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SISTEMAS ALIMENTARES E O RISCO DO AUMENTO GLOBAL DE GASES

DE EFEITO ESTUFA: DESAFIOS PARA IMPLEMENTAR SISTEMAS


ALIMENTARES SUSTENTÁVEIS.

FOOD SYSTEMS AND THE RISK OF THE GLOBAL INCREASE IN


GREENHOUSE GASES: CHALLENGES TO IMPLEMENT SUSTAINABLE
FOOD SYSTEMS.

Maria de Fátima da Silva1

RESUMO
O presente artigo tem como objetivo principal traçar um paralelo
entre os sistemas alimentares e o aumento global de gases de efeito
estufa, esgotamento de alimentos, degradação dos recursos naturais
e surgimento de doenças letais. Englobando os desafios para a
implementação de sistemas alimentares sustentáveis e saudáveis.

Palavras-Chaves: Sistemas alimentares, efeito estufa, sustentaveis.

1 INTRODUÇÃO

O sistema alimentar é uma complexa teia de atividades envolvendo a produção,


processamento, transporte e consumo. As questões relativas ao sistema alimentar incluem
a governança e a economia da produção de alimentos, sua sustentabilidade, o grau de
desperdício de alimentos, como a produção de alimentos afeta o ambiente natural e o
impacto dos alimentos na saúde individual e populacional.

Hoje a agricultura mundial está enfrentando grandes desafios, incluindo como


alimentar uma população mundial em crescimento, como reduzir a pobreza rural no
mundo,como gerenciar bens e serviços do ecossistema à luz das mudanças ambientais
globais, e como diminuir as emissões antropogênicas de gases de efeito estufa. De acordo
com nature food, os sistemas alimentares mundiais são responsáveis por mais de um terço

1 Graduanda em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: maria.silvher@hotmail.com
das emissões globais de gases de efeito estufa. Desde uso da terra e produção agrícola até
embalagem e gestão de resíduos, as emissões do sistema alimentar foram estimadas em 18
bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente em 2015.

Tradicionalmente, os componentes dos modernos sistemas de produção e consumo


têm sido avaliados e analisados em estudos para melhorar a eficiência de um determinado
elemento ou atividade, partindo do pressuposto de que isso também irá melhorar a
eficiência de todo o sistema. No entanto, nas últimas décadas, tornou-se claro que uma
estrutura mais holística é necessária para tratar dessas questões complexas. Como
resultado, uma abordagem de sistemas alimentares foi amplamente adotada para
identificar, analisar e avaliar o impacto e feedback dos diferentes atores do sistema.

A saúde da população também é um fator-chave para enfrentar os desafios dos


sistemas alimentares, especialmente porque as doenças crônicas relacionadas à nutrição,
como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e algumas formas de câncer, são os
principais contribuintes para a carga global de doenças.

A fim de planejar sistemas alimentares sustentáveis, equitativos e saudáveis para o


futuro, exige-se métodos analíticos integrados e inovadores e abordagens de uma variedade
de disciplinas, bem como análises políticas intersetoriais eficazes e envolvimento de várias
partes interessadas, local, regional e globalmente. Salienta-se então a necessidade de
redefinir a economia, e construir através de políticas ambientais, sociais, sistemas
saudáveis e sustentáveis para todos.

2 DESAFIOS DOS SISTEMAS ALIMENTARES

O sistema alimentar enfrenta muitos desafios de segurança alimentar e


sustentabilidade. Prevê-se que a população global ultrapasse 10 bilhões até 2050, levando
a uma crescente demanda por alimentos e colocando ainda mais pressão sobre os recursos
finitos. A população global será mais pobre e cada vez mais urbana, o que muda a forma
como os alimentos são comprados e comercializados (além de amplificar as consequências
sociais e políticas dos aumentos nos preços dos alimentos). Do lado da oferta, haverá uma
competição crescente por terra, energia e água, sendo esta última uma preocupação
particular, uma vez que vários aqüíferos muito importantes estarão esgotados em 2025.
Assim, mais alimentos terão de ser produzidos com menos. No entanto, embora a
produtividade continue a aumentar, recentemente houve uma desaceleração no
investimento em P&D do sistema alimentar.
Nesse sentido, a produção insustentável de alimentos ameaça a segurança alimentar,
por exemplo, devido à pesca excessiva, erosão do solo ou escassez de água. A produção de
alimentos será cada vez mais impactada pelas mudanças climáticas, em particular pelo
aumento da frequência de tempestades, secas e outros eventos climáticos extremos. A
produção de alimentos, por sua vez, é um importante contribuinte para as emissões de gases
de efeito estufa, bem como para a escassez de água e questões mais amplas de
biodiversidade.

