Material

Complementar

Fome e o Ambiente Global

Livro base: Nutrição – Conceitos e
Controvérsias. 8ed, 2003.

2019
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 CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA MÓDULO I

Na virada do milênio, estão tendo lugar as seguintes tendências: Fome,

pobreza e crescimento populacional – 15 crianças morrem de desnutrição a
cada 30 segundos, mas 125 crianças nascem durante o mesmo intervalo;
perda de terra produtiva; uso acelerado de combustível fóssil; crescente
poluição do ar; alterações da atmosfera e do clima, secas e inundações; perdas
de ozônio da atmosfera; escassez de água; desmatamento e desertificação;
poluição dos oceanos e extinção de espécies.

Desnutrição: Escassez generalizada de alimento em uma região, que causa

inanição e morte de uma grande parte da população.

Insegurança alimentar: A condição de acesso incerto a alimento de qualidade

ou quantidades suficientes.

Pobreza alimentar: Fome que ocorre quando existe alimento suficiente em

uma região, mas algumas pessoas são privadas dele porque não possuem
dinheiro, por razões politicas, porque vivem em um país de guerra ou sofrem
de outros problemas, como falta de transporte.

Escassez de alimentos: Fome que ocorre quando uma região não possui
alimento suficiente para alimentar seu povo.

Subnutrição: Falta ou escassez de alimentos básicos necessários para

fornecer energia e nutrientes que garantem saúde.

Combustível Fóssil: Carvão, petróleo e gás natural. Estes são combustíveis

não-renováveis que poluem. Fontes alternativas como energia solar e eólica
(do vento), são renováveis e poluem menos, ou absolutamente nada, o
ambiente.

 A fome crônica causa muitas mortes em todo o mundo, especialmente

de crianças. A fome intermitente é vista com frequência em crianças
norte-americanas. A causa imediata da fome é a pobreza.
 Pobreza e fome são comuns nos EUA, não apenas entre os
desempregados, mas também entre as pessoas que trabalham. Os
programas governamentais para aliviar a pobreza e a fome não são
plenamente bem-sucedidos.

Coleta: Tradicionalmente, a prática de apanhar culturas deixadas no campo

depois de uma colheita; hoje, refere-se à recuperação de excedentes de
alimentos de várias fontes, incluindo restaurantes, hotéis, corporações,
fazendas, atacadistas, mercados de produtores e supermercados.

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Terapia de reidratação oral (TRO): Líquido para reposição oral, destinado a

crianças com diarreia grave causada por doença infecciosa. A TRO habilita os
pais a preparar uma solução simples para seu filho a partir de produtos que
possuem em casa. No Brasil, conhecido como soro caseiro. Algumas vezes,
faz-se TRO com soluções comercializadas e não apenas com açúcar e sal +
água (soro caseiro).

Um quinto dos 5 bilhões de pessoas do mundo não têm nenhuma terra e

nenhuma propriedade, em absoluto. Um gato doméstico nos EUA come duas
vezes mais proteína por dia que uma pessoa de regiões precárias.

 Causas naturais, como secas, inundações e pragas, e causas sociais,

como conflitos armados e superpopulação, contribuem para a fome e a
pobreza dos países em desenvolvimento. A fim de satisfazer demandas
futuras de alimentos, a tecnologia precisa aumentar a produção de
alimentos.
 A degradação ambiental causada pelos impactos do numero crescente
de pessoas está ameaçando a capacidade futura do mundo de alimentar
todos os seus cidadãos. Os aperfeiçoamentos na agricultura não são
mais capazes de manter-se a par com o número crescente de pessoas.
O crescimento populacional é uma preocupação urgente.

Pobreza e fome contribuem para o crescimento da população. E crescimento

populacional contribui para pobreza e fome. Maior riqueza significa taxas de
natalidade mais baixas.

A educação das meninas e mulheres promove mudanças positivas na vida

familiar, incluindo nutrição aperfeiçoada, melhor saneamento e condição social
elevada das mulheres.

 Mais pessoas significam mais bocas para alimentar, o que agrava a

pobreza, a fome e os problemas ambientais. A pobreza, a fome e o
ambiente degradado, por sua vez, impelem os pais a terem mais filhos.
Romper esse círculo exige melhoria da condição econômica do povo e o
investimento em assistência à saúde, à educação e ao planejamento
familiar.

