda a vida e não um


objetivo alcançado e em seguida esquecido. Pessoas que mantêm o peso
saudável também : são fisicamente mais ativos, monitoram as gramas de

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gordura, ingestão calórica e peso corporal; acreditam que têm capacidade de


controlar seu peso; desenvolvem sistemas de suporte social; comem porções
controladas; comem alimentos ricos em fibra e consomem água suficiente.

 As pessoas que têm sucesso em manter o peso perdido aderem às suas


rotinas de alimentação, mantêm-se praticando exercícios e
acompanham e registram as ingestões de calorias e gorduras e o peso
corporal. Quanto mais características relacionadas à auto imagem
positiva e auto eficácia uma pessoa cultivar, mais provável que tenha
sucesso.

Modificação do comportamento: Alteração do comportamento, utilizando


métodos baseados na teoria cujas ações podem ser controladas pela
manipulação de fatores ambientais que desencadeiam a ação.

CONTROVÉRSIA - O DEBATE DAS DIETAS: QUEM ESCOLHE, QUEM


LUCRA E QUAIS SÃO OS RISCOS?

Alternativa para as pessoas superobesas sadias é a auto aceitação.

- A decisão de tratar a obesidade: correlação é direta quanto mais alto o IMC,


mais alta é a taxa de mortalidade (dados excluem os fumantes). Cigarro
contribui para baixo peso corporal e morte precoce, incluir fumantes eleva o
risco de mortalidade com os mais baixos valores de IMC. Mesmo excluindo
fumantes, riscos de mortalidade por baixo peso se mostram tão graves quanto
os riscos de obesidade extrema.

Um estudo recente sugere que embora os ricos da obesidade sejam graves até
idade dos 30 anos, a partir dessa idade até meados dos 70 anos, eles podem
tornar-se menos graves.

- Segurança da deita comprovada ou apenas implícita: riscos associados à


perda de peso são mais sérios que a maioria suspeitaria. Um risco duplicado
de desenvolvimento de cálculos biliares quando ingestão alimentar é
gravemente restrita; risco aumentado de morte por todas as causas; risco
aumentado de perda óssea e osteoporose; tempo de reação retardado;
concentração diminuída; tendência à melancolia, mau humor; probabilidade
aumentada de comer em excesso e surtos alimentares (compulsões);
probabilidade aumentada de desenvolvimento de transtornos alimentares.

Em curto prazo a perda de peso pode reduzir pressão arterial e normalizar


lipídeos sanguíneos e o metabolismo da glicose. Ao longo prazo os benefícios
podem não se traduzir em vida mais longa.

- Ética médica, perda de peso e lucros: 30 a 40% das mulheres adultas nos
EUA e 20 a 25% dos homens estão procurando perder peso, independente da
época e gastando cerca de 30 a 40 bilhões de dólares por ano para fazê-los.

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FDA cita o comércio inescrupuloso de perda de peso como uma das principais
formas de fraude nos EUA.

- Atitudes em relação à adiposidade corporal: Muitas pessoas consideram uma


estrutura magra sinônimo de felicidade, inteligência, estabilidade psicológica,
harmonia nos relacionamentos, sucesso profissional, e muitos outros atributos
valorizados, que pouco, se algo, tem a ver com o tamanho ou peso corporal.

Preconceito e discriminação contra pessoas com excesso de peso


especialmente mulheres causam grande estresse psicológico. Não somente os
médicos como também outros profissionais de assistência a saúde podem ter
uma atitude moralista na sua conduta com o obeso.

- Para obter respostas

População do século passado tinha menos pessoas com sobrepeso, fazer dieta
era praticamente desconhecido e atividade física fazia parte da vida diária
porque elevadores, automóveis e outros equipamentos que poupam esforço
ainda estavam por ser inventados. Igualmente importante é um estilo de vida
mais ativo.

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