Mudanças climáticas e agricultura estão em uma relação recíproca: as emissões de


gases de efeito estufa relacionadas ao uso da terra e à produção animal tornam a agricultura
uma importante causa das mudanças climáticas. Por sua vez, as mudanças climáticas e seus
eventos extremos relacionados afetam a agricultura e o sistema alimentar por meio de
mudanças nas condições de produção e complexas externalidades ambientais e
econômicas, algumas das quais têm graves impactos sobre a saúde humana e a nutrição.

Portanto, o consumo excessivo e o desperdício agravam ainda mais esses problemas


ao colocar pressão desnecessária no sistema alimentar, enquanto o aumento das taxas de
obesidade e as doenças relacionadas à dieta são os principais causadores de problemas de
saúde em muitas partes do mundo e aumentam a pressão sobre os serviços de saúde.

Eis os pontos:

● Embora o progresso na redução da fome nas últimas décadas tenha sido substancial,
ainda existem cerca de 800 milhões de pessoas sem acesso a alimentos suficientes, muitos
em estados decadentes e zonas de conflito;

● Outros dois bilhões de pessoas carecem de micronutrientes essenciais, particularmente


ferro, zinco, vitamina A e iodo (isso é conhecido como “fome oculta”);

● Dois bilhões estão acima do peso, criando uma epidemia de saúde pública envolvendo
condições crônicas como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

Atualmente, esse cenário chegou em níveis alarmantes, com as consequencias


assustadoras e letais do COVID-19, o sofrimento humano relacionado a sistemas
alimentares, vai além dos números, trata-se da questão humanitária, enormes custos
econômicos como a perda de renda e o aumento da dívida pública, unidas as formas não
sustentáveis de organização alimentar, estão levando nosso sistema ao colapso. Hoje, o
Mapa da Fome ao vivo do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas agrega 957
milhões de pessoas em 93 países que não têm o suficiente para comer. O Global
Humanitarian Outlook projeta 239 milhões de pessoas que precisam de proteção e ação
humanitária para salvar vidas este ano. Dos fatores que impulsionam a fome global, o clima
é o que melhor pode ser previsto usando a ciência. Nossas habilidades técnicas para
monitorar e prever perigos relacionados ao clima nunca foram tão boas quanto hoje. Não
há razão eticamente justificada para continuar tratando os desastres climáticos como
surpresas inevitáveis e “ naturais ”. Como os países estão se reagrupando para pensar sobre
as maneiras pelas quais a crise do COVID-19 pode ser usada como um trampolim para
construir sociedades mais resilientes, a previsão do clima e o planejamento preventivo
precisam fazer parte da equação.

Podemos citar também, alimentos produzidos com aditivos químicos, através de


sistemas de monocultura e com a criação intensiva de animais em terra e no mar, degradam
os recursos naturais mais rapidamente do que eles podem se recuperar e são responsáveis
por um quarto de todas as emissões antropológicas de gases de efeito estufa na atmosfera
– com os rebanhos sendo responsáveis por metade desse valor.

Pesquisas científicas, incluindo essa da FAO, indicam que a criação industrial de


animais, em que eles permanecem confinados em pequenos espaços, favorece o surgimento
de vírus letais, como o da gripe suína de 2009, e promovem a disseminação de bactérias
resistentes a antibióticos, devido ao uso excessivo desses medicamentos para acelerar o
crescimento dos bichos e prevenir infecções.

Em outro ponto, atividades humanas de caça e cultivo em habitats intocados


permitiram que patógenos mortais, como os causadores do SARS, HIV e Ebola, fossem
transmitidos entre espécies, passando a infectar os seres humanos.

Convém a observância de que o sistema alimentar está, portanto, falhando de


diversas formas em atender a humanidade e precisa mudar, levando em consideração as
interações socioculturais, as questões de equidade e, em particular, as necessidades dos
mais pobres, que gastam a maior parte de sua renda em alimentos. Dessa forma a
necessidade de mudança no sistema alimentar atual é urgente, para construirmos através
de políticas públicas e ambientais locais, regionais e globais, um sistema saudável,
sustentável e igualitário, para que cada vez mais o maior número de pessoas tenha acesso
a segurança alimentar, acesso físico e econômico a alimentos suficientes, saudáveis,
seguros e nutritivos.