Sustentável: Capaz de continuar indefinidamente. Neste caso, o termo refere-

se ao uso de recursos a uma taxa com a qual a terra seja capaz de manter a
sua reposição; por exemplo, cortando árvores não mais rápido do que as novas
crescem, e produzindo poluentes a uma taxa à qual o ambiente e os esforços
humanos de limpeza sejam capazes de manter-se a par. Em uma economia
sustentável, os recursos não se esgotam e a poluição não se acumula.

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 Governo, empresas, educadores e todas as pessoas têm muitas

oportunidades de promover a sustentabilidade e o uso inteligente de
recursos.

“Nunca duvide de que um pequeno grupo de pessoas inteligentes

comprometidas seja capaz de mudar o mundo. De fato, elas são as únicas que
têm conseguido”- Margaret Mead.

CONTROVÉRSIA - AGRONEGÓCIO E PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE

ALIMENTOS: COMO SEGUIR EM FRENTE?

Produzir alimento sempre custou caro a terra. Herbicidas e pesticidas poluem a

água onde quer que o vento os carregue; se não forem usados de modo
consciente, também poluem os rios, lagos e a água subterrânea.

A irrigação é uma pratica que adiciona sais ao solo de muitas áreas. Os solos
tornam-se salinizados, o crescimento vegetal diminui. A irrigação também é
capaz de esgotar o suprimento de água com o tempo.

Apenas nos últimos anos, as atividades da agricultura arruinaram mais de 10%

da terra fértil do mundo, sendo impossível recuperá-la. Os povos do ano de
2025 testemunharão uma redução de 40% na terra produtiva, juntamente com
muito mais pessoas para alimentar. Em 2050, cerca de 40 mil plantas
existentes nos anos 90, poderão estar extintas.

Agronegócio (agribusiness): Agricultura praticada em escala maciça por

grandes corporações que são proprietárias de vastas extensões de terra e
empregam recursos intensivos de tecnologia, combustíveis e substâncias
químicas.

Agricultura alternativa (de baixo insumo ou sustentável): Agricultura

praticada em uma pequena escala usando condutas individualizadas, que
variam com as condições locais de modo a minimizar o uso de recursos
tecnológicos, de combustíveis e químicos.

Manejo integrado de pragas (MIP): Manejo de pragas usando uma

combinação de controles naturais e biológicos e aplicação mínima ou nenhuma
de pesticidas.

Subsídios: Dinheiro do governo, derivado de impostos, usado para financiar

práticas agrícolas, que de outro modo forçariam os produtores a estipular seus

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preços demasiado altos, com isso não conseguindo competitividade no

mercado.

Nos EUA, a indústria de alimentos consome cerca de 20% de toda energia que
a nação usa.

O Comitê de Agricultura do Senado dos EUA concluiu que as regulamentações

atuais para manejo de detritos animais são inadequadas e devem ser mudadas
para proteger o ambiente contra essa fonte de poluição.

Nos EUA, 1/5 de toda a terra cultivável é usada para produzir alimento para
gado.

A pesca facilmente se torna predatória e esgota os estoques dos próprios

peixes que as pessoas necessitam para consumo.

A biotecnologia promete benefícios econômicos, ambientais e agrícolas ao

diminuir a extensão necessária para as culturas, reduzir as perdas do solo,
minimizar o uso de inseticidas químicos, e melhorar a proteção das plantações.
Culturas resistentes ao sal e resistentes à seca que possam crescer sob
condições estressantes podem, um dia, ocupar solos atualmente não
utilizáveis. Cereais fixadores de nitrogênio com genes de legumes podem
trazer proteína completa a populações que agora não possuem proteína de
qualidade na dieta.

Micróbios transgênicos podem contribuir para a renovação contínua da

estrutura e fertilidade do solo.

Técnicas de agricultura sustentável economizadoras de energia:

- Usar equipamentos na escala de trabalhos manuais e operá-los em

velocidades eficientes.

- Combinar operações. Arar, plantar e fertilizar na mesma operação.

- Usar combustível diesel. Utilizar energia do sol e do vento. Usar metano do

estrume.

- Utilizar novas variedades de plantas resistentes a doenças e pragas

desenvolvidas por meio de engenharia genética.

- Economizar em insumos tecnológicos e químicos e gastar algumas das

economias pagando pessoas para trabalho manual.

- Retornar, parcialmente, às técnicas de uso de adubo orgânico e rotação de

culturas. Isso poupa energia, porque os fertilizantes químicos exigem grandes
aportes de energia para produzir.

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- Escolher culturas que exijam baixos insumos de energia (fertilizantes,

pesticidas, irrigação).

- Educar as pessoas para cozinharem alimento de modo eficiente e para

comerem na base da cadeia alimentar.

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