3 SISTEMAS ALIMENTARES E AS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA


Mais de um terço das emissões globais de gases de efeito estufa causadas pela
atividade humana podem ser atribuídos à maneira como produzimos, processamos e
embalamos os alimentos, revelou um estudo apoiado pela ONU publicado na terça-feira.
As emissões do sistema alimentar foram estimadas em 18 bilhões de toneladas de dióxido
de carbono equivalente em 2015, ou 34 por cento, embora abaixo de 44 por cento em 1990,
indicando declínio gradual, mesmo com essas emissões continuando a aumentar.

Os dados são do relatório de Francesco Tubiello, estatístico sênior e especialista em


mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO), em colaboração com pesquisadores do Centro de Pesquisa Conjunta da Comissão
Europeia em Ispra, Itália. Ele apresenta um banco de dados, conhecido como EDGAR
FOOD, que pode ser usado para avaliar como as mudanças no comportamento do
consumidor ou na tecnologia podem impactar as emissões de gases de efeito estufa do
sistema alimentar. EDGAR FOOD incorpora dados importantes sobre o uso da terra para
mais de 245 países que foram compilados pela FAO. As informações remontam a 1990 e
abrangem vários setores, o que permitirá o rastreamento das tendências atuais e futuras.

O relatório é abrangente e esclarecedor, destaca como os sistemas globais de


alimentos estão se tornando mais intensivos em energia, refletindo as tendências no varejo,
embalagem, transporte e processamento, cujas emissões estão crescendo rapidamente em
alguns países em desenvolvimento.Aproximadamente dois terços das emissões do sistema
alimentar vêm da agricultura, uso da terra e mudanças no uso da terra. O número é maior
para os países em desenvolvimento, mas também está diminuindo significativamente à
medida que o desmatamento diminui e o processamento de alimentos, refrigeração e outras
atividades "downstream" aumentam.

Em termos da parcela de todas as emissões 'antropogênicas', causadas pela atividade


humana, os sistemas alimentares nas nações industrializadas são amplamente estáveis em
cerca de 24 por cento. Nos países em desenvolvimento, a proporção diminuiu de 68 por
cento em 1990 para 39 por cento em 2015, em parte devido a aumentos muito elevados nas
emissões não alimentares. China, Indonésia, Estados Unidos da América, Brasil, União
Europeia e Índia são os principais emissores.

Os processos de produção, que incluem insumos como fertilizantes, são os principais


contribuintes para as emissões gerais do sistema alimentar, ou 39 por cento do total. O uso
da terra é responsável por 38 por cento e a distribuição contribui com 29 por cento, o que
se espera que continue a crescer. O metano da pecuária e do cultivo de arroz é responsável
por 35 por cento das emissões de gases de efeito estufa do sistema alimentar e é
basicamente o mesmo em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Já nos países industrializados, as emissões dos gases fluorados do efeito estufa,


usados na refrigeração, por exemplo, tiveram um “efeito turboalimentado no aquecimento
global”, segundo os autores. Eles disseram que a refrigeração é responsável por quase
metade do consumo de energia do setor de varejo e supermercado, cujas emissões
aumentaram mais de quatro vezes na Europa desde 1990. Globalmente, o número é de
cerca de 5 por cento das emissões globais do sistema alimentar, mas deve crescer aumentar.
As embalagens também respondem por uma parcela semelhante das emissões, ou cerca de
5,4 por cento, o que é mais do que transporte ou outros fatores da cadeia de abastecimento.

Com este estudo, os autores acreditam que o banco de dados EDGAR FOOD ajudará
no desenvolvimento de caminhos eficazes de mitigação e transformação para sistemas
alimentares sustentáveis. Também proporcionará maior compreensão e estimativa dos
efeitos climáticos da produção, distribuição e consumo de alimentos, antes da Cúpula dos
Sistemas Alimentares da ONU no final deste ano.

4 ESFORÇOS PARA IMPLEMENTAR SISTEMAS ALIMENTARES


SUSTENTÁVEIS E SAUDÁVEIS

São necessários esforços para promover sistemas alimentares sustentáveis que


proporcionem segurança alimentar e nutricional para todos, de forma a apoiar o
desenvolvimento econômico, resultados sociais positivos e proteger o meio ambiente
natural. Enfrentar este desafio global requer uma abordagem multidisciplinar e dos
sistemas alimentares, considerando não apenas a agricultura e os padrões de consumo, mas
também outros componentes do sistema alimentar, incluindo varejistas, processadores de
alimentos, fornecedores de tecnologia e instituições financeiras.

Muitos dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) definidos pelas


Nações Unidas são relevantes para o sistema alimentar. O ODS alimentar focal é acabar
com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura
sustentável (ODS2). Isso está vinculado a muitos dos outros objetivos, incluindo redução
da pobreza (ODS1), saúde para todos (ODS3), crescimento econômico (ODS8), indústria,
inovação e infraestrutura (ODS9), desigualdade (ODS10), produção e consumo
sustentáveis (ODS12 ), mudanças climáticas (ODS13), oceanos e mares (ODS14) e
ecossistemas, biodiversidade e florestas (ODS15). Esses ODS foram desenvolvidos como
objetivos interligados e a segurança alimentar sustentável é uma das questões subjacentes
ao cumprimento de múltiplas metas.

É necessário um investimento considerável em ações de adaptação e mitigação para


desacelerar os impactos das mudanças climáticas sobre o progresso da fome global. Existe
uma ampla gama de opções potenciais de adaptação e resiliência. Eles precisam abordar a
segurança alimentar em seu sentido mais amplo e ser integrados ao desenvolvimento da
agricultura em todo o mundo.

O fortalecimento da resiliência agrícola por meio da ciência, a mudança na


tecnologia e nos sistemas de produção é uma parte fundamental disso. No entanto, não é
suficiente por si só para a segurança alimentar global. Todo o sistema alimentar precisa se
ajustar com grande atenção aos insights baseados na ciência, comércio, estoques, nutrição
e saúde, e opções de política social, conforme descrito pela Parceria InterAcademy (2018)
As prioridades relacionadas para pesquisa incluem:

1. Os impactos das mudanças climáticas no acesso aos alimentos, nutrição e saúde devem ser
considerados de forma mais abrangente.

2. Muitos dos impactos das mudanças climáticas na segurança alimentar são indiretos, mas
isso não significa que sejam pequenos. A compreensão desses impactos indiretos requer
abordagens analíticas mais abrangentes e modelagem sofisticada, incluindo seus vínculos
de economia política.

3. Uma melhor integração da pesquisa nas dimensões humanas, incluindo a compreensão do


comportamento e ações coletivas, juntamente com as mudanças biofísicas, será
fundamental para a compreensão e identificação de opções de políticas em apoio à
segurança alimentar e vida saudável sob os riscos relacionados às mudanças climáticas.

Assim sendo, rastrear os impactos dos perigos climáticos na saúde; resiliência e


adaptação à saúde; co-benefícios para a saúde da mitigação das mudanças climáticas;
economia e finanças; e envolvimento político, poderia fortalecer as capacidades para
integrar a saúde na modelagem climática, fortalecendo a resiliência agrícola por meio da
ciência, a mudança na tecnologia e nos sistemas de produção, tornando-os sustentáveis e
saudáveis.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em vista dos argumentos mencionados, e observando as premissas principais acerca


dos sistemas alimentares, que são necessárias para se chegar em planos efetivos e concretos
para construir sistemas que beneficiem o maior número de pessoas com alimentação
saudável, sustentável nutritivo, e levando em consideração o momento atual em que
vivemos, com a incidência de um vírus letal, que influência também os sistemas
alimentares, temos que:

A pandemia COVID-19 causou interrupções sem precedentes nas interações sociais,


afetando tanto a oferta quanto a demanda por alimentos. Essas interrupções nos empregos,
na renda e no abastecimento de alimentos aumentaram e exacerbaram as desigualdades
existentes. Enquanto a classe média urbana emergente sofreu maiores perdas de renda, os
pobres e vulneráveis nas áreas rurais e urbanas sofreram os piores impactos sobre os meios
de vida. Muitos programas sociais, incluindo transferências de renda, nutrição e educação
foram interrompidos, adiados ou interrompidos, atrasando décadas de processos na
redução da pobreza, fome, desnutrição e analfabetismo. Embora esforços tenham sido
feitos para lidar com essas desigualdades, eles provavelmente persistirão, uma vez que o
lançamento global da vacina está distribuindo doses desproporcionalmente para países
ricos e indivíduos relativamente abastados.

No entanto, as lições da pandemia fornecem uma oportunidade única para uma


mudança estrutural real que pode tornar os sistemas alimentares mais eficientes, resilientes,
saudáveis, sustentáveis e equitativos. A pandemia está longe de acabar, mas ao olharmos
para o futuro, os formuladores de políticas devem aspirar a mudanças mais fundamentais
nos sistemas alimentares necessários, alavancando ações multissetoriais e adaptando-se a
choques múltiplos - doenças, clima, economia e conflitos.Agora é um momento como
nenhum outro: devemos aproveitar esta oportunidade para tornar nossos sistemas
alimentares mais fortes na esteira do COVID-19.

Para que isso aconteça, as agências das Nações Unidas, como a Organização para a
Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA), o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e o Programa
Mundial de Alimentos (PMA), coletivamente, sugerem quatro grandes mudanças que
precisamos fazer em nossos sistemas alimentares:

• Cadeias de suprimentos alimentares resilientes. Os alimentos produzidos localmente


podem ser distribuídos com mais eficiência, o que diminui os riscos de insegurança
alimentar, a desnutrição e os aumentos nos preços e cria empregos locais. Para implementar
essa mudança, é necessária uma transformação rural para capacitar pequenos produtores e
varejistas e integrá-los na economia dos sistemas alimentares.
• Dietas saudáveis. Reduzir o consumo excessivo de alimentos de origem animal e
altamente processados nos países mais ricos e melhorar o acesso a alimentos nutritivos nos
países mais pobres pode melhorar o bem-estar e a eficiência do uso da terra, tornar os
alimentos saudáveis mais acessíveis e reduzir as emissões de carbono em todo o mundo.
Redirecionar os subsídios agrícolas para alimentos saudáveis, tributar os não saudáveis e
alinhar práticas de compras, programas de educação e sistemas de saúde com dietas
melhores também pode ajudar. Como resultado, podemos reduzir globalmente os custos
com assistência médica, a desigualdade e superar a próxima pandemia com indivíduos mais
saudáveis.

• Agricultura regenerativa. A agricultura sustentável e regenerativa da terra e do mar,


conectada a fortes sistemas alimentares locais e regionais, pode devolver a saúde dos solos,
ar e água, gerar resiliência econômica e criar empregos locais. Isso pode ser alcançado com
a promoção da agricultura sustentável, ao facilitar o acesso aos mercados e ao nivelar o
campo financeiro e regulatório para os agricultores menores e sustentáveis se equipararem
aos agricultores intensivos.

• Conservação. Para preservar ecossistemas intocados, é fundamental reduzir a


atividade pecuária e incentivar novas dietas baseadas em vegetais em países mais ricos.
Segundo as recentes propostas acerca de uma estrutura global para proteger as plantas e a
vida selvagem da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA), os
esforços de conservação, juntamente com medidas ousadas para erradicar o comércio de
animais selvagens, são essenciais para restaurar a biodiversidade, aumentar o sequestro de
carbono e reduzir o risco de futuras pandemias.

Sendo assim, trabalhando em comunhão, politicos e comunidade, se irá extrair as


melhores evidências, ideias e experiências de todo o mundo para informar novas e mais
sustentáveis diretrizes para os sistemas alimentares. Locais, regionais e globais, baseando
desde a produção, processamento, transporte e consumo em modos sustentatveis e que contribuam
de sobremaneira para avançarmos rumo aos objetivos de desenvolvimento sustentavel e ao acordo
de Paris.
REFERÊNCIAS

Relatório do IPCC sobre elevação no nível dos oceanos. Disponível em:


<https://www.ipcc.ch/srocc/chapter/chapter-4-sea-level-rise-and-implications-for-low-
lying-islands-coasts-and-communities/>. Acesso em: 23 abr. 2021.

UN Environment Programme. Disponível em: <https://www.unep.org/explore-


topics/climate-change/facts-about-climate-emergency>. Acesso em: 23 abr. 2021.

Relatório de emissões de gases no Brasil. Disponível em:


<http://plataforma.seeg.eco.br/cities/>. Acesso em: 23 abr. 2021.

Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas. Disponível em:


<https://www.ipcc.ch/>. Acesso em: 23 abr. 2021.

“O que você faria se soubesse o que eu sei?” – Professor Alexandre Araújo Costa.
Disponível em: <https://www.youtube.com/channel/UCxgR>. Acesso em: 23 abr. 2021.

Atlas para o Fim do Mundo. Disponível em: <https://atlas-for-the-end-of-the-


world.com/>. Acesso em: 23 abr. 2021.